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Conhecendo seus direitos e deveres

2.2 PRÁTICAS CONTRA A DISCRIMINAÇÃO E O PRECONCEITO

Como o Brasil é um país heterogêneo, com inúmeros credos, etnias e


culturas, é preciso observar a boa convivência e o respeito, combatendo
a discriminação e o preconceito.
Homofobia, racismo, segregação social, ridicularização de manifesta-
ções religiosas, gordofobia e machismo são algumas das formas que o
desrespeito à diferença pode tomar.
Para mudar, é preciso reflexão. Antes de rir de uma piada maldosa
ou criticar a atitude de alguém, pare para pensar... Talvez você esteja
tentando enquadrar essa outra pessoa em padrões fundamentados na
intolerância ao que parece diferente. Um exemplo disso é a crítica de
colegas de trabalho às diferenças estéticas (peso, magreza, vestuário) na
forma de apelidos.
Omitir-se é apoiar a discriminação e o preconceito. Muitas pessoas não
se manifestam diante de situações de opressão para não se indisporem
com o colega ou familiar que está praticando um ato impensado. É
importante posicionar-se e não permitir o desrespeito às diferenças em
conversas e atitudes de quem quer que seja.

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3. Cidadania e direitos do jovem
Para que uma sociedade mais igualitária seja possível, os jovens
devem estar no centro das diretrizes para a promoção dos direitos
humanos e da cidadania.
As três iniciativas que você verá a seguir o ajudarão a entender os
direitos e deveres envolvidos na formação do jovem profissional.

3.1 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi promulgado em


1990 com o objetivo de proteger os direitos dos jovens e sua evolução
saudável, evitando danos à sua integridade física e psicológica que
ponham em risco sua cidadania.

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Capítulo 2
Nos termos do Estatuto e também da Convenção da ONU de 1989
sobre o mesmo tema, criança é todo menor de 12 anos de idade, e
adolescente entre 12 e 18 anos de idade.
O ECA tem uma grande abrangência, abordando desde a convivência
familiar e comunitária até medidas socioeducativas a serem adotadas nas
infrações cometidas por jovens.

3.2 LEI DE APRENDIZAGEM: DIREITOS E DEVERES

Uma das prioridades do ECA é o direito à educação. Embora ainda


haja muitos desafios a vencer, uma das grandes conquistas do Estatuto
nesse sentido tem sido a diminuição do trabalho infantil.
Mas, associado ao tema, tem-se outro direito fundamental, justamente
o acesso ao mundo do trabalho. Para tratar desse direito fundamental, a
Lei de Aprendizagem (Lei no 10.097/2000, ampliada pelo Decreto Federal
no 5.598/2005) estabelece que todas as empresas de médio e grande
porte devem contratar jovens aprendizes na proporção de 5% a 15% do
seu quadro de funcionários. A lei define ainda que estes jovens podem ter
entre 14 e 24 anos. Para ser contratado, o jovem deve estar cursando ou
já ter concluído o ensino fundamental ou médio.
A jornada de trabalho não deve ultrapassar seis horas diárias para
os que ainda estudam, mas pode ter oito horas para aqueles que já
concluíram o ensino médio. O contrato de trabalho do jovem aprendiz tem
outra especificidade: dura no máximo dois anos.
Fora essas especificidades, o contrato de trabalho do jovem aprendiz
está sujeito a todas as regras do regime da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), ou seja, direito à Carteira de Trabalho assinada, à
Previdência Social, a salário justo conforme as
horas trabalhadas, 13o salário, Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS), remuneração por
horas extras etc.

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Conhecendo seus direitos e deveres

3.3 RELAÇÕES DE TRABALHO E O JOVEM APRENDIZ

Regido pela Lei de Aprendizagem, o Programa Jovem Aprendiz, do


governo federal, é uma ótima oportunidade para todo jovem iniciante no
mercado de trabalho, já que oferece qualificação profissional gratuita e
específica – por meio do SENAI, SENAC, SENAT, SENAR, SESCOOP, das
Escolas Técnicas e das entidades de assistência à educação profissional
– para que ele tenha condições de exercer com competência sua função
em qualquer empresa que o contrate.

Sistema S é a denominação do conjunto de entidades


corporativas com atuação em treinamento profissional,
assistência técnica e assistência social, financiadas por empresas
de mercado para a promoção de seus programas de formação e
assistência. Fazem parte do Sistema S:
1 SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial);
1 SESI (Serviço Social da Indústria);
1 SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio);
1 SESC (Serviço Social do Comércio);
1 SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural);
1 SEST (Serviço Social de Transporte);
1 SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo).

O jovem deve estar atento a algumas regras que podem ajudá-lo a


preservar seus direitos no ambiente de trabalho:

• o contrato de trabalho do jovem aprendiz só tem validade se estiver


registrado em sua Carteira de Trabalho;
• o jovem deve estar regularmente matriculado e frequentando a escola,
curso técnico ou universidade, comprovando assim seu vínculo
como aprendiz;

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Capítulo 2
é proibido trabalho noturno – de 22h às 5h – para jovens aprendizes;
• o jovem aprendiz pode exercer praticamente qualquer atividade desde
que acompanhado por um monitor que coordenará suas tarefas
conforme o programa de aprendizagem da empresa;
• há trabalhos proibidos para jovens, previstos no Decreto no 6481 de
2008, que busca reprimir o trabalho infantil. Entre eles, atividades da
agricultura, pecuária, indústria e trabalho doméstico, que colocam em
risco a sua integridade e saúde, bem como atividades que exijam a
manipulação de objetos monetários.

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4. Legislação do mundo do trabalho – direitos trabalhistas
Há inúmeras leis cujo objetivo é a garantia e preservação dos direitos
dos trabalhadores.
Em linhas gerais, os direitos trabalhistas se organizam em torno de
três elementos principais: o empregado, o empregador e o contrato entre
os dois. Boa parte das regras que regem esta relação estão na CLT. Veja
alguns exemplos a seguir.

• A Carteira de Trabalho deve ser assinada até 48h após a admissão


do empregado.
• O salário deve ser pago ao trabalhador até o quinto dia útil de cada mês.
• Todos os valores recebidos pelo empregado devem ser registrados
na Carteira de Trabalho e nenhum valor pode ser pago ou recebido
sem registro.
• Quem determina o período de férias do empregado é o empregador.
• Todo trabalhador tem direito ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), que representa 8% do salário do empregado, pago
pelo empregador.
• Trabalhadores demitidos têm direito ao seguro-desemprego, o que não
acontece com os que pedem demissão.
• Há dois tipos de avisos de demissão: o aviso prévio indenizado (o
trabalhador não precisa comparecer mais ao trabalho) e o aviso prévio
trabalhado (o trabalhador ainda trabalha por até 30 dias).
• Acordos trabalhistas que envolvem demissão forjada são ilegais.

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