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DIREITO CONSTITUCIONAL

Tavares Daniel José Chivinda - Professor e Advogado


Tavarestchuvila@gmail.com
DIREITO CONSTITUCIONAL: NOÇÕES FUNDAMENTAIS
Tavares Daniel José Chivinda - Professor e Advogado
AULA I

1. Teoria do Poder Constituinte

2. Teoria da Constituição

3. Processo de Revisão Constitucional


DIREITO CONSTITUCIONAL: NOÇÕES FUNDAMENTAIS
Tavares Daniel José Chivinda - Professor e Advogado

Conceito de Direito Constitucional

Direito Constitucional é o mais importante ramo do Direito Público Interno

(Administrativo, Tributário, Financeiro, Económico, Penal, Processual, Urbanístico,

Internacional) porquanto “é um “sistema de princípios e de normas que fixam a

organização, o funcionamento e os limites do poder público do Estado, assim

como estabelecem os direitos das pessoas que pertencem à respetiva

comunidade política.” (Gouveia, 2014: 23).


DIREITO CONSTITUCIONAL: NOÇÕES FUNDAMENTAIS
Tavares Daniel José Chivinda - Professor e Advogado

1.Teoria do Poder Constituinte


Poder Constituinte “é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo,
social e juridicamente organizado.” A ideia de Poder Constituinte vincula-se ao surgimento
de Constituições escritas, visando limitar o poder do Estado e assegurar os direitos e
garantias individuais. (Moraes, 2014: 24)

Poder constituinte é a “faculdade que todo povo possui de fixar as linhas mestras e
fundamentais sob as quais deseja viver.” (Bastos, 1995: 32)

Poder constituinte se revela sempre como uma questão de “poder”, de “força” ou de


“autoridade” política que está em condições de, numa determinada situação concreta, criar,
garantir ou eliminar uma Constituição entendida como lei fundamental da comunidade política.”
(Canotilho, 2003: 65)
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Espécies de Poder Constituinte
i) Poder Constituinte Originário.
ii) Poder Constituinte Derivado.

i) O Poder Constituinte Originário é o que elabora a Constituição de um novo Estado,


organiza e cria os poderes que regerão a comunidade. (Moraes, 2014:25)

Formas de manifestação do Poder Constituinte Originário


O Poder Constituinte Originário manifesta-se mediante Assembleia Constituinte ou Convenção e
por meio de Movimento Revolucionário ou Outorga.
Revolucionário ou Outorga: consiste no estabelecimento de uma nova Constituição de
forma unilateral pelo agente revolucionário, que autolimita o seu poder. A primeira Constituição
de um novo Estado que conquista a sua liberdade política é Revolucionária. (Ibid.: 26) (Exemplo:
Constituição de 1975) O mesmo ocorre com o Golpe de Estado que manifesta-se sobre as
ruínas de uma ordem jurídica anterior esmagada. (Bonavides, 2004: 150)
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Assembleia Constituinte ou Convenção: nasce da deliberação da representação


popular, devidamente convocada, para estabelecer o texto organizatório e limitativo
de Poder. (Moraes, 2014: 26) (Exemplo: Constituição de 2010) Manifesta-se em
períodos de relativa normalidade, observando preceitos jurídicos democráticos
vigentes. (Bonavides, 2005: 150)

Para Jorge Bacelar Gouveia (2014: 117), “a Lei nᵒ12/91 não foi uma lei de revisão
constitucional, mas um novo texto constitucional, exprimindo um novo poder constituinte que
posteriormente desabrocharia em várias vagas.” (Vide Preâmbulo).
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Características do Poder Constituinte Originário

Inicial: a Constituição elaborada por ele torna-se a nova base da ordem jurídica e política
do Estado.

Ilimitado e Autónomo: não existe limitação imposta pelo direito positivo anterior.

Omnipotente e incondicionado: porque não está subordinado a qualquer forma


prefixada para manifestar sua vontade.

