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UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO SUPERIOR TECNOLOGICO EM SEGURANÇA NO TRABALHO

ALUNOS: ANA CAROLINA – GABRIEL – KAROLINE – REGINALDO - RENATO –


ROGER

PIM IV - PROJETO INTEGRADO MULTIDISCILPLINAR

HOSPITAL OPHIR LOYOLA

São Paulo- 2016


Alunos: ANA CAROLINA SANTANA – RA 1607886

GABRIEL FERNANDO MORARI – RA 16334181

KAROLINE PANAGIOTIS – RA 1600092

REGINALDO ORTUNES – RA 1608034

RENATO BRAMBILLA – RA 1627798

ROGER DIOGO - RA 1621334

HIGIENE OCUPACIONAL – HIERARQUIA DAS PROTEÇÕES/GESTÃO DE


MUDANÇAS – SEGURANÇA E SAUDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE
SAUDE

Projeto Integrado Multidisciplinar IV para


obtenção do titulo de Tecnólogo segurança no
trabalho apresentado á Universidade Paulista-
UNIP.

Orientador: Carla Domenico

São Paulo- 2016


RESUMO

O Hospital tem características de apresentar um elevado índice de riscos, aos quais


os trabalhadores estão expostos com frequência no cotidiano de suas atividades. O
desenvolvimento tecnológico, as modernas formas de organizações, e as
sofisticadas técnicas de gerenciamento podem tornar-se fonte inesgotável de
agravos à saúde, quando administradas sem critérios de Segurança e Saúde do
Trabalho – SST.

Esta pesquisa consistiu num estudo de caso em uma Instituição Hospitalar. Foi
realizada uma análise referente a higiene ocupacional, hierarquia das proteções /
gestão de mudanças em segurança e saúde no trabalho em serviço de saúde,
adotado. Na pesquisa, foram utilizadas as técnicas de: entrevista semi-estruturada,
formulários e observação participante. O estudo possibilitou o conhecimento da
política organizacional desenvolvida na instituição que asseguram as questões de
SST, listagem dos riscos ambientais e levantamento de acidentes e doenças
ocupacionais registradas nos setores de medicina ocupacional e controle de
infecção hospitalar. Os resultados apontaram que o Hospital pesquisado, não adota
rigorosamente um sistema de gestão em SST, apesar de ter uma real preocupação
com seus trabalhadores; permitiram o diagnóstico da situação de segurança e saúde
através do mapeamento de riscos identificados de acordo com a sua natureza:
químicos, físicos, ergonômicos, acidentes e biológicos, a que os trabalhadores estão
expostos no cotidiano de suas atividades; identificaram fatores desencadeantes de
doenças e acidentes, suas respectivas fontes e a função dos servidores mais
afetados; despertaram a necessidade de que haja uma integração entre as
categorias envolvidas e a alta administração no sentido de elaborar propostas de
gerenciamento para a área de SST.

Para os termos investigados, manifestaram-se diversas percepções entre os atores


sociais integrantes das diferentes categorias que, provavelmente, estão relacionadas
com aspectos socioculturais e institucionais aos quais estão envolvidos.

A importância de um sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho atuante e


eficaz, condiz para a minimização dos riscos aos trabalhadores e um melhor
ambiente de trabalho nas Instituições de Saúde.
ABSTRACT

The Hospital has characteristics of presenting a high index of risks, to which workers
are frequently exposed in the daily life of their activities. Technological development,
modern forms of organizations, and sophisticated management techniques can
become an inexhaustible source of health problems when administered without
Occupational Safety and Health (OSH) criteria.

This study consisted of a case study in a Hospital Institution. An analysis was carried
out regarding occupational hygiene, protection hierarchy / changes management in
health and safety at work in health service, adopted. In the research, the following
techniques were used: semi-structured interview, forms and participant observation.
The study made possible the knowledge of the organizational policy developed in the
institution that assures OSH issues, listing of environmental risks and the survey of
occupational accidents and diseases registered in the occupational medicine and
hospital infection control sectors. The results pointed out that the Hospital researched
does not strictly adopt an OSH management system, despite having a real concern
with its workers; Allowed the diagnosis of the health and safety situation by mapping
the risks identified according to their nature: chemical, physical, ergonomic, accident
and biological, to which workers are exposed in the daily routine of their activities;
Identified factors that trigger diseases and accidents, their respective sources and
the function of the most affected employees; Raised the need for an integration
between the categories involved and the top management in order to elaborate
management proposals for the OSH area.

