Volume III

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Prefeitura Municipal de Santa Maria

PMDI – Projeto Santa Maria 2020


Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO


AMBIENTAL DE SANTA MARIA

Volume III – Sistema de Drenagem Urbana

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ÍNDICE GERAL

1. SISTEMA DE DRENAGEM URBANA ...................................................................................... 10


1.1 Caracterização e Diagnóstico ................................................................................. 10
1.1.1 Introdução ........................................................................................................ 10
1.1.2 A Drenagem urbana de Santa Maria ............................................................... 10
1.1.3 Conceito ............................................................................................................ 13
1.1.4 Enchentes e Inundações ................................................................................... 15
1.1.5 Competências ................................................................................................... 16
1.1.6 Hidrografia no município de Santa Maria ........................................................ 16
1.1.7Caracterização das bacias dos principais eixos de drenagem na zona urbana
................................................................................................................................... 19
1.1.8 Estações pluviométricas ................................................................................... 31
1.1.9 Estações fluviométricas .................................................................................... 31
1.2 Diagnóstico do sistema de drenagem urbana do município ..................................... 32
1.2.1 Microdrenagem ................................................................................................ 32
1.2.2 Macrodrenagem............................................................................................... 34
1.2.3 Plano de manutenção e limpeza ...................................................................... 37
1.2.4 Riscos associados à rede de drenagem ............................................................ 38
1.2.5 Áreas de risco de enchentes, inundações e deslizamento em Santa Maria ..... 39
1.2.6 Cadastro da rede de mircrodrenagem ............................................................. 54
1.2.7 Problemas na rede de drenagem .................................................................... 54
1.2.8 Legislação ......................................................................................................... 55
1.2.9 Recursos Disponíveis ........................................................................................ 56
1.2.10 Planos, programas, projetos e obras.............................................................. 57
1.2.11 Conclusões ...................................................................................................... 58
1.3 Diagnóstico do sistema de drenagem urbana do município - Distritos ..................... 59
1.3.1 2º DISTRITO DE SÃO VALENTIM ....................................................................... 59
1.3.2 3º DISTRITO DE PAINS ...................................................................................... 60
1.3.3 4º DISTRITO DE ARROIO GRANDE ................................................................... 61
1.3.4 5º DISTRITO DE ARROIO DO SÓ ....................................................................... 63
1.3.5 6 º DISTRITO DE PASSO DO VERDE .................................................................. 63

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1.3.6 7º DISTRITO DE BOCA DO MONTE ................................................................... 64


1.3.7 9º DISTRITO DE SANTA FLORA ......................................................................... 65
1.3.8 10 º DISTRITO DE SANTO ANTÃO ..................................................................... 65
1.3.9 Conclusões ........................................................................................................ 66
1.4 Requisitos para a Gestão dos Serviços .................................................................... 66
1.4.1 Indicadores ....................................................................................................... 66
1.4.2 Metas ............................................................................................................... 74
1.4.3 Prognóstico....................................................................................................... 81
1.5 Planejamento do Sistema ...................................................................................... 84
1.5.1 Estudo Populacional ........................................................................................ 84
1.5.2 Estudo de Demanda e Oferta ........................................................................ 126
1.5.3 Sistema Proposto para drenagem urbana ..................................................... 167
1.6 Investimentos no Sistema de drenagem urbana ................................................... 181
1.6.1 Atuações econômicas da Rede de Drenagem ............................................... 181
1.6.2 Cronograma das Atuações na Rede de Drenagem ........................................ 186

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Principais cursos d´água e eixos de drenagem natural ............................................... 18


Tabela 2. Dados gerais da bacia do Arroio Cadena ..................................................................... 21
Tabela 3. Características físicas da bacia hidrográfica do Arroio Cancela .................................. 23
Tabela 4. Tipo de uso e ocupação do solo na bacia do Arroio Cancela referente ao ano de 2004
..................................................................................................................................................... 23
Tabela 5. Características dos pontos conflitivos da rede de macrodrenagem de Santa Maria .. 36
Tabela 6. Localidades com risco de enchentes, inundação e deslizamento em Santa Maria .... 39
Tabela 7. Localidades e tipo de risco a que estão sujeitas.......................................................... 39
Tabela 8. Dados da população e densidade dos distritos de Santa Maria.................................. 85
Tabela 9. Evolução da população de Santa Maria entre 1950 e 2010. ....................................... 86
Tabela 10. Taxa de crescimento da população de Santa Maria entre 1950 e 2010. .................. 87
Tabela 11. Divisão por bairros, estabelecida em 2006, no município de Santa Maria. .............. 89
Tabela 12. Nacionalidades da população residente em Santa Maria. ........................................ 94
Tabela 13. Origem dos habitantes com relação ao município ou unidade da Federação. ......... 95
Tabela 14. População residente. Deslocamento de residentes para o exercício profissional ou
estudantil. ................................................................................................................................... 96
Tabela 15. Características das moradias do município de Santa Maria. ..................................... 97
Tabela 16. Taxa de crescimento para os diferentes anos considerados................................... 100
Tabela 17. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Geométrico ................. 101
Tabela 18. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Aritmético ................... 104
Tabela 19. População urbana nos anos de 1990, 2000, 2010 e a taxa de crescimento ........... 106
Tabela 20. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Geométrico Ponderado
................................................................................................................................................... 106
Tabela 21. Projeções demográficas em zonas urbanas segundo os diferentes modelos
utilizados ................................................................................................................................... 108
Tabela 22. Taxa de crescimento para os diferentes anos da série .......................................... 110
Tabela 23. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Geométrico .................. 110
Tabela 24. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Aritmético ................... 112
Tabela 25. População rural nos anos de 1990, 2000 e 2010 e taxa de crescimento ................ 113
Tabela 26. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Geométrico Ponderado 113

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Tabela 27. Projeções demográficas em zonas rurais segundo os diferentes modelos ............. 114
Tabela 28. Populações atuais e futuras..................................................................................... 116
Tabela 29. População por distritos no ano horizonte ............................................................... 118
Tabela 30. População do distrito Sede por bairros no ano horizonte ...................................... 122
Tabela 31. Variação na impermeabilidade dos novos desenvolvimentos (número de curva) . 144
Tabela 32. Variação da permeabilidade (coeficiente de escoamento) nos bairros de Santa
Maria após o processo urbanizador .......................................................................................... 148
Tabela 33. Variação nos vazões de escoamento para as zonas de nova urbanização .............. 149
Tabela 34. Características dos pontos problemáticos atuais na rede de macrodrenagem ...... 151
Tabela 35. Ampliação de infraestruturas prevista no distrito de Sede ..................................... 166
Tabela 36. Atuações contempladas para o alcance das metas estabelecidas em curto prazo
para a rede de drenagem .......................................................................................................... 168
Tabela 37. Atuações contempladas para o alcance das metas estabelecidas em médio prazo
para a rede de drenagem .......................................................................................................... 169
Tabela 38. Atuações contempladas para o alcance das metas estabelecidas em longo prazo
para a rede de drenagem .......................................................................................................... 170
Tabela 39. Previsão de construção da rede de microdrenagem............................................... 171
Tabela 40. Distribuição de diâmetros prevista para a rede de microdrenagem ...................... 172
Tabela 41. Previsão de construção de volume anti-DSP ........................................................... 175
Tabela 42. Justificativa do preço médio adotado para a construção de coletores pluviais ..... 182
Tabela 43. Orçamento das atuações previstas a curto prazo para a rede de drenagem ......... 183
Tabela 44. Orçamento das atuações previstas a médio prazo para a rede de drenagem ........ 184
Tabela 45. Orçamento das atuações previstas a longo prazo para a rede de drenagem ......... 185
Tabela 46. Cronograma avaliado das atuações propostas na rede de drenagem .................... 187

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Hidrografia do município de Santa Maria .................................................................... 17


Figura 2. Hidrografia da zona urbana de Santa Maria ................................................................ 18
Figura 3. Principais cursos d'água da zona urbana de Santa Maria ............................................ 19
Figura 4. Vista da deposição irregular de resíduos nas margens do Arroio Cadena ................... 20
Figura 5. Bacia hidrográfica do Arroio Cadena............................................................................ 21
Figura 6. Bacia hidrográfica do Arroio Cancela .......................................................................... 23
Figura 7. Localização da Bacia do Vacacaí Mirim ........................................................................ 29
Figura 8. Localização das estações pluviométricas de Santa Maria ............................................ 31
Figura 9. Localização das estações fluviométricas de Santa Maria ............................................. 32
Figura 10. Elementos de microdrenagem existentes em Santa Maria ....................................... 33
Figura 11. Poço de visita com tampão de laje de concreto ........................................................ 34
Figura 12. Vista de uma sanga de Santa Maria ........................................................................... 35
Figura 13. Vista dos pontos conflitivos na zona urbana de Santa Maria .................................... 36
Figura 14. Obras na rede de microdrenagem de Santa Maria .................................................... 37
Figura 15. Vista geral das zonas sujeitas a risco de alagamento/ inundações e
deslizamentos/solapamentos ..................................................................................................... 40
Figura 16. Detalhe da zona de risco da Vila Cerro Azul ............................................................... 41
Figura 17. Detalhe da zona de risco da Vila Salgado Filho .......................................................... 42
Figura 18. Detalhe da zona de risco do Km2 (Divina Providência) .............................................. 42
Figura 19. Detalhe da zona de risco da Vila Oliveira ................................................................... 43
Figura 20. Detalhe da zona de risco da Vila Oliveira ................................................................... 44
Figura 21. Detalhe da zona de risco da Vila Renascença ............................................................ 44
Figura 22. Detalhe da zona de risco da Vila Urlândia .................................................................. 45
Figura 23. Detalhe da zona de risco da Vila Ecologia .................................................................. 46
Figura 24. Detalhe a zona de risco da Vila Santos ....................................................................... 46
Figura 25. Detalhe da zona de inundação da Vila Medianeira.................................................... 47
Figura 26. Detalhe da zona de risco na Vila Nonoai .................................................................... 48
Figura 27. Detalhe da zona de risco do Passo dos Weber .......................................................... 48
Figura 28. Detalhe da zona de risco da Bela Vista ...................................................................... 49
Figura 29. Detalhe da zona de risco da Montanha Russa ........................................................... 50
Figura 30. Detalhe da zona de risco nas margens da ferrovia .................................................... 51
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Figura 31. Detalhe da zona de risco da Vila Schirmer ................................................................. 52


Figura 32. Detalhe da zona de risco do Km 3 (Bairro Presidente João Goulart) ......................... 53
Figura 33.Detalhe da zona de risco da Vila Favarin..................................................................... 53
Figura 34. Vista da seção do Arroio Cadena com leito tomado pela vegetação ......................... 57
Figura 35. Vista da sede da Subprefeitura de Valentim .............................................................. 60
Figura 36. Vista da sede da Subprefeitura de Pains .................................................................... 60
Figura 37. Igreja de Arroio Grande .............................................................................................. 61
Figura 38. Vista da margem direita do rio erodida ..................................................................... 62
Figura 39. Vista de acesso interrompido pela força das águas ................................................... 62
Figura 40. Trechos de tubulação de drenagem ........................................................................... 63
Figura 41. Vista da sede da Subprefeitura de Boca do Monte.................................................... 64
Figura 42. Vista da sede da Subprefeitura de Santo Antão ........................................................ 65
Figura 43. Esquema da microdrenagem em uma rotatória em Uberaba/MG ............................ 67
Figura 44. Obra de macrodrenagem em Camaçari/BA ............................................................... 68
Figura 45. Esquema geral de um depósito anti-DSP. .................................................................. 73
Figura 46. Esquema geral da rede de macrodrenagem. ............................................................. 83
Figura 47. Distritos de Santa Maria e Distrito Sede. ................................................................... 84
Figura 48. Densidade de população dos Distritos de Santa Maria. ............................................ 85
Figura 49. Evolução da população do município, de 1950 a 2010. ............................................. 86
Figura 50. Evolução da taxa de crescimento do município. ........................................................ 87
Figura 51. Evolução da população rural e urbana em Santa Maria. ........................................... 88
Figura 52. Evolução da taxa de urbanização. .............................................................................. 88
Figura 53. Densidade de população dos bairros do distrito sede ............................................... 90
Figura 54. Evolução da população no Distrito Sede .................................................................... 91
Figura 55. Números de nascimentos em Santa Maria. ............................................................... 92
Figura 56. Tendência de natalidade de Santa Maria. .................................................................. 93
Figura 57. Óbitos em pessoas com mais de 60 anos................................................................... 93
Figura 58. Linha de tendência a partir dos números de natalidade de Santa Maria. ................. 97
Figura 59. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Geométrico .................. 102
Figura 60. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Aritmético .................... 104
Figura 61. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Geométrico Ponderado 107
Figura 62. Projeções demográficas segundo diferentes metodologias .................................... 108
Figura 63. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Geométrico ................... 111

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Figura 64. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Aritmético ..................... 112
Figura 65. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Geométrico Ponderado 114
Figura 66. Projeções demográficas segundo diferentes metodologias .................................... 115
Figura 67. Populações atuais e futuras ..................................................................................... 116
Figura 68. Populações atuais e futuras ..................................................................................... 117
Figura 69. População por Distrito no horizonte ........................................................................ 119
Figura 70. Bairro Campestre do Menino de Deus ..................................................................... 121
Figura 71. Bairro Agroindustrial ................................................................................................ 121
Figura 72. População do distrito Sede por bairros no ano horizonte ....................................... 125
Figura 73. Representação de uma bacia hidrológica ................................................................ 126
Figura 74. Exemplo de curvas IDF ............................................................................................. 127
Figura 75. Efeitos hidrológicos do processo urbanizador ......................................................... 129
Figura 76. Hidrografia da zona urbana (distrito Sede) .............................................................. 132
Figura 77. Principais cursos de água no entorno urbano do distrito Sede ............................... 133
Figura 78. Elementos de microdrenagem existente em Santa Maria ....................................... 134
Figura 79. Exemplo de sanga de Santa Maria utilizada como macrodrenagem ....................... 135
Figura 80. Número de curva atual no distrito Sede. ................................................................. 137
Figura 81. Destacados em azul, bairros acêntricos com maior número de curva (mas
impermeáveis)........................................................................................................................... 138
Figura 82. Densidade de população dos bairros do distrito Sede............................................. 138
Figura 83. Destacados em azul, bairros periféricos com zonas pontuais de elevada
impermeabilidade ..................................................................................................................... 139
Figura 84. Detalhe de bairros periféricos com zonas pontuais de elevada impermeabilidade 139
Figura 85. Destacados em azul, bairros periféricos com menor número de curva (mais
permeáveis) ............................................................................................................................... 140
Figura 86. Detalhe de bairros periféricos com menor número de curva (permeáveis) ............ 141
Figura 87. Bairros com aumento de impermeabilidade prevista.............................................. 143
Figura 88. Localização suposta para os novos desenvolvimentos previstos nos bairros
periféricos ................................................................................................................................. 146
Figura 89. Pontos problemáticos atualmente na rede de macrodrenagem ............................. 151
Figura 90. Bacia vertente ao ponto problemático P1 ............................................................... 153
Figura 91. Destacada em cor mostarda a bacia urbana vertente ao ponto conflitivo P9......... 154
Figura 92. Bacia vertente ao ponto problemático P9 a jusante da represa de Vacacaí Mirim. 155

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Figura 93. Bacia vertente ao ponto problemático P-10 ............................................................ 156


Figura 94. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existentes atualmente no bairro
Agroindustrial ............................................................................................................................ 157
Figura 95. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no Bairro de
Tancredo Neves ......................................................................................................................... 158
Figura 96. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no Bairro Boi Morto
................................................................................................................................................... 159
Figura 97. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no Bairro de Lorenzi
................................................................................................................................................... 160
Figura 98. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no Bairro Lorenzi161
Figura 99. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no Bairro Lorenzi162
Figura 100. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no Bairro de Pé-de-
Plátano ...................................................................................................................................... 163
Figura 101. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existentes atualmente no Bairro de São
José ............................................................................................................................................ 164
Figura 102. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente no Bairro de Camobi ........... 165
Figura 103. Desenho do depósito anti-DSP proposto ............................................................... 176

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1. SISTEMA DE DRENAGEM URBANA

1.1 Caracterização e Diagnóstico

1.1.1 Introdução

As primeiras ações em águas pluviais que temos notícias dão conta que as mesmas datam da
época em que os sanitaristas associaram a ocorrência de endemias com a presença de águas
poluídas. A decisão então tomada foi a de proporcionar o afastamento dessas águas e com isso
afastar a causa geradora das endemias. O avanço que ocorreu na farmacologia e das pesquisas
em saúde pública inibiram o desenvolvimento dessa importante área de conhecimento.

Em um segundo momento, com o crescimento urbano em franco desenvolvimento e o


aparecimento dos primeiros problemas envolvendo inundações nos perímetros urbanos, o
tema teve um avanço em sua metodologia de abordagem e passou a ser tratado sob a lógica
de esgoto pluvial.

No momento, com o avanço das pesquisas em hidrologia, na informática, da estatística e dos


novos conceitos oriundos da área ambiental, o tema está sendo tratado sob a lógica do
manejo das águas pluviais onde concorrem ações de natureza estruturais e ações de natureza
não estruturais.

A primeira galeria de esgotos e drenagem que se tem registro na história foi feita na cidade de
Nippur, situada na Índia, foi executada em forma de arco, por volta de 3.750 a. C. Em Tell-
Asmar, nas proximidades de Bagdá, em 2.600 a. C., foi executado um conduto subterrâneo
para esgotamento das águas servidas e em Roma, a construção da "cloaca máxima", coletor
tronco com diâmetro máximo de 4,30m, destinado a coletar as águas pluviais e residuárias.

1.1.2 A Drenagem urbana de Santa Maria

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A cidade de Santa Maria se desenvolve em uma área repleta de nascentes. A maior parte dos
cursos de água localizados dentro da bacia do Arroio Cadena – o principal rio da cidade – estão
em área urbana e os impactos da urbanização sobre eles são evidentes.

Em Santa Maria, assim como na maioria das cidades brasileiras, a urbanização provocou a
adaptação da rede de drenagem ao processo de crescimento, quando o correto seria o
contrário, ou seja, que a expansão urbana fosse adaptada às condições naturais de drenagem
do terreno, evitando assim graves problemas, como os alagamentos, inundações,
deslizamento de encostas e erosão.

A urbanização das cidades aumenta a impermeabilização das superfícies pela introdução de


ruas pavimentadas, telhados, calçadas e pátios. Estas superfícies impermeabilizadas, que
oferecem menor resistência ao escoamento superficial que as condições naturais do solo,
provocam modificações no ciclo hidrológico, diminuindo consideravelmente a infiltração da
água no solo. Em consequência da maior taxa de impermeabilização do solo, tem-se o
aumento do volume e da velocidade de escoamento superficial.

A necessidade de projetos bem planejados, que possibilitem o desenvolvimento das áreas


ocupadas de maneira sustentável, requer o estudo de medidas que conduzam ao
planejamento do uso do solo, às condições de urbanização e à impermeabilização do solo de
cada bacia.

A abordagem do tema da Drenagem Urbana em nossa cidade prescinde de algumas


considerações iniciais que elucidam e subsidiam um melhor entendimento do momento em
que nos encontramos no contexto da Administração Municipal. São elas:

a) Nossa cidade teve origem em um crescimento espontâneo onde as partes altas da


cidade tiveram preferência na ocupação urbana, fenômeno facilmente perceptível
onde as principais vias urbanas encontram-se nos perímetros altos, divisores de água,
a saber: Av. Nossa Senhora Medianeira, Av. Nossa Senhora das Dores, Av. Presidente

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Vargas, Rua do Acampamento, Rua Dr. Bozano, Av. Euclides da Cunha, Av. Benjamin
Constant e Av. Rio Branco. A única exceção à regra de uma importante via urbana não
localizar-se em perímetro elevado é a Av. Borges de Medeiros que foi aberta para
atender a circulação militar, tendo em vista que a maioria dos quartéis militares estava
instalada nessa área da cidade, e o acesso ao sistema de tratamento de água da
cidade.

b) A área onde foi edificada a nossa cidade tem uma topografia moderadamente
ondulada, recortada por uma considerável quantidade de cursos de água. O processo
de ocupação, como já vimos, teve início pelas áreas altas e foi avançando até alcançar
as áreas baixas dotadas de baixo valor econômico e elevado valor ambiental, mas
foram ocupadas.

c) A primeira grande ação a ser efetivada em nossa cidade foi no ano de 1979, quando
a administração municipal contratou um estudo à Magna Engenharia Ltda. que
resultou no primeiro Plano do Sistema de Esgotos Pluviais da cidade de Santa Maria
(Projeto Sinuelo). Esse estudo orientou por algum tempo as ações e os projetos
implantados na área urbana, no entanto, com o crescimento vertical e horizontal que a
área urbana sofre, ele já se encontra obsoleto.

d) A segunda grande ação foi o projeto e a execução da drenagem e retificação do


Arroio Cadena, ocorrido no início dos anos 80, projeto este também elaborado pela
Magna Engenharia Ltda. com suporte financeiro do Departamento Nacional de Obras
de Saneamento – DNOS, que eliminou as inundações que ocorriam nas áreas baixas da
cidade, principalmente na Vila Urlândia.

e) Recentemente, através do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC foi feito o


revestimento das margens de um importante trecho do Arroio Cadena bem como o
paisagismo e melhorias no seu entorno.

f) Um fato de importância e de conotação conceitual foi a contratação em 2012 de


uma empresa de engenharia para fazer a limpeza das bocas de lobo, dos poços de
visita e das tubulações de esgoto pluvial por métodos não destrutivos, com a utilização
de um equipamento combinado de sucção a vácuo e jato a alta pressão.

g) A grande expectativa que reina no momento é a elaboração do Plano Municipal de


Saneamento Ambiental, em cujo escopo encontra-se apontado o manejo das águas
pluviais urbanas.
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No município, os alagamentos e inundações são provocados principalmente pela alteração do


curso dos eixos de drenagem natural (sangas e arroios) e a ocupação do leito e das margens
dos arroios e suas áreas adjacentes naturalmente inundáveis.

Pode-se afirmar que os maiores problemas relacionados ao sistema de drenagem pluvial do


município são a contaminação das sangas e arroios por esgotos sanitários, resíduos sólidos de
todo tipo e o assoreamento dos cursos d’água naturais causados pela urbanização.

1.1.3 Conceito

 Drenagem Urbana

Um sistema de drenagem urbana é composto pelas estruturas e instalações de engenharia


destinadas à retenção, ao transporte, ao tratamento e à disposição final das águas pluviais que
visam minimizar os riscos e diminuir os prejuízos causados por inundações. A drenagem
urbana e o manejo das águas pluviais possibilitam o desenvolvimento urbano de forma
harmônica, articulada e sustentável.

O aumento da urbanização, principalmente em pólos regionais de crescimento e a ocupação


irregular de áreas de risco de inundação produzem impactos significativos na infraestrutura de
recursos hídricos.

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A seguir, encontram-se conceituados componentes de um sistema de drenagem e manejo de


águas pluviais urbanas:

a) Guia ou meio-fio: é a faixa longitudinal de separação do passeio com a rua.


b) Sarjeta: é o canal situado entre a guia e a pista, destinada a coletar e conduzir as
águas de escoamento superficial até os pontos de coleta.
c) Bocas-de-lobo ou bueiros: são estruturas destinadas à captação das águas
superficiais transportadas pelas sarjetas; em geral situam-se sob o passeio ou sob a
sarjeta.
d) Galerias: são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas bocas
coletoras até os pontos de lançamento. Possuem diâmetro mínimo de 400 milímetros.
e) Poços de visita: são câmaras situadas em pontos previamente determinados,
destinados a permitir a inspeção e limpeza dos condutos subterrâneos.
f) Trecho de galeria: é a parte da galeria situada entre dois poços de visita
consecutivos.
g) Bacias de amortecimento: são grandes reservatórios construídos para o
armazenamento temporário das chuvas, que liberam esta água acumulada de forma
gradual.

h) Cursos d’água naturais: constituem-se nos mais importantes aliados da


administração pública para o manejo de águas pluviais, porque não tiveram custo até
agora.

 Macrodrenagem e microdrenagem

Os sistemas de drenagem são classificados de acordo com seu tamanho em sistemas de


microdrenagem e sistemas de macrodrenagem.

A microdrenagem drena pequenas áreas e inclui a coleta das águas superficiais ou


subterrâneas através de pequenas e médias galerias. Já a rede de macrodrenagem engloba,
além da rede de microdrenagem, galerias de grande porte e os corpos receptores destas águas
(rios ou canais). São exemplos de infraestruturas de macrodrenagem as barragens construídas
para este fim, os depósitos de retenção, grandes comportas, etc.
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1.1.4 Enchentes e Inundações

As enchentes e inundações são um dos principais tipos de desastres naturais que afligem
constantemente diversas comunidades em diferentes partes do planeta, sejam áreas rurais ou
metropolitanas. Esses fenômenos de natureza hidrometeorológica fazem parte da dinâmica
natural e ocorrem frequentemente deflagrados por chuvas rápidas e fortes, chuvas intensas de
longa duração e outros eventos climáticos, sendo intensificados pelas alterações ambientais e
intervenções urbanas produzidas pelo homem, como a impermeabilização do solo, retificação
dos cursos d’água e redução no escoamento dos canais devido a obras ou por assoreamento
ou por obstrução causada pela presença de árvores de grande porte.

