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O trabalho

e o bem-estar

para pessoas

LGBTQIA+

Índice
Introdução

Capítulo 1
Diversidade nas empresas, por que é importante?

Capítulo 2
Vamos falar sobre inclusão social?

Capítulo 3
Autoestima e representatividade se complementam.

Capítulo 4
Aprendendo com as diferenças.

Conteúdo bônus
Capítulo 1
Diversidade nas
empresas, por que é
importante?
Empresas com equipes mais diversas crescem mais, são mais
produtivas e criativas.

Empresas brasileiras estão se adequando cada vez mais às mudanças sociais, ficando
mais próximas de seus públicos e se atentando às transformações que vêm mudando
também o perfil dos consumidores. Se olharmos para a publicidade, isso fica cada vez
mais claro. Basta lembrarmos dos comerciais e ações mais recentes de marcas como
Skol e Avon, que têm diversificado suas campanhas.

Mas como estão as organizações que não podem mostrar sua cultura de empresa por
meio da publicidade? Estudos internacionais apontam que pelo menos cinco casos de
violência contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais são registrados por dia
no Brasil. Na América Latina, o custo econômico da homofobia é de US $8 bilhões.

Uma pesquisa realizada pela Accenture em 2019 mostrou que equipes diversas são mais
criativas e inovadoras. O estudo realizado em 17 países constatou que 85% das
companhias que têm cultura voltada à equidade e inclusão não têm medo de errar para
inovar. Esse dado vem para reforçar os resultados de um estudo anterior, realizado pelo
banco de investimentos Credit Suisse, que mostrou que empresas que possuem
mulheres ou pessoas LGBTQIA+ nas lideranças conseguem obter resultados melhores
do que aquelas que não tem.

Começar a olhar para a representatividade como uma questão fundamental pode ser o
primeiro passo para a construção de companhias mais justas, diversas e com mais apoio
de seus colaboradores, e ter pessoas esclarecidas e bem informadas sobre o assunto
nos RHs e em cargos de liderança contribuem muito para que isso aconteça.

Capítulo 2
Vamos falar sobre
inclusão social?

Por que a inclusão social se tornou um pilar 



tão forte nas empresas?

Uma pesquisa realizada pela Pulses, revela que as empresas brasileiras carecem de
políticas bem-estruturadas de Diversidade e Inclusão. Segundo os dados coletados
entre mais de 6 mil respondentes, menos de 10% dos empregados declararam fazer
parte de alguma minoria (negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência).

Apenas 8% se declararam pretos; 4% não-binárie, pessoas trans e travestis; 8%


LGBTQIA+; e só 3% relataram ter algum tipo de deficiência (visível ou não). Esses dados
escancaram a necessidade de se falar sobre a importância da inclusão social.

Afinal, o que é inclusão social?

O pesquisador Romeu Kasumi Sassaki conceitua “inclusão social” como o processo pelo
qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas
com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus
papéis na sociedade.

No entanto, a proposta da inclusão social vai muito além disso e consiste em uma
maior variedade e diversidade de pessoas em uma equipe, desde a orientação sexual,
passando por diferentes etnias e chegando até às necessidades especiais físicas e
psicológicas.
Qual o papel da iniciativa privada na inclusão social

As empresas que incluem auxiliam na construção de uma sociedade mais tolerante,

justa, equânime e que valorize a diversidade entre as pessoas.

Essa contribuição é, na verdade, a maior parcela de contribuição social que a

empresa poderá oferecer à sociedade. Contratando e estimulando pessoas diversas a

desenvolver suas potencialidades no mercado de trabalho, a empresa estará auxiliando

essas pessoas a ganharem autonomia e independência financeira, o que no mundo

atual também significa

Ter acesso a educação e cultura

Ter acesso a espaços de sociabilização e lazer

Garantia real de direitos básicos como moradia, segurança, saneamento básico etc.

Desenvolvimento de um estilo de vida propício ao bem-estar e à saúde mental

Viver com dignidade humana.

Veja também: O que é governança corporativa? Entenda como colocar em prática

Por que a inclusão social se

tornou um pilar nas empresas?

