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Vlassov
Introdução
Todas forças que atuam no motor são agüentadas pela resistência útil na extremidade de
virabrequim, pelas forças de atrito e pelos apoios do motor. Durante o ciclo do motor (720 o de giro
e virabrequim de motor de quatro tempos) as forças, que atuam no mecanismo de biela – manivela,
continuamente variam seu valor e sentido. Por isso, para determinação de caráter de variação de
forças em função de ângulo de rotação de virabrequim - , para posições discretos do virabrequim
com passo de 5 a 10 o. Resultados de cálculo apresentam na forma de uma tabela e gráfico.
Hoje em dia, já existe grande variedade de motores, cada um tem as suas características e
particularidades. Por isso, no início do cálculo de construção de um motor novo, deve ser feita uma
pesquisa de protótipos e análise das suas vantagens e desvantagens. Hoje em dia, no mercado ainda
não existem motores com a taxa de compressão variável, mas sabe-se que do valor de taxa de
compressão depende o rendimento térmico do motor. A escolha do valor ótimo da taxa de
compressão depende de espécie do combustível principal do motor projetado.
2. Conhecimentos gerais
O cálculo de peças do motor para determinar tensões e deformações que surgem durante o
funcionamento do motor realiza-se empregando fórmulas de resistência de matérias e de órgãos de
máquinas. Devido aos vários motivos o cálculo apresenta valores aproximados. A discrepância de
resultados obtidos do cálculo e dados reais é explicada por várias razões, umas delas são:
- falta de distribuição real de tensões em material de peça calculada;
- uso esquemas aproximados de cálculo de ação de forças e locais de aplicação delas;
- existência de cargas variáveis em modulo e sentido, que são difíceis de aprender e tomar
em conta e impossibilidade de determinar valores exatos delas;
- dificuldade de determinar condições reais de funcionamento de peças e tensões térmicas
nelas;
- impossibilidade considerar em cálculo a influência de vibrações elásticas em peças;
- impossibilidade de determinação exata da influência de estado de superfície, qualidade
de tratamento (mecânica e térmica), dimensões (devido ao desgaste) sobre valores de
tensões.
Cargas (forças) principais que atuam sobre as peças são forças de pressão de gases no
cilindro, forças de inércia de movimento linear e rotativo, tensões de vibrações elásticas e tensões
térmicas. A carga de pressão de gases continuamente varia durante o ciclo e tem valor máximo no
curto trecho do curso do êmbolo. A carga de forças de inércia sofre variações periódicas e em
motores rápidos as vezes atinge valores maiores que a carga de pressão de gases. Todas essas cargas
são fontes de diferentes vibrações elásticas, que apresentam grande perigo em casos de ressonância.
As tensões de cargas térmicas que surgem devido à propagação de calor de combustão e de
atrito diminuem a resistência de materiais e provocam tensões suplementares em locais de contato
de peças durante o aquecimento desigual de peças por causa de valores diferentes de dilatação
térmica.
manivela, pois S 2R. O mecanismo desaxial é caracterizado por valor absoluto de deslocamento
a
de eixo do cilindro em relação ao eixo de virabrequim a = OD e por deslocamento relativo k
R
que geralmente varia na faixa 0,05 <k<0,15.
PMS PMS
A
sx C A
A sx
A
S
S
Lb PMI
PMI
A A Lb
R Lb R Lb
B B
0 B 0 B
D
R
R
B a
B
a) b)
3
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
R
de valor de . Com diminuição de (por conta de aumento de Lb) diminuem, também,
Lb
forças de inércia, mas aumenta altura do motor e a sua massa. Em motores contemporâneos o valor
de varia na faixa = 0,23 - 0,30. Escolhendo o valor de para o motor em projeto é
necessário verificar que durante a rotação a biela não toque parte inferior do cilindro ou saia do
êmbolo.
O cálculo de cinemática do mecanismo biela - manivela é constituído de cálculos de
deslocamento, velocidade e aceleração do êmbolo. É considerado a que a velocidade angular é
constante, pois = Const. Na realidade, quando a pressão que atua sobre êmbolo varia, o
virabrequim sofre deformações elásticas que provocam pequena variação da velocidade angular,
mas esta variação pode ser menosprezada. A suposição de = Const. permita considerar que todas
parâmetros cinemáticos dependem somente de ângulo de rotação de virabrequim que sob a =
Const é proporcional ao tempo.
1
s x R 1 cos 1 cos (1)
1 2 1 4
cos = 1 sen 2 sen 4 .... (2)
2 24
Para os cálculos práticos, com uma boa exatidão, usam somente dois primeiros membros da
1 cos 2
parte direita da Eq. (2). Tomando em conta que sen 2 , finalmente temos:
2
s x R 1 cos 1 cos 2 . (3)
4
s x R 1 cos 1 cos 2 k sen . (4)
4
4
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
-0,05
-0,1
Figura 2 Deslocamento do êmbolo versos ângulo de rotação de
virabrequim
ds d ds
p = R sen sen 2 , (5)
dt dt d 2
onde: t - tempo, em s;
2n n
- velocidade angular de virabrequim, em rad/s; ;
60 30
n - número de rotações do virabrequim (motor), em rot/min.
p max R 1 2 . (6)
Para comparar a rapidez de vários tipos de motores é usada a velocidade média do êmbolo
que é calculada:
5
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Sn 2R
p med = . (7)
30
p R sen sen 2 k cos . (8)
2
d p d d p
j = 2 R cos cos 2 (9)
dt dt d
vezes e período menor de 180o (a freqüência de duas vezes maior da primeira). As harmônicas e a
curva de aceleração total são dados na Figura 4 em baixo
O valor máximo de aceleração do êmbolo existe em PMS ( 0 o ), ele é calculado:
j max 2 R 1 . (10)
Quando 0,25 existe um mínimo do valor da aceleração no ponto 180 o que é igual
1
j 2 R 1 . Quando 0,25 existem dois mínimos em pontos arccos com
4
1
valor de j min 2 R .
8
j f
40
j0
30 Primeira harmônica
Segunda harmônica
20
10
0 o
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360
-10
-20
-30
e aplicada ao eixo do pino do êmbolo. Esta força é calculada em função de ângulo de rotação de
virabrequim Pg f . Ela pode ser determinada do diagrama indicado p g f ou s x medindo
a pressão no cilindro durante o funcionamento do motor em uma bancada de ensaio ou e
determinada pelo cálculo térmico do motor para um certo número de rotações do virabrequim.
É necessário tomar em conta que sobre o êmbolo, além de pressão dos gases p g , atua,
também, a pressão de cárter p 0 . Durante o processo de expansão uma parte, seja bastante pequena,
dos produtos de combustão de cilindro escapa através de segmentos de compressão ao cárter. Para
evitar a oxidação do óleo lubrificante e formação de depósitos de substancia vernizes sobre as peças
dentro do cárter é necessário fazer uma limpeza permanente do cárter. Esta limpeza é feita
comunicando o cárter por meio de uma mangueira com o coletor de admissão. No coletor de
admissão a pressão é quase atmosférica, por isso é considerado que p0 patm = Const. A pressão
resultante que atua sobre o êmbolo é calculada:
p g p g p 0 ; (12)
Pg p g F p p g p 0 F p , (13)
onde: p g - pressão absoluta dos gases no cilindro;
p0 - pressão no cárter;
Fp - área do êmbolo, F p R 2 .
p g MPa
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0 o
-1,0 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
m j m p m bp
eixo de
eixo de munhão de
pino manivela
Lbp Lb
m mm m flange
centro de m m m mm 2m fl
R
massas de
biela
Lbm
R m0
A massa do grupo da biela mb (que inclui: biela, bucha de bronze da cabeça superior, tampa
de cabeça inferior, duas casquilhas, dois parafusos, duas porcas, travas) é substituída por duas
massas concentradas mb mbp + mbm (veja Fig. 6). Uma parte da massa, da biela é concentrada no
eixo do êmbolo - m bp , a outra parte é concentrada no eixo do munhão da manivela - mbm . Os
valores dessas massas em kg são calculados:
Lbm Lbp
mbp mb ; mbm mb , (14)
Lb Lb
9
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
m j = m p + m bp . (16)
Tabela 1
Massa de construção, kg/m2
Elementos de mecanismo biela - manivela motor Otto
D = 60 – 100 mm
Grupo de êmbolo, ( m p m p / F p )
êmbolo de liga de alumínio 80 – 150
êmbolo de ferro fundido 150-250
Biela ( m b m b / F p ), aço 100 – 200
10
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
- + Pj -
+
A N A
Pg
- +
+ -
P S
KR K
-
B B
O O
T+ -
Em plena analogia com a aceleração j a força Pj pode ser apresentada como soma de duas forças:
de primeira Pj1 e da segunda Pj 2 ordens:
Em Eq. (17) e (18) sinal menos indica que a força~de inércia é dirigida no sentido oposto da
aceleração. A força de inércia de Pj é apresentada na Figura 7.
11
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
A força de inércia de movimento vaivém atua pelo eixo do cilindro e, como a força de
pressão de gases, é positiva quando dirigida no sentido ao eixo do virabrequim e é negativa quando
dirigida no sentido ao eixo do virabrequim. O cálculo da força P j é realizado para os mesmos
valores de ângulo como para p g e Pg .
A força centrífuga de inércia de massas concentradas no eixo de munhão de manivela em
rotação K R é calculada:
K R = m R R 2 . (19)
A força centrífuga de inércia K R é constante em valor (quando Const ) e atua pelo raio da
manivela e dirigida de eixo de virabrequim para fora.
Forças somatórias que atuam no mecanismo biela – manivela são calculadas somando
algebricamente a força de pressão de gases Pg e a força de inércia do movimento vaivém Pj , pois:
P Pg Pj . Realizando cálculo dinâmico é racional usar em lugar das forças absolutas Pg e P j , as
Pg Pj
forças específicas em relação a área de êmbolo p g = [MN/m2 = MPa] e p j [MPa]. A
Fp Fp
força específica que atua sobre eixo do êmbolo é calculada:
p p g p j . (20)
p , MPa
6,0
5,0 p g
4,0 p
3,0 pj
2,0
1,0
0,0
-1,0 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-2,0 o
-3,0
A força somatória p f é dirigida pelo eixo do cilindro. Ela é positiva quando tem sentido para
eixo do virabrequim.