Permanente: não esgota a sua titularidade, que pode manifestar-se novamente mediante
Revolução, Golpe de Estado ou Assembleia Constituinte.
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ii) O Poder Constituinte Derivado


É exercido quando são realizadas alterações ou emendas na Constituição,
tendo em conta o processo legislativo que a própria Constituição prevê.
(Bastos, 2014: 40)

O Poder Constituinte Derivado está inserido na Constituição em vigor, e tem


por objeto a reforma do texto constitucional, observando os limites
impostos por ela. (Bonavides, 2005: 146) (cfr. 233.º ss CRA)
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Características do Poder Constituinte Derivado

Derivado: porque retira sua força do Poder Constituinte originário.

Subordinado: pois encontra-se limitado pelas normas expressas e implícitas


do texto constitucional, às quais não poderá contrariar, sob pena de
inconstitucionalidade.

Condicionado: porque seu exercício deve seguir as regras previamente


estabelecidas no texto da Constituição.
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Espécies de Poder Constituinte Derivado

O Poder Constituinte Derivado subdivide-se em: Poder Constituinte Reformador e


Poder Constituinte Decorrente. (Moraes, 2014: 27)

Poder Constituinte Derivado Reformador: é a possibilidade de alterar o texto


constitucional, respeitando a regulamentação especial prevista na própria Constituição, e é
exercido por órgãos com caráter representativo, no caso angolano é a Assembleia
Nacional. (cfr. art.º 233.º da CRA)

Poder Constituinte Derivado Decorrente: é a possibilidade que os Estados-membros,


nas Repúblicas Federativas, em virtude de sua autonomia político-administrativa, possuem
de se auto-organizar por meio de suas respectivas Constituições estaduais, respeitando as
regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.
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2.Teoria da Constituição
Conceitos de Constituição:

• É a Lei Fundamental e suprema de um Estado. Nela constam normas referentes à


estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e
aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e
deveres dos cidadãos, bem como os órgãos competentes para a edição de normas
jurídicas, legislativas ou administrativas. (Moraes, 2014: 6).

• É um Sistema aberto de Valores, Princípios e Regras Constitucionais, que regulam a i)


forma do Estado, ii) sistema de Governo, iii) forma de aquisição e exercício do Poder Político,
iv) Direitos, Liberdades e Garantias Fundamentais dos Cidadãos, e v) Garantias da
Constituição.
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Classificação das Constituições quanto à estabilidade do texto

As Constituições podem ser: rígidas, flexíveis, e semirrígidas:

Constituições são rígidas: quando o procedimento de modificação da Constituição é


mais complexo do que aquele estipulado para a criação de legislação infraconstitucional.
(Barroso, 2009: 81)

Para Gouveia (2014: 635), a Constituição angolana é hiper-rígida, em razão


dos limites impostos para a revisão do texto constitucional. (cfr arts. 233.º à 237.º) (art.
159.º CRA)
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Constituições são flexíveis: quando podem ser modificadas pela atuação do


legislador ordinário seguindo o procedimento adotado para a edição de
legislação infraconstitucional. (Barroso, 2009: 81) Ou seja, a Constituição é
flexível quando pode ser livremente modificada pelo legislador mediante o
mesmo processo de elaboração de leis ordinárias. (Silva, 2005: 42)

Constituições são semirrígidas ou semiflexíveis: quando parte da


Constituição, geralmente as normas consideradas materialmente
constitucionais, só podem ser alteradas mediante um procedimento mais
dificultoso, enquanto a restante pode ser modificada pelo legislador, segundo
o processo previsto para a edição de legislação infraconstitucional. (Barroso,
2009: 81) Isto é, a Constituição semirrígida ou semiflexível possui uma parte
rígida e outra flexível. (Silva, 2005: 42)
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Classificação das Constituições quanto à forma

As Constituições podem ser: escritas ou instrumentais; e não escritas ou costumeiras.

Constituição escrita ou instrumental: é o conjunto de regras codificadas e


sistematizadas em um documento, que determina a organização fundamental de um
Estado. Trata-se do mais alto estatuto jurídico de uma comunidade, dotado de
coercibilidade, caracterizando-se por ser a lei fundamental de uma sociedade. (Moraes,
2014: 8).V.g., CRA.

