AçE PPQC Forma Ordinária - Pagamento

AÇÃO EXECUTIVA
CURSO DE SOLICITADORIA
ANO 2019/2020
AÇÃO EXECUTIVA PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA FORMA ORDINÁRIA
QUALQUER PRECEITO LEGAL REFERIDO SEM INDICAÇÃO DA RESPETIVA

PROVENIÊNCIA RESPEITA AO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
PAGAMENTO
MODOS DE PAGAMENTO - ART. 795/1/2
i. Entrega de dinheiro
ii. Adjudicação dos bens penhorados
iii. Consignação dos rendimentos dos bens
penhorados
iv. Pagamento em prestações
v. Acordo global
vi. Produto da sua venda
i. Pagamento por entrega de dinheiro – art. 798/1 …
Tendo a penhora recaído sobre moeda corrente,

depósito bancário em dinheiro ou outro direito de
crédito pecuniário cuja importância tenha sido
depositada - o exequente ou qualquer credor que
deva preteri-lo é pago do seu crédito pelo dinheiro
existente.
Constituindo entrega de dinheiro o pagamento por
cheque ou transferência bancária.
ii. Adjudicação de bens penhorados – art. 799
O legislador insere-a nos modos de pagamento e não no rol

das modalidades de venda executiva, apesar de alguns
doutrinadores considerarem a adjudicação “uma
modalidade de venda judicial que se realiza sobre proposta
prévia de aquisição do mesmo bem pelo exequente, ou
por credor reclamante com garantia sobre ele, à custa de
todo ou parte do respectivo crédito”, como Castro Mendes.
ii. Adjudicação de bens penhorados – art. 799/1
É uma modalidade especial da venda, que se traduz na

possibilidade que é concedida ao exequente ou a qualquer
credor reclamante de ser pago através da entrega de bens
penhorados por conta do respetivo crédito.
O exequente pode pretender que o seu crédito seja satisfeito, no

todo ou em parte, através da adjudicação a seu favor de bens
penhorados, desde que, não estejam em causa bens que
devam ser vendidos em mercados regulamentados ou de forma
direta a uma determinada entidade ou a quem tenham sido
prometidos vender, com eficácia real.
ii. Adjudicação de bens penhorados
Na adjudicação do bem, ao invés de ser vendido em sede

executiva para que com produto da venda se pague o
crédito exequendo ou algum crédito reclamando, o bem é
entregue ao próprio credor, em dação em cumprimento do
seu crédito.
Temos, neste caso, o credor a obter a satisfação direta do

crédito através de integração no seu património, dos bens
ou direitos penhorados ao devedor.
ii. Adjudicação de bens penhorados – art. 799/2
Pretensão essa, que também assiste a qualquer credor

reclamante, mas só sobre os bens em relação aos quais
tenha invocado a titularidade de um direito real de garantia.
Se bem que, se já tiver sido proferida sentença de

graduação de créditos, a pretensão do credor reclamante -
apenas é atendida quando o seu crédito tenha sido
reconhecido e graduado.
Requerimento de adjudicação – art. 799/3
No requerimento de adjudicação, dirigido ao AE deverá ser

indicado, pelo legitimado à adjudicação, o preço
oferecido pelos bens, que não poderá ser inferior a 85% do
seu valor base – art. 816/2 ex vi art. 799/3.
O requerimento de adjudicação pode ser apresentado em

qualquer altura do processo executivo, enquanto os bens
penhorados não forem vendidos.
Cabendo ao agente de execução fazer a adjudicação.
Requerida a adjudicação é feita publicidade da referida

proposta de preço, pelo AE, com antecipação de 10 dias -
art. 800.
art. 800/2 - o dia, a hora e o local para a abertura das

propostas (designados pelo juiz), são notificados ao
executado, aos que podiam requerer à adjudicação e, aos
titulares de direito de preferência, legal ou convencional
com eficácia real, na alienação dos bens.
Esta notificação destina-se a permitir aos interessados o

exercício do seu direito de preferência, em caso de
aceitação de alguma das propostas – art. 819.
A abertura das propostas
Tem lugar perante o juiz de execução sempre que a

adjudicação tenha por objeto um bem imóvel ou
estabelecimento comercial (art. 829), a não ser o caso, é
efetuada perante o AE, aplicando-se as formalidades
em relação à abertura das propostas ( art. 820).
Termos da adjudicação art. 801

