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Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica das características gerais dos desenhos. (Texto, 21 p.

Análise simbólica do desenho da pessoa humana, texto 8

Como fazer a análise simbólica das características gerais dos


desenhos
Este texto diz respeito às regularidades de análise simbólica que já foram observadas em
relação às características gerais dos desenhos feitos por PSJ (a pessoa-sujeito que desenha).
Toda a introdução do Texto 7, que você usou para
Lembre-se dos 10 mandamentos:
 Esse é o momento da análise!
fazer a análise das partes específicas da pessoa humana
 Depois você irá sopesar e sintetizar. desenhada (aqui chamada Figura) se aplica aqui. No Texto
 É uma situação de fato? 7, você se deparou somente com um Quadro, pois o único
 Existe algo singular? rol era relativo às Partes da Figura (Classe PF).
 Busque o símbolo! O Texto 8 contém vários Quadros, que cobrem as
 Pense no possível nexo psicológico! características de Apresentação da Figura (Classe AP),
 Parece um dicionário: você aplica! Estrutura da Composição e das Figuras (Classe ES),
 Não exclua o contraditório! Tratamento Diferencial entre as Figuras (Classe TD), e
 Pense no peso das evidências! Traçado e Estilo (Classe TE).
 Raciocine, raciocine, raciocine!

A simbólica das características de apresentação da figura


O Rol da Classe AP apresenta as regularidades simbólicas associadas à Apresentação da figura,
que parecem expressar relações mais gerais de PSJ com o mundo. O Quadro engloba seções sobre o
tema da figura, sua expressão, seu montante de movimento, sua posição, seu tamanho e o tratamento
dado ao fundo. Em cada categoria, apresenta-se primeiramente o seu sentido simbólico global, e
depois, as especificações que lhe dizem respeito. A forma de trabalho é a mesma do Rol da Classe PF:
você registra os símbolos “que apareceram” pelas “escolhas” de PSJ. Isso, depois, vai subsidiar seu
trabalho de síntese.

ROL DAS ANÁLISES SIMBÓLICAS USUALMENTE ASSOCIADAS AO TRATAMENTO GRÁFICO DAS


CARACTERÍSTICAS DE APRESENTAÇÃO DA FIGURA (CLASSE AP)

AP01.- Tema da figura. Símbolo da imagem de pessoa humana que PSJ tem, de forma espontânea, dentro
de seu repertório de imagens corporais humanas. É o padrão simbólico mobilizado diante da ordem "faça o
desenho de uma pessoa humana".
AP01.00- Figura humana. Um dos indicadores de normalidade. Obs.: desenho de figura não humana, ou muito
longe do humano, é um indicador de psicopatologia.
AP01.00.01- Desenho de si mesmo. Símbolo de interesse normal em si mesmo/a.
AP01.01- Figura humana do próprio sexo, de idade mais jovem do que PSJ. Símbolo do desejo de retornar a idades
anteriores, ou de inconformidade com o papel de adulto. //Símbolo do sentimento de impotência e
dependência para enfrentar o ambiente penoso e exigente, refletindo desejo de evitá-lo de forma infantil
(não responsável, ou irresponsável). //Símbolo do uso de defesas de idealização, regressão e negação da
realidade, por fixação emocional que leva PSJ a pensar em situações anteriores mais felizes em sua vida.
AP01.02- Figura com roupas menos adultas. Símbolo da dificuldade de PSJ em aceitar papéis de sua idade.
AP01.03- Figura de mesma idade que PSJ. Um dos indicadores de normalidade.

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humana, texto 8. Inserido em 11/2014
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AP01.04- Figura de idade superior à de PSJ. Símbolo de identificação com figuras parentais. Se figura do próprio
sexo: identificação em que deseja para si um papel de pessoa mais velha.
AP01.05- Figura com roupas mais adultas. Símbolo do desejo de assumir papéis mais adultos que os modais para
sua idade na cultura.
AP01.06- Figura de velho. Símbolo da imago paterna/materna, benévola ou castradora, conforme expressão do
velho(a). //Símbolo do temor à velhice e morte.
AP01.07- Desenho de pessoa específica. Símbolo da identificação de PSJ com a pessoa, e, por isso, as
características psicológicas que PSJ deseja/teme em si. //Símbolo do padrão de interação de PSJ com a pessoa
desenhada.
AP01.08- Figuras parentais. Símbolo de necessidade de proteção e relação interna com figuras parentais, com
forte ligação ao passado e dependência.
AP01.09- Estereótipos em geral. Símbolo da necessidade de elaboração de fantasias e/ou da identidade de
fantasia que PSJ acalenta, para fugir à insegurança. //Símbolo da forma infantil e do esforço inconsciente para
deformar a realidade para se evadir das dificuldades de relacionamento interpessoal.
AP01.10- Figura de caipira ou jeca. Símbolo de sentimentos de inadequação.
AP01.11- Figura de selvagem. Símbolo de desejo e/ou temor à sexualidade e agressividade. //Símbolo de
idealização das funções erótico-sexuais.
AP01.12- Personagem ridículo. Símbolo de esforço inconsciente para deformar a realidade. //Símbolo de
sentimento de inferioridade social e/ou avaliação depreciativa de si mesmo, com sentimento de futilidade e
insuficiência (física ou psíquica). //Símbolo de tentativa de representar inocentemente seus impulsos, mas
com manobra secundária para obter atenção. //Símbolo de desprezo e hostilidade para com as pessoas, com
intenção de depositar vivências de ridículo, fraude ou estranheza em si ou no outro (Em geral, figuras
grandes.).
AP01.13- Cabeça de palhaço sem o resto do corpo. Símbolo da necessidade de dissociar o afeto da tristeza.
AP01.14- Figura corcunda. (SF?) Símbolo de sentimento de inferioridade. //Símbolo de masoquismo psicológico.
AP01.15- Figuras combativas. Símbolos de hostilidade, agressividade, podendo haver sentimento de culpa
associado.
AP01.16- Figuras desportistas. (SF?) Símbolo de desejos de independência e de se mostrar. //Símbolo das
tentativas de sublimação da sexualidade e agressividade.
AP01.17- Figuras de autoridade e poder. Símbolos de ideias de grandeza, e desejos de superação, com uso de
defesas de idealização. //Símbolos de problemas nas relações de autoridade-submissão. Obs.: a natureza do
símbolo ajuda a estabelecer a natureza da idealização de PSJ.
AP01.18- Figuras de divindades, ou de religiosos. Símbolo do uso de defesas de idealização. //Símbolo de
pensamento mágico, com mobilização de imagos protetoras ou benévolas. //Símbolos de sentimentos de
culpa e/ou tentativas de repressão (ou recalcamento) e/ou sublimação dos impulsos agressivos ou sexuais,
podendo indicar problemas sexuais.
AP01.19- Figura de bandido. Símbolo de idealização da psicopatia. //Símbolo de desejos/temores psicopáticos.
//Símbolo de desejos/temores incestuosos ou relativos às identificações presentes.
AP01.20- Figura de boneco. Símbolo da dificuldade em expressar a si próprio livremente. //Símbolo do desejo de
impedir ou controlar a própria expressão vital.
AP01.21- Figuras fantasmagóricas. Símbolo de hostilidade e agressividade deslocada para terceiros. Por: raiva
ou ressentimento; por temor à imago materna.
AP01.22- Estátuas e múmias. Símbolos do temor à morte e frigidez. //Símbolos de defesas rígidas, e de fuga das
situações de expressão de emoções.
AP01.23- Figura não humana. Símbolo da ausência ou carência de identificação com o humano, com perda da
noção de realidade.
AP01.24- Figuras zoomórficas. Símbolo do uso de defesas regressivas. //Símbolo de fortes problemas emocionais
em relação a si e à maneira de se ver no plano das relações interpessoais, com perda da noção de realidade.
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AP01.25- Figura despersonalizada. Símbolo de "clivagem" unida à identificação projetiva excessiva. Símbolo de
desorganização do ego e do objeto e vivências de esvaziamento e despersonalização.
AP01.26- Figuras abstratas. Símbolos de evasão, por insegurança.
AP01.27- Figuras mitológicas formadas de soma de dois outros seres. Símbolos de dúvidas sobre a própria
identidade. //Símbolo de dificuldades com identificação de gênero.
AP01.28- Desenhos monstruosos. Símbolo da intenção de evasão, negação ou humor, diante da ansiedade
persecutória. //Símbolo da necessidade de causar impacto e de colocar o observador como depositário, como
defesa pela desintegração da própria produção.
AP01.29- Figura com aspecto bizarro. Símbolo de insensibilidade. //Símbolo de dificuldades sérias na
identificação com o ser humano, podendo haver perda da noção de realidade (em curso ou emergente).
AP01.30- Figura mecânica ou robotizada. Símbolo de insensibilidade. //Símbolo de dificuldades sérias na
identificação com o ser humano, podendo haver perda da noção de realidade (em curso ou emergente).
AP02.- Expressão da figura. Símbolo da interioridade de PSJ, suas características psicológicas
(tendências, disposições, sentimentos, tensões).
AP02.01- Expressão autista. Símbolo de fantasias de movimento que PSJ não consegue realizar, ou narcisismo.
AP02.02- Figura inexpressiva. Símbolo de insegurança e dependência, e de isolamento do afeto como defesa.
AP02.03- Figura que mostra pouca capacidade de contato. Símbolo de pouca capacidade para as relações
interpessoais, e retraimento. //Símbolo de certo grau de narcisismo e contato débil com o mundo exterior.
AP02.04- Figura com aspecto ameaçador. Símbolo de clivagem unida à identificação projetiva excessiva.
//Símbolo de vivências de esvaziamento e despersonalização, com desorganização do ego e do objeto.
AP02.05- Figura agradável, mas com conotação hostil. Símbolo de sedução e envolvimento associados a
desconsideração pelo objeto.
AP02.06- Figura muscularmente desafiadora. Símbolo de idealização, associada a isolamento do afeto e
retraimento narcísico (idealização esquizoide). //Símbolo da necessidade de evacuar situações de pânico.
AP02.07- Figuras poderosas. Símbolo de idealização, de modo que nada remete à falta (tipo esquizoide ou
eufórico?).
AP02.08- Figuras fortes e seguras. Símbolo de defesas de engrandecimento de si mesmo, de modo a negar ou
evitar sentimentos de perda e falta.
AP02.09- Figura agressiva, mas bloqueada. Símbolo de baixo nível de energia e ação, mas acompanhado de
fantasia compensatória.
AP02.10- Figura com força muscular localizada. Símbolo de conflito em relação a esta área corporal, ou em
relação ao aspecto interpessoal a que a área remete.
AP02.11- Figura com aspecto protetor. Símbolo de idealização (esquizoide ou eufórica?).
AP02.12- Figura com aspecto de docilidade. Símbolo de formação reativa contra a agressividade.
AP02.13- Figura infantil simpática, ou esperta. Símbolo de infantilidade e do uso de defesas de idealização e de
negação de tudo que é perigoso, ou que remeta à falta e à perda.
AP02.14- Figura harmoniosa e pouco sexualizada. Símbolo de repressão (ou recalcamento) e preocupação e luta
contra tendências a se mostrar e/ou erotismo corporal.
AP02.15- Figura feliz. Símbolo de idealização eufórica, com operações de negação da falta.
AP02.16- Figura infantil com expressão de cortesia forçada. Símbolo de conduta social infantil, com tentativas
pouco espontâneas de gratificação do objeto idealizado ou temido.
AP02.17- Figura vívida e chamativa. Símbolo da importância da sedução como defesa.
AP02.18- Figura com medo. Símbolo do receio de perda do controle, ou da organização pessoal atingida.
AP02.19- Figura fazendo pose ou em exibição. Símbolo de narcisismo e exibicionismo.
AP02.20- Figura triste. Símbolo de baixa de tônus vital e humor.
AP02.21-Figuras fracas. Símbolo de vivências de impotência e inadequação, com inibição ou restrição do ego.