Constituição não escrita ou costumeira: é o conjunto de regras baseadas em leis


esparsas, costumes, jurisprudências e convenções. Tais regras não são congregadas em um
texto escrito solene. (Moraes, 2014: 8) Ex. : Constituição Inglesa.
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Classificação das Constituições quanto à origem

As Constituições podem ser: populares, democráticas ou promulgadas; e


outorgadas:

Constituições promulgadas, democráticas ou populares: são aquelas


que derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte
composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua
elaboração. (Moraes, 2014: 9) (Ex. CRA de 2010)

Constituições outorgadas: são elaboradas e estabelecidas sem a


participação popular. (Silva, 2005: 41) (Ex. Constituições de 1975 e 1991)
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Classificação das Constituições quanto ao modo de elaboração
As Constituições podem ser: dogmáticas; históricas ou costumeiras:

Constituição dogmática: é um produto escrito e sistematizado por um


órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria
política e do direito dominante. (Moraes, 2014: 8) Isto é, a Constituição
dogmática é escrita e elaborada por um poder constituinte que sistematiza
os dogmas ou ideias fundamentais do direito e da política, dominantes no
momento da sua concepção. (Silva, 2005: 41)

Constituição histórica ou costumeira: resulta da lenta e contínua


síntese da História e tradições de um determinado povo. (Moraes, 2014: 9)
Esta Constituição não é escrita e é fruto da lenta formação histórica, da lenta
evolução das tradições e dos factos sociais e políticos que se cristalizaram
como normas fundamentais do Estado. (Silva, 2005: 41)
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3. Processo de Revisão da Constituição.


Cláusulas Pétreas ou Cláusulas de Intangibilidade e demais limites para
revisão constitucional.
A Constituição da República de Angola estabeleceu limites: orgânicos, procedimentais ou
formais, temporais, materiais e circunstanciais para a sua revisão. (Gouveia, 2014: 635)
Limites orgânicos: O órgão que possui competência exclusiva para revisar a Constituição
é a Assembleia Nacional. (cfr. art.º 234.º, n.ᵒ 1, da CRA)
Limites procedimentais ou formais: A iniciativa de revisão da Constituição é de
competência do Presidente da República ou de um terço dos Deputados à Assembleia
Nacional em efectividade de funções. (art. 233.º) As alterações ao texto constitucional
devem ser aprovadas por maioria de dois terços dos Deputados em efectividade de
funções. (art. 234.º nᵒ 1, da CRA) É vedado ao Presidente da República recusar a
promulgação da revisão constitucional, podendo, no entanto, submete-la ao Tribunal
Constitucional para proceder o Controlo de Constitucionalidade Preventivo. (art. 234, nᵒ 2,
da CRA) As alterações devem ser reunidas em uma única lei de revisão e publicada junto
com a Constituição. (art. 234.º nᵒ 3 e 4, da CRA)
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Limites temporais: A Constituição pode ser revisada pela Assembleia Nacional após 5
anos da sua revisão ordinária, porém admite a revisão extraordinária, a qualquer tempo, por
deliberação de uma maioria de dois terços dos Deputados em efectividade de funções. (art.
235.º)

Limites materiais: As Cláusulas Pétreas ou Cláusulas de Intangibilidade são Limites


Materiais inscritos na Constituição acerca de matérias que ficam fora do alcance do
legislador constituinte derivado. Tais matérias limitam o poder de reforma constitucional,
uma vez que condensam as decisões políticas essenciais, bem como os valores mais
elevados de uma ordem jurídica. Além do mais, funcionam como princípios fundamentais
que orientam a interpretação constitucional. (Barroso, 2009: 159)
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Limites temporais: A Constituição pode ser revisada pela Assembleia Nacional após 5
anos da sua revisão ordinária, porém admite a revisão extraordinária, a qualquer tempo, por
deliberação de uma maioria de dois terços dos Deputados em efectividade de funções. (art.
º 235.º)

Limites materiais: As Cláusulas Pétreas ou Cláusulas de Intangibilidade são Limites


Materiais inscritos na Constituição acerca de matérias que ficam fora do alcance do
legislador constituinte derivado. Tais matérias limitam o poder de reforma constitucional,
uma vez que condensam as decisões políticas essenciais, bem como os valores mais
elevados de uma ordem jurídica. Além do mais, funcionam como princípios fundamentais
que orientam a interpretação constitucional. (Barroso, 2009: 159)