 Enchente ou Cheia: é a elevação temporária do nível d’água em um canal de


drenagem. As águas de chuva, ao alcançar um curso d’água, causam o aumento na
vazão por certo período de tempo. Este acréscimo na descarga de água tem o
nome de cheia ou enchente.
 Inundação: é o extravasamento das águas do canal de drenagem para as áreas
marginais, quando a enchente atinge cota acima do nível máximo da calha
principal do rio. Por vezes, no período de enchente, as vazões atingem tal
magnitude que podem superar a capacidade de descarga da calha do curso d’água
e extravasar para áreas marginais habitualmente não ocupadas pelas águas. Este
extravasamento caracteriza uma inundação, e a área marginal, que
periodicamente recebe esses excessos de água denomina-se planície de
inundação, várzea ou leito maior, são áreas relativamente planas e baixas.
 Vazão: é definida como o volume de água escoado na unidade de tempo em uma
determinada seção do curso d’água.
 Alagamento: define-se alagamento como o acúmulo momentâneo de águas em
uma dada área por problemas no sistema de drenagem, podendo ter ou não
relação com processos de natureza fluvial.
 Erosão Marginal: remoção e transporte de solo dos taludes marginais dos rios
provocados pela ação erosiva das águas no canal de drenagem.
 Solapamento: ruptura de taludes marginais do rio por erosão e ação
instabilizadora das águas durante ou logo após processos de enchentes e
inundações.

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 Área de Risco de Enchentes e Inundação: em um contexto urbano, áreas de risco


de enchentes e inundação são os terrenos marginais a cursos d’água ocupados por
núcleos habitacionais precários sujeitos ao impacto direto desses fenômenos. As
pessoas que habitam essas áreas estão sujeitas a danos à sua integridade física,
perdas materiais e patrimoniais.

As enchentes e inundações apresentam efeitos danosos sobre a população, efeitos que podem
ser classificados como diretos e indiretos. Os principais efeitos diretos são mortes por
afogamento, a destruição de moradias, danos materiais diversos e gastos com recuperação. Os
indiretos são principalmente aqueles relacionados às doenças transmitidas por meio da água
contaminada, como a leptospirose, a febre tifóide, a hepatite e a cólera.

1.1.5 Competências

Institucionalmente, a infraestrutura de microdrenagem é reconhecida como da competência


dos governos municipais que devem ter total responsabilidade para definir as ações no setor.

Esta competência se amplia em direção aos governos estaduais na medida em que crescem de
relevância as questões de macrodrenagem, cuja referência fundamental para o planejamento
são as bacias hidrográficas.

Devem ser de competência da administração municipal os serviços de infraestrutura urbana


básica relativos à microdrenagem e serviços correlatos - incluindo-se terraplenagens, guias,
sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentações e obras de contenção de encostas, para
minimização de risco à ocupação urbana e manutenção dos cursos d’água naturais.

1.1.6 Hidrografia no município de Santa Maria

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As figuras seguintes apresentam a hidrografia do município de Santa Maria. Vê-se que Santa
Maria possui uma grande densidade de cursos d’água que servem de eixos de drenagem
natural das águas pluviais.

No linguajar gaúcho, a palavra ‘sanga’ significa um curso d’água menor que um arroio. Muitos
dos cursos naturais de Santa Maria são chamados sangas, como por exemplo, a Sanga da
Aldeia e a Sanga do Hospital, importantes eixos de drenagem da zona urbana. Muitas dessas
sangas se encontram canalizadas e não são aparentemente visíveis, o que causa uma
degradação crescente, porém não perceptível de sua qualidade.

Figura 1: Hidrografia do município de Santa Maria

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Hidrografia

Área urbana

Figura 2: Hidrografia da zona urbana de Santa Maria

Os principais cursos d’água e eixos de drenagem natural da área urbana do município são:

Tabela 1 - Principais cursos d´água e eixos de drenagem natural

Curso d’água Extensão (m)


Arroio Cadena 21.230
Arroio Cancela 5.762
Arroio Ferreira 18.179
Sanga da Aldeia 3.974
Sanga do Hospital 2.703
Rio Vacacaí Mirim 80.000

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Rio Vacacaí Mirim


Sanga da Aldeia

Barragem do Vacacaí Mirim


Arroio Cadena
Arroio do Ferreira

Arroio Cancela

Arroio Cadena Hidrografia


Sanga do Hospital
Área urbana

Figura 3 - Principais cursos d'água da zona urbana de Santa Maria

1.1.7 Caracterização das bacias dos principais eixos de drenagem na zona


urbana

 Bacia do Arroio Cadena

O Arroio Cadena é o eixo de drenagem mais importante do município. Ele percorre 2/3 da
cidade de Santa Maria e passa por 13 bairros da cidade.

A área abrangida pela bacia hidrográfica do Arroio Cadena pertence à bacia hidrográfica do rio
Vacacaí-Mirim e está localizada na região central do Rio Grande do Sul junto a Depressão
Periférica sul-rio-grandense nas proximidades do Rebordo Planalto da Bacia Sedimentar do

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Paraná. A bacia do Arroio Cadena abrange grande parte da área urbana do município de Santa
Maria.

A população que reside na bacia do Arroio Cadena supera os 200 mil habitantes, dos quais 80%
residem na área urbana. O crescimento da cidade causou uma grande degradação da
qualidade das águas do Arroio Cadena. Os principais impactos negativos da urbanização sobre
o Cadena é o despejo de esgotos sanitários, resíduos sólidos de todos os tipos, a ocupação
irregular de suas margens e a retirada da mata ciliar.

Figura 4: Vista da deposição irregular de resíduos nas margens do Arroio Cadena

O clima da região apresenta como característica invernos frios, com temperatura média do
mês mais frio entre 13°C e 15°C e média das mínimas entre 8°C e 10°C. Os verões são quentes,
com temperatura média do mês mais quente superior a 24°C, média das máximas variando
entre 28°C e 32°C e as máximas absolutas podendo oscilar em torno dos 39°C. As
temperaturas médias anuais situam-se entre 16°C e 20°C. As precipitações são regulares
durante todo o ano, não apresentando estação seca, com índices pluviométricos anuais entre
1.500 mm e 1.600 mm. Os ventos predominantes são de leste e sudeste.

Os dados gerais da bacia hidrográfica do Arroio Cadena estão apresentados a seguir.

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Tabela 2 - Dados gerais da bacia do Arroio Cadena

Parâmetro Bacia Hidrográfica do Arroio Cadena


Área 20.768 ha
Comprimento da bacia 20.950 m
Comprimento do rio principal 21.230 m
Densidade de drenagem 18,13 m/ha
Declividade média 8,67%

Figura 5 - Bacia hidrográfica do Arroio Cadena

A área abrangida pela bacia hidrográfica do Arroio Cadena está assentada sobre litologias
Paleozóicas da Bacia do Paraná relativas à Formação Santa Maria (Membro Passo das Tropas e
Membro Alemoa), Formação Caturrita, Formação Botucatu, Formação Serra Geral, Formação
Sanga do Cabral e Cenozóicas constituídas pelos Terraços Fluviais e Sedimentos Atuais do
Quaternário.

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Quanto à geomorfologia, a área está situada na Depressão Periférica sul-rio-grandense e no


Rebordo do Planalto da Bacia Sedimentar do Paraná. O relevo caracteriza-se por apresentar
uma topografia suave, com baixas cotas altimétricas, onde se destacam as planícies aluviais os
terraços fluviais e as coxilhas.

A área sofreu significativas alterações na cobertura original da vegetação. Os setores da área


que atualmente são dedicados ao uso com pecuária, apresentam cobertura com gramíneas
entre a vegetação arbórea e arbustiva em regeneração. Naqueles onde o uso é com
agricultura, houve a supressão da vegetação original. No Rebordo, entretanto, há alguns
pontos apresentando remanescentes da Floresta Estacional, Semidecidual.

Na zona mais densamente urbanizada, os resíduos sólidos depositados no leito e margens do


arroio e a presença de árvores de grande porte na calha causam a obstrução da vazão o que
provoca transbordamentos em épocas de fortes chuvas, causando prejuízos econômicos e
transtornos à população.

 Bacia do Arroio Cancela

A bacia do Arroio Cancela situa-se na região centro-sul do município de Santa Maria. A mesma
encontra-se entre as coordenadas geográficas 53°48’44’’ e 53°47’12’’ de longitude oeste e
29°43’02’’ e 29°41’31’’ de latitude sul.

O Arroio Cancela é um afluente do Arroio Cadena e percorre os bairros Nossa Senhora de


Lourdes e Medianeira. A bacia encontra-se em um avançado estágio de degradação ambiental,
devido principalmente ao lançamento de esgoto doméstico e resíduos sólidos.

A bacia hidrográfica Cancela apresenta área de 4,95 km², com população de aproximadamente
18.000 habitantes, sendo 56% de área urbana e 35% de sua área total impermeabilizada.

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Figura 6 - Bacia hidrográfica do Arroio Cancela

As características físicas principais da bacia são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 3 - Características físicas da bacia hidrográfica o Arroio Cancela

Parâmetro Bacia Hidrográfica do Cancela


2
Área de drenagem 4,95 km
Perímetro da bacia 10,29 km
Comprimento rio principal 3,74 km
Elevação máxima 240 m
Elevação mínima 76 m
Declividade rio principal 0,013 m/m
Declividade média da bacia 0,1098 m/m
Adaptado de GARCIA, 2005.

Com relação ao uso e ocupação do solo temos:

Tabela 4 - Tipo de uso e ocupação do solo na bacia do Arroio Cancela referente ao ano de 2004

Tipo de uso e ocupação do solo Área (ha) Percentual (%)


Terrenos e jardins 86,96 18
Telhados e calçadas 118,30 24
Vegetação arbórea 132,27 27
Ruas 52,08 11
Campo 84,63 17
Solo exposto 14,70 3
Água 0,29 <1
Adaptado de GARCIA, 2005

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A bacia hidrográfica do Arroio Cancela também se encontra em processo de urbanização


acelerado, devido à localização e valorização da área.

Segundo estudo realizado por GARCIA (2005), a área urbana apresentou crescimento de 17%
entre os anos de 1980 e 2004, principalmente sobre as áreas de campo, indicando a
urbanização da bacia.

Outro fator de elevada importância que se deve analisar é a porcentagem de áreas


impermeáveis, pois representa o aumento da densidade das áreas já urbanizadas. O aumento
das áreas impermeáveis foi de 24%, entre 1980 e 2004, sendo que a maior parcela da
impermeabilização ocorreu entre os anos de 1992 e 2004 com uma taxa de impermeabilização
de 1,3% ao ano.

O fato do aumento das áreas impermeáveis ser mais elevado que o das áreas urbanizadas
mostra que a mancha urbana cresce em menor proporção que a ocupação dos vazios
existentes nas áreas urbanizadas. Ao se analisar o impacto da urbanização nas cheias o fator
mais influente no aumento do escoamento superficial é a porcentagem de impermeabilização.

Outro problema que ocorre na bacia do arroio Cancela, e que é responsável por ocorrências de
inundações e alagamentos, são os barramentos, que dificultam ou “barram” a passagem da
água quando aumenta a vazão do canal. Estes barramentos são constituídos, principalmente
de dutos e pontes que no momento apresentam seções de escoamento que são insuficientes
para a vazão da água quando há um aumento do escoamento. Associado a isso se tem,
também, o entupimento das tubulações com lixo e sedimentos, o que dificulta a passagem da
água e provoca o seu acúmulo e, consequente alagamento das áreas marginais à montante.

Os barramentos ocorrem com mais frequência na porção do médio curso, formando pontos de
estrangulamento da drenagem, potencializando a ocorrência de alagamentos nas áreas à
montante dos mesmos.

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Os riscos associados à dinâmica fluvial ocorrem com mais frequência na porção do baixo e
médio curso da bacia. Na porção do baixo curso, junto às vilas Urlândia, Santos e Alegria, a
possibilidade de risco de inundações/alagamentos e de erosão de margem é muito alto,
apresentando assim o grau máximo de risco à ocupação.

Na porção do médio curso do arroio têm-se áreas de risco muito alto, risco alto. As áreas de
risco muito alto ocorrem na vila Medianeira. As áreas de risco alto ocorrem junto às vilas de
Medianeira e Nonoai, associado a áreas de médio padrão urbano.

No alto curso do arroio Cancela há ocorrência de uma área de risco moderado associado a
inundação/alagamento na Vila Roemer, que apesar de ser uma área de alto padrão, apresenta
registro de acidentes.

 Bacia da Sanga da Aldeia

A bacia da Sanga da Aldeia é uma sub-bacia da bacia do Arroio Cadena e encontra-se na zona
central da cidade. Pela sua localização, a Sanga da Aldeia sofre os impactos ambientais
característicos de cursos d’água em zonas urbanas – despejo de esgotos sanitários, ocupação
intensa de suas margens, canalização e retificação do leito, acúmulo de resíduos sólidos de
todo tipo.

 Bacia da Sanga do Hospital

A bacia hidrográfica da Sanga do Hospital é afluente do arroio Cadena, que drena a maior
parte do sítio urbano de Santa Maria. Está localizada na porção centro-sul da cidade de Santa
Maria em área urbana com ocupação densa.

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A bacia hidrográfica da Sanga do Hospital passou por profundas modificações em seu canal,
bem como na dinâmica responsável pelo equilíbrio da rede de drenagem.

A incorporação da área drenada pelos arroios para uso residencial e comercial foi responsável
pela impermeabilização do solo. A retirada da vegetação natural e a posterior pavimentação
dos terrenos aumentou o escoamento superficial e diminuiu a infiltração, contribuindo para o
aumento da quantidade de água que escoa para junto do canal fluvial. Além disso, o processo
erosivo em terrenos desprotegidos vem provocando um incremento de sedimentos que são
carreados para o curso principal do arroio, o que contribui para o assoreamento dos canais.

A canalização de grande parte dos canais, principalmente das nascentes e do setor do médio
curso da bacia, também contribui para o aumento da possibilidade de ocorrência de acidentes
associados à dinâmica fluvial na jusante, pois aumenta a velocidade e o volume de água que
escoa pelos canais.

Os processos de canalização envolvem o alargamento e aprofundamento da calha fluvial,


retificação do canal, construção de canais artificiais e de diques, proteção de margens e
remoção de obstáculos de canal. As referidas obras de engenharia modificam a calha do rio,
causando impactos no canal e na planície de inundação.

O canal retificado gera inúmeros impactos geomorfológicos, tais como:

o Redução do comprimento do canal


o Mudança do padrão de drenagem
o Perda dos meandros
o Alteração da forma do canal (aprofundamento e alargamento do rio)
o Diminuição da rugosidade do leito

A canalização da Sanga do Hospital ocorre tanto de forma fechada como aberta, onde as
margens são protegidas por muros. As canalizações que ocorrem no setor à montante da bacia

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afetam diretamente as áreas a jusante, devido ao aumento da velocidade e do volume de


água.

A porção do baixo curso da bacia é considerada zona desfavorável à ocupação. É uma área
composta por solos mal drenados e inundáveis ou por condições de fundamentação
desfavoráveis. É constituída por planícies de inundação ou várzeas e deve ser ocupada com
certas precauções.

A vegetação original é praticamente inexistente, estando o solo praticamente todo ocupado


pela urbanização. A vegetação remanescente se restringe às matas ciliares que se encontram
em estágio avançado de desmatamento, e às áreas arborizadas nos locais de difícil acesso,
ainda não incorporados ao processo de urbanização.

Quanto à drenagem, o canal principal obedece a uma orientação predominante nordeste-


sudoeste. O canal está muito modificado pela ação antrópica, com canais fechados, retificados,
diques marginais modificados, etc.

A suscetibilidade aos alagamentos e inundações é mais evidente no baixo curso da bacia, mas
também ocorre no médio curso. Isso se deve a existência de solos mal drenados e declividades
inferiores a 2%. A erosão de margens é potencializada pelas canalizações e retificações a
montante que aceleram o fluxo de água e desencadeiam os processos erosivos a jusante.

Os riscos relacionados aos processos de dinâmica de encosta ocorrem com menor frequência e
gravidade. São frequentes na porção do alto curso e também ocorrem em porções isoladas no
médio curso. São áreas com declividade acima de 12%, onde a construção exige medidas
preventivas de movimentos de massa, bem como obras de contenção de acidentes, e por isso,
tornam-se mais caras. Este tipo de risco está relacionado com a possibilidade de ocorrência de
movimentos de massa localizados, como pequenos escorregamentos, associados a
retaludamentos através de cortes e aterros.

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Os cortes e aterros realizados para construção de moradias em terrenos com declividade


acentuada são obras que provocam alterações na forma original do terreno e estão sujeitos à
erosão pela ação das águas pluviais e também de movimentos de massa devido à ruptura
abrupta da forma original do terreno.

Com relação ao tipo de ocupação, a montante da área da bacia existe uma zona
predominantemente residencial de alto padrão. Na área a jusante, a ocupação urbana é de
baixo padrão, com ocorrências de loteamentos populares e ocupações irregulares. Na porção
de médio e baixo curso da bacia a população ocupa as planícies ribeirinhas e as margens do
arroio.

Na porção do médio curso dos arroios têm-se áreas de risco muito alto e moderado. As áreas
de risco muito alto ocorrem nas vilas Selmer e Immenbuí. O risco moderado ocorre nas vilas
Plátano e Lameira.

 Bacia do Arroio Ferreira

A bacia hidrográfica do Arroio Ferreira apresenta uma área de drenagem de 5.207,72 ha, que
se intercalam entre as zonas industriais, urbanas e rurais. O Arroio Ferreira, principal rio da
bacia, possui uma extensão de 18.735m e é afluente do Arroio Picadinho, cujas águas
deságuam no Arroio Arenal e consequentemente no Rio Vacacaí.

Uma peculiaridade importante da bacia do Arroio Ferreira é que nela está localizado o aterro
sanitário de Santa Maria, o qual lança o efluente tratado do percolado no arroio. Segundo
trabalho de GOMES (2005), o impacto deste lançamento promove uma
degradação significativa do Arroio Ferreira, alterando bruscamente a concentração de DBO de
8 mg/L a montante para 73mg/L a jusante ,e DQO de 19 mg/L a montante para 210 mg/L a
jusante, considerando valores médios.

 Bacia do Rio Vacacaí Mirim


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A bacia hidrográfica do Rio Vacacaí-Mirim localiza-se na região central do estado do Rio


Grande do Sul, abrangendo áreas de cinco municípios, Santa Maria, Restinga Seca, Itaara, São
João do Polesine e Silveira Martins.

Está situada entre as coordenadas geográficas 53°46’30” a 53°49’29” de longitude Oeste e


29°36’55” a 29°39’50” de latitude Sul, abrangendo uma área total de 1.120 km².

Fonte: PAIVA et al.


Figura 7 - Localização da Bacia do Vacacaí Mirim

Na parte alta da bacia está localizada a represa DNOS, responsável por 30% do abastecimento
público de Santa Maria. A represa tem área inundada de 0,74 km2, volume de 3.800.000 m3 e
bacia contribuinte de aproximadamente 29 km2, com cobertura de mata nativa, agricultura de
cultivos anuais e permanentes, pecuária em pequena escala e balneários.

A bacia do Vacacaí Mirim sofre com os efeitos da expansão urbana e da atividade agrícola, com
sérios problemas qualitativos e quantitativos dos recursos hídricos.
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Os principais usos da água na bacia são:

o Abastecimento público: o abastecimento de água nas áreas urbanas é realizado


pela Companhia Rio-grandense de Saneamento – CORSAN. Nas áreas rurais o
abastecimento é realizado através de poços ou vertentes. Algumas pequenas
comunidades possuem pequenos sistemas de abastecimento com rede ligada a
reservatório com capacidade de 3 a 5 mil litros.
o Agricultura: a lavoura de arroz é o uso predominante na bacia. Em menor escala
está o cultivo de hortaliças, milho, fumo e soja, que não consomem água de
irrigação.

Usos da água menos expressivos na região são:

o Abastecimento industrial: a bacia do Rio Vacacaí Mirim não apresenta áreas de


características industriais. Destacam-se alguns frigoríficos, fábricas de facas,
olarias e beneficiadores de arroz.
o Usos não consuntivos: os balneários se localizam na região de Itaara e Arroio
Grande. Os balneários possuem açudes para lazer e recreação e o abastecimento
é feito pela CORSAN ou através de poços.

Considerando apenas os principais usos da água na bacia – abastecimento público e irrigação –


se estima que 92,5% são destinados para a irrigação da lavoura de arroz e 7,5% para
abastecimento público (PAIVA et al, 2005). A área total irrigada da bacia (safra 2005-2006) foi
de 8.626 ha, dos quais 4.501 ha foram irrigados por açudes, 281 ha por poços e 3.844 ha por
rios, sangas e vertentes. Em termos de volumes de água para irrigação, ainda segundo PAIVA
et al, os açudes contribuem com 52,18%, os poços com 3,26% e os rios, sangas e vertentes
com 44,56%.

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1.1.8 Estações pluviométricas

Existem 4 estações pluviométricas em Santa Maria, listadas a seguir. Sua localização está
representada na Figura abaixo.

1. Estação pluviométrica da IPAGRO


2. Estação pluviométrica da Vila Renascença
3. Estação pluviométrica da UFSM
4. Estação pluviométrica do Aeroporto de Santa Maria (SBSM)

(1)

(2)

(4)
(3)

Figura 8 - Localização das estações pluviométricas de Santa Maria

Os dados históricos destas estações são de grande importância para o conhecimento do


regime de precipitações e precipitações máximas esperadas na região e servem de base para o
estudo e dimensionamento das infraestruturas de macro e microdrenagem.

1.1.9 Estações fluviométricas

1. Vila Renascença (Arroio Cadena)


2. Escola UFSM – Gráfica (Sanga Lagoão do Ouro)
3. Escola UFSM – Reitoria
4. Escola UFSM – Pains (Sanga Lagoão do Ouro)

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(2)

(1)

(4)

(3)

Figura 9 - Localização das estações fluviométricas de Santa Maria

Os dados históricos destas estações também são de grande importância para o conhecimento
das vazões mínimas, médias e máximas dos corpos d’água que cortam o município e servem
de base para o dimensionamento das infraestruturas de macro e microdrenagem, assim como
de controle da qualidade das águas.

1.2 Diagnóstico do sistema de drenagem urbana do município

1.2.1 Microdrenagem

A rede de micro drenagem existente no município de Santa Maria é bastante fragmentada e


conta com poucos trechos de tubulações fazendo com que a drenagem pluvial seja realizada
diretamente pelas sarjetas e leito das ruas e avenidas.

Uma característica generalizável para toda extensão da região urbana é a presença de


estruturas de micro drenagem apenas nas partes mais baixas e planas, fazendo com que a
água escoe pelas ruas até atingir estas zonas.

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Este escoamento causa a degradação da pavimentação e transtornos para a circulação de


veículos e pedestres, inclusive ingressando em algumas residências.

Devido aos gradientes de declividade da cidade, os alagamentos são de pequena duração,


causando transtornos por pouco tempo o que provoca uma menor priorização de
investimentos públicos para a minimização dos alagamentos e seus efeitos.

Ainda, a infraestrutura de microdrenagem existente é bastante arcaica e não segue uma


padronização construtiva, que juntamente com a falta de manutenção causa risco de acidente
à população.

Figura 10 - Elementos de microdrenagem existentes em Santa Maria


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Muitos trechos das tubulações da rede de microdrenagem sofrem com o problema de


rompimento de juntas, com a consequente deformação dos tubos e obstrução das vazões de
água, causando alagamentos nesses pontos.

Com relação aos poços de visita, além da falta de padrão construtivo, recobrimento dos poços
por asfalto ou terra, os mesmos estão dotados de tampas de laje de concreto, que dificultam
seu acesso e portanto as operações de limpeza da rede de drenagem.

Figura 11 - Poço de visita com tampão de laje de concreto

Para todos os elementos de microdrenagem é necessário definir padrões de construção e de


materiais que sejam compatíveis tanto com o tipo de uso das vias, em função do tráfego,
frequência e peso dos veículos, bem como as vazões de água em tempo de chuva.

1.2.2 Macrodrenagem

A rede de macrodrenagem é composta por canais naturais e artificiais, sendo os canais


naturais o tipo de canal presente na maior parte da rede de macrodrenagem.

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Nos arroios e sangas ocorrem problemas de inundações, principalmente devido à ocupação


das margens, deposição de resíduos de todo tipo e crescimento de vegetação no leito dos
cursos d’água, facilitada pela grande concentração de nutrientes nas águas contaminadas por
esgotos domésticos.

Além das inundações, todos os corpos d’água que cortam a zona urbana do município estão
contaminados por esgotos domésticos. Isto se deve não somente à carência da cobertura do
serviço de esgotamento sanitário no município, como também por conexões errôneas das
saídas do esgoto cloacal à rede de drenagem pluvial, pois mesmo em áreas onde há rede de
esgotamento sanitário os corpos d’água recebem este tipo de contaminação.

A identificação das conexões errôneas quase sempre é uma tarefa muito difícil, pois é um
trabalho investigatório em zonas de difícil acesso, em áreas privadas ou altamente ocupadas e
degradadas.

Figura 12 - Vista de uma sanga de Santa Maria

Segundo informações da Prefeitura Municipal de Santa Maria, os principais pontos conflitivos


do sistema de macrodrenagem na zona urbana da cidade são os alagamentos e
afundamentos/desmoronamentos, causados pelo aumento de vazão das sangas em tempo de

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chuva, transporte de sólidos e erosão. Estas zonas estão representadas na figura abaixo e
descritas na continuação.

Figura 13 - Vista dos pontos conflitivos na zona urbana de Santa Maria

Tabela 5 - Características dos pontos conflitivos da rede de macrodrenagem de Santa Maria

Ponto Localização Problemas


P1 R. João Lino Preto. Bairro Alagamentos devido à retificação
Pinheiro Machado da sanga .