A ação da força P é transferida para paredes do cilindro perpendicularmente ao eixo do
cilindro pela força N e para a biela em direção ao seu eixo pela força S, pois a força P decomposta
por N e S, pois P N S .
12
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
N
A força normal N (kN) e força específica p N [MPa] atua em plano de rotação da manivela
Fp
pela perpendicular ao eixo do cilindro. Com a força normal o êmbolo é apertado contra as paredes
do cilindro. A força normal é calculada:
N Ptg . (21)
P
S . (22)
cos
p N , p S , , MPa
4,0
3,0 pS
2,0 pN
1,0
o
0,0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-1 , 0
-2 , 0
-3 , 0
Devido à ação de força S sobre a munhão da manivela surgem duas componentes: a primeira
componente K é dirigida pelo raio (veja a Fig. 7) e a segunda componente T pela tangente à
circunferência de raio R. Elas são calculadas:
cos
KP , (23)
cos
sen
TP . (24)
cos
13
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
K T
As respectivas forças específicas são calculadas como: p K e pT . A força K é
Fp Fp
considerada positiva quando é dirigida para o eixo do virabrequim e comprime flanges da manivela
(veja Fig. 7). A força T é considerada positiva quando sentido do momento que ela crie coincide
com o sentido de rotação do virabrequim.
Gráficos das forças específicas de p K e pT são apresentados em Figuras 10 e 11 em baixo.
p K , MPa
4 ,0
3 ,0
2 ,0
1 ,0
0 ,0 o
-1 ,0 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-2 ,0
-3 ,0
pT , MPa
1,5
pTmed
1,0
0,5
0,0 o
-0,5 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-1,0
-1,5
A partir de Figura 11 pode ser calculada a pressão específica média pTmed e a força
tangencial média Tmed pTmed F p . A força tangencial T multiplicada vezes raio da manivela
apresenta o momento (torque) útil criado por um cilindro, esse momento é calculado:
M = TR = pT F p R . (25)
14
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Este momento é criado pela pressão de gases e forças de inércia das peças. O valor corrente
do momento (calculado pele Eq. (25)) tem sinal tanto positivo como negativo (veja Fig. 11). Em
motor de vários cilindros cada um dos cilindros por um ciclo (duas voltas do virabrequim) produz o
mesmo momento pelo módulo e ângulo , somente a curva M f é deslocada uma em relação
a outra por um ângulo entre centelhas em cilindros. Para motor de quatro tempos de vários
720
cilindro esse ângulo é calculado , onde i é o número dos cilindro no motor. Para motor de
i
quatro cilindros em linha 180 o . O momento total desenvolvido pelo motor é calculado somando
momentos de todos os cilindros (veja Figura 12). A variação do momento total é apresentada pela
curva negrita.
M , Nm
800
600
400 M imed M max
200
0
-200 0 30 60 90 120 150 180 M min
-400
-600
720
180 o
4
M e M i m , Nm (26)
onde: m - rendimento mecânico do motor, m =0,8 - 0,9.
O rendimento mecânico é de determinado por varias perdas de energia no motor. A perda
principal de energia no motor provocada pelo atrito, que por sua vez depende de velocidade média
do êmbolo p med .
A potência efetiva do motor é calculada:
N e M e , kW (27)
15
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Motores em linha.
KRb KPm
PK Rm
KRm
n
Rmm
Rmm
K
T T
a) b)
Figura 13 Forças que atuam sobre: a) munhão de manivela, b) manivela
A força resultante Rmm , que atua sobre munhão da manivela é calculada como soma
geométrica da força PK que atua pelo flange da manivela e da força tangencial T, ou como soma
geométrica de força S, que atua sobre munhão da manivela pela biela e da força centrífuga K Rb da
massa inferior de biela em rotação (veja Figura 13a).
16
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
R K T 2 K Pm
2
, (31)
onde: K Pm PK K Rm = K K Rb K Rm = K K R - força que atua sobre manivela do pelo
flange;
Rmm - força resultante, que atua sobre a munhão (moente) de manivela.
PK - força, que atua sobre munhão de manivela pelo flange,
K Rb mbm R 2 , (32)
onde: mbm - massa da biela concentrada no eixo de munhão da manivela.
K Rm m mm R 2 , (33)
onde: m mm - massa em rotação do munhão da manivela.
17
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Rmm, kN
20
18
16
14
12
10
Rmm max
8 Rmmm
6
4
2 Rmm min ,o
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
A força resultante que atua sobre munhão (apoio) do virabrequim Rmv determina-se pela
soma geométrica de duas forças iguais pelo módulo, mas dirigidas contrariamente das forças que
atuam sobre munhões da manivelas vizinhas (veja esquema de cálculo do virabrequim na Figura 15
em baixo).
Rmv Rvi Rv (i1) , (34)
onde: Rvi Rvi l 2 / L e Rv ( i 1 ) = Rv( i 1 )l1 / L - forças transmitidas de vizinhas i-jésima e
(i+1)-jésima manivelas para o munhão do virabrequim situado entre estas manivelas
vizinhas;
l1 e l2 – distâncias pelo eixo do virabrequim entre centros dos munhões de manivelas e de
virabrequim;
L - distância entre centros de munhões vizinhos do virabrequim.
Quando cotovelos (manivelas) do virabrequim são simétricas Rvi 0 ,5 Rvi e
Rv ( i 1 ) 0 ,5 Rv( i 1 ) , então a força resultante será calculada:
R v ( i 1 ) ) .
Rmv 0 ,5( Rvi (35)
18
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
i-jésima manivela.
As forças Tv e K v são determinadas de maneira seguinte (veja Figura 16 em baixo): as
projeções de força Rvi = 0,5 Rvi de i-jesima manivela sobre eixos de T e K serão: Ti 0 ,5Ti e
K pki 0 ,5 K pki .
L
l2
L l1
l2
l1
Rvi
Rvi
Rv ( i 1 )
Rv( i1 )
A segui é necessário determinar projeções de forças Ti1 e K pk (i 1) para os eixos de T e K i-
jésima manivela:
19
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Tv Ti T(i 1)T K pk (i 1)T = 0,5 Ti Ti 1Cos k K pk (i 1) Sen k , (37)
K v K pki T(i 1) K K pk (i 1) K = 0,5 K pki Ti 1Sen k K pk (i 1)Cos k . (38)
O cálculo deve ser realizado pelo ângulo de rotação da manivela do primeiro cilindro.
Ângulos de rotação de i-jésima manivela - i e de (i+1)-jésima manivela - i 1 e correspondentes
forças determinam conforme seqüência de funcionamentos dos cilindros. Quando o ângulo entre
manivelas é de k = 0; 90; 180o e etc. as Eq. (37) e (38) significativamente se simplificam.
Com base de valores das forças Tv e K v em função de ângulo de rotação do virabrequim
pela Eq. (36) calcula-se a força resultante Rmv e, também, pode ser construído um gráfico Rmv =
f . Na Figura 17 em baixo é apresentado gráfico Rmv = f para motor de quatro cilindros em
linha. Este gráfico pode ser usado para determinar o diagrama de desgaste de munhões do
virabrequim.
Considerações gerais
20
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Rmv , , kN
25
Rmv 3 max
Rmv 3 med
20
Rmv 3 min
15
Rmv1 max Rmv 1med
10
Rmv1 min
Rmv 2 max
5 Rmv 2 min Rmv 2 med
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
21
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
A diminuição de força média sobre o munhão do virabrequim com contrapesos pode ser
visto no diagrama apresentado na Figura .
Mostrar no diagrama
22
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
A partir de cálculo térmico do motor Otto de quatro cilindros em linha, axial, foram
determinados parâmetros seguintes:
- o diâmetro do cilindro D=78 mm;
- o curso de êmbolo S=2R= 78 mm (motor quadrado);
- o volume de cilindros V h 1,49 litro;
D 2 3,14 78 2
- a área do êmbolo F p = 4776 mm2 =0,004778 m2.
4 4
- o número de rotações n = 5600 rot/min, (velocidade angular = 586,431 1/s);
- a variação de pressão no cilindro em função de ângulo de rotação de virabrequim
p g f foi calculada e apresentada na forma de uma tabela.
- o momento efetivo nominal calculado M e = 104,8 kN
- a potência efetiva nominal calculada N e = 61,44 kW.
- regimes características do motor: nominal – n=5600 rot/min; de momento máximo – n =
3200 rot/min; das rotações máximas – n = 600 rot/min.
O cálculo é recomendado fazer aproveitando planilhas de EXCEL
Cinemática
1) Com a finalidade diminuir a altura do motor sem aumento significativo de forças de inércia
R
e forças normais, o valor de é escolhido de 0,285. Logo o comprimento da biela é
Lb
R 39
calculada Lb 136,8 mm.
0,285
2) Calcula-se o deslocamento do êmbolo s x f pela Eq (3) com passo de 5 o ou 10o.
Constrói -se Tabela 2.
Tabela 2
2
, grau s x , mm p , m/s j , m/s
0
5
........
720
n
3) A velocidade angular de virabrequim - , rad/s.
30
23
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Dinâmica
Força de pressão de gases
7) Usando tabela de pressão dos gases no cilindro em função de ângulo de rotação do
virabrequim p g f (o diagrama indicado, veja seu variante) construir gráfico e por valores de
p g f na Tabela 3.
Tabela 3
, pg , p , pj , KR , p, pN , pS , pK , pT , T Mi
grau MPa MPa MPa kN MPa MPa MPa MPa MPa kN Nm
0
....
720
jm j
17) A força de inércia específica de movimento vaivém de massas concentradas p j ,
Fp
MPa. Valores de p j f colocam-se na Tabela 3.
18) A força de inércia centrífuga de massas em rotação K R m R R 2 , kN.