A inclusão social passou a se tornar um pilar

nas empresas quando o conceito de ESG se

ampliou. Trata-se da junção de três siglas de

palavras que representam uma preocupação

para as empresas atuais, são elas

Environmental (ambiente)

Social (social)

Governance (governança).

Esse conceito é utilizado para se referir a boas práticas empresariais que se

preocupam com critérios ambientais − que tratam dos impactos de uma companhia

no meio ambiente −; sociais − que consideram a preocupação e a relação da empresa

com a sociedade −, e os parâmetros de governança − que verificam a maior

transparência e equidade entre a corporação e todos os seus acionistas.

A ideia principal é que empresas que adotam essas práticas fiquem menos suscetíveis a

riscos externos, como riscos de mudanças regulatórias, em especial multas e sanções

caso utilizem demasiada e/ou agressivamente os recursos naturais ou provoquem

desastres ambientais.

Como o empreendedor pode contribuir para a inclusão social?

Empreendedores podem, ao escolher sua equipe e fornecedores, fomentar muito a


inclusão social contratando uma maior diversidade de pessoas ou contribuindo para
diferentes causas.

Uma equipe diversa poderá solucionar problemas de forma mais completa, pois
possuem uma visão de mundo distinta e terão liberdade para expor opiniões e
argumentos variados, muitas vezes opostos.

A diversidade pode ser combustível para uma atitude marcada pelo protagonismo e
pela iniciativa. É quando empreendedorismo e inclusão social se encontram, o primeiro
sendo resultado do segundo.

Veja também: Endomarketing: engaje os seus colaboradores

Vantagens da inclusão
social nas empresas
1 Atração e retenção da melhor força de trabalho

2 Mais representatividade entre os clientes

3 Melhora a imagem perante a sociedade e os acionistas

4 Formação de equipes diversas, criativas e inovadoras

Quer saber como melhorar o ambiente de trabalho dos


funcionários?

Garantir que os times na sua empresa estejam funcionando bem e trabalhando juntos
não é uma missão fácil. Por isso, contar com a ajuda de uma equipe variada de
profissionais como psicólogos, terapeutas e coaches pode facilitar essa jornada.

O Zenklub tem mais de 500 empresas que apostam no bem-estar emocional dos seus
colaboradores.

Através de sessões com especialistas qualificados, uma plataforma ampla com muito
conteúdo disponível, diário emocional, ações de transformação cultural e o IBC (Índice
de bem-estar corporativo), podemos, juntos, promover ações de prevenção, insights e
ferramentas de inovação para transformar sua cultura organizacional, sempre
trabalhando em prol da sua empresa e de seus colaboradores.

Agende uma conversa conosco.

Capítulo 3
Autoestima e
representatividade se
complementam
Por que a representatividade é tão importante para a
autoestima LGBTQIA+

A autoestima é a maneira como cada um se valoriza e como vê a sua aparência,


habilidades e conduta. Ela pode nos ajudar a fazer escolhas mais assertivas, seja no
trabalho ou na vida pessoal, e contribui para termos relacionamentos mais saudáveis
(com nós mesmos e com os outros).

A construção da autoestima está, em parte, relacionada ao ambiente no qual vivemos,


como explica a psicóloga especialista em experiência somática Cássia Quinlan, que
atende por vídeo-chamada no Zenklub:


Parte dos elementos que constituem nossa identidade,
autoimagem e, por consequência, autoestima e
autoconfiança, são os exemplos e modelos que temos,
sejam eles familiares, amigos, professores ou figuras
midiáticas”, diz.

Representatividade é importante aliada na construção 



da autoestima

Ter, na sociedade, elementos a partir dos quais cada indivíduo seja capaz de se
reconhecer é fundamental para a construção da autoestima das pessoas LGBTQIA+
(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, Queers, Intersexuais,
Assexuais e outras), assim como já acontece com as pessoas heterossexuais cisgênero.