For the terms investigated, several perceptions were manifested among the social
actors that are members of the different categories that are probably related to the
sociocultural and institutional aspects to which they are involved.

The importance of an effective and effective work safety and health management
system, consistent with the minimization of risks to workers and a better working
environment in Health Institutions.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................6
HIGIENE OCUPACIONAL............................................................................................6
Estrutura de segurança do trabalho a disposição da empresa....................................6
Historico de doenças do trabalho..................................................................................7
Politica adotada e efetivamente implantada na empresa...........................................10
Identificação de riscos existentes nos ambientes de trabalho....................................13
Atendimento ao binômio direito do saber e o dever de informar................................14
Divulgação de dados e resultados sobre segurança do trabalho...............................14
Conscientização do trabalhador em buscar trabalhar em ambientes salubres..........15
HIERARQUIA DAS PROTEÇÕES / GESTÃO DE MUDANÇAS...............................15
SEGURANÇA E SAUDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAUDE..................24
CONCLUSÃO.............................................................................................................28
REFERENCIAS...........................................................................................................31
6

INTRODUÇÃO
A história do Hospital Ophir Loyola iniciou  no dia 06 de outubro de 1912 com a
criação do Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Pará. Inicialmente,  a
finalidade era prestar assistência médica à infância desvalida e, posteriormente,
começou a dedicar-se também ao tratamento oncológico.

Em 1934, passou a chamar-se “Instituto Ophir Loyola – IOL”, em homenagem ao


Doutor Ophir Pinto de Loyola, médico fundador juntamente com o Doutor Raimundo
Nogueira de Farias e o Professor Raimundo Proença. Mais tarde, em 2006, foi
criada a autarquia Hospital Ophir Loyola, com objetivo de oferecer atendimento
médico humanizado através de excelência em tratamento do câncer, doenças
crônico-degenerativas, fissuras labiopalatais, transplantes de órgãos, entre outros
serviços. Além disso, o HOL executa um trabalho de ensino, pesquisa e extensão
como forma de qualificar profissionais e estabelecer apoio e incentivo à pesquisa e
produção científica no hospital.

Atualmente, além da oncologia, o hospital ainda atende outras 17 especialidades


médicas, entre elas: neurocirurgia, transplantes de córnea e rins. Em 2013 foram
1.052.546 atendimentos, entre consultas ambulatoriais, cirurgias, aplicações de
radioterapia, sessões de quimioterapia, exames de anatomo-patologia e consultas
de urgência e emergência.

HIGIENE OCUPACIONAL
Estrutura de segurança do trabalho a disposição da empresa.
O HOL conta uma das melhores estruturas hospitalares do estado, senão do país,
sendo sempre avaliados, visitados e auditados por responsáveis da área elas
prezam muito pela saúde não só do paciente mas também do seu colaborador.

Cada funcionário dispõe de seu EPI de acordo com o setor em que trabalha e existe
uma equipe responsável por monitorar o uso continuo dos meios de prevenção de
acidentes.
7

Em visita a empresa foi possível observar que em todos os andares do prédio


extintores, alarmes, saídas de emergência, mangueiras é de fácil alcance em caso
de emergência. Notou-se também a preocupação em ter barras de apoio, piso
antiderrapante por toda a empresa, prevenindo muitos acidentes que geralmente
são comuns nesses ambientes.

Historico de doenças do trabalho


No ambiente hospitalar os riscos de doenças ocupacionais dobram devido a maior
exposição aos riscos. Sendo eles :

RiscosBiológicos:

Tuberculose Pulmonar

•      Infecção bacteriana causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Afeta os


pulmões e pode disseminar-se para outros órgãos. É transmitida através de
gotículas provenientes no ar de uma tosse ou espirro de uma pessoa infectada.