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AP03.- Movimento expresso pela figura. No sentido corporal, símbolo da vivência de PSJ na
dimensão atividade-passividade motora. No nível psíquico, símbolo de potencial imaginativo e mobilidade
psíquica e/ou do seu exagero, a fantasia compensatória.
AP03.00- Movimento adequado à idade. Símbolo de capacidade para uso construtivo e eficiente das
potencialidades.
AP03.01- Ausência de movimento. Símbolo de baixo nível de energia. //Símbolo de presença de conflitos sérios,
sob controle rígido, mas precário, podendo haver vivência de despersonalização. //Símbolo de controle rígido
imposto aos impulsos (formação reativa?).
AP03.02- Figuras paralisadas e grandes que contrastam com histórias dramáticas e agressivas. Símbolo do hábito
do uso de depositários, isto é, do hábito de projetar os aspectos negativos de si nos outros, induzindo nestes
as ações que deseja ver realizadas.
AP03.03- Figura com aspecto ou movimento robotizado. Símbolo de rigidez, controle emocional e falta de
espontaneidade. //Símbolo de vivência de despersonalização, e/ou de ser controlado por forças externas,
usando de controles onipotentes frente à perseguição. //Símbolo de dissociação psicótica do afeto.
AP03.04- Movimento coartado. Símbolo de ação bloqueada. Por fantasias, ou controle imposto aos impulsos, ou
rigidez e redução do contato com o mundo exterior e intensificação do narcisismo, ou formação reativa, ou
sentimentos de ameaça, ou reações obsessivas de repressão (ou recalcamento), sempre com conflito na
posição adotada. //Símbolo de pouca capacidade para contatos sexuais/amorosos adequados, com esforço
para alcançar êxito e poder.
AP03.05- Figura em posição de ação. Símbolo do desejo de provar capacidade, atividade e merecimento. Obs.: a
presença desse traço em alguns protocolos de psicopatia mostrou que esse desejo de autoafirmação não tem
somente aspectos positivos.
AP03.06- Figura com pouca quantidade de movimento. Símbolo de alguma inibição ou restrição pessoal.
AP03.07- Figura flutuando no ar. Símbolo de insegurança e instabilidade emocional.
AP03.08- Grande quantidade de movimento. Símbolo de existência de fantasia e de necessidade de expansão no
ambiente. //Símbolo de impaciência, e desejo de dominar, pela necessidade de afirmação ou liderança.
AP03.09- Movimento não gracioso e com força muscular. Símbolo de existência de fantasia e de necessidade de
expansão no ambiente. //Símbolo de impaciência e desejo de dominar, pela necessidade de afirmação ou
liderança.
AP04.- Posição corporal em que se apresenta a figura. Símbolo do montante de segurança e
atitude de enfrentamento com que o indivíduo se relaciona com o mundo.
AP04.00- Figura do próprio sexo de pé, de frente, no eixo vertical, sem partes em perfil. Símbolo de abertura para
participação no ambiente “normal” e adaptação e energia adequadas na relação com o meio ambiente
imediato.
AP04.01- Figura de frente, em pé, inclinada. Indicador de instabilidade psíquica ou somática. //Símbolo de
projeção da perda do próprio equilíbrio, com sentimentos de colapso pessoal.
AP04.02- Figura de frente em outras posições que não de pé. Símbolo de ingenuidade e exibicionismo. //Símbolo
de comunicabilidade ingênua.
AP04.03- Figura de frente, sem condição de apoio nos pés. Símbolo de possibilidade de autoexposição, mas com
incapacidade de autocolocação no ambiente.
AP04.04- Figura na ponta dos pés. Símbolo de tomada tênue de contato com a realidade e/ou fuga. (Observou-
se que muitas pessoas do espectro autista andam na ponta dos pés.) (Já consta na Wikipedia em inglês.)
AP04.05- Figura com braços e pernas apertados contra o corpo. Símbolo de contenção das influências externas
e de retraimento.
AP04.06- Figura flutuando enviesada, sem apoio, com pernas separadas. Símbolo de instabilidade pessoal e
emocional.
AP04.07- Figura com corpo em posição de inatividade. Se desenhada por pessoas que têm impedimentos físicos
reais: Símbolo de tolerância e aceitação à limitação física existente. Se desenhada por pessoas que não têm
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impedimentos físicos reais: símbolo de fragilidade egoica, com inibição, restrição, esvaziamento e/ou
desorganização egoicas, pelo ataque às funções adaptativas e de ajuste à realidade. //Símbolo de fraca
energia de resposta, falta de ânimo e vitalidade, lentidão para adaptação. //Símbolo de relacionamento de
dependência, passividade, impotência, falta de confiança. //Símbolo de clivagem unida a identificações
projetivas excessivas.
AP04.08- Figura de costas ou parcialmente de costas. Símbolo de ambivalência psicossexual. //Símbolo de
problema de ajustamento, com evasão e/ou dissimulação.
AP04.09- Figura de costas com ênfase nas nádegas, desenhadas por homens. Símbolo de presença de fantasias
relacionadas à orientação sexual.
AP04.10- Figura de perfil total. Símbolo de evasividade e defesa sofisticadas, com fantasia como meio de
ajustamento, com tendência a voltar-se sobre si mesmo. //Símbolo de receio de cometer faltas.
AP04.11- Perfil repassado e enfatizado, mas com linhas de equilíbrio da figura confusas e imprecisas. Símbolo de
retraimento, com impulsos narcisistas de domínio social.
AP04.12- Figura de frente, com cabeça em outras direções. Indicador de discernimento escasso. //Símbolo do
uso de evasão na relação com o meio, negação e temor à perda do controle. //Símbolo de culpabilidade,
evasão e dissimulação nos contatos sociais. //Símbolo de confusão ou deterioração orgânica, ou dificuldades
no trato com realidade concreta.
AP05.- Tamanho da figura desenhada. Símbolo do montante de autoestima de PSJ, sua expansão no
ambiente, expressando a relação dinâmica desejada ou existente entre PSJ e seu meio (da insegurança até
engrandecimento e si, ou megalomania).
AP05.00- Figura média ou modal. Símbolo de traços adaptativos em relação à autoestima.
AP05.01- Figura grande saindo do papel. Indicador da presença de falhas no discernimento. //Símbolo do desejo
de provar capacidade. //Símbolo de constrição por parte do ambiente, com fantasias compensatórias
excessivas.
AP05.02- Figura muito grande. Símbolo de acentuação de si com desvalorização do meio, autoestima excessiva,
escassez de autocrítica, e tendências narcísicas. //Símbolo de sentimento de constrição pelo ambiente. Por:
equilíbrio defeituoso entre impulsos e controles, ou falta de consideração para com restrições externas. Se a
figura foi "apertada" e coube na folha, as fantasias compensatórias interferem no planejamento, mas o
critério de realidade tende a frear a ação, mesmo que tardiamente. //Símbolo de reação lábil-impulsiva com
o meio, com euforia e fantasia.
AP05.03- Figura grande. Símbolo de autoestima elevada, podendo haver tendência à fantasia e megalomania.
//Símbolo de expansão e agressividade, com falta de controle e de inibição, que podem significar retaliação
por sentimentos de rejeição social ou de inadequação. //Símbolo do uso de defesas compensatórias de
engrandecimento de si. (Compare com a história construída.)
AP05.04- Figura maior e elaborada. Símbolo da importância dada à aparência. //Símbolo da importância
atribuída à figura ou à tarefa (Há autores que associam esse traço a inteligência, abstração e equilíbrio.)
AP05.05- Figura grande e rígida, com olhos como ponta de alfinete e dedos pontiagudos. Símbolo de
engrandecimento de si, associado a desejo de controle e agressividade.
AP05.06- Figura pequena. Símbolo de supervalorização do meio ambiente e diminuição relativa da importância
dada a si mesmo, ou de restrição social. Por: inadequação, ou inferioridade, ou timidez, ou agressividade
reprimida, ou inibição da personalidade, ou imaturidade, ou dependência, ou ansiedade.
AP05.07- Figura muito pequena. Símbolo de forte inferioridade, insegurança, menos-valia, inibição social ou
intelectual, e bloqueio. //Símbolo de ansiedade difusa, com supervalorização do meio frente ao próprio eu.
AP05.08- Figura minúscula. Símbolo de rejeição ao ambiente, tendência ao isolamento, e evitação de estímulos
externos, com presença de medo.
AP05.09- Figura pequena e no alto da página. Símbolo de restrição social e dependência. //Símbolo de baixa
autoestima, e inferioridade, mas com desejos frustrados de se destacar. //Símbolo de euforia induzida por
agentes externos (álcool, etc.).
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AP05.10- Figura pequena com traços simples e falta de proporção. Símbolo de baixo nível de energia e diminuição
da força egoica.
AP06.- Localização da figura no espaço. Símbolo da orientação geral de PSJ no ambiente, desde
valores primários e concretos até os secundários, e desde as preocupações mais íntimas até às ações no
ambiente (Estudar no Texto 3 a simbologia do espaço, se necessário.).
AP06.00- Figura no centro vertical e horizontal. Símbolo de comportamento autodirigido e autocentrado, com
autoestima e segurança pessoal. Discordo dessa conotação totalmente "positiva" da literatura, pois nas
nossas pesquisas essa localização esteve presente em protocolos normais e patológicos, e é rara nos dois
grupos. Por prudência, até que a pesquisa avance mais, sugiro a interpretação seguinte, que leva em conta a
simbologia do espaço: símbolo de busca ou aceitação de uma relação mais pluralista e/ou multifacetada com
o ambiente.
AP06.01- Figura totalmente à esquerda. Símbolo de volta para si mesmo, para os próprios problemas, com
introversão e predomínio do passado, do afetivo, do egocêntrico.
AP06.02- Figura no lado esquerdo, não muito próximo à margem. Símbolo de atitude controlada, que aceita
adiamento de necessidades e busca satisfação intelectual, em vez de emocional (pela literatura). Em nossas
pesquisas foi traço modal, nas amostras normais e nas com problemas. Até que a pesquisa avance, sugiro
uma interpretação que se baseia no “modal”: Símbolo de atitude convencional na relação com o ambiente.
AP06.03- Figura no lado direito. Símbolo de relacionamento mais voltado para o ambiente, com socialização e
atividade, e busca de satisfações mais imediatas, podendo chegar à impulsividade. Obs.: Não encontramos
evidências para este indicador de impulsividade.
AP06.04- Figura na metade superior. Símbolo de tendência a se manter distante e meio inacessível nos
relacionamentos do dia-a-dia, com ação lábil, ou com baixa tolerância à frustração, ou com resistência, ou
retração, quanto ao meio. //Símbolo de acentuação da fantasia e expansão imaginativa, com ênfase dada à
vida de fantasia como meio de autorrealização: ideias, ideais, sonhos, objetivos inatingíveis ou muito
elevados, com visão otimista. //Símbolo do uso de defesas eufóricas, ou de negação da falta e perda.
AP06.04.01- Figura levemente desviada para cima. Símbolo de tendência à vida imaginativa e de fantasia,
buscando situar-se em relação ao cotidiano, mas ainda sem tentativas efetivas de realização de projetos.
AP06.05- Figura na metade inferior. Símbolo de centração no concreto, no cotidiano, nas necessidades básicas,
com evitação das necessidades secundárias e da fantasia. Disto decorre, nos casos mais extremos: Símbolo
de impotência (sentimento de derrota), inatividade, ansiedade e insegurança frente ao meio.
AP06.06-Figuras que utilizam a margem inferior do papel como solo. Símbolo de necessidade de apoio e suporte,
com baixo nível de autoconfiança e medo da ação independente e da autoafirmação.
AP06.07- Figura no quadrante superior esquerdo. Símbolo de passividade e atitude de expectativa diante da vida,
com sentimento de nostalgia e absorção na fantasia, para realização pessoal. //Símbolo do uso de defesas de
regressão.
AP06.08- Figura no quadrante superior direito. Símbolo de busca de contato com a realidade, através de projetos
e planos de futuro, mas podendo haver rebelião e ataques.
AP06.09- Figura no quadrante inferior direito. Símbolo de predomínio das preocupações com as realidades
cotidianas, e busca de satisfação de desejos e impulsos.
AP06.10- Figura no quadrante inferior esquerdo. Símbolo de conflitos, inadequação pessoal e fixação em conflitos
e inseguranças básicos.
AP07.- Ambiente (fundo) em que a figura se apresenta. Símbolo da forma como PSJ lida com o
impacto do vazio, e símbolo da necessidade de estruturação do ambiente de que PSJ necessita para reforçar
a própria atuação, ou para reduzir a própria insegurança ao realizar algo; símbolo, também, da natureza
desejada dessa estruturação.
AP07.00- Figura sem fundo ou chão. Indicador de compreensão adequada e estrita dos limites à autoexpressão,
dados pela situação.

