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UM GIRO
NA HISTÓRIA
Charles Goodyear foi o pioneiro a realizar experimentos para dar estabilidade à borracha, o que permitiu a descoberta
do processo de vulcanização
A borracha que hoje conhecemos, no começo, não passava de uma goma usada na
indústria têxtil. Porém, quando fazia calor, a borracha corria o risco de dissolver, o que
levou alguns de seus fabricantes à falência.
Com a adição de magnésio à borracha, a mistura perdeu o aspecto grudento, e a partir daí,
o jovem Goodyear passou a experimentar outras composições, algumas bem perigosas,
como a que quase o matou asfixiado pelo gás que produziu ao juntar borracha ao nitrato
de bismuto.
Para a sorte de Charles Goodyear (e a nossa, Mas o jovem Goodyear não estava sozinho
também), ele não desistiu, e a tentativa nessa busca. Muitos experimentos iniciados
de composição que gerou o sucesso que pelo americano foram o ponto de partida
o pneu obteve ocorreu por acaso, como para outras experiências com a borracha
quase em todas as invenções. ao redor do mundo, tais como os irmãos
Michelin, os primeiros a patentear o pneu
Em 1839, Charles Goodyear recebeu uma para automóvel em 1845, e o inglês Robert
encomenda de 150 malotes do correio. Ele Thompson, que em 1847 colocou uma
juntou vermelhão e chumbo para dar um câmara cheia de ar dentro dos pneus de
aspecto de couro à borracha e adicionou borracha maciça. A partir de 1888, com
o enxofre. Prontas, depois de alguns a utilização do pneu em larga escala, as
dias, a maioria delas estava imprestável, fábricas passaram a investir mais em sua
deformada ou derretida. Porém, uma das segurança, e hoje o pneu está presente na
bolsas, deixada perto de um forno quente, vida de todos seja em bicicletas, carrinhos
queimou de uma forma que chamou a de supermercado, carros, caminhões,
atenção de Goodyear. Ele concluiu que a ônibus, tratores e em grandes aeronaves
carbonização poderia parar naquele ponto de carga.
e manter, assim a estabilidade do material.
Em 1841, ele entrou com o pedido de patente, Primeiro pneu criado por Robert Thompson
conseguida em 1844 somente nos Estados
Unidos. Com a saúde debilitada, em 1854, No decorrer do tempo, o pneu deixou de
em 1º de julho, aos 60 anos de idade, ser maciço e hoje não possui câmaras de ar.
Charles Goodyear faleceu, não tendo a Para que essa transformação ocorresse,
chance de conhecer a fábrica que leva seu o pneu passou por inúmeras mudanças
nome, a Goodyear Tire & Rubber, fundada químicas e físicas, dando a ele diversas
por Frank Seiberling, em 1898, na cidade de características específicas para que
Akron (Ohio), que desenvolveu a carcaça e o pudesse ser utilizado em diferentes aplicações.
processo de recobri-la com borracha. A adição de componentes na construção
O primeiro projeto de pneu, apresentado do pneu faz com que o mesmo se torne mais
pela Goodyear Tire & Rubber, em 1916, seco, mais macio, com melhor aderência
colocou a empresa na liderança das na estrada ou outras características. Além
vendas de pneus nos Estados Unidos e, aos de suas especificações de fábrica, o pneu
poucos, transformou o nome Goodyear necessita de cuidados para que tenha
em sinônimo de borracha. maior durabilidade, como calibrações e
alinhamento.
A tecnologia empregada nos pneus é de última geração e tem melhorado progressivamente.
Hoje já temos pneus capazes de rodar por vários quilômetros, mesmo sem estar inflados,
sem danificar sua carcaça e estrutura e sem comprometer a dirigibilidade e estabilidade
do veículo.
Para entender a importância dessa evolução dos pneus, vale ressaltar que ele é o único elo
entre o veículo e o solo. Assim, é ele que transfere o torque do motor para o pavimento,
exercendo uma força de tração que permite o deslocamento e posteriormente o atrito
para a frenagem. Ele é também o responsável pela mudança de direção, estabilidade
e por absorver as vibrações e reduzir impactos em conjunto com a suspensão do veículo.