24
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
19) A força específica concentrada no eixo do pino, ela é calculada como soma de forças
específicas de gases e de inércia: p p g p j , MPa. Valores de p f colocam-se na
Tabela 3.
30) O cálculo das forças que atuam sobre munhão da manivela recomenda-se fazer usando a
Tabela 5.
Tabela 5
Forças, kN
T K PK Rmm K pm Rm
0
....
720
A força somatória que atua sobre munhão da manivela pelo raio da manivela é calculada:
PK K K Rb .
31) Constrói-se diagrama polar (veja Figura 14).
25
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
32) Constrói-se gráfico Rmm f (veja Figura 17), a partir de que determinam valores da
força máxima - Rmm max , mínima - Rmm min e média - Rmmm .
33) O virabrequim do motor em assunto tem cinco apoios, com manivelas situadas em um plano
( k =180o). O esquema do virabrequim apresentado na Figura 19 em baixo. Segundo o esquema,
quando o primeiro munhão está na posição de 1 0 (início de admissão), terceiro está em
posição de 3 = 540 o (início de escape), quarto em 4 = 360 o (início de expansão) e 2 = 180o
(início de compressão).
34) O cálculo recomenda-se fazer usando a Tabela 6
35) A força Rmv1 0,5 Rm1 . A variação de Rmv1 em função de ângulo apresentada no diagrama
polar na Figura a em baixo (o diagrama é mesmo que na Figura 14, mas gerado de 180 o).
Tabela 6
1-o 1-a manivela 2-o munhão do 2-a manivela 3-o munhão 3-a manivela
mv virabrequim do virabr.
Rmv1 1 Rm1 T1 K pm Tv 2 K v 2 Rmv 2 2o T2 K pm2 Tv 3 K v3 Rmv 3 3 T3 K pm3
kN kN kN kN kN kN kN kN kN kN kN kN kN kN
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
0 0 180 540
.... ... .... ....
720 720 180 540
l
1–3–4-2
Pcp Pcp
1,4
1 lf 4
1 2 3 4 5
180
2 3
Pcp Pcp3 2,3
Pcp
Figura 19 Esquema do virabrequim e ordem de
funcionamento de cilindros
motor
36) A força que atua sobre 2-o munhão do virabrequim é calculada Rmv 3 Tv23 K v23 , onde Tv 2
e K v2 calculadas pelas Eq. (37) e (38), tomando em conta que k =180o.
Tk 2 0,5T1 T2Cos180 K pm2 Sen180 =-0,5 T1 T2 e K v 2 0,5K pm1 K pm 2 . O cálculo de
força Rmv 2 feito na Tabela 6.
37) A força que atua sobre 3-o munhão do virabrequim é calculada Rmv 2 Tv22 K v22 , onde Tv 3
e K v3 calculadas pelas Eq. (37) e (38), tomando em conta que k =0o.
26
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Tk 3 0,5 T2 T3Cos 0 K pm3 Sen0 Cos180 =-0,5 T2 T3 e K v 2 0,5 K pm 2 K pm3 . O cálculo
de força Rmv 3 feito na Tabela 6.
K v1,5 , kN K v2, 4 , kN K v3 , kN
5 15 25,0
A
B
Tv1,5 , kN
0 10 20,0
-5 0 5
-5 5 15,0
-5
5,0
Tv3 , kN
-10
0,0
-5,0 0,0 5,0 10,0
b)
c)
-15
Figura 20 Diagramas polares de forças que atuam sobre munhões do virabrequim.
a) – sobre 1 (5) – o munhão; b) – sobre 2 (4) –o munhão; c) – sobre 3-o munhão.
38) Usando dados da Tabela 6 constroem-se diagramas polares de cargas sobre 2-o e 3-o
munhões de virabrequim (veja Figura b,c). Conforme ordem de funcionamento dos cilindros, As
cargas sobre 4-o e 5-o munhão do virabrequim são iguais as cargas sobre2-o e 1-o munhão, mas
defasadas de 360o.
Para 1-o (5-o)
39) Usando dados da Tabela 6 constroem-se gráficos Rmv1,2,3 = f (veja Figura 17). Do gráfico
determinam-se:
Para 1-o (5-o) munhão:
Rmv1m = 9,967 , kN; Rmv1 max = 13,744 , kN; Rmv1 min = 1,813 ,kN.
Para 2-o (4-o)
Rmv 2 m = 3,099 , kN; Rmv 2 max =10,89 , kN; Rmv 2 min = 0,798 ,kN.
Para 3-o munhão
Rmv 3 m = 19,761 , kN; Rmv 3 max =23,564 , kN; Rmv 3 min = 14,302 ,kN.
Para 3-o munhão com contrapeso
R cp mv 3 m = 0,0 , kN; Rmv 3 max =3,975 , kN; Rmv 3 min = -5,229 ,kN.
27
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Comparando valores determina-se que mais carregado é o 3-o munhão e menos carregados
são 2-o e 4-o munhões.
Abalançamento
O abalançamento de forças de inércia de 2-a ordem para esse motor não é racional, porque o
emprego de construção com duas árvores com contrapesos vai fazer a construção do motor mais
complexa e cara.
40) Para descarregar o 3-o munhão do virabrequim de forças centrífugas locais é necessário
instalar contrapesos em prolongação de flanges vizinhos. O valor de massa de contrapesos e
disposição de centro de massas determina-se de maneira seguinte.
a) É necessário, por conta de força de inércia de contrapesos, o pólo do diagrama (veja Figura 20c)
transferir para entro do diagrama. Para isso escolha-se um valor de força de inércia do contrapeso
Pcp para ter Rmv 3 m =0
Pcp = 19,526 kN.
b) Os contrapesos não devem aumentar gabarito do motor. Para isso pode ser admitido o valor de
raio de centro de massas de contrapesos - = 20 mm.
c) Segundo o esquema do virabrequim apresentado na Figura em cima, cada contrapeso é situado
soem um flange da manivela. Para calcular a massa do contrapeso é necessário admitir dimensões:
l 94 mm e l f = 70 mm. A força de inércia de um contrapeso Pcp é calculada:
l
Pcp = 0,5 Pcp 3 = -0,5(-19,526)94/70 = 13,11 kN.
lf
O cálculo de peças do motor para determinar tensões e deformações que surgem durante o
funcionamento do motor, realiza-se empregando fórmulas de resistência de matérias e de órgãos de
máquinas. Devido aos vários motivos o cálculo apresenta valores aproximados. A discrepância, seja
pequena, de resultados obtidos do cálculo e dados reais é explicada por várias razões, umas delas
são:
- falta de distribuição real de tensões em material de peça calculada;
- uso esquemas aproximadas de cálculo de ação de forças e locais de aplicação delas (são
usadas forças concentradas);
28
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
- existência de cargas variáveis em modulo e sentido, que são difíceis de aprender e tomar
em conta e impossibilidade de determinar valores exatos delas;
- dificuldade de determinar condições reais de funcionamento de peças e tensões térmicas
nelas;
- impossibilidade considerar em cálculo a influência de vibrações elásticas em peças;
- impossibilidade de determinação exata da influência de estado de superfície, qualidade
de tratamento (mecânica e térmica), dimensões (devido ao desgaste) sobre valores de
tensões.
Cargas (forças) principais que atuam sobre as peças são forças de pressão de gases no
cilindro, forças de inércia de movimento linear e rotativo, tensões de vibrações elásticas e tensões
térmicas. A carga de pressão de gases continuamente varia durante o ciclo e tem valor máximo no
curto trecho do curso do êmbolo. A carga de forças de inércia sofre variações periódicas e em
motores rápidos as vezes atinge valores maiores que a carga de pressão de gases. Todas essas cargas
são fontes de diferentes vibrações elásticas, que apresentam grande perigo em casos de ressonância.
As tensões de cargas térmicas que surgem devido a propagação de calor de combustão e de
atrito diminuem a resistência de materiais e provocam tensões suplementares em locais de contato
de peças fabricadas de diferentes materiais durante o aquecimento desigual de peças por causa de
valores diferentes de dilatação térmica.
O valor e caráter de variação de cargas principais, que atuam sobre as pesas, dependem de
regime de funcionamento do motor. Geralmente, a resistência das peças calcula-se para regimes
mais pesados.
Ne,
Para motores de Otto são escolhidos
Me, os regimes de cálculo seguintes (veja a
NeN
pz Figura 21):
1) Regime de momento efetivo
M e máx
máximo M e máx correspondente ao número
de rotações nM = (0,4 – 0,6) n N , que por
sua vez corresponde à pressão máxima no
p zmáx n, rot / min cilindro, mas forças de inércia são
relativamente moderadas.
nmin nN n dis 2) Regime se potência efetiva
nM nmáx
nominal NeN sob a freqüência de rotação nN,
Figura 21 Escolha de regimes de cálculo quando todos cálculos realizam tomando em
conta ação total de forças de pressão e de
inércia.
3) Regime de marcha em vazio sob as rotações de n dis (1,05 1,2)n N , quando forças de
inércia atingem valores máximos, mas as forças devido á pressão de gases são insignificantes ou
mesmo são nulas (disparo do motor no caso ndis=nmax=6000 rot/min)).
No cálculo do motor Otto a pressão máxima de gases p z max determina se de cálculo
térmico do motor para regime de momento efetivo máximo - M e máx .
No cálculo em regime de potência máxima é considerado que a força máxima de pressão de
gases atua em conjunto com a força de inércia no ponto morto superior (PMS). O valor da força
máxima de pressão de gases é determinado a partir de cálculo térmico do motor com
arredondamento do diagrama indicador.
29
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
No cálculo no regime de marcha em vazio nas rotações máximas a ação da força máxima de
pressão de gases pode ser menosprezada.
