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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA.

FACULDADE DE DIREITO.

Resumo Da Lei De Bases das Instituíções Financeiras.

O Docente:

____________________

Prof. Miguel de Carvalho

Nome: Dionel da silva Ribeiro Nº 13735

Período: Pós laboral

Luanda, Abril de 2021.


L EI DE B ASE DAS I NSTITUIÇÕES F INANCEIRAS

A abordagem relativa à Lei de Base das Instituições Financeiras nº


12/15 de 17 de Junho torna-se importante no âmbito da cardeira de
Direito Bancário e dos Seguros, pois a matéria por ela tratada ocupa
um realce no tratamento jurídico concernente ao processo de
estabelecimento, no exercício da actividade, na supervisão, no
processo de intervenção e no regime sancionatório das instituições
bancárias e de seguros, enquanto instituições financeiras e todas
outras que assim se caracterizam.

As instituições financeiras bancárias e não bancárias são regidas por


normas que definem o exercício das suas actividades, supervisão, o
processo de intervenção e o regime sancionatório das mesmas, com
base nessa mesma lei; porém, as instituições financeiras bancárias e
não bancárias que revistam a natureza societária, que pertencem ano
sector empresarial público, não estão sujeitas à fiscalização prévia do
Tribunal de Conta, nem a fiscalização sucessiva no que diz respeito ao
exercício das suas operações.

A lei clarifica, no seu artigo 2º, os mais diversos conceitos ligados às


instituições financeiras, assim com os elementos relevantes e
característicos das mesmas. Entende Instituições Financeiras como
sendo empresas de direito público ou privado que exerçam actividade
financeira bancarias e não bancárias, nos termos da lei. Importante
aqui realçar, no âmbito das instituições financeiras, os conceitos e as
diferenças entre Instituições Financeiras Bancárias e Instituições
Financeiras não Bancárias. Sendo que o Banco nacional de Angola
pode estabelecer diferentes tipologias de Instituições Financeiras
Bancárias.

Essa lei entende Instituições Financeiras Bancárias como bancos,


empresas cuja actividade principal consiste em receber do público
depósitos ou outros fundos reembolsáveis, a fim de os aplicar por
conta própria, mediante a concessão de crédito. Também desenvolvem
actividades ligadas aos serviços de pagamentos, emissão de moedas
electrónicas, etc., bem como as acções previstas para a Instituições
Financeiras não Bancárias.

Relativo às Instituições Financeiras não Bancárias, sua actividade


principal consiste na actuação de mercados intercâmbios;
compromissos, bem como a locação financeiras; tomada de
participação no capital de sociedade; mediação de seguros; a
prestação de informação comercial; consultoria das empresas em
matéria de estrutura de capital, de estratégia empresarial e de
questões conexas; bem como consultoria e serviços no domínio da
fusão; compra de empresa e também a alocação de bens nos termos,
nos termos permitidos às sociedades sociedade de locação financeira.
As Instituições Financeiras não Bancárias ligadas à moeda e crédito 1 ,
estão sujeitas à jurisdição do Banco Nacional de Angola.

 A referida lei regula em dez capítulos os seguintes aspectos, no


âmbito das Instituições Financeiras:

 Sobre as Disposições Gerais:


Esclarece o objecto a que se propõe regular, apresenta também
diversos conceitos ligados às instituições financeiras, descreve o
regime jurídico das instituições financeiras, suas actividades e
espécies.

 Sobre a Autorização das Instituições Financeiras Bancárias com


Sede em Angola:
Neste capítulo a lei apresenta os requisitos necessários as
instituições financeiras bancárias com sede em Angola, sua
composição, funcionalidade e capital social.

 Sobre a Actividade no Estrangeiro:


As instituições financeiras bancárias com sede em Angola que
pretendam estabelecer filial ou sucursal no estrangeiro devem
notificar previamente desse facto a Banco Nacional de Angola,
especificando as seguintes elementos: Pais onde se propõe
estabelecer a filial ou sucursal; programa de actividades, no qual
sejam indicados, nomeadamente, o tipo de operações a realizar e a
estrutura de organização da sucursal, identificação dos responsáveis
da filial e da sucursal e o
endereço da filial ou sucursal no país de acolhimento.

 Sobre a Actividade em Angola:


Determina que a actividade desenvolvida de em território nacional de
instituições financeiras bancárias com sede no estrangeiro deve
observar a legislação angolana e apresenta alguns critérios de
funcionalidade.

 Sobre o Registo:
Determina, claramente, que as instituições financeiras bancárias não
podem iniciar a sua actividade enquanto não se encontrarem inscritas
em registo especial no Banco Nacional de Angola; faz menção aos
elementos sujeitos ao registo e seus critérios.

 Sobre a Supervisão e as Competências do BNA:


Compete ao Banco Nacional de Angola a regulação e orientação dos
mercados monetário e cambial de acordo com a Lei do Banco Nacional
de Angola e a presente Lei.

1
A lei define crédito como sendo o acto pelo qual uma instituição financeira bancária ou não bancária,
agindo a título oneroso, coloca ou promete colocar fundos à disposição de uma pessoa singular ou
colectiva, contra a promessa de esta lhos restituir na data de vencimento, ou contrai, no interesse da
mesma, uma obrigação por assinatura, tal como uma garantia.
É da competência do BNA estabelecer o capital mínimo das
instituições financeiras bancárias e a forma de realização do mesmo,
bem como as modalidades de subscrição do capital.