Pode suceder que:
a) não seja apresentada qualquer proposta, nem ninguém

se apresente para exercer o direito de preferência – neste
caso é aceite o preço oferecido pelo requerente no seu
requerimento de adjudicação.
A consequência será a de ficar dispensado de depositar a

quantia que tiver oferecido, se esta não for necessária para
pagar a credores reclamantes que tenham sido graduados
antes do requerente e se não exceder a importância que
este tenha direito a receber - art. 815/1 ex vi art. 802.
b) seja apresentada proposta de maior preço do que

o oferecido pelo requerente da adjudicação - caso
em que se aplica o previsto para a venda mediante
propostas em carta fechada.
Sendo as propostas apreciadas pelo executado,

pelo exequente e pelos credores que tiverem
comparecido a essa diligência, mas, se não estiverem
presentes, considera-se aceite a proposta de maior
preço, salvo se esta for inferior a 85% do valor base –
art. 821/1.
c) Se o requerimento de adjudicação houver sido

posterior ao anúncio da venda por proposta em
carta fechada e a esta não se apresentar
qualquer proponente, os bens podem ser logo
adjudicados ao requerente.
Nos termos do estatuído no art. 802 - aplicam-se, ainda, à

adjudicação, com as devidas adaptações:
art. 815 - dispensa de depósito aos credores;

art. 824/2 - depósito do preço em falta pelo proponente ou
preferente;
art. 825/1/2 - consequências da ausência de depósito;
art. 827 - adjudicação e registo;
art. 828 - entrega dos bens;
art. 838 - anulação da venda e indemnização do comprador;
art. 839 - casos em que a venda fica sem efeito;
art. 840 - cautelas a observar no caso de protesto pela
reivindicação;
art. 841 - cautelas no caso da reivindicação sem protesto.
iii. Consignação de rendimentos – art 803
Consiste na afetação dos rendimentos dos bens

penhorados ao pagamento do crédito do exequente.
Podendo o exequente requerer ao AE que, enquanto
não se concretizar a venda ou a adjudicação, lhe sejam
consignados os rendimentos desses bens, em
pagamento do seu crédito – art. 656/1 CC
É condicionada pela natureza do objeto penhorado, só

tem lugar quando esteja em causa bens imóveis ou
móveis sujeitos a registo.
Consignação de rendimentos - art. 803/1/2/3/4
Legitimidade – só a tem o exequente – art. 803/1

Momento do pedido – entre a penhora e a venda ou
adjudicação do bem penhorado – art. 803/1
Requisitos – audição do executado – art. 803/2
Dispensa a convocação dos credores se requerida
antes de a ela se proceder –art. 803/3
Realiza-se por comunicação à conservatória, que a
regista por averbamento ao registo da penhora – art.
803/4
Consignação de rendimentos de bens em locação – art.

804/1/2 …
A consignação de rendimentos de bens que estejam

locados é efetuada mediante notificação aos respetivos
locatários.
Não havendo ainda locação ou se houver necessidade de

celebrar novo contrato, os bens são locados pelo AE, por
propostas ou por negociação particular.
Efeitos da consignação – art. 805/1/2 …
Realizada a consignação de rendimentos e pagas as

custas, a execução extingue-se e são levantadas as
penhoras que incidam sobre outros bens.
Todavia, se os bens vierem a ser vendidos ou

adjudicados, livres do ónus da consignação, o
consignatário é pago do saldo do seu crédito pelo
produto da venda ou adjudicação, com a prioridade
da penhora a cujo registo a consignação foi averbada.
iv. Pagamento em prestações – art. 806/1/2
O exequente e o executado podem celebrar um acordo de

pagamento em prestações da dívida exequenda.
Isto é, podem acordar que o pagamento da dívida exequenda

se faça em prestações.
Para o efeito, terão de definir esse plano de pagamento e
comunicá-lo ao AE até à transmissão do bem penhorado ou, no
caso de venda mediante propostas em carta fechada, até a
aceitação da proposta apresentada.
O que determinará a extinção da execução.

iv. Pagamento em prestações – art. 806
No anterior CPC, a celebração do acordo de pagamento

em prestações tinha por efeito a suspensão da execução
pelo período de tempo necessário ao cumprimento do
plano de pagamento convencionado, prevendo-se a
possibilidade de o exequente requer o prosseguimento da
execução em caso de incumprimento do executado.
Hoje determina a extinção da execução.