Ciclo alternante
a simétrico
a
max max a
a
m m
max min
m 0 tempo
min 0
Ciclo genérico
assimétrico Ciclo pulsante
min max
Figura 22 Formas de ciclos de cargas
30
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Tabela 7
Ciclos
Características Assimétricos
de Simétrico Positivo de mesmo alternado Pulsante de um só
ciclos signo sinal
Tensão máxima max min max a max a max a 0 m 0
a 0 m 0 m 0 2 a 0 2 m0
a a
ou (41)
m 1 m 1
a a
ou (42)
m 1 m 1
31
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
1
= ; (43)
t
razão de limite de fadiga de tração - compressão por limite de elasticidade, pois
1t
; (44)
t
razão de limite de fadiga de torção por limite de elasticidade, pois
= 1 . (45)
t
Tabela 8
Limite de Tração –
resistência Flexão, compressão Torção
b , MPa
800 – 1000 0,16 – 0,22 0,12 – 0,17 0,06 – 0,10
1000 – 1200 0,20 – 0,24 0,16 – 0,20 0,08 – 0,16
1200 – 1400 0,22 – 0,25 0,20 – 0,23 0,10 – 0,18
1400 - 1600 0,25 – 0,30 0,23 – 0,25 0,18 – 0,20
Para ferro fundido os valores numéricos de coeficientes são = 0,3 – 0,7 e = 0,5 – 0,7.
Para cada marca de aço ou ferro fundido a ser usada na produção de pesa e no cálculo de
resistência e é necessário saber as propriedades mecânicas desses metais. Essas propriedades são:
Para cargas estáticas:
b - limite de resistência;
t - limite de fluidez plástica.
Para cargas variáveis:
1 - limite de resistência à flexão
1t - limite de resistência à tração - compressão;
1 - limite de resistência à torção;
t - limite de fluidez plástica à flexão e tração;
t - limite de fluidez plástica à torção.
Para avaliação aproximada de limites de resistência de cargas variáveis podem ser usados os
seguintes valores empíricos:
Aços:
1 =0,4 b ; 1t =0,28 b ; 1 =0,22 b ; 1 =(0,7-0,8) 1 ; 1 =(0,4-0,7) 1 .
Ferros fundidos:
1 =(0,3-0,5) b ; 1t =(0,6-0,7) 1 ; 1 =(0,7-0,9) 1 ; t =(0,2-0,6) b .
Ligas não ferrosas:
32
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
1 =(0,24-0,5) b .
Na Tabela 9 em baixo são apresentados valores limites de resistência para dois marcas de
aços.
Tabela 9
1
n , (46)
a m
1
n ; (47)
a m
33
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Tabela 10
Concentrador de tensões k
Ranhura semi - redonda sob razão do raio por diâmetro
0,1 2,0
0,5 1,6
1,0 1,2
2,0 1,1
GALTEL" sob razão de raio da galtel por diâmetro do haste
0,0625 1,75
0,125 1,5
0,25 1,2
0,5 1,1
Conjugação com ângulo reto 2,0
Ranhura aguda de forma em V (rosca) 3,0-4,5
Orifícios som razão de diâmetro do orifício por diâmetro da haste de 0,1 a 0,33 2,0-3,0
Riscas (estrias) de ferramenta de corte sobra a superfície da peça 1,2-1,4
Sobre limite de resistência influi, caso tensões variáveis em ciclos, exerce a influência,
também, o material da peça, que é tomado em conta por coeficiente de concentração de tensões -
k . No caso de tensões variáveis o coeficiente de concentração é calculado k 1 / k1 , onde
1 e k1 são o limite de resistência à fadiga de peça lisa no ciclo simétrico e mesmo mas com
concentrador de tensões. A relação entre coeficientes k e k é dada pela seguinte fórmula:
k 1 q k 1 , (51)
onde: q - coeficiente de sensibilidade do material as concentradores das tensões (varia na
faixa 0 q 1 ).
Quando a peça calculada do motor não tem conjugações bruscas de superfícies (que podem
servir como concentradores de tensões), quando existe o tratamento mecânico de superfície, o único
fator que provoca concentrações de tensões é a qualidade de estrutura interna do material. Neste
caso o coeficiente de concentração de tensões é calculado:
k = (0,4-0,6) k (53)
34
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Tabela 11
Tabela 12
Para aumentar a resistência à fadiga a superfície deve ser bem polida, em particular, perto de
concentradores de tensão. As peças importantes, que funcionam em condições de fortes cargas
cíclicas geralmente devem ser esmerilhadas, polidas e as superfícies devem ser endurecidas
empregando tratamento mecânico ou térmico.
max a k / M m , (54)
ou
max a k / M m . (55)
35
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
n 1 / ak m , (56)
n 1 / ak m . (57)
n f f / ak m , (58)
n f f / ak m . (59)
Para determinar a reserva mínima de resistência é necessário em Eq. (60) substituir valores
mínimos de n e n . Com aumento de temperatura da peça o limite de resistência diminui para
peças lisas e com concentradores de tensões.
O valor admissível de reserva de resistência depende de qualidade do material, espécie de
deformação, condições de funcionamento, construção. De escolha correta da reserva de resistência
dependem valores de tensões admissíveis, resistência de segurança da construção, quantidade d
material gasto para a fabricação.
O êmbolo é uma peça de mais carregada, ele está submetido às cargas de pressão de gases,
de inércia e cargas térmicas. Geralmente os êmbolos são feitos de ligas de alumínio. Principais
dimensões de êmbolo são apresentadas na Figura 22 e na Tabela 13.
O valor de altura de parte superior do êmbolo h1 é escolhido para garantir a resistência de
saliências enfraquecidas pelos orifícios de desvio de óleo lubrificante. Esta condição é garantida
quando
d
h1 h2 s .
2
A distância b entre faces de saliências é determinada pela maneira de fixar o pino e geralmente
admite-se de 2 – 3 mm maior que a largura de cabeça superior da biela lb. Valores recomendados de
dimensões de elementos de construção o êmbolo são apresentados na Tabela 13 em baixo.
36
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
D
s
t t
e
ha
h1 di a
h2
h x x do
dip dp
ds
hs ls
s
lb
lp
O fundo do êmbolo é calculado para flexão sob ação de pressões máximas p zmáx . O fundo
é calculado como uma placa redonda apoiada sobre parte cilíndrica da cabeça do êmbolo. Para
motor Otto a pressão máxima no cilindro tem lugar às rotações do momento máximo. A tensão de
flexão no fundo do êmbolo é calculada:
M fl 2
ri
fl = p zmáx , (61)
W fl
1
onde: M fl p zmáx ri3 - momento de flexão, MNm (mega Newton metro);
3
1
W fl ri 2 - momento de inércia de resistência à flexão do fundo plano, m3;
3
p zmáx - pressão máxima, MPa;
D d
ri - raio interno do fundo do êmbolo, m. ri s t t = i .
2 2
Os valores admissíveis de tensões de flexão fl [MPa] para êmbolos de vários tipos são
apresentados na Tabela 14 em baixo:
Tabela 14
As nervuras (costelas) de reforço no fundo do êmbolo são usadas para fazer o êmbolo mais
rígido.
Além de tensões de pressão de gases no fundo do êmbolo surgem tensões térmicas devido a
diferença das temperaturas de superfícies externa e interna do fundo. As tensões térmicas maiores
surgem em êmbolos feitos de ferro fundido.
A cabeça do êmbolo em seção x-x (veja Figura 22 em cima) é enfraquecida pelos orifícios de
desvio de óleo. Essa seção é calculada em tração e compressão. A tensão de compressão [MPa] é
calculada:
38
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
P
c zmáx , (62)
Fx x
onde: Pzmáx - força máxima de pressão de gases sobre fundo do êmbolo, MN, Pzmáx p zmáx F p ;
Fx x - área de seção x-x, m2.
Fx x
2
4 k
d d i2 - no F , m2, (63)
onde: d k - diâmetro do êmbolo em ranhuras de orifícios, m2 d k D 2t t ;
d di
F - área da seção longitudinal de orifício, m2. F = k do ;
2
no - número de orifícios para óleo, no = 6 – 10.
Pj
t , MPa. (64)
Fx x
2
Pj m x x R máx 1 , MN, (65)
onde: m x x - massa de cabeça (por cima de seção x-x)do êmbolo junto com anéis, kg.
p D
0,031 z max , MPa. (66)
ha
39
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
2
D
fl 0,0045 p z max , MPa. (67)
ha
A tensão admissível no estocado [MPa] tomando em conta grandes cargas térmicas para
êmbolos de liga de alumínio fica na faixa de 3- a 40 MPa.
N max
q1 , (69)
hs D
N
q 2 max . (70)
hD
onde: N max - maior força normal que atua sobre parede do cilindro quando motor funciona em
rotações máximas.
Para motores contemporâneos as pressões específicas ficam em faixas: q1 = 0,30 - 1,0 MPa
e q 2 = 0,2 – 0,7 MPa.
Para evitar um emparamento de êmbolo durante seu funcionamento em grandes cargas os
diâmetros de cabeça do êmbolo Dc e da saia D s calculam tomando em conta existência necessária
de folgas entre êmbolo e cilindro c e s em estado do motor frio. Aproveitando dados
estatísticos para êmbolos de liga de alumínio com a saia não cortada (sem ranhura oblíqua) as folgas
podem ser escolhidas em faixas: c =(0,006 – 0,008)D e s = (0,001 – 0,002)D. Atribuindo
valores de folgas c e s calculam-se Dc = D - c e D s = D - s .
O corretísmo (correto ou não) de valores atribuídos de folgas pode ser determinado pelas
fórmulas:
40
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Para ferro fundido cil =1110 -6 1/K e para liga de alumínio em = 2210 -6 1/K. As
temperaturas das peças do motor de arrefecimento à água variam nas faixas: Tcil = 383 – 388 K
(110 – 115 oC), Tc = 473 – 723 K (200 – 450 oC), Ts = 403 – 473 K (130 – 200 oC). Durante
funcionamento normal do motor quente as folgas operacionais são: c = (0,002 – 0,0025)D e s =
(0,0005 – 0,0015)D.
Se o cálculo pelas fórmulas Eq. (71) e (72) resultem valores negativos das folgas c e s o
êmbolo será apertado. Nesse caso será necessário aumentar folgas c e s (diminuir diâmetros
Dc e Ds ).