UM GIRO NA HISTÓRIA
Não existe um registro preciso do surgimento da roda. A prova mais antiga de seu uso
data de cerca de 3500 a.C. e vem de um esboço em uma placa de argila encontrada na
região da antiga Suméria, na Mesopotâmia (atual Iraque), mas é certo que sua utilização
venha de períodos muito mais remotos.
As primeiras rodas, como as que conhecemos hoje fixadas a eixos, eram compostas por
tábuas arredondadas e fixadas com tarugos de madeira em formato de cruz, possuíam
grandes diâmetros, aproximadamente 24 polegadas (cerca de 60 centímetros) e eram
utilizadas em carroças.
1830 1847
Charles Goodyear descobre o processo de O escocês Robert W. Thompson coloca
vulcanização da borracha. uma câmara cheia de ar dentro dos pneus
de borracha maciça e consegue a patente
do pneu pneumático.
Robert W. Thompson
Charles Goodyear
1845 1888
Os irmãos Édouard e André Michelin, O também escocês John Boyd Dunlop
franceses, são os primeiros a patentear o fabrica o primeiro pneu para bicicletas,
pneu para automóvel. abrindo o período de utilização em larga
escala dos pneus.
1900 1904
Harvey S. Firestone, fundador da Firestone A Continental fabrica os primeiros pneus
Tire & Rubber Co., conseguiu um importante com desenho de banda de rodagem.
contrato com Henry Ford, fundador da
Ford Motor Company, e, pela primeira vez na 1908
história, carros saíam de fábrica equipados A Goodyear inventa as ranhuras nos pneus
com pneus tire tube (com câmara). de tração.
1947
O Demoiselle, avião criado pelo aviador brasileiro A Goodyear introduz os primeiros pneus
Santos Dumont, já usava pneus com câmara de nylon.
1910
A BFGoodrich Company passa a incluir o 1954
negro de fumo na mistura da borracha, A Goodyear apresenta o processo chamado
aumentando a vida útil do pneu. 3-T (tempo, temperatura e tensão), que
torna o pneu impermeável. Ela passa então
1915 a fabricar pneus sem câmara (tubeless)
O pneu radial é patenteado pelo empresário, para caminhões de todos os tamanhos, o
inventor e explorador Arthur William Savage. que foi considerada a maior contribuição
para transporte rodoviário por caminhões.
1919
Os pneus de caminhões são anunciados 1974
pela Goodyear e pela Dunlop. A Pirelli apresenta o pneu radial largo e a
tecnologia de zero grau de nylon em 1978.
1921
A Continental aplica tecidos de engenharia
na construção dos pneus. Até então era
A italiana Pirelli também teve importante contribuição
utilizado um tecido rígido de linho que foi na evolução dos pneus
O PNEU HOJE
As fabricantes a cada dia melhoram ainda mais o pneu, proporcionando maior segurança,
conforto e durabilidade. As mudanças ocorridas no pneu se baseiam em torná-lo mais
robusto com adição de elementos que trazem qualidade e economia. Porém, a inserção
dessas melhorias o tornam mais caro, devido à complexidade do processo de fabricação
e à diversidade de componentes colocados na borracha para obter o produto pronto.
Látex
A seringueira é uma arvore da Amazônia, de onde é retirado o látex. Por meio de cortes
feitos no caule da árvore, acontece a extração da seiva, que após seca e coagulada é
aquecida e misturada com outras substâncias químicas, formando assim um polímero
chamado borracha natural. A partir do petróleo, foi possível a fabricação da borracha
sintética, porém ela possui menor resistência à variação de calor e pode trincar com
mudanças drásticas de temperatura.
Negro de fumo
É um derivado da combustão incompleta do petróleo. Sua produção é feita em fornos
especiais de forma controlada, onde se obtém vários tipos de negro de fumo aplicados
na indústria da borracha. Ele possui propriedades que conferem à borracha poder de
pigmentação e resistência mecânica. No pneu, são adicionados oito tipos de negro de
fumo, o que aumenta muito sua vida útil em aproximadamente 16 vezes.
Negro de fumo é derivado da queima incompleta do Manta de borracha sintética, um elastômero processado
petróleo e tem papel importante na indústria da borracha em laboratório
O pneu em forma cilíndrica é retirado do tambor retrátil e colocado dentro de uma prensa,
e um saco de borracha butílica inflada por vapor quente é colocado dentro do pneu.
A prensa é aquecida, a borracha em excesso é expulsa por cavidades afins, e o pneu
pronto é retirado depois de algum tempo.