Garantia do crédito exequendo – art. 807
Celebrado um acordo de pagamento em prestações, o exequente

pode ou não prescindir da penhora feita na execução.
• Se prescindir da penhora já realizada, ficará desprotegido quanto à

garantia que lhe advinha da penhora do património do executado,
conquanto poderá convencionar com o executado outras garantias
adicionais.
• se o exequente não prescindir da penhora já realizada sobre o
património do executado, esta converte-se automaticamente em
hipoteca ou em penhor; devendo o AE comunicar a conversão à
conservatória competente.
Falta de pagamento - art. 808/1/2/3 …

Consequências:
A falta de pagamento de qualquer uma das prestações
acordadas, importa o vencimento imediato das prestações
seguintes.
Podendo o exequente requerer a renovação da execução
para satisfação do remanescente do seu crédito.
Se renovada, inicia-se pelos bens sobre os quais tenha sido

constituída hipoteca ou penhor, só podendo recair sobre outros
bens que integrem o património do executado se reconhecida
a insuficiência daqueles para prosseguir o fim da execução.
Caso os bens onerados com hipoteca ou penhor tenham sido
transmitidos a um terceiro e se o exequente pretender acionar a
garantia sobre esses bens, a execução renovada seguirá
diretamente contra o adquirente dos bens.
Tutela dos direitos dos restantes credores
É assegurada pelo art. 809/1, ao prever a possibilidade de

renovação da instância executiva, a requerimento de
qualquer credor reclamante, desde que o seu crédito esteja
vencido e pretenda a respetiva satisfação.
Feito tal requerimento, o art. 809/2 determina a notificação
do exequente, podendo este adotar uma das seguintes
posições:
i) desistir da garantia prevista no art. 807/1;
ii) requerer igualmente a renovação da execução, ficando
sem efeito o pagamento em prestações acordado.
v. Acordo global – art. 810/1/2/3 …
O acordo global abrange o exequente, o executado e os

credores reclamantes.
E pode revestir diversas modalidades, tais como:

• uma simples moratória,
• um perdão, total ou parcial, de créditos,
• a substituição, total ou parcial, de garantias ou
• a constituição de novas garantias.
A este acordo são aplicáveis, com as devidas adaptações,

o regime do acordo de pagamento em prestações entre o
exequente e o executado, quanto ao estatuído nos arts.
806 e 807/1.
Assim, a sua celebração determina a extinção da

execução e, havendo manifestação de vontade nesse
sentido, a conversão automática da penhora em hipoteca
ou penhor - art. 806 e 807/1 ex vi do art. 810/2.
Havendo incumprimento dos termos do acordo global, o

exequente e/ou o credor reclamante devem interpelar por
escrito o executado para que este faça cessar essa mora.
Se o executado não puser termo à mora, no prazo de 10

dias após essa interpelação, importará, na falta de
convenção expressa em sentido contrário, a caducidade
do acordo global, podendo o exequente ou o credor
reclamante requerer a renovação da execução para
pagamento do remanescente do crédito exequendo e dos
créditos reclamados.
vi. Venda no âmbito de Processo Executivo
Posteriormente à penhora dos bens e à convocação dos

titulares dos direitos, tem lugar a venda executiva
que é a operação destinada a promover

a venda dos bens penhorados de forma a que com o seu
produto possam ser satisfeitos os direitos do exequente e dos
credores reclamantes.
MODALIDADES DA VENDA – ART. 811