Para motor em assunto, com base de Tabela foram escolhidas dimensões seguintes:
Espessura de fundo de êmbolo = 7,5 mm;
Altura de êmbolo h = 88 mm;
Altura de saia hs = 58 mm;
Espessura radial do anel t = 3,5 mm;
Folga radial do anel em ranhura de êmbolo de compressão t = 0,8 mm;
Espessura de parede de cabeça de êmbolo s = 5 mm;
Espessura de primeiro estocado ha = 3,5 mm;
Número e diâmetro de orifícios de óleo n o = 10, d o = 1,0 mm.
Coeficientes de dilatação térmica:
do êmbolo (material é liga de alumínio) em = 2210-6 1/K,
do cilindro (material é ferro fundido) cil = 1110-6 1/K.
2
r D
fl = p zmáx i o valor de ri ( s t t ) = 78/2 - (5+3,5+0,8) = 29,7 mm.
2
29,7 2
Logo fl = 6,195( ) = 97,1 MPa,
7,5
Conforme Tabela 9 o valor de fl é inadmissível, o êmbolo precisa de nervuras de reforço.
A tensão de compressão na seção de x-x é calculada pela Eq. (62)
41
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
P
c zmáx ,
Fx x
2
Fx x
4 k
d d i2 - no F = [(3,14/4)(69,42 – 59,4 2)-105]10 -6 = 0,00096 m2;
O diâmetro externo da seção perigosa e a área que ocupam orifícios são calculados:
P 0,0296
Logo c zmáx = = 30,8 MPa.
Fx x 0,00096
A tensão de tração em seção x-x é calculada para rotações máximas do motor, que no caso é
de 6000 rot/min. A velocidade angular é calculada:
nmax
max = 3,14 6000/30 = 628 rad/s.
30
2
Pj m x x R max 1 = 0,239 0,039 6282 (1+0,285) 10-6 = 0,0047 MN.
Pj
t = 0,0047/0,00096 = 4,9 MPa.
Fx x
Conclusão:
A tensão de corte de estocado é calculada pela Eq. (66):
p D
0,031 z max = 0,031 6,195 78/3,5 = 4,34 MPa.
ha
2
D
fl 0,0045 p z max = 0,0045 6,195(78/3,5) = 13,88 MPa.
ha
42
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Conclusão:
Pressões específicas do êmbolo sobre paredes do cilindro calculadas pelas Eq. (69) e (70):
N max
q1 = 0,0044/(0,058 0,078) = 0,97 MPa,
hs D
N max
q2 = 0,0044/(0,088 0,078) = 0,64 MPa.
hD
Para calcular folgas diametrais em motor quente, admitem-se temperaturas (motor arrefecido a
água):
Tcil = 383 K (110 oC), Tc = 593 K (320 oC) e Ts = 413 K(140 oC).
Logo, as folgas diametrais no estado de êmbolo quente são calculadas pelas Eq. (71) e (72):
43
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
resistências e plasticidade (viscosidade). Estas propriedades possuem aços com baixo teor de
carbono cementados e aços de ligas especiais.
As dimensões principais de pinos (veja a Figura 21) são apresentas na Tabela 8 com base de
dados estatísticos ou as dimensões podem ser admitidas com base de protótipos com a verificação
posterior empregando cálculos de resistência. O esquema de distribuição de cargas e tensões na
Figura 23 em baixo
O cálculo completo de resistência do pino inclui a determinação de pressões específicas que
exerce o pino sobre bronzina colocado à pressão em cabeça superior da biela e sobre as saliências
no êmbolo e, também, tensões de flexão, corte e ovalização.
90 o
90 o
3
-
4
3 + 4
- -
0o 1 2 2 1 0o 0o 1 2 2 1 0o
+ +
3 4 +
4
- 3
a) b)
o 90 o
90
As tensões máximas nos pinos em motores Otto surgem no regime de momento máximo. A
força que atua sobre o pino P [MN] é calculada:
P p z max F p kP j , (73)
onde: k - coeficiente que toma em conta a massa do pino, k = 0,76-0,86;
Pj - força de inércia de grupo do êmbolo determinada no regime de momento máximo.
A pressão específica que exerce o pino sobre a bronzina qbr [MPa] é calculada:
P
qbr = , (74)
d p lb
onde: d p - diâmetro externo do pino, m;
lb - largura de cabeça superior da biela (bronzina), m.
44
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
P
qs , (75)
dp lp b
onde: l p - cumprimento do pino, m;
b - distância entre saliências, m (veja Figura 22 pág. 37).
Para motores contemporâneos as pressões específicas variam em torno de: qbr ~ 60, e q s ~
50 MPa.
A tensão de flexão do pino fl [MPa], sob a condição de distribuição de carga pelo
comprimento do pino apresentada no diagrama de tensões (veja a Figura 22) é calculada:
fl
P l p 2b 1,5lb , (76)
1,2 1 4 d 3p
d ip
onde: - razão de diâmetro interno do pino por externo.
dp
A tensão de flexão geralmente não ultrapassa fl = 250 MPa.
As tensões de cisalhamento (tangenciais) [MPa] de corte do pino em seções situadas entre
saliências e cabeça superior da biela são calculadas:
0,85 P 1 2 . (77)
1 4
d 2p
3
d p max =
1,35P 1
3
0,1 0,4 ,
El p 1
(78)
As tensões, que surgem sob ovalização do pino, nas superfícies interna e externa (veja
Figura 22) calculam para seção horizontal, (pontos 1 e 2, 0 ) e para seção vertical, (pontos 3 e
4, 90 ), são calculadas pelas fórmulas a seguir.
Na superfície externa do pino na seção horizontal (pontos 1, 0 ):
45
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
0
15 P 2 1 1 0 ,1 0 ,4 3 , MPa.
(79)
0 ,19
l p d p 1 2 1
90
15P 2 1 0,636 0,1 0,43 , MPa.
0,174 (80)
l pd p 1 2 1
0
15P 1 2 1 1 0,1 0,43 , MPa.
0,19 (81)
l pd p 1 2 1
90
15 P 1 2 1 0,636 0,1 0,43 , MPa.
0,174 (82)
l pd p 1 2 1
A tensão máxima provocada pela ovalização surge na superfície interna do pino na seção
horizontal. Esta tensão calculada pela Eq. (81) não deve ser maior que 300-350 MPa.
Pj m p 2 R 1 10 6
nM
A velocidade angular é calculada: M = 3,14·3200 / 30 = 335 rad/s. Logo:
30
46
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
A pressão específica que cria pino sobre a bronzina é calculada pela Eq. (74):
P
qbr = = 0,0274 / ( 0,022·0,028 ) = 44,5 MPa.
d p lb
A pressão específica que cria o pino flutuante sobre as saliências do êmbolo é calculada pela Eq.
(75):
P
qs = 0,00274 / (0,022 · (0,068 – 0,032 )) = 34,6 MPa.
dp lp b
A tensão de flexão em seção média do pino é calculada pela Eq. (76):
fl
P l p 2b 1,5lb .
1,2 1 4 d 3p
O valor de é calculado = d in / d p = 15 / 22 = 0,682. Logo:
0,85 P 1 2 = 0,85 0,02741 0,682 0,682 = 132 MPa.
2
1 4 d 2p 1 0,682 0,022
4 2
O aumento máximo do diâmetro horizontal sob a ovalização é calculado pela Eq. (78):
3
d p max =
1,35P 1
3
0,1 0,4 =
El p 1
3
1,35 0,0274 1 0,682
= 5
2 10 0,068 1 0,682
0,1 0,682 0,4 10 3 = 0,0313 mm.
3
As tensões de ovalização na superfície externa do pino na seção horizontal, (pontos 1, 0 ) são
calculadas pela Eq. (79):
47
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
0
15 P 2 1 1 0 ,1 0 ,4 3 =
0 ,19
l p d p 1 2 1
Na superfície externa do pino na seção vertical (pontos 3, 90 ) são calculadas pela Eq. (80):
90
15 P 2 1 0 ,636 0 ,1 0 ,4 3 =
0 ,174
l pd p 1 2 1
=
15 0,0274 2 0,6821 0,682 0,636 0,1 0,682 0,43 = -208,5 MPa.
0,174
0,068 0,022 1 0,6822 1 0,682
As tensões na superfície interna do pino na seção horizontal (pontos 2, 0 ) são calculadas pela
Eq. (81):
0
15P 1 2 1 1 0,1 0,43 =
0,19
l pd p 1 2 1
=
15 0,0274 1 2 0,6821 0,682 1 0,1 0,682 0,43 = - 300 MPa.
0,19
0,068 0,022 1 0,6822 0,682 1 0,682
Na superfície interna do pino na seção vertical (pontos 4, 90 ) pela Eq. (82):
90
15P 1 2 1 0,636 0,1 0,43 =
0,174
lpd p 1 2 1
resistência à fadiga. Para aumentar a resistência à fadiga as bielas depois de estampagem são
submetidas aos tratamentos térmicos e mecânicos: usinagem, polimento, tempera e revenimento
normalização, etc.
bcs
hcs
1 1 d dp
A cs d
A sbr
tb
ab
Lb
l1
B B bb
hb
t cas
d mm
d1
2 cb bci
pc p
pc
N com0
N j0
M j0 M com0
1 1
A A
2 rm 2
A A
a) b)
A seção 1 - 1 (veja a Figura 24 em cima) é carregada no regime n = nmax pela força variável
de inércia de grupo de êmbolo m p e parte superior de cabeça superior da biela mbcs (em cima de
seção 1 – 1)
2
P j m p mbcs maxR( Cos Cos 2 ) . (83)
O valor de mbcs determina-se pelas dimensões de parte superior de cabeça superior da biela
e densidade de material da biela, ou aproximadamente adota-se valor de 6 a 9% da massa da biela.
A força P j cria na seção 1 – 1 a tensão máxima ( 0 do virabrequim):
1
2
max m p mbcs max
R (1 )
2hcs bcs
(84)
e a tensão mínima é min 0 , porque quando P j 0 a força de inércia é dirigida para o eixo do
virabrequim e não carrega a seção de 1 – 1. Por conseguinte, as tensões na seção de 1 – 1 variam
como pulsantes.
