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PRÍNCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA PARA O DIREITO PENAL

A função do direito penal refere-se a proteção de bens jurídico-penais através da aplicações de sanções
que combata o agressor e previna o surgimento de demais agressores. Somente é usado em última
hipótese, quando todas as demais forem frustadas. O código caracteriza-se por ser o braço mais forte do
Estado, ele mostra o poder punitivo que possui. Diante desse fato é necessário que haja algo que o limite e
direcione para não haver excessos principalmente em casos que há grande comoção da sociedade, a qual
não usa-se critérios humanitários e de responsabilidade civil, aplicando penais exageradas e não coesas
com a visão que nossa constituição possui: punir, mas reabilitar e previnir.

Antigamente, com o surgimento de códigos positivados e penas definidas, não se preocupavam como a
pena iria ser aplicada, causando séries sanções cruéis, violentas e com influência de decisão do aplicador,
podendo ser positiva ou negativa, dependendo do juízo de valor aplicado.

como exemplo, pode se citar o Código de Hamurabi, também conhecido por aplicas as penas com base na
conduta feita, aplicava-se a mesma consequência. Dono da famosa frase "olho por olho, dente por
dente".

Assim, o principal e mais importante princípo do Direito Penal é a Dignidade da Pessoa Humana.
Segundo Capez (2005).

Da dignidade humana, princípio genérico e reitor do Direito Penal, partem outros

princípios mais específicos, os quais são transportados dentro daquele princípio

maior. Desta forma, do Estado Democrático de Direito parte o princípio reitor de

todo o Direito Penal, que é a dignidade da pessoa humana, adequando-o ao

perfil constitucional do Brasil e erigindo-se à categoria de Direito Penal

Democrático.

Positivada na nossa constituição, em seu artigo 1°, mostra sua grande importância dese princípio para a
constituição.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de


2019)

V - o pluralismo político.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm acesso em: 23/02/2022

Mas também não taxativa, estando implícita no decorrer na Constituição, como pode-se ver em seu artigo
5°, incíso XLVII, XLIX e L. Tais incisos estão diretamentes ligados ao Direito Penal, pois mostram como
as penais devem ser aplicadas no Brasil.

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm acesso em:


23/02/2022
A humanização da pena com base a esse princípio diz respeito ao ideal que foi colocado no
código penal. Este não é baseado somente em punir o agente infrator, mas preocupa-se com sua
reabilitação. Ao aplicar penas exageradas e cruéis há grande chance do indivíduo ser reicindente
ao sistema prisional, pois não haveria oportunidade de inclusão a sociedade e ambiente de
trabalho. Porém a pena tem um caráter punitivo, que causa medo às pessoas, justamente para
obter um caráter preventivo, assim, uma pessoa não comete o crime por receito de ser preso.

Um grande exemplo de reabilitação é o sistema prisional militar Romão Gomes, o qual oferece
cursos aos presidiários e trabalhos facultativos que ele pode aprender novos talentos.

Em 2021, detentos iniciaram um curso superior de Gestão de Recursos Humanos, o curso faz
parte do projeto da "Faculdade no Cárcere", parceria entre a FUNAP, a Faculdade de Tecnologia
Jardim (FATEJ) e o PMRG. A primeira turma obteve 27 alunos, aprovados em processo seletivo e
as aulas serão em modo EAD (ensino a distância)

Mas, infelizmente, o atual cenário prisional brasileiro, muitos sistemas prisionais não há o
respeito disso. A super-lotação é uma realidade em muitos estado brasileiros, em consequinte, os
presidiários vivem em um ambiente insalubre com grande propenção de doença e não separando
criminosos potencialmente perigosos com outros.

Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público, em pesquisa feita no ano de 2019, o Brasil
apresenta uma taxa de ocupação de 161,39%.
https://www.cnmp.mp.br/portal/relatoriosbi/sistema-prisional-em-numeros Acesso: 23/02/2022

A pena que não esteja obedecendo este princípio terá um resultado totalmente diferente do
pretendido, os quais (previnir e reabilitar) são alcançados, sim, com a punição do criminoso, mas
respeitando sua condição humanitária, não deixando o indivíduo revoltado e sem perspectiva de
futuro. Ademais, garante a pessoa presa de acreditar em seu potecial de reabilitação, dando a ele
uma motivação para não cometer novos delitos. O direito penal dá a ele de diminuir sua pena com
base o seu comportamento, atividades culturais que ele exerça e cursos que são oferecidos.

Por fim, O direito penal, a pena e o Estado democrático de direito devem estar alinhados ao
princípio da dignidade da pessoa humana, sendo este, como exposto, o mais importante de todos,
afinal, direciona todas as decisões e critérios que o legislador irá impetrar ao cidadão, impedindo
um caráter absolutista, protegendo o cidadão de práticas punitivas ilimitadas do Estado.

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