• venda mediante propostas em carta fechada – art. 816
• venda em mercados regulamentados – art. 830
• venda direta a pessoas ou entidades que tenham direito a
adquirir os bens – art. 831
• venda por negociação particular – art. 832
• venda em estabelecimento de leilão – art. 834
• Venda em depósito público ou equiparado – art. 836
• venda em leilão eletrónico – art. 837
Determinação da modalidade de venda – art. 812
Quando a lei não dispuser diferentemente, cabe ao AE decidir a modalidade

da venda, ouvidos o exequente, o executado e os credores com garantia
sobre os bens a vender.
Nas competências do AE, cabe a escolha da modalidade de venda e o valor
base de cada bem.
Contudo,
na venda de instrumentos financeiros
na venda de estabelecimento comercial superior a 500 UC
a modalidade da venda acha-se já determinada nos artigos referentes à

venda desses bens – art. 829 e 830.
Da decisão da determinação da venda tem de constar,

para além da modalidade da venda, relativamente a todos
ou a cada categoria de bens penhorados, também o valor
base dos bens a vender e, ainda, a eventual formação de
lotes, com vista à venda em conjunto de bens penhorados.
A decisão é notificada ao exequente, ao executado e aos

credores reclamantes de créditos com garantia sobre os
bens a vender, se houver discordância destes, cabe
reclamação para o juiz de execução, cuja decisão é
irrecorrível - art. 812/7.
Determinação do valor base dos bens
A determinação do valor base dos bens Imóveis a vender é

efetuada com base no art. 812/3, e corresponde ao maior dos
seguintes valores:
a) Valor patrimonial tributário - avaliação efetuada há menos
de seis anos;
b) Valor de mercado.
Em relação aos demais bens, o AE fixa o seu valor de base de

acordo com o valor de mercado.
art. 813 …
Venda antecipada de bens – art. 814
A requerimento do exequente, do executado ou do

depositário, pode o juiz autorizar a venda antecipada de
bens, quando estes não possam ou não devam conservar-
se, por estarem sujeitos a deterioração ou depreciação ou
existir clara vantagem na venda antecipada.
Dispensa de depósito do preço – art. 815

Se o exequente adquirir bens pela execução é dispensado
de depositar a parte do preço que não seja necessária
para pagar a credores graduados antes dele e que não
exceda a importância que tenha direito a receber.
Idêntica dispensa é concedida ao credor com garantia real
sobre os bens que vier a adquirir em sede executiva.
Com efeito, não faria sentido que o exequente ou o credor

tivessem de pagar o preço para, de seguida, serem
reembolsados desse mesmo preço.
No entanto, se os créditos ainda não se encontrarem

graduados, o exequente não terá que depositar mais do que a
parte que excede a quantia exequenda e o credor só terá que
depositar o excedente ao montante do crédito que tenha
reclamado sobre os bens adquiridos.
Mas, neste caso, os bens imóveis adquiridos ficam hipotecados
à parte do preço não depositada, consignando-se a garantia
no título de transmissão.
Se, por efeito da graduação de créditos, o adquirente não tiver

direito à quantia que deixou de depositar ou a parte dela, será
notificado para fazer o respetivo depósito no prazo de 10 dias,
sob pena de ser executado, começando a execução pelos
próprios bens adquiridos ou pela caução.
Venda mediante propostas em carta fechada - art. 816
Tem lugar nos casos em que a penhora tenha recaído sobre

bens imóveis que não devam ser vendidos através de uma
modalidade distinta.
Também se usa esta modalidade quando tenha sido

penhorado um estabelecimento comercial de valor superior a
500 UC , sob proposição do exequente, do executado ou de
um credor que seja titular de um direito real de garantia sobre
esse estabelecimento - art. 829/1.
Valor base e competência – art. 816/2
Quanto ao valor da venda a anunciar será de 85% do valor

base dos bens.
Deste modo, o bem penhorado não pode, em princípio, ser

vendido por um valor inferior a 85% do seu valor base,
exceto se o exequente, o executado e todos os credores
com garantia real sobre o bem a vender acordarem na
aceitação de uma proposta de valor inferior – art. 821/3.
Local de realização da venda
Faz-se no tribunal da execução – art. 816/3