50
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
t , (85)
onde: - diferença de dimensões entre bronzina e cabeça da biela, mm. No cálculo é usada a
diferença máxima de tolerância de dimensões.
t - diferença de dimensões devido a temperatura de trabalho do conjunto bronzina –
cabeça superior da biela, mm.
t = d b c T , (86)
onde: d - diâmetro interno da cabeça da biela, mm;
b - coeficiente de dilatação térmica de bronze, b = 1,810 -5 1/K;
c - coeficiente de dilatação térmica de aço, de cabeça c = 1,010-5 1/K;
T - o valor médio de diferença da temperatura de aquecimento do conjunto bronzina –
cabeça no motor em funcionamento, T = 100-120 K.
p , (87)
(( d 2 d 2 ) /( d 2 d )) ((d 2 d 2p ) /( d 2 d 2p ))
d cs cs
Eb E br
onde: - coeficiente de Poisson, =0,3;
Eb - modulo de elasticidade do material da cabeça superior da biela, para aço
Eb E cs =2,2105 MPa;
Ebr - modulo de elasticidade do material da bronzina, para bronze Ebr =1,15105 MPa.
As tensões, provocadas por diferença total de diâmetros, nas superfícies interna e externa da
cabeça superior da biela são calculadas pela fórmula de Liame:
na superfície interna
2
d cs d2
i = p 2
; (88)
d cs d2
na superfície externa
2d 2
d = p 2 . (89)
d cs d 2
Os valores das tensões d e i podem alcançar 100-150 MPa. Há de notar, que para a
bronzina flutuante as tensões, provocadas por diferença total de diâmetros são nulas.
51
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Pjt m p R 2 1 , (90)
onde: m p - massa do grupo de êmbolo, kg;
n N n
- velocidade angular ( , rad/s no regime nominal e M no regime
30 30
n nM ).
Com base de dados experimentais e de teoria é considerado, que a pressão radial provocada
pela força Pjt distribuída uniformemente pela superfície interna de parte superior da cabeça
superior da biela (veja Figura 24a). Conforme o esquema de cálculo apresentado na Figura 24a
admite-se que a parte inferior da cabeça superior da biela que se apóia sobre a haste de grande
rigidez, não se deforma. A parte direta da cabeça é substituída por força normal N j0 [N] e por
momento de flexão M j0 [Nm]. Aproximadamente a força norma N j0 e momento de flexão M j0
são calculados:
N j0 Pjt 0 ,572 0 ,0008 pc ; (91)
M j0 Pjt rm 0 ,00033 pc 0 ,0297 , (92)
onde: pc - ângulo de parte cilíndrica de cabeça superior, grau;
d cs d
rm - raio médio de cabeça superior da biela, rm , m.
4
N j1 N j0 Cos p 0 ,5 Pjp 1 Cos p ; (93)
M j 1 M j 0 N j0 rm 1 Cos p 0 ,5 Pjp rm 1 Cos p . (94)
N j 2 N j0 Cos p 0 ,5 Pjp Sen p Cos p ; (95)
M j 2 M j0 N j0 rm 1 Cos p 0 ,5 Pjp rm Sen p Cos p . (96)
52
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Sem não tomar em conta tensões na seção A - A provocadas pela colocação da bronzina à
pressão na cabeça as tensões [MPa] são calculadas:
nos filamentos externos
6 rm hcs 10 6
aj 2 M j pc N j pc , (97)
hcs 2 rm hcs bcs hcs
6 rm hcs 10 6
ij 2 M j pc N j pc , (98)
hcs 2 rm hcs bcs hcs
d cs d
onde: hcs - espessura da parede da cabeça superior da biela, hcs = , m;
2
bcs - largura da cabeça, m.
Ecs Fcs
K , (99)
Ecs Fcs Ebr Fbr
onde: Fcs - área de seção de paredes da cabeça, Fcs = ( d cs d )bcs , m2;
Fbr - área de seção de paredes da bronzina, Fbr = ( d d p )bcs , m2.
6 rm hcs 1 10 6
aj 2 M j pc KN j pc , (100)
hcs 2rm hcs bcs hcs
6 rm hcs 1 10 6
ij 2M j pc KN j pc , (101)
hcs 2rm hcs bcs hcs
A força total que comprime a cabeça, atinge seu valor máximo depois de passar o PMS
( ~370-390 o) no início de tempo de expansão, ela é calculada:
A variação de aceleração do êmbolo perto do PMS é pequena por isso pode ser considerado
de que Cos Cos 2 Cos360 Cos720 1 e a Eq. (102) é simplificada:
Pcom p zd p0 F p m p R 2 1 . (103)
A pressão radial que atua sobre superfície inferior da cabeça superior da biela, (provocada
pela força total Pcom ) é considera cosenusoidal (varia conforme Cós p , veja Figura 25b). Para
qualquer seção da cabeça da biela nos trechos 1 e 2 as forças e momentos são calculados:
No primeiro trecho:
N com0
N com1 Pcom Cos p ; (104)
Pcom
M N
M co1 Pcom rm com0 com0 1 Cos p ; (105)
Pcom rm p com
N Sen p p 1
N com1 Pcom com0 Sen p Cos p ; (106)
Pcom 2
M N Sen p p 1
M co1 Pcom rm com0 com0 1 Cos p
Sen p Cos p . (107)
Pcom rm pcom 2
Em Eq. (106) e (107) o valor de ângulo p em razões deve ser substituído em radiano.
N com0 M com0
Os valores de parâmetros e dependem de ângulo da parte cilíndrica da cabeça
Pcom Pcom0 rm
superior da biela pc . Estes valores devem ser determinados da Tabela 16 apresentada em baixo.
Tabela 16
Ângulo pc , grau
Parâmetro
100 105 110 115 120 125 130
N com0
Pcom 0,0001 0,0005 0,0009 0,0018 0,0030 0,0060 0,0085
M com0
Pcom0 rm 0,0 0,00010 0,00025 0,00060 0,00110 0,00180 0,00300
Os valores de força normal N com pc e do momento de flexão M com pc para seção perigosa
de A - A são calculado pela Eq. (100) e (101) substituindo p pc .
54
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
6 rm hcs 1 10 6
acom 2 M com pc KN com pc , (108)
hcs 2rm hcs bcs hcs
6 rm hcs 10 6
icom 2M com pc KN com pc , (109)
hcs 2rm hcs bcs hcs
max j , (110)
min com . (111)
A reserva de resistência de cabeças superiores de biela varia na faixa de 2,5 a 5,0. Aumento
da reserva de resistência e redução de tensão em filamentos externos pedem ser alcançados por
diminuição do ângulo da parte cilíndrica da cabeça até pc = 90o e por aumento do raio de
conjugação da cabeça com haste.
55
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
1 350
= = 0 ,833 .
t 420
Logo pela Eq. (42) calcula-se parâmetro
1t 210
= = 0,5
t 420
0 ,5 0 ,12
= = 0,76.
1 1 0 ,5
1
2
max m p mbcs max
R (1 )
2hcs bcs
,
onde: mbcs - massa da parte da cabeça superior da biela situada em cima da seção 1 - 1, mbcs =
0,06 m b = 0,060,716 = 0,043 kg,
max nmax / 30 3,146000/30=628 rad/s.
Logo:
56
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
max 60 ,91
m0 a0 = = 30,455 MPa.
2 2
a0 k 30 ,455 1,272
ak0 = = 50 MPa,
M 0 ,86 0 ,9
onde: k - coeficiente efetivo de concentração de tensões. A cabeça não tem conjugações
bruscas de dimensões por isso a concentração de tensões depende somente de
qualidade de estrutura do material (Eq. 52, pág. 34). Logo:
ak0 50
Calcula-se o valor de razão = = 1,64. Esse valor compara-se com =
m0 30 ,455 1
0 ,5 0 ,12 ak0
= 0,76. Pois = 1,64.> = 0,76. Daqui resulta que a reserva de resistência
1 0 ,5 m0 1
na seção de 1 - 1 deve ser determinada pelo limite de fadiga: Reserva de resistência no cálculo por
limite de fadiga é calculada de Eq. (56):
n 1 / ak m = 210/(50+0,1230,455) = 3,9.
t
onde: - diferença de diâmetros de bronzina (externo) e da cabeça (interno), = 0,04 mm;
t - diferença de diâmetros provocada pela temperatura, t = d br c T =
24,4(1,810 - 1,010-5) 110 = 0,0215 mm, onde T = 110 K - aumento médio da temperatura da
-5
57
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
p =
((d 2 d 2 ) /( d 2 d )) ((d 2 d 2p ) /( d 2 d 2p ))
d cs cs
Eb Ebr
0,0615
p =
((30,4 2 24,4 2 ) /(330,4 2 24,4)) 0,3 (( 24,4 2 22 2 ) /(24,4 2 22 2 )) 0,3
24,4
2,2 10 5 1,15 10 5
= 24,2 MPa,
onde: - coeficiente de Poisson = 0,3.
A tensão, provocada por diferença total de diâmetros na superfície interna é calculada pela Eq. (88)
2
d cs d2 30 ,4 2 24 ,4 2
i = p 2
= = 24 ,2 = 111,8 MPa.
d cs d2 30 ,4 2 24 ,4 2
2d 2 2 24 ,4 2
d = p 2
= 24 ,2 = 87,6 MPa.
d cs d2 30 ,4 2 24 ,4 2
Para seção 0 - 0 a força normal é calculada pela Eq. (91), pág. 52:
N j 0 Pjt 0 ,572 0 ,008 pc = 82300 ,572 0 ,008 105 = 4016 N.
M j 0 Pjt rm 0 ,00033 pc 0 ,0297 = 8230 0,01370,00033 105 00297 = 0,56 Nm,
Na seção A - A calculam-se a força normal pela Eq. (95), pág. 52, substituindo p por pc :
N j pc N j0 Cos pc 0 ,5 Pjp Sen pc Cos pc =
58
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
M j pc M j0 N j0 rm 1 Cos pc 0 ,5 Pjp rm Sen pc Cos pc =
= 0 ,56 4016 0 ,0137 1 Cos105 o 0 ,5 82300 ,0137Sen105 Cos105 = 0,75 Nm.
