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UNIDADE 2 - UM PROFISSIONAL EM CONSTRUÇÃO

2.1 IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Na Unidade 1 falamos sobre empregabilidade. Lembra que ela se


relaciona a dois fatores: o conjunto de técnicas que utilizamos para conseguir
um emprego e para se manter empregado. Um dos pilares da empregabilidade
é manter-se em constante atualização profissional.

Uma pessoa que fez um curso Técnico em Vendas há vinte anos atrás e
não fez novas formações ou cursos consegue ter uma boa empregabilidade hoje?
Vamos pensar…

Por mais que este profissional tenha vocação e capacidades intrínsecas


(internas do indivíduo) que lhe garantam poder de comunicação e persuasão
para efetuar vendas, se ela não se capacitou para atuar nos novos canais de
comunicação de vendas (como os aplicativos de mensagens instantâneas), uso
de mídias sociais ou estudos sobre seus produtos e área de atuação no mercado,
ela não conseguirá ter bons resultados em suas vendas.

Por isso é importante procurar pela qualificação profissional. Ela diz


respeito ao aperfeiçoamento dos conhecimentos profissionais de uma pessoa.
Segundo Cláudia Vidigal e Vinícius Vidigal (2012), a qualificação profissional
pode ocorrer em formato diversos, como: 1. cursos da educação formal, como
cursos técnicos e qualificações oferecidas por escolas - como este curso que
você está fazendo ou como graduação e especialização; 2. atividades da
educação não formal, como práticas do dia a dia de quem já atua na área e é
supervisionado por uma chefia ou participação em eventos; 3. treinamentos
dentro das empresas.
Então percebemos que a
qualificação profissional pode ser
estimulada pelas empresas, mas precisa
ser compreendida como importante pelo
colaborador. Uma vez que, por melhor que
seja o curso ou treinamento oferecido
pela empresa, se não for de interesse do
trabalhador obter o conhecimento, este
processo de aprendizagem será falho.
Fonte: criado com BITMOJI

Uma reportagem de Amanda Garcia, para a CNN Brasil (2022), destaca


que neste ano a escassez de mão de obra qualificada atingiu 81% no Brasil. Isto
é, apesar do elevado número de desempregados no país há muitas vagas para
serem preenchidas. Estas vagas exigem conhecimento técnico especializado,
mas também a formação de um profissional que possua capacidade de
liderança, de bons relacionamentos interpessoais, inteligência emocional,
entre outras aptidões das chamadas soft skills.

SAIBA MAIS: Soft skills são habilidades comportamentais


relacionadas a maneira como o profissional lida com o outro
e consigo mesmo em diferentes situações. São exemplos de soft skils:
resiliência, colaboração, inteligência emocional, liderança e
comunicação eficaz.

Desse modo, é preciso se qualificar em sua área de atuação para se


manter atualizado nos conhecimentos técnicos. Porém é necessário investir na
formação profissional para desenvolver o trabalho em equipe.
A qualificação profissional, quando realizada pela empresa, permite o
fortalecimento da equipe de trabalho e formação de novos talentos. Já quando
é planejada pelo colaborador, ela permite ampliar os conhecimentos, conhecer
novas pessoas, superar desafios e redirecionar a carreira.
2.2. DIVERSIDADE NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Você já ouviu a frase “nenhum ser humano é uma ilha”? A frase é do poeta
inglês John Donne, escrita no século XVI. E o que ela significa?

Quando pensamos em uma ilha, em geral pensamos em uma ilha deserta,


pensamos em solidão. O ser humano pode viver em solidão por muito tempo?
Não. Nós, seres humanos, somos sociais; somos pessoas que precisam do
convívio. E por isso falamos que nossa vida é baseada em relações interpessoais.

SAIBA MAIS: O termo relacionamento interpessoal se refere à


relação, ligação ou vínculo entre duas ou mais pessoas em um
determinado ambiente. Este ambiente pode se tratar de
familiar, escolar, de trabalho, religioso ou de comunidade. Quanto mais
positivos forem os nossos relacionamentos interpessoais, maiores são a
possibilidades de construirmos conexões verdadeiras e duradouras com
as pessoas de nosso convívio.