Excecionalmente - pode ser determinado oficiosamente ou a
requerimento dos interessados que se realize no tribunal da
localização dos bens.
art. 817 …
Uma vez determinada a realização da venda mediante propostas em

carta fechada compete ao juiz designar o dia e hora para abertura das
propostas e cabe ao AE, 10 dias antes da abertura, afixar editais nas
portas dos prédios urbanos que pretende vender e anúncios na página
informática de acesso público http://www.tribunaisnet.mj.pt
Devendo constar do anúncio o nome do executado, a identificação

do AE, o dia, a hora, o local para abertura das propostas, a
identificação dos bens e os valores, assim como, a indicação das
horas em que o depositário mostra o bem a quem pretenda
examiná-lo.
E a informação, a ser o caso, se a sentença que se executa está

pendente de recurso, ou pendente oposição à execução ou à
penhora.
art. 819 … e art. 421 CC
Se existir um direito legal ou convencional de preferência

com eficácia real sobre os bens penhorados, os seu titulares
são notificados do dia, hora e local designados para a
abertura das propostas, a fim de poderem exercer o seu
direito no próprio ato, se alguma proposta for aceite.
Assim e sendo aceite alguma proposta, devem ser

interpelados os titulares do direito de preferência presentes
na diligência de abertura das propostas para que declarem
se pretendem exercer o seu direito – art. 823.
Se nessa circunstância, se apresentar mais de uma pessoa

com igual direito, abre-se licitação entre elas - sendo aceite
o lance de maior valor.
Todavia, mesmo que o preferente não tenha exercido o seu
direito de preferência no ato de abertura e aceitação das
propostas, pode, ainda assim, no prazo de 5 dias, contados
do termo do prazo do proponente ou preferente faltoso (
art. 825/3), efetuar o depósito do preço por este oferecido,
independentemente de nova notificação, a ele se fazendo
a adjudicação.
Como que “ressurge” o direito de preferência que se
extinguira por caducidade.
Entrega e abertura das propostas – art. 820

A entrega das propostas é efetuada na secretaria do tribunal
até à hora designada para a sua abertura.
São abertas perante o juiz e demais interessados presentes – o
AE deve estar presente.
Condição de admissibilidade das propostas – art. 824:

• Não devem ser inferiores a 85% do valor base fixado para o bem
( exceto art. 821/3)
• Devem ser acompanhadas de cheque visado à ordem do AE/
Secretaria – no valor correspondente a 5% do valor anunciado
ou garantia bancária no mesmo valor – art. 824.
Entrega e abertura das propostas – art. 820/4
As propostas após apresentação, só podem ser retiradas se a

sua abertura for adiada por um período superior a 90 dias em
relação à data primitivamente designada.
Aceitação das propostas – art. 820/2/3/5 …

• Se o preço mais elevado for apresentado por mais de um
proponente, abre-se licitação entre eles ( a não ser que
pretendam adquirir em compropriedade) - e aceita-se a
proposta de valor mais elevado – art. 820/2.
• Estando presente só um dos proponentes do maior preço -
pode esse cobrir a proposta dos outros.
• Mas, se nenhum deles estiver presente ou nenhum quiser
cobrir a proposta dos outros - procede-se a sorteio para
determinar a proposta que deve prevalecer.
O exequente, se estiver presente no ato de abertura das

propostas, pode manifestar vontade de adquirir os bens a
vender, abrindo-se logo licitação entre ele e o proponente do
maior preço, não estando este presente, pode o exequente
cobrir a proposta daquele.
Deliberação sobre as propostas – art. 821/1/2 …
As propostas são apreciadas pelo executado, pelo

exequente e pelos credores que hajam comparecido,
considerando-se aceite a proposta de maior preço, se
nenhum deles estiver presente, salvo o art. 821/3.
Não havendo acordo relativamente às propostas
apresentadas, prevalece o voto dos credores que, entre os
presentes, tenham maioria de créditos sobre os bens a que
a proposta se refere.
Auto de abertura e aceitação de propostas – art. 826
O AE elabora um auto, referente à abertura e à aceitação

das propostas, nele devendo mencionar, para cada
proposta aceite, o nome do proponente, bem como os
bens a que respeita e o seu preço.
Irregularidade ou frustração da venda - art. 822/1/2 …
As irregularidades referentes à abertura, licitação, sorteio,

apreciação e aceitação das propostas só podem ser
arguidas no próprio ato.
Não havendo proponentes ou a não serem aceites as
propostas apresentadas, proceder-se-á à venda por
negociação particular.
Depósito do preço – art. 824/2
Aceite alguma das propostas, o proponente ou preferente é

notificado para, no prazo de 15 dias, depositar numa
instituição de crédito, à ordem do AE/secretaria, a
totalidade ou a parte do preço em falta.
Falta de depósito – art. 825 …

