O enfoque da promoção da saúde nos programas de nutrição e segurança
alimentar
“Atuação do nutricionista em saúde pública na promoção da alimentação saudável” (BOOG,
2008) Constatou-se que os profissionais sentem dificuldade para realizar atividades de educação nutricional devido ao conflito existente entre conhecimento teórico e prática vivencial, e o descrédito em relação às ações educativas, em função de seus próprios problemas em implementar mudanças. As concepções de alimentação saudável encontram-se relacionadas a visão de um conceito ideal, formado por conteúdos técnicos porém bastante influenciados por conteúdos midiáticos, e um conceito real, vinculado a subjetividade e a história alimentar individual. Sendo assim, a comida entendida sob a perspectiva biológica e simbólica é que permite o diálogo entre essas duas concepções e a aproximação do problema através da construção conjunta de significados. Outra dificuldade seria, possivelmente, o modelo formativo dos nutricionistas, sobrecarregado de ciências biológicas em detrimento de uma formação mais sólida em aspectos político-sociais. A “nova prática” de atuação do nutricionista busca saída a essas dificuldades por meio de quatro diretrizes, que valorizam a integralidade, a articulação de saberes técnicos e populares, a autonomia e a emancipação dos indivíduos e a intersetorialidade. Através de uma atitude profissional inovadora, criativa, ousada e envolvida. A formação do nutricionista como educador representa um salto qualitativo da profissão, aproximando o profissional das questões éticas, comunicativas, comportamentais e emocionais. “O ser educador em nutrição não se resume a transmitir informações corretas de forma didática, porque implica em apreender a maneira como o interlocutor vivencia o problema alimentar com todas as questões de natureza subjetiva e interpessoal que estão imbricadas no comportamento alimentar. Educar para a alimentação saudável exige: a confrontação de novas práticas com as representações sociais dos alimentos e com o significado simbólico deles[...], a ressignificação dos alimentos e a construção de novos sentidos para o ato de comer.”
“Problematização como estratégia de educação nutricional com adolescentes obesos.”
(BOOG e RODRIGUES. 2006) “A educação nutricional pode promover o desenvolvimento da capacidade de compreender práticas e comportamentos, proporcionando ao indivíduo condições para que possa tomar decisões para a resolução de problemas mediante fatos percebidos.” O problema da obesidade possui determinantes biopsicossocioculturais, o que revela a necessidade de uma abordagem ampla que considere aspectos simbólicos da cultura alimentar, comportamentais e sociais, ajudando na integração do adolescente com o meio social e proporcionando a autonomia na realização de escolhas. Cabe ao profissional auxiliar o paciente a explicitar os conflitos que permeiam o problema alimentar para buscar soluções, por meio da criação de estratégias de enfrentamento incluindo a este processo a problematização, que estimula o adolescente a uma reflexão crítica permitindo-o entender a influência macro e micro social na instalação e manutenção da obesidade. Esse processo consiste da descoberta inicial, caracterizada pela formação de vínculo; exploração em profundidade, fase da problematização e discussão dos problemas; e preparação para a ação, momento de formulação de estratégias para o enfrentamento dos problemas alimentares. “Formação de multiplicadores para a promoção da alimentação saudável: projeto Culinária, Saúde e Prazer.” (CASTRO e SOUZA. 2011) As ações de promoção da alimentação saudável têm sido marcadas pela ausência de ações inovadoras e pela reprodução de estratégias pouco eficazes que têm como foco central a difusão de informações sobre benefícios e malefícios de determinados alimentos. A avaliação das experiências em promoção da alimentação saudável apontou a necessidade do desenvolvimento de estratégias que abordem de forma mais ampliada as dimensões da alimentação, com atividades de motivação voltadas para a prática alimentar saudável no cotidiano, utilizando metodologias que resgatem a dimensão lúdica e que privilegiem a realidade e a cultura dos sujeitos envolvidos. Valorizando a construção coletiva do conhecimento e o desenvolvimento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos. A educação em saúde, deve ser fundamentada no fortalecimento do poder de indivíduos e comunidades, contribuindo para que possam agir e refletir pessoal e socialmente na busca por estados saudáveis. Deve ocorrer por meio de estratégias pedagógicas que valorizem a subjetividade dos sujeitos. Os aprendizados suscitados desse projeto indicaram um caminho para a promoção da alimentação saudável pautado na articulação entre saberes populares e técnicos, que empodere as pessoas tornando-as mais aptas a realizar escolhas saudáveis.
Análise Comportamental Clínica: Um Estudo de Caso Sobre Ansiedade Baseado Nas Experiências Vivenciadas Durante o Estágio Básico Supervisionado em Psicologia Clínica