Citomegalovírus

•      Vírus que pode causar infecção do SNC, digestivo e retina. Os sintomas variam
desde mal-estar e febre baixa até doenças graves. Pode ser transmitida por via
respiratória, transmissão vertical, via sexual, transfusão de sangue. O tratamento na
fase aguda é sintomáticos e antivirais nas formas graves.

Hepatites Virais

•      Doenças silenciosas causadas por vírus, alguns medicamentos, álcool e drogas,


doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Quando aparecem sintomas eles
são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos
amarelados, urina escura e fezes claras. As mais comuns são A, B, C e D. 

Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)


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•      O vírus ataca o sistema imunológico, altera o DNA das células  e faz cópia de si
mesmo, depois rompe os linfócitos em busca de outras células para continuar a
infecção. Pode ser transmitido através de relações sexuais desprotegidas,
compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas, transfusão sanguínea, da
mãe para o bebê.

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)

•      Causada pelo HIV, é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema
imunológico. A doença aparece quando a baixa imunidade permite o aparecimento
de doenças oportunistas. 

Rubéola

•      Doença viral aguda, caracterizada por febre baixa e exantema maculopapular


que inicia-se na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se para tronco e
membros. É transmitida pelo contato direto com secreções nasofaríngeas de
pessoas infectadas. Tratamento é sintomático. 

Meningite

•      Infecção viral ou bacteriana que ataca as meninges, 3 membranas que


protegem o encéfalo, medula espinhal e outras partes do SNC. As virais são mais
leves e os sintomas parecidos com gripes e resfriados. As bacterianas são mais
graves e devem ser tratadas imediatamente.

Riscos Físicos

•      Doenças relacionadas à audição e ao padrão de sono devido ao ruído


excessivo no ambiente de trabalho;
•      Doenças oculares devido à má iluminação;
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•      Doenças congênitas.

Riscos químicos

 Asma

•      É o estreitamento dos bronquíolos que dificulta a passagem do ar provocando


contrações ou broncoespasmos. As crises comprometem a respiração, tornando-a
difícil. Os sintomas são falta de ar, tosse seca, chiado e opressão no peito

Rinite

•      Inflamação que ocorre na membrana nasal e pode ser aguda ou crônica. Os


sintomas são congestão nasal, espirros constantes, coriza, prurido e ardor nos
olhos, nariz e boca. 

Riscos ergonômicos

ü  Dorsalgias
•      Consiste na presença de dor localizada no segmento dorsal da coluna. A dor
pode ser constante ou intermitente, localizada ou difusa.

ü  Sinovite

•      É  uma inflamação do tecido que reveste a parte interior das articulações,


chamada de membrana sinovial. Ocorre em qualquer articulação do corpo, mas é
mais comum no joelho, quadril e mão. Sinais e sintomas são: aumento da
temperatura na articulação, dor ao movimentá-la, inchaço local, dificuldade para
movimentar a articulação e o membro afetado.

ü  Tenossinovite

•      Inflamação da membrana que recobre o tendão, a bainha tendinosa. As mais


comuns são no ombro, cotovelo, punho e mão. Os sinais e sintomas incluem dor
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local, edema, dor à palpação, limitações de movimentos. 


Ø  Riscos Psicossociais
ü  Estresse
•      O estresse ocupacional é um problema negativo, de natureza perceptiva,
resultado da incapacidade de lidar com as fontes de pressão no trabalho. Provoca
conseqüências sob forma de problemas na saúde física e mental e na satisfação no
trabalho, comprometendo o indivíduo e as organizações. 

ü  Ansiedade
•      É um sinal de alerta, que permite ao indivíduo ficar atento a um perigo iminente
e tomar as medidas necessárias para lidar com a ameaça.  Se torna patológica
quando há uma preocupação excessiva ou expectativa apreensiva. 

ü  Depressão
•      É uma doença psicossomática de natureza afetiva, que pode ter causa psíquica
ou orgânica. 

ü  Síndrome de Burnout

•      Condição de estresse ligada ao trabalho. Sua principal característica é o estado


de tensão emocional e estresse crônicos.