Se naquele prazo (15 dias)o proponente ou preferente não tiver
depositado o preço em falta, o AE ouvidos os interessados na venda,
pode fazer uma de três coisas:
• Dar sem efeito a venda e aceitar a proposta de valor
imediatamente inferior.
consequência - o proponente perde o valor da caução que tiver
prestado.
• Dar sem efeito a venda e realizá-la mediante outra modalidade
mais adequada.
consequência - o proponente ou preferente remisso não é
admitido a adquirir novamente os mesmos bens e perde o valor
da caução prestado.
• Líquida a responsabilidade do proponente ou preferente remisso.
consequência - promover perante o juiz o arresto em bens
suficientes para garantir o valor em falta, acrescido das custas e
despesas, sem prejuízo de procedimento criminal e sendo aquele
executado no próprio processo.
Adjudicação – art. 827/1/2 …
Após pagamento integral do preço e cumprimento das

obrigações fiscais inerentes à transmissão – os bens são
adjudicados e entregues ao proponente ou preferente.
Emitindo o AE o Título de Transmissão a favor daquele, no qual
identifica o bem ou bens.
Registo
Promovidos pelo AE – que comunica a venda ao serviço de

registo competente, que procede ao registo do facto e,
oficiosamente, ao cancelamento das inscrições relativas aos
direitos que tenham caducado com a venda executiva ( art.
824/2CC).
Entrega dos bens – art. 828 …
O adquirente pode requerer, na própria execução, a

entrega dos bens contra o detentor, servindo de TE o título
de transmissão.
Se o bem vendido em sede executiva se encontrar na posse

formal de um terceiro, o adquirente do bem pode requerer
contra o detentor o prosseguimento da execução, seguindo
os termos da ação executiva para entrega de coisa certa.
Venda de bens em mercados regulamentados – art. 830
Devem ser vendidos em mercados regulamentados os

instrumentos financeiros e as mercadorias que neles tenham
cotação.
Ex: venda de ações penhoradas que tenham cotação nos
referidos mercados regulamentados.
Eis uma situação em qua a lei impõe a modalidade da

venda.
Venda direta – art. 831
Tem lugar quando os bens penhorados:
• devam ser entregues a determinada entidade,

• tenham sido prometidos vender, com eficácia real, a quem
queira exercer o direito de execução específica.
Nestes casos o bem deve ser-lhes vendido diretamente.
Situação em qua a lei também impõe a modalidade da venda.

Venda por negociação particular – art. 832

Há lugar a esta modalidade de venda, quando:
• Exequente ou executado proponham um comprador ou um

preço, sendo para tal necessário o acordo do outro;
• Exista urgência na venda, urgência reconhecida e
declarada pelo juiz (venda de bem que não é possível
conservar);
• Se frustre a venda mediante carta fechada/ depósito
público/leilão eletrónico devido à falta de proponentes;
• …
Realização da venda – art. 833/1/2
Ao determinar-se a venda por negociação particular, é

designa a pessoa que fica incumbida de a efetuar.
Pode ser encarregado o AE por acordo de todos os
credores e sem oposição do executado, ou
na falta de acordo ou havendo oposição, por
determinação do juiz.
No caso da venda de bens imóveis, pode ser designado
como encarregado da venda um mediador oficial.
Formalizada e concluída a venda, o preço é depositado

diretamente pelo comprador em instituição de crédito, à
ordem do AE/ secretaria, antes de lavrado o instrumento da
venda – art. 833/4
Venda em estabelecimento de leilão – art. 834/1/2 …
Esta modalidade de venda tem lugar, quando:
• o exequente, o executado ou o credor reclamante com

garantia sobre o bem em causa proponham a venda num
determinado estabelecimento e não haja oposição a essa
proposta, ou
• tratando-se de coisa móvel, o AE entenda que perante as
características do bem, se deva preterir a venda por
negociação particular (art. 832, al. e), indicando, neste
caso, o estabelecimento de leilão incumbido de a realizar.
Venda em depósito público ou equiparado – art. 836
Esta modalidade de venda tem lugar nos casos em que os

