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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


ENGENHARIA ELÉTRICA – ELE
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA ANALÓGICA - LEL
ALUNOS: CAETANO PERUCHI DE PELLEGRIN
THIAGO WEISS COLZANI
DIA: 05/11/2021

LABORATÓRIO 5 – AMPLIFICADOR INVERSOR, NÃO INVERSOR E


BUFFER COM AMPOP

O presente relatório busca mostrar o estudo experimental referente à construção


e comportamento de três tipos configurações de amplificadores operacionais
usuais: inversor, não inversor e buffer. A principal informação a ser analisada é
o ganho 𝐴𝑣 de cada composição, porém outras situações também serão
propostas.

Figura 1: Pinagem AMPOP LM741

Fonte: Vincence (2021)

Componentes utilizados:
Amplificador operacional LM741 – Qtd: 1;
Resistor 15 kΩ – Qtd: 1;
Resistor 330 kΩ – Qtd: 1;
Desenvolvimento teórico:
Circuito 1 – Amplificador Inversor:

Figura 2: Circuito do Amplificador Inversor.

Fonte: Vincence (2021)

A fim de obter o ganho 𝐴𝑣 deste circuito, o qual é tomado pela relação das
tensões abaixo, utiliza-se dos conceitos de circuitos a referentes à análise de
nós.
𝑣𝑜
𝐴𝑣 =
𝑣𝑙

Ao tomar as relações construtivas dos ampops, expressas na figura X, verifica-


se que o nó em azul, o qual será denominado 𝑉𝐴 , há uma tensão de 0V. Com
esta informação, aplica-se a Lei de Kirchhoff das Correntes:

𝑣𝑙 − 𝑉𝐴 𝑉𝐴 − 𝑣𝑜 𝑣𝑙 − 0 0 − 𝑣𝑜
= =
𝑅1 𝑅2 𝑅1 𝑅2
𝑣𝑙 −𝑣𝑜 𝒗𝒐 −𝑹𝟐
= =
𝑅1 𝑅2 𝒗𝒍 𝑹𝟏

A partir desta relação é possível obter o ganho ao substituir os resistores


propostos para o experimento:
𝑣𝑜 −𝑅2 330𝑘 𝑉
= =− = −22
𝑣𝑙 𝑅1 15𝑘 𝑉
𝑣𝑜 𝑉
= −22
𝑣𝑙 𝑉
Circuito 2 – Amplificador Não Inversor:

Figura 3: Circuito do Amplificador Não Inversor.

Fonte: Vincence (2021)

Ao tomar as relações construtivas dos ampops, expressas na figura X, verifica-


se que o nó em vermelho, o qual será denominado 𝑉𝐵 , há a mesma tensão de
𝑣𝑖 . Com esta informação, aplica-se a Lei de Kirchhoff das Correntes:

𝑉𝐵 𝑣𝑜 − 𝑉𝐵 → 𝑉𝐵 𝑣𝑜 −𝑉𝐵
= = +
𝑅1 𝑅2 𝑅1 𝑅2 𝑅2

𝑉𝐵 𝑉𝐵 𝑣𝑜 → 𝑉𝐵 𝑉𝐵 𝑣𝑜
+ = + =
𝑅1 𝑅2 𝑅2 𝑅1 𝑅2 𝑅2

𝑉𝐵 (𝑅1 + 𝑅2 ) 𝑣𝑜 → (𝑅1 + 𝑅2 ) 𝑣𝑜
= =
𝑅1 1 𝑅1 𝑉𝐵

𝑣𝑜 (𝑅1 + 𝑅2 ) → 𝒗𝒐 𝑹𝟐
= = (𝟏 + )
𝑣𝑙 𝑅1 𝒗𝒍 𝑹𝟏

A partir desta relação é possível obter o ganho ao substituir os resistores


propostos para o experimento:
𝑣𝑜 𝑅2 330𝑘 𝑉
= (1 + ) = (1 + ) = 23
𝑣𝑙 𝑅1 15𝑘 𝑉
𝑣𝑜 𝑉
= 23
𝑣𝑙 𝑉
Circuito 3 – Amplificador Buffer:

Figura 4: Circuito do Amplificador Buffer.

