1) A carta convida inspetoras e inspetores escolares aposentados e da ativa a refletirem sobre seu papel no serviço público e na sociedade, citando Paulo Freire.
2) Argumenta que inspetoras e inspetores não devem ser meros executores de políticas educacionais privadas que lucram com o sistema, mas sim garantir a educação pública.
3) Pede que se filiem a associações de classe para defender conquistas trabalhistas e a escola pública contra privatizações.
1) A carta convida inspetoras e inspetores escolares aposentados e da ativa a refletirem sobre seu papel no serviço público e na sociedade, citando Paulo Freire.
2) Argumenta que inspetoras e inspetores não devem ser meros executores de políticas educacionais privadas que lucram com o sistema, mas sim garantir a educação pública.
3) Pede que se filiem a associações de classe para defender conquistas trabalhistas e a escola pública contra privatizações.
1) A carta convida inspetoras e inspetores escolares aposentados e da ativa a refletirem sobre seu papel no serviço público e na sociedade, citando Paulo Freire.
2) Argumenta que inspetoras e inspetores não devem ser meros executores de políticas educacionais privadas que lucram com o sistema, mas sim garantir a educação pública.
3) Pede que se filiem a associações de classe para defender conquistas trabalhistas e a escola pública contra privatizações.
Carta aberta as/os Inspetoras/es Escolares de Minas Gerais
Caríssimas e Caríssimos Inspetoras/es Escolares na ativa e
aposentados de Minas Gerais,
Nesse dia festivo convido a todas/os Inspetoras/es Escolares para
pensarem qual o seu lugar no serviço público. Dirijo-me a você colega aposentada/o e na ativa nessa data tão importante, que comemoramos o dia da/o Inspetora/or Escolar no estado de Minas Gerais.
Na simplicidade das palavras do mestre Paulo Freire encontramos
uma grande revelação para a nossa prática enquanto servidoras/es públicos e Inspetoras/es Escolares, duas categorias inseparáveis que fazem parte da mesma prática. Diz-nos o mestre: “não basta saber ler que ‘Eva viu a uva’. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho”. Será que compreendemos na singeleza destas palavras de Paulo Freire qual é o nosso lugar no contexto escolar? Na sociedade? O que produzimos ou reproduzimos no interior das escolas? Quem lucra com esta produção ou reprodução?
E este diálogo está impregnado de questões que precisam ser
pensadas para que não fiquemos iludidos quando escutamos dos gestores das políticas estaduais que somos imprescindíveis ou estratégicos. Por que precisamos saber primeiro para quem somos estratégicos? Quais os agentes que lucram com nossas ações no cumprimento, muitas vezes, de propostas que não vemos sentido? De fato, trabalhamos em um lugar especial, a escola é um lugar muito importante na sociedade. É na escola que os educadores forjam o futuro, que formam as gerações que farão parte da sociedade do amanhã. É nela que é possível um outro mundo, por isto precisamos nos referendarmos em nós mesmos, educadores, e não nas fundações privadas ou nos mercados educacionais.
Não devemos estar a reboque do mercado. Simplesmente
acolhendo, emprestando nossos nomes, para políticas pensadas e geridas por institutos e fundações educacionais ligadas a diversas empresas. Estas empresas possuem objetivos diferentes dos nossos. Não podemos perder de vista que o que ensinamos nas escolas não envelhece, não fica ultrapassado, porque a escola trabalha com “o mesmo”, com aquilo que permanece, que construímos cotidianamente entre um conceito no quadro branco, um olhar, um afago, uma escuta e uma resposta no momento exato. Isto tudo é eternizado, nenhum banco, nenhum instituto, nenhuma fundação privada podem executar e armazenar a grandeza do que trabalhamos no interior da escola.