Conviver com pessoas diferentes de nós, por vezes, pode ser difícil por conta
das diferenças de pensamentos, de personalidade e de cultura. Chamamos essas
diferenças de diversidade.

Robbins, Judge e Sobral (2010), destacam que existem dois níveis de


diversidade: a diversidade em nível superficial e a diversidade em nível
profundo. A diversidade em nível superficial trata de características facilmente
identificáveis, como: idade, gênero, religião, etnia e deficiência. Já a
diversidade em nível profundo caracteriza diferenças de valores, de
personalidades, de preferências de trabalho. Enquanto o primeiro nível de
diversidade pode gerar estereótipos, o segundo nível tende a aproximar pessoas
com características similares.
Vejamos um exemplo: Rita e Paulo atuam na mesma empresa do ramo
imobiliário. Rita é jovem, recém-formada e entrou na empresa há 3 meses a
partir de uma oportunidade de estágio. Paulo tem 56 anos, trabalha há mais de
quinze anos na empresa na mesma função a partir do curso técnico que fez.
Quando analisamos os estereótipos, percebemos a diferença entre Rita e Paulo.
Em um pré-julgamento podemos dizer que Rita é da geração tecnológica e vai
ter “cabeça mais aberta” que Paulo, o que pode dificultar o relacionamento de
trabalho entre eles.

Mas com o convívio, Paulo e Rita percebem que possuem os mesmos valores
de procurar sempre melhorar sua qualidade de trabalho, de atender as
demandas da empresa e ter comprometimento. Assim, os dois colaboradores
estabelecem um vínculo de bom convívio.

Já Renato e André, apesar de possuírem características de diversidade de


nível superficial próximas, não convivem bem. Os dois são jovens, brancos e
heterossexuais. Mas enquanto Renato é extrovertido, ativista de causas sociais
e apoia o empoderamento feminino e causas LGBTQIA +, André é introvertido,
prefere não discutir sobre o assunto e se preocupa apenas em cumprir sua
jornada de trabalho e função. Possivelmente eles terão divergências nos
momentos de trabalho coletivo devido suas diferenças de comportamento e de
pensamentos.

GLOSSÁRIO: LGBTQIA+ é o movimento político e social que


defende a diversidade, as minorias sexuais e de gênero, como
lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer. O sinal “+”
reconhece as orientações sexuais ilimitadas e identidades de gênero
usadas pelos membros dessa comunidade.
É preciso destacar que a diversidade de gênero
precisa ser respeitada e tolerada, independente
de crenças, posicionamentos políticos ou religião.
No Brasil, atos discriminatórios contra pessoas de
minorias sexuais é crime. Trata-se da homofobia e
transfobia.

Fonte: criado com BITMOJI

Discriminar pessoas por sua cor, etnia, raça, religião ou procedência


nacional (estado ou região da qual a pessoa é procedente, por exemplo,
nordestinos) também é crime. Configura-se como preconceito racial e pode
gerar prisão e pagamento de multas e indenizações.

E como estamos falando sobre garantir espaços de inclusão para as minorias,


é preciso destacar sobre as pessoas com deficiência (PcD). Elas estão cada vez
mais inseridas no mercado de trabalho e demonstram suas potencialidades. As
deficiências podem ser de dois tipos: físicas (auditiva, visual, por exemplo) ou
psicológicas (intelectual).

O site Iigual - inclusão e diversidade (2021) apresenta algumas orientações


de acessibilidade para tratar pessoas com deficiência. Vejamos:

1. Ao ajudar uma pessoa cega em sua condução, é importante deixar que a


pessoa sinta segurança em você. Caso a pessoa aceite ajuda, estenda o
braço para que ela possa te acompanhar de braços dados.