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AP07.01- Desenho de chão. Símbolo de necessidade de apoio, em que a pessoa quer saber onde está e onde pisa.
//Símbolo de sentimentos de inadequação racionalizados e controlados por defesas intelectuais.
AP07.02- Desenho de linhas ambíguas ou vagas na folha de papel. Símbolo de ansiedade livre, com conflito, sem
uso de defesas intelectuais adequadas para enfrentar essa ansiedade. //Símbolo de emocionalidade, que
torna difícil manejar a si e ao objeto.
AP07.03- Desenho de fundo estruturado ou diferenciado. Símbolo de uso de defesas intelectuais para controlar
a ansiedade ou os conflitos. //Símbolo de maior diferenciação e integração da personalidade.
AP07.04- Desenho de paisagem como fundo. Símbolo de prolixidade, tendência ao sonho, à fantasia, à
imaginação, afetividade, e contemplação e observação.
AP07.05- Desenho de elemento irradiador de calor, não perigoso. Símbolo de necessidade de estar com figura
forte e irradiadora de calor, ou de necessidade de calor e segurança.
AP07.06- Desenho de mato alto ocultando os pés. Símbolo da atitude de não cuidar da própria adaptação e bem-
estar, e de depois se colocar, agressivamente, na defensiva.
AP07.07- Desenho de apoio alto para os pés. Símbolo da necessidade de se por em evidência.
AP07.08- Desenho de grafismos junto à figura. Símbolo de esforço para compensar a sensação da ruptura da
capacidade de comunicação básica. //Símbolo de compensação da insegurança e falta de confiança em si,
através do chiste e ironia.
AP07.09- Desenhos espalhados por toda a folha. Símbolo de vivência de pânico, com ataque às funções
adaptativas e de ajuste à realidade.// Símbolo da dificuldade de lidar com o vazio. //Símbolo do uso de
clivagem e de processos evacuativos, que indicam desorganização e vivências de esvaziamento e
despersonalização.
AP07.10- Figura envolvida por sombras. Símbolo da preocupação com a natureza indefinida da zona de interação
entre o ego e o mundo externo.
AP07.11- Figura envolvida por um halo. Símbolo da preocupação com a natureza indefinida da zona de interação
entre o ego e o mundo externo.
AP07.12- Figura enquadrada. Símbolo da necessidade de se manter separado e diferenciado do meio externo,
por inibição e angústia, ou por receio de indiferenciação.
AP07.13- Confusão entre figura e fundo. Símbolo dos problemas na delimitação do eu em relação ao mundo
exterior.
AP07.14- Fundo cheio sujo com figura pequena. Símbolo de fracasso na percepção da realidade, que se mostra
desagregada e fragmentada.
AP07.15- Desenho adicional em um quadrante específico. Símbolo específico a PSJ. Fazer perguntas e análise
simbólica do conteúdo do símbolo e da posição em que este se encontra na folha, usando, para isso, as
informações sobre simbólica do espaço.

A simbólica da estrutura da composição e da figura


O Rol da Classe ES refere-se às regularidades de interpretação simbólica, registradas na
literatura, quanto aos aspectos de estrutura da composição e da figura. Os aspectos estruturais
englobam as dimensões simbólicas referentes à sucessão ao desenhar a figura, à simetria, à
perspectiva básica e de realce e esquema corporal e detalhes da figura. A forma de organização do Rol
da Classe ES, e de trabalho com ele, é a mesma dos anteriores.

ROL DAS ANÁLISES SIMBÓLICAS USUALMENTE ASSOCIADAS AO TRATAMENTO GRÁFICO DAS


CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DA COMPOSIÇÃO E DA FIGURA HUMANA (CLASSE ES)

ES01.-Sucessão obedecida ao desenhar a figura. Indicador da capacidade de simbolizar (de forma


mais imprecisa, confusa ou emocional — ou, no outro extremo, de forma mais rica, precisa, ou racional), e

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da capacidade de planejar a expressão dessa simbolização. //Símbolo da ordenação do processo de


construção e expressão simbólicas.
ES01.00- Sucessão modal. Indicador de capacidade de pensamento lógico-concreto. //Símbolo de capacidade de
simbolizar e ordenar a expressão dessa capacidade.
ES01.01- Sucessão bilateral rígida. Símbolo do medo de sair da segurança para comprometer-se mais livremente.
Por: excesso de precaução, ou rigidez, ou falta de espontaneidade, ou tensão, ou tentativa de dissimulação
de característica que PSJ supõe indesejável. //Símbolo de rituais obsessivos ou controle excessivo como
substituição de um controle normal.
ES01.02- Sucessão desordenada ou confusa. Indicador de incapacidade de ordenação do pensamento. //Símbolo
de carência de autocrítica e desorganização da personalidade, ou de desordens impulsivas do pensamento
ou da ação. (O procedimento do desenho passou a seguir a importância afetiva das zonas do corpo, segundo
uma "ordem" idiossincrásica.)
ES01.03- Sucessão invertida. Símbolo de oposicionismo que dificulta os processos de pensamento. (V. ES01.05)
ES01.04- Sucessão não iniciada pela cabeça. Símbolo de dificuldades nos processos de planejamento, com
interferências de tipo emocional ou interpessoal nas realizações (Cf. categorias ES01.05 a 1.11)
ES01.05- Sucessão com início pelas pernas/pés. Símbolo de interferências na elaboração do pensamento ou
planejamento. Por: vazio, tristeza, desânimo, ou por afetividade primitiva, sem controle e com agressividade.
ES01.06- Sucessão com início pelos braços ou mãos. Símbolo de dificuldades no planejamento e organização do
pensamento por não conseguir obter do ambiente o que deseja, com presença de avidez (por dinheiro, ou
compreensão, ou afeto, ou relação), com culpa e/ou dificuldades nas relações interpessoais. //Símbolo de
dificuldade de modular inter-relações pessoais.
ES01.07- Sucessão com início ou término pelos traços faciais. Símbolo de preocupação em agradar e de
necessidade de inter-relação.
ES01.08- Sucessão com início pelos ombros. Símbolo da fantasia de força e poder, e do desejo de autoafirmação.
ES01.09- Sucessão com início pelo pescoço ou cintura. Símbolo da presença de forte controle e policiamento e
de preocupação com isso.
ES01.10- Sucessão com início ou término pelo cabelo. Símbolo de importância ou dificuldade presente em relação
à virilidade ou sexualidade.
ES01.11- Sucessão modal, com algum desvio e posterior desenho ou detalhamento desse(s) elemento(s). Símbolo
de preocupação ou dificuldade com a(s) área(s)-objeto do desvio ou detalhamento, a saber: a) cabelos:
virilidade ou sexualidade; b) traços faciais: relações interpessoais; c) orelhas: crítica alheia; etc. Pode-se ver o
significado específico da parte onde houve o desvio ou detalhamento nas seções respectivas do Quadro PF.
ES01.12- Fazer o esboço da estrutura do desenho e depois retomá-lo, fazendo todos os detalhes. Símbolo de
preocupação com a noção de realidade e com controle formal das reações, para adequá-las previamente à
situação e apresentar bom desempenho.
ES02.- Simetria do desenho. Símbolo da pressão que o desejo de unidade exerce sobre PSJ. Ou, de forma
menos abstrata: símbolo do montante de controle e contenção em relação à espontaneidade pessoal.
ES02.00- Simetria natural. Símbolo de capacidade de controle sobre os estímulos, mas com ausência de rigidez
e imaginação mais livre.
ES02.01- Simetria pobre. Símbolo de despreocupação ou menor capacidade de controle intelectual sobre os
estímulos.
ES02.02- Simetria confusa. (IP)1 Indicador de impulsividade. //Símbolo de labilidade, falta de equilíbrio emocional
e transtorno no controle de impulsos. Por: dispersão, ou excesso de espontaneidade, ou descuido, ou
hiperatividade, ou impulsividade. //Símbolo de defesas frágeis, com pouca crítica e discriminação. //Em
deficiência neurológica: Símbolo de pouco controle motor, descoordenação, ou falha na dominância lateral.

1 IP refere-se a indicador psicopatológico ― traço que se mostrou frequente em protocolos de pessoas com
dificuldades e ausente, ou raro, em protocolos de pessoas que se consideram saudáveis.
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humana, texto 8. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica das características gerais dos desenhos. (Texto, 21 p.)