Politica adotada e efetivamente implantada na empresa


A empresa promove semanalmente encontros com os responsáveis por cada setor
afim de analisar os dados colhidos durante a semana, cada representante leva as
duvidas, sugestões, reclamações de todo um grupo e esse método tem rendido bons
resultados, o numero de acidentes diminuíram consideravelmente em relação ao
ano em que a politica não havia sido adotada;
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O hospital por funcionar como um hospital escola investe alto em preparar os seus
colaboradores, tendo como exemplo a capacitação dos Radiologistas que é um dos
setores em que mais se expõe a raios prejudiciais a saúde.
12
13

Identificação de riscos existentes nos ambientes de trabalho

O ambiente hospitalar é um dos poucos onde encontramos todos os riscos


existentes - físico químico  biológico e ergonômico - assim sendo considerado
ambiente de trabalho insalubre.

A conscientização, prevenção, reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho e


treinamento contínuo são essenciais para a segurança dos profissionais da saúde e
pacientes.

De acordo com a Norma Regulamentadora 32 (NR-32, 11/11/2005), entende-se por


serviços de saúde qualquer pavimento ou edificação destinada à prestação de
assistência a saúde da população e toda e qualquer ação destinada à promoção,
recuperação, assistência e pesquisa de ensino em saúde seja qualquer nível de
complexidade.

Ainda, consideram-se Agentes Biológicos todos os microrganismos modificados ou


não em laboratório, as culturas em célula, os parasitas, as toxinas e os príons. Essa
norma ainda estabelece que todo e qualquer serviço de saúde deve, conforme
expõe a Norma Regulamentadora 9 (PPRA/ NR 9), cumprir com o Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) que deve conter:

a) a identificação dos riscos biológicos prováveis no serviço de saúde observando as


fontes de exposição e reservatórios vias de transmissão, transmissibilidade,
patogenicidade, virulência, persistência do agente biológico no ambiente, estudos
epidemiológicos e outras informações cientificas relacionadas a esses riscos
inerentes a saúde do trabalhador;

b) avaliação do local de trabalho e do trabalhador atentando-se para a finalidade e


descrição do local de trabalho, a organização e procedimentos realizados no serviço,
possibilidade a exposição e medidas de prevenção aplicáveis e acompanhamento.

Outro programa que deve ser seguido é o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO) que deve contemplar: o reconhecimento e avaliação contínua
dos riscos biológicos existentes, a localização das áreas de mais riscos, a relação
contendo a identificação como nomes dos trabalhadores e suas respectivas funções
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e o risco que estão expostas, a vigilância médica aos trabalhadores que trabalham
nas áreas de grande risco, e manter o programa de vacinação do trabalhador.

Tanto o PPRA e o PCMSO devem estar à disposição dos funcionários de fácil


acesso a todos.

Em toda ocorrência de acidente de Trabalho envolvendo os riscos biológicos com ou


sem afastamento, deve ser preenchida a Comunicação de Acidente de Trabalho
(CAT) e encaminhada aos órgãos competentes no prazo de 24 horas do ocorrido.

Em caso de exposição acidental ou incidental as medidas devem obrigatoriamente


ser tomadas mesmo que não conte no PCMSO ou PPRA do estabelecimento de
ocorrência

Atendimento ao binômio direito do saber e o dever de informar

Assim como toda empresa o ambiente hospitalar que se preocupa com a saúde e
bem estar tantos dos pacientes quanto dos profissionais da saúde investem na
conscientização dos mesmos sobre os riscos, trabalham incansavelmente para
proporcionar um ambiente agradável e seguro para todos, a empresa tem essa
obrigação. Contudo, o colaborador também tem suas obrigações e uma delas é se
adequar as normas prevencionistas, usar os EPI´s corretamente, agir e trabalhar de
forma segura para todos.

Divulgação de dados e resultados sobre segurança do trabalho

Em alguns setores, principalmente no hall de entrada, da empresa objeto de estudo


é possível visualizar cartazes de campanhas, quadros com analises de riscos e até
mesmo um calendário onde se é marcado a quantidade de tempo em que não
acontece um acidente no trabalho. Tudo isso para muitas pessoas passa
despercebido, porem ao entrevistar alguns funcionários eles ressaltaram o quanto é
gratificante trabalhar em um lugar que realmente se preocupa com o bem estar de
todos, e como forma de agradecimento pelo trabalho tao bem desenvolvido a
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direção do hospital premia os setores em que mais se destacam quanto ao uso


correto de EPI, o trabalho em equipe em prol de trabalhar de forma segura para o
bem de todos.

