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Crédito Tributário - Prescrição

- artigo 156, V/CTN – causa extintiva do crédito tributário.

“perda do direito subjetivo de ajuizamento da ação de execução


(fiscal) do valor do tributo....Vale dizer que a prescrição,
veiculando perda do direito à ação (actio nata), atribuída à
proteção de um direito subjetivo, por isso mesmo desfazendo a
força executória do credor em razão de sua inoperância,
apresenta-se como figura de direito processual.”

Além da extinção do crédito tributário, é capaz de tornar nula a ação executiva


(art. 803, I, NCPC).

- decadência x prescrição

A decadência supõe um direito que, embora nascido, não se tornou efetivo


pela falta de exercício, a prescrição supõe um direito nascido e efetivo, mas
que pereceu pela falta de proteção pela ação, contra a violação sofrida.

Assim sendo, com a constituição do crédito tributário encerra a discussão sobre


a decadência e inicia o prazo prescricional. Mas quando isso se confirma?
Sobre o tema é adequada a posição do Supremo Tribunal Federal, vejamos:

Prazos de prescrição e de decadência em direito tributário. - Com


a lavratura do auto de infração, consuma-se o lançamento do
crédito tributário (art. 142 do C.T.N.). Por outro lado, a decadência
só é admissível no período anterior a essa lavratura; depois, entre
a ocorrência dela e até que flua o prazo para a interposição do
recurso administrativo, ou enquanto não for decidido o recurso
dessa natureza de que se tenha valido o contribuinte, não mais
corre prazo para decadência, e ainda não se iniciou a fluência de
prazo para prescrição; decorrido o prazo para interposição do
recurso administrativo, sem que ela tenha ocorrido, ou decidido o
recurso administrativo interposto pelo contribuinte, há a
constituição definitiva do crédito tributário, a que alude o artigo
174, começando a fluir, daí, o prazo de prescrição da pretensão
do fisco. - É esse o entendimento atual de ambas as turmas do
S.T.F. Embargos de divergência conhecidos e recebidos.

(RE 94462 EDv, Relator(a): MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno,


julgado em 06/10/1982, DJ 17-12-1982 PP-13209 EMENT VOL-
01280-06 PP-01390 RTJ VOL-00106-01 PP-00263)
Em resume, até o lançamento será possível ocorrência da decadência. Entre o
lançamento e a protocolização da impugnação, naórbita administrativa, não
ocorrerá o prazo de decadência, nem se terá iniciado o prazo de prescrição.

- termo a quo da contagem da prescrição

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário


prescreve em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva.

Parágrafo único. A prescrição se interrompe:

 I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o


devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial,


que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.

“constituição definitiva” – não se trata do momento em que ocorre o fato


gerador ou a própria obrigação tributária, mas no momento em que não mais
for admissível o fisco discutir, administrativamente, o seu conteúdo.

Pode-se entender que o termo a quo nos seguintes termos:

a) A data da notificação do lançamento (mais 30 dias), caso não se


verifique a apresentação e impugnação administrativa do lançamento;
b) a data da notificação de decisão administrativa final, mantendo total ou
parcialmente o tributo exigido.

Perguntas:

01)Realizou-se um lançamento em 30/03/2015. Insatisfeito o contribuinte


apesentou impugnação, que suspendeu o crédito tributário. Em
10/01/2016 foi proferida decisão final, da qual não coube mais recurso
administrativo. A ação de execução foi ajuizada em março de 2021.
Pergunta-se, houve a prescrição? Expllique.
02)Foi realizado um lançamento em 30/01/2016, sem a apresentação de
impugnação. A ação de execução foi proposta em 15/02/2021. Pergunta-
se, houve a prescrição?
03)Foi realizado um lançamento em 15/10/2015, sem a apresentação de
impugnação. A ação de execução foi proposta em 10/11/2020. Pergunta-
se, houve a prescrição?

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