ES02.03- Acentuação da linha média. Símbolo da busca de referência firme. //Símbolo de preocupação particular
com o corpo e inferioridade física, com dependência e sentimento de insegurança e medo. Se associada a
pressão forte: Símbolo de preocupação com o corpo e inferioridade, com possibilidade de conversão
agressiva dos conflitos corporais. //Símbolo de predomínio do controle obsessivo, se o desenho for simétrico.
ES02.04- Simetria excessiva e rígida. Símbolo do desejo de perfeição e de frieza emocional, por necessidade de
segurança e equilíbrio internos. //Símbolo de controle excessivo sobre estímulos e impulsos, e fiscalização
rígida e convencional da expressão pessoal. //Símbolo de apego a esquemas fixos e a minúcias. //Símbolo do
emprego de defesas, como intelectualização e formação reativa, contra faltas de limite de qualquer natureza.
ES02.04.01- Simetria rígida, garantida por rascunho ou uso de medida. Símbolo de temor ao desequilíbrio ou
desorganização corporal, ou à despersonalização. //Símbolo de tendência compulsiva ao controle dos
impulsos.
ES02.05- Destaque a órgãos não-bilaterais. Símbolo de conflitos emocionais e ameaça à integridade e equilíbrio
do corpo, com produção dos sintomas correspondentes.
ES02.06- Diferenças marcantes no tamanho de braço esquerdo e direito. Símbolo de problemas e desequilíbrio
na capacidade de satisfazer as necessidades quanto ao afetivo e emocional (braço esquerdo) ou quanto ao
racional (braço direito).
ES02.07- Diferenças marcantes no tamanho das pernas esquerda e direita. Símbolo de ambivalência em relação
à autonomia pretendida.
ES03.- Perspectiva básica. Indicador de adaptação e de uso de pensamento lógico-concreto no trato com
a realidade. //Símbolo da capacidade de limitar-se racionalmente e reconhecer seu ponto de vista como um
ponto de vista.
ES03.00- Perspectiva básica com realismo visual. Símbolo de visão da realidade concreta estruturada por lógica
e observação precisas.
ES03.01- Perspectiva visual quase estabelecida. Símbolo de visão da realidade concreta estruturada por
observação e lógica, mas sujeita a alguma interferência na discriminação e discernimento, por hábitos fixados
(ou problemas emocionais).
ES03.02- Perspectiva básica mediana. Símbolo de visão da realidade concreta apresentando interferências de
hábitos antigos, ou de problemas emocionais, ou de conflitos.
ES03.03- Perspectiva confusa. (IP) Indicador de distúrbio na capacidade de discriminação e julgamento, com
debilidade de funções adaptativas e de ajuste à realidade (há contradição na forma de se colocar na realidade,
como há no papel). //Símbolo de clivagem unida a identificação projetiva excessiva, com desorganização do
ego e do objeto, e com possibilidades de vivências de esvaziamento e despersonalização.
ES03.04- Perspectiva confusa do rosto. Indicador de pouca observação e discernimento, com primitivismo (de
qualquer tipo) e falta de controle intelectual. //Símbolo de confusão interna, tensão, e de extrema dificuldade
para enfrentar as exigências do meio, com uso excessivo de fantasia, e possibilidade de ações imprevisíveis e
confusas.
ES03.05- Transparências incomuns, localizadas ou generalizadas. (Generalizada) Indicador de aplicação
deficiente da cognição e pouca crítica, com critério pobre de realidade. Por: ansiedade incontida ou
dificuldades cognitivas. (Localizada) Símbolo de negação da realidade ou de supervalorização de realidades
subjetivas (representação de sensações ou de objetos internos introjetados na fantasia).
ES04.- Perspectiva dada por sombreamento. Símbolo da necessidade de realçar/ocultar determinadas facetas da
experiência própria, como expressão de ansiedade. Por: conflitos inconscientes, ou insatisfação consciente
(sensação de inadequação), ou culpa, podendo isso ser feito de forma agressiva, ou irrefletida (ES04.03), ou
sensível (ES04.02), ou intelectualizada (ES04.01), ou inteligente (ES04.00).
ES04.00- Presença de sombreamento leve. Símbolo de tato e sensibilidade mais fortes que a ansiedade, indicando
manejo inteligente e trabalho sobre a ansiedade.
ES04.01- Presença de sombreamento estilizado ou estruturado. Símbolo de controle intelectualizado da angústia
e ansiedade. Este controle pode se referir a uma região corporal ou a aspectos psíquicos que a área simbolize.

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humana, texto 8. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica das características gerais dos desenhos. (Texto, 21 p.)

ES04.02- Presença de sombreado tipo luz e sombra. Símbolo de sensibilidade e ansiedade, mas com controle.
Pode referir-se à região corporal ou a aspectos psíquicos que a área simbolize.
ES04.03- Presença de sombreado vigoroso. Símbolo de angústia vivida com descarga de agressividade. Esta
angústia pode também se referir a uma região corporal ou a aspectos psíquicos que a área simbolize.
//Símbolo de descontentamento e conflito com a atuação e com o conceito do próprio eu.
ES04.04- Presença de sombreado em todo o corpo. Se na figura do mesmo sexo: símbolo de rejeição violenta ao
corpo próprio. Por: angústia, causas orgânicas, ou sentimento de inferioridade/culpa.
ES04.05- Sombreamento forte para dissimular parte do corpo. Símbolo de descarga agressiva com ocultação em
relação à parte do corpo sombreada, ou ao que ela representa.
ES05.- Estrutura da figura: tratamento dado ao esquema corporal e presença de
detalhes. Esquema corporal: Símbolo das características de estruturação intrapsíquica de PSJ, relacionado
à organização pessoal básica. Outras dimensões simbólicas do esquema corporal: inteireza (em oposição às
cisões, mutilações, etc.); delimitação (em oposição à mistura psicológica); e hierarquia realista (o mais e o
menos relevante).
Detalhamento: Símbolo de mediação cognitiva disponível: maturidade conceptual, diferenciação
pessoal, riqueza de concepções, adiamento nas respostas.
ES05.00- Desenho com muitos detalhes adequados em esquema corporal preservado. Indicador de mentalidade
objetiva com atenção clara e precisa, e interesse pela realidade concreta. //Símbolo de presença de
organização pessoal básica, funções básicas preservadas de percepção, e juízo da realidade, havendo
presença do recalcamento como ganho evolutivo, e discriminação entre mundo interno e externo. //Símbolo
de capacidade de reparação e sublimação.// Símbolo de independência do campo, pelos limites precisos (pq).
ES05.01- Desenho minucioso e com excesso de detalhes em esquema corporal preservado. Símbolo de fantasia e
idealização como meio de controle da ansiedade. //Símbolo da presença de rigidez, com formação reativa e
medo da perda de controle sobre agressividade. //Símbolo do uso de negação da depressão e da dependência
como parte de defesas eufóricas, para controle do objeto persecutório ou do objeto destruído. //Símbolo de
preocupação pela aparência, e/ou necessidade infantil de se mostrar.
ES05.02- Desenho com excesso de detalhes, rígidos e repetitivos, em esquema corporal preservado. Símbolo de
utilização de defesas rígidas e rotineiras contra emergência de caos interno e externo, ou de elementos
imprevisíveis e perigosos, pela criação de mundo rigidamente ordenado e estruturado. //Símbolo de
resistência inconsciente ao ato de desenhar.
ES05.03- Desenho simples, com poucos detalhes essenciais, em esquema corporal preservado. Indicador de
mentalidade objetiva com senso comum e ajustamento convencional.
ES05.04- Desenho entre simples e pobre. Símbolo de carência de maturidade conceptual e pobreza de
diferenciação pessoal.
ES05.05- Desenho com pobreza de detalhes. (IP) Símbolo de pouca capacidade de mediação cognitiva e pouco
adiamento de respostas: um dos indicadores de impulsividade de OAS. //Indicador de diminuição da
eficiência intelectual e do conhecimento realista do eu. //Símbolo de retraimento, isolamento, ou anulação,
com inquietude sobre si mesmo e sua atuação. //Símbolo de uso de repressão (ou recalcamento), negação,
controle, com inquietude pela impulsividade, ou pela sensualidade e sua expressão.
ES05.06- Desenho primitivo e vazio. Indicador de infantilidade psíquica, e falta de discernimento, com noção de
realidade pobre. Por: aspectos orgânicos, ou cognitivos, ou emocionais. //Símbolo de indiferenciação em
relação ao mundo externo, com identificação projetiva excessiva, ou recalcamento, isolamento e anulação.
ES05.07- Esquematismo da figura. Indicador de deficiência na capacidade de expressão e limitação do horizonte
psicológico. Por: evasividade, ou insegurança, ou regressão, ou imaturidade, ou agressividade, ou ansiedade,
ou falta de independência de julgamento, ou conflitos, ou retraimento, ou energia reduzida, ou estereotipia,
ou bloqueio, ou fuga a problemas corporais (observações clínicas registradas na literatura). //Símbolo de
tentativa de encobrimento, com conduta defensiva de dissociação da participação emocional.

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ES05.08- Figura pobre, mas superdetalhada. Símbolo da presença de um mundo de ideias muito particular,
distante da realidade comum, com incremento do controle obsessivo.
ES05.09- Desenho com falhas ou excessos no traçado dos limites corporais. Em caso de escassa marcação dos
limites, símbolo de instabilidade emocional e ansiedades persecutórias, com clivagem unida a identificação
projetiva excessiva, com desorganização do ego e do objeto e indiferenciação //Símbolo de dependência do
campo (pq). Símbolo de tendência à perda de controle (pq). //Nos limites excessivos, símbolo de medo da
perda do controle sobre a própria agressividade, com uso de controles obsessivos e preocupação com a
própria ação no ambiente.
ES05.10- Perda do esquema corporal (por distorções). Indicador de pouca noção da realidade prático-imediata.
Por: noção falha de espaço e tempo, ou desatenção, inquietação, ou alteração da imagem corporal ou de
formas, ou labilidade psíquica e/ou motora. //Símbolo de clivagem e identificação projetiva excessiva, com
desorganização do ego e do objeto e incapacidade de reparação e sublimação.
ES05.11- Desenho com desproporções grosseiras. (IP) Símbolo de integração pobre e desarmonia na
personalidade e no comportamento, com dificuldade de manter o equilíbrio entre os impulsos e o domínio
deles.
ES05.12- Desenho com ênfase na proporção. Símbolo de rigidez e preocupação com o certo e o errado.
ES05.13- Desenho de figura parcial. Símbolo de falta de sentido de integridade e plenitude, com sentimento de
ser incompleto, ou insuficiente.
ES05.14- Presença de amputações gerais. (IP) Indicador de falta de crítica e critério de realidade debilitado. Por:
dificuldades cognitivas ou emocionais, ou negação de problemas, ou censura a partes do corpo, ou bloqueio,
ou evasividade. //Símbolo de processos inconscientes de supressão e encobrimento, com frustração, ou culpa.
ES05.15- Cabeça - tronco - cintura mal alinhados. Símbolo de insuficiência na integração da personalidade.
ES05.16- Separação entre o tórax e a zona inferior do corpo. Símbolo de distanciamento entre a área afetivo-
racional e a área sexual.
ES05.17- Corpo cortado por linha vertical. Símbolo de cisão ou cisão iminente da personalidade, por dependência.
Símbolo de preocupação corporal.
ES05.18- Desenhar mal ou omitir a parte inferior do corpo. Símbolo de repressão (ou recalcamento), com
dificuldades sexuais, e preocupação ou luta contra erotismo.
ES05.19- Separação corpo-cabeça. Símbolo de distância entre o racional e o afetivo-sexual.
ES05.20- Desenho de círculos em toda a figura. Indicador de infantilidade e falta de discernimento, com
dependência. //Símbolo de falta de integração na personalidade.
ES05.21- Tratamento diferencial dado a qualquer área quanto à proporção. Símbolo de conflito ligado à área
corporal que sofreu o tratamento, ou de conflito em relação a atitudes e comportamentos que a área corporal
simboliza.
ES05.22-Linha média vaga na parte inferior do desenho. Símbolo de preocupação somática, por problemas de
natureza inconsciente, ou por envelhecimento, ou por narcisismo.

A simbólica do tratamento diferencial entre as figuras


O tratamento dado às duas figuras desenhadas envolve a dimensão simbólica da relação com
o diferente.
O Rol da Classe TD agrupa os significados em categorias referentes à semelhança e diferença
geral entre as figuras; às semelhanças e diferenças específicas entre as figuras; à idade relativa; à
valorização relativa das duas figuras; e, finalmente, às características afetivas e de integração pessoal
das duas figuras.
A forma de trabalho com o Rol da Classe TD é a mesma dos quadros anteriores.