Para além da condução, execução, acompanhamento e controlo das


políticas monetária, financeira, cambial e de crédito no âmbito da
política económica do Poder Executivo, compete ainda ao Banco
Nacional de Angola:

- Actuar como banqueiro único do Estado;

- Aconselhar o Executivo nos domínios monetários, financeiro e


cambial;

- Participar com o Poder Executivo na definição, condução, execução,


acompanhamento e controlo a política cambial e respectivo mercado;

- Agir, como intermediário, nas relações monetárias internacionais do


Estado;

- Velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando,


com essa finalidade, a função de financiador de última instância;

- Gerir as disponibilidades externas do país que lhe estejam


cometidas, sem prejuízo do disposto em Lei especial;

- Participar na elaboração da programação financeira anual do


Executivo, de modo
a compatibilizar a gestão das reservas cambiais e o crédito a conceder
pelo Banco Nacional de Angola com as necessidades de estabilização
e desenvolvimento da economia.

Compete, igualmente, ao Banco Nacional de Angola:

- Garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e


tratamento das estatísticas monetárias, financeiras e cambiais e
demais documentação, nos domínios da sua actividade por forma a
servir como instrumento eficiente de coordenação, gestão e controlo;
- Elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa
do País, assim como efectuar a sua gestão;

- Elaborar a balança de pagamentos externos do País.

Ainda é competência do BNA a autorização das instruções de pedidos


recebidos das Instituições Financeiras Bancárias, que deverá exigir os
seguintes elementos: projectos e estatutos, informação detalhada
sobre a solidez financeira, Estado de viabilidades económica e
financeira, identificação dos accionistas, documento comprovativo da
proveniência dos fundos das operações, etc.. assim como a revocação
da autorização com os devidos fundamentos legais previstos no artigo
29º e suas formas pelo artigo 30º.

 Sobre as Instituições Financeiras Não Bancárias:


A Lei determina os requisitos das instituições financeiras não
bancárias com sede em Angola, seus capitais, competências, regras
de conduta; por outro lado, determina também os requisitos das
actividades em Angola de Instituições Financeiras não Bancárias com
Sede no Estrangeiro.
A intervenção do Organismo de Supervisão do Mercado
de Valor de Mobiliários é outro assunto abordado nesse apartado.

 Sobre o Processo de Intervenção em Instituições Financeiras:


O organsino de supervisão, já trás aflorado, pode adoptar as medidas
previstas nesse capítulo capitulo, relativamente a instituições
financeiras, com os seguintes objectivos: Assegurar a continuidade da
prestação dos serviços financeiros essenciais, acautelar a risco
sistémico, salvaguardar os interesses dos contribuintes e do Estado e
Salvaguardar a confiança dos depositantes.

 Sobre o Infracções e Sanções:


A lei abre a possibilidade da punição dos actos contrários à lei e à
moral praticados pelas Instituições Financeiras, bem como aos seus
responsáveis. Designa claramente os diferentes tipos de punição,
suas causas e consequências.

Não menos importante é aclararmos que estão bem definidas as regras


de conduta, as competências técnicas, o segredo profissional, o dever
de informação e assistência aso clientes, no âmbito da supervisão
comportamental das instituições financeiras.

As instituições financeiras são obrigadas apresentar ao organismo de


supervisão competente, no prazo este determino, as informações
necessárias à verificação do seu grau de liquidez e solvabilidade e
outras no âmbito legal.

Convém que digamos que a lei define claramente para as instituições


financeiras, os valores pecuniários e suas modalidades relativos às
actividades ilícitas e contravenções, assim como os requisitos para a
manutenção da autorização para o exercício da sua actividade.

A lei dita a obrigatoriedade dos membros dos órgãos de


administração, bem como as pessoas que exerçam cargos de direcção,
gerência, chefia e similares, de observarem critérios de idoneidade e
disponibilidade que dêem garantia de sã e prudência da instituição
bancárias, tendo em vista, de modo particular, a segurança dos fundos
confiados à instituição.

“O Titular do Poder Executivo, sob proposta do Banco Nacional de


Angola, pode alterar os limites máximos e extremos das multas
previstas na presente lei.” 2

 Disposições Finais e Transitórias


As disposições finais e transitórias dessa lei dizem respeito,
essencialmente, a forma de realização dos actos e contratos, a forma e

2
Vide artigo 153º
publicidade dos actos dos organismos de supervisão e sobre o dever
de arquivo.
=
Para concluir esse apartado, importar   dizer que o progresso de
qualquer economia moderna está associado ao funcionamento
eficiente do seu sistema financeiro. É o sistema financeiro que
disponibiliza recursos para o início de novas actividades económicas
ou para o desenvolvimento de novos projectos e iniciativas.

BIBIOGRAFIA

Principal Consulta:
- Lei 12/15 – Lei de Base das Instituições Financeiras, 17 de Junho

Outras Consultas:
- Constituição de Angola - 2010
- Lei Constituição de Angola - 1975
- Lei Constitucional de Angola – 1992
- SANTOS, Morais. Políticas e Funcionamento das Instituições
Financeiras. Editora Paulus, São Paulo, 2013

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