2. Para se comunicar com pessoas surdas ou com deficiência auditiva, procure


utilizar sinais, símbolos e o tato. De preferência, sempre que for tentar
chamar atenção, toque o antebraço de frente para a pessoa e sinalize o que
você deseja.
3. Sempre que você for acompanhar uma pessoa que apresente dificuldade de
locomoção, busque ir de acordo com a velocidade dela. Também pergunte
se a pessoa precisa de ajuda e, caso ela aceite, deixe que ela te diga qual a
forma mais efetiva de ajudar.

4. Não se escore na cadeira de rodas da pessoa com deficiência. É importante


entender que a cadeira funciona como uma extensão do corpo da pessoa.

5. Ao lidar com pessoas com paralisia cerebral é importante respeitar o ritmo


da pessoa. Algumas vezes a deficiência pode retardar um pouco a velocidade
com que a pessoa age em determinadas situações. Seja paciente, e esteja
sempre disposto a ajudar e entender o que a pessoa está tentando fazer, ou
dizer. Jamais trate a pessoa como incapaz. É uma pessoa normal que
necessita de alguns cuidados e métodos de compreensão.

Repare o quanto de diversidade que lidamos em nossas relações


interpessoais. E quando pensamos em ambiente de trabalho, notamos que o
conjunto destas emoções e opiniões dos profissionais é o que constitui o
ambiente de trabalho - o que chamamos de clima organizacional.

Trabalhar em um ambiente em que as pessoas praticam a tolerância e sabem


argumentar quando possuem pensamentos diferentes certamente trará um
impacto positivo na produtividade do trabalho. Já se pensarmos em um
ambiente de competição acirrada, fofocas ou de falta de tolerância entre os
posicionamentos diferentes, possivelmente haverá baixa eficiência no trabalho.

A manutenção de um bom clima organizacional deve ser responsabilidade


de todos os trabalhadores, bem como as empresas precisam estimular o bom
convívio entre seus colaboradores.
Mas como podemos lidar com os conflitos em
equipes de trabalho? Os conflitos podem acontecer
por diversas causas. Pode haver, por exemplo,
diferença de interesses profissionais entre as
pessoas, incompatibilidade de objetivos,
diferenças culturais, discordâncias quanto a forma
de trabalhar, entre outros.
Fonte: criado com BITMOJI

Quando ocorre uma situação de conflito, primeiramente é preciso que cada


um dos envolvidos faça uma autoavaliação de seus comportamentos e do quanto
eles influenciam no clima organizacional da empresa.

Além disso, esteja aberto para escutar críticas, refletir sobre aquilo que é
real e procurar melhorar suas ações e comportamentos. Dar e receber
feedbacks é importante para o fortalecimento da equipe de trabalho.

GLOSSÁRIO: Feedback é um termo muito utilizado na área da


administração. Trata-se de uma resposta avaliativa a uma
pessoa ou grupo, no sentido de fornecer informações sobre a atuação de
seu trabalho.

Um feedback eficaz ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar seu


desempenho e assim alcançar seus objetivos. Mas como fazer um feedback
eficaz? Como assimilar críticas sem se chatear? E será que existe a chamada
“crítica construtiva”?

Vamos pesquisar no dicionário o significado da palavra crítica. Segundo o


dicionário Michaelis, crítica é uma “avaliação baseada apenas na razão, com
um propósito final”. Ou seja, a crítica deve ter um objetivo/finalidade e deve
ser objetiva. Em nosso caso, falamos acima que o feedback busca fazer a
avaliação de um grupo ou pessoa a fim de melhorar sua atuação no trabalho.

Desse modo, toda vez que for fazer uma crítica pense bem se aquilo que vai
ser dito tem a função de melhorar a eficiência do trabalho de alguém ou da
equipe. E quando receber uma crítica, utilize este mesmo critério. O que foi
dito vai te ajudar a melhorar seus comportamentos? Com qual objetivo a crítica
foi feita?