Fonte: Vincence (2021)

Ao tomar as relações construtivas dos ampops, expressas na figura X, verifica-


se que a tensão de entrada 𝑣𝑙 é igual à tensão de saída 𝑣𝑜 , ou seja, o ganho é
unitário:

𝑣𝑜 = 𝑣𝑙 → 𝒗𝒐
=𝟏
𝒗𝒍

Conhecido também como Amplificador Seguidor de Tensão, esta configuração


de ganho unitário
Quando um circuito tem uma impedância de entrada muito alta, muito pouca
corrente é extraída do circuito e por essa necessidade o amplificador buffer ou
seguidor de tensão é utilizado.
Por exemplo em um circuito onde a carga representa uma impedância muito
baixa, há uma grande quantidade de corrente porque a carga é de baixa
impedância. Esta ocorrência é justificada pela lei de ohm.
Caso uma carga tem uma resistência muito baixa, ela “atrai” correntes elevadas,
ou seja, uma grande quantidade de energia é retirada da fonte de energia de
modo a causar grandes distúrbios.
Com isso, o circuito amplificador buffer tem uma alta impedância, logo ele
demanda pouca corrente e também não altera o circuito original, visto que
mantém o mesmo valor de tensão da entrada na saída.
Eles atuam como amortecedores isolantes, isolando e protegendo um circuito
para que a potência do circuito seja muito pouco alterada. Uma outra utilidade
ainda é o casamento de impedâncias, pois a resistência de saída é nula, o que
ajuda se o objetivo for ligar um circuito de alta impedância em um circuito de
baixa impedância, além de ser utilizado como reforçador de correntes.
Desenvolvimento experimental:
Com as novas normativas em virtude da situação de pandemia do COVID-19 os
experimentos foram efetuados presencialmente e de maneira controlada sob
observação do professor Marcos Bressan.
Os seguintes procedimentos foram executados para cada configuração do
amplificador de modo a obter seus respectivos ganhos e analisar seus
comportamentos práticos:
▪ Projetar um amplificador inversor de ganho 22 e impedância de entrada
igual a 15 kΩ.

▪ Montar o circuito amplificador inversor (Não inversor e Buffer) com


alimentação de ±12 V.

▪ Ajustar o gerador de funções para fornecer uma onda senoidal de 50mVp


e frequência de 1k Hz e aplicar este sinal na entrada do circuito.

▪ Conectar o canal 1 do osciloscópio na entrada do circuito e o canal 2 na


saída do mesmo.

▪ Observar as formas de onda de entrada e saída do circuito.

▪ Com o osciloscópio, medir a tensão na entrada inversora do Ampop e


anotar o resultado obtido. Compare este resultado com os valores
teóricos.

▪ Com o osciloscópio, medir as tensões de entrada e saída e, com base


nesses valores, calcular o ganho de tensão. Comparar o valor do ganho
medido em malha fechada com o ganho ideal (teórico) do circuito.
Circuito 1 – Amplificador Inversor:
Conforme solicitado, o circuito do amplificador foi alimentado com uma tensão
de ±12 V proporcionada por uma fonte de tensão. As imagens da Figura 5 abaixo
apresentam os valores definidos na fonte (imagem à esquerda) e lidos pelo
osciloscópio (imagem à direita) a fim de obter uma maior precisão da saída.

Figura 5: Tensões de alimentação do circuito inversor.

Fonte: Autores (2021)

O circuito inversor montado de maneira prática é apresentado na Figura 6 junto


com os valores do gerador de sinais como tensão de entrada para todos os
circuitos na Figura 7.
Figura 6: Montagem prática do circuito inversor Figura 7: Tensão e frequência do gerador de sinais.