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humana, texto 8. Inserido em 11/2014
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ROL DAS ANÁLISES SIMBÓLICAS USUALMENTE ASSOCIADAS AO TRATAMENTO GRÁFICO DO


TRATAMENTO DIFERENCIAL DADO ÀS DUAS FIGURAS DESENHADAS (CLASSE TD)
TD01.- Assemelhação e diferenciação geral entre as figuras. Símbolos do montante de
diferenciação pessoal e psicossexual, e do montante de individualização, que está subjacente às atitudes de
PSJ para com os outros e para com o próprio sexo e o oposto. Semelhanças: símbolo das expectativas de
identidade psíquica entre pessoas. Diferenças: símbolos do reconhecimento e aceitação das diferenças
sexuais e pessoais.
TD01.01- Indiferenciação sexual. (IP) Símbolo de dificuldades com a identidade sexual ou com o papel de gênero.
Por: confusão sexual, ou ausência de identificação sexual definida, ou dificuldade com a aceitação de
impulsos, de situações ou de fantasias (por repressão (ou recalcamento)).
TD01.02- Figuras semelhantes demais por pobreza de desenho. (IP) Símbolo de indiferenciação pessoal, com
noção egocêntrica e vaga do ser humano. //Símbolo de indiferenciação psicossexual, com forte dificuldade
para reconhecer características no sexo oposto diferentes das do próprio sexo, e desinteresse pelas
características psicossexuais, ou medo de vê-las. //Indicador de maior dependência e submissão em homens
(pq).
TD01.03- Figuras pobres e semelhantes, mas com sexo identificável pelas roupas ou cabelo. Símbolo de
indiferenciação pessoal e psicossexual, com incipiente diferenciação, restrita a aspectos dos papéis de gênero
convencionais à cultura, mas forte dificuldade em reconhecer características pessoais que diferenciam as
pessoas entre si e dificuldades em reconhecer características do sexo oposto que são diferentes das próprias.
TD01.04- Figuras com sexo identificável, mas corpo infantil ou pouco adulto. Símbolo de colocação relativamente
imatura no ambiente, com repressão (ou recalcamento) da sexualidade, e diferenciação psicossexual
influenciada pelos aspectos dos papéis de gênero convencionais à cultura, com evitação dos aspectos
maduros do corpo e dos relacionamentos.
TD01.05- Figuras com sexo identificável, mas a figura feminina parece masculina. Em geral: Símbolo de
imaturidade psicossexual, com dificuldade em reconhecer características no sexo oposto que são diferentes
das do seu próprio sexo. Se desenhada por homem: Símbolo de forte ligação e identificação com a mãe, com
dependência e projeção de poder na figura materno-feminina. Se desenhada por mulher: Símbolo de
dificuldades com a feminilidade, com rivalidade com o sexo oposto.
TD01.06- Desenho de figura feminina com trajes masculinos feito por homem. Símbolo de indiferenciação
psicossexual e ambivalência nos relacionamentos.
TD01.07- Desenho de figura feminina com barba e bigode. Símbolo de ambivalência ou confusão psicossexual.
//Símbolo de conflito persistente com figura materna autoritária.
TD01.08- Figuras com sexo identificável, mas a figura masculina parece feminina. Em geral: Símbolo de
imaturidade psicossexual, com dificuldade em reconhecer características no sexo oposto que são diferentes
das do seu próprio sexo. Se desenhada por homem: Símbolo de dificuldades nas identificações ligadas ao
papel sexual ou de gênero. Por: confusão de papéis sexuais, ou conflito com o papel sexual, ou dependência
materna, ou sensação de inferioridade corporal. Se desenhada por mulher: Símbolo do medo de aceitar os
aspectos maduros do corpo, por desejos de fusão com figura materna ou rivalidade com o sexo oposto.
TD01.09- Figuras diferenciadas por sexo, mas com traços faciais semelhantes demais. Símbolo da permanência
de certo desejo de identidade psicológica, ou ligação fusional entre as pessoas, embora haja reconhecimento
das diferenças sexuais.
TD01.10- Figuras diferenciadas por sexo, mas com roupagem igual ou análoga. Símbolo de desejo de identidade
psicológica, ou ligação fusional entre as pessoas através de um modo particular de vida, com anseio de
igualdade de papéis e igualdade de funções sociais para os gêneros.
TD01.11- Figura masculina desenhada com calças sem braguilha, desenhada por mulheres. Símbolo de
dificuldades na aceitação da sexualidade masculina, o que mostra problemas na relação com a diferença
psicossexual (ansiedade a respeito da sexualidade? do pênis? da penetração? do papel de gênero
masculino?).
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TD01.12- Figura do sexo oposto com problemas de desenho na área genital. Símbolo de dificuldades na aceitação
da sexualidade, o que mostra problemas na relação com a diferença psicossexual. Por: ansiedade a respeito
da sexualidade em geral; receio da sexualidade masculina, ou do pênis, ou da penetração, no caso de
mulheres. Receio da sexualidade feminina, ou da vagina, ou medo em relação ao ato de penetração, em
homens.
TD01.13- Figuras diferenciadas por sexo, com roupas diferenciadas e adultas e com traços faciais personalizados.
Um dos indicadores de normalidade e de adaptação (é traço raro nos protocolos psicopatológicos). //Símbolo
de aceitação e elaboração das diferenças psicossexuais, culturais e pessoais. Em homens: Indicador de
presença de relacionamento sexual mais precoce, mais frequente, menos problemático (pesquisa).
TD01.14- Indicadores masculinos excessivos na figura masculina feita por homem. Símbolo de insegurança com
respeito à masculinidade, com compensação através de fantasias ligadas à força física e/ou autoexposição.
TD01.15- Figuras que se situam num fundo similar, ou que compartilham símbolos. Símbolo de desejo de
identidade psicológica, ou ligação fusional entre as pessoas, através de um modo particular de vida, ou do
compartilhar de uma visão de mundo. O compartilhamento de concepção de vida é expresso pelo fundo
genérico semelhante, ou pelo ostentar de símbolos. O modo particular de vida é expresso por ambiente de
fundo específico semelhante.
TD02.- Semelhanças e diferenças específicas entre figuras. Símbolos da consistência e
estabilidade da autoexpressão de PSJ, e da variabilidade e flexibilidade de sua ação no ambiente. Símbolos
cujo significado específico dependerá da natureza da semelhança (ver TD02.00) ou diferença observada
(TD02.01).
TD02.00- Semelhanças específicas entre as figuras. No caso do traço repetido nas duas figuras, como PSJ usou
por duas vezes do mesmo símbolo, este se refere a aspectos mais constantes das características de PSJ.
TD02.00.01- Ênfase no calcanhar da figura masculina e no salto da figura feminina em desenho de homens.
Símbolo de dificuldades com a aceitação das diferenças psicossexuais, por infantilidade psicossexual,
acompanhada de dificuldades com as identificações com papéis de gênero.
TD02.00.02- Ênfase na extremidade dos dedos das duas figuras. Símbolo de confusão do papel psicossexual
referente aos dois sexos.
TD02.01- Diferenças específicas entre figuras. Como PSJ não usou do mesmo símbolo, as diferenças específicas
referem-se a aspectos menos constantes das características de PSJ: aspectos em que PSJ pode variar de
reação, ou aspectos que PSJ supõe que o sexo oposto tenha (diferentes dos seus próprios). São símbolos cujo
significado dependerá da natureza da diferença observada e do sentido a elas atribuído por PSJ.
TD02.01.01- Diferenças específicas no tratamento dados aos cabelos. Símbolo da forma especial pela qual a
sexualidade se expressa, nas relações de PSJ com pessoas do outro sexo.
TD02.02- Figura do sexo oposto com cabelo desordenado e/ou abundante e figura do próprio sexo com cabelos
acertados. Símbolo de imaturidade psicossexual, conflitos, e narcisismo. Se desenhadas por homem, há
presença de hostilidade em relação à mulher. //Símbolo de repressão (ou recalcamento) e conflito em relação
a tendências psicossexuais opostas: exibicionismo x recato, promiscuidade x contenção, etc..
TD02.03- Figura do sexo oposto com cabelo omitido, pobre ou ralo e figura do próprio sexo com cabelo normal.
Símbolo de pouca vitalidade, ou sensação de restrição e inadequação (que PSJ vê no outro, ou que não quer
reconhecer em si).
TD02.04- Figura do sexo oposto com orelha enfatizada. Símbolo de hipersensibilidade à opinião alheia,
especialmente em relação ao sexo oposto.
TD02.05- Figura do próprio sexo com pescoço comprido e do outro sem pescoço, ou com pescoço curto e grosso.
Símbolo de atribuição de coordenação entre vida física e mental a si, mas podendo haver perda de controle
e agressividade compensatória.
TD02.06- Figura masculina com ombros frágeis e figura feminina com ombros realçados, desenhados por homem.
Símbolo de atribuição de maior poder e decisão à mulher, com dependência.
TD02.07- Figura do sexo oposto com tronco sombreado. Símbolo de agressão ao outro, com ansiedade.

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humana, texto 8. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica das características gerais dos desenhos. (Texto, 21 p.)

TD02.08- Seios enfatizados na figura feminina desenhados por homens. Símbolo de conflitos ou dificuldades nas
relações de dependência, por forte apego à imago materna, em geral com culpabilidade e/ou ansiedade.
TD02.09- Seios grandes na figura feminina, desenhados por homens. Símbolo de identificação com mãe
dominante e fortes necessidades de dependência, com imago materna com elementos matriarcais e de
dominância fecunda.
TD02.10- Desenho de dois bolsinhos no lugar dos seios, na figura do sexo oposto. Símbolo de conflitos ou
dificuldades, negadas pelo cliente, nas relações de dependência e apego à imago materna, mas que tendem
a se mostrar na relação com o outro.
TD02.11- Marcada indicação de músculos no sexo oposto. Símbolo de agressividade reprimida.
TD02.12- Botões enfatizados somente na figura do sexo oposto. Símbolo de dependência negada em si, e
projetada como característica do outro.
TD02.13- Umbigo (ou substituto) com ênfase somente no sexo oposto. Símbolo de dependência negada em si e
projetada como característica do outro.
TD02.14- Quadris grandes ou enfatizados na figura feminina, desenhados por homens. Símbolo de sentimento
de inferioridade, com atribuição de dominância à mulher.
TD02.15- Ênfase na entreperna do sexo oposto. Símbolo de conflito de natureza sexual.
TD02.16- Parte inferior do tronco ou roupa do sexo oposto c/ problemas de definição (IP). Símbolo de indefinição
psicossexual, com dificuldades em lidar com a sexualidade.
TD02.17- Área genital do sexo oposto sombreada. Símbolo de ansiedade em relação ao relacionamento sexual.
Se o sombreamento for forte, ou feito com linhas sem direção, desordenadas, a ansiedade chega a gerar forte
agressividade.
TD02.18- Botões enfatizados na braguilha ou na zona genital da figura do sexo oposto. Símbolo de relações de
dependência emocional, que PSJ atribui ao outro (pensa que o outro é dependente), e que PSJ busca resolver
pelo relacionamento psicossexual com o parceiro.
TD02.19- Presença de saliência anatômica não explicada no sexo oposto. Símbolo de preocupação com a zona
do corpo onde aparece a saliência, ou com as condutas pessoais que a zona simboliza. Ver o significado
simbólico da zona, e avaliar a possibilidade de algum símbolo enlaçado com a biografia da pessoa.
TD02.20 A figura do próprio sexo é a única que tem braços, longos e/ou estendidos como a pedir contato. Símbolo
da necessidade de ser acolhido, conjugado ao medo da rejeição ou repressão (ou recalcamento) por parte do
outro.
TD02.21- Mãos ou dedos com formato especial somente no sexo oposto. Símbolo de agressividade projetada
como característica do outro.
TD02.22- Pernas fechadas em figura feminina desenhada por homens. Símbolo de dificuldades com
psicossexualidade, por antecipação da resistência à penetração, ou fantasias de violação imaginária.
TD02.23- Figura do outro sexo desenhada com linha quebrada ou com sombreamento. Símbolo de presença de
ansiedade na relação com o outro sexo.
TD02.24- Figura do outro sexo com omissões específicas. Símbolo da falta que PSJ projeta no outro; isto é, trata-
se de falta sua que PSJ não vê em si, mas projeta como se fosse do outro. A interpretação simbólica referente
à parte omitida deve ser procurada na tabela PF.
TD03.- Idade relativa das duas figuras. Símbolo das relações que PSJ espera criar com o outro em
geral, em especial o outro do outro sexo, naquilo que se refere ao processo de desenvolvimento e
amadurecimento pessoais. Por exemplo: relações de dependência, controle, cuidado, troca, liderança,
orientação. Compare depois com a história contada por PSJ.
TD03.01- Figura do próprio sexo e do sexo oposto aparentando idade infantil. Símbolos da dificuldade em aceitar
o desenvolvimento, com desejo de permanecer ou retornar a idades anteriores e esperando encontrar no
outro um semelhante, tão infantil quanto, ou mais infantil, do que si mesmo. Pela faixa de idade, PSJ pode
desejar retornar: à dependência total (do bebê), ou à puerilidade, espontaneidade e irresponsabilidade (da
criança), ou à responsabilidade relativa, mas assexuada (da meninice).
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humana, texto 8. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica das características gerais dos desenhos. (Texto, 21 p.)