NOTA DO PROFESSOR: Pelo o que foi abordado acima, não


existem críticas construtivas. Toda crítica deve ser feita
com o intuito de avaliar e melhorar o desempenho de uma
pessoa. E para isso, a análise da situação precisa ser realizada
juntamente com sugestões de como melhorar. Não basta apontar as
falhas.

Atualmente, outra situação que causa grandes transtornos entre colegas no


ambiente de trabalho se relaciona ao uso inadequado das redes sociais ou de
aplicativos de mensagens. Cuidado com comentários ofensivos ou que exponha
colegas de trabalho ou a sua própria imagem. Lembre-se de manter atitudes
éticas e de empatia. Veja outras recomendações na imagem abaixo:
Fonte: https://portalodia.com/noticias/piaui/uso-de-whatsapp-no-trabalho-deve-ser-
controlado,-diz-especialista-374034.html

Para algumas pessoas, ficar longe de conflitos no ambiente de trabalho pode


não ser tarefa fácil. Carlos Buzetto (2016), faz algumas recomendações a fim
de reduzir as possibilidades de conflitos em ambientes profissionais:

1. Ao invés de competir com seus colegas de trabalho, pense em atitudes de


cooperação que levam ao fortalecimento do trabalho em equipe;
2. Seja pró-ativo na função que exerce em seu trabalho, busque por formas
de resolver os problemas que lhes são apresentados, seja polivalente em
sua área de atuação;
3. Procure ter uma boa percepção de si e do outro. Ter capacidade de
autoconhecimento e potencial de análise do outro vai te facilitar entender
as situações de conflitos. Se você sabe que tipo de situação ou
comportamento te irrita, será capaz de ter melhor autocontrole.
4. Uma comunicação adequada prevê saber ouvir e saber se expressar. O
comunicador eficaz é um bom ouvinte, tem espírito aberto, é empático,
não interrompe e faz perguntas inteligentes. Sua comunicação ajuda na
ampliação de seu poder de influência.
5. Desenvolva sua inteligência emocional, saiba lidar com suas emoções.
Para isso autoconhecimento, empatia e flexibilidade de comportamento
serão fatores fundamentais.
6. Saiba dar e receber feedbacks. Seja descritivo ao invés de avaliativo; seja
específico ao invés de genérico.
7. Seja assertivo. Expresse suas opiniões com sinceridade e utilizando de
argumentos. Procure ser claro e objetivo.
8. Saiba trabalhar em equipe. Considere os valores de respeito, tolerância e
valorização das diferenças individuais.

Como vimos no decorrer desta seção, lidar com


ideias diferentes das nossas, pode gerar conflitos. Assim
como a falta de uma comunicação eficiente também
podem ocasionar esse tipo de problema. Saber se
expressar corretamente, respeitar o outro e saber ouvir
tornam-se práticas importantes para garantir o sucesso
nas relações interpessoais.

Fonte: criado com BITMOJI


2.3 MARKETING PESSOAL E CONSTRUÇÃO DE CARREIRA

Agora que já falamos um pouco sobre empregabilidade e técnicas de


relações interpessoais, convém ressaltar que estes assuntos se relacionam
diretamente com a imagem que as pessoas têm de nós. A oportunidade de um
emprego ou de subir de cargo está atrelada às nossas competências, mas
também à imagem que as pessoas fazem de nós. Por isso, conhecer sobre
marketing pessoal e analisar qual é a marca que você tem deixado nas pessoas
torna-se importante.

SAIBA MAIS: Marketing pessoal é o conjunto de estratégias cujo


objetivo é estabelecer uma percepção positiva acerca de um
indivíduo, ou seja, criar uma boa imagem pessoal.

Cláudia Ritossa (2012), destaca que a marca pessoal é formada por dois
grupos de fatores: fatores não controláveis e fatores controláveis. Os fatores
não controláveis dizem respeito a características que não podemos mudar,
como, por exemplo, a idade, o gênero, cor da pele. Já os fatores controláveis
podem ser controlados e aprimorados. Tratam-se de, por exemplo, a aparência
física, a comunicação clara, o contato visual, as expressões faciais e o
movimento corporal.