Conscientização do trabalhador em buscar trabalhar em ambientes salubres

A conscientização do trabalhado quanto a escolher um emprego salubre ainda é


uma questão muito mal compreendida. Devido à necessidade da maioria dos
colaboradores, a maioria não pode escolher o emprego, e visto isso cabe a empresa
proporcionar uma qualidade no ambiente de trabalho dos mesmos.

O hospital demonstrou durante toda a pesquisa que valoriza o seu capital humano,
valoriza os profissionais do seu quadro de funcionários, e isso sem duvidas os
transforma em profissionais melhores, com condições de atender bem os pacientes,
ou seja o investimento na qualidade de vida dos funcionários sempre terá retorno,
pois o mesmo irá trabalhar satisfeito e isso trará mais clientes ( pacientes).

HIERARQUIA DAS PROTEÇÕES / GESTÃO DE MUDANÇAS

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, as


análises de riscos hospitalares devem ser fundamentadas em três conceitos
básicos:

a. Reconhecer (riscos): identificar, caracterizar, saber apontar


qual dos agentes de risco de dano à saúde estão presentes
no ambiente de trabalho;

b. Avaliar (riscos): é saber quantificar e verificar, de acordo


com determinadas técnicas, a magnitude do risco. Se é
maior ou menor, se é grande ou pequeno, comparado com
determinados padrões;
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c. Controlar (riscos): é adotar medidas técnicas,


administrativas, preventivas ou corretivas de diversas
naturezas, que tendem a eliminar ou atenuar os riscos
existentes no ambiente de trabalho.

Seguindo a itemização dos conceitos básicos adotados pela ANVISA, serão


elencados na sequencia deste texto, a análise dos principais riscos ambientais
apontados pela referida agencia.

 Riscos Físicos no Ambiente Hospitalar

Segundo a ANVISA, Os principais agentes físicos encontrados no ambiente


hospitalar são o calor, ruído, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes e
pressões anormais. Neste trabalho foram avaliados:

CALOR

 Reconhecimento do Risco

Risco encontrado nas operações de limpeza, desinfecção e esterilização dos artigos


e áreas hospitalares. Também, no preparo de alimentação pelos Serviços de
Nutrição e Dietética (SND) e nos laboratórios de análise clínica no preparo de
soluções especiais.

 Avaliação do Risco

Avaliação realizada através de termômetros, cujo método de análise e padrões de


referência está mencionado na NR-15 da Portaria nº 3.214/78.

 Controle Risco

Proteção contra calor radiante: Deve-se fazer uso de anteparos refletores,


empregando materiais de alto coeficiente de reflexão, como placas de alumínio
polido. A superfície refletora deve ser mantida sempre limpa. Os anteporos devem
ser empregados de modo a formar uma barreira entre a fonte de calor, o corpo
humano e o ambiente.
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Proteção contra o calor de convecção: Utiliza a renovação de massas de ar


aquecidas, por outras mais frias. De outro modo é possível aumentar a velocidade
do ar no ambiente, velocidades estas que variam de acordo com o tempo o de
exposição e da existência de grandes cargas térmicas incidindo diretamente sobre o
trabalhador.

Proteção contra o calor de condução: Deve ser feita isolando-se as superfícies


quentes do contato, pelo uso de materiais apropriados como lã de vidro ou materiais
termicamente isolantes.

ILUMINAÇÃO

 Reconhecimento do Risco

Através da tabulação dos dados extraídos de questionário aplicado aos


funcionários.

 Avaliação do Risco

Verificação do nível de luminosidade dos ambientes problemáticos


identificados na fase de reconhecimento de risco.

 Controle de risco

Inserção de medidas administrativas para correção ou manutenção dos


equipamentos de manutenção instalados.