P2 Rua Coronel Valença, esquina Alagamento


com Major Bittencourt. Bairro
Divina Providência
P3 Av. Borges de Medeiros, Afundamento/Desmoronamento
esquina com R. Cel. Estácio
Mariense de Lemos. Bairro Noal
P4 R. Marechal Floriano Peixoto, Afundamento/Desmoronamento
esquina com R. Tuiuti. Bairro
Centro.
P5 Av. Borges de Medeiros / R. Afundamento/Desmoronamento
Papa Pio XII. Bairro N. Sra.
Medianeira
P6 Av. Hélvio Basso. Bairro Contaminação do Arroio Cancela
Uglione. por esgotos e resíduos

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P7 R. André Marques entre R. Silva Afundamento/Desmoronamento


Jardim e R. dos Andradas.
Bairro Centro.
P8 R. Treze de Maio entre R. Dr. Afundamento/Desmoronamento
Wauthier e R. André Marques.
Bairro Centro.
P9 Rua sem nome. Margem direita Alagamento
do Vacacaí Mirim. Bairro
Camobi
P10 R. Luis Petry. Bairro Camobi. Alagamento

1.2.3 Plano de manutenção e limpeza

As operações de manutenção e limpeza da rede de microdrenagem em Santa Maria estão a


cargo da Secretaria de Infraestrutura e Serviços.

Não existe um plano preventivo de manutenção e limpeza dos sistemas, ou seja, as equipes
atuam segundo a necessidade, após solicitação do serviço por parte da comunidade.

Para o serviço corretivo de manutenção e limpeza existe uma equipe 20 pessoas, 3 caminhões
e 3 retroescavadeiras.

Figura 14 – Obras na rede de microdrenagem de Santa Maria

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Recentemente a Prefeitura Municipal contratou o serviço especializado de limpeza não


destrutiva da rede de microdrenagem. Este serviço melhorou muito a eficiência das operações
de limpeza.

O contrato tem período de 12 meses e é renovável pelo mesmo período até no máximo 5
anos. O pagamento dos serviços é feito por ponto de manutenção. Os critérios de escolha dos
locais onde se utiliza o método de limpeza não destrutiva são:

 Histórico de enchentes
 Frequência de circulação de veículos e pessoas
 Existência de transporte coletivo, escolas, hospitais e demais serviços

1.2.4 Riscos associados à rede de drenagem

Os principais riscos associados à rede de drenagem são as inundações/alagamentos e erosão


de margens dos cursos d’água.

As inundações em áreas urbanas podem ocorrer devido às enchentes em áreas ribeirinhas e


em função da urbanização. As inundações localizadas podem ocorrer em função de fatores
como: o estrangulamento da secção do rio devido a aterros e pilares de pontes; estradas;
aterros para aproveitamento das áreas; assoreamento do leito do rio e lixo; remanso devido a
macrodrenagem; presença de árvores de grande porte na calha do curso d’água, entre outros.

Áreas com declividade inferior a 2%, quando ocupadas tendem a provocar circunstâncias de
risco caso nenhum projeto de drenagem seja efetuado, pois são áreas saturadas. Os cuidados
técnicos com a microdrenagem devem ser observados, caso contrário as águas pluviais podem
provocar alagamentos mesmo com chuvas de baixa intensidade. A água pluvial que escoa por
gravidade para essas áreas quando encontra alguma intervenção antrópica, como bueiros mal
dimensionados, obras transversais que impeçam o escoamento livre das águas, tende a
acumular-se originando situações de inundações/alagamentos.

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1.2.5 Áreas de risco de enchentes, inundações e deslizamento em Santa Maria

Segundo o mapeamento das áreas de risco realizado na elaboração do Plano Municipal de


Áreas de Risco de Santa Maria (2006), as áreas de risco de enchentes, inundações e
deslizamento estão localizadas nas seguintes zonas:

Tabela 6 - Localidades com risco de enchentes, inundação e deslizamento em Santa Maria

Zonas Grupo
Margens do Arroio Cadena e afluentes Grupo 1
Margens do Arroio Cancela Grupo 2
Margens da Ferrovia e Morro Cechella Grupo 3
Rio Vacacaí Mirim Grupo 4
Fonte: Plano Municipal de Áreas de Risco de Santa Maria

As localidades sujeitas aos mencionados riscos em geral são ocupadas por população de baixa
renda, na maioria dos casos de forma irregular. São elas:

Tabela 7 - Localidades e tipo de risco a que estão sujeitas

Grupo 1: Margens do Arroio Cadena e afluentes


Localidade Tipo de risco
Vila Cerro Azul Alagamento e inundação
Vila salgado Filho Alagamento e inundação / Deslizamento e solapamento
Km2 Alagamento e inundação
Vila Oliveira Deslizamento e solapamento
Vila Arco-Iris Deslizamento e solapamento
Vila Renascença Alagamento e inundação
Vila Urlândia Alagamento e inundação / Deslizamento e solapamento
Vila Ecologia Alagamento e inundação
Grupo 2: Margens do Arroio Cancela
Localidade Tipo de risco
Vila Santos Alagamento e inundação

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Vila Medianeira Alagamento e inundação


Deslizamento e solapamento
Vila Nonoai Deslizamento e solapamento
Grupo 3: Margens da Ferrovia e Morro Cechella
Localidade Tipo de risco
Passo dos Weber Deslizamento e solapamento
Bela Vista Deslizamento e solapamento
Montanha Russa Deslizamento e solapamento
Margens da Ferrovia Deslizamento e solapamento
Grupo 4: Rio Vacacaí Mirim
Localidade Tipo de risco
Vila Schirmer Alagamento e inundação /Deslizamento e solapamento
Km3 Alagamento e inundação
Vila Bilibiu Deslizamento e solapamento
Vila Favarin Alagamento e inundação
Deslizamento e solapamento

A vista geral destas áreas se apresenta na figura abaixo, e as vistas em detalhe de cada zona
com características gerais se apresentam na sequência. Os dados apresentados são de 2006,
quando se elaborou o Plano Municipal de Áreas de Risco de Santa Maria.

Figura 15 - Vista geral das zonas sujeitas a risco de alagamento/ inundações e


deslizamentos/solapamentos
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 Vila Cerro Azul

Esta área está localizada entre a Rua Corredor Picampo e a margem esquerda de uma das
nascentes do Arroio Cadena. Ocupa uma extensão de aproximadamente 500 m, nas
proximidades das ruas Aparício Borges e La Paz, com cerca de 70 edificações em área de
preservação permanente (APP). 46% destas em alvenaria de bom a médio padrão e 54% de
madeira e mistas de médio a baixo padrão. A população desta área era de 269 habitantes em
2006.

Figura 16 - Detalhe da zona de risco da Vila Cerro Azul

 Vila Salgado Filho

Esta área está localizada às margens do Arroio Cadena, entre a Av. Borges de Medeiros e a Rua
Sete de Setembro, ocupa uma extensão de aproximadamente 1 km com cerca de 100
edificações, 23% destas em alvenaria de bom a médio padrão e 77% de madeira e mistas de
médio a baixo padrão. A área média das edificações é de 33 m 2. A população desta área era
405 habitantes em 2006.

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Figura 17 - Detalhe da zona de risco da Vila Salgado Filho

 Km 2 (Bairro Divina Providência)

Esta área está localizada entre as ruas Olegário Mariano e a continuação da rua Cel. Valença e,
entre as ruas Major Bitencourt e margem esquerda do Arroio Cadena. Ocupa uma extensão de
aproximadamente 10 quadras, com cerca de 196 edificações, 30% destas em alvenaria de
baixo padrão e 70% de madeira e mistas de baixo padrão. A população desta área era de cerca
de 840 habitantes em 2006.

Figura 18 - Detalhe da zona de risco do Km2 (Divina Providência)

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 Vila Oliveira

Situa-se ao longo da margem esquerda do Arroio Cadena, entre o início da Rua Venâncio Aires
e o início da rua Cel. Valenciano Coelho com extensão de cerca de 1.500m, que não está
configurada como uma via urbanizada.

Constatou-se uma invasão às margens do arroio com 39 edificações, abrangendo 144


moradores (em 2006).

Figura 19 - Detalhe da zona de risco da Vila Oliveira

 Vila Arco-Íris

Situa-se ao longo da margem esquerda do Arroio Cadena, na Rua Maestro Roberto Barbosa
entre o início da rua Venâncio Aires e a Av. Walter Jobim. Constatou-se uma invasão às
margens do arroio com cerca de 500m de extensão e 28 edificações, abrangendo 75
moradores em 2006.

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Figura 20 - Detalhe da zona de risco da Vila Oliveira

 Vila Renascença

Esta área está localizada no lado esquerdo da BR 287, com acesso através do trevo da Av.
Jornalista Maurício Sirotski a margem direita do arroio Cadena. Ocupa uma extensão de
aproximadamente duas quadras, com cerca de 79 edificações, com 63% destas em alvenaria
de bom a médio padrão e 37% de madeira e mistas (madeira e alvenaria) de bom a médio
padrão. A população que habitava esta área era de 316 habitantes em 2006.

Figura 21 - Detalhe da zona de risco da Vila Renascença

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 Vila Urlândia

Esta área está localizada entre a BR-287 e a margem esquerda do arroio Cadena. Ocupa uma
extensão de aproximadamente dez quadras entre as ruas Ten. Av. Jose F. G. Ritzel e Amadeu
Martins Lopes, com cerca de 200 edificações, 54% destas em alvenaria de bom a médio padrão
e 46% de madeira e mistas de bom a médio padrão. A população desta área era de 619
habitantes em 2006.

Figura 22 - Detalhe da zona de risco da Vila Urlândia

 Vila Ecologia

Esta área está localizada ao lado do Parque Pinheiro Machado, na continuação da Av. Brasil,
das ruas Macapá e Eng. Renato Pereira, nas proximidades de um dos afluentes do arroio
Cadena. Ocupa uma extensão de aproximadamente duas quadras, com cerca de 66
edificações, 58% destas em alvenaria de médio a baixo padrão e 42% de madeira e mistas
(madeira e alvenaria) de médio a baixo padrão. A população desta área era de 168 habitantes
em 2006.

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Figura 23 - Detalhe da zona de risco da Vila Ecologia

 Vila Santos

A área afetada é um segmento da “Vila Santos” e está situado ao longo do Arroio Cancela,
atinge a rua “G” e confluência das ruas: Costa, Carlos, Frederico Ozanan, Agostinho Scolari, “C”
e “X” com o Arroio Cancela. Ocupa uma extensão equivalente a dez quadras, com cerca de 81
edificações, 47% destas em alvenaria de médio a bom padrão e 53% de madeira e mistas
(madeira e alvenaria) de médio a baixo padrão. A população desta área era de cerca de 210
habitantes em 2006.

Figura 24 - Detalhe a zona de risco da Vila Santos

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 Vila Medianeira

A área afetada está situada ao longo do Arroio Cancela, a partir da Rua Duque de Caxias até o
final da rua Gen. Osório. A pior situação é junto à Rua Paulo Regis dos Santos Pereira, onde há
ocupação apenas na margem direita do arroio. Ocorre em uma extensão de três quadras, com
cerca de 53 edificações, 55% destas em alvenaria e as demais em madeira e mistas (madeira e
alvenaria), estas de baixo padrão construtivo. A população desta área era de 212 habitantes
em 2006.

Figura 25 - Detalhe da zona de inundação da Vila Medianeira

 Vila Nonoai

A área afetada é um segmento da Vila Nonoai e está situada ao longo do Arroio Cancela e da
Rua Almiro Amadeu Beltrame, paralela a Rua Tamandaí, havendo ocupação apenas na margem
direita do arroio. Ocupa uma extensão de duas quadras, com cerca de 20 edificações, 70%
destas em alvenaria e as demais em madeira e mistas (madeira e alvenaria) todas de médio a
bom padrão construtivo. A população desta área era de cerca de 90 habitantes em 2006.

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Figura 26 - Detalhe da zona de risco na Vila Nonoai

 Passo dos Weber

Situa-se ao longo da rua Passo dos Weber e às margens direita e esquerda do talude de corte
da linha férrea, tendo como ponto de referência a ponte sobre a via férrea na rua Borges de
Medeiros. Existe uma invasão próxima de uma ocupação formal ao longo dos 600m de
extensão do corte com 43 edificações, abrangendo 114 moradores em 2006.

Figura 27 - Detalhe da zona de risco de Passo dos Weber

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 Bela Vista

Localiza-se no entorno do Morro do Chechella, na Rua 14 de Julho, em um segmento no lado


esquerdo da rua Vereador Antônio Dias, no sentido Sul-Norte desta rua e na rua Canários.
Existe uma invasão próxima de uma ocupação formal com 171 edificações, abrangendo 476
moradores em 2006.

Figura 28 - Detalhe da zona de risco da Bela Vista

 Montanha Russa

Esta área inicia-se ao longo do talude de corte da via férrea que corta a base do morro
Cechella, e estende-se ao longo da Rua da Fonte passando além da crista da Barragem do Rio
Vacacaí-Mirim. Ocupa uma extensão de aproximadamente 800m subdividida em três
patamares, de acordo com o relevo de encosta. O primeiro patamar situa-se na cota 140, o
relevo é mais constante nesta cota e as edificações estão em local mais plano. O segundo
patamar distribui-se por várias cotas, situa-se ao longo da rua da fonte e no lado direito desta.
A maioria das edificações está ao nível da rua, porém algumas estão a mais de 5m abaixo do
nível desta rua. O terceiro patamar igualmente distribui-se por várias cotas, situa-se ao longo
do lado esquerdo da Rua da Fonte e a maioria das edificações está acima do nível da rua. Em
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2006, a população que habitava esta área era de aproximadamente 330 habitantes, em 94
edificações.

Figura 29 - Detalhe da zona de risco da Montanha Russa

 Margens da Ferrovia

Esta área está situada ao longo do talude de corte da via férrea que atravessa a Rua Euclides
da Cunha, ocupa a ambos os lados do corte e subdivide-se em três setores: o primeiro setor
estende-se ao longo da esquina das Ruas Euclides da Cunha e Silva Jardim. O segundo setor
segue paralelo à via férrea, a partir da Rua Euclides da Cunha até o final da Rua Anhanguera. O
terceiro setor segue junto à Rua Armando Ceccin, paralelo a via férrea. Existe uma invasão
próxima de uma ocupação formal com 113 edificações.

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Figura 30 - Detalhe da zona de risco nas margens da ferrovia

 Vila Schirmer

A área da Vila Schirmer está situada entre a BR-158 e a Rua Florisbino Antônio Figueiró, as
margens do rio Vacacaí-Mirim. Esta área é de encosta de morro e a ocupação ocorreu em dois
patamares: o primeiro está localizado na base do morro, compõe a porção inferior da área de
risco e é definido pela planície de inundação do rio Vacacaí-Mirim. O segundo está localizado
na encosta do morro, é muito íngreme e marcado pela ocupação de parte da encosta. Existia
uma ocupação formal com 26 edificações com 77 moradores em 2006.

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Figura 31 - detalhe da zona de risco da Vila Schirmer

 Km 3 (Bairro Presidente João Goulart)

Esta área está localizada ao lado do viaduto da BR-158 entre a margem direita do Rio Vacacaí-
Mirim e os trilhos da via férrea. Ocupa uma extensão de aproximadamente 500m, com cerca
de 100 edificações, 5% destas em alvenaria de baixo padrão construtivo e os 59% restantes de
madeira e mistas de baixo padrão construtivo. A população desta área era de 327 habitantes
em 2006.

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Figura 32 - Detalhe da zona de risco do Km 3 (Bairro Presidente João Goulart)

 Vila Favarin

Esta área está localizada entre a via férrea e a margem direita do rio Vacacaí-Mirim nas
proximidades da BR-158. Ocupa uma extensão de aproximadamente 800m, com 46
edificações, 30% destas em alvenaria de bom a médio padrão e 70% de madeira e mistas de
médio a baixo padrão. A população desta área era de 171 habitantes em 2006.

Figura 33 - Detalhe da zona de risco da Vila Favarin


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1.2.6 Cadastro da rede de mircrodrenagem

Não existe um cadastro consolidado da rede de microdrenagem no município de Santa Maria.


As plantas e perfis da rede de microdrenagem executadas junto com as obras de asfaltamento
das vias, muitas ainda somente em suporte físico, se encontram arquivadas em diferentes
divisões ligadas à Prefeitura Municipal, como o Escritório da Cidade, a Secretaria de
Infraestrutura e Serviços, a Secretaria de Controle e Mobilidade Urbana e a Superintendência
de Controle e Monitoramento de Obras (PAC).

Como mencionado anteriormente, no ano de 1979 a administração municipal contratou um


estudo à Magna Engenharia Ltda. que resultou no primeiro Plano do Sistema de Esgotos
Pluviais da cidade de Santa Maria (Projeto Sinuelo). Esse estudo orientou por algum tempo as
ações e os projetos implantados na área urbana, no entanto, com o crescimento vertical e
horizontal que a área urbana sofre, ele já se encontra obsoleto.

Portanto, faz-se necessário a elaboração de um cadastro único do sistema de drenagem


urbana em meio digital que seja atualizado constantemente.

O próprio Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental do município, no seu Artigo 6º


menciona a necessidade de “elaborar, implantar e manter um Sistema de Informações
Integrado de Infraestrutura Urbana - banco de dados - atualizado das redes de água, esgoto,
telefone, energia elétrica, cabos e demais redes que utilizam o solo, subsolo e o espaço aéreo”.

1.2.7 Problemas na rede de drenagem

Em linhas gerais, os principais problemas constatados na rede de drenagem urbana em Santa


Maria são:

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o Interconexão dos sistemas de drenagem pluvial e esgoto sanitário: esta situação,


além de causar contaminação dos cursos d’água, também provoca a saturação das
infraestruturas do sistema de esgotamento sanitário como ocorre no coletor
interceptor de esgoto sanitário na altura da Vila Urlândia.
o Afundamentos e desmoronamentos da infraestrutura de drenagem e pavimentação:
causados por rompimentos da rede de drenagem pluvial, excesso de velocidade de
escoamento superficial, transporte de sólidos, mau dimensionamento das
infraestruturas, entre outros fatores.
o Ocupação irregular do leito e margens dos cursos d’água: os problemas mais graves
ocorrem onde a ocupação irregular se dá nas zonas de baixo valor econômico e por
população de baixa renda, que fica exposta a todos os riscos associados à saúde
pública e aos alagamentos e enchentes.
o Alteração do curso natural dos arroios e sangas: a retificação, canalização e alteração
de grande parte dos canais naturais contribui para o aumento da possibilidade de
ocorrência de acidentes associados à dinâmica fluvial a jusante, pois aumenta a
velocidade e o volume de água que escoa pelos canais.
o Assoreamento do rio Vacacaí Mirim: provocado pela ocupação irregular de áreas
sensíveis, retirada de vegetação ciliar e pela movimentação de terras. Esta situação
ocorre especialmente na altura dos bairros de Camobi e Vila Jardim.
o Inexistência de um Plano de Gestão dos principais canais de drenagem: falta uma
legislação que defina os recuos mínimos necessários para a edificação na zona urbana.

1.2.8 Legislação

A legislação que se refere a sistema de drenagem pluvial nas esferas federal, estadual e
municipal está lista abaixo:

 Federal

o Constituição Federal
o Resolução CONAMA 369/2006
o Lei 11.445/2007
o Decreto 7.217/2010
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o Lei 12.651/2012

 Estadual

o Lei 9.519/1992
o Lei 11.520/2000
o Lei 12.037/2003

 Municipal

o Lei 1.319/1968
o Lei 2.032/1978
o Lei 3.665/1993
o Lei 4.415/2001
o Lei Complementar 0033/2005
o Lei Complementar 0034/2005
o Lei Complementar 0070/2009
o Lei Complementar 0072/2009
o Lei 5.338/2010
o Decreto Executivo 072/2011
o Lei 5.659/2012
o Lei 5.618/2012
o Lei Complementar 0092/2012

1.2.9 Recursos Disponíveis

Em 2012 o orçamento destinado à manutenção de vias públicas foi da ordem de R$ 3.000.000.


Deste valor, uma parte foi destinada aos serviços de manutenção e limpeza do sistema de
drenagem, entretanto, não se pode identificar o valor gasto nestas operações específicas.

Prevê-se a realização de um estudo econômico para definir a melhor forma de obtenção de


recursos para a manutenção e ampliação do sistema de drenagem pluvial no município.

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1.2.10 Planos, programas, projetos e obras

 Limpeza não destrutiva da rede de microdrenagem

Como mencionado anteriormente, desde o ano de 2012, a prefeitura municipal tem


contratado o serviço de limpeza não destrutiva da rede de drenagem de águas pluviais. Este
novo sistema de manutenção e limpeza aumentou significativamente a eficiência dos
trabalhos e é considerado um êxito pelo responsável do serviço.

 Retirada da vegetação no leito do Arroio Cadena

No leito do Arroio Cadena, na altura do cruzamento da Av. Presidente Vargas com a Av. Gov.
Walter Jobim foi realizada uma obra de contenção e ampliação da seção do leito, onde
atualmente o crescimento da vegetação impede o escoamento das águas e provoca o acúmulo
de resíduos sólidos retidos pelas raízes. Está prevista a retirada desta vegetação.

Figura 34 - Vista da seção do Arroio Cadena com leito tomado pela vegetação

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1.2.11 Conclusões

A estruturação dos centros urbanos provoca transformações no ambiente, que na maioria das
vezes, prejudicam a qualidade de vida de seus moradores. A temática ambiental urbana é
bastante complexa e para melhor controlar sua degradação é preciso compreender sua
dinâmica.

Os processos de degradação da qualidade dos cursos d’água na zona urbana do município e da


ocorrência de enchentes, inundações e deslizamentos foram intensificados com a intensa
ocupação urbana das bacias e o controle dos mesmos é lento e complexo, dependendo de
diversos fatores, principalmente do social e do econômico.

O congelamento da ocupação é recomendado nas áreas sujeitas ao desenvolvimento de novas


áreas de risco, e o impedimento da ocupação em áreas susceptíveis a processos naturais e que
ainda não se encontram ocupadas.

Nas zonas onde há ocorrência de processos de inundação/alagamento e erosão de margens


dos cursos d’água, recomenda-se o redimensionar de algumas tubulações, que já se
encontram obsoletas e que não são suficientes para o escoamento das águas superficiais.

Construir uma infraestrutura adequada de conduta das águas pluviais e trabalhar para o não
adensamento das ocupações em áreas de risco é essencial para evitar o estabelecimento de
novas situações de risco e minimizar os riscos existentes.

Salienta-se também, a necessidade de um planejamento, que dê atenção especial para as


áreas urbanas, e vise a melhoria da qualidade de vida da população, especialmente a de menor
renda.

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A resolução dos problemas provocados pelo processo de urbanização se coloca como um


desafio para a sociedade e exigem uma série de medidas que dependem de vontade política,
recursos humanos e financeiros, democracia, tecnologia e outros.

1.3 Diagnóstico do sistema de drenagem urbana do município - Distritos

Nos dias 22 a 24 de outubro de 2012, a equipe técnica de elaboração do Plano de Saneamento


de Santa Maria fez um levantamento de dados em campo nos distritos de Santa Maria para
averiguar a atual situação das localidades com relação aos serviços de saneamento básico.

Excetuando o Distrito Sede, existem 9 distritos no município de Santa Maria, listados a seguir:

o 2º Distrito de São Valentim


o 3º Distrito de Pains
o 4º Distrito de Arroio Grande
o 5º Distrito de Arroio do Só
o 6º Distrito de Passo do Verde
o 7º Distrito de Boca do Monte
o 8º Distrito de Palma
o 9º Distrito de Santa Flora
o 10º Distrito de Santo Antão

1.3.1 2º DISTRITO DE SÃO VALENTIM

Subprefeito: Júlio Cesar Toniollo


População distrito: aproximadamente 565 habitantes
Principais atividades econômicas:
o Turismo
o Beneficiamento de mandioca

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Figura 35: Vista da sede da Subprefeitura de Valentim

A localidade que não apresenta problemas de alagamentos nas casas.

1.3.2 3º DISTRITO DE PAINS

Subprefeito: Antonio Cezario


População distrito: aproximadamente 5.500 habitantes
Principais atividades econômicas:
o Criação de avestruzes
o Indústria de bebidas
o Abatedouro e frigorífico
o Cooperativa de Produtores de Leite – COOPROL

Figura 36: Vista da sede da Subprefeitura de Pains

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A localidade que apresenta problemas de alagamentos nas casas é Passo das Tropas. Em
outras zonas do distrito, ocorrem alagamentos nos pontos baixos nas estradas.
Também se reportam alguns bueiros entupidos.

1.3.3 4º DISTRITO DE ARROIO GRANDE

Subprefeito: Rubismar Scremin


População distrito: aproximadamente 2.500 habitantes
Principais atividades econômicas:
o Balneários
o Fábrica de facas

Figura 37: Igreja de Arroio Grande

Não existem sistemas de macro ou microdrenagem. As águas pluviais são drenadas pelo
terreno até os cursos d’água.
Existem problemas de erosão nas margens dos rios em eventos de fortes chuvas, que são
mitigados com a instalação de barreiras.

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Figura 38: Vista da margem direita do rio erodida

Em eventos de fortes chuvas, existem zonas que alagam nas localidades de Nossa Senhora da
Saúde e Vila Santa Brígida e também casos em que os acessos a algumas casas são
interrompidos pela força das águas dos córregos.

Figura 39: Vista de acesso interrompido pela força das águas

Outro problema reportado é a obstrução dos rios e sangas por árvores que a FEPAM
(Fundação Estadual de Proteção Ambiental) não permite retirar.

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1.3.4 5º DISTRITO DE ARROIO DO SÓ

Subprefeito: Sr. Arnaldo Amrayn Tronco


População do distrito: aproximadamente 1.200 habitantes
Principais atividades econômicas
o Produção de porongo
o Fabricas de cuias, calçados e cadeiras.
o Em geral no distrito não existe rede de drenagem nem calcamento das vias. Alguns
trechos de rede de drenagem encontram em fase de execução e bastante
fragmentados.
o Foram reportados problemas de alagamentos próximos à Vila.