Repare que este segundo grupo de fatores corresponde a quesitos que


podemos adquirir por meio de treinamentos. Segundo a autora, o conjunto
desses fatores corresponde a 55% da imagem que passamos. Ou seja, as pessoas
nos observam por nossa fala e aparência. Por isso estes dois aspectos são
importantes em uma entrevista de emprego, por exemplo.

Outras características que devem ser contempladas na construção de sua


marca pessoal são:
1. Cuidados com o vestuário do trabalho. Isto não significa precisar de roupas
caras. Steve Jobs, por exemplo, criou sua marca pessoal ao sempre estar
vestido com camiseta preta, calça jeans e tênis branco. Isso quer dizer
que precisa padronizar suas roupas? Não. Mas mantenha o uso de roupas
confortáveis, sem decotes e que não sejam esportivas demais. O uso
adequado do vestuário é sempre considerado nas entrevistas de emprego.
2. Comunique-se bem e tenha simpatia. Quanto mais clara e objetiva a sua
comunicação, mais eficiente se tornam os processos e com menor riscos
de confusão pela falta de entendimento do que foi conversado. Ser
simpático também auxilia no modo como as pessoas nos enxergam. Temos
a tendência de sermos mais colaborativos com aqueles que são simpáticos
conosco.
3. Cuidado com as opiniões emitidas. Tenha atenção naquilo que conversa
em seu local de trabalho. Cuidado com comentários desnecessários ou de
se intrometer em conversas alheias. É por esse motivo que algumas
pessoas são rotuladas de: fofoqueiro, reclamão, chato/”cricri”, grosseiro,
entre outros.
4. Fortaleça sua rede de contatos (networking). Conhecer pessoas e permitir
que elas te conheçam e conheçam o seu trabalho irá contribuir com o
desenvolvimento de sua marca pessoal. No mundo do trabalho sempre
precisamos da colaboração de outras pessoas e muitos projetos são
pensados coletivamente e até mesmo em redes colaborativas. Frequente
eventos, divulgue seus projetos e participe de ações sociais. Por vezes,
lugares informais podem criar oportunidades de trabalho ou propiciar
ideias inovadoras.
Além desses cuidados básicos, uma
ferramenta administrativa que nos ajuda na
construção da marca pessoal é a análise SWOT.
Esta análise, que em português pode ser
chamada de FOFA, ajuda a identificar pontos
fortes (F), oportunidades (O), pontos fracos (F)
e ameaças (A) de um projeto - pode ser uma
empresa/negócio ou pessoa. Quando é
analisada de maneira conjunta, a estrutura
SWOT pode proporcionar uma visão mais ampla
de onde você está e de como planejar os Fonte: criado com BITMOJI
próximos passos.

SAIBA MAIS: A análise SWOT foi criada pelo norte-americano


Albert Humphrey, consultor de gestão de negócios, nas
décadas de 1960 e 1970, para ser usada em empresas, como forma de
avaliar o ambiente e auxiliar nas estratégias e tomadas de decisão.
A análise SWOT é uma
excelente ferramenta para
quando você está se preparando
para uma entrevista de emprego,
para um pedido de promoção de
cargo ou nos preparativos de seu
currículo (BROGGIO, 2017).

Vamos entender como


funciona esta análise. Para isso
você precisa de papel e caneta e
um bocado de autoconhecimento
para se avaliar. Vamos lá!!

Você já percebeu que quatro aspectos são analisados pela análise SWOT. As
forças e fraquezas referem-se a fatores internos (estes você pode aperfeiçoar
mais facilmente). Já as oportunidades e ameaças se relacionam a fatores
externos e, neste caso, podemos dizer que elas se relacionam com o mercado
de trabalho e condições ambientais.