UMIDADE

 Reconhecimento do Risco

A umidade é, geralmente detectada por, inspeção visual, identificando


manchas nas paredes e pisos, decorrentes de infiltrações de água.
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Em termos operacionais, a lavanderia é o ambientar hospitalar com maior


risco de umidade.

 Avaliação do Risco

Além da inspeção visual que fornece uma leitura qualitativa da situação,


poderá ser utilizado o termo higrômetro, equipamento que permite mesnurar o nível
de conformidade da umidade em cada ambiente.

 Controle de risco

As medidas de prevenção deveriam ser elencadas desde a fase projetual. Na


impossibilidade trabalhar medidas eletro mecânicas de condicionamento do ar para
controlar o nível de umidade no ambiente.

RADIAÇÃO IONIZANTE

 Reconhecimento do Risco

Os riscos inerentes às radiações ionizantes foram relacionados às áreas de


rádio-diagnóstico e radioterapia.

 Avaliação do Risco

a avaliação deverá ser efetuada com instrumentação adequada, bem como


através da participação de profissionais especialmente qualificados para esse fim.
No Brasil essa atividade vem sendo desenvolvida, principalmente, por físicos
especializados em radioproteção.

 Controle de risco

Formas de precaução e controle de radiações nestes ambientes de trabalho,


apontados pela ANVISA:
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a. As paredes e portas das salas que contêm equipamentos


geradores de radiação devem ser revestidas
adequadamente com chumbo;

b. Indicadores luminosos instalados nos locais de acesso a


áreas sujeitas a radiações devem informar se os
equipamentos estão em uso ou não;

c. Os equipamentos de radiação devem ser desligados


automaticamente caso ocorra abertura acidental da porta
de acesso à área sujeita a radiações;

d. Os aparelhos devem possuir dispositivos que os desliguem


automaticamente após decorrido o tempo de exposição
pré-selecionado;

e. Nenhuma pessoa além do paciente deve ficar na sala de


tratamento. A sala de tratamento deverá possuir formas de
abertura também pelo lado interno;

f. As salas devem dispor de meios de comunicação oral e


visual com o paciente. Os vidros empregados deverão ser
do tipo plumbíferos;

g. Alarmes sonoros e visuais devem ser acionados sempre


que as doses de radiação previstas forem ultrapassadas
(principalmente em áreas que utilizam rádio-isótopos ou
fontes para radioterapia);

h. Os operadores de equipamentos geradores de radiação


devem receber treinamento especializado;
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i. Os operadores devem usar aventais plumbíferos durante


as radiografias realizadas fora das salas apropriadas
(casos de emergência, no centro cirúrgico, etc.);

j. Os operadores devem se manter o mais afastado possível


do paciente. Caso não seja possível (escopias), devem
usar protetor de tireóide, óculos plumbíferos e luvas
apropriadas;

k. Nos locais de tratamentos com radioisótopos e internação


de pacientes, o tratamento de esgoto faz-se necessário;

l. A manipulação de material radiativo (branquiterapia) deve


ser feito com pinças específicas;

m. Os operadores devem utilizar sempre os dosímetros


individuais na parte do corpo mais exposta à radiação;

n. Quando usar avental plumbífero, o dosímetro deve ser


colocado conforme orientação do fabricante;
 Controle de risco

As medidas de prevenção deveriam ser elencadas desde a fase projetual. Na


impossibilidade trabalhar medidas eletro mecânicas de condicionamento do ar para
controlar o nível de umidade no ambiente.

 Riscos Químicos no Ambiente Hospitalar

 Reconhecimento do Risco

O SESMT do hospital deverá possuir a ficha de segurança de cada produto


que entra no hospital. Isso pode ser conseguido através de exigências e avaliações
feitas antes da opção de compra. Deste modo, todos os produtos químicos e seus
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riscos podem ser conhecidos pelos profissionais da área de segurança, permitindo


que adequadas medidas de controle possam ser adotadas.

 Avaliação do Risco

Realizado através de exame de fluídos corpóreos, a susceptibilidade do


indivíduo ao produto.

 Controle de risco

Proteção do trabalhador através do uso de EPI, o controle de sua saúde


através de exames médicos periódicos e a limitação do tempo de exposição do
trabalhador à fonte do risco.