 Figura 40: Trechos de tubulação de drenagem

1.3.5 6 º DISTRITO DE PASSO DO VERDE

Subprefeito: José Valdir


População distrito: aproximadamente 531 habitantes
Principais atividades econômicas:
o Cultivo de milho e soja
o Criação de ovinos e de gado de corte
o Frigorífico
o Fábrica de embutidos
o Comércio de Areia
o Balneário

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Na época de chuva há inundação na região do Balneário e, por esse motivo, as residências


foram construídas suspensas em pilotis.

1.3.6 7º DISTRITO DE BOCA DO MONTE

Subprefeito: Sra. Marta


População distrito: aproximadamente 2.941 habitantes
Principais atividades econômicas:
o Pecuária
o Balneário

Figura 41: Vista da sede da Subprefeitura de Boca do Monte.

Está instalado dentro da área do distrito o Centro de Pesquisa em Florestas da Fundação


Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO), uma fundação pública vinculada à Secretaria
Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio cuja missão é produzir conhecimento e
promover a geração de tecnologias e serviços, tendo como princípios a geração de renda no
setor primário e a responsabilidade social e ambiental, evidenciando a pesquisa agropecuária
como fator estratégico para o desenvolvimento sustentável.
No aspecto de lazer o distrito conta ainda com os Balneários Beira Rio e Timbauva.

Os moradores de Boca do Monte utilizam-se o sistema individual para tratamento e destinação


final dos esgotos domésticos através de fossa e sumidouro e, em alguns casos, privada
convencional com fossa seca, sendo algumas ventiladas outras não, normalmente localizadas

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em uma distância mínima de segurança em relação aos poços e fontes de abastecimento e em


cota inferior a esses mananciais, principalmente em regiões afastadas da sede do distrito.

1.3.7 9º DISTRITO DE SANTA FLORA

Subprefeito: Cláudio Santiago


População distrito: aproximadamente 1.074 habitantes
Principais atividades econômicas:
o Indústria de arroz
o Atividade de pesca
o Granja
o Cultivo de soja

A localidade que não apresenta problemas de alagamentos nas casas.

1.3.8 10 º DISTRITO DE SANTO ANTÃO

Subprefeito: Carlos Borin


População distrito: aproximadamente 807 habitantes
Principais atividades econômicas:
o Turismo

Figura 42: Vista da sede da Subprefeitura de Santo Antão


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A localidade que não apresenta problemas de alagamentos nas casas.

1.3.9 Conclusões

o Em geral não existem sistemas de macro ou microdrenagem;


o As águas pluviais são drenadas naturalmente pelo terreno até os cursos d’água
naturais;
o Há casos isolados de alagamentos nas vias e algumas casas;
o Em geral as vias não são asfaltadas e não existe sistema de drenagem das estradas,
causando transtornos à população em alguns casos.

1.4 Requisitos para a Gestão dos Serviços

1.4.1 Indicadores

1.3.1.1. Premissas na Rede de Drenagem

Para uma correta gestão da drenagem urbana é preciso ter claro seus conceitos e um deles,
dos mais básicos é a distinção entre microdrenagem e macrodrenagem.

o Microdrenagem: Bidone e Tucci (1995) definem a microdrenagem urbana como o


sistema de condutos pluviais em nível de loteamento ou de rede primária urbana.

Os sistemas de microdrenagem incluem a coleta e afastamento das águas superficiais


ou subterrâneas através de pequenas e médias galerias, fazendo ainda parte do
sistema todos os componentes do projeto para que tal ocorra. Assim, compõem o
sistema de microdrenagem as vias, as sarjetas e sarjetões, elementos de captação
(grades, sumidouros e bocas de lobo), os tubos e conexões, os poços de visita e as
conduções de transporte dos elementos de captação à rede de macrodrenagem, com
as galerias de águas pluviais.

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Recentemente, algumas soluções alternativas visando à redução dos impactos da


urbanização sobre o comportamento hidrológico das bacias têm sido adotadas, como
os reservatórios domiciliares de águas pluviais, as trincheiras de infiltração, os valos de
armazenamento, o armazenamento em coberturas, o armazenamento e a infiltração
em áreas de estacionamento, entre outras, que são igualmente parte do sistema de
microdrenagem.

Em uma área urbana, a microdrenagem é essencialmente definida pelo traçado das


ruas. Tradicionalmente são obras em cujo projeto são adotadas vazões produzidas por
eventos hidrológicos com 2, 5 e, no máximo, 10 anos de período de retorno.

O sistema de microdrenagem drena pequenas vazões e volumes provenientes de


pequenas áreas urbanizadas, ou seja, sub-bacias com superfície da ordem de 1 ha ou
inferiores.

Figura 43: Esquema da microdrenagem em uma rotatória em Uberaba/MG

o Macrodrenagem: a macrodrenagem recebe geralmente os aportes da microdrenagem


e é constituída por galerias de grande porte, canais e rios canalizados (Gois, 1998) e
também por cursos d’água (córregos, ribeirões, riachos, etc.) canalizados ou não da
zona urbana, e por uma gama variada de estruturas hidráulicas, as quais
compreenderiam: outros emissários ou canais; os bueiros, as pontes, obras de
hidráulicas para dissipação de energia hidráulica em regiões suscetíveis a erosão
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acelerada; reservatórios de detenção para amortecimento de cheias; retificação e


dragagem de córregos e rios; diques e polders nas zonas inundáveis de rios urbanos;
barragens para estabilização de vales receptores em regiões com erosão acelerada;
etc.

Sendo assim, a macrodrenagem compreende a rede de drenagem natural, existente


antes da ocupação; e que pode receber obras que a modificam e complementam.

Entre as técnicas alternativas de macrodrenagem encontram-se as bacias de detenção,


outras áreas pré-dimensionadas para o armazenamento e, eventualmente, a
infiltração de águas pluviais (grandes áreas de estacionamento, praças, terrenos de
esporte etc), os parques lineares implantados em fundos de vale, as áreas úmidas
naturais ou artificiais etc.

O traçado da macrodrenagem obedece ao caminho natural dos corpos aquáticos; As


áreas envolvidas são, na maioria, maiores que 3 km² (grandes bairros, bacias
hidrográficas); As vazões de projeto são oriunda de eventos com 20, 50 ou 100 anos de
período de retorno.

Figura 44: Obra de macrodrenagem em Camaçari/BA

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No Brasil, institucionalmente, a infraestrutura de microdrenagem é reconhecida como da


competência dos governos municipais que devem ter total responsabilidade para definir as
ações no setor, ampliando-se esta competência em direção aos governos estaduais, na medida
em que crescem de relevância as questões de macrodrenagem, cuja referência fundamental
para o planejamento são as bacias hidrográficas.

Isto é, deve ser de competência da Administração Municipal - a Prefeitura - os serviços de


infraestrutura urbana básica relativos à microdrenagem e serviços correlatos - incluindo-se
terraplenagens, guias, sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentações e obras de
contenção de encostas, para minimização de risco à ocupação urbana.

Como vimos na fase de diagnóstico, a rede de drenagem de Santa Maria é hierarquizada em


dois níveis de infraestruturas, os quais são descritos a seguir:

Microdrenagem

A rede de microdrenagem existente no município de Santa Maria é bastante fragmentada e


conta com poucos trechos de tubulações, fazendo com que a drenagem pluvial seja realizada
diretamente pelas sarjetas e leito das ruas e avenidas.

Uma característica generalizável para toda extensão da região urbana é a presença de


estruturas de micro drenagem apenas nas partes mais baixas e planas, fazendo com que a
água escoe pelas ruas até atingir estas zonas.

Este escoamento causa a degradação da pavimentação e transtornos para a circulação de


veículos e pedestres, inclusive ingressando em algumas residências.

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Devido aos gradientes de declividade da cidade, os alagamentos são de pequena duração,


causando transtornos por pouco tempo, o que provoca uma menor priorização de
investimentos públicos para a minimização dos alagamentos e seus efeitos.

Ainda, a infraestrutura de microdrenagem existente é bastante arcaica e não segue uma


padronização construtiva, que juntamente com a falta de manutenção causa risco de acidente
à população.

Macrodrenagem

A rede de macrodrenagem é composta por canais naturais e artificiais, sendo os canais


naturais o tipo de canal presente na maior parte da rede de macrodrenagem.

Nos arroios e valas ocorrem problemas de inundações, principalmente devido à ocupação das
margens, deposição de resíduos de todo tipo e crescimento de vegetação no leito dos cursos
d’água, facilitada pela grande concentração de nutrientes nas águas contaminadas por esgotos
domésticos.

A configuração atual do sistema de drenagem com a água circulando pelas ruas até os leitos
naturais descobertos tem a seguinte problemática:

o Desconforto, que pode tornar-se uma periculosidade em função da velocidade e o


calado da água na rua, para a circulação de veículos e pessoas.

o Falta de continuidade na malha urbana, pelo efeito barreira que provocam os leitos
sem cobrir.

o Facilidade de contaminação dos leitos naturais pelo arrastre de elementos


contaminantes dispersos nas superfícies de ruas e espaços públicos até os leitos
abertos.
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o Facilidade de propagação de vetores de contaminação/infecção desde os leitos


abertos no caso de contaminação destes.

Ainda que a resolução dos problemas de drenagem deva ser feita de forma integral, agindo
tanto na rede de macrodrenagem quanto na rede de microdrenagem, no presente documento
impõem-se objetivos para esta última ao entender-se que a competência da municipalidade
somente compreende esta parte da rede.

1.3.1.2. Indicadores Relativos à Rede de Drenagem

No caso da rede de microdrenagem, os objetivos a fixar serão direcionados a atingir as


seguintes metas:

o Construção de uma rede de microdrenagem integral em todo o município que evite a


circulação de água pelas ruas, com um nível de risco de inundação fixado.
o Melhora da qualidade ambiental dos rios mediante a limitação das afecções da rede
de microdrenagem aos leitos naturais.

Portanto, os indicadores serão classificados seguindo as duas categorias de objetivos a atingir.

 Indicadores para construção da rede de microdrenagem

 Período de retorno da chuva de projeto

O primeiro indicador a definir é o nível de risco de inundação a assumir, já que, claro, a adoção
do risco de inundação zero é impossível, e a diminuição no risco adotado implica o projeto de
infraestruturas hidráulicas de maior capacidade, com o conseguinte aumento no custo
econômico.
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O critério de seleção do nível de segurança costuma ser realizado no âmbito hidrológico e


hidráulico, recorrendo ao conceito que denominamos período de retorno (T), associado à
chuva que as infraestruturas devem se capazes de evacuar.

O período de retorno representa o intervalo médio expressado em anos no qual um valor


extremo de intensidade de chuva alcança ou supera um valor determinado pelo menos uma
única vez.

 Comprimento da rede de drenagem por habitante

Depois de definir o risco de inundação a assumir, é essencial conhecer alguma relação para
poder fazer uma primeira estimativa do comprimento previsível da rede de microdrenagem.

Para isso será utilizado à razão de comprimento de rede de drenagem por habitante definido
como o quociente entre ambas as magnitudes.

A razão para utilizar esta relação na rede de drenagem é que se conhece a mesma relação para
rede de esgoto e pode-se adotar um valor similar, se for apresentada uma rede de
microdrenagem que envolva a mesma superfície que a rede de esgoto.

 Indicadores de limitação das afecções ambientais da rede drenagem aos leitos


naturais

Ao mesmo tempo da construção de uma rede de microdrenagem entubada deve-se


apresentar medidas de redução de contaminantes ao meio, desta rede de drenagem.

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Dentro das atuações que podemos realizar na rede, com o fim de limitar as afecções ao meio
natural por descarga de contaminantes, destaca-se a construção de depósitos anti-descarga de
sistemas pluviais (depósitos anti-DSP).

Figura 45. Esquema geral de um depósito anti-DSP.

Os depósitos anti-DSP, que são tanques de decantação, permitem gerir os sedimentos que
contêm uma grande parte da contaminação presente na rede de drenagem.

Tabela 1. Conteúdo de contaminantes nos sólidos em suspensão

DQO DBO5 NTK Hidrocarbonetos Pb

83 a 92% 90 a 95% 65 a 80% 82 a 99% 97 a 99%

Fonte. Investigações de Chebbo

Portanto, a decantação dos sólidos em suspensão nos depósitos anti-DSP pode produzir a
redução, prévia ao lançamento ao meio natural, dos contaminantes presentes na rede de
drenagem, nos termos apresentados na tabela seguinte.

Tabela 2. Redução de contaminantes por decantação

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Sólidos em
DQO DBO5 NTK Hidrocarbonetos Pb
suspensão

80 a 90% 60 a 90% 75 a 90% 40 a 70% 90% 65 a 80%

Fonte: Investigações de Chebbo

 Indicadores de volume anti-DSP


Para fixar os volumes necessários para atingir os valores da tabela anterior usaram-se as
relações de volume de depósito anti-DSP por Ha impermeável drenada para o depósito, em
função do uso do solo da bacia de aporte ao depósito.

As relações propostas para o dimensionamento dos depósitos anti-DSP foram estabelecidos


através da experiência de Agbar, em projeto deste tipo de instalações, com os seguintes
valores:

o 0,75 m3 depósito anti-DSP/Ha impermeável para usos industriais a montante


do depósito.
o 0,50 m3 depósito anti-DSP/Ha impermeável para usos residenciais densos, a
montante do depósito.
o 0,30 m3depósito anti-DSP/Ha impermeável para usos residenciais não
densos, a montante do depósito.

1.4.2 Metas

Como adiantado no item de indicadores, as duas metas fixadas para a rede de drenagem de
Santa Maria são:

o A construção de uma rede de microdrenagem que cubra a totalidade da superfície


urbana no ano horizonte do presente Plano Diretor.
o A limitação da afecção ambiental dos lançamentos da referida rede aos leitos naturais

1.3.2.1. Metas a curto prazo (5 anos)

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 Risco de inundação assumido

Em todo o horizonte temporal do plano diretor adotou-se um período de retorno de 10 anos


para a chuva de projeto no dimensionamento da rede de microdrenagem.

Este valor de projeto é muito comum em projetos de redes capilares de drenagem. Além disso,
o fato de que atualmente o fluxo superficial discorra pelas ruas sem grandes problemas de
inundações, permite pensar na possibilidade de que chuvas de um período de retorno superior
a 10 anos não provoquem problemas de inundações no conjunto de drenagem formado pela
microdrenagem e a rua como condutora de fluxos.

 Atendimento da rede de microdrenagem

A implantação do objetivo de universalização da rede de microdrenagem a todo o distrito Sede


no ano de 2032 apresenta-se de implantação constante no tempo, pelo qual, neste primeiro
horizonte de cinco anos, se prevê a realização de um Programa de Recadastramento das
Redes de Drenagem e construção de 5% do comprimento de rede previsto para todo o
município, atendendo as áreas onde apresentam problemas de inundações e risco a
população.

E, uma primeira aproximação, podemos quantificar o comprimento total de drenagem a partir


do comprimento de rede de esgoto, para o qual se estabeleceu um rateio de 2,66 m de rede
de esgoto por habitante (vide item 4).

Se considerarmos um rateio um pouco menor (80% do rateio de esgoto) de 2,13 m de rede de


microdrenagem por habitante, para descontar a parte de comprimento correspondente à
macrodrenagem, podemos estabelecer um comprimento total no ano de 2032 de:

296.551 habitantes x 2,13 m rede microdrenagem/habitante = 631,65 km de rede de


microdrenagem.
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Portanto, no ano de 2017 apresenta-se o objetivo de ter construído:

631,25 x 0.05= 31,58 ≈ 32 km de rede de microdrenagem

Dado que não há atualmente problemas graves de inundações na rede de microdrenagem, a


escolha dos lugares de implantação da rede se baseará em critérios pontuais, de problemáticas
isoladas, sendo os pontos que apresentem incidências de enchentes e risco à população.

 Limitação das afecções dos lançamentos da rede ao meio natural

Com os índices de dimensionamento anti-DSP vistos no item correspondente, deverá


dimensionar-se e construir-se certos depósitos anti-DSP em cada saída da rede de
microdrenagem aos leitos naturais.

A priori, não é possível estabelecer um volume anti-DSP a construir neste primeiro horizonte já
que não se conhecem nem a área de influência de cada um dos depósitos, nem o uso do solo
destas áreas.

1.3.2.2. Metas a médio prazo (10 anos)

 Risco de inundação assumido

Mantém-se o período de retorno de 10 anos para a chuva de projeto da rede de


microdrenagem.

 Atendimento da rede de microdrenagem

Como já foi comentado, o objetivo fixado para o ano de 2032 é o de dar cobertura a 100% do
território do distrito Sede, com uma rede de microdrenagem.

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A previsão para o ano de 2022 (décimo ano do plano) é a construção de mais 15% da rede
prevista, que equivale a construção de:

631,25 x 0,15 = 94,72 ≈ 95 km de rede de microdrenagem

Sendo que havia sido construído 32 km de rede nos primeiros 5 anos do plano, totalizaria até o
ano de 2022 a construção de:

32 + 95 = 127 km de rede de microdrenagem

A decisão das zonas de cobertura desta rede de microdrenagem deverá ser tomada pela
municipalidade, através de critérios hidráulicos que justifiquem a priorização da implantação
da rede.

 Limitação das afecções dos lançamentos da rede ao meio natural

Com os índices de dimensionamento anti-DSP vistos no item correspondente, deverá


dimensionar e construir certos depósitos anti-DSP em cada saída da rede de microdrenagem
aos leitos naturais.

A priori não é possível estabelecer um volume de depósito anti-DSP a construir neste segundo
horizonte, já que não se conhece nem a área de influência para cada um dos depósitos, nem o
uso do solo destas áreas.

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1.3.2.3. Metas a longo prazo (20 anos)

 Risco de inundação assumido

Mantém-se o período de retorno de 10 anos para a chuva de projeto da rede de


microdrenagem.

 Atendimento da rede de microdrenagem

No ano de 2032 apresenta-se a consecução do objetivo da universalização da rede de


macrodrenagem composta por um total de 631,25 ≈ 650 km.

 Limitação das afecções dos lançamentos da rede ao meio natural

Com os índices de dimensionamento anti-DSP vistos no item correspondente, deverá


dimensionar e construir um depósito anti-DSP em cada saída da rede de microdrenagem aos
leitos naturais.

Como primeira aproximação para estabelecer um volume de retenção anti-DSU no ano de


2032 para o conjunto do distrito Sede, podemos adotar os valores mostrados a seguir:

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Tabela 3. Cálculo tentativo do volume anti-DSP a construir no distrito Sede até o ano de 2032

Área Porcentagem Coeficiente de Superfície Taxa anti-DSP


Região Volume anti-DSP
Nome Bruta urbanização corrente médio Impermeável Uso do solo
3
(m /Ha 3
administrativa (m )
(Ha) com relação à área urbanizada (Ha impermeável)
área bruta no em 2032 impermeável)
Nossa 191 100 0,70 133 Residencial denso 50 6.650
ano 2032
Nonoai
Senhora 61 100 0,70 42 Residencial denso 50 2.100
Centro Nossa 147 100 0,70 103 Residencial denso 50 5.150
Medianeira
Urbano Nossa de
Senhora 84 100 0,80 68 Residencial denso 50 3.400
Bonfim
Senhora 55 100 0,80 44 Residencial denso 50 2.200
Lourdesde
Centro 190 100 0,80 152 Residencial denso 50 7.600
Fátima
Nossa 85 100 0,80 68 Residencial denso 50 3.400
Cerrito
Senhora do 478 60 0,40 115 Residencial não denso 30 3.450
Centro-Leste São José 469 70 0,50 164 Residencial não denso 30 4.920
Rosário
Pé-de-Plátano 414 50 0,50 103 Residencial não denso 30 3.090
Diácono João 763 40 0,40 122 Residencial não denso 30 3.660
LuizUglione
Pozzobon 68 100 0,60 41 Residencial não 40 1.640
Duque de 63 100 0,70 44 Residencial não denso
denso/industrial 30 1.320
Centro-Oeste
Patronato
Caxias 118 60 0,70 50 Residencial denso 50 2.500
Noal 125 100 0,60 75 Residencial denso 50 3.750
Passo D'Areia 266 80 0,60 128 Residencial denso 50 6.400
Leste Camobi 2.035 60 0,50 610 Residencial não denso 30 18.300
Nossa 110 100 0,70 77 Residencial denso 50 3.850
Menino
SenhoraJesus
das 60 100 0,60 36 Residencial denso 50 1.800
Nordeste Presidente 181 75 0,70 95 Residencial denso 50 4.750
Dores
JoãoItararé
Goulart 232 60 0,80 111 Residencial denso 50 5.550
Campestre do 859 40 0,70 240 Residencial denso 50 12.000
Km Três
Menino Deus 339 30 0,50 51 Residencial não denso 30 1.530

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Continuação.

Porcentagem Coeficiente de Superfície Rateio anti-


Área
Região urbanização corrente médio Impermeável DSP Volume anti-DSP
Nome Bruta Uso do solo 3
administrativa com relação à área urbanizada (Ha
3
(m /Ha (m )
(Ha)
área bruta no em 2032 impermeável) impermeável)
Divina 84 ano100
2032 0,60 50 Residencial não denso 30 1.500
Carolina
Providência 46 100 0,60 27 Residencial não denso 30 810
Norte Salgado Filho 74 100 0,70 52 Residencial denso 50 2.600
Caturrita 388 50 0,40 78 Residencial não denso 30 2.340
Chácara das 201 70 0,50 70 Residencial não denso 30 2.100
Nossa
Flores 400 40 0,70 112 Residencial denso 50 5.600
Boi Morto
Senhora do 584 50 0,40 117 Residencial não denso 30 3.510
Renascenþa 143 65 0,70 65 Residencial denso 50 3.250
Perpétuo
São João 84 100 0,80 67 Residencial denso 50 3.350
Oeste Socorro
Tancredo 342 70 0,80 191 Residencial denso 50 9.550
Pinheiro
Neves 359 90 0,60 194 Residencial não denso 30 5.820
Juscelino
Machado 246 100 0,55 135 Residencial denso 50 6.750
Nova Santa
Kubitschek 195 100 0,60 117 Residencial não denso 30 3.510
Agroindustrial
Marta 675 50 0,50 169 Industrial 70 11.830
Lorenzi 487 60 0,50 146 Residencial não denso 30 4.380
Sul Tomazetti 578 40 0,50 116 Residencial não denso 30 3.480
Dom Antônio 61 100 0,50 30 Residencial não denso 30 900
Urlândia
Reis 272 60 0,60 98 Residencial não denso 30 2.940
TOTAL 183.230

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Portanto, resulta-se ter executado 183.230 m3 de depósito anti-DSP no ano de 2032, no


conjunto do distrito Sede. Este valor deverá ser considerado como uma primeira aproximação,
já que foram consideradas, para o ano de 2032, certas porcentagens de urbanização sobre a
área total de cada bairro, e certos coeficientes médios de corrente, que poderiam não
corresponder aos valores finais.

 Técnicas de Drenagem e alternativas de Drenagem

Com a finalidade de diminuir o fluxo de corrente apresenta-se, neste terceiro horizonte


temporal, a implantação de técnicas alternativas de drenagem.

Estas técnicas alternativas de drenagem pretendem diminuir a corrente superficial


aproveitando a capacidade de infiltração dos terrenos naturais. Como propostas destas
técnicas apresentam-se as seguintes:

o Coberturas vegetais em edifícios


o Poços, canaletas e valetas de infiltração
o Pavimentos porosos

Estas técnicas poderão ser empregadas nas novas urbanizações e para tanto deverão estar
previstas no planeamento urbanístico dos novos desenvolvimentos.

Apresenta-se a introdução destas técnicas em zonas localizadas com o fim de poder analisar a
diminuição no fluxo de corrente antes de sua implantação generalizada.

1.4.3 Prognóstico

As grandes atuações previstas durante o horizonte temporal do presente Plano Diretor são
duas:

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o Programa de recadastramento e georreferenciamento das redes de drenagem já


existentes no município.
o A implantação de uma rede de microdrenagem que envolva todo o distrito Sede, com
o fim de evitar a circulação de grandes fluxos pela superfície da via pública.
o A implantação de depósitos anti-DSP prévios à saída ao meio natural, com o fim de
minimizar os lançamentos de contaminantes da nova rede de drenagem para os leitos
naturais.

A implantação de ambas as infraestruturas (650 km de rede de microdrenagem e 180.000 m 3


de depósitos anti-DSP) apresentam-se de forma constante nos 20 anos de horizonte do Plano.

Como objetivo secundário apresenta-se, além disso, a implantação, neste último decênio do
Plano Diretor, de técnicas de drenagem alternativa (coberturas vegetais nos edifícios, valetas
drenantes, pavimentos porosos, etc) nas novas urbanizações. Apresenta-se uma implantação
experimental para a análise da influencia destas técnicas na diminuição do fluxo de corrente.

Neste ponto é necessário destacar que não foi apresentado nenhum objetivo na rede de
macrodrenagem, ao entender-se que são leitos naturais fora da competência da
municipalidade. Independentemente disto, a construção da rede de microdrenagem proposta
provocará um aumento das pontas de fluxo nos pontos de lançamento da rede de micro à rede
de macrodrenagem, o qual pode provocar ou agravar os problemas de inundações existentes
na rede de macrodrenagem. Por isso recomenda-se o estudo conjunto de ambas as redes.

A rede macrodrenagem estará constituída pelos rios atuais cuja disposição pode ser observada
na figura seguinte.

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 Rede Principal de macrodrenagem (rios)

 Rios fora do âmbito urbanos

Figura 46. Esquema geral da rede de macrodrenagem.

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1.5 Planejamento do Sistema

1.5.1 Estudo Populacional

2.4.1.1. Dados de Partida

Para a elaboração deste item empregaram-se duas fontes de informação: o Censo do ano de
2010, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o documento de
“Indicadores socioeconômicos e ambientais de Santa Maria: Análise demográfica do
município”, elaborado pelo Escritório da Cidade, editado pela Diretoria de Planejamento da
Prefeitura Municipal de Santa Maria, em maio de 2012.