Fonte: Autores (2021)


Circuito 2 – Amplificador Não Inversor:
De maneira análoga, a Figura 8 mostra as medições das tensões de alimentação
para o circuito não inversor.

Figura 8: Tensões de alimentação do circuito não inversor

Fonte: Autores (2021)

O circuito não inversor montado de maneira prática é apresentado na Figura 9


abaixo.
Figura 9: Montagem prática do circuito não inversor

Fonte: Autores (2021)


Circuito 3 – Amplificador Buffer:
A relação de tensão disponibilizada pela fonte e leitura dos valores no
osciloscópio também foi efetuada para este circuito, apresentada na Figura 10.

Figura 10: Montagem prática do circuito buffer.

Fonte: Autores (2021)

O circuito buffer montado de maneira prática é apresentado na Figura 11 abaixo.


Figura 11: Montagem prática do circuito buffer.

Fonte: Autores (2021)


Circuito 3.2 – Amplificador Buffer (Sem realimentação):
Para este último circuito (buffer) foi realizada ainda uma configuração diferente,
caracterizada pela retirada do resistor de realimentação e então a verificação da
tensão de saída no sistema.
Figura 12: Montagem prática do circuito sem o resistor de realimentação.

Fonte: Autores (2021)


Resultados:
Circuito 1 – Amplificador Inversor:

A Figura 13 apresenta os resultados das leituras das tensões de entrada e saída


para o circuito Inversor.

Figura 13: Leituras do osciloscópio para o Amplificador Inversor.

Fonte: Autores (2021)

Cálculo dos ganhos:


Ganho Circuito à Esquerda: Ganho Circuito à direita:
𝑣𝑜 2,21 𝑉 𝑣𝑜 1,16 𝑉
=− = −23,51 =− = −22,65
𝑣𝑙 94𝑚 𝑉 𝑣𝑙 51,2𝑚 𝑉

Podemos verificar que o ganho dos dois circuitos foi bem próximo, porém nota-
se a diferença no cálculo de cada um deles. No circuito à esquerda o sinal
capturado pelo osciloscópio foi a amplitude de ambos os sinais enquanto no
circuito à direita o cálculo foi realizado com os valores de pico de cada sinal.
Nos gráficos é possível analisar a origem do sinal negativo observado no cálculo
dos ganhos, onde ele representa a defasagem de 180° no sinal de saída em
relação ao de entrada, o que também caracteriza o amplificador como ‘inversor’.
Ganho pelo simulador:
𝑣𝑜 1,0998 𝑉
= = 21,996
𝑣𝑙 49,997𝑚 𝑉
Circuito 2 – Amplificador Não Inversor:

A Figura 14 apresenta os resultados das leituras das tensões de entrada e saída


para o circuito Inversor.
Figura 14: Leituras do osciloscópio para o Amplificador Não Inversor.

Fonte: Autores (2021)

Cálculo dos ganhos:


Ganho Circuito à Esquerda: Ganho Circuito à direita:
𝑣𝑜 1,18 𝑉 𝑣𝑜 2,27 𝑉
= = 22,69 = = 23,40
𝑣𝑙 52𝑚 𝑉 𝑣𝑙 97,0𝑚 𝑉

Novamente o ganho dos dois circuitos foi bem próximo, e houve diferença no
cálculo de cada um deles. No circuito à esquerda o sinal capturado pelo
osciloscópio foi o valor de pico de ambos os sinais enquanto no circuito à direita
o cálculo foi realizado com a amplitude de cada sinal.
No gráfico é possível analisar a origem que desta vez não houve defasagem
para o sinal de saída, justificado pelo fato deste ser um circuito amplificador não
inversor.