As Cláusulas Pétreas não podem ser alteradas nem mesmo mediante Emendas à
Constituição, e estão inseridas na Constituição da República de Angola em seu artigo 236.º
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Limites circunstanciais: A Constituição não pode ser revisada na vigência do estado de


guerra, do estado de sítio ou do estado de emergência. Trata-se de estado de excepção
constitucional ou de necessidade constitucional que restringe os direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos em favor das autoridades. São medidas de carácter temporário
adotadas até o restabelecimento da normalidade constitucional. (art.º 237.º c/c arts. 58.º;
119.º, m, o, p; 164.º, k; 204.º da CRA)
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Exercícios

Marque V ou F:

a) ( ) A Constituição é flexível quando pode ser livremente modificada pelo legislador


mediante o mesmo processo de elaboração de leis ordinárias.
b) ( ) A Constituição escrita é o conjunto de regras baseadas em leis esparsas,
costumes, jurisprudências e convenções.
c) ( ) A Constituição promulgada ou democrática é elaborada e estabelecida sem a
participação popular.
d) ( ) A Constituição pode ser revista na vigência de estado de necessidade
constitucional.
e) ( ) A Constituição é rígida quando o procedimento de modificação da Constituição
é mais complexo do que aquele estipulado para a criação de legislação infraconstitucional.
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Exercícios

Sobre o Poder Constituinte, marque V ou F.


I -[ ] O Poder Constituinte Derivado é aquele que é exercido quando são realizadas alterações ou
emendas na Constituição, tendo em conta o processo legislativo que a própria Constituição prevê.
II- [ ] O Poder Constituinte Originário é Ilimitado pois existe restrição imposta pelo direito positivo
anterior.
III-[ ] O Poder Constituinte é Permanente, pois esgota sua titularidade após aprovação da
Constituição.
IV-[ ] Compete ao Poder Constituinte Derivado elaborar a Constituição de um novo Estado,
organizar e criar os poderes que regerão a comunidade.
V-[ ] A manifestação do Poder Constituinte mediante Revolução ou Outorga consiste no
estabelecimento de uma nova Constituição de forma unilateral pelo agente revolucionário ou
golpista, que autolimita o seu poder.
Marque com um (X) a combinação correta:
(a)[ ] I e II
(b)[ ] I, III, IV
(c)[ ] I e V
(d)[ ] I, IV,V
(e)[ ] I, III,V
(f) [ ] Todas as combinações estão incorretas
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Exercícios
Sobre a classificação das constituições marque V ou F.
I - [ ] É verdadeiro que a Constituição angolana de 2010 é rígida, escrita e costumeira.
II- [ ] Não é falso que a Constituição angolana de 2010 é outorgada, dogmática e flexível.
III- [ ] É não-falso que a Constituição angolana de 2010 é não- escrita, flexível e
democrática.
IV- [ ] Não é falso que a Constituição angolana de 2010 é escrita e rígida.
V- [ ] É não-falso que a Constituição angolana de 2010 é democrática e dogmática.

Marque com um (X) a combinação correta:


(a) [ ] I e II
(b) [ ] II e IV
(c) [ ] III, IV,V
(d) [ ] IV e V
(e) [ ] I e IV
(f) [ ] Todas as combinações estão corretas
(g) [ ] Nenhuma combinação está correta
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Exercícios
Caso Prático hipotético:
Após ouvir a Comissão Permanente da Assembleia Nacional, o Presidente da República de
Angola, por meio do Decreto Presidencial n.º 81/20, de 25 de Março, declarou o Estado
de Emergência, com fundamento no facto de que o país atravessava uma situação de
iminente calamidade pública, em todo o território nacional, com a duração de 15 dias,
iniciando-se às 0h:00 do dia 27 de Março de 2020 e cessando às 23h:59 do dia 11 de Abril
de 2020, podendo ser prorrogado nos termos da lei. Para assegurar o isolamento social, o
Decreto autorizou a prática de tortura pelas forças de defesa e segurança contra os
cidadãos incumpridores.
Para garantir o sucesso do isolamento social e evitar o contágio em larga escala, a
Assembleia Nacional aprovou por uma maior de 1/3 dos Deputados em efectividade de
funções a adoção da pena de morte.

Identifique as inconstitucionalidades acima e fundamente a resposta.

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