2.4.1.2. Dados da População de Santa Maria

 População atual

Santa Maria é formada por 10 distritos, entre os quais se destaca o 1º Distrito (Sede), por
ser onde está localizado o núcleo urbano principal e, portanto, a maioria da sua população.
Por sua vez, o Distrito Sede é dividido em 8 Regiões Administrativas que formam um total
de 41 bairros, enquanto o restante dos distritos não tem subdivisões.

Figura 47. Distritos de Santa Maria e Distrito Sede.

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Tabela 8. Dados de população e densidade dos distritos de Santa Maria

2
DISTRITO POPULAÇÃO 2010 DENSIDADE (Hab/km )
Pains 4.146 30,96
Boca do Monte 2.941 10,84
Arroio Grande 2.702 20,81
Santa Flora 1.074 2,06
Arroio do Sol 944 6,04
Palma 856 9,03
São Valentin 565 3,43
Passo do Verde 531 4,04
Santo Antão 531 10,13
Sede 246.465 1.954,34
Fonte: Adaptado a partir de dados da Prefeitura Municipal de Santa Maria,
Escritório da Cidade. Maio 2012.

Figura 48. Densidade de população dos Distritos de Santa Maria.

Após o Distrito Sede, o de Pains é o segundo mais povoado dos 10 distritos que compõem o
município. Isto se deve à sua localização, que permite o aumento do perímetro urbano, dando
espaço a comunidades como Passo das Tropas, Vila Ipiranga, Vila Marques, Sítio dos Paines,
Vila Videira e Vila Abrantes (Escritório da Cidade, Maio 2012).

 Evolução da População

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Se analisarmos a evolução da população, observa-se que o município de Santa Maria


incrementou o número de habitantes de forma constante nas últimas décadas até os dias
de hoje.

Tabela 9. Evolução da população de Santa Maria entre 1950 e 2010.

Ano População População População Taxa de


Total (hab.) Urbana Rural (hab.) Urbanização
1950 83.001 35.097
(hab.) 47.904 42,3%
(%) (hab.)
1960 120.975 36.961 85.014 30,6%
1970 156.609 124.136 32.473 79,3%
1980 181.579 154.565 27.014 85,1%
1990 214.159 192.415 21.744 89,8%
2000 243.611 230.696 12.915 94,7%
2010 261.031 248.347 12.684 95,1%
Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Maria, Escritório da Cidade.

Figura 49. Evolução da população do município, de 1950 a 2010.

Fonte: Adaptado de IBGE Censo 2010.

Analisando a taxa de crescimento de população, observa-se que o maior incremento de


população situa-se no período compreendido entre os anos 1950 e 1960, com 37.974
novos habitantes provenientes de zonas rurais.

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Tabela 10. Taxa de crescimento da população de Santa Maria entre 1950 e 2010.

Período Acréscimo Taxa de


Populacional Crescimento
(Nº de hab.) (%)

1950 a 1960 37.974 31,4%


1960 a 1970 35.634 22,8%
1970 a 1980 24.970 13,8%
1980 a 1990 32.580 15,2%
1990 a 2000 29.452 12,1%
2000 a 2010 17.420 6,7%
Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Maria, Escritório da Cidade.

Figura 50. Evolução da taxa de crescimento do município.

Fonte: Adaptado de IBGE Censo 2010.

Além disso, na série histórica de população pode-se notar que a partir dos anos 60 as
zonas urbanas começaram a ganhar peso em comparação com as rurais, tendência que se
tem mantido até hoje. O fato de ser a maior cidade da região central do Estado do Rio
Grande do Sul atuou como pólo de atração de população, à medida que esta se
desenvolvia. O referido desenvolvimento foi catalisado pela fundação, no ano de 1960, da
Universidade Federal de Santa Maria, a primeira do Brasil instalada fora de uma capital de

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Estado. No final de 1970, outro fator que provocou a chegada de novos habitantes ao
município e, em concreto, militares, foi a instalação da Base Aérea de Santa Maria. A
implantação destes dois centros explica o grande aumento da taxa de urbanização entre
os anos 60 e 70.

Figura 51. Evolução da população rural e urbana em Santa Maria.

Fonte: Adaptado de IBGE Censo 2010.

Se for definida uma taxa de urbanização como a proporção existente entre o número de
habitantes que residem na cidade com relação aos que o fazem no campo, pode-se
observar uma estabilização do seu valor nos últimos 12 anos.

Figura 52. Evolução da taxa de urbanização.

Fonte: Adaptado de IBGE Censo 2010.


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2.4.1.3. Dados da População do Distrito Sede

 População Atual

Segundo os dados do censo de 2010 do IBGE a população atual do Distrito Sede é de 246.465
pessoas, distribuídas ao longo de 8 Regiões Administrativas e 41 bairros. A referida distribuição
foi determinada em 2006 (Escritório da Cidade/PMSM, Maio 2012).

Tabela 11. Divisão por bairros, estabelecida em 2006, no município de Santa Maria.

Densidade
População
Região administrativa Nome Área (km2) Área (%) Demográfica
(Hab.)
Hab./km2

Nossa Senhora Medianeira 9.030 1,91 1,51% 4.740


Nonoai 4.168 0,61 0,48% 6.867
Nossa Senhora de Lourdes 5.993 1,47 1,17% 4.075
Centro Urbano Nossa Senhora de Fátima 8.836 0,84 0,67% 10.460
Bonfim 7.157 0,55 0,44% 13.023
Centro 17.847 1,90 1,51% 9.388
Nossa Senhora do Rosário 6.769 0,85 0,68% 7.951
Cerrito 1.127 4,78 3,79% 236
Centro-Leste São José 5.697 4,69 3,72% 1.214
Pé-de-Plátano 2.200 4,14 3,28% 532
Diácono João Luiz Pozzobon 3.152 7,63 6,05% 413
Uglione 1.808 0,68 0,54% 2.665
Duque de Caxias 3.339 0,63 0,50% 5.271
Centro-Oeste Patronato 2.575 1,18 0,94% 2.178
Noal 7.582 1,25 0,99% 6.054
Passo D'Areia 6.995 2,66 2,11% 2.627
Leste Camobi 21.822 20,35 16,13% 1.073
Nossa Senhora das Dores 4.656 1,10 0,87% 4.231
Menino Jesus 5.410 0,60 0,48% 8.967
Nordeste Presidente João Goulart 6.252 1,81 1,43% 3.462
Itararé 7.300 2,32 1,84% 3.153
Campestre do Menino Deus 2.697 8,59 6,81% 314
Km Três 2.504 3,39 2,69% 739
Divina Providência 1.347 0,84 0,67% 1.602
Norte
Carolina 3.356 0,46 0,36% 7.374
Salgado Filho 9.801 0,74 0,59% 13.235

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Caturrita 3.211 3,88 3,07% 828


Chácara das Flores 3.939 2,01 1,60% 1.956
Nossa Senhora do Perpétuo 6.151 4,00 3,17% 1.537
Boi Morto
Socorro 2.561 5,84 4,63% 439
Renascenþa 1.791 1,43 1,13% 1.254
São João 1.706 0,84 0,66% 2.036
Oeste Tancredo Neves 11.456 3,42 2,71% 3.354
Pinheiro Machado 10.943 3,59 2,85% 3.046
Jucelino Kubtschek 13.730 2,46 1,95% 5.586
Nova Santa Marta 12.722 1,95 1,54% 6.532
Agroindustrial 224 6,75 5,35% 33
Lorenzi 5.621 4,87 3,86% 1.153
Sul Tomazetti 2.039 5,78 4,58% 353
Dom Antônio Reis 1.984 0,61 0,48% 3.262
Urlândia 8.967 2,72 2,16% 3.292
TOTAL 246.465 126,10 100,00% -

Das 41 subdivisões, o Bairro de Camobi, localizado a leste da cidade, é o mais povoado,


seguido dos bairros Centro e Juscelino Kubitschek. O Bairro de Nova Santa Marta é o seguinte
mais importante quanto ao número de habitantes.

Em outro extremo situa-se o Bairro Agroindustrial, localizado no extremo oeste da cidade, que
é onde está localizado o tecido industrial do município e, portanto, apresenta o menor número
de residentes.

Figura 53. Densidade de população dos bairros do distrito sede


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No plano de densidades anterior pode-se observar como a Região Administrativa Centro


Urbano é a que apresenta a maior densidade de população (bairros de Salgado Filho, Bonfim,
Nossa Senhora de Fátima e Centro).

Cabe indicar ainda que a densidade do Bairro de Camobi não é das mais elevadas, pois, apesar
de ser o mais povoado da cidade, é o que ocupa a maior superfície.

 Evolução da População

A evolução da população do Distrito Sede seguiu uma tendência muito similar à evolução da
população do conjunto do município já vista, dado que este distrito é essencialmente do tipo
urbano. Se forem cotejados os dados demográficos da população da referida tabela pode-se
perceber que a maioria dos novos cidadãos, no período de 1990 a 2010, estabeleceu-se no
Distrito Sede.

Figura 54. Evolução da população no Distrito Sede

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2.4.1.4. Indicadores de crescimento

Os indicadores de crescimento da população de Santa Maria têm como objetivo entender o


comportamento da evolução da população até a data e, portanto, poder prever a evolução
futura.

 Nascimentos e óbitos

A Figura abaixo apresenta o número de nascimentos ocorridos no período 2003 -2010.

Figura 55. Números de nascimentos em Santa Maria.

Fonte: Adaptado de IBGE Censo 2010. Escritório da Cidade.

Se os mesmos dados forem representados em um gráfico de linhas pode-se notar como nos
últimos anos a natalidade tem estabilizado entorno dos 3.300 nascimentos por ano.

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Figura 56. Tendência de natalidade de Santa Maria.

Analisando a mortalidade entre as pessoas com mais de 60 anos aprecia-se um aumento dos
óbitos desde o ano de 2003. Este comportamento pode ser devido a um maior número de
pessoas de mais idade relacionado, por sua vez, ao aumento de população que ocorreu no
município desde os anos 50.

Figura 57. Óbitos em pessoas com mais de 60 anos

Fonte: Adaptado de IBGE Censo 2010. Escritório da Cidade

Apesar do aumento dos óbitos, vemos que estes ficam abaixo do número de nascimentos, pelo
qual, se forem considerados somente estes dois fatores podemos supor que a população de

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Santa Maria crescerá no futuro, ainda que em menor medida que no passado, já que os
nascimentos tem estancado, enquanto as mortes seguem uma tendência crescente.

 Imigração

Com relação à distribuição por nacionalidades, quase a totalidade da população de Santa


Maria é brasileira. Segundo dados do Censo de 2010 somente 316 pessoas eram consideradas
estrangeiras.

Tabela 12. Nacionalidades da população residente em Santa Maria.

Nacionalidade Pessoas Nacionalidade

Brasileira 260.715 Brasileira

Brasileira-nata 260.558 Brasileira-nata

Brasileira por 157 Brasileira por


naturalização naturalização

Estrangeira 316 Estrangeira

Total 261.031 Total

Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Maria,


Escritório da Cidade. Censo 2010.

Se analisarmos a origem da população com relação ao município ou à unidade da federação,


observamos que a maioria dos habitantes nasceu no município, 64,1% frente a 35,9% que não
nasceu nele.

Com relação ao estado de origem, 97,3% dos residentes nasceu no Estado do Rio Grande do
Sul. Isto significa que a imigração de Santa Maria procede de populações relativamente
próximas, dentro do Estado, dado que somente 2,7% não é natural do Rio Grande do Sul.

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Tabela 13. Origem dos habitantes com relação ao município ou unidade da Federação.

Naturalidade Pessoas

Naturais do município 167.445

Não naturais do 93.586


município

Naturais da unidade da 253.930


federação

Não naturais da unidade 7.101


da federação

Total 261.031

Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Maria, Escritório da Cidade. Censo 2010.

Pode-se esperar para o futuro um incremento de população em Santa Maria proveniente do


seu entorno mais próximo.

 Deslocamento em função dos estudos

A relação do número de habitantes inscritos no município e o local onde desenvolvem sua


atividade profissional ou formativa permitem obter informação sobre a capacidade da
população para proporcionar postos de trabalho e a suficiente oferta formativa para reter os
seus habitantes.

A tabela a seguir mostra o deslocamento da população para atividades profissionais ou


estudos. Observando seus números surge que uma maioria de residentes inscritos trabalha ou
estuda em Santa Maria, enquanto os que o fazem em outro local são minoritários.

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Tabela 14. População residente. Deslocamento de residentes para o exercício profissional ou estudantil.

Faixa etária Total Trabalhavam Não Trabalhavam Trabalhavam Trabalhavam


ou trabalhavam ou ou ou
estudavam nem estudavam estudavam estudavam
no município estudavam em outro em outra em País
de residência município da Unidade da estrangeiro
Unidade da Federação
Federação

0 a 14 anos 60.565 40.565 19.765 226 10 -

15 a 24 anos 45.925 36.151 8.903 739 124 9

25 a 64 anos 119.072 77.892 39.157 1.767 205 18

65 anos ou mais 18.049 2.172 15.847 30 - -

TOTAL 243.611 156.780 83.672 2.762 339 27

Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Maria, Escritório da Cidade. Censo 2010.

A implantação da Universidade Federal e da base aérea no município explicaria o fato pelo


qual o número de trabalhadores e estudantes que se deslocam fora de Santa Maria é pequeno,
3.126 pessoas, 1,13% da população.

No entanto, a dinamização que a universidade e a base aérea produzem na economia local não
é suficiente para ocupar uma boa parte da sociedade. Destaca-se o número de pessoas que
não trabalham nem estudam e que atingem 34% da população total do município.

A este respeito poderia se pensar em um descenso da população de Santa Maria devido a uma
emigração econômica dos seus habitantes, mas o atual cenário econômico do Brasil leva a
pensar em um aumento do número de postos de trabalho em nível global e local, razão pela
qual é de se supor que, no futuro, Santa Maria poderá criar postos de trabalho para todos os
seus cidadãos, evitando assim uma emigração econômica.

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 Característica e evolução do número de moradias

A tabela a seguir mostra as principais características do parque de moradias do município.


Cabe destacar o elevado número de domicílios particulares sem ocupação.

Tabela 15. Características das moradias do município de Santa Maria.

Descrição Número

Domicílios recenseados 101.062

Domicílios particulares ocupados 87.488

Domicílios particulares ocupados com entrevista realizada 87.201

Domicílios particulares ocupados sem entrevista realizada 287

Domicílios particulares não ocupados 13.464

Domicílios particulares não ocupados de uso ocasional 6.252

Domicílios particulares não ocupados vagos 7.212

Domicílios coletivos 110

Domicílios coletivos com morador 80

Domicílios coletivos sem morador 30

Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Maria, Escritório da Cidade. Censo 2010.

Figura 58. Linha de tendência a partir dos números de natalidade de Santa Maria.

Fonte: Adaptado de IBGE Censo 2010. Escritório da Cidade.

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Encontramo-nos, portanto, com um incremento no número de moradias, parte delas vazias,


que podem acolher um futuro incremento populacional.

 Conclusão

Uma vez expostos os fatores (nascimentos e óbitos, imigração, deslocamento econômico e


parque de moradias), que levaram ao crescimento da população de Santa Maria nos últimos
anos, é de se esperar um crescimento futuro, ao se prever a manutenção dos fatores que têm
possibilitado a tendência atual.

2.4.1.5. Projeções de Populações

 Projeções de população no entorno urbano

A evolução da população será estudada considerando um horizonte de 20 anos, adotando para


a modelização o ano de 2012, como ano de início, e o ano horizonte o de 2032.

Como dados de partida consideram-se o número de habitantes na totalidade do município,


obtidos a partir dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
apresentados nos itens anteriores.

No presente item de projeção de população empregaram-se três métodos diferentes que


permitem analisar a evolução dos dados de população de anos anteriores, e extrapolar os
resultados aos anos futuros.

Os três modelos de cálculo utilizados são o Modelo Geométrico, o Modelo Aritmético e o


Modelo Geométrico Ponderado.

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Para o estudo de demandas posteriores será utilizado o resultado fornecido pelo modelo que
melhor se ajusta à evolução da população em anos anteriores.

O modelo geométrico ponderado foi considerado como válido pois é o que se ajusta melhor ao
descenso na taxa de crescimento de população tanto rural como urbana sofrido nas últimas
décadas.

Na seguinte tabela são apresentadas as populações a considerar no ano horizonte:

 Método geométrico

Descrição do modelo

O procedimento empregado para o cálculo da evolução de população mediante a aplicação


deste método indica-se a seguir:

1) A primeira etapa do método consiste em calcular as taxas de crescimento mediante


comparação da população do último ano do qual se dispõe de dados com a do
restante dos anos da série. Desta forma obtém-se a taxa de crescimento para
diferentes períodos de tempo.

A fórmula para o cálculo da taxa de crescimento é a seguinte:

Sendo:

P2= População no ano t2

P1= População no ano t1


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t2 = ano futuro.

t1= ano passado.

r= taxa de crescimento (%).

2) Escolha da taxa de cálculo. Escolhe-se aquela taxa de crescimento que melhor se ajusta
à série de dados existentes.

3) Cálculo do número de habitantes no ano início e no ano horizonte. Uma vez


determinado o valor de taxa de cálculo, calcula-se a projeção de população para o
futuro mediante a seguinte fórmula:

Resultados obtidos

De acordo com o descrito anteriormente, calcularam-se os valores de taxa de crescimento


obtidos para os diferentes anos da série considerada.

Tabela 16. Taxa de crescimento para os diferentes anos considerados

Taxa de crescimento Anos do período da


Ano População urbana
(%) taxa de crescimento

1950 35.097 3,31% 60

1960 36.961 3,88% 50

1970 124.136 1,75% 40

1980 154.564 1,59% 30

1990 192.415 1,28% 20

2000 230.696 0,74% 10

2010 248.347 - -

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Pode-se observar como a taxa de crescimento segue uma tendência decrescente, refletindo
uma desaceleração no aumento de população.

Para o cálculo da população considerou-se a taxa de crescimento para 60 anos, pois é a única
que cruza o valor de população de 1950 e 2010. Os dados da projeção de população para os
diferentes anos da série expressam-se a seguir, numérica e graficamente.

Tabela 17. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Geométrico

Evolução da população em Santa Maria segundo


Modelo Geométrico.

Ano População

1950 35.097

1960 48.630

1970 67.380

1980 93.361

1990 129.359

2000 179.237

2010 248.347

2012 265.085

2020 344.105

2030 446.679

2032 476.784

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Figura 59. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Geométrico

Observando os resultados obtidos podemos afirmar que o modelo geométrico não se ajusta à
tendência seguida pelos dados de população do censo, já que não reflete o descenso na taxa
de crescimento das últimas décadas.

O teto de população urbana com este método ficou em 476.784 habitantes.

 Método aritmético

Descrição do modelo

Este modelo considera um incremento constante da população com a seguinte fórmula:

Sendo:
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P = População

t = tempo

Ka = razão aritmética

Se considerado como:

P1 = População do município no tempo t1

P2 = População no tempo t2

Obtemos:

Desta forma pode-se calcular a população (P) em um tempo futuro t mediante a seguinte
expressão:

Resultados obtidos

A partir da metodologia descrita calcula-se a projeção de população urbana de Santa Maria


nos anos 2010, 2020 e 2030 e no ano horizonte 2032, considerando os dados da população de
1950 e 2010. Os resultados obtidos são os seguintes:

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Tabela 18. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Aritmético

Evolução da população em Santa Maria segundo


o Modelo Aritmético.

Ano População

2012 255.455

2020 283.889

2030 319.430

2032 326.539

Figura 60. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Aritmético

Observando os resultados podemos afirmar que o modelo aritmético não se ajusta


completamente à tendência seguida pelos dados de população do censo, já que não reflete o
descenso na taxa de crescimento das últimas décadas, mas supõe um ajuste melhor que o
geométrico.

O teto de população urbana com este método ficou em 326.539 habitantes.

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 Método geométrico ponderado (MOPU)

Descrição do modelo

O modelo de projeção de população conhecido como modelo geométrico ponderado, que é


um caso particular do método geométrico, toma como base as populações do último censo
realizado e a dos censos dos 10 e 20 anos anteriores. Com isso calculam-se as taxas de
crescimento anual cumulativo para cada um destes censos com relação ao último censo
realizado.

β desconta-se de Pa= P a-10(1+β)10

γ desconta-se de Pa= P a-20 (1+γ)20

Onde: Pa é a população do último censo

P a-10 é a população do censo de dez anos atrás

P a-20 é a população do censo de vinte anos atrás

β é a taxa anual de crescimento acumulativo nos últimos dez anos

γ é a taxa anual de crescimento acumulativo nos últimos vinte anos

A partir dos valores de β e γ calcula-se uma taxa de crescimento para a projeção de população
de modo ponderado e de acordo com a seguinte expressão:

α= (2β+γ)/3

Podendo-se estabelecer uma projeção de população dentro de t anos com o seguinte valor:

Pt = Pa (1+α)t

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Onde: Pt é a população dentro de t anos

Pa é a população atual

α é a taxa de crescimento acumulativo já definida

t é o número de anos até o horizonte previsto

Resultados obtidos

Com a metodologia descrita calculou-se a população para os anos de 2012, 2020, 2030 e 2032
a partir da população dos anos de 2010, 2000 e 1990.

Tabela 19. População urbana nos anos de 1990, 2000 2010 e a taxa de crescimento

População
Ano Taxa de crescimento
urbana

1990 192.415 γ = 0,01284

2000 230.696 β = 0,00740

2010 248.347 α = 0,00921

Obtendo-se os seguintes resultados:

Tabela 20. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Geométrico Ponderado

Ano População

2012 252.944

2020 272.200

2030 298.345

2032 303.868

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Figura 61. Evolução da população em Santa Maria segundo Modelo Geométrico Ponderado

Observando os resultados podemos afirmar que o modelo geométrico ponderado ajusta-se à


tendência seguida pelos dados de população do censo, já que reflete a queda na taxa de
crescimento das últimas décadas.

O teto de população urbana com este método ficou em 303.868 habitantes.

 Escolha do modelo de projeção demográfica para o entorno urbano

Uma vez expostas as três metodologias utilizadas para o estudo de projeção demográfica no
entorno urbano podemos extrair os seguintes resultados:

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Tabela 21. Projeções demográficas em zonas urbanas segundo os diferentes modelos utilizados

Modelo Geométrico
Ano Modelo Geométrico Modelo Aritmético
Ponderado

2012 265.085 255.455 252.944


2020 344.105 283.889 272.200
2030 446.679 319.430 298.345
2032 476.784 326.539 303.868

600.000

500.000

400.000
Habitantes

300.000

200.000

100.000

0
2010 2020 2030

Ano
Modelo geometrico Modelo aritmetico Modelo aritmetico ponderado

Figura 62. Projeções demográficas segundo diferentes metodologias

Devido aos dados expostos podemos estabelecer as seguintes conclusões:

o A modelagem que nos leva a uma maior população no ano horizonte é o modelo
geométrico, que se afasta em excesso dos outros dois modelos empregados.
o Uma vez descartado o modelo geométrico não há diferenças significativas entre o
modelo aritmético e o geométrico ponderado.

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Por isso, e depois de ver que o modelo geométrico ponderado se ajusta melhor ao descenso
na taxa de crescimento de população sofrido nas últimas décadas, escolhemos este como
modelo válido.

Portanto, podemos estabelecer para o ano horizonte de 2032 uma população de 303.868
habitantes na zona urbana do município de Santa Maria.

Chegados a este ponto, é importante destacar que esta população horizonte estabeleceu-se
com projeções demográficas baseadas em históricos, sem levar em conta outros fatores, como
vontades políticas ou condicionantes econômicos, pelo qual terão que ser revistas estas
projeções no caso de mudanças nas tendências por fatores políticos ou econômicos.

 Projeções de população no entorno rural

Ao igual com o que se fez no caso da população urbana, neste item realiza-se uma projeção
demográfica da população localizada no entorno rural seguindo os mesmos modelos
demográficos: modelo aritmético, modelo geométrico e modelo geométrico ponderado.

A descrição dos três modelos realizou-se no item anterior, pelo qual nos limitaremos aqui à
exposição dos resultados para o caso das projeções de população no entorno rural.

 Método geométrico

Com os dados de população rural obtêm-se os valores de taxa de crescimento obtidos para os
diferentes anos da série considerada.

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Tabela 22. Taxa de crescimento para os diferentes anos da série

Taxa de crescimento Anos do período da


Ano População rural
(%) taxa de crescimento

1950 47.904 -2,19% 60


1960 85.014 -3,73% 50
1970 32.474 -2,32% 40
1980 27.014 -2,49% 30
1990 21.744 -2,66 % 20
2000 12.915 -0,18% 10
2010 12.684 - -

Pode-se observar como a taxa de crescimento é negativa e esta diminuição de população


segue uma tendência decrescente, refletindo uma desaceleração no descenso de população.

Para o cálculo da população tomou-se a taxa de crescimento há 60 anos, pois é a única que
cruza com o valor de população de 1950 e 2010. Os dados da projeção de população para os
diferentes anos da série, e com a taxa de crescimento escolhida, são os seguintes:

Tabela 23. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Geométrico

Evolução da população em Santa Maria segundo


Modelo Geométrico.
Ano População
1950 47.904
1960 38.387
1970 30.761
1980 24.650
1990 19.753
2000 15.821
2010 12.684
2012 12.134
2020 10.164
2030 8.514
2032 8.145

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Figura 63. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Geométrico

Observando os resultados podemos afirmar que o modelo geométrico ajusta-se parcialmente


à tendência seguida pelos dados de população do censo, ainda que não reflita o descenso na
diminuição de população para a última década.

O teto de população urbana com este método ficou em 8.145 habitantes.

 Método aritmético

Considerando os dados de população rural de 1950 e 2010, os resultados obtidos são os


seguintes:

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Tabela 24. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Aritmético

Evolução da população em Santa Maria segundo


Modelo Aritmético.

