1) A identidade é um processo dinâmico e contínuo que se constrói ao longo da vida através da interação com os outros e das experiências vividas.
2) A identidade é complexa e multidimensional, integrando dimensões biológicas, sociais, culturais e relacionais.
3) A identidade pode ser influenciada por situações que alteram a forma como nos vemos e como os outros nos veem, potencialmente causando crises de identidade.
1) A identidade é um processo dinâmico e contínuo que se constrói ao longo da vida através da interação com os outros e das experiências vividas.
2) A identidade é complexa e multidimensional, integrando dimensões biológicas, sociais, culturais e relacionais.
3) A identidade pode ser influenciada por situações que alteram a forma como nos vemos e como os outros nos veem, potencialmente causando crises de identidade.
1) A identidade é um processo dinâmico e contínuo que se constrói ao longo da vida através da interação com os outros e das experiências vividas.
2) A identidade é complexa e multidimensional, integrando dimensões biológicas, sociais, culturais e relacionais.
3) A identidade pode ser influenciada por situações que alteram a forma como nos vemos e como os outros nos veem, potencialmente causando crises de identidade.
estruturada, 1 A forma como o ser humano, desde que estável, que tenho de mim próprio e que nasce, se relaciona com o meio e com os ou- os tros muda a cada momento que passa. A outros têm de mim. A identidade é partilhada, construção da identidade é um processo di- na medida em que os outros nâmico e inacabado. A nossa identidade (tudo reconhecem aquilo que somos) altera-se em função de um aquilo que eu sou. Esta continuidade não im- conjunto variado de ocorrências e de acasos. plica que não haja possibilidade de Imaginemos um estudante do décimo ano do mudança. Curso de Ciências e Tecnologias que pretende A identidade constrói-se ao longo da vida, por ingressar na universidade e frequentar a li- isso implica mudança, um conjunto de altera- cenciatura em Engenharia Civil. No décimo ções decorrentes do desenvolvimento do segundo, contacta, pela primeira vez, com os ciclo conteúdos da disciplina de Psicologia. Aí, de vida. Cada ser humano desempenha dife- descobre uma vocação especial para analisar 3 rentes papéis, mas, ao mesmo tempo, man- e tentar compreender o comportamento hu- tém uma certa coerência interna. Desta mano. A sua orientação vocacional altera-se. forma, continuidade e mudança combinam- Agora, pretende, com a certeza que nunca ti- -se no processo de construção da identidade. vera antes, ser psicólogo, abrir um consultó- rio e exercer Psicologia Clínica. Ele já não é A identidade pessoal tem como como a principais mais a mesma pessoa, com a mesma identi- componentes as perceções, os sentimentos dade. A experiência do presente alterou a sua e representação do passado e as suas expecta- as representações que uma pessoa tem de tivas acerca do futuro. si Como no caso anterior, tantos são os exem- própria. Este conjunto de elementos permite plos de situações que podem ter influência ao indivíduo reconhecer e ser reconhecido so- (condicionar, determinar), positiva ou negativa- cialmente. A identidade constitui-se mente, a construção da identidade e da per- integração de todas as experiências do sujeito, sonalidade, ou a inter-relação dos traços que de toda a sua história de vida. caracterizam a identidade construída. O con- A identidade pessoal é um fenómeno com- dutor de automóveis de corrida que é pai pela plexo e multidimensional. No processo de primeira vez, o jovem adolescente que deixa o 4 construção da identidade está sempre envol- seu país para ir trabalhar no estrangeiro, a vida uma dimensão biológica – o nosso criança que é agredida por um colega de corpo turma, a operária fabril que ganha a lotaria – e uma dimensão relacional – a nossa identi- têm algo em comum, todos vivenciam situa- dade constrói-se na relação com os outros em ções que, pelos seus impactos, alteram, mais todas as fases da vida. A identidade é, por- ou menos substancialmente, as suas formas tanto, um processo biorrelacional. de ver o mundo e os outros, mas, principal- mente, as suas identidades e a forma de se A génese da identidade, o seu desenvolvi- verem a si próprios. mento ao longo de toda a vida, está marcada 2 A