TD03.02- Figura do próprio sexo e do sexo oposto com aspecto adolescente. Símbolos de dificuldade em aceitar
plenamente o desenvolvimento, com desejo de retornar à idade das descobertas sexuais, do amor idealizado
ou romântico, e do adiamento das pressões das responsabilidades. E espera encontrar no outro um
semelhante, tão jovem quanto, ou mais jovem, do que percebe ser.
TD03.03- Figura do próprio sexo infantil ou pré-adolescente (ou adolescente, se PSJ for adulto) e figura do sexo
oposto aparentando idade equivalente ou acima da de PSJ. Símbolo de dificuldade em aceitar o
desenvolvimento, com desejo de retornar a idades anteriores, esperando encontrar no Outro um
complemento mais adulto: "líder ativo/a", assertivo e forte, se a figura do sexo oposto for jovem; "guia
protetor/a" e seguro, se for adulto/a, pois seria um "pai" ou "mãe"; "guia orientador/a" e sábio, se velho/a,
pois seria um "avô". No caso de figura de velho, se houver sinais de perda de vitalidade, PSJ esperaria
encontrar no outro uma pessoa a ser cuidada, ou partes decadentes suas, com dependência invertida.
TD03.04- Figura do próprio sexo com idade aproximada da de PSJ e figura do sexo oposto infantil ou adolescente.
Símbolo de que PSJ parece aceitar o seu desenvolvimento, mas espera encontrar no outro um complemento
menos adulto ou infantil. Nas relações interpessoais com o outro, PSJ pode projetar neste complemento mais
infantil alguém facilmente controlável ou direcionável (desejo, em geral compensatório, de controle e
superação). Ou o "outro" remete às partes infantis de PSJ: desejos de PSJ de dependência total, ou de
liberdade irresponsável, ou de espontaneidade, ou de idealização juvenil. Em suma, partes perdidas por PSJ
no processo de crescimento.
TD03.05- Figura do próprio sexo e do sexo oposto aparentando idade equivalente à de PSJ. Símbolo de que PSJ
aceita o seu desenvolvimento e espera encontrar no outro um semelhante adulto, ou complemento adulto.
TD03.06- Figura do próprio sexo aparentando idade aproximada da idade real de PSJ e figura do sexo oposto
aparentando ter mais idade que PSJ. Símbolo de que PSJ aceita o seu desenvolvimento, mas ainda espera
encontrar no outro um complemento adulto mais maduro, que o/a guie (como protetor ou como orientador).
Ver categoria TD03.03 para definição simbólica presente.
TD03.07- Figura do próprio sexo aparentando idade acima da de PSJ e figura do sexo oposto aparentando idade
abaixo da/de PSJ. Símbolo de que PSJ parece aceitar o seu desenvolvimento, mas deseja ser ou parecer ser
mais adulto/a do que é (identificação materna ou paterna), e espera encontrar no outro um complemento a
ser guiado ou orientado, ou dominado, ou partes infantis perdidas. É um código que aponta esforço
compensatório acentuado.
TD03.08- Figura do próprio sexo aparentando idade acima da de PSJ e do sexo oposto aparenta ter idade adulta,
mas mais jovem que a do próprio sexo. Símbolo de que PSJ parece aceitar seu próprio desenvolvimento, mas
desejando parecer ou ser mais adulto do que é, e esperando encontrar no outro um complemento adulto,
mas em quem tenha influência. No caso de sinais de decadência na figura de velho/a na figura de próprio
sexo, se torna símbolo de que PSJ se defronta com sinais de baixa de humor ou de vitalidade, vendo no outro
alguém para protegê-lo dessas partes más.
TD03.09- Figura do próprio sexo e figura do sexo oposto aparentando idade acima da de PSJ. Símbolo de que PSJ
parece aceitar o seu desenvolvimento, mas desejando ser ou parecer ser mais adulto/a do que é e esperando
encontrar no outro (no outro-em-si) um complemento que lhe garanta a adultez. No caso de sinais de
decadência, símbolo de baixa de humor ou vitalidade.
TD04.- Valorização relativa das duas figuras. Símbolo dos ideais de pessoa humana de PSJ, em
interseção com a valorização relativa de si e do(s) outro(s). Envolve símbolos ligados a: estar-no-mundo de
forma mais presente (desenhar em primeiro lugar); mais liberdade para autoafirmação (tamanho ou potência
maior da Figura); mais organização pessoal (cuidado ao desenhar); mais equilíbrio pessoal (postura corporal
mais firme).
TD04.00- Figura do próprio sexo desenhada em primeiro lugar. Símbolo de valorização do próprio sexo, quanto
aos aspectos mais pessoais e/ou de papéis, comparável à da maioria das pessoas.
TD04.01. Figura do sexo oposto desenhada em primeiro lugar por mulheres. Em geral. Símbolo de valorização do
outro, de caráter latente, i.e, não reconhecida, espontânea, inconsciente.

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Observações. A primeira pessoa desenhada simboliza a "imagem de pessoa humana" que PSJ tem. Várias
hipóteses adicionais têm sido levantadas pela pesquisa. Verificar essas hipóteses pelo diálogo ou história.
Hipótese cultural: símbolo de visão androcêntrica da sociedade, com reconhecimento da maior valorização social
dada ao homem. Hipótese de feminilidade: símbolo de feminilidade como orientação predominante no papel
de gênero. Hipótese da modelagem: símbolo de autoconceito empobrecido, com dependência e insegurança
em relação à própria imagem. Hipótese psicodinâmica: símbolo de forte ligação, ou dependência em relação
ao genitor(a) do sexo oposto, ou a figuras do sexo oposto. Hipótese tradicional: símbolo de disforia de gênero.
TD04.02- Figura do sexo oposto desenhada em primeiro lugar por homem. Em geral. Símbolo de valorização do
outro, de caráter latente, i.e, não reconhecida, espontânea, inconsciente. [A primeira pessoa desenhada
simboliza a "imagem de pessoa humana" que PSJ tem. Verificar fatores de modelagem, psicodinâmicos e de
aprendizagem na hora das perguntas ou história.] // Indicador de presença de identidade de gênero feminina
(pesquisa). //Símbolo de inquietude com, e/ou não aceitação do papel sexual próprio. [Esta é denominada
hipótese intrapsíquica. Embora quem apresente disforia de gênero tenda fortemente a desenhar o sexo
oposto em primeiro lugar, viu-se que outras pessoas sem disforia de gênero também o fazem].
TD04.03- Desenho do sexo oposto em primeiro lugar com traços de inversão sexual na figura. Símbolo de
dificuldades de aceitação do próprio sexo, com presença de dificuldades com a própria orientação sexual,
que pode estar egodistônica. Se na figura feminina há partes sexuais mal situadas, é mais forte o conflito.
TD04.04- Desenho da figura do sexo oposto com tamanho muito maior do que a do próprio sexo. Em geral:
Símbolo de valorização idealizada do outro. Se desenhada por PSJ mulher: Símbolo de valorização excessiva
do homem, com presença de conflito em relação à figura paterna ou à masculina, em geral. Se desenhada
por PSJ homem: Símbolo de poder, força e dominância atribuídos à mulher, que coexiste com dependência,
imaturidade emocional, passividade, e fixação à figura materna. (Frequente, se o pai é ausente.)
TD04.05- Figura do próprio sexo com tamanho muito maior do que a do sexo oposto. Em geral: Símbolo de
valorização de si de caráter compensatório, por inveja, ressentimento e/ou competitividade latentes. Se
desenhada por PSJ homem: Símbolo de valorização da figura paterna (mais frequente em filhos, dependentes,
de pais presentes). O inquérito ou a história orientam para as possibilidades interpretativas.
TD04.06- Figura do próprio sexo feita com mais cuidado. Símbolo de maior valorização e aceitação de si, ou do
próprio sexo, e projeção no outro, ou no outro sexo, dos aspectos mais negativos. Em casos extremos,
símbolo da dissociação dos aspectos organizados e desorganizados da personalidade, sendo estes últimos
negados por PSJ.
TD04.07- Figura do sexo oposto feita com mais cuidado. Símbolo de maior valorização e aceitação do outro, ou
do outro sexo, e projeção em si, ou no próprio sexo, dos aspectos mais negativos. Em casos extremos, símbolo
da dissociação dos aspectos organizados e desorganizados da personalidade, com pobreza de autoconceito.
TD04.08- Figura feminina com cabeça exagerada desenhada por homem. Símbolo de valorização excessiva da
imago materna, com desadaptação.
TD04.09- Figura do sexo oposto mais potente, ou com mais movimento, ou com braços maiores. Símbolo de
valorização e idealização do outro, atribuindo-lhe maior poder de ação.
TD04.10- Figura do próprio sexo muito mais potente, ou com muito mais movimento, do que a do sexo oposto.
Símbolo de valorização e idealização de si. Essa valorização pode ser de caráter compensatório, por inveja,
ressentimento ou competitividade latentes.
TD04.11- Figura do próprio sexo com posição de mais equilíbrio do que a figura do sexo oposto. Símbolo de maior
estabilidade e capacidade de enfrentar as realidades do dia a dia e de fazer frente às exigências da vida,
atribuídas a si ou ao seu sexo.
TD04.12- Figura do sexo oposto com posição de mais equilíbrio que o sexo próprio. Símbolo de maior estabilidade
e capacidade de enfrentar as realidades do dia a dia e de fazer frente às exigências da vida atribuídas ao
outro, ou ao outro sexo.
TD04.13- Figuras com indicadores de valorização similares. Símbolo de valorização adequada de si e do outro,
indicando potencial para relações de respeito mútuo.