Ano População
2012 11.510
2020 6.814
2030 944
2032 0 (*)
(*) o calculo matemático apresenta uma projeção
de -230 habitantes para o ano de 2032

Figura 64. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Aritmético

Observando os resultados podemos afirmar que o modelo aritmético não se ajusta à tendência
seguida pelos dados de população do censo, já que não reflete o descenso na taxa de
crescimento das últimas décadas.

O teto de população rural com este método ficou em 0 habitantes.

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 Método geométrico ponderado (MOPU)

Com esta metodologia calculou-se a população para os anos de 2012, 2020, 2030 e 2032, a
partir da população dos anos de 2010, 2000 e 1990.

Tabela 25. População rural nos anos de 1990, 2000 e 2010 e taxa de crescimento

Ano População rural Taxa de crescimento

1990 21.744 γ = -0,02659

2000 12.915 β = -0,00180

2010 12.684 α = -0,01007

Obtiveram-se os seguintes resultados:

Tabela 26. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Geométrico Ponderado

Ano População

2012 12.430

2020 11.464

2030 10.361

2032 10.153

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Figura 65. Evolução da população de Santa Maria segundo Modelo Geométrico Ponderado

Observando os resultados podemos afirmar que o modelo geométrico ponderado se ajusta à


tendência seguida pelos dados de população do censo, já que reflete o descenso na taxa de
decremento de população da última década.

O teto de população rural com este método ficou em 10.153 habitantes.

 Escolha do modelo de projeção demográfica para o entorno rural

Uma vez expostas as três metodologias utilizadas para o estudo de projeção demográfica no
entorno rural podemos extrair os seguintes resultados:

Tabela 27. Projeções demográficas em zonas rurais segundo os diferentes modelos

Modelo Geométrico
Ano Modelo Geométrico Modelo Aritmético
Ponderado

2012 12.134 11.510 12.430


2020 10.164 6.814 11.464
2030 8.514 944 10.361
2032 8.145 0 10.153

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14.000

12.000

10.000
Habitantes

8.000

6.000

4.000

2.000

0
2010 2020 2030

Ano
Modelo geometrico Modelo aritmetico Modelo geometrico ponderado

Figura 66. Projeções demográficas segundo diferentes metodologias

Devido aos dados expostos podemos estabelecer as seguintes conclusões:

o A modelagem que nos leva a uma menor população no ano horizonte é o


modelo aritmético que, com uma população de 0 habitantes (-230 habitantes
segundo a formulação matemática), afasta-se em excesso dos outros dois
modelos empregados.
o Uma vez descartado o modelo aritmético não há diferenças significativas entre
os modelos geométrico e geométrico ponderado.

Por isso, e depois de ver que o modelo geométrico ponderado se ajusta melhor ao descenso
na taxa de decrescimento de população obtido nas últimas décadas, escolhemos este como
modelo válido.

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Portanto, podemos estabelecer para o ano horizonte de 2032 uma população de 10.156
habitantes na zona rural do município de Santa Maria.

Ao igual que no caso da projeção da população urbana, este teto de população estabeleceu-se
em base em históricos de população e, portanto, podem-se ver alterados por mudanças de
tendências, por vontades políticas ou conjunturas econômicas.

 Resumo das Projeções de população

Como resumo mostra-se a seguinte tabela, na qual são apresentadas as populações a


considerar no ano horizonte:

Tabela 28. Populações atuais e futuras

Ano 2010 Ano 2032 Incremento Incremento

(habitantes) (habitantes) (habitantes) (%)

População rural 12.684 10.153 -2.531 -19,95

População urbana 248.347 303.868 55.521 22,36

População total 261.031 314.021 52.990 20,30

350.000

300.000

250.000

200.000

2010
150.000
2032
100.000

50.000
2032
0

População rural 2010


População urbana
População total

Figura 67. Populações atuais e futuras


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Figura 68. Populações atuais e futuras

2.4.1.6. Discretização Zonal Da População Prevista

Uma vez estabelecidos os tetos de população a considerar no ano horizonte, é necessário


distribuir geograficamente esta população, com o fim de poder dimensionar as infraestruturas
necessárias para satisfazer as necessidades destes novos habitantes.

Os critérios básicos para esta discretização zonal foram os seguintes:

o Supôs-se que o incremento de população, decrescimento no caso de


população rural, será realizada de modo proporcional à população atual de
cada distrito.
o Dentro do Distrito Sede se suporá que a nova população que se estabelecer no
período 2010-2032 estará localizada naqueles locais com maior disponibilidade
de espaço e menor densidade de população.

Com estas duas premissas básicas obtêm-se uma distribuição, cujo desenvolvimento será visto
nos seguintes itens, com as seguintes características:

o O principal incremento de população (95%) de todo o município ficará no


Distrito Sede.
o Dentro deste distrito, os bairros que sofrem um maior incremento de
população são os situados nas seguintes regiões administrativas:

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 Centro Leste (bairros de Cerrito, Pé de Plátano e Diácono João Luiz


Pozzobon),
 Nordeste (bairro de Campestre do Menino Deus),
 Oeste (bairros de Boi Morto e Agro Industrial) e
 Sul (bairro de Tomazzeti).

Regiões que a Lei de uso do solo do município de Santa Maria, de novembro de 2009,
contempla como de maior crescimento.

 Discretização por Distritos

A partir dos dados de incremento de população já mostrados e distribuindo estes de forma


proporcional à população atual de cada um dos distritos, podemos estabelecer os seguintes
tetos de população para o ano horizonte:

Tabela 29. População por distritos no ano horizonte

DISTRITO POPULAÇÃO DENSIDADE CRESCIMENTO CRESCIMENTO POPULAÇÃO


2010 2010 POPULAÇÃO POPULAÇÃO 2032
2
(Hab/km ) URBANA RURAL

2010-2032 2010-2032

Pains 4.146 30,96 883 -40 4.989


Boca do Monte 2.941 10,84 626 -29 3.538
Arroio Grande 2.702 20,81 575 -26 3.251
Santa Flora 1.074 2,06 229 -10 1.293
Arroio do Sol 944 6,04 201 -9 1.136
Palma 856 9,03 182 -8 1.030
São Valentin 565 3,43 120 -5 680
Passo do Verde 531 4,04 113 -5 639
Santo Antão 531 10,13 113 -5 639
Sede 246.465 1.954,34 52.478 -2.392 296.551

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Figura 69. População por Distrito no horizonte

 Discretização por bairros dentro do Distrito Sede

Uma vez fixado o teto de população por distritos no ano horizonte (2032), dividiu-se por
bairros a população do distrito Sede.

Esta distribuição, como já foi comentado, foi realizada conforme o seguinte critério: a nova
população que se estabelecer no período 2010-2032 estará localizada naqueles locais com
maior disponibilidade de espaço e menor densidade atual de população.

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Este critério se traduz em dois objetivos:

o Distribuição do incremento de população de forma proporcional à área de


cada bairro.
o Ponderação desta distribuição em função da densidade de população atual.

Por isso definiram-se certas áreas ponderadas para levar em conta os dois fatores ao mesmo
tempo, para posteriormente distribuir o incremento de população proporcionalmente a estas
áreas ponderadas. Com esta metodologia obtêm-se os dois objetivos buscados.

Os fatores de ponderação das áreas tem sido os seguintes:

o K=5 para setores com uma densidade atual de população menor ou igual a 500
hab/km2.
o K=4 para setores com uma densidade atual de população entre 501 e 1000
hab/km2.
o K=3 para setores com uma densidade atual de população entre 1.001 e 5.000
hab/km2.
o K=2 para setores com uma densidade atual de população entre 5.001 e 10.000
hab/km2.
o K= 1 para setores com uma densidade atual de população maior que 10.000
hab/km2.

A esta norma geral aplicaram-se duas exceções:

o Ao bairro Campestre do Menino Deus, ao qual corresponderia um coeficiente


K=5 pela sua densidade de população, aplicou-se um coeficiente K=3 para levar
em conta que uma parte do bairro é ocupada por uma represa e outra parte
do bairro está ao pé de uma montanha.

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Figura 70. Bairro Campestre do Menino de Deus

o Ao bairro Agroindustrial aplica-se um K=1 no lugar de K=5, como


corresponderia pela sua densidade de população, ao ser uma zona industrial,
onde a população não se instalará.

Figura 71. Bairro Agroindustrial

Desta forma obtêm-se as seguintes populações por bairros:

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Tabela 30. População do distrito Sede por bairros no ano horizonte

Coeficiente Crescimento
Densidade Crescimento Crescimento População
População de Área População
Região Área Demográfica População População Total
Nome 2010 Área (%) ponderação Ponderada Total
administrativa (km2) Hab./km2 urbana 2010- rural 2010- 2032
(Hab.) de área por (km2) 2010-2032
2010 2032 (hab) 2032 (hab) (habitantes)
densidade (%)
Nossa Senhora Medianeira 9.030 1,91 1,51% 4.740 demográfica
3 5,72 726 -33 9.722 7,67
Nonoai 4.168 0,61 0,48% 6.867 2 1,21 154 -7 4.315 3,53
Nossa Senhora de Lourdes 5.993 1,47 1,17% 4.075 3 4,41 560 -26 6.528 8,92
Centro Urbano
Nossa Senhora de Fatima 8.836 0,84 0,67% 10.460 1 0,84 107 -5 8.938 1,16
Bonfim 7.157 0,55 0,44% 13.023 1 0,55 70 -3 7.224 0,93
Centro 17.847 1,90 1,51% 9.388 2 3,80 483 -22 18.308 2,58
Nossa Senhora do Rosário 6.769 0,85 0,68% 7.951 2 1,70 216 -10 6.975 3,05
Cerrito 1.127 4,78 3,79% 236 5 23,89 3.033 -138 4.022 256,84
Centro-Leste São José 5.697 4,69 3,72% 1.214 3 14,08 1.787 -81 7.402 29,94
Pé-de-Plátano 2.200 4,14 3,28% 532 5 20,68 2.626 -120 4.706 113,91
Diácono João Luiz Pozzobon 3.152 7,63 6,05% 413 5 38,14 4.842 -221 7.773 146,62
Uglione 1.808 0,68 0,54% 2.665 3 2,04 258 -12 2.055 13,64
Centro-Oeste
Duque de Caxias 3.339 0,63 0,50% 5.271 2 1,27 161 -7 3.492 4,60
Patronato 2.575 1,18 0,94% 2.178 3 3,55 450 -21 3.005 16,69
Noal 7.582 1,25 0,99% 6.054 2 2,50 318 -14 7.885 4,00
Passo D'Areia 6.995 2,66 2,11% 2.627 3 7,99 1.014 -46 7.963 13,84

Leste Camobi 21.822 20,35 16,13% 1.073 3 61,04 7.748 -353 29.217 33,89
Nossa Senhora das Dores 4.656 1,10 0,87% 4.231 3 3,30 419 -19 5.056 8,59
Menino Jesus 5.410 0,60 0,48% 8.967 2 1,21 153 -7 5.556 2,70
Nordeste Presidente João Goulart 6.252 1,81 1,43% 3.462 3 5,42 688 -31 6.908 10,50
Itararé 7.300 2,32 1,84% 3.153 3 6,95 882 -40 8.142 11,53
Campestre do Menino Deus 2.697 8,59 6,81% 314 3 25,76 3.271 -149 5.819 115,74
Km Três 2.504 3,39 2,69% 739 4 13,55 1.721 -78 4.146 65,58

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Continuação.

Coeficiente Crescimento
Densidade Crescimento Crescimento População
População de Área População
Região Área Demográfica População População Total
Nome 2010 Área (%) ponderação Ponderada Total
administrativa (km2) Hab./km2 urbana 2010- rural 2010- 2032
(Hab.) de área por (km2) 2010-2032
2010 2032 (hab) 2032 (hab) (habitantes)
densidade (%)
Nossa Senhora Medianeira 9.030 1,91 1,51% 4.740 demográfica
3 5,72 726 -33 9.722 7,67
Nonoai 4.168 0,61 0,48% 6.867 2 1,21 154 -7 4.315 3,53
Nossa Senhora de Lourdes 5.993 1,47 1,17% 4.075 3 4,41 560 -26 6.528 8,92
Centro Urbano
Nossa Senhora de Fatima 8.836 0,84 0,67% 10.460 1 0,84 107 -5 8.938 1,16
Bonfim 7.157 0,55 0,44% 13.023 1 0,55 70 -3 7.224 0,93
Centro 17.847 1,90 1,51% 9.388 2 3,80 483 -22 18.308 2,58
Nossa Senhora do Rosário 6.769 0,85 0,68% 7.951 2 1,70 216 -10 6.975 3,05
Cerrito 1.127 4,78 3,79% 236 5 23,89 3.033 -138 4.022 256,84
São José 5.697 4,69 3,72% 1.214 3 14,08 1.787 -81 7.402 29,94
Centro-Leste
Pé-de-Plátano 2.200 4,14 3,28% 532 5 20,68 2.626 -120 4.706 113,91
Diácono João Luiz Pozzobon 3.152 7,63 6,05% 413 5 38,14 4.842 -221 7.773 146,62

Uglione 1.808 0,68 0,54% 2.665 3 2,04 258 -12 2.055 13,64
Centro-Oeste
Duque de Caxias 3.339 0,63 0,50% 5.271 2 1,27 161 -7 3.492 4,60
Patronato 2.575 1,18 0,94% 2.178 3 3,55 450 -21 3.005 16,69
Noal 7.582 1,25 0,99% 6.054 2 2,50 318 -14 7.885 4,00
Passo D'Areia 6.995 2,66 2,11% 2.627 3 7,99 1.014 -46 7.963 13,84
Leste Camobi 21.822 20,35 16,13% 1.073 3 61,04 7.748 -353 29.217 33,89
Nossa Senhora das Dores 4.656 1,10 0,87% 4.231 3 3,30 419 -19 5.056 8,59
Menino Jesus 5.410 0,60 0,48% 8.967 2 1,21 153 -7 5.556 2,70
Nordeste Presidente João Goulart 6.252 1,81 1,43% 3.462 3 5,42 688 -31 6.908 10,50
Itararé 7.300 2,32 1,84% 3.153 3 6,95 882 -40 8.142 11,53
Campestre do Menino Deus 2.697 8,59 6,81% 314 3 25,76 3.271 -149 5.819 115,74
Km Três 2.504 3,39 2,69% 739 4 13,55 1.721 -78 4.146 65,58

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Continuação.

Coeficiente de Crescimento
Densidade Crescimento Crescimento População
ponderação Área População
População Área Demográfica População População Total
Região administrativa Nome Área (%) de área por Ponderada Total
2010 (Hab.) (km2) Hab./km2 urbana 2010- rural 2010- 2032
densidade (km2) 2010-2032
2010 2032 (hab) 2032 (hab) (habitantes)
demográfica (%)

Divina 1.347 0,84 0,67% 1.602 3 2,52 320 -15 1.653 22,69
Carolina
Providência 3.356 0,46 0,36% 7.374 2 0,91 116 -5 3.466 3,29
Salgado Filho 9.801 0,74 0,59% 13.235 1 0,74 94 -4 9.891 0,92
Norte Caturrita 3.211 3,88 3,07% 828 4 15,51 1.969 -90 5.090 58,52
Chácara das
3.939 2,01 1,60% 1.956 3 6,04 767 -35 4.671 18,58
Flores

Nossa Senhora 6.151 4,00 3,17% 1.537 3 12,01 1.524 -69 7.606 23,65
BoiPerpétuo
do Morto 2.561 5,84 4,63% 439 5 29,18 3.705 -169 6.097 138,06
Renascença 1.791 1,43 1,13% 1.254 3 4,28 544 -25 2.310 28,99
Socorro
São João 1.706 0,84 0,66% 2.036 3 2,51 319 -15 2.010 17,85
Oeste Tancredo 11.456 3,42 2,71% 3.354 3 10,25 1.301 -59 12.697 10,84
Pinheiro
Neves 10.943 3,59 2,85% 3.046 3 10,78 1.368 -62 12.249 11,93
Jucelino
Machado 13.730 2,46 1,95% 5.586 2 4,92 624 -28 14.326 4,34
Nova Santa
Kubtschek 12.722 1,95 1,54% 6.532 2 3,90 494 -23 13.194 3,71
Agroindustrial
Marta 224 6,75 5,35% 33 1 6,75 857 -39 1.042 365,21
Lorenzi 5.621 4,87 3,86% 1.153 3 14,62 1.856 -85 7.392 31,51
Sul Tomazetti 2.039 5,78 4,58% 353 5 28,88 3.666 -167 5.538 171,59
Dom Antônio 1.984 0,61 0,48% 3.262 3 1,82 232 -11 2.205 11,14
Urlândia
Reis 8.967 2,72 2,16% 3.292 3 8,17 1.037 -47 9.957 11,04
TOTAL 246.465 126,10 100,00% - - 413,40 52.478 -2.392 296.551 -

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Figura 72. População do distrito Sede por bairros no ano horizonte

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1.5.2 Estudo de Demanda e Oferta

1.4.2.1. Definições

Ao longo de todo o capítulo citam-se os seguintes termos cujo significado mostra-se a seguir:

o Coeficiente de escoamento: é a relação entre o volume de chuva líquida (ou de


escoamento) e o da chuva total e, portanto, teoricamente varia na classe de valores
entre 0 e 1.
o O coeficiente de escoamento utiliza-se na metodologia do método racional, método
empregado na transformação chuva-escoamento e que se verá com detalhe na
sequencia do documento.
o Bacia hidrológica: uma parte da superfície terrestre cujas águas fluem para um mesmo
ponto.

Figura 73. Representação de uma bacia hidrológica

o Curvas IDF (intensidade-duração-frequência): relação matemática, geralmente


empírica, entre a intensidade de uma precipitação, sua duração e a frequência
expressada com seu período de retorno (vide definição).

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Figura 74. Exemplo de curvas IDF

Como mostrado na imagem anterior, durações menores implicam maiores


intensidades de chuva.

o Número de Curva (NC): número adimensional empregado no Método dos Complexos


Hidrológicos, formulado pelo Soil Conservation Service (SCS) do departamento de
Agricultura dos Estados Unidos, e que permite estabelecer o volume de água de
escoamento para uma precipitação dada.
Este número de curva, para condições médias de umidade no solo, depende do uso do
solo, as características hidrológicas, pendente e tipo de solo. Seu valor é
compreendido entre 0 e 100, correspondendo o valor 0 a bacias totalmente
permeáveis, e que não escorrem nada, e 100 a bacias totalmente impermeáveis, que
escorrem tudo.
o Período de retorno: é o tempo esperado, ou tempo médio, entre dois casos
improváveis e com possíveis efeitos catastróficos. Assim, em engenheira hidráulica, o
período de retorno será o tempo médio entre duas trombas de água acima de uma
certa vazão.
o Tempo de concentração: é o tempo que demora uma gota de água do ponto mais
afastado da saída de uma bacia para atingir a referida saída.
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o Limite de escoamento: é a precipitação a partir da qual o terreno não é capaz de


infiltrar mais água e esta corre sobre a superfície em um fluxo difuso. Este limite
depende da umidade inicial do solo, do uso do solo, do tipo de solo e da pendente,
entre outras.

1.4.2.2. Objetivos, Critérios e Parâmetros Adotados

Neste estudo de demanda da rede de drenagem pretende-se analisar de forma qualitativa, e


comparando com a situação atual, as afecções dos novos desenvolvimentos urbanísticos à
rede de drenagem, para poder conhecer a necessidade ou não de construção de novas
infraestruturas hidráulicas de drenagem ou a ampliação das existentes.

Esta análise limitar-se-á ao entorno urbano (Distrito Sede), que é o de maior crescimento
previsto e no qual há problemas de drenagem atualmente.

O dimensionamento de qualquer infraestrutura desenhada para veicular água em regime de


lâmina livre, como é o caso da rede de drenagem, deverá se basear no estudo da capacidade
de transporte de água da referida infraestrutura versus a vazão máxima de água a veicular.

A vazão máxima de água a veicular corresponderá à vazão de escoamento que se produz na


bacia contributiva, e dependerá dos seguintes fatores:

o Intensidade de chuva caída na bacia


o Extensão da área de aporte da bacia vertente
o Impermeabilidade da área contributiva

A capacidade de transporte de um leito, natural ou artificial, em regime de lâmina livre


depende dos seguintes fatores:

o A inclinação longitudinal do leito


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o A forma da seção transversal


o O material de que são compostas as paredes da referida seção transversal

Neste estudo nos centraremos na análise do primeiro fator (vazões de escoamento), deixando
a análise detalhada da capacidade das infraestruturas para estudos posteriores.

 Efeitos do processo urbanizador na drenagem urbana

Para estes efeitos deverá entender-se como processo urbanizador o aumento de


impermeabilização do solo pela passagem de um uso natural, mais permeável, a outro mais
impermeável, como são os telhados ou pavimentos.

O impacto típico do processo urbanizador na hidrologia urbana mostra-se na seguinte figura e


pode-se resumir em dois efeitos.

Figura 75. Efeitos hidrológicos do processo urbanizador

o Por um lado, o volume total de escoamento é maior ao reduzir a infiltração no


terreno como produto do aumento da impermeabilidade.
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o Também aumenta o valor da vazão máxima de escoamento (vide formulação


do Método Racional) já que, mantendo-se a área de aporte (A), aumenta-se o
coeficiente de escoamento (Ce) e o valor da intensidade de chuva de projeto
(It). Este aumento da intensidade de chuva se deve a que bacias mais
impermeáveis implicam maiores velocidades de circulação da água por
superfície, o que implica menor tempo de concentração e, portanto, maior
intensidade de chuva (vide definição de curvas intensidade-duração-
frequência)

Será fundamental, portanto, poder quantificar as vazões ponta produzidas, que serão as que
determinarão o dimensionamento das infraestruturas de drenagem. Estas vazões ponta
poderão ser quantificadas com o método racional, cuja formulação apresenta-se no item
seguinte.

 Método Racional de cálculo de vazões máximas de escoamento

Segundo a formulação do Método Racional, método muito utilizado em hidrologia para a


transformação de chuva em escoamento, a vazão máxima na saída de uma bacia hidrológica
pode estabelecer-se mediante a seguinte formulação:

Ce  I t  A
PF  K 
3,6

Onde:

PF= vazão máxima de escoamento na saída da bacia, em m3/s

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K= coeficiente representativo do grau de uniformidade com que se divide o


escoamento. Seu valor depende do efeito das pontas de precipitação,
oscilando entre 1 (hipótese ideal de divisão uniforme de chuva no intervalo
considerado) e 2 (hipótese oposta de concentração extrema de escoamento
em um instante).

Ce= coeficiente médio de escoamento da bacia drenada (vide definição no


item correspondente)

It =intensidade média de precipitação em mm/h correspondente ao período de


retorno considerado, e a uma duração em horas igual ao tempo de
concentração da bacia (vide definição no item correspondente).

A= é a área da bacia drenada em Km2

O fluxo de escoamento depende, portanto, da intensidade de chuva, da área da bacia e da


impermeabilização da mesma.

O processo de urbanização de novos desenvolvimentos no entorno urbano implicará um


aumento da impermeabilidade do solo, fator que determinará o incremento de vazões
drenados, com relação à situação atual, se forem supostos constantes os outros dois fatores,
como pode ser feito neste caso:

o Suporemos que as tendências climáticas não variarão nos próximos vinte anos
e, portanto, poderemos assumir como futuras as distribuições estadísticas
atuais de intensidades de chuva.
o No se esperam, no horizonte do âmbito deste estudo, fatores erosivos ou
humanos que alterem a delimitação e, portanto, a área das bacias atuais.

Por isso assumiremos que a variação de vazões de escoamento entre a situação atual e
futura dependerá somente da variação no coeficiente de escoamento do solo pelo processo
urbanizador.

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1.4.2.3. Hidrografia e sistema de drenagem atual do município de


Santa Maria

 Hidrografia

Como comentado no diagnóstico, a hidrografia do município de Santa Maria apresenta grande


densidade de cursos de água, que servem de eixos de drenagem natural para as águas pluviais.

Em concreto, na zona urbana do distrito Sede há vários arroios e sangas, que atravessam a
malha urbana, e que formam os eixos de macrodrenagem urbana que evacuam o escoamento
gerado.

Figura 76. Hidrografia da zona urbana (distrito Sede)

Dentro dos cursos de água que atravessam a zona urbana do distrito Sede cabe destacar as
Sangas da Aldeia e do Hospital; os arroios Ferreira, Cadena e Cancela e o Rio Vacacaí Mirim.

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Figura 77. Principais cursos de água no entorno urbano do distrito Sede

 Rede de Drenagem Urbana

A rede de drenagem urbana do distrito Sede divide-se em dois níveis

o Microdrenagem: conjunto de infraestruturas construídas para drenar


pequenas áreas e que contempla a execução de elementos de captação (bocas
de lobo), bem como conduções de transporte dos elementos de captação até a
rede de macrodrenagem.
o Macrodrenagem: conjunto de canalizações, naturais ou não, que recolhem as
águas da rede de microdrenagem e as conduzem fora do âmbito de estudo.
Dentro deste nível incluem-se galerias de grande tamanho e corpos receptores
de água (rios ou canais).

 Rede de microdrenagem

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A rede de microdrenagem existente no município de Santa Maria é bastante fragmentada e


conta com poucos trechos de tubulações, fazendo com que a drenagem pluvial seja realizada
diretamente pelas sarjetas e leito das ruas e avenidas.

Uma característica generalizável para toda a extensão da região urbana é a presença de


estruturas de microdrenagem apenas nas partes mais baixas e planas, fazendo com que a água
escoe pelas ruas até atingir estas zonas.

Este escoamento causa a degradação da pavimentação e transtornos para a circulação de


veículos e pedestres, inclusive entrando em algumas residências.

Devido aos gradientes de declividade da cidade, os alagamentos são de pequena duração,


causando transtornos por pouco tempo, o que provoca uma menor priorização de
investimentos públicos para a minimização dos alagamentos e seus efeitos.