LINK: Quer aprender mais sobre análise SWOT? Adir Ribeiro,


fundador da Praxis Business, fala da importância de colocar no
papel suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, pelo
uso dessa ferramenta. Assista em:
https://youtu.be/3Q8GLtR0Hzo
Vejamos abaixo algumas orientações de Marcos Jordão Broggio (2017) sobre
como elaborar uma análise SWOT pessoal:

● Strengths (Forças) - Enumere seus pontos fortes. O que você faz que se
destaca em relação às outras pessoas? Você sabe se comunicar bem ou você
tem boas relações interpessoais, por exemplo. Lembre-se que se você é um
bom jogador de boliche, mas não se destaca entre seus colegas de jogo, isto
não se torna um ponto forte.

Questões norteadoras: O que você tem ou faz de melhor? Quais são suas
habilidades e capacidades mais marcantes? Quais as vantagens que você tem
que os outros não tem? (Por exemplo, cursos, habilidades, conexões,
certificações, experiências, etc.) O que outras pessoas consideram seus pontos
fortes? Quais são os seus talentos ou dons? Quais características os outros mais
elogiam em você? Qual seu nível de experiência na profissão na qual você quer
ser bem-sucedido? Quais cursos e especializações você possui na área
pretendida?

● Weaknesses (Fraquezas) - Identifique os obstáculos que comprometem seu


desenvolvimento profissional. São os chamados pontos de melhoria. Seja
honesto e realista às perguntas. É, afinal, uma autoavaliação que só você
vai ver, use para melhorar a si mesmo.

Questões norteadoras: Que tarefas você não gosta de executar e por quê? Quais
habilidades e capacidades você acredita que precisa desenvolver? Você recebeu
algum feedback indicando pontos de melhoria? Quais comportamentos ou
características pessoais você possui que sabotam o seu sucesso? Você tem vícios
no trabalho que irritam outros colaboradores? Quais são suas dificuldades
técnicas? O que as pessoas à sua volta veem como seus pontos fracos? O que
você tem medo de fazer? Você tem habilidades necessárias ou qualificações
para ser bem-sucedido em suas funções atuais ou futuras?

● Opportunities (Oportunidades) - Avalie valores, ideais e planos para o


futuro. Para as oportunidades, você deve olhar para os fatores externos que
você pode tirar vantagem para conseguir uma promoção ou encontrar um
novo trabalho.

Questões norteadoras: Existe alguma nova tecnologia ou tendência que você


pode fazer uso no futuro? Existe algum novo projeto em sua organização que
você pode participar que irá beneficiar a sua carreira? Você pode adquirir novas
habilidades para ganhar uma vantagem competitiva? Os seus clientes ou colegas
de trabalho têm dado algum feedback sobre novos serviços que poderiam ser
fornecidos ou melhorados? Qual a situação do mercado, tanto da carreira
quanto da empresa onde você trabalha? Você costuma frequentar eventos
ligados à sua área? Você está atualizado com as novas tecnologias ligadas à sua
área? Existem oportunidades dentro de sua empresa ou no mercado que
ninguém ainda aproveitou? Onde? Como você pode tirar proveito disso? Você
tem chances de receber uma promoção?

● Threats (Ameaças) - É hora de enumerar os pontos que podem ser


prejudiciais ao desenvolvimento da sua carreira. Para as ameaças, você deve
olhar para o seu crescimento na carreira e os fatores externos que poderiam
prejudicar suas chances de alcançar seus objetivos ou metas.

Questões norteadoras: Qual é o maior perigo para os seus objetivos? Alguns dos
seus colegas de trabalho estão fazendo um trabalho melhor? Sua personalidade
e comportamentos interferem no avanço de sua carreira? Quais são os
obstáculos que impedem de você alcançar seus objetivos? Como anda a
concorrência na sua área de formação? Meus conhecimentos são suficientes
para atender à vaga que ocupo? A falta de conhecimentos tecnológicos pode
ameaçar o seu cargo? Quais outros obstáculos você enfrenta na carreira
atualmente?
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: Que tal pensar em sua
análise SWOT pessoal? A partir das recomendações do
texto acima, pense quais são seus pontos fortes e fracos.
O que há de oportunidades e ameaças para a construção
de sua carreira profissional. Utilize o quadro abaixo
para preencher.