bens tenham sido para aí removidos e não devam ser
vendidos por outra forma.
A venda tem uma periodicidade mensal e é publicitada em

anúncio em página informática de acesso público, bem
como mediante a afixação de editais no armazém,
contendo a relação dos bens a vender e a menção da
eventual pendência de recurso em relação a sentença
condenatória que se execute, ou de oposição a execução
ou à penhora.
Venda em leilão eletrónico – art. 837
A Portaria n.º 282/2013, de 29.08, regulamenta os termos da

venda em leilão eletrónico de bens penhorados.
Define as regras de funcionamento da plataforma de leilão

eletrónico, administrada pela OSAE - www.e-leiloes.pt, nos
termos previstos no art. 837 e nos art. 20 e ss da Portaria n.º
282/2013, de 29/08.
A www.e-leiloes.pt - tem por principal objetivo a venda, em

leilão eletrónico, de bens penhorados no âmbito de processos
de execução em que tenha sido designado AE.
Salvaguardados os casos em que os bens penhorados

devam ser vendidos em mercados regulamentados (art.
830) ou de forma direta (art. 831), a venda de bens imóveis
ou móveis deve ser realizada, preferencialmente, em leilão
eletrónico, aplicando-se subsidiariamente a esta venda as
disposições relativas a venda em estabelecimento de leilão
- art. 837/1/3.
INVALIDADE DA VENDA
• anulação da venda executiva

• casos em que a venda fica sem efeito
• ação de reivindicação
Anulação da venda executiva – art. 838 …
A requerimento do comprador, quando se reconheça a

existência de:
• algum ónus ou limitação que não tenha sido tomada em

consideração e que exceda os limites normais inerentes aos
direitos da mesma categoria ou
• um erro sobre a coisa transmitida, por falta de conformidade
com o que foi anunciado.
Casos em que a venda fica sem efeito – art. 839 …

Casos em que a venda fica sem efeito – art. 839 …

Para além dos casos previstos no art. 838, as situações em que a
venda executiva fica sem efeito, são os constantes das alíneas
a) a d) do art. 839.
Quanto aos efeitos – art. 839/3 …

a restituição dos bens tem de ser pedida pelo executado no
prazo de 30 dias a contar da decisão definitiva, devendo o
comprador ser embolsado previamente do preço e das
despesas de compra.
Este é um prazo de caducidade – pois se não for exercido
extingue-se o direito de pedir essa restituição em momento
ulterior, consolidando-se, dessa forma, na ordem jurídica, o
direito de propriedade do comprador sobre esse bem.
Ação de reivindicação – art. 840 …
Se, antes de a venda ser efetuada, algum terceiro tiver

protestado pela reivindicação da coisa penhorada,
invocando ser titular de um direito próprio incompatível com
a transmissão, deve ser lavrado um termo de protesto.
Estando em causa a venda de bens móveis, estes não são
entregues ao comprador e o produto da venda não é
levantado sem ser prestada caução.
art. 840/2 …
Lavrado o respetivo termo, o autor do protesto dispõe de 30

dias para intentar a ação, sob pena de ser decretada a
extinção das garantias destinadas a assegurar a restituição dos
bens e o embolso do preço.
O mesmo sucede caso a ação permaneça parada, por
negligência do autor, durante 3 meses.
Se a ação for julgada procedente, o comprador fica com o
direito de retenção da coisa comprada, enquanto lhe não for
restituído o preço, podendo o proprietário reavê-lo dos
responsáveis, se tiver de o satisfazer para obter a entrega da
coisa reivindicada.
DIREITO DE REMIÇÃO – ART. 842
É um instrumento de proteção do património do executado,

pois permite que o mesmo se conserve na esfera dos seus
familiares diretos, em caso de adjudicação ou venda, sem
prejudicar a satisfação do crédito exequendo, nem as
legítimas expectativas dos credores, pois a remição é pelo
preço que tiver sido feita a adjudicação ou a venda.
A quem cabe o direito de remir
1) ao cônjuge que não esteja separado judicialmente de

pessoas e bens
2) aos descendentes do executado
3) aos ascendentes do executado
A ordem porque é deferido o direito de remição é a