Borracha Formação
de mantas Algumas borrachas sofrem
Natural Misturação Resfriamento
de borracha processos adicionais
Sintética
Enxofre
Negro
de fumo
Pigmentos
Quimicos
Aquecimento da borracha
para torná-la elástica
Aplicação de cintas
Montagem das lonas Aplicação de talões “Pneu verde”
de rodagem
Aplicar calor
Inspecionar, analisar,
e pressão ao Pneu acabado
medir uniformidade
pneu verde
Esquema representa todas as etapas da fabricação do pneu, da mistura da matéria-prima para a composição da
manta de borracha até o pneu pronto para rodar
ESTRUTURAS DO PNEU
O pneu é composto por várias partes, cada uma com suas respectivas funções.
Nome do fabricante
Estampado em letras grandes.
Modelo do pneu
Determinado pelo fabricante, definido pelas
suas especificações técnicas. Detalhe da informação que identifica as medidas do pneu
Tipo
Rapport (R=Radial)
altura/largura
Largura
Diâmetro polegadas
Homologação
Europeia Pneu sem câmara
Indice de carga
Indice de velocidade
Modelo
Símbolo de pneu
Ex.: neve
Tipo de estrutura
Temperatura (A, B ou C)
É a capacidade de dissipação de calor do pneu, está diretamente ligada ao índice de
velocidade, quanto melhor a dissipação de calor, maior será a velocidade máxima permitida
para aquele modelo, sendo “A” melhor e “C” pior.
Tração (AA, A, B e C)
É a capacidade de tração da banda de rodagem, sendo “AA” mais tração e “C” menor tração.
Dimensões do pneu
São números estampados na lateral que correspondem a sua medida. Ex.: pneu de carro
popular – medida 175/70R14 (175 mm de largura, 70% da largura é a altura do talão até o
ombro, 122,5 mm de altura, diâmetro do aro = 14 polegadas, e o “R” significa que o pneu tem
a estrutura radial).
Índice de velocidade e carga do pneu
Logo após a medida, temos uma numeração seguida de uma letra, que representam a
quantidade de peso suportado e velocidade máxima permitida para aquele modelo. Ex.:
“175/70R14 82 T”, em que 175/70R14 (medida), 82 (índice de carga) e T (índice de velocidade),
esses índices são tabelados como é mostrado nas imagens abaixo.
Certificado do Inmetro
O pneu também passa por testes rigorosos e só
pode ser comercializado mediante a aprovação do
Inmetro.
Matrícula DOT
“Department of Transportation” estampado na
lateral do pneu. Normalmente começa com uma
sequência de letras e números que identificam
o local de fabricação do pneu, e em seguida
quatro números que informam semana e ano de
fabricação. Ex.: DOT (regulamentação americana)
J3J9 (empresa) 2516 (25ª semana do ano de 2016).
Traz também informações comuns a todo o setor automobilístico em alguns parâmetros dos
pneus. No Brasil, essas informações estão contidas no selo Inmetro.
Limite de segurança
O desgaste máximo do pneu (limite de segurança) é de 1,6 mm de profundidade dos sulcos.
Abaixo dessa medida, o pneu já passa a ser considerado “careca”. A resolução do Contran
558/80 estabelece que trafegar com pneus abaixo do limite é ilegal. O veículo pode ser
apreendido.
Os pneus vêm com ressaltos na base dos sulcos para indicar o limite de segurança sem ter
que se usar um medidor. Basta vistoriar bem o pneu periodicamente.
Alta e baixa pressão: a alta pressão ocasiona desgaste no centro da banda de rodagem deixando
os ombros com mais borracha. Já a baixa pressão faz um desgaste contrário, pois o pneu se
deforma não deixando que o centro da banda de rodagem toque a superfície, ocasionando um
desgaste excessivo no ombro do pneu e trincas internas na carcaça.
Trilhos: desgaste descontinuado ao longo das bordas dos sulcos, ocorre em pneus que rodam
em eixo livre com cargas leves.
Dentes de serra: desgaste irregular nos cravos do pneu em formato de cunha, causado por
mau emparelhamento e pressões desiguais.
Desgaste localizado: desgaste num ponto específico, causado por frenagem excessiva.