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TD05.- Características afetivas e de integração pessoal atribuídas às figuras. Símbolo


do padrão básico de interação ou de relação objetal que PSJ imagina para as pessoas humanas. //Símbolo de
funções pessoais (padrões mentais) existentes em PSJ, provavelmente resíduos de relações objetais, que
tendem a se expressar nas relações (inter)pessoais de PSJ.
TD05.00- Figuras com qualidades afetivas e de integração pessoal não muito discrepantes. Símbolo de potencial
para relações interpessoais de respeito mútuo. //Símbolo de integração razoável entre os vários aspectos da
própria personalidade.
TD05.01- Desenho de pares antitéticos (IP). Símbolo de funções pessoais (padrões mentais) existentes em PSJ,
baseadas em relações objetais, e que estão dissociadas em PSJ. //Indicador do uso de defesas primitivas,
paranoides (isto é, de dissociação entre o bem e o mal) e/ou eufóricas (de negação dos aspectos carentes).
TD05.02- Uma figura é desprotegida e a outra é claramente persecutória. Símbolo do uso de defesas de
idealização e dissociação, acompanhadas de projeção, com desconfiança excessiva nas relações
(inter)pessoais. //Símbolo de dissociação paranoide conjugada com idealização. //Símbolo de relações, reais,
ou fantasiadas, ou simbólicas, de sadomasoquismo, a figura desprotegida (a própria, ou a do outro) como o
lado masoquista e a persecutória sendo o lado sádico.
TD05.03- Uma figura é desprotegida e a outra é claramente protetora. Símbolo de defesas de idealização e
dissociação, nas relações (inter)pessoais.
TD05.04- Par antitético quanto às possibilidades reparadoras. Símbolo do uso de defesas de idealização e
dissociação nas relações (inter)pessoais, como proteção contra tendências depressivas. //Símbolo de
idealização eufórica.
TD05.05- Par antitético quanto ao exibicionismo. Símbolo de repressão (ou recalcamento) e de conflito em
relação a tendências exibicionistas.
TD05.06- Par antitético quanto à atividade e passividade. Símbolo de relação de dominação-submissão, um sexo
sendo o ameaçador e dominador, e o outro sendo o dominado, que deve assumir papel passivo de
apaziguamento. //Símbolo de atitudes e sentimentos sadomasoquistas nas relações que busca com o outro.
TD05.07- Uma figura está limpa e outra, suja. Símbolo de funções pessoais de controle e contenção dissociadas
da agressividade evacuativa (excessiva, e passível de irromper).
TD05.08- Uma figura com traçado limpo e a outra, borrada, suja, com linhas incertas. Símbolo de funções
pessoais de controle dissociadas da agressividade evacuativa (excessiva, e passível de irromper).
TD05.09- Desenho de pessoas excessivamente boas, bonitas, perfeitas. Símbolo do uso de defesas de idealização.
TD05.10- Desenho em que há numa mesma figura características opostas. Símbolo de ambivalência presente nas
relações intrapessoais, ou interpessoais. Por ex., uma figura muito pequena-forte, existe um símbolo de
menosprezo (tamanho muito pequeno), como defesa contra a autoridade e “castração” que ela representa.
TD05.11- Figura do próprio sexo com ênfase nas articulações e figura do sexo oposto agressiva e dominante.
Símbolo da necessidade de se reassegurar diante da importância da figura do outro, indicando dependência
infantil, imaturidade psicossexual, e uso de compensação para automanutenção.
TD05.12- Figura do sexo oposto com características robotizadas, ou com corpo vazio. Símbolo de características
de indiferenciação pessoal que PSJ não reconhece em si e são projetadas no outro.
TD05.13- Figura do sexo oposto com características depreciadoras ou primitivas. Símbolo de valorização de si de
caráter compensatório, por inveja, ressentimento e/ou competitividade latentes, e de forte medo de seus
próprios aspectos grotescos.
TD05.14- Figura do próprio sexo com características depreciadoras e primitivas e do sexo oposto moderna e
natural. Símbolo de valorização do outro, de caráter idealizado ou não, coexistente à depreciação de si. O
caráter idealizado é visto por características de perfeição excessiva atribuída ao outro.
TD05.15- Figura feminina com braços e mãos proeminentes desenhada por homem. Símbolo de necessidade de
figura materna protetora.
TD05.16- Figura masculina com postura ampla e feminina com pernas fechadas. Símbolo de antecipação de
resistência à violação imaginária. //Símbolo de desejos proibidos socialmente.
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TD05.17- Rosto com expressão agressiva na figura do sexo oposto. Símbolo da deposição do domínio social e
poder no sexo oposto.
TD05.18- Mãos para trás ou nas cadeiras na figura feminina desenhada por homens. Símbolo de evasão ao
contato com mulheres, por receio de abandono, ou por receio da dominância feminina.
TD05.19- A figura do próprio sexo está desenhada de corpo inteiro e a figura do sexo oposto é parcial. Símbolo
de recusa de alguns padrões próprios de comportamento, que PSJ não reconhece ou não quer reconhecer
como sendo seus (verificar o que foi excluído).
TD05.20- A figura de um dos sexos é humana e a outra não. Símbolo de profunda dissociação nas relações
(inter)pessoais.

A simbólica das características de traçado e estilo


O Rol da Classe TE apresenta as regularidades simbólicas associadas, pela literatura psicológica, às
características comportamentais do traçado e do estilo. As categorias referem-se ao traçado, como
pressão e espessura das linhas, amplitude das linhas, formas das linhas, tipo das linhas e modo de se
fazê-las, e presença de correções e retoques, e ao estilo de ação de PSJ ao longo da tarefa. A forma de
trabalho é a mesma: registrar os símbolos presentes, para subsidiar o trabalho posterior de síntese.
ROL DAS ANÁLISES SIMBÓLICAS USUALMENTE ASSOCIADAS ÀS CARACTERÍSTICAS
COMPORTAMENTAIS DE TRAÇADO E ESTILO (CLASSE TE)
TE01.- Traçado em geral. Símbolo da forma psicomotora pela qual PSJ se coloca no ambiente, que por
sua vez, é símbolo da forma de autocolocação no ambiente.
TE01.00- Traçado flexível. Símbolo de adaptabilidade e flexibilidade no trato com o meio.
TE01.01- Traçado débil. Símbolo de inibição, medo, passividade e dúvida no trato com o meio.
TE01.02- Traçado débil com zonas abertas. Símbolo de falta de delimitação entre o externo e o interno, com
interrupções causadas por conflitos psíquicos em relação à área do corpo onde ele está, ou em relação aos
aspectos que a área simboliza.
TE01.03- Traçado muito desigual. Símbolo de ansiedade, instabilidade emocional e insegurança, com conflitos, e
dificuldade para firmar a própria opinião.
TE01.04- Traçado impulsivo ou agressivo. Símbolo de impulsividade, com agressividade, que pode ser
compensatória do temor à debilidade ou à indiferenciação.
TE01.05- Mudanças bruscas, localizadas, no tipo de traçado. Símbolo de conflitos em relação à área corporal
onde ocorre mudança, ou ao que a área simboliza, que ocasionam interrupções e mudanças na forma de agir.
TE02.- Pressão do lápis e espessura das linhas. Símbolo da quantidade de energia e força que PSJ
coloca na ação e da confiança com que o faz. Por extensão, remete à agressividade de sua ação no ambiente
ou à contenção e controle.
TE02.00- Pressão e espessura médias e com alguma variação presente. Símbolo de bom tônus psicomotor, com
adequação e moderação no montante de energia e confiança da ação, flexibilidade e capacidade de
adaptação.
TE02.01- Pressão forte e linhas grossas. Indicador de excessiva energia motora na ação. //Símbolo de
agressividade, sob a forma de descarga de tensão. Por: hostilidade para com o meio, ou excitabilidade, ou
excessiva confiança em si, ou impulsos fortes, ou vitalidade, ou desejo de provar capacidade, ou ambição e
energia. //Símbolo de barreira para conter impactos do meio, com esforço para manter o equilíbrio da
personalidade, por temor a ameaças de despersonalização.
TE02.02- Pressão fraca e linhas finas. Símbolo de baixo nível de energia na ação, com ansiedade. Por: timidez, ou
hipersensibilidade, ou insegurança, ou falta de energia, ou repressão (ou recalcamento), ou inibição das
pulsões, ou temor, ou dissimulação da agressividade. //Símbolo de restrição egoica e vivência de impotência
e inadequação. //Símbolo do uso de repressão (ou recalcamento).

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TE02.03- Pressão uniforme. (IP) Símbolo de dificuldade de adequação da ação ao contexto.


TE02.04- Pressão flutuante. (IP) Símbolo de instabilidade e impulsividade.
TE02.05- Pressão leve. Símbolo de contenção da energia na ação, por delicadeza de sentimentos.
TE03.- Amplitude das linhas. Símbolo do montante de expansividade no ambiente.
TE03.00- Amplitude média. Símbolo de flexibilidade no uso da expansividade no ambiente.
TE03.01- Amplitude grande. Símbolo de expansividade e impulsividade frente aos estímulos sensuais, e/ou
labilidade frente à inquietação (pela literatura). Obs.: como esse tipo de traçado é frequente, aconselho
cautela em considerá-lo como símbolo de impulsividade e labilidade.
TE03.02- Amplitude pequena. Símbolo de inibição da expressão vital, com ansiedade e autofiscalização,
demonstrando evasividade no lidar com sensações sensuais.
TE04.- Forma das linhas desenhadas. Símbolo do estilo agressivo, ou estilo meigo, de ser e/ou agir.
TE04.00- Quantidade equilibrada de linhas retas e curvas. Símbolo de integração entre aspectos afirmativos e
receptivos, com a agressividade em forma de força e energia e a emotividade em forma de afetividade,
tolerância e sublimação. Quanto mais ângulos, mais alto o nível de agressividade e quanto mais curvas, maior
a emotividade, a tolerância podendo tender à permissividade inativa.
TE04.01- Predomínio de linhas retas e angulosas. (IP) //Símbolo de agressividade, tensão, crítica, decisão,
assertividade e rigidez.
TE04.02- Predomínio de linhas curvilíneas. Símbolo de emotividade, “feminilidade”, menor agressividade,
podendo haver submissão e narcisismo. Se em desenhos de homens, é associado à inversão de papéis.
TE05.- Tipo e modo de se fazer a linha. Símbolo do estilo de ação da pessoa.
TE05.01- Linha contínua sólida. (Se predominante) Símbolo de rigidez no domínio da ansiedade, com medo da
iniciativa, busca de apoio e segurança, com defesas frágeis e repressão (ou recalcamento). //Símbolo de
necessidade de isolamento minucioso do meio para reforçar a realidade.
TE05.02- Linha contínua com poucas interrupções. (Se predominante) Símbolo de adaptabilidade, com
capacidade para manejar a ansiedade e fiscalizar a impulsividade, dissimulação dos problemas, e repressão
(ou recalcamento) da agressividade.
TE05.03- Linha em avanços e recuos. (Se predominante) Símbolo de ansiedade canalizada, certa insegurança e
timidez, com emotividade e hesitação. //Símbolo de capacidade artística, intuição e sensibilidade, se o nível
de forma for bom. (Localizada) Símbolo de conflitos que geram ansiedade e hesitação (em relação à área
corporal onde ocorreu, ou em relação aos aspectos que a área simboliza)
TE05.04- Linha reforçada ou repassada. (Se predominante) Símbolo de ansiedade e insegurança contidas, com
necessidade de defesa contra indiferenciação, que expressa isolamento e proteção contra pressões externas.
//Símbolo do uso de defesas de formação reativa e anulação. (Localizada) Símbolo de conflito em relação à
área corporal onde ocorreu, ou em relação aos aspectos que a área simboliza.
TE05.05- Linha fragmentada ou interrompida. Símbolo de não discriminação, por predomínio de identificação
projetiva, com falta de delimitação entre o mundo interno e externo. Por: lentidão, ou indecisão, ou ansiedade
e angústia, ou incerteza e temor, ou negativismo, ou timidez, ou distração, ou impulsividade.
(Se for localizada) Símbolo de conflito que gera não discriminação, ou pequena zona de identificação projetiva,
em relação à área corporal onde ocorreu, ou em relação aos aspectos que a área simboliza.
TE05.06- Linha tremida. (IP) Indicador de algum nível de comprometimento do sistema nervoso, por causa
orgânica, ou psíquica, ou uso de medicamentos. //Símbolo de insegurança, sensibilidade excessiva,
ansiedade sem controle consistente.
TE05.07- Linha com algum pequeno tremor. Símbolo de tendência a expressar a ansiedade fisicamente.
TE05.08- Linha peluda. (Se predominante) Símbolo de impulsividade, primitivismo e agressividade. (Localizada)
Símbolo de conflitos que geram agressividade em relação à área corporal onde ocorreu, ou em relação aos
aspectos que a área simboliza.