supra indicada – art. 845
Prazo para o exercício do direito de remição - art. 843 …
No caso de venda por propostas em carta fechada - até à

emissão do título da transmissão dos bens para o
proponente ou nos cinco dias contados do termo do prazo
do proponente ou preferente faltoso ( depósito preço).
Nas demais modalidades de venda - até ao momento da
entrega dos bens ou da assinatura do título que a
documenta.
Predomínio do direito de remição sobre o direito de

preferência – art. 844
Usando uma expressão do Prof. Lebre de Freitas,

“O direito de remição é um direito de preferência
qualificado, na medida em que, em caso de concorrência,
prevalece sobre o direito de preferência em sentido estrito
(art. 844)”. Freitas, José Lebre. A ação executiva à luz do
Código de Processo Civil de 2013, p. 386.

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AÇÃO EXECUTIVA

QUALQUER PRECEITO LEGAL REFERIDO SEM INDICAÇÃO DA RESPETIVA

MODOS DE PAGAMENTO - ART. 795/1/2

i. Pagamento por entrega de dinheiro – art. 798/1 …

Tendo a penhora recaído sobre moeda corrente,

ii. Adjudicação de bens penhorados – art. 799

O legislador insere-a nos modos de pagamento e não no rol

ii. Adjudicação de bens penhorados – art. 799/1

É uma modalidade especial da venda, que se traduz na

O exequente pode pretender que o seu crédito seja satisfeito, no

ii. Adjudicação de bens penhorados

Na adjudicação do bem, ao invés de ser vendido em sede

Temos, neste caso, o credor a obter a satisfação direta do

ii. Adjudicação de bens penhorados – art. 799/2

Pretensão essa, que também assiste a qualquer credor

Se bem que, se já tiver sido proferida sentença de

Requerimento de adjudicação – art. 799/3

No requerimento de adjudicação, dirigido ao AE deverá ser

O requerimento de adjudicação pode ser apresentado em

Requerida a adjudicação é feita publicidade da referida

art. 800/2 - o dia, a hora e o local para a abertura das

Esta notificação destina-se a permitir aos interessados o

A abertura das propostas

Tem lugar perante o juiz de execução sempre que a

Termos da adjudicação art. 801

a) não seja apresentada qualquer proposta, nem ninguém

A consequência será a de ficar dispensado de depositar a

Termos da adjudicação art. 801

b) seja apresentada proposta de maior preço do que

Sendo as propostas apreciadas pelo executado,

Termos da adjudicação art. 801

c) Se o requerimento de adjudicação houver sido

Nos termos do estatuído no art. 802 - aplicam-se, ainda, à

art. 815 - dispensa de depósito aos credores;

iii. Consignação de rendimentos – art 803

Consiste na afetação dos rendimentos dos bens

É condicionada pela natureza do objeto penhorado, só

Consignação de rendimentos - art. 803/1/2/3/4

Legitimidade – só a tem o exequente – art. 803/1

Consignação de rendimentos de bens em locação – art.

A consignação de rendimentos de bens que estejam

Não havendo ainda locação ou se houver necessidade de

Efeitos da consignação – art. 805/1/2 …

Realizada a consignação de rendimentos e pagas as

Todavia, se os bens vierem a ser vendidos ou

iv. Pagamento em prestações – art. 806/1/2

O exequente e o executado podem celebrar um acordo de

Isto é, podem acordar que o pagamento da dívida exequenda

O que determinará a extinção da execução.

iv. Pagamento em prestações – art. 806

No anterior CPC, a celebração do acordo de pagamento

Hoje determina a extinção da execução.

Garantia do crédito exequendo – art. 807

Celebrado um acordo de pagamento em prestações, o exequente

• Se prescindir da penhora já realizada, ficará desprotegido quanto à

Falta de pagamento - art. 808/1/2/3 …

Se renovada, inicia-se pelos bens sobre os quais tenha sido

Tutela dos direitos dos restantes credores

É assegurada pelo art. 809/1, ao prever a possibilidade de

v. Acordo global – art. 810/1/2/3 …

O acordo global abrange o exequente, o executado e os

E pode revestir diversas modalidades, tais como:

A este acordo são aplicáveis, com as devidas adaptações,