Ainda, a infraestrutura de microdrenagem existente é bastante arcaica e não segue uma


padronização construtiva, que juntamente com a falta de manutenção causa risco de acidente
à população.

Figura 78. Elementos de microdrenagem existente em Santa Maria

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 Rede de macrodrenagem

A rede de macrodrenagem é composta por canais naturais e artificiais, sendo os canais


naturais o tipo de canal presente na maior parte da rede de macrodrenagem.

Nos arroios e sangas ocorrem problemas de inundações, principalmente devido à ocupação


das margens, deposição de resíduos de todo tipo e crescimento de vegetação no leito dos
cursos d’água, facilitada pela grande concentração de nutrientes nas águas contaminadas por
esgotos domésticos.

Figura 79. Exemplo de sanga de Santa Maria utilizada como macrodrenagem

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1.4.2.4. Análise da Impermeabilidade do Solo

Neste item serão analisadas as impermeabilidades atuais e futuras para poder estabelecer
posteriormente, de uma forma qualitativa, as consequências deste aumento de
impermeabilização.

 Impermeabilidade atual

Para analisar a impermeabilidade do solo podemos recorrer a dois parâmetros análogos em


função do método hidrológico que empreguemos para o cálculo do escoamento: coeficiente
de escoamento no caso do Método Racional, e número de curva no caso do Método dos
Complexos Hidrológicos.

Neste caso analisaremos a impermeabilidade com o número de curva, ao ser esta a


informação disponível.

A impermeabilidade atual do caso urbano de Santa Maria é a mostrada na seguinte figura, na


qual os valores de número de curva próximos a 100 representam solos muito impermeáveis, e
valores de número de curva mais baixos representam terrenos mais permeáveis.

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Figura 80. Número de curva atual no distrito Sede.

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Da imagem anterior podemos tirar as seguintes conclusões:

o Os terrenos mais impermeáveis (números de curva entre 94 e 80) situam-se


nos bairros do centro (Salgado Filho, Bonfim, Nossa Senhora da Fátima,
Centro, Nossa Senhora do Rosário, Carolina, Nonoai, Passo de Aérea, Divina
Providencia e Noal) que são os de maior densidade populacional atualmente.

Figura 81. Destacados em azul, bairros acêntricos com maior número de curva (mas impermeáveis)

Figura 82. Densidade de população dos bairros do distrito Sede.


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Há também algumas zonas de elevada impermeabilidade (número de curva entre 94 e 80),


fora da zona centro, com uma densidade de população global do bairro não excessivamente
alta, mas com grandes extensões impermeáveis rodeadas de terrenos mais permeáveis.

Este é o caso dos bairros de Agroindustrial, Tancredo Neves, Pinheiro Machado, Urlândia e
Uglione.

Figura 83. Destacados em azul, bairros periféricos com zonas pontuais de elevada
impermeabilidade

Figura 84. Detalhe de bairros periféricos com zonas pontuais de elevada impermeabilidade

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o Os terrenos mais permeáveis (números de curva inferiores a 66) situam-se nos


bairros mais periféricos, como Agro-Industrial ou Tancredo Neves, vistos no
item anterior, além de outros, como Boi Morto, Lorenzi, Tomazetti, Camobi,
Pé-de-Plátano ou São José, que são os de menor densidade populacional
atualmente.

Figura 85. Destacados em azul, bairros periféricos com menor número de curva (mais permeáveis)

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Detalhe 1 Detalhe 2

Figura 86. Detalhe de bairros periféricos com menor número de curva (permeáveis)

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 Impermeabilidade futura

Ao não se dispor de dados suficientes, não se pode estabelecer com exatidão o número de
curva de cada um dos bairros, uma vez ocorrido o crescimento da cidade previsto no estudo
populacional. Não obstante, pode-se estabelecer uma hipótese que sirva para quantificar,
ainda que de forma aproximada, as impermeabilidades futuras.

Estas hipóteses são as seguintes:

o Os bairros do distrito centro, vistos no item anterior, dispõem atualmente de


uma impermeabilidade muito elevada (número de curva em torno do valor de
85). Por isso, será muito difícil que aumente substancialmente a
impermeabilidade, ao estar esta limitada superiormente por um valor de 100,
que corresponderia a uma superfície teórica totalmente impermeável.
Esta limitação no aumento da impermeabilidade implicará uma limitação no
aumento do fluxo máximo de drenagem. Portanto, nestes bairros o
incremento de população não implicará uma afeção significativa à rede de
drenagem.
o Os bairros nos quais atualmente a impermeabilidade é mais baixa (valores de
número de curva abaixo de 66) são os que, a priori, terão maior percurso na
hora de aumentar sua impermeabilidade. Ainda assim, serão estes bairros nos
quais se prevê um aumento maior de população, ao dispor de um maior solo
natural desocupado, como se viu no estudo de projeção de população.

Neste caso ocorrerá um aumento de impermeabilidade, que implicará um aumento de


vazões máximos, e que terá influência na rede de drenagem que será quantificada no
item correspondente.

Consideraremos, portanto, que os bairros mais centrais não incrementarão substancialmente


seu número de curva (escoamento), e que os novos desenvolvimentos em bairros mais
periféricos (Agro-Industrial, Tancredo Neves, Boi Morto, Lorenzi, Tomazetti, Camobi, Pé-de-
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Plátano ou São José) sofrerão um aumento do número de curva até o valor de 80. Este valor
de 80 para o número de curva é um valor médio nos bairros centrais já consolidados.

É importante destacar que este aumento de impermeabilidade foi considerado, dentro dos
bairros periféricos, somente nos novos solos a urbanizar, que não necessariamente coincidem
com a totalidade da superfície do bairro.

 Variações de Impermeabilidade

Como resumo do exposto até agora podemos estabelecer as seguintes permeabilidades


(número de curva) dos bairros do distrito Sede.

Figura 87. Bairros com aumento de impermeabilidade prevista

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Tabela 31. Variação na impermeabilidade dos novos desenvolvimentos (número de curva)

Número de Curva
Máxima Prevista nos
Bairro Número Curva Atual (*) novos
desenvolvimentos
urbanísticos
Agroindustrial 55 80
Tancredo Neves 55 80
Boi Morto 55 80
Lorenzi 55 80
Tomazetti 55 80
Pé-de-Plátano 68 80
San José 55 80
Camobi 55 80
Restante dos Bairros Próprio de cada bairro NC atual

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(*) Supostos os novos desenvolvimentos nas zonas mostradas a seguir

Zonas supostas de

desenvolvimento
urbanístico
Zona suposta de

desenvolvimento
urbanístico

Bairros Agroindustrial Bairros de Tancredo Neves

Zonas supostas de
e Boi Morto

desenvolvimento
urbanístico

Zonas supostas
de

desenvolvimento
urbanístico

Bairros de Lorenzi e Tomazetti Bairros de Pé-de-Plátano e São José

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Zona suposta de

desenvolvimento
urbanístico

Bairro de Camobi
Figura 88. Localização suposta para os novos desenvolvimentos previstos nos bairros periféricos

Com relação aos valores apresentados na tabela 1 é necessário destacar que os números de
curva atuais adotados correspondem aos dos novos desenvolvimentos, e não às
impermeabilidades médias dos setores. A isto deve-se somar que a impermeabilidade futura
prevista nestes novos desenvolvimentos será a máxima, mas concentrada nas zonas previstas
de desenvolvimento urbano, e não em todo o bairro.

1.4.2.5. Análise das vazões de escoamento

Como comentado anteriormente, quando foi apresentada a formulação de Método Racional,


assim como o restante de fatores (intensidade de chuva e área da bacia drenada), a variação
nas vazões ponta de escoamento dependerá linearmente da variação no coeficiente de
escoamento.

No item anterior analisou-se a variação da permeabilidade das bacias de Santa Maria, através
da variação do número de curva.

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O número de curva é um indicador da permeabilidade do terreno, ao igual que o coeficiente


de escoamento, mas procede de uma formulação hidrológica diferente. Teremos que buscar,
portanto, uma relação entre o coeficiente de escoamento e o número de curva, relação que é
estabelecida neste item para posteriormente poder quantificar de forma aproximada a
variação de vazões de escoamento.

 Transformações do número de curva – coeficiente de escoamento

O coeficiente de escoamento é obtido com a seguinte formulação:

( Pd  P0 )  ( Pd  23 P0 )
Ce  [1]
( Pd  11 P0 ) 2

Onde:

Ce = coeficiente de escoamento (adimensional)

Pd = volume de precipitação diária para o período de retorno considerado (mm


chuva)

P0 = limite de escoamento (mm de chuva)

Ainda, o limite de escoamento depende do número de curva, da seguinte forma.

5.080
P0   50,8 [2]
NC

Onde:

P0 = limite de escoamento (mm de chuva)

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NC = número de curva (adimensional)

Combinando as equações [1] e [2] obtemos uma relação entre o coeficiente de escoamento e
o número de curva no qual intervém também a precipitação diária.

Adotando a precipitação máxima diária registrada1 no período 1961-2012, que corresponde a


183,9 mm registrados, ou 16 de abril de 1984, obtemos a seguinte tabela de variação de
impermeabilidades, para os novos desenvolvimentos considerados no item anterior.

Tabela 32. Variação da permeabilidade (coeficiente de escoamento) nos bairros de Santa Maria após o processo
urbanizador

Incremento
Atual 2012 Futuro 2032
(%)
Bairro
Número Limite de Número Limite de
Coeficiente Coeficiente Coeficiente
de escoamento P0 de escoamento P0
Escoamento Escoamento Escoamento
Curva (mm) Curva (mm)

Agroindustrial 55 41,56 0,39 80 12,70 0,78 100,00

Tancredo Neves 55 41,56 0,39 80 12,70 0,78 100,00

Boi Morto 55 41,56 0,39 80 12,70 0,78 100,00

Lorenzi 55 41,56 0,39 80 12,70 0,78 100,00

Tomazetti 55 41,56 0,39 80 12,70 0,78 100,00

Pé-de-Plátano 68 23,91 0,59 80 12,70 0,78 32,20

São José 55 41,56 0,39 80 12,70 0,78 100,00

Camobi 55 41,56 0,39 80 12,70 0,78 100,00

1
Estação pluviométrica de Santa Maria: código INMET 83936, latitude 29,7º S, longitude 53,7º W
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 Variações de vazões de escoamento

Diretamente relacionados ao incremento do coeficiente de escoamento podemos estabelecer


os seguintes incrementos de vazões de escoamento.

Tabela 33. Variação nos vazões de escoamento para as zonas de nova urbanização

Variação prevista de vazões


Bairro
máximos de escoamento

Agroindustrial Em torno de 100%

Tancredo Neves Em torno de 100%

Boi Morto Em torno de 100%

Lorenzi Em torno de 100%

Tomazetti Em torno de 100%

Pé-de-Plátano Em torno de 30%

São José Em torno de 100%

Camobi Em torno de 100%

Restante dos Bairros Sem variação significativa

Cabe ressaltar que este aumento de vazões ocorrerá naquelas zonas que passem de rural a
urbana e que não necessariamente coincidem com a totalidade da zona.

Em definitiva, a urbanização prevista, com passagem de bacia rural a bacia urbana, nos novos
desenvolvimentos localizados nos bairros Agroindustrial, Tancredo Neves, Boi Morto, Lorenzi,
Tomazetti ou São José supõe duplicar os vazões de escoamento gerados nessas novas zonas,
hoje rurais.

Este incremento de vazões pela nova urbanização pode-se estimar em 32% no caso de Pé-de-
Plátano, enquanto que não se esperam variações significativas de vazões nos bairros centrais,
ainda com o futuro desenvolvimento previsto.

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1.4.2.6. Aplicação das redes de drenagem

Uma vez analisadas as vazões, que são os fatores que determinam o dimensionamento das
infraestruturas, é necessário determinar a necessidade de ampliação das infraestruturas de
drenagem para enfrentar o aumento esperado.

 Ampliação das redes atuais

Além das novas infraestruturas a construir nos novos desenvolvimentos, que serão vistos no
item seguinte, é necessário saber como a impermeabilização dos novos desenvolvimentos
afeta a rede atual, já que:

A rede de drenagem atualmente apresenta problemas, como indicado no item de diagnóstico,


e estes problemas poderiam agravar-se caso os novos desenvolvimentos mais impermeáveis,
e, portanto, geradores de maiores vazões de escoamento, se situem a montante das zonas
problemáticas.

Por isso será de vital importância estudar a forma de conexão das novas redes a construir nos
novos desenvolvimentos, para ver se tem afeção à rede existente, para, deste modo,
dimensionar as novas infraestruturas que solucionarem os problemas atuais com as vazões
futuros previstos.

 Rede de Microdrenagem

Os problemas descritos na etapa de diagnóstico para a rede de microdrenagem são de carácter


local (pequenas inundações de pouca duração) e é de se esperar, dado seu carácter local, que
não se agravem com a impermeabilização de novas áreas periféricas fora de sua zona de
influência.

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 Rede de Macrodrenagem

Os problemas detectados na rede de macrodrenagem na fase de diagnóstico são os seguintes:

Figura 89. Pontos problemáticos atualmente na rede de macrodrenagem

Tabela 34. Características dos pontos problemáticos atuais na rede de macrodrenagem

Ponto Localização Problemas

Alagamentos devido a retificação da saga na altura da


P1 R. João Lino Preto. Bairro Pinheiro Machado
fábrica da Coca-Cola

R. Coronel Valença, esquina com Major Bittencourt.


P2 Alagamento
Bairro Divina Providencia

Av. Borges de Medeiros/esquina com R.Cel. Estácio


P3 Afundamento/Desmoronamento
Mariense de Lemos. Bairro Noal

R. Marechal Floreiano Peixoto, esquina com R. Tuiuti.


P4 Afundamento/Desmoronamento
Bairro Centro

Av. Borges de Medeiros/ R. Papa Pio XII. Bairro Nossa


P5 Afundamento/Desmoronamento
Sra. Medianeira

P6 Av. Hélvio Basso. Bairro Uglione Contaminação de Arroio Cancela por esgotos e resíduos

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R. André Marques entre R. Silva Jardim e R. Andradas.


P7 Afundamento/Desmoronamento
Bairro Centro

R. Treze de Maio entre Dr. Wauthier e R. André


P8 Afundamento/Desmoronamento
Marques. Bairro Centro

R. sem nome, margem direita do Vacaí Mirim. Bairro


P9 Alagamento
Camobi

P10 R. Luis Petry. Bairro Camobi Ala

De todos os pontos problemáticos identificados, nos centraremos no estudo dos pontos P1, P9
e P10, ao estar o entorno de zonas com um aumento esperado de impermeabilidade. O
restante das localizações (P2 a P8) situam-se em zonas muito impermeáveis atualmente, pelo
qual não é de se esperar fortes incrementos nos vazões de escoamento nestes pontos.

Não obstante, nestes pontos (P2 a P8) será necessária a execução de um tipo de atuação,
geralmente infraestruturas, que deverá ser dimensionada com os vazões atuais.

Bairro Pinheiro Machado (P1)

Identificaram-se problemas de inundações na Rua João Lino Preto devido à retificação da


Sanga Natural.

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Figura 90. Bacia vertente ao ponto problemático P1

Como podemos observar na imagem anterior, a bacia vertente do ponto problemático P1 está
atualmente bastante consolidada pela edificação, pelo qual os vazões de desenho das
infraestruturas que constam nela não diferirão muito dos atuais.

Rio Vacacaí Mirim a sua passagem pelo Bairro de Camobi (P9)

Neste bairro foram constatados problemas de inundações na margem direita do Rio Vacacaí
Mirim.

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Figura 91. Destacada em cor mostarda a bacia urbana vertente ao ponto conflitivo P9

Na imagem anterior pode-se observar que a parte da bacia urbana incluída nos bairros de Pé-
de-Plátano e São José é bastante permeável. Considerados os desenvolvimentos previstos no
estudo de vazões, podemos esperar um incremento aproximado de 30 e 100%,
respectivamente, para as vazões de escoamento.

A parte da bacia vertente ao ponto P9 incluída no bairro de Camobi encontra-se bastante


consolidada na atualidade e não sofrerá variações consideráveis nas vazões de escoamento.

Não obstante, o incremento global de vazão neste ponto problemático será


consideravelmente menor que o incremento contemplado nos bairros de Pé-de-Plátano (30%)
e São José (100%), ao ser a bacia drenada mais ampla. Esta bacia inclui uma sub-bacia a
jusante da represa de Vacacaí Mirim e uma sub-bacia a montante, com regulação nesta
represa, que, a priori, não alterarão o seu escoamento nem o seu regime de exploração,
respectivamente.

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Figura 92. Bacia vertente ao ponto problemático P9 a jusante da represa de Vacacaí Mirim.

A parte mostrada corresponde às zonas com incremento de permeabilidade prevista.

Rua Luis Petri o Bairro de Camobi (P10)

Neste ponto ocorrem problemas de inundações, ainda que a bacia vertente a este ponto
esteja parcialmente urbanizada e edificada, esperando-se o incremento de vazões de 100 % na
zona não urbanizada, podendo supor um incremento de aproximadamente 30% do fluxo de
aporte ao ponto P10.

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Figura 93. Bacia vertente ao ponto problemático P-10

 Novas redes de drenagem

Uma vez vista a ampliação das redes atuais, passaremos a analisar a necessidade de
construção de novas infraestruturas de drenagem.

Em todos os novos desenvolvimentos deverão ser construídas redes de microdrenagem, pelo


qual a análise se centrará na necessidade ou não de construir redes de macrodrenagem.

Esta análise será feita nos bairros nos quais se espera um aumento considerável de
impermeabilidade, supondo que as redes de macrodrenagem fora destes bairros não precisam
de novas redes, mas da ampliação das existentes nos pontos problemáticos já identificados.

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Bairro Agroindustrial

Todos os possíveis novos desenvolvimentos neste bairro dispõem de saída natural das suas
águas de escoamento para diversos cursos d’água tributários do Arroio Ferreira. Por isso, não
serão necessárias novas infraestruturas de macrodrenagem, ainda que possa ser necessária a
ampliação da capacidade de transporte destes arroios devido ao incremento esperado de
100% nas vazões de escoamento geradas nas zonas não urbanizadas deste bairro.

Figura 94. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existentes atualmente no bairro Agroindustrial

Tancredo Neves

Assim como no caso do bairro Agroindustrial, há leitos naturais para desaguar a vazão gerada
nos possíveis novos desenvolvimentos localizados no bairro de Tancredo Neves para o Arroio
Ferreira, ainda que possa ser necessário aumentar a capacidade destes leitos devido ao
incremento esperado de 100% nas vazões de escoamento gerados nas zonas não urbanizadas
deste bairro.

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Figura 95. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no bairro de Tancredo Neves

Boi Morto

Neste bairro há leitos naturais para desaguar a vazão gerada nos possíveis novos
desenvolvimentos tanto para o arroio Ferreira quanto para o Arroio Picadinha. Poderá ser
necessário aumentar a capacidade destes leitos devido ao incremento esperado de 100% nos
vazões de escoamento gerados nas zonas não urbanizadas deste bairro.

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Figura 96. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no bairro do Boi Morto

Lorenzi

Neste bairro há leitos naturais para desaguar a vazão gerada nos possíveis novos
desenvolvimentos tanto para o Arroio Cadena quanto para o Arroio Passo das Tropas. Poderá
ser necessário aumentar a capacidade destes leitos devido ao incremento esperado de 100%
nas vazões de escoamento gerados nas zonas não urbanizadas deste bairro.

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Figura 97. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no bairro de Lorenzi

Tomazzeti

Há leitos naturais para desaguar o fluxo gerado nos possíveis novos desenvolvimentos tanto
para o Arroio Cadena, atravessando o Bairro Lorenzi, quanto para o Arroio Passo das Tropas.
Poderá ser necessário aumentar a capacidade destes leitos devido ao incremento esperado de
100% nos vazões de escoamento gerados nas zonas não urbanizadas deste bairro.

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Figura 98. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no bairro Lorenzi

Tomazzeti

Há leitos naturais para desaguar o fluxo gerado nos possíveis novos desenvolvimentos tanto
para o Arroio Cadena, atravessando o Bairro Lorenzi, quanto para o Arroio Passo das Tropas.
Poderá ser necessário aumentar a capacidade destes leitos devido ao incremento esperado de
100% nos vazões de escoamento gerados nas zonas não urbanizadas deste bairro.

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Figura 99. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no bairro Lorenzi

Pé-de-Plátano

Há no extremo mais oriental (vide imagem seguinte) leitos naturais para desaguar o fluxo
gerado nos possíveis novos desenvolvimentos para o Rio Vacacaí Mirim. A priori, não seria
necessário aumentar a capacidade destes leitos, devido que somente se espera um
incremento entorno de 30% nos vazões de escoamento gerados nas zonas não urbanizadas
deste bairro.

No entanto, no extremo mais ocidental será necessária a execução de estruturas de


macrodrenagem que conduzam as vazões de escoamento geradas nos novos
desenvolvimentos a urbanizar até o Rio Vacacaí Mirim.

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Figura 100. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente atualmente no bairro de Pé-de-Plátano

São José

Há leitos naturais para desaguar a vazão gerada nos possíveis novos desenvolvimentos tanto
para o Rio Vacacaí Mirim, atravessando o Bairro Pé-de-Plátano, quanto para o Arroio Passo das
Tropas. Poderá ser necessário aumentar a capacidade destes leitos devido ao incremento
esperado de 100% nas vazões de escoamento geradas nas zonas não urbanizadas deste bairro.

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Figura 101. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existentes atualmente no bairro de São José

Camobi

Há leitos naturais para desaguar a vazão gerada nos possíveis novos desenvolvimentos tanto
para o Rio Vacacaí Mirim quanto para o Arroio Passo das Tropas. Poderá ser necessário
aumentar a capacidade destes leitos devido ao incremento esperado de 100% nas vazões de
escoamento gerados nas zonas não urbanizadas deste bairro.

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Figura 102. Rede de macrodrenagem (leitos naturais) existente no bairro de Camobi

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 Resumo das ampliações de redes previstas

Como resumo inclui-se a seguinte tabela, na qual são mostradas as ampliações de redes
previstas.

Tabela 35. Ampliação de infraestruturas prevista no distrito de Sede

Ampliação da rede de microdrenagem Ampliação da rede macrodrenagem

Em novos
Em zonas consolidadas com
Bairro desenvolvimentos Ampliação leitos naturais
falta de capacidade na Em pontos problemáticos atuais
que impliquem nova atuais
atualidade
urbanização

Ponto problemático atual P1. Vazão


Agroindustrial SIM SIM de desenho futuro próximo à vazão Possível ampliação
atual

Tancredo Neves SIM SIM - Possível ampliação

Boi Morto SIM SIM - Possível ampliação

Lorenzi SIM SIM - Possível ampliação

Tomazetti SIM SIM - Possível ampliação

Obras de macrodrenagem
para conectar a parte mais
Pé-de-Plátano SIM SIM -
ocidental do bairro com o
Rio Vacacaí Mirim

San José SIM SIM - Possível ampliação

Ponto problemático atual P9. Vazão


de desenho futuro próximo à vazão
atual.
Camobi SIM SIM Possível ampliação
Ponto problemático atual P10 com
um incremento de 30% das vazões
futuras frente às vazões atuais.

Não estão previstos


Pontos problemáticos atuais P2 a P8 .
Restante dos novos
SIM Vazões de desenho futuros próximos -
Bairros desenvolvimentos que
às vazões atuais
impliquem nova

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urbanização

A esta listagem de infraestruturas a ampliar seria necessário acrescentar aquelas


infraestruturas que atualmente não apresentam problemas, mas que se encontram no limite
da sua capacidade e que possam ser insuficientes com o aumento de vazões previsto.

1.5.3 Sistema Proposto para drenagem urbana

1.4.3.1. Atuações na Rede de Drenagem

Nas tabelas a seguir mostram-se os objetivos fixados para a rede de drenagem, bem como as
ações necessárias para a consecução destes objetivos e suas fases.

Estas ações, que basicamente consistem na construção de infraestruturas, são as seguintes:

 Extensão da rede de microdrenagem mediante a construção de um pouco mais que


600 km de rede.

 Construção do entorno de 180.000 m3 de depósitos anti-DSU, prévios ao lançamento à


rede de macrodrenagem, com o fim de melhorar a qualidade das águas nos leitos
naturais abertos que formam a macrodrenagem da cidade.