Não podemos estar desgarrados, sem uma identidade de
classe, enfrentando sozinhos a correlação de forças do mundo do trabalho. O direito trabalhista foi criado para garantir que a dignidade da pessoa humana seja respeitada. Que não nos tornemos uma mera mercadoria que possa ser transacionada no mercado, ou seja, vender parte de seu tempo para o outro, sem que seu direito a um trabalho respeitoso, a uma vida digna, a um tempo de lazer, descanso com suas famílias possa existir. A conquista de direitos é um conceito marcado pela imperfeição. Os direitos nunca são dados a priori, de forma espontânea e sua manutenção depende de uma conquista todos os dias. Garantir esta dignidade diz respeito a garantir direitos historicamente conquistados.
Nesse sentido pertencer a uma associação é importante,
pois a associação é a sua identidade. O lugar que guarda a história do seu cargo e que para a sociedade é a referência institucional das/dos Inspetoras/es. O lugar onde elaboramos as metas, reconstruímos rotas. Pertencer a esta entidade reforça a legitimidade, representatividade e o poder negocial.
Daí, voltando ao nosso patrono da educação nos parece
fundamental que todo trabalhador do ensino, todo educador ou educadora, tão rapidamente quanto possível, assuma a natureza política de sua prática. Defina-se politicamente. Faça a sua opção e procure ser coerente com ela. Conforme Freire “é fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”.
Lembrando que como servidor público entregamos à
sociedade a educação, que é um bem público, mas também nos beneficiamos, enquanto servidores de um bem público, pois como trabalhadores ocupamo-nos de um cargo construído por uma política pública. Portanto, ao tomar uma decisão política, na esfera privada, podemos fortalecer ou enfraquecer a manutenção dos serviços públicos colocando assim, em extinção, o nosso próprio emprego.
Por último quero deixar algumas reflexões nesta data
festiva, com o intuito de marcar como as ações que empreendemos no plano individual vão impactar o nosso plano coletivo, são elas:
1. Não desista da política. Não menospreze o poder do seu
voto. Tem um jogador de basquete americano que está fazendo a seguinte campanha nos EUA, vote ou morra. Estamos neste nível. Vote ou perca todos os seus direitos, cada vez que você não vai as urnas, cada vez que resolve escolher o pastor, o militar, o empresário ignorando os planos de governo, ignorando as propostas que estes candidatos planejam para os seus governos, perdemos direitos fundamentais, diminuímos conquistas históricas e retrocedemos na qualidade de nossas vidas. 2. Não caia na cilada do empreendedorismo. Ninguém deve ser empreendedor de si mesmo. Na sociedade capitalista o empreendedor de si mesmo é um trabalhador sem proteção social, sem direitos trabalhistas, sem associação. O capitalismo quer jogar a culpa do desemprego no trabalhador. Como se ele não estivesse estudando, se esforçando o suficiente para alçar em emprego melhor; 3. Defender a escola pública de gestão pública. Muitos atores da sociedade civil têm se arvorado na defesa da escola pública, mas na verdade os interesses destes agentes não é manutenção da escola pública, de gestão pública. Os seus objetivos são desqualificar a escola pública para depois dizer que eles podem fazer diferente. Na verdade, por trás disso temos algo muito pior. O intuito destes atores é construir um projeto de trabalho, onde os filhos da elite continuem a ocupar os cargos de chefia, os cargos nas políticas e os filhos das classes trabalhadoras fiquem com os subempregos. 4. Engaje-se nos cursos de formação promovidos por sua associação. Por nossa especificidade, podemos proporcionar uma formação ampla, tanto para o trabalho como para o trabalhador, voltada para o confronto de ideias, análises críticas das ações pedagógicas, de posições teóricas divergentes, uma formação que visará uma discussão permanente sobre os projetos sociais e políticos em disputa em nossa sociedade, que são contraditórios entre si, e na maioria das vezes, são antagônicos aos direitos dos servidores públicos e da sociedade atendida por estes serviços públicos.
E para que ninguém termine a leitura desta carta pensando
que só nos lembramos dos retrocessos e do avanço do neoliberalismo sobre os serviços públicos, deixamos um fraterno abraço a todas/todos Inspetoras/es Escolares e que não percamos as esperanças. Assim nos diz Paulo Freire: “é preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outro para fazer de outro modo.
____________________________ Geovanna Passos Duarte Presidente da AMIE
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