UM FUTURO REDONDO
Você já deve ter ouvido falar de pneus verdes. O termo, que se popularizou nos últimos
anos, diante da importância cada vez maior da eficiência energética e da redução de
emissões, identifica os compostos de baixa resistência ao rolamento. Essa característica
faz com que o automóvel gaste menos combustível, afinal vale dizer que aproximadamente
20% do consumo de um automóvel são utilizados para vencer o atrito com o solo.
Até mesmo por isso, segundo a ANIP, não existe uma regulamentação específica para
que se possa classificar um pneu como “verde”. Não existe vínculo nem mesmo com os
resultados da etiquetagem veicular do Inmetro – embora, evidentemente, deles sejam
esperadas as melhores notas na avaliação de resistência ao rolamento.
Outra tecnologia recentemente popularizada são os pneus RunFlat, que são capazes
de rodar mesmo quando furados, devido a um reforço estrutural que permite manter
segurança na condução do veículo.
Segundo recomendação dos fabricantes,
esse pneu pode rodar por aproximadamente
80 km a uma velocidade de até 80 km/h
com segurança suficiente para o motorista
achar um local seguro para efetuar o
preenchimento do pneu com os itens que
são disponibilizados com o carro.
O pneu ContiSense vai ser capaz não apenas de determinar a pressão do pneu e detectar variações, como vai conseguir
detectar quando um prego, por exemplo, penetra na borracha, apesar de ainda não se verificar qualquer variação
O pneu ContiAdapt combina microcompressores integrados na roda para ajustar a pressão
dos pneus com um aro de largura variável. O sistema pode, assim, modificar o tamanho
da área de contato, que sob diferentes condições de estrada é um fator decisivo para a
segurança e o conforto. Quatro combinações diferentes permitem uma adaptação perfeita
a condições molhadas, irregulares, escorregadias e normais. Por exemplo, uma pequena
área de contato combinada com alta pressão dos pneus contribui para baixa resistência
ao rolamento e à condução com eficiência energética. Munido de sensores, se comunicará
com os sistemas eletrônicos do veículo, e a expectativa é que seja capaz de se adaptar às
condições do piso, alterando o perfil e, por consequência, a superfície de contato com o piso.
O pneu ContiSense e ContiAdapt: duas tecnologias que tornam os pneus “inteligentes” e possibilitam a comunicação entre
estes e os controles eletrônicos do veículo
Mas a Continental, não satisfeita, agora eventual aprimoramento dos recursos que
evolui para o Conti C.A.R.E., um pacote o mesmo dispõe.
completo para as rodas e os pneus do
futuro apresentado no Salão do Automóvel Mas em veículos leves, embora a eletrônica
de Frankfurt em 2019. seja mais avançada, não temos a disponibilidade
de uma fonte de ar comprimido.
Conti C.A.R.E. É uma plataforma para
monitorar e controlar as características dos Esse é um sonho antigo das fabricantes de
pneus, que no futuro poderão equipar com pneus. Em 2012, também durante o Salão
carros elétricos e autônomos. do Automóvel de Frankfurt, foi noticiado
que a Goodyear havia desenvolvido um
Um dos componentes do sistema são os sistema em que o pneu seria capaz de se
sensores especiais ContiSense, que são autocalibrar, o que resolveria a questão.
integrados diretamente no pneu. Eles
coletam e avaliam constantemente dados Chamado de AMT (Air Maintenance
sobre a altura residual do piso, possíveis Technology), por meio de um dispositivo
danos, temperatura e pressão do ar no colocado no lugar da válvula e acoplado
pneu. As métricas coletadas são transferidas a uma mangueira no interior do pneu,
para o aplicativo baseado na web do seria capaz de “puxar” o ar do ambiente
ContiConnect Live. externo para dentro do pneu. A tecnologia
AMT permite que os pneus se mantenham
Além disso, é apresentado dentro da inflados mesmo quando frios, sem a
plataforma um inovador sistema de correção necessidade de bombas externas ou
da pressão dos pneus usando bombas eletrônicas. O sistema utiliza a tecnologia
centrífugas incorporadas na roda. A solução de bomba peristáltica para manter
é chamada de PressureProof. Quando o automaticamente a pressão dos pneus
carro acelera, as forças centrífugas atuam nos níveis desejados das frotas. Todos os
na bomba, que gera ar comprimido. Esta componentes do sistema da AMT, incluindo
tecnologia mantém constantemente a a bomba, estão totalmente embutidos no
pressão dos pneus na faixa ideal. O excesso pneu.