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Tabela 36. Atuações contempladas para o alcance das metas estabelecidas em curto prazo para a rede de drenagem

Indicador Situação atual Meta (Ano 5) Atuação Fases necessárias

5 % da população Inventário topográfico da rede atual


0% população atendida
atendida pela rede de
pela rede de drenagem
drenagem Levantamento topográfico dos
caminhos (eixos)
14.847 habitantes Construção 31,58 km novos de
Extensão da rede de microdrenagem 0 habitantes atendidos Modelo matemático da rede de
atendidos pela rede de rede
pela rede de drenagem
METAS EM CURTO PRAZO

drenagem prevista em curto prazo e


drenagem
plano diretor

Redação de Projetos Construtivos


0 km rede 31,58 km rede
Execução das obras

5% da rede de
0% da rede de
microdrenagem Redação de Projetos Construtivos
microdrenagem construída
construída
Condições limitadoras ao meio natural 3
Construção de 9.162 m de volume
pelos lançamentos da rede de 0% do volume anti-DSP 5% do volume anti-DSP
anti-DSP
microdrenagem construído construído
Execução das obras
3
0 m de volume anti-DSP 9.162 m3 de volume
construídos anti-DSP construídos

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Tabela 37. Atuações contempladas para o alcance das metas estabelecidas em médio prazo para a rede de drenagem

Indicador Situação Inicial (Ano 5) Meta (Ano 10) Ação Fases Necessárias

25 % da população
5 % da população atendida pela
atendida pela rede de Levantamento topográfico dos
rede de drenagem
drenagem caminhos (eixos)

Extensão da rede de 74.157 habitantes


14.827 habitantes atendidos pela Construção 94,75 km novos de rede Atualização do modelo matemático da
microdrenagem atendidos pela rede de
rede de drenagem rede de drenagem acrescentando a
METAS A MEDIO PRAZO

drenagem
rede prevista em médio prazo

Redação de Projetos Construtivos


31,58 km rede 126,33 km rede
Execução das obras

25% da rede de
5% da rede de microdrenagem
microdrenagem Redação de Projetos Construtivos
construída
construída
Condições limitadoras ao meio 3
Construção de 27.484 m de volume
natural pelos lançamentos da rede 25% do volume anti-DSP
5% do volume anti-DSP construído anti-DSP
de microdrenagem construído
Execução das obras
9.162 m3 de volume anti-DSP 36.646 m3 de volume
construídos anti-DSP construídos

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Tabela 38. Atuações contempladas para o alcance das metas estabelecidas em longo prazo para a rede de drenagem

Indicador Situação Inicial (Ano 10) Meta (Ano 20) Ação Fases Necessárias

100 % da população
25 % da população atendida pela
atendida pela rede de Levantamento topográfico dos
rede de drenagem
drenagem caminhos (eixos)

Extensão da rede de 296.551 habitantes Atualização do modelo


74.157 habitantes atendidos pela Construção 504,92 km novos de rede
microdrenagem atendidos pela rede de matemático da rede de drenagem
METAS EM LONGO PRAZO

rede de drenagem
drenagem acrescentando rede prevista a
longo prazo

Redação de Projetos Construtivos


126,33 km rede 630,3 km rede
Execução das obras

100% da rede de
25% da rede de microdrenagem
microdrenagem Redação de Projetos Construtivos
construída
construída
Condições limitadoras ao meio 3
Construção de 146.584 m de volume
natural pelos lançamentos da rede 25% do volume anti-DSP 100% do volume anti-
anti-DSP
de microdrenagem construído DSP construído
Execução das obras
36.646 m3 de volume anti-DSP 183.230 m3 de volume
construídos anti-DSP construídos

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1.4.3.2. Implantação de uma rede de mircodrenagem

 Extensão da rede

Apresenta-se a implantação linear, ao longo dos vinte anos de horizonte do Plano, de uma
rede que cubra a totalidade do distrito Sede.

Com os índices de atendimento da rede de microdrenagem vistos (2,13 m de rede de


microdrenagem por habitante), estima-se a construção de 631,35 kms de rede em vinte anos,
distribuídos da seguinte forma:

Tabela 39. Previsão de construção da rede de Microdrenagem

Previsão de construção de rede de


Horizonte Temporal Ano Horizonte
microdrenagem

Curto Prazo 5ºAno 31,58 km

Médio Prazo 10ºAno 94,75 km

Longo Prazo 20ºAno 504,92 km

A distribuição de diâmetros prevista na rede realizou-se apresentando as seguintes hipóteses:

o Fixou-se um diâmetro máximo de 1.500 mm correspondentes a um coletor de


concreto com um declive de 0,01 m/m capaz de transportar um fluxo de 6,9 m 3/s com
enchimento de 80% de sua altura.

o O fluxo de 6,9 m3/s corresponde ao fluxo máximo de escoamento calculado mediante


o método racional no ponto mais baixo da bacia média de drenagem com os seguintes
parâmetros:

 Coeficiente médio de escoamento=0,6

 Área da bacia= 1,5 km2


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 Intensidade de chuva: 27,4 mm/h correspondentes a uma chuva de


1,63 horas de duração (tempo de concentração da bacia) para um
período de retorno de 10 anos.

 Esta intensidade foi calculada a partir do ajuste extremo de Gumbel


dos dados registrados pelo INMET (Instituto de Meteorologia)
brasileiro.

o Considerou-se a seguinte distribuição de diâmetros na rede, distribuição


correspondente a populações de características similares a Santa Maria:

Tabela 40. Distribuição de diâmetros prevista para a rede de microdrenagem

Diâmetro (mm) Porcentagem (%)

Ø 400 54,23

Ø 500 27,82

Ø 600 7,25

Ø 800 5,14

Ø 1000 2,78

Ø 1200 1,78

Ø 1500 1

Com relação aos materiais, apresenta-se a instalação de tubulação de concreto para os


diâmetros 400 e 500, e concreto armado para os demais diâmetros previstos, já que esse
material é frequentemente utilizado no país.

As fases contempladas na execução desta infraestrutura são as mencionadas a seguir e cuja


descrição detalhada apresentou-se no item de esgoto:

o Levantamento topográfico dos caminhos

o Elaboração de Plano Diretor com a utilização de modelo matemático

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o Redação dos correspondentes projetos construtivos

o Execução das obras.

 Características dos elementos de captação (grades e bocas de lobo)

Dado que no diagnóstico, serão detectadas algumas deficiências na configuração construtiva


dos elementos de captação (grades e bocas de lobo), apresentam-se em anexo
recomendações para a execução dos mesmos.

o Canais e grelhas de drenagem

Consiste de uma canaleta de coleta, coberta com uma grade de ferro fundido, que deverá
cumprir as seguintes especificações:

 Ser maior e o mais largo possível recomenda-se que seu comprimento seja
superior a 1 metro.

 A grelha será disposta geralmente com as barras na direção da corrente e a


separação entre elas não passará de 4 cm. Tendo a resistência necessária para
suportar a passagem de veículos e estando sujeitas de forma que não possa
ser deslocado pelo tráfico.

 Deverá ter uma resistência mínima de 400KN de ruptura.

Estas grelhas serão instaladas nas calçadas cujo bombeamento lateral seja muito inferior. Estas
grades são instaladas em calçadas cujo lado de bombeamento é muito menor do que a
inclinação longitudinal da rua, ou em grandes superfícies pavimentadas, serão colocadas
grelhas de drenagem transversal perpendicularmente ao sentido do tráfico.

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o Bocas de lobo

O desenho das bocas de lobo deve facilitar sua limpeza (anexo).

O número e a distancia das bocas de lobo a serem instalada dependerá da intensidade e


frequência da chuva, assim como a inclinação da rua, embora, no geral, a separação máxima
não deverá exceder de 80 metros. Em todo caso pretende-se que as faixas de pedestres nos
cruzamentos das ruas estejam livres de água. É também imprescindível locar as bocas de lobo
nos pontos baixos das ruas.

Com o objetivo de evitar a entrada na rede de drenagem de elementos sólidos que possam
produzir entupimentos através destes dispositivos, não se devem instalar, no geral, bocas de
lobo não pavimentadas, exceto se dispuser junto a eles uma caixa de areia ou poços
registrados para a coleta e extração periódica de areia e demais depósitos.

1.4.3.3. Construções de estruturas anti-DSP para limitar as afecções ao


meio receptor

Realizou-se um cálculo provisório do volume anti-DSP a construir durante todo o horizonte do


Plano, sem apresentar-se o planejamento da construção deste volume no tempo.

Os depósitos anti-DSP apresentam-se antes e em cada um dos lançamentos desde a rede de


microdrenagem aos leitos naturais.

Estabeleceu-se a hipótese de implantar este volume, estimado em 183.230 m 3, de forma


constante, a fim de poder elaborar um cronograma de investimentos. Esta hipótese de
distribuição uniforme temporal poderá ser alterada na realidade, ainda que se possa
considerar como uma primeira aproximação à realidade de acordo com o ritmo de construção
previsto para a rede de microdrenagem.

Deste modo fixam-se os seguintes horizontes temporais:

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Tabela 41. Previsão de construção de volume anti-DSP

Previsão de construção de rede de


Horizonte Temporal Ano Horizonte
volume anti-DSP

3
Curto Prazo 5º Ano 9.162 m

3
Médio Prazo 10º Ano 27.484 m

3
Longo Prazo 20º Ano 146.584 m

As infraestruturas anti-DSP previstas são depósitos construídos in situ e enterrados, dotados


de uma conexão à rede de esgoto para a depuração das primeiras águas de lavagem altamente
contaminantes e com sistemas de limpeza automática tipo basculante ou de jato direcionado.

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Figura 103. Desenho do depósito anti-DSP proposto

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1.4.3.4. Reutilizações de águas pluviais

A água de chuva é uma das formas de ocorrência de água na natureza e faz parte do processo
de trocas do ciclo hidrológico. As chuvas são fundamentais para a recarga dos rios, dos
aquíferos, para o desenvolvimento das espécies vegetais e também para carregar partículas de
poeira e poluição existentes na atmosfera. A qualidade das águas pluviais pode variar em
relação ao grau de poluição do ambiente.

Os requisitos de qualidade e segurança sanitária das águas pluviais estão diretamente


relacionados com o fim a que se destinam.

O aproveitamento da água de chuva caracteriza-se por ser um processo milenar, adotado por
civilizações como Astecas, Maias e Incas.

O aproveitamento da água da chuva refere-se a um sistema relativamente simples, que


consiste na captação, filtragem, armazenamento e distribuição da água que cai no telhado da
edificação.

Segundo Fendrich (2009) a tecnologia para o uso da água de chuva nas edificações é a soma
das seguintes técnicas:

a) coletar a água que precipita no telhado

b) eliminar a água do início da chuva (descarte inicial)

c) unidades de sedimentação, filtragem, tratamento e melhoria da qualidade da água

d) armazenar a água da chuva em reservatórios

e) abastecer os locais de uso

f) drenar o excesso da água de chuva, em caso de chuvas intensas

g) completar a falta de água em caso de estiagem prolongada


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Em se tratando de sistemas de aproveitamento da água de chuva, a manutenção e


higienização dos equipamentos componentes de tal sistema são fundamentais para a
preservação da qualidade da água.

Não obstante, ressalta-se que a superfície de coleta da água da chuva pode influenciar na
qualidade da mesma, seja pelo material da superfície ou devido a substâncias presentes em
tais superfícies, como fezes de aves e roedores, artrópodes e outros animais mortos em
decomposição, poeira, folhas e galhos de árvores, revestimento do telhado, fibras de amianto,
resíduos de tintas, entre outros. Estes contaminantes ocasionam tanto a contaminação por
compostos químicos quanto por agentes patogênicos (REBELLO, 2004).

A Tabela a seguir mostra alguns critérios nacionais e internacionais sobre qualidade da água
para fins não potáveis.

Outro fator de relevada significância diz respeito ao dimensionamento dos reservatórios de


água da chuva. A NBR 15.527/07 sugere em seu anexo A, alguns métodos para o
dimensionamento do reservatório, entretanto, fica a critério do projetista a escolha do
método que melhor se aplica a cada situação. Vale ressaltar a importância de uma análise
holística dos fatores que envolvem o aproveitamento da água da chuva no dimensionamento
do reservatório. Devem ser considerados os aspectos hidrológicos locais, o atendimento ao
consumo, os aspectos sanitários e também a sustentabilidade hídrica da bacia hidrográfica.
Armazenar grandes volumes de água da chuva nas edificações, por longos períodos de tempo,
pode comprometer a segurança sanitária da água armazenada e, ainda interferir no processo
do ciclo do uso da água na bacia hidrográfica.

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Destacam-se algumas recomendações de suma importância na implantação de sistemas de


aproveitamento da água da chuva nas edificações:

a) a desinfecção da água da chuva armazenada antecipadamente ao uso.

b) a higienização frequente do reservatório de água da chuva.

c) a análise da concepção do método de dimensionamento, a fim de subsidiar a


escolha mais adequada a cada situação, preferencialmente aqueles que contemplem a
abordagem holística do aproveitamento da água da chuva contextualizada na
sustentabilidade hídrica.

d) a construção de sistemas independentes para água da chuva e água potável a fim de


evitar o risco de contaminação.

As águas da chuva são encaradas pela legislação brasileira como águas residuais, pois elas
usualmente vão dos telhados e dos pisos para as bocas de lobo onde carrega todo tipo de
impurezas dissolvidas, suspensas ou arrastadas mecanicamente para um córrego, indo depois
para um rio que por sua vez pode suprir uma captação para tratamento de água potável. Esta
água sofre um processo natural de diluição e autodepuração ao longo de seu percurso hídrico,
mas que nem sempre é suficiente para depurá-la.

Os sistemas de captação, retenção e reutilização de águas da chuva estão compostos por:

o Reservatório de acumulação

o Condutores de toda a água captada por telhados, coberturas, terraços e


pavimentos descobertos ao reservatório

o Condutores de liberação da água acumulada no reservatório para os usos

o No caso de estacionamentos e similares, 30% (trinta por cento) da área total


ocupada deve ser revestida com piso drenante ou reservado como área
naturalmente permeável.

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A água contida no reservatório deverá infiltrar-se no solo ou ser utilizada em finalidades não
potáveis, caso as edificações tenham reservatório específico para essa finalidade.

Para fomentar a instalação deste tipo de sistema, em alguns casos se estuda implantar um
incentivo fiscal, em forma de desconto no IPTU, aos contribuintes que mantenham áreas
permeáveis que possibilitem a efetiva absorção de água da chuva em suas edificações.

Todo o sistema de reservação e de distribuição deve ser claramente identificado, através de


placas de advertência nos locais estratégicos e nas torneiras, além do emprego de cores nas
tubulações e nos tanques de reservação distintas das de água potável.

No Brasil existem alguns exemplos de leis estaduais e municipais que estabelecem normas
para a implantação de sistemas de captação e retenção de águas pluviais com o objetivo de
contenção de enchentes e reutilização, como por exemplo, a Lei 12.526 do Estado de São
Paulo e a Lei 10.785/03 do Município de Curitiba.

No caso da Lei 12.526 de SP, a mesma estabelece a obrigação da implantação de sistema para
a captação e retenção de águas pluviais, coletadas por telhados, coberturas, terraços e
pavimentos descobertos, em lotes, edificados ou não, que tenham área impermeabilizada
superior a 500m2 (quinhentos metros quadrados), com os seguintes objetivos:

o Reduzir a velocidade de escoamento de águas pluviais para as bacias


hidrográficas em áreas urbanas com alto coeficiente de impermeabilização do
solo e dificuldade de drenagem;

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o Controlar a ocorrência de inundações, amortecer e minimizar os problemas


das vazões de cheias e, consequentemente, a extensão dos prejuízos;

o Contribuir para a redução do consumo e o uso adequado da água potável


tratada.

Recomenda-se que o município de Santa Maria considere a elaboração de legislação específica


para a captação, retenção e reuso de águas pluviais para grandes condomínios residenciais,
centros comerciais e indústrias que impermeabilizem grandes parcelas do solo urbano visando
ao reuso para usos não potáveis como irrigação de jardins e limpeza de ruas.

1.6 Investimentos no Sistema de Drenagem Urbana

1.6.1 Atuações econômicas da Rede de Drenagem

O orçamento das atuações previstas na rede de drenagem é o mostrado a seguir.

Para o estabelecimento dos preços adotados assumiram-se as seguintes hipóteses:

o Adotou-se um preço médio de coletor pluvial de R$ 642,95 de acordo com a seguinte


distribuição de diâmetros:

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Tabela 42. Justificativa do preço médio adotado para a construção de coletores pluviais

Porcentagem prevista
Diâmetro (mm) P.E.M. (R$/m) P.E.M. médio (R$/m)
na rede

400 54,23 515,78

500 27,82 613,68

600 7,25 774,08

800 5,14 973,26 642,95

1000 2,78 1301,16

1200 1,78 1638,63

1500 1 2102,93

o O preço de construção dos depósitos anti-DSP fixou-se em 1.820,60 R$/m3 índice


habitual para este tipo de infraestruturas

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Tabela 43. Orçamento das atuações previstas a curto prazo para a rede de drenagem

Ação Fases Necessárias Medição Ud Preço Unitário (R$) PEM (R$)

Inventário topográfico rede atual GIS 5.000,00 Poço 117,00 585.000,00

pontos levantados
Levantamento topográfico eixos ruas 1.263,00 16,51 20.852,13
com GPS
Construção 31,58 km de novas
de rede Modelo matemático rede de drenagem prevista
395,00 poços modelizados 72,80 28.756,00
a curto prazo e Plano Diretor

Redação de Projetos Construtivos 4,50 % 192.847.587,50 8.678.141,44

Execução das obras 31.580,00 m coletor a construir 642,95 20.304.361,00

Redação de Projetos Construtivos 4,50 % 83.370.560,00 3.751.675,20


3
Construção de 9.162 m de
m3 de depósito anti-
volume anti-DSP Execução das obras 9.162,00 1.820,00 16.674.840,00
DSP

50.043.625,77

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Tabela 44. Orçamento das atuações previstas a médio prazo para a rede de drenagem

Ação Fases Necessárias Medição Ud Preço Unitário (R$) PEM (R$)

pontos levantados
Levantamento topográfico eixos ruas 3.790,00 16,51 62.572,90
com GPS

Construção 94,72 km de novas Atualização do modelo matemático da rede de


1.184,00 poços modelizados 72,80 86.195,20
de rede drenagem acrescentando a rede prevista a médio prazo

Redação de Projetos Construtivos 4,50 % 243.341.456,40 10.950.365,54

Execução das obras 94.750,00 m coletor a construir 642,95 60.919.512,50

Redação de Projetos Construtivos 4,50 % 83.370.560,00 3.751.675,20


3
Construção de 27.484 m de
3
m de depósito anti-
volume anti-DSP Execução das obras 27.484,00 1.820,00 50.020.880,00
DSP

125.791.201,34

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Tabela 45. Orçamento das atuações previstas a longo prazo para a rede de drenagem

Ação Fases Necessárias Medição Ud Preço Unitário (R$) PEM (R$)

pontos levantados
Levantamento topográfico eixos ruas 20.196,00 16,51 333.435,96
com GPS

Atualização modelo matemático rede esgoto


Construção 504,92 km de novas
acrescentando 6.312,00 poços modelizados 72,80 459.513,60
de rede
rede prevista a longo prazo

Redação de Projetos Construtivos 4,50 % 486.960.629,40 21.913.228,32

Execução das obras 504.920,00 m coletor a construir 642,95 324.638.314,00

Redação de Projetos Construtivos 4,50 % 166.739.300,00 7.503.268,50


3
Construção de 146.584 m de
m3 de depósito anti-
volume anti-DSP Execução das obras 146.584,00 1.820,00 266.782.880,00
DSP

621.630.640,38

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1.6.2 Cronograma das Atuações na Rede de Drenagem

Mostra-se a seguir um cronograma avaliado das infraestruturas propostas para a rede de


drenagem.

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Tabela 46. Cronograma avaliado das atuações propostas na rede de drenagem

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


P.E.M R$ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12
Inventá ri o topográ fi co rede a tua l GIS 585.000,00 # # # # # # # # # ## # ##
Leva nta mento topográ fi co da s rua s 20.852,15 # # # # #
CURTO PRAZO
METAS A

Cons truçã o de 31,58 kms novos de rede de mi crodrena gem Model o ma temá ti co da rede e Pl a no Di retor 28.756,00 # # # #
Reda çã o de Projetos Executi vos 8.678.141,40 # # # # # # # # # #
Execuçã o da s Obra s 20.304.361,12 # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ##
Reda çã o de Projetos Executi vos 3.751.675,20 # # # # # # # # # #
Cons truçã o de 9.162 m³ do vol ume a nti -DSP
Execuçã o da s Obra s 16.674.840,00 # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ##
7.432.791,35 10.652.708,63 10.652.708,63 10.652.708,63 10.652.708,63

Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10


P.E.M R$ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12
Leva nta mento topográ fi co da s rua s 62.572,90 # # # # #
MÉDIO PRAZO

Cons truçã o de 94,752 kms novos de rede de Model o ma temá ti co da rede e Pl a no Di retor 86.195,20 # # # #
METAS A

mi crodrena gem Reda çã o de Projetos Executi vos 10.950.365,50 # # # # # # # # # #


Execuçã o da s Obra s 60.919.512,57 # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ##
Reda çã o de Projetos Executi vos 3.751.675,20 # # # # # # # # # #
Cons truçã o de 27.484 m³ do vol ume a nti -DSP
Execuçã o da s Obra s 50.020.879,95 # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ##
16.026.202,32 27.441.249,75 27.441.249,75 27.441.249,75 27.441.249,75

Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
P.E.M R$ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 # 12
Leva nta mento topográ fi co da s rua s 333.436,00 # # # # # # # # # #
LONGO PRAZO

Cons truçã o de 504,92 kms novos de rede de Model o ma temá ti co da rede e Pl a no Di retor 459.513,60 # # # #
METAS A

mi crodrena gem Reda çã o de Projetos Executi vos 21.913.228,40 # # # # # # # # # # # # # # # # # # # #


Execuçã o da s Obra s 324.638.314,32 # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ## # # # # # # ## # ##
Reda çã o de Projetos Executi vos 7.503.268,60 # # # # # # # # # # # # # # # # # # # #
Cons truçã o de 146.584 m³ do vol ume a nti -DSP
Execuçã o da s Obra s 266.782.879,80 # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ## # # # # # # # ## # ##
36.350.031,70 65.031.178,78 65.031.178,78 65.031.178,78 65.031.178,78 65.031.178,78 65.031.178,78 65.031.178,78 65.031.178,78 65.031.178,78

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITES, A. P. Z. Avaliação da qualidade da água e dos resíduos sólidos no sistema de


drenagem urbana. Universidade Federal de Santa Maria. Centro de Tecnologia. Curso de Pós-
Graduação em Engenharia Civil. Santa Maria, 2005.
GARCIA, J. I. B., Monitoramento hidrológico e modelagem da drenagem urbana da bacia
hidrográfica do Arroio Cancela. Universidade Federal de Santa Maria. Centro de Tecnologia.
Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Santa Maria, 2005.
GOMES, T.L. Avaliação quali-quantitativa do percolado gerado no aterro controlado de Santa
Maria – RS. Santa Maria, 2005. Disponível em http://pt.scribd.com/doc/7403501/13/AREA-
EM-ESTUDO-ATERRO-CONTROLADO-DA-CATURRITA. Acesso em Novembro de 2012.
MASTELLA, A.D.F., NISHIJIMA, T. Educação ambiental e recursos hídricos: Um olhar sobre
Santa Maria-RS. Mastella & Nishijima. V.2, nº2, p.142-151. Revista Eletrônica, Educação e
Tecnologia Ambiental REGET-CT/UFSM. Santa Maria, 2011.
NASCIMENTO, V.B.; WERLANG, M. K.; FACCO, R. Caracterização física da bacia hidrográfica do
Arroio Cadena/Santa Maria-RS. REVISTA GEONORTE. Edição Especial, Vol.3, Num.4, p.715-
727, 2012. Manaus, 2012.
RECKZIEGEL, B. W.; ROBAINA, L. E. S.; OLIVEIRA, E.L.A., Mapeamento de área de risco
geomorfológico nas bacias hidrográficas dos Arroios Cancela e Sanga do Hospital, Santa
Maria – RS. GEOGRAFIA. Revista do Departamento de Geociências, v.14, nº1, jan/jun 2005.
Disponível em http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia. Londrina, 2005.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA. Plano Municipal de Redução de Riscos de Santa
Maria-RS. Santa Maria, 2006.

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ANEXO I DE JUSTIFICATIVA DE PREÇOS DA REDE DE


DRENAGEM

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Instalação da tubulação DN 1.500 Unidade Preço Unitário (R$) Medição Valor (R$)
Corte do pavimento de qualquer tipo com disco de diamante m 9,64 2 19,28
Demolição do pavimento de cimento, de até 15 cm de espessura, incluindo tranporte para o aterro m² 25,69 3 77,07
Escavação da vala até 4 m de profundidade e 2 m de lagura no terreno compacto, incluindo transporte ao aterro m³ 22,24 10,8 240,19
Demolição da rede de esgoto existente até 1600mm de diâmetro, coleta e tranporte ml 26,00 1 26,00
Escoramento de vala à céu aberto até 3 metros de altura para a uma proteção de 40% m² 41,25 2,88 118,79
Fornecimento e instalação da tubulação de concreto armado ASTM DN 1500 ml 774,60 1 774,60
Preenchimento com brita pequena ou leito de areia ao redor do tubo ml 87,53 1 87,53
Preenchimento e compactação da vala com material selecionado da escavação m³ 14,30 9,8 140,14
Reposição de pavimento asfáltico m² 63,05 3 189,15
Parte proporcional de poços de conexão ud 4.130,07 0,025 103,25
Parte propocional de conexão de boca de lobo ud 1.700,00 0,05 85,00
Subtotal 1.861,00
Desvio e reposição de serviços afetados (10%) 186,10
Segurança e saúde (3%) 55,83
Total PEM (R$/ml) 2.102,93

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Instalação da tubulação DN 1.200 Unidade Preço Unitário (R$) Medição Valor (R$)
Corte do pavimento de qualquer tipo com disco de diamante m 9,64 2 19,28
Demolição do pavimento de cimento, de até 15 cm de espessura, incluindo tranporte para o aterro m² 25,69 2,4 61,66
Escavação da vala até 4 m de profundidade e 2 m de lagura no terreno compacto, incluindo transporte ao aterro m³ 22,24 9,12 202,83
Demolição da rede de esgoto existente até 1600mm de diâmetro, coleta e tranporte ml 26,00 1 26,00
Escoramento de vala à céu aberto até 3 metros de altura para a uma proteção de 40% m² 41,25 3,04 125,39
Fornecimento e instalação da tubulação de concreto armado ASTM DN 1200 ml 502,89 1 502,89
Preenchimento com brita pequena ou leito de areia ao redor do tubo ml 56,38 1 56,38
Preenchimento e compactação da vala com material selecionado da escavação m³ 14,30 8,12 116,12
Reposição de pavimento asfáltico m² 63,05 2,4 151,32
Parte proporcional de poços de conexão ud 4.130,07 0,025 103,25
Parte propocional de conexão de boca de lobo ud 1.700,00 0,05 85,00
Subtotal 1.450,11
Desvio e reposição