ANÁLISE SWOT PESSOAL


Agora que você já fez sua análise SWOT e tem
noção dos seus pontos fortes, fracos e daquilo que
pode fazer para aproveitar ainda mais as
oportunidades e afastar as ameaças, vamos falar um
pouco sobre os processos de seleção e currículo.

Fonte: criado com BITMOJI

Para aqueles que buscam emprego é sempre bom ter um currículo pronto.
E o currículo precisa sempre ser atualizado conforme suas qualificações
profissionais e mudanças de emprego. O currículo também precisa ser adaptado
à empresa que você se candidata.

Por exemplo: um currículo idealizado para uma vaga de vendedor (a) será
diferente dos destaques feitos em um currículo para a vaga de assistente
administrativo. As duas vagas de emprego podem ter critérios semelhantes (ter
ensino médio completo, curso de informática básica e saber lidar com mídias
sociais e aplicativos de mensagens). Mas para a vaga de vendedor (a) vale a
pena destacar o potencial de comunicação, empatia e capacidade de venda de
produtos ou serviços. Já para a vaga de assistente administrativo será
importante ter características, como, por exemplo, ter atenção ao trabalho,
capacidade de lidar com equipes, adaptabilidade, entre outros.

Ana Pinho (2018), destaca que o currículo precisa ser planejado com critério
e ser objetivo; pois atualmente os empregadores não
gastam muito tempo para analisar um currículo. A
publicação Harvard Business Review indica que um
empregador leva em média de sete segundos para ler
um currículo. Por isso, é preciso destacar aquilo que
chame a atenção do empregador para que você seja
chamado para a próxima etapa de um processo
seletivo. Fonte: criado com BITMOJI
Um currículo bem feito, além de agregar valor à sua candidatura, pode se
tornar também uma vantagem competitiva.

Planeje o conteúdo de seu currículo e tenha cuidado com a formatação.


Estes dois itens se complementam, pois, um currículo com informações
importantes de qualificação que esteja visualmente desorganizado (sem
formatação adequada) não irá chamar a atenção do empregador. Ao mesmo
tempo, um currículo com bom layout, mas que não traz informações
interessantes sobre a qualificação do candidato também não irá interessar ao
empregador.

A tabela abaixo registra o que é importante em um currículo e o que não


colocar:

Itens a evitar… Itens importantes…

- Não utilize título no currículo, nem - O primeiro elemento que deve ser visto
mesmo a expressão Currículum Vitae. em um currículo é o nome do
profissional, seguido de seus dados
- Não coloque foto ou se for realmente pessoais, experiências e conhecimentos.
preciso, procure por uma imagem que
demonstre seu profissionalismo e - Destaque a área, cargo ou emprego ao
seriedade. qual o currículo se destina e qual seu
objetivo profissional para a vaga.
- Evite colocar seus documentos pessoais,
pois seu currículo pode passar por várias - Destaque as experiências relevantes em
pessoas e acaba sendo uma exposição de sua formação profissional. E isso não quer
seus dados. dizer apenas os empregos anteriores.
Destaque também os trabalhos sociais e
- Não indique a pretensão salarial. Este voluntários que você já fez ou outras
assunto é melhor ser tratado durante a atividades bem-sucedidas.
conversa com o empregador. Esteja
aberto a negociações sobre o assunto. - Adicione o nome, o cargo, onde você
desempenhou, o período e faça um
- Não coloque contatos de outras pessoas resumo com as suas principais
como referências recomendadas. Se o responsabilidades.
recrutador precisar, ele te pedirá essas
informações na fase da entrevista. Além - Utilize uma linguagem formal e objetiva
disso, ele pode fazer contato com seus (direta ao ponto).
empregadores, para solicitar
informações sobre seu trabalho. - Procure demonstrar para o empregador
que você pode agregar valor para a
empresa.
- Evite termos clichês, como dizer que - Destaque sua formação acadêmica. Se
tem “domínio em informática” ou que é você já estiver na faculdade, adicione
“proativo e comunicativo”. apenas o curso superior. Só coloque o
nome da escola se tiver feito ensino
- Cuidado com exageros e mentiras. É técnico.
preciso ser sincero nas funções que você
é capaz de executar. Adicione a graduação, a instituição de
ensino e a estimativa de formatura. Se
- Tenha cuidado com os erros tiver feito cursos e capacitações, coloque
gramaticais. Se possível, peça que outra nessa parte.
pessoa faça a leitura e revise bastante
antes de enviar para as empresas. - Procure apresentar seu perfil de
maneira única. Destaque seus pontos
- Não é necessário assinar o currículo. fortes. Lembra da análise SWOT que
fizemos anteriormente? É hora de utilizá-
la aqui no currículo.