6 rm hcs 1 10 6
aj 2 M j pc KN j pc =
hcs 2 rm hcs bcs hcs
Ecs Fcs
onde: K - coeficiente calculada pela Eq. (99), K =
Ecs Fcs Ebr Fbr
2 ,2 10 5 168
= = 0,827;
2 ,2 10 5 168 1,15 10 5 67 ,2
onde:
Fcs - área de seção de paredes da cabeça, Fcs = ( d cs d )bcs = (30,4-24,4)28 = 168
mm2;
Fbr - área de seção de paredes da bronzina, Fbr = ( d d p )bcs = (24,4-22)28 = 67,2
mm2.
N Sen pc pc 1
N com pc Pcom com0 Sen pc Cos pc =
Pcom 2
Sen105 105 1
= 177800 ,0005 Sen105 Cos105 = 44,5 N
2 57 ,3 3 ,14 3 ,14
N com N
onde: é determinado da Tabela 16, pág. 54, com = 0,0005; 57,3o = 1 rad.
Pcom Pcom
59
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
M N Sen pc pc 1
M com pc Pcom rm com com 1 Cos pc
Sen pc Cos pc =
Pcom rm p com 2
Sen105 105 1
= 17780 0 ,0137 0 ,0001 0 ,00051 Cos105 Sen105 Cos105 =
2 57 ,3 3 ,14 3 ,14
= -0,31 Nm, (veja Tabela 16, pág. 54).
As tensões nos filamentos externos em seção A - A de força total de compressão são calculadas pela
Eq. (108), pág. 55:
6 rm hcs 1 10 6
acom 2 M com pc KN com pc =
hcs 2 rm hcs bcs hcs
6 0 ,0137 0 ,003 1 10 6
= 2( 0 ,31 ) 0 ,827 44 ,5 = -6,45 MPa.
0 ,003( 2 0 ,0137 0 ,003 ) 0 ,28 0 ,003
As tensões máximas e mínimas de ciclo assimétrico de cargas pelas Eq. (110) e (111):
Calcula-se:
ak 51,5
= 0,458 e Tanto como ak 0,458 < = 3,97,
m 112 ,48 m 1
então a reserva de resistência na seção A - A deve ser determinada pela reserva resistência de
fluidez plástica que são calculadas pela Eq. (48):
Tabela 17
2
Pjp max
R m p mbp 1 mbm mt 10 6 , (112)
0 ,023cb 0 ,4
fl = Pjp , (113)
1 J b / J W fl Ft
onde: c p - distância entre parafusos da tampa, m;
Jb - momento de inércia de seção calculada da casquilha, J b = l mm t b3 m4;
J - momento de inércia de seção calculada da tampa, J = l mm 0 ,5cb r1 3 m4;
W fl - momento de resistência de seção calculada da tampa sem tomar em conta nervuras
(reforço).;
r1 - raio interno de cabeça inferior da biela, r1 = 0 ,5 d mm 2t b ;
d mm - diâmetro de munhão da manivela, m;]
tb - espessura de parede de casquilha, m:
Ft - área total de tampa e casquilha em seção de cálculo, Ft = l mm 0,5 cb d mm , m2.
O momento de inércia é calculado:
W fl = lt 0 ,5cb r1 2 / 6 , m3 (114)
61
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Pjp = 628 2 0 ,0390 ,478 0 ,197 1 0 ,285 0 ,519 0 ,179 10 6 = -0,0186 MN.
W fl = lt 0 ,5cb r1 2 / 6 = m3
Os momentos de inércia de seção calculada da casquilha: J b = l mmt b3 = 26(210 -4)3 = 20810 -12 m4;
e da tampa: J = l mm 0 ,5cb r1 3 = 26(0,562-26)310 -12 = 325010 -12 m4.
0 ,023cb 0 ,4
fl = Pjp
1 J b / J W fl Ft
A área total de tampa e casquilha em seção calculada, Ft = l mm 0,5 cb d mm =
= 260,5(62-48)10-6 = 0,000182 m2. Logo:
62
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
0 ,023 0 ,062 0 ,4
= 0 ,0186 = 273 MPa.
fl
1 208 10
12
/ 3250 10 12
1,08 10 7 0 ,000182
R
Dimensões principais de construção da biela, além de seu comprimento Lb , são
dimensões em seção média B - B (veja Figura 24) Valores dessas dimensões são apresentados na
Tabela 18 a seguir.
Tabela 18
A haste da biela calcula-se para resistência à fadiga na seção B - B. Sobre a seção atuam forças
totais de ação de gases e de inércia, que surgem durante o funcionamento do motor em regimes de
n n N e n n M .Geralmente o cálculo de resistência é feito para regime de potência máxima, A
reserva de segurança da seção B - B determinam-se em plano de balanceio e no plano perpendicular
ao eixo da biela. A condição de resistência igual em ambas seções é a condição de igualdade de
reservas de resistências n x n y .
A força ,que comprime a biela Pcom , atinge seu valor máximo no início de tempo de
trabalho, quando a pressão de gases p zd é máxima. A força Pcom determina-se ou de cálculo
dinâmico do motor ou é calculada pela fórmula:
Pcom = Pg P j = F p
p zd p0 m j R 2 Cos Cos 2 10 -6
(115)
A força de tração Ptr atinge seu valor máximo quando o êmbolo encontra-se no PMS e,
também, é determinada de cálculo dinâmico pela fórmula:
Ptr = Pg P j = p r F p m j R 2 1 10 6 , (116)
onde: p r - pressão de gases restantes na câmara de combustão.
e L2b
Kx = 1 Fm , (118)
2 Eb Jx
onde: e b - limite de elasticidade do material da biela, MPa;
Jx - momento de inércia de seção B - B em relação ao eixo x -x perpendicular ao eixo
de balanceio da biela, J x = bb hb3 bb ab hb 2t b 3 / 12 , m4;
Fm - área de seção média da biela, Fm = bb hb bb a b hb 2t b , m2.
A tensão mínima que atua na seção B - B provocada pela tração pela força Ptr determinam-
se como no plano de balanceio, tanto no plano perpendicular, pela fórmula:
J x = bb hb3 bb a b hb 2t b 3 / 12 = [1623 3-(16-3,2)(23-23,4)3]/12 = 11687 mm4 ~116,910-11
m4;
O momento de inércia da seção B - B em relação do eixo y - y, situada no plano de balanceio da
biela:
J y = hb bb3 hb 2t b bb ab 3 / 12 = [23163 - (23 - 23,4)(16 - 3,2)3]/12 = 5020 mm4 =
= 50210-11 m4.
As tensões máximas de compressão no plano de balanceio da biela são calculadas pela Eq. (117):
max x K x Pcom / Fm
o coeficiente K x é calculado pela Eq. (118) ( e b 800 MPa):
max y K y Pcom / Fm
o coeficiente K y que toma em conta a influência de flexão longitudinal no plano perpendicular ao
plano de balanceio da biela:
e L21 800 98 ,6 2
Ky = 1 Fm = 1+ 160 ,6 = 1,029;
2 Eb 4J y 3 ,14 2 2.2 10 5 4 5020
65
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Logo:
max y = 1,0290,0145 / (160,610 -6) = 93 MPa.
A tensão mínima provocada pela tração pela força Ptr é calculada pela Eq. (120):
akx
Tanto como = 94,8 / 13,7 = 6,92 > = 0,76, (veja cálculo de cabeça superior da
x 1
biela) e
aky
= 91,5 / 10,7 = 8,55 > = 0,76, então as reservas de resistência em seção B - B
y 1
devem ser determinadas pelo limite de resistência à fadiga, pois:
1 p
nx = 210 / (94,8 + 0,1213,7) = 2,18;
akx mx
1 p
ny = 210 (91,5 + 0,1210,7) = 2,26.
aky my
66
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Ppr ( 2 3 )P jp / i p , (121)
onde: i p - número de parafusos.
Pp Ppr P jp / i p , (122)
onde: - coeficiente de carga em rosca, ele é calculado:
Kb
, (123)
Kb K p
onde: K b - maleabilidade
Os dados de testes laboratoriais mostram que o coeficiente de carga em rosca varia na faixa
de 0,15 a 0,25. Com a diminuição do diâmetro do parafuso de biela o valor de coeficiente
também diminui.
As tensões máximas e mínimas que surgem no parafuso são determinadas em uma seção de
diâmetro interno da rosca:
4 Pp
max ; (124)
d in2
4 Ppr
min , (125)
d in2
onde: d in - diâmetro interno da rosca, mm; d in = d 1,4t ;
d - diâmetro nominal do parafuso, mm;
y - passo da rosca, mm.
67
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
1 300
= = = 0,375.
t 800
Calcula-se razão pela Eq,. (70)
1
0 ,375 0 ,17
= = 0,328.
1 1 0 ,375
A força de aperto preliminar do parafuso é calculada pela Eq. (121)
Pp Ppr P jp / i p
Para o coeficiente de carga em rosca adota-se valor de = 0,2. Logo
4 Pp 4 Ppr
max e min . O diâmetro interno da rosca é calculado: d in = d 1,4t = 11 -
d in2 d in2
1,41,0 = 9,6 mm = 0,0096 m. Logo:
68
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
k 1 q k 1 .
O valor de k é determinado da Tabela 5, k = 4,0; O valor de q para aços de construção,
q = 0,8. Logo:
k = 1 + 0,8( 4 - 1) = 3,43.
Os coeficientes de escala M de Tabela 6, M = 0,99.
O coeficiente de sensibilidade de superfície de Tabela 7, = 0,82.
ak
Tanto como = 54,9 / 270 = 0,203 < = 0,328; então a reserva de resistência
m 1
deve ser determinada pelo limite da fluidez plástica:
Em todo o motor o virabrequim é uma peça mais complexa em construção e mais carregada.