“Existe uma dificuldade quase que intrínseca na questão da autoestima da comunidade


LGBTQIA+ pelo espaço que lhe é dado na sociedade. Embora os pré-conceitos em
relação à comunidade estejam mudando, ainda não há uma total aceitação. E é mais a
rejeição ou o questionamento envolvidos em torno da temática da comunidade que

afeta a construção da autoestima. Exemplo comum disso são os casos em que


homossexuais são questionados sobre a experiência de relações heterossexuais para a
“definição” de sua orientação ou a recusa em usar o nome social escolhido por pessoas
trans”, diz Cássia.

Dar mais espaço para a comunidade LGBTQIA+ garantindo a igualdade de direitos na


sociedade é também uma maneira de assegurar que essas pessoas tenham ferramentas,
tanto quanto as demais, para a construção da autoestima, tão importante para o
desenvolvimento do indivíduo.

“O aumento de representatividade da comunidade LGBTQIA+ em todas as mídias e


inclusive na formação de famílias em diferentes configurações ajuda os integrantes
desta comunidade a terem modelos que estão mais próximos de sua realidade, o que
também ajuda na sensação de pertencimento da sociedade, em vez de sentirem-se um
grupo marginalizado”, afirma a psicóloga.

O que a falta de autoestima pode causar

Uma pesquisa da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil)


apresentada no Congresso Europeu de Terapia Cognitivo-Comportamental em 2012
mostra que entre os efeitos da baixa autoestima (físicos e psicológicos) estão dores
musculares ou de cabeça, problemas gastrointestinais, angústia, ansiedade, depressão
e conflitos interpessoais.

Mudar a maneira como vemos o outro e entender que a igualdade de direitos é


importante para a construção de uma sociedade que garanta espaço para todas as
pessoas inclui a quebra de crenças limitantes e de construções sociais.

Capítulo 4

Aprendendo com 

as diferenças

O que é e quais as diferenças entre

identidade de gênero e orientação sexual

Em um cenário de diversidade e de tanta discussão sobre

identidade de gênero e orientação sexual, muita gente

ainda se confunde ou não entende a real importância de

discutirmos essas questões desde a infância. Sim, desde a

infância. Afinal, sentimentos de pertencimento e o reflexo

no espelho começam desde essa fase.

Portanto, acreditamos que se elevarmos a discussão para

o nível da informação, nos fará seres humanos mais bem

preparados para relatarmos a nossa opinião sem ferir o

próximo.

Sexo e gênero

Tecnicamente começamos por entender qual a diferença entre sexo e gênero.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve o sexo como as características

biologicamente definidas, enquanto o gênero é baseado em características

socialmente construídas. Eles reconhecem que há variações em como as

pessoas vivenciam o gênero com base na auto percepção e expressão, e como

se comportam.

Em resumo, o sexo, refere-se às distinções biológicas e anatômicas como

genitálias, seios, aparelhos reprodutivos. Pessoas biologicamente do sexo

masculino apresentam pênis, do feminino, a vulva ou vagina, e intersexuais,

genitálias ambíguas ou ausentes – são raros os casos, mas existem.

Gênero é quando queremos falar sobre a construção social desse sexo

biológico. Refere-se à cultura de cada ser humano diante da sua sexualidade -

vamos falar mais sobre isso adiante.

Padrões estabelecidos na infância

Voltando alguns passos, quando os pais descobrem o sexo do bebê que está por vir, o
mundo começa a se colorir. A sociedade em algum momento disse que meninas nascem
em seu mundo cor de rosa e meninos no azul, antes mesmo deles terem a capacidade
de descobrir e dizer qual a sua cor favorita. No universo cor de rosa, o azul não entra, e
vice versa.

Essa analogia proposital, foi para chegarmos a questão do universo das meninas e dos
meninos que vemos desde cedo. Meninas brincando de boneca, de casinha, de arrumar
a casa, de sentar direito ou com “modos”, de fazer as unhas e enfeitar os cabelos.

Enquanto meninos, recebem a função de jogar bola, saber toda a escalação do seu time
de futebol favorito, não chorar a toa, não ser afetuoso com outros meninos e, nem
pensar, tentar cuidar da casa ou colocar um arco de estrelas no cabelo. Assim
percebemos o quanto sexo e gênero são sim, termos muito diferentes e necessários.