 Riscos Biológicos no Ambiente Hospitalar

O laboratório de análise clínicas, são os setores de maior risco ambiental. Na


sequência segue algumas orientações estabelecidas pelo NIH – National Institutes
of Health (Institutos Nacionais de Saúde), CDC – Centers for Desease Control
(Centros para Controle de Doenças), o NCCLS – National Committee for Clinical
Laboratory Standards (Comitê Nacional para Normas de Laboratórios Clínicos) e
Laboratory Safety Manual – WHO – World Health Organization.

a. Usar luvas quando as atividades a serem desenvolvidas


exigirem contato com fluidos corpóreos (soro, plasma,
urina, ou sangue total);

b. Usar protetor facial, como óculos de segurança,


principalmente quando houver possibilidade de espirros de
fluidos;

c. Usar vestimentas de proteção, como aventais, quando o


risco biológico for reconhecido;
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d. Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da


área contaminada;

e. Minimizar a formação de aerossóis durante as


manipulações laboratoriais; o Evitar o contato das mãos
com a face;

f. Não comer, beber ou aplicar cosméticos na área do


laboratório; o Não pipetar qualquer líquido, incluindo água,
através da boca;

g. Não permitir o contato de ferramentas ou qualquer peça de


laboratório com a boca;

h. Não usar pias de laboratórios para lavar as mãos ou outras


atividades de higiene pessoal;

i. Cobrir todos os cortes superficiais e ferimentos antes de


iniciar os trabalhos no laboratório;

j. Seguir os protocolos de biossegurança para o laboratório e


para o depósito de materiais contaminados;

k. Usar soluções desinfetantes adequadamente preparadas,


sempre que necessário;

l. Manter os frascos que contêm material infectante fechados,


toda vez que não estiverem em uso;

m. Não levar luvas para áreas externas do laboratório e lavar


as mãos quando sair do laboratório;
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n. Especial atenção deve ser dada ao uso de centrífugas que,


manuseadas erroneamente, produzem partículas
respiráveis e podem ser ejetadas durante o uso do
equipamento, devendo ser operadas de acordo com as
instruções do fabricante;

o. Para as operações de homogeinização e mistura, dê


preferência para os homegeinizadores de "teflon", pois os
de vidro são quebráveis e podem liberar material infectado
repentinamente. O recipiente deve ser aberto, após a
operação, em cabine de segurança biológica.

Proteção do trabalhador através do uso de EPI, o controle de sua saúde


através de exames médicos periódicos e a limitação do tempo de exposição do
trabalhador à fonte do risco.

Segundo Guimarães (2016), “o direito ao adicional insalubridade, imposto


pelo artigo 192 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) concede ao trabalhador
que executa suas atividades em condições insalubres, o acréscimo de 40%, 20% e
10% do salário mínimo da região, de acordo com seus respectivos graus de
exposição (máximo, médio e mínimo), cujos limites de referência são preceituados
na Norma Regulamentadora – NR 15, aprovada pela Portaria 3.214/78 do Ministério
do Trabalho”.

Existe um intenso debate doutrinário sobre as bases para o cálculo do


adicional insalubridade e a constante busca de incrementos que esgotem todas as
possibilidades de riscos de exposição ao risco. Entretanto, em face de
complexidades dos riscos ambientais encontrados no ambiente hospitalar, todos os
profissionais envolvidos diretamente nas atividades fins destes estabelecimento,
recebem percentuais adicionais a seu salário, salvo exceção funcionários ligados
aos setores administrativos.
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SEGURANÇA E SAUDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAUDE

As diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção

segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde são preceituados na

Norma Regulamentadora – NR 32, aprovada pela Portaria 3.214/78 do Ministério do

Trabalho.

De acordo com esta NR, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

(PPRA), além dos quesitos previstos na NR 09, deverá conter:

 A identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização

geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores,

considerando:

a) fontes de exposição e reservatórios;

b) vias de transmissão e de entrada;

c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente;

d) persistência do agente biológico no ambiente;


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e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos;

f) outras informações científicas.

 Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando:

a) a finalidade e descrição do local de trabalho;

b) a organização e procedimentos de trabalho;

c) a possibilidade de exposição;

d) a descrição das atividades e funções de cada local de trabalho;

e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento.

