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Lei 9.394 de 1996, LDB.

Adriana Vital dos Santos


Felipe Pereira dos Santos

A Lei 9.394 foi criada no dia 20 de Dezembro de 1996, intitulada, Lei de


Diretrizes de Bases da Educação Nacional - LDB, seu objetivo é a organização da
educação em seus aspectos pedagógicos, institucionais e legais, e tem foco na
oferta de uma educação gratuita, de qualidade e para todos. Todavia, apresenta em
seu corpo não apenas pontos fortes, mas também detalhes que podem ser
considerados ou vistos como pontos fracos.
Seguindo na perspectiva de formação, a LDB é bastante pertinente ao tratar
de dois artigos que denotam a preocupação por a formação considerando seus
aspectos familiar, cultural e profissional, tal afirmação está presente no ​Art. 1º: “A
educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar na
convivência humana veicula no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais”. Ademais, ao tratar de responsabilidade para o acesso à educação,
enfatiza em seu art.2º: “Educação, dever da família e do Estado inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exercício da Cidadania e
sua qualificação para o trabalho. Com isso, nota-se que para construir uma
educação de qualidade é preciso compreender que é um processo realizado em
conjunto, pois trata-se da família e do estado.
A LDB estabelece diretrizes que tratam dos múltiplos aspectos da educação
básica brasileira, ​t​razendo a educação escolar como um 1º nível na educação
básica, em que remete as diretrizes e bases, voltado aos fundamentos da educação
básica que agora é tida como direito da pessoa humana no brasil, pré constituída em
três etapas e articuladas entre si, a educação infantil, o ensino fundamental gratuito
obrigatório, e o ensino médio. A articulação dos três níveis, como diria Jamil Cury; “é
um projeto de horizonte”. Basicamente, esse processo de articulação se deve ao
fator da urbanização​, ao qual gerou uma série de exigências por espaços de
acolhimento tanto das crianças, quanto dos adolescentes, em vista da realidade
costumeira da sociedade vida de trabalho dos pais e etc, há também a constante
exigência por desenvolvimento de conhecimentos, e qualificação profissional, ao
qual apenas o ensino fundamental obrigatório não daria conta de manter, esse fator
social juntamente com o estabelecimento da constituição cidadã, e a busca por um
estado democrático​, ​forçou o estabelecimento do ensino infantil e médio nas
instituições. A LDB articula esses elementos tendo a educação como direito a todos
os cidadãos, firmando a universalização da educação.
​Um grande acontecimento traçado pela LDB foi a liberação dos
estabelecimentos escolares para que pudessem ter autonomia em sua própria
organização pedagógica, correspondente através de um plano curricular. A escola
iria qualificar se estabeleceria o sistema de etapas ou seriação,o que já traz um
contexto flexível as contingências educacionais, pensando as peculiaridades locais
de cada instituição escolar e modo de adequação, ou seja, ao invés de se ter um
currículo mínimo obrigatório a todas as escolas, a lei deu ao Conselho Nacional de
educação a capacidade de tecer diretrizes que estabeleçam orientações para que os
concelhos tanto estaduais quanto municipais, para que pudessem adequar o
currículo de acordo com suas realidades locais, caracterizando assim um processo
pedagógico coletivo.
A flexibilização de procedimentos pedagógicos e administrativos da LDB
acolheu o princípio de os municípios se tornarem entes federativos, e portanto, com
capacidade de gerar uma legislação a suas peculiaridades locais, e ao mesmo
tempo reconheceu a capacidade dos municípios de normatizar essas múltiplas
dimensões, da educação infantil e fundamental. e seguiu-se o aparecimento de
conselhos de controle de financiamento da educação, a exemplo do FUNDEF
(Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização
do Magistério), que mais tarde veio a ser FUNDEB (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica).
Um dos pontos negativos é que muitos gestores ao invés de respeitarem a
LDB como lei de estado,pensam em fazer para a educação leis de governo, o que
resulta na “praga” da descontinuidade, resultado das diversas aberturas que a
própria lei já manifesta. Outro ponto negativo é referente às avaliações realizadas
nas instituições, diminuindo todo o conhecimento a simples provas realizadas sob
pressão da escola para o próprio ganho particular das vigências governamentais, ou
seja, menos recursos disponibilizados e muito mais exigências, muito mais
avaliações. O ​SAEB, ​ENADE e o Enem são programas que visam avaliar de modo
quantitativo o desempenho escolar dos alunos de nível básico e superior, essas
avaliações permitem que o estado regulamente a educação escolar por meio de um
processo externo e de certa forma pouco evolutivo.
Em suma a Lei de Diretrizes e Bases foi e é um importante documento que
manifesta em âmbito nacional a noção de educação para todos, tenta buscar suprir
as necessidades básicas e fundamentais para com todos os brasileiros, bem como
para as instituições e gestores, possibilitando leques de oportunidades, ou
restringindo algumas liberdades, mas que tem em seu foco a contribuição essencial
como lei para o favorecimento da dissipação do conhecimento numa prática
libertadora no que compete às práticas da gestão democrática. Respectivamente,
considera de forma eficaz a sua participação nos anos iniciais do ensino básico,
preparando da melhor forma possível os sujeitos para a formação profissional.

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