Identidade de gênero

Identidade de gênero é a experiência da pessoa a respeito de si mesma e das suas


relações com o outro gênero, ou seja, como ela se percebe na sociedade.

A identidade de gênero não depende do sexo biológico, e ela pode ser binária, quando a
pessoa se reconhece como homem ou como mulher, ou não-binária, quando ela se
identifica com os outros tipos de gênero. E quais são esses outros tipos de gênero?
Vamos ao mini glossário:

Cisgênero

Transgênero

Cis vem do latim do mesmo lado. Isso significa São aqueles que não se
que pessoas que se classificam como cisgêneras identificam com o seu sexo
são aquelas que estão de acordo com o gênero biológico, mas sim com um
que lhe registraram ao nascer. Então, mulheres gênero diferente daquele que
cisgêneras são aquelas que estão de acordo com lhe foi atribuído ao nascer. Ou
o gênero registrado ao nascer - e o mesmo vale seja, são pessoas que nascem
para os homens. Já para as pessoas com órgãos sexuais femininos
intersexuais, que já explicamos aqui, elas ou masculinos, mas que
podem se confirmar com o registro de gênero possuem uma identidade de
masculino ou feminino. Esse termo é também gênero oposta;
considerado o oposto a transgênero;

Vale lembrar que é incorreto afirmar que cisgêneros são somente pessoas
heterossexuais, assim como os transgêneros são necessariamente homossexuais. Além
disso, sabemos que existem outros termos e variações, como genderqueer, bigênero,
pangênero e drag queen.
Orientação sexual

Chegou a hora de falar sobre o significado de orientação sexual e o porquê da

heterossexualidade, homossexualidade e suas outras variações estarem inseridas

nesta “categoria”.

A orientação sexual está relacionada ao lado afetivo, sexual e amoroso das

pessoas. Ou seja, é o que você define por sua atração quando o assunto é o coração

e/ou o sexo, independe do sexo biológico seu ou da outra pessoa. Vamos de mini

glossário para explicar:

Heterossexuais

Homossexuais

Bissexuais

Atração afetiva e sexual Atração afetiva e Atração afetiva e

por pessoas do gênero sexual por pessoas do sexual por pessoas de

oposto; mesmo gênero; qualquer gênero;

Assexuais

Pansexuais

Pessoas que não sentem Atração afetiva ou sexual

atração por nenhum que não depende de gênero

gênero; sexual ou sexo biológico.

Expressão de gênero

A expressão de gênero nada mais é do que a

forma que você escolhe para se manifestar em

público, como você se veste, como você corta o

seu cabelo, quais são os seus comportamentos,

quais suas características corporais e como

você decide interagir com outras pessoas.

A expressão de gênero não necessariamente

precisa corresponder ao seu sexo biológico ou

a sua orientação sexual, aqui vale toda forma

de ser feliz e de se relacionar com seu corpo e

mente.

É o poder buscar o jeito que melhor te

representa, que melhor atende ao seu bem-

estar emocional. Mas é aqui também onde

encontramos repreensão, julgamento e

violência, inclusive familiar.

Bem-estar emocional, o gênero e a sexualidade

A discussão sobre gênero e sexualidade percorre todos os grupos de identidade,


orientação e expressão. A questão é que no fundo estamos em um mesmo barco,
todos tentando encontrar o seu pertencimento e a capacidade que isso tem de cuidar
do nosso bem-estar emocional. Sem esquecer, é claro, de simplesmente garantir o
direito universal de ir, vir e ser, com respeito e compreensão.

E se tudo continuar confuso e insatisfatório, procure a ajuda de um especialista, seja


para você ou para ajudar alguém que você conhece. Há profissionais e grupos de apoio
que realizam trabalhos incríveis, que disseminam a informação e que podem te
mostrar o quão é importante se sentir pertencido e acolhido.

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com Leandrinha Du Art

Podcast
Diversidade, igualdade e empregabilidade trans, com
Maitê Schneider co-fundadora do Trans Empregos

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