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TE05.09- Linha dentada ou serrada. (Se predominante) Símbolo de hostilidade, irritação, e agressividade, de tipo
impulsivo ou reprimido. (Localizada) Símbolo de conflito que gera hostilidade (em relação à área corporal
onde ocorreu, ou em relação aos aspectos que a área simboliza).
TE05.10- Linha confusa com avanços e recuos. (Se predominante) Símbolo de mistura de agressividade e
insegurança e ansiedade.
TE05.11- Linhas que se superpõem em pelo menos duas partes do corpo. Símbolo de pouca capacidade de
mediação cognitiva e dificuldade de adiar e controlar respostas. //Um dos indicadores de impulsividade (P.
Oas).
TE06.- Presença de correções e retoques. Símbolo de ansiedade e insatisfação com a própria ação
e/ou produção, buscando corrigir partes ruins (correção ligada a culpas), esconder defeitos (correção ligada
a dissimulação e/ou agressividade) e melhorar desempenho de forma moderada (correção ligada a adaptação
pessoal) ou de forma excessiva (associada a perfeccionismo).
TE06.00- Correções e retoques adequados. Símbolo de modo de ser adaptável e flexível.
TE06.00.01- Poucas correções e retoques ou nenhuma, em produção de nível bom ou muito bom. Símbolo de
aceitação da própria expressão, com noção do sentido de realidade e de sua produção imaginativa.
TE06.01- Poucas correções e retoques em produção medíocre ou menos (IP). Símbolo de pouca capacidade de
mediação cognitiva e dificuldade de adiar e controlar respostas. //Símbolo de limitação das faculdades de
avaliação e correção, com possível critério pobre de realidade e reação impulsiva ou lábil aos estímulos.
TE06.02- Sucessivas correções e retoques. Símbolo de insatisfação e ansiedade, com autocrítica excessiva,
conflitos por desejo de perfeição e controle consciente desse desejo, sendo o controle exercido através de
ação pedante, ou minuciosa, ou autofiscalização. //Símbolo do uso de formação reativa e anulação.
TE06.03- Correções e retoques em parte que é tida como símbolo fálico. Símbolo de conflitos sexuais.
TE06.04- Presença de zonas "sujas". Símbolo de medo da perda do controle sobre a própria agressividade, com
uso compensatório de controle onipotente, ou de tentativas de anulação, ou de contenção e de
meticulosidade.
TE06.05- Desenhar sobre o objeto gráfico já realizado, ocultando-o. Símbolo do uso de anulação.
TE06.06- Correções e retoques em áreas específicas. Símbolo de conflito pessoal em relação a essa área do corpo,
ou em relação aos aspectos que a área simboliza.
TE06.07- Presença de borrões, reforço do traço, sombreado e concentração na tarefa. //Símbolo de ansiedade,
conflitos e possíveis compensações através de fantasia.
TE07.- Estilo de ação: reações à tarefa de desenhar. Símbolo da forma como a pessoa se
comporta; em especial, em situações levemente geradoras de estresse.
TE07.00- Preocupar-se em realizar os desenhos adequadamente. Símbolo de atitude depressiva adaptativa (no
sentido kleiniano), com ganho da posição depressiva e uso de capacidades de reparação e sublimação.
TE07.01- Recusar-se a desenhar. Símbolo de severo bloqueio, por desconfiança e /ou intensa inferioridade.
TE07.02- Demonstrar resistência verbal ou não verbal à tarefa de desenhar. Símbolo de dificuldade em enfrentar
os próprios problemas.
TE07.03- Modificar a posição da folha do papel antes de iniciar o desenho. Símbolo de liberdade em relação à
ordem dada, com espírito curioso, aventureiro e com iniciativa. //Símbolo de negativismo e de rejeição de
sugestões, com necessidade de afirmação e de estruturação do ambiente a seu modo. (Ver história e diálogo.)
TE07.04- Perguntar várias coisas antes do desenho. Símbolo de dificuldade de adaptação a uma situação nova.
TE07.05- Perguntar se é para desenhar com ou sem roupa. // Símbolo de forte preocupação com o corpo ou
preocupação sexual, de natureza variada.
TE07.06- Perguntar se é para desenhar a figura total ou parcial. Símbolo de evitação do confronto com problemas
corporais, pela inatividade.
TE07.07- Demonstrar temor ou inabilidade para realizar a tarefa. Símbolo de falta de confiança em si e em seus
próprios recursos reparatórios, com autocrítica exagerada, e restrição egoica.

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TE07.08- Trocar a estrutura da instrução do teste. Símbolo de negativismo.


TE07.09- Desenhar sem atenção e ação consistente. Indicador de incapacidade de concentração da atenção e
autocontrole.
TE07.10- Demonstrar extrema alegria e atividade durante o desenho. Indicador de excitabilidade, instabilidade
emocional, e de negação eufórica.
TE07.11- Fazer comentários absurdos. Símbolo de falta de noção da realidade prático-concreta, com
desorganização, ou confusão mental.
TE07.12- Fazer riscos sobre o desenho. Símbolo de dificuldade de adaptação e fraco índice de controle, com uso
de anulação como defesa.
TE07.13- Demonstrar preocupação em desenhar centralizado. Símbolo do predomínio de defesas de negação,
idealização e defesas obsessivas.
TE07.14- Pedir régua para desenhar com exatidão a linha média. Símbolo de egocentrismo, preocupação com o
corpo e perfeccionismo.
TE07.15- Dar ênfase extra a alguma área. Símbolo de conflito (em relação àquela parte do corpo, ou em relação
aos aspectos que a área simboliza). //Símbolo de valorização de aspectos ou funções do ego e do objeto, e
depreciação de outros. //Símbolo de dissociação e do uso de defesas eufóricas.
TE07.16- Demonstrar indecisão em prosseguir o desenho abaixo da cabeça ou abaixo da cintura. Símbolo de
dificuldades sexuais, com recusa a enfrentar essa área conflituosa.
TE07.17-Recusar-se a, ou mostrar incapacidade de, completar o desenho. Símbolo de conflitos em relação à parte
omitida, ou em relação às dimensões que ela simboliza.
TE07.18- Demonstrar dificuldade em fazer pessoa sexuada. Símbolo de indiferenciação psicossexual, com recusa
onipotente das diferenças sexuais.
TE07.19- Desenhar as duas figuras na mesma folha. Símbolo de necessidade excessiva de união com a figura
idealizada - protetora.
TE07.20- Recusar-se a terminar a figura feminina detalhada (se PSJ é homem). Símbolo de excesso de fantasias
sexuais.
TE07.21- Ter dificuldade em dar o desenho por terminado. Símbolo de dificuldade de separação e atitude
retentiva. //Símbolo de tendência reparatória em luta permanente com impulsos hostis.
TE07.22- Completar o teste em menos de 5 minutos. Símbolo da necessidade de sair da tarefa rapidamente.
//Símbolo da evitação de qualquer contato afetivo depressivo, ou de ansiedades depressivas.
TE07.23- Não conseguir construir uma história. Símbolo de bloqueio e inibição pelo esvaziamento projetivo.
(Sentido kleiniano)
TE07.24- Não conseguir dar nome às figuras. Símbolo de dificuldade de simbolização concomitante ao processo
de identificação projetiva excessiva.
TE07.25- Exibir contradição entre as realizações gráfica e verbal. Símbolo de dissociação das características de si
e do objeto, com dificuldade de integração e uso de anulação como defesa.
TE07.26- Fazer associações verbais mostrando homem e mulher ideais e perfeitos. Símbolo do uso de idealização
para fazer frente a realidade não tão perfeita.
TE07.27- Demonstrar dificuldade de fazer o peito da figura feminina. Símbolo de diferenciação sexual inadequada
ou incompleta.
TE07.28- Converter a figura desenhada em figura feminina ao final, pela mudança nos cabelos. Símbolo de
indiferenciação e ambivalência sexual.
TE07.29- Demonstrar dificuldade em desenhar alguma parte. Dificuldade com aquela parte ou com o que a parte
simboliza.

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psicologiaclinicatextos.com.br, aba Análise Simbólica. Coletânea Análise simbólica do desenho da figura
humana, texto 8. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica das características gerais dos desenhos. (Texto, 21 p.)

E agora?
Rota clínica. Se você estiver fazendo a análise de um desenho, aconselho que vá ao texto
onde se ensina a fazer a síntese compreensiva dos desenhos realizados (Texto 9). Isso ajudará você a
compreender melhor o PSJ com que você está trabalhando.
Posteriormente, você poderá então ir ao Texto de psicopatologia (Texto 10), e fazer uma
avaliação dos indicadores que o protocolo com o qual você está trabalhando apresenta. Esse aparente
desvio da rota “acadêmica” fará com que você não se preocupe demais com aspectos psicopatológicos,
com benefício para PSJ.
Rota acadêmica. Se seu objetivo é estudar sobre o desenho da figura humana como um
todo, aconselho você a passar ao Texto 10, onde se faz uma apresentação do potencial
psicodiagnóstico dos desenhos e dos traços que estão mais ligados a cada dificuldade psicológica, o
que ajuda a compreensão de várias síndromes específicas. Embora, como já foi esclarecido, não sirva
para se fazer um diagnóstico do tipo psiquiátrico. Depois, você volta ao seu desenho e continua seu
trabalho de síntese normalmente.

Bibliografia
A bibliografia utilizada se encontra no Texto 12 dessa Coletânea de Textos sobre o desenho da
pessoa humana.

Palavras de cautela: esta Coletânea não é


adequada para se tornar teste de personalidade e nem para
fazer psicodiagnóstico de uma pessoa. Mas pretende: (a)
despertar ou ampliar o interesse pela compreensão de si ou
de outros através de desenhos; (b) despertar interesse pela
Simbologia e para o trabalho com símbolos; (c) incentivar a
busca de novas fontes de estudo e diferentes áreas de
conhecimento; (d) gerar pesquisas na área de desenhos.

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psicologiaclinicatextos.com.br, aba Análise Simbólica. Coletânea Análise simbólica do desenho da figura
humana, texto 8. Inserido em 11/2014

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