identidade é o sentimento intrínseco de ser pela relação com os outros, na família, na es- o mesmo, permitindo que nos reconheçamos cola, em todos os grupos sociais. A identi- como sujeitos únicos, como atores das nos- dade é, ao mesmo tempo, ser como os sas experiências – passadas, presentes e fu- outros turas. A identidade assegura a continuidade e ser diferente dos outros. O conceito de do que somos – “eu sou sempre a mesma identidade está ligado ao conceito de alteri- pessoa”. A continuidade corresponde ao sen- dade, porque a identidade tem uma compo- timento de nos reconhecermos os mesmos, nente social, na medida em que a forma como ao longo do tempo. Essa continuidade corres- nos olhamos a nós próprios é muito influen- ponde, também, a uma certa estabilidade ciada pela forma como os outros olham para Resolução das atividades e fichas medida, a construção da identidade é tam- que o sujeito se reconheça através dos valo- bém, e não é menos, oposição, encerramento res que partilha com a sua sociedade. relativamente ao outro, e é por essência dife- Assim, mesmo na interseção destas identida- renciação. Os outros são o meu espelho bidi- des, o sujeito é uma entidade única, mas plu- recional, na medida em que me vejo e vejo ral nas suas manifestações. os outros a verem-me. A identidade constrói-se 6 As múltiplas facetas da identidade não com- na coerência deste processo contraditório prometem, por si só, a coerência interna da de pessoa, mas podem criar situações de crise aproximação e afastamento em relação de identidade. A pessoa não é o somatório, a aos justaposição, das várias facetas da identi- 5 outros. dade, não é o simples somatório dos papéis que desempenha. Cada pessoa é diferente e a Normalmente, utiliza-se o conceito de identi- dade no singular, mas identidade é um con- vivência das diferentes identidades assume ceito complexo que se manifesta, participar especificidade no concreto, na vida segundo pessoal de cada um. Há pessoas em quem alguns autores, em diferentes tipos de identi- essa diferenciação identitária coloca proble- dades: identidade pessoal, identidade social mas de coerência interna, e outras pessoas e identidade cultural. O sujeito é uma enti- em que a vivência da dispersão de papéis é, dade plural que integra diferentes manifesta- até, motivadora e impulsionadora da realiza- ções. Mas a sua unicidade, apesar dos múlti- ção pessoal. plos papéis desempenhados, não está Um dos campos da psicologia atual é o es- A identidade social (identidade tudo das crises de identidade, que resultam reporta-se à consciência social que temos de das grandes transformações sociais e tecno- nós próprios e que resulta da interação lógicas e que teve grandes repercussões no que trabalho. Por exemplo, o caso dos operários estabelecemos no meio em que estamos in- que foram perdendo a sua identidade de pela (criança, jovem, adulto), pelo classe, em virtude da automatização. Outro (homem, mulher), pela profissão (operário, caso é o resultante dos fluxos migratórios médico, que têm como consequências um conjunto de e outros aspetos que re- professor, cabeleireiro) problemáticas que remetem frequentemente fletem opções pessoais (militante político, despor- para as questões da crise de identidade – tista). Aos papéis desempenhados correspon- uma delas é o caso dos filhos dos imigrantes dem expectativas e representações sujeitos à influência cultural dos países de sociais acolhimento que veicula a sua cultura de ori- que integram uma dada identidade. Quando gem. digo “sou aluno”, manifesto uma 7 identidade A construção da identidade pessoal decorre social que resulta da pertença ao grupo so- num tempo, inscrevendo-se na nossa história cial dos alunos, relativamente ao qual de vida, nas nossas vivências pessoais permi- existe tindo que nos reconheçamos na coerência uma série de representações, a que corres- criada pela integração dos acontecimentos. pondem deveres e direitos. Essas represen- Esta temporalidade remete para a história in- tações geram expectativas que me dividual, que é única, na forma como, dia permitem após dia, é tecida. Contudo, importa lembrar reconhecer e ser reconhecido enquanto que esta história pessoal transporta também aluno. a história da espécie e a história da cultura.
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)