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EI, ALGUÉM QUER FALAR DE RACISMO AÍ??

Estamos quase chegando em  novembro, mês em que  se comemora, no dia


20  o Dia da Consciência Negra. Data escolhida para homenagear a morte de
Zumbi dos Palmares.

Daqui a pouco iniciam as postagens daquelas frases, retiradas da internet,


cujo propósito é único  e exclusivamente diminuir a luta antirracista.  Frases
que todos já leram por aí. Vou dar um exemplo:

“A gente não precisa um de um Dia da Consciência Negra, branca, parda,


amarela ou albina. Nós precisamos de 365 dias de consciência social”

O ator estadunidense Morgan Freeman disse também  uma bem polêmica  no
contexto de uma entrevista, em que afirma que “O dia em que pararmos de
nos preocupar com consciência negra, branca, amarela e nos preocuparmos
com consciência humana, o racismo deixa de existir.”

Nunca li uma frase mais inverídica  do que essa. Pois então se pararmos de falar na fome ele deixa de
existir??? Se nunca mais  mencionarmos  a palavra doença, ela não mais aparecerá???

É necessário falar de racismo sim porque, após a vinda dos  africanos para o território brasileiro, ele nunca
mais deixou de existir .

É necessário falar de racismo sim para reconstruir não só o que ele destrói nas pessoas, mas também para
combater  as múltiplas formas que ele assume na sua dinâmica e função social que é de humilhar e oprimir
pessoas e grupos sociais.

Existe racismo no Brasil?? Faça o teste do Pescoço e descubra.

 Andando pelas ruas, meta o pescoço dentro das joalherias e conte quantos negros/as são balconistas?
 Vá em quaisquer escolas particulares, sobretudo as de ponta como: Objetivo, Dante Alighieri, Pitágoras,
Bernoulli, entre outras e espiche o pescoço para dentro das salas e conte quantos alunos negros/as há.
Aproveite e conte quantos professores são negros/as e quantos estão varrendo o chão.
 Vá em hospitais tipo Sírio Libanês ou Albert  Einsten, enfie o pescoço nos quartos e conte quantos
pacientes são negros, meta o pescoço a contar quantos médicos negros há, e aproveite para meter o
pescoço nos corredores e conte quantos negros/as limpam o chão.
 Quando der uma volta num Shopping, ou no centro comercial de seu bairro, gire o pescoço para as
vitrines e conte quantos manequins de loja representam a etnia negra consumidora. Enfie o pescoço
nas revistas de moda, nos comerciais de televisão e conte quantos modelos negros fazem publicidade 
de perfumes, carros, viagens e vestuários.
 Visite universidades públicas, enfie o pescoço adentro e conte quantos negros há por lá: professores,
alunos e serviçais.

(Obs.: É bem verdade que agora,, esse número tem aumentado paulatinamente, e isso é ótimo.)

 Espiche o pescoço numa reunião de partidos políticos como PSDB e DEM. Conte quantos políticos
são negros desde a fundação dos mesmos, e depois reflitam a respeito de serem contra todas as
reivindicações da etnia negra.
 Gire o pescoço 180º nas passeatas dos médicos, em protesto contra os médicos cubanos que
possivelmente irão chegar, e conte quantos médicos/as negro/as marchavam.
 (Obs.: os médicos cubanos chegaram e se foram, mas a situação de lá pra cá não mudou muito.)

 Meta o pescoço nos presídios, nos orfanatos e  nas casas de correção para menores, conte quantos
brancos são, é mais fácil.
 Gire o pescoço a procurar quantas empregadas domésticas, babás, faxineiros, favelados, mendigos
são de etnia branca. Depois pergunte-se qual a causa dos descendentes de europeus, ou orientais,
não serem  vistos embaixo da pontes ou em favelas ou na mendicância ou varrendo o chão.
 Espiche bem o pescoço na hora do Globo Rural e conte quantos fazendeiros são negros, depois tire a
conclusão de quantos são sem-terra, quantos são sem teto. No programa da Rede Globo Pequenas
Empresas & Grandes Negócios, quantos empresários são negros?
 Nas programações das TVs abertas, acessível à maioria da população, gire o pescoço nas
programações e conte quantos apresentadores, jornalistas ou âncoras de jornal, artistas em estado de
estrelato, são negros. Onde as crianças negras se vêem representadas?
 Enfie seu pescoço dentro das instituições bancárias e conte quantos negros são gerentes, quantos
são caixas, quantos estão em cargos de chefia e quantos são faxineiros. Se puder, espiche o pescoço
e conte quantos negros são donos de banco?
 Vá num dos bairros mais caros de sua cidade, de seu estado, gire seu pescoço pelas ruas, dentro das
casas, no comércio. Quantos negros são moradores? Quantos são seguranças e empregados
domésticos?
 Aproveite e torça seu pescoço nos “melhores restaurantes” , quantos clientes são negros? Aliás, conte
quantos chefes de cozinha são negros? Pergunte-se sobre a diferença de salários entre os chefes de
cozinha e as cozinheiras, que em sua maioria são formadas por mulheres negras?
 Sobre linchamentos, em sua maioria as pessoas morrem por motivos torpes ou inocentes por terem
sido confundidos com bandidos. Estique seu pescoço e conte quantos destes linchados com requintes
de crueldade eram loiros de olhos azuis?
 Torça seu pescoço a procurar mulheres que criam seus filhos sozinhas. Mulheres que têm um trabalho
exaustivo, o dia todo, por um salário mínimo, deixando seu filhos sozinhos â mercê da criação da rua
e que depois serão as mesmas que irão chorar a morte ou prisão de seus filhos expostos nos itens 08
e 14. Quantas são brancas?
 Viaja muito em companhias aéreas? Espiche o pescoço na cabine e conte quantos pilotos e co-pilotos
são negros? Aproveite pra girar o pescoço prá cima e pra baixo nos corredores e conte quantas
comissárias de bordo negras a companhia aérea brasileira contratou?

Agora eu vou acrescentar mais dois itens a esse teste:

 Quantas crianças negras entram em campo com jogadores, inclusive com jogadores negros nos
grandes estádios? Espiche mais um pouquinho o pescoço e conte nas confraternizações dos melhores
do Brasileirão, quantas  esposas negras, dos jogadores você encontra?
 Vá  em Brasília, no Congresso Nacional e no Senado Federal e faça o teste do pescoço. Você
perceberá que não são os negros  que roubam descaradamente.

E agora uma boa notícia:

 Justiça Militar da União condenou, na madrugada de  hoje  (14/10), oito militares do Exército pela morte do
músico Evaldo Rosa, de 46 anos, e do catador Luciano Macedo, de 27 anos, em 2019.

O tenente responsável pela ação foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Os
outros sete militares foram condenados a 28 anos de prisão em regime fechado por duplo homicídio e
tentativa de homicídio. Os oito foram expulsos da corporação. Os réus respondem em liberdade até que o
caso transite em julgado, ou seja, até que se esgotem os recursos.

Segundo a perícia, foram ao menos 82 disparos, 62 deles atingiram o carro. Evaldo morreu com nove tiros e
Luciano foi atingido por três disparos nas costas. Ao todo, foram disparados 257 tiros na operação.
                                                                     

  Um abraço    Dalgiza Rufino Marques

Fonte: http://oimpactopublicidade.com.br/2021/10/20/ei-alguem-quer-falar-de-racismo-ai/
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