Ganho pelo simulador:


𝑣𝑜 1,1495 𝑉
= = −22,996
𝑣𝑙 −49,986𝑚 𝑉
Circuito 3 – Amplificador Buffer:

A Figura 15 apresenta os resultados das leituras das tensões de entrada e saída


para o circuito Inversor.
Figura 15: Leituras do osciloscópio para o Amplificador Inversor

Fonte: Autores (2021)

Cálculo dos ganhos:


Ganho Circuito à esquerda: Ganho Circuito à direita:
𝑣𝑜 54,4𝑚 𝑉 𝑣𝑜 98,0𝑚 𝑉
= = 1,01 = = 1,01
𝑣𝑙 53,6𝑚 𝑉 𝑣𝑙 97,2𝑚 𝑉

Podemos analisar que o ganho dos dois circuitos foi o mesmo e muito próximo
do valor unitário 1,00 justificando a funcionalidade do circuito amplificador
seguidor de tensão, a diferença dos valores de entrada e saída do circuito se
deram principalmente por falta de precisão do equipamento de medição e dos
componentes.

Ganho pelo simulador:


𝑣𝑜 49,971𝑚 𝑉
= =1
𝑣𝑙 49,971𝑚 𝑉
Circuito 3.2 – Amplificador Buffer (Sem realimentação):

Fonte: Autores (2021)

No circuito amplificador sem a realimentação também chamado de operação


malha aberta o ganho é estipulado pelo próprio fabricante, ou seja, não é
possível controlar este ganho. Como a impedância de entrada do circuito é
infinita e a tensão de saída é nula, o ganho de tensão do amplificador tende ao
infinito, porém ele está limitado pela tensão de alimentação do amplificador (±12
V nesse caso). Dessa forma pode-se verificar nos sinais capturados pelo
osciloscópio que a saída teve a forma de onda limitada em aproximadamente 12
volts, assim a gerar uma forma de onda com topo reto.
Conclusão:

Os resultados obtidos de forma teórica, experimentalmente e no simulador


Multisim (Ver Anexos) mostraram-se próximos quanto aos valores de tensões
obtidos e seus comportamentos esboçados nos gráficos. Estes resultados eram
esperados o que valida a obtenção prática dos dados.

Foi possível evidenciar presencialmente não apenas as relações dos ganhos


para cada configuração dos amplificadores, mas também as diferenças de
formato de cada curva em questão das equações finais associadas.

As variações e oscilações nos resultados do simulador se dão principalmente


pela imprecisão na captura do ponto máximo de tensão, uma vez que o passo
de construção das curvas é também limitado.

Já as diferenças experimentais são provenientes das margens de erro de cada


componente, como a faixa de variação de 5% para os resistores, bem como a
impedância dos fios e cabos utilizados nas conexões, onde pode-se destacar
para alguns circuitos a necessidade de jumpers, assim como as ponteiras do
osciloscópio, pinos bananas e jacarés. Até mesmo o mal posicionamento do
amplificador nos orifícios’ da protoboard foi responsável por uma variação
brusca.

Outra importante consideração é a leitura fornecida pela fonte de tensão, a qual,


vista em comparação com as medições do osciloscópio apresenta valores
diferentes do display. Ou seja, caso essa verificação não tivesse sido feita, ao
considerar o a tensão de 12 V lida propriamente na fonte, ainda mais erros de
tensão seriam verificados e propagados ao longo do experimento.

Referências bibliográficas:
APRENDER sobre eletrônicos. In: Aprender Sobre Eletrônicos: O que é um Seguidor de
Tensão?. 00. Site, 2019. Disponível em:
http://www.learningaboutelectronics.com/Artigos/Seguidor-de-tensao.php. Acesso em:
5 nov. 2021.
R. L. Boylestad, Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos, 11ª Edição, 2013.
V. C. Vicence, Laboratório 5 – Amplificador inversor, não inversor e buffer com ampop,
2021.
ANEXOS
Figura 17: Análise de circuito 1 no Multisim.

Fonte: Autores (2021)


Figura 18: Análise de circuito 2 no Multisim.

Fonte: Autores (2021)


Figura 19: Análise de circuito 3 no Multisim.

Fonte: Autores (2021)

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