A Lei 9.394 foi criada no dia 20 de Dezembro de 1996, intitulada, Lei de
Diretrizes de Bases da Educação Nacional - LDB, seu objetivo é a organização da educação em seus aspectos pedagógicos, institucionais e legais, e tem foco na oferta de uma educação gratuita, de qualidade e para todos. Todavia, apresenta em seu corpo não apenas pontos fortes, mas também detalhes que podem ser considerados ou vistos como pontos fracos. Seguindo na perspectiva de formação, a LDB é bastante pertinente ao tratar de dois artigos que denotam a preocupação por a formação considerando seus aspectos familiar, cultural e profissional, tal afirmação está presente no Art. 1º: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar na convivência humana veicula no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. Ademais, ao tratar de responsabilidade para o acesso à educação, enfatiza em seu art.2º: “Educação, dever da família e do Estado inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exercício da Cidadania e sua qualificação para o trabalho. Com isso, nota-se que para construir uma educação de qualidade é preciso compreender que é um processo realizado em conjunto, pois trata-se da família e do estado. A LDB estabelece diretrizes que tratam dos múltiplos aspectos da educação básica brasileira, trazendo a educação escolar como um 1º nível na educação básica, em que remete as diretrizes e bases, voltado aos fundamentos da educação básica que agora é tida como direito da pessoa humana no brasil, pré constituída em três etapas e articuladas entre si, a educação infantil, o ensino fundamental gratuito obrigatório, e o ensino médio. A articulação dos três níveis, como diria Jamil Cury; “é um projeto de horizonte”. Basicamente, esse processo de articulação se deve ao fator da urbanização, ao qual gerou uma série de exigências por espaços de acolhimento tanto das crianças, quanto dos adolescentes, em vista da realidade costumeira da sociedade vida de trabalho dos pais e etc, há também a constante exigência por desenvolvimento de conhecimentos, e qualificação profissional, ao qual apenas o ensino fundamental obrigatório não daria conta de manter, esse fator social juntamente com o estabelecimento da constituição cidadã, e a busca por um estado democrático, forçou o estabelecimento do ensino infantil e médio nas instituições. A LDB articula esses elementos tendo a educação como direito a todos os cidadãos, firmando a universalização da educação. Um grande acontecimento traçado pela LDB foi a liberação dos estabelecimentos escolares para que pudessem ter autonomia em sua própria organização pedagógica, correspondente através de um plano curricular. A escola iria qualificar se estabeleceria o sistema de etapas ou seriação,o que já traz um contexto flexível as contingências educacionais, pensando as peculiaridades locais de cada instituição escolar e modo de adequação, ou seja, ao invés de se ter um currículo mínimo obrigatório a todas as escolas, a lei deu ao Conselho Nacional de educação a capacidade de tecer diretrizes que estabeleçam orientações para que os concelhos tanto estaduais quanto municipais, para que pudessem adequar o currículo de acordo com suas realidades locais, caracterizando assim um processo pedagógico coletivo. A flexibilização de procedimentos pedagógicos e administrativos da LDB acolheu o princípio de os municípios se tornarem entes federativos, e portanto, com capacidade de gerar uma legislação a suas peculiaridades locais, e ao mesmo tempo reconheceu a capacidade dos municípios de normatizar essas múltiplas dimensões, da educação infantil e fundamental. e seguiu-se o aparecimento de conselhos de controle de financiamento da educação, a exemplo do FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), que mais tarde veio a ser FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). Um dos pontos negativos é que muitos gestores ao invés de respeitarem a LDB como lei de estado,pensam em fazer para a educação leis de governo, o que resulta na “praga” da descontinuidade, resultado das diversas aberturas que a própria lei já manifesta. Outro ponto negativo é referente às avaliações realizadas nas instituições, diminuindo todo o conhecimento a simples provas realizadas sob pressão da escola para o próprio ganho particular das vigências governamentais, ou seja, menos recursos disponibilizados e muito mais exigências, muito mais avaliações. O SAEB, ENADE e o Enem são programas que visam avaliar de modo quantitativo o desempenho escolar dos alunos de nível básico e superior, essas avaliações permitem que o estado regulamente a educação escolar por meio de um processo externo e de certa forma pouco evolutivo. Em suma a Lei de Diretrizes e Bases foi e é um importante documento que manifesta em âmbito nacional a noção de educação para todos, tenta buscar suprir as necessidades básicas e fundamentais para com todos os brasileiros, bem como para as instituições e gestores, possibilitando leques de oportunidades, ou restringindo algumas liberdades, mas que tem em seu foco a contribuição essencial como lei para o favorecimento da dissipação do conhecimento numa prática libertadora no que compete às práticas da gestão democrática. Respectivamente, considera de forma eficaz a sua participação nos anos iniciais do ensino básico, preparando da melhor forma possível os sujeitos para a formação profissional.