de ar comprimido é armazenado em um
tanque integrado. Essa tecnologia começou a ser desenvolvida
em 2009. Em 2012, a Goodyear apresentou
A tecnologia PressureProof usa essa margem o conceito, mas ainda sem produção
para corrigir rapidamente a pressão em industrial, e em 2014, anunciou que estava
várias situações na estrada. Além disso, em fase de testes para lançamento nos
alega-se que a solução ajuda a reduzir Estados Unidos e no Canadá, mas até
as emissões de dióxido de carbono na o momento ainda não se tem notícia de
atmosfera. que pneus Goodyear com a tecnologia
AMT estejam sendo produzidos ou
Em caminhões e ônibus que já estejam comercializados.
equipados com os chamados rodocalibradores
será meio caminho andado, faltando a
automação e integração com os sensores
do sistema do computador de bordo e um
Pneu Goodyear com tecnologia AMT, que mantém a pressão sem necessidade de calibragem
Mas esse não é o primeiro sistema do gênero nem o pioneiro. Outro fabricante, a CODA,
da República Checa, tem patente registrada desde 2009 em vários países, incluindo
Estados Unidos, União Europeia, Japão, Coreia do Sul, Índia e China. O CODA S.I.T. - Self-
Inflating Tire faz a mesma coisa que a tecnologia AMT da Goodyear, ou seja, monitora a
pressão do pneu e autoajusta sem a necessidade de calibragem por compressor externo.
O CODA S.I.T. - Self-Inflating Tire, monitora a pressão do pneu e ajusta sem a necessidade de calibragem por compressor
externo.
Outra fabricante que sonha com um pneu revolucionário é a Michelin, que apresentou em
2017 o “Vision”, um novo pneu experimental que não é inflado com ar, mas sim composto
por uma única estrutura que une roda e pneu. A invenção da Michelin é feita de materiais
biodegradáveis e consegue absorver os impactos da estrada, por meio de sua construção
mecânica, sem a necessidade
de pressão do ar.
Vision ainda não passa de um protótipo, mas são bastante promissores e são uma
demonstração de várias funcionalidades e características que podem vir a fazer parte
dos pneus do futuro. Os investigadores da Michelin desenvolveram um conceito de roda
e pneu sem ar e que não necessita calibração.
A estrutura mecânica do pneu é suficiente para suportar o veículo e flexível para absorver
impacto e pressão. Esse tipo de estrutura, sem ar, já é aplicada em alguns veículos
específicos, como carrinhos de golfe ou equipamento de construção.
Outra vantagem do Vision passa pelos materiais usados: os cientistas conseguiram usar
apenas materiais orgânicos e recicláveis, como feno, papel ou metal. Os padrões e as
bandas que fazem parte do exterior de cada pneu podem ser criados em impressoras
3D, e a empresa antevê um futuro em que se possa ir a uma oficina ou a um posto de
abastecimento, escolher o padrão e vê-lo ser impresso em 3D diretamente no pneu.
Mas ainda deve levar bastante tempo para que a novidade chegue às estradas.
A expectativa é que isso aconteça perto de 2024. A ideia é que os conceitos apresentados
com o “Vision”, tais como a estrutura única, a superfície que pode ser impressa em 3D
e os materiais biodegradáveis, sejam incorporadas ao longo do tempo aos produtos.
A Michelin está trabalhando ainda em um pneu inteligente que não usa ar, é feito de
plásticos recicláveis e possui banda de rodagem impressa em 3D, que pode ser alterada
à medida que as rodovias e as mudanças climáticas assim exigirem.
Embora pareça exagerado, todos os aspectos do futuro do pneu apontam para soluções
não convencionais e inclusão da tecnologia de controle eletrônico para monitorar e
ajustar a rodagem às condições da estrada, além de prevenir ou corrigir falhas durante
o trajeto, como furos, alteração de pressão, desgaste irregular e outros inconvenientes.
Embora seja improvável que essas novas tecnologias em pneus sejam comercializadas
nos próximos anos, há poucas dúvidas nas fabricantes de pneumáticos que tudo isso
pode e será feito.
Enquanto isso não acontece, fique de olho na calibragem e na banda de rodagem. Mas
isso você já está careca de saber (você e não o seu pneu).
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