Ele agüenta cargas periódicas de força de pressão de gases, forças de inércia e de momentos delas.
A ação dessas forças e momentos provoca surgimento no virabrequim grandes tenções de torção, de
flexão e de tração - compressão. Além disso, os momentos de torção periodicamente variáveis,
provocam oscilações de torção no virabrequim, que criam tensões de torção suplementares.
Por causa de excepcionalmente complexas e pesadas condições de funcionamento do
virabrequim o material de que fabricam o virabrequim deve possuir altas propriedades mecânicas. O
material deve possuir alta resistência e viscosidade, alta dureza de superfície, grande resistência ao
desgaste e à fadiga, deve resistir cargas de pancadas. Estas propriedades possuem aços de carbono e
aços de liga bem tratados (mecanicamente e termicamente) e, também, ferro fundido de alta
qualidade.
A configuração complexa do virabrequim, a multidão de forças e momentos, variação de
que depende de resides do virabrequim de apoios dele em bloco, não permitam fazer o cálculo exato
de resistência do virabrequim. Por isso são aplicados vários métodos aproximados de cálculo, que
permitam, entretanto, receber tensões e reservas convencionais de segurança. O esquema mais
usado de cálculo de virabrequim de motor de quatro cilindros em linha é uma viga de dois apoios,
apresentada na Figura 26 em baixo.
No cálculo do virabrequim é considerado:
- A manivela livremente situa sobre apoios do virabrequim;
- Apoios e pontos de aplicação de forças situam em plano formado pelos eixos de munhão
de manivela e do virabrequim.
- Toda a distância (vão) entre apoios do virabrequim apresenta uma viga absolutamente
rígida.
69
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
h d mm
o
KR
mm
T
T
Ti
Pcpi Ti1 Pi1 A A mv
K
R
M mvi M mv (i 1)
d mv
K pm K pm
rad l mm
Z K , P
Pcp
0,5lmv a a 0,5lmv
l1 l2
O valor de pressão específica que atua sobre superfície de munhão determina condições de
funcionamento do mancal e sua durabilidade. Durante o funcionamento de mancal deve ser evitado
rompimento de película de óleo lubrificante na superfície do munhão que provoca a destruição do
material de antifrição da casquilha e desgaste rápido do munhão. No cálculo dos munhões de
manivela e do virabrequim é considerado que eles sofrem ação de forças máximas e médias
resultantes.
Valores máximos ( Rmm max e Rmv max ) e médios ( Rmmm e Rmvm ) das forças resultantes
determinam-se de diagramas das cargas sobre munhões das manivelas e do virabrequim tomando
em conta ação de contrapesos (veja Figura 15, pág. 18).
A pressão específica média (MPa) sobre munhão da manivela é calculada:
Rmmm
k mmm ; (126)
d mm l mm
Sobre munhão do virabrequim:
Rmvm R cp
k mvm , ou k mvm mvm , (127)
d mvl mv
d mv l mv
onde: Rmmm , Rmvm - forças resultantes que atuam sobre munhões de manivela e do virabrequim
respetivamente, MN;
cp
Rmvm - força resultante sobre munhão do virabrequim com contrapesos;
d mm , d mv - diâmetro de munhões da manivela e do virabrequim respetivamente, m;
, lmv
lmm - largura de trabalho de casquilhas da manivela e do virabrequim, m.
71
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Tabela 20
o M mv2 M mv 3 M mv4 M mv5
0
...
720
M1 M4
1 4
1 2 3 4 5
2 3
M2 M3
M mv1 0 M mv3 M mv2 M 2 M mv5 M mv4 M 4
M mv 2 M 1 M mv 4 M mv 3 M 3
72
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
Para detectar o munhão mais carregado usam uma tabela em que calculam momentos
somados de um apoio para outro (veja Tabela 21).
Tabela 21
Com base de dados de Tabela 21 determinam-se os valores de máximo M mmi max e mínimo
M mmi min de momentos de torção para um munhão mais carregado. Logo se calculam valores
extremos de tensões tangenciais:
73
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
4
3 mm
Onde: Wmm = d mm 1
- momento de resistência à torção de munhão da manivela, m3;
16 d mm
d mm e mm - diâmetros externo e interno da munhão da manivela, m.
O momento de flexão (Nm) que atua sobre o munhão de manivela em plano perpendicular
ao plano de manivela é calculado:
M T T l / 2 , (134)
onde: l lmv l mm 2h - distância entre meios de munhões do virabrequim, m.
O momento de flexão (Nm) que atua sobre o munhão de manivela no plano da manivela é
calculado:
l / 2 Pcp a ,
M Z Z (135)
Onde: a 0,5l mm h ;
Z K pk Pcp
, N, valores de T e K pk usam-se de cálculo dinâmico.
2
M fl M YT M Z2 . (136
O momento positivo de flexão provoca perto de bordes do orifício uma compressão e uma
tração. Os valores de M M max e M M min determinam-se de Tabela 22. Valores determinados dos
74
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
momentos M M max e MM min são usados para calcular as tensões extremas de flexão no munhão
de manivela:
Flanges do virabrequim agüentam complexas tensões variáveis no tempo, que são: tensões
tangenciais de torção e tensões normais e de flexão e tração - compressão. As tensões máximas
surgem em locais de conjugação de munhão do virabrequim para flange (no locar de raio de
adoçamento) em seção A-A (veja a Figura 26).
O momento de torção M flfl (de flexão do flange) provoca tensões tangenciais. O momento
M flfl é calculado:
M flfl 0,25 K K R 2 Pcp lm , (141)
75
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
O virabrequim do motor em assunto (veja Figura 27) tem 5 apoios principais (número
máximo possível). Manivelas do virabrequim ficam em um plano sob ãngulos de 0o e 180 o uma em
relação a outra. A órdem de funcionamento de cilindros 1 –3 –4 –2, pois quando a 1-a manivela está
sob 1 = 0o (início de admissão) a 3-a manivala está em posição de 3 = 540o (início de escape), a
4-a manivela sob o ângulo 4 = 360 o (início de expanção) e a 2-a manivela sob o ângulo de 2 =
180o (início de compressão).
O virabrequim tem posição assimétrica de contrapesos, Do cálculo dinâmico temos:
- A força de inércia de contrapeso situado em flange esquerdo Pcp = 13,11 kN;
- A reação em apoio esquerdo de contrapeso = -19,526/2 = -9,763 kN;
Pcp
- A força de inércia de massas em rotação K R = -15,94 kN.
Tomando em consideração as construções de motores contemporáneos e valores
apresentados na Tabela 19 (pag. 71) a podemos admitir as seguintes dimensões do virabrequim
(veja Figura 26):
- diâmeto de munhão do virabrequim d mv = 50 mm;
- comprimento de munhão do virabrequim l mv = 28 mm;
- diâmeto de munhão da manivela d mm = 48 mm;
- comprimento de munhão da manivela l mm = 28 mm;
- largura de seção A-A da flange b = 76 mm;
- espessura de seção A-A da flange h = 18 mm;
76
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
O quinto munhão tem M mv5 max = 1060,1 Nm maior que o - quatro, por isso as tenções de
torção vamos determinar para 5-o munhão.
77
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
M , Nm M mv 1 0
300
200 M mv 2 M mmcil 1
100
0
-100 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-200
-300
500
400
M mv 3 M mv 2 M mmcil 2
300
200
100
0
-100 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-200
-300
-400
-2 00 M mv 5 min
-3 00
-4 00
78
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
79
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
M mm 4 min
min = -439,710 -6 / 21,710 -6 = -20,25 MPa.
Wmm
M , Nm
200 M mm1 0 ,5M tcil 2
100
0
-100 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-200
-200
-300
M mm 3 M mv 3 0 ,5 M tcil 3
500
400
300
200
100
0
-100 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-200
-300
-400
-500
600
400
M mm 4 max
200
M mm 4 max
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
-200
M mm4 min
-400
-600
80
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
M M , Nm
máximo 4,9
mínimo -264,3
Calculo de flange
A partir de cálculo de resistência dos munhões das manivelas determinam-se valores máximo e
mínimo de forças tangenciais que torcem flanges:
T, N
máxima 2966
mínima -3252
82
Dimensionamento de Elementos do Motor D. Vlassov
M fl max
max = 68,2 ·10-6 / ( 6,99 · 10 -6 ) = 9,76 MPa;
Wfl
M fl min
min = - 74,8 ·10 -6 / ( 6,99 · 10 -6 ) = -10,7 MPa.
Wfl
A tensão média e amplitudes das tensões
m max min = ( 9,76 - 10,7 ) / 2 = -0,47 MPa;
2
a max min = ( 9,76 + 10,7 ) / 2 = 10,23 MPa;
2
Coeficiente teórico de de concentração de tensões determina-se de Tabela 10 k = 1,4. tomando
r
em conta o concentrador de tensãoem raio de adoçamento ad = 3 / 18 = 0,17.
h
Coeficiente de concentração de tensões pela Eq. (51)
k 0 ,6 1 q k 1 = 0,6[1+0,4(1,4-1)] = 0,7.
Coeficiente de escala para b = 76 mm, da Tabela 11 - M = 0,64.
Coeficiente de sencibilidade de superficie da mesma Tabela 12 tomando em conta que a superfície
do flange não possui usinagem especial- = 0,75.
k
ak a = 10,23 · 0,7 / ( 0,64 · 0,75 ) = 14,8 MPa
M
A reserva de segurança determina-se pelo limite de fadiga ( m <0)
1
n = 115 / ( 14,8 + 0,6 ·( -0,47 ) ) = 7,9.
ak m
Momento de resistência do flange
Wfl bh 2 / 6 = 76 · 182 · 10-9 / 6 = 4,104·10 -6 m3.
As tensões normais a máxima e a mínima no flange:
M flfl max Pfl max
max = ,
Wfl F fl
onde ) lmv ;
M flfl max 0,25 K max K R 2( Pcp
Pfl max 0,5K max K R
F fl- área de seção transversal do flange, F fl = bh = 76 · 18 · 10-6 = 1368·10-6 m2.
Do cálculo anterior temos:
84