 O inventário de todos os produtos químicos, inclusive intermediários e

resíduos, com indicação daqueles que impliquem em riscos à segurança e

saúde do trabalhador.

 A descrição dos riscos inerentes às atividades de recebimento,

armazenamento, preparo, distribuição, administração dos medicamentos e das

drogas de risco.

 Inserir o Plano de Proteção Radiológica onde, nesta parte do documento deve

compor a expertise de um profissional especifico na área de segurança de


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radiologia.

Consoante as atividades do PPRA, também deverá ser elaborado o Programa de

Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, delineado pelas diretrizes

estabelecidas pela NR 07, comtemplando também:

 O reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos, e suas respectivas área

de localização;

 A relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o

local em que desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos;

 A vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos;

 O programa de vacinação;

 Os procedimentos a serem adotados para diagnóstico, acompanhamento e

prevenção da soroconversão e das doenças;

 As medidas para descontaminação do local de trabalho;


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 O tratamento médico de emergência para os trabalhadores;

 A identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas pertinentes;

 A relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar assistência aos

trabalhadores;

 As formas de remoção para atendimento dos trabalhadores;

 A relação dos estabelecimentos de assistência à saúde depositários de

imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários, materiais e insumos

especiais;

 Capacitar, inicialmente e de forma continuada, os trabalhadores envolvidos

para a utilização segura de produtos químicos.

Além da instauração da Comissão Interna de Prevenção de Acidente, conforme

previsto na NR 05, tanto o PPRA como o PCMSO deverão prever a criação da

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH.


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CONCLUSÃO
Ao final do presente projeto, viu-se que a empresa objeto de pesquisa deste estudo
tem a preocupação de se manter dentro dos padrões exigidos pela ANVISA,
SESMT, e outras instituições responsáveis pela fiscalização de segurança e saúde
no trabalho. Evidenciou-se que os profissionais da saúde dominam os temas
abordados e sua aplicabilidade no cotidiano do seu trabalho.

Reforça-se que é importante haver um equilíbrio entre o saber da equipe dos


diversos setores e turnos de trabalho a fim de assegurar uma integralidade da
assistência e a continuidade da atenção e cuidado em relação a segurança dos
mesmos e dos pacientes. Isso pode ser alcançado através da continuidade
permanente dos programas de conscientização e incentivos que a empresa já
promove, implantação de protocolos assistenciais, padronização de procedimentos,
processos mapeados e fluxos estabelecidos.
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REFERENCIAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 07 - Programa de. Controle Médico


de Saúde Ocupacional – PCMSO. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1996.
Disponível em:
< http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF19C09E2799/
nr_07_ssst.pdf

- ATLAS. Manuais de legislação: segurança e medicina do trabalho. 54. ed. São


Paulo: Atlas, 2004. - BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho & gestão
ambiental. São Paulo: Atlas, 2001.

- BRASIL. Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispões sobre o Plano de


Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Lex: coletânea de
legislação e jurisprudência, São Paulo, v.55, p.461-493, jul./set. 1992b.

- BRASIL. Decreto nº. 611, de 21 de julho de 1992. Dá nova redação ao regulamento


dos Benefícios da Previdência Social. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência,
São Paulo, v.56, p.488, jul./set. 1992a.
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Na Norma regulamentadora de numero 9, emitida pelo Ministério do Trabalho e


Emprego 1994, consta-se um programa chamado Programa de Prevenção dos
Riscos Ambientais ( PPRA), esse programa fundamenta-se na busca de métodos e
ações que possam suprimir possíveis agentes químicos, físicos e biológicos
presentes no ambiente de trabalho, que possam ser prejudiciais a saúde ou a
integridade física dos trabalhadores. O PPRA é obrigatório para qualquer instituição
ou empresa que tenha funcionários contratados.
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TIPOS DE ACIDENTE DO TRABALHO

Os Acidentes do Trabalho podem ser divididos em : típicos, atípicos e acidente de


trajeto.

A tabela abaixo mostra a visão que Vólia Bonfim Cassar tem de acidente do
trabalho:

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