Baseado em Silva (2020) e Unileão (2021).

Após ter elaborado seu currículo e distribuído para as vagas de emprego,


você pode ser convidado para uma entrevista. E se o currículo é a forma de
informar a empresa sobre sua formação e experiência, a entrevista tem a
função de mostrar quem você realmente é, além de permitir que seja repassado
informações complementares que não foram descritas no currículo.

Aproveite esse momento de conversa com


o empregador para demonstrar os pontos
relevantes de seu currículo: seus pontos
fortes, características e suas experiências
bem-sucedidas. A entrevista precisa de ser
uma conversa franca, sem esconder nenhuma
informação (tanto pelo candidato como pelo
empregador).
Fonte: criado com BITMOJI

Thomas Case, no livro Como conquistar um ótimo emprego apresenta


algumas recomendações para a hora da entrevista:
★ Pesquise sobre a empresa para saber quais funções você vai exercer e o tipo
de produto ou serviço que eles vendem. Demonstrar conhecimento na
organização da empresa vai te colocar em destaque para o entrevistador.

★ Chegue cedo e aproveite o tempo de espera para repassar mentalmente sua


estratégia.

★ Procure manter uma aparência formal e adequada: roupas sem decotes,


calçados fechados, cabelos alinhados. Mulheres devem evitar maquiagem
muito vibrante, uso de acessórios que chamem atenção ou óculos de sol.
Lembre-se que o foco da entrevista está em você, suas características e
experiências profissionais.

★ Seja positivo e otimista. Ninguém gosta de pessoas que só veem o lado


negativo das situações.

★ Procure conversar mantendo o contato visual com o entrevistador. Esteja


atento às perguntas e à conversa. Apesar do nervosismo que muitas pessoas
enfrentam, procure encarar a entrevista como um momento em que você
venderá o seu maior produto: você mesmo.

★ Seja sincero em perguntas que envolvem mudar de cidade por conta do


emprego ou alterar horário de trabalho.

★ Evite fazer considerações negativas de seus trabalhos anteriores. Lembre-se


que o foco da entrevista deve ser manter em você apresentar suas
qualidades e potencialidades para o emprego.

★ Seja sempre objetivo, quem dá respostas vagas, perde credibilidade.

★ Cuidado para não desviar o assunto inicial da pergunta do entrevistador. Não


conte piadas ou exponha situações que podem ser vexatórias. Lembre-se de
manter a formalidade necessária na conversa.

★ Evite dar respostas curtas demais, como sim e não. Aproveite para
comunicar suas qualidades, de modo sucinto.
LINK: Para aprender mais sobre como construir um currículo e
orientações sobre entrevista de emprego, assista o vídeo do
canal Manual do Mundo em: https://youtu.be/teCJtOV1Q1U

Assim terminamos nossa disciplina


Integração e Orientação Profissional. Esperamos
que este tenha sido um espaço para você
aprender mais sobre conceitos importantes para
sua vida no trabalho e para o aprofundamento
de seu autoconhecimento e construção de marca
pessoal. Siga seus estudos com perseverança e
determinação. Eles serão fundamentais para te
ajudar a melhorar sua empregabilidade.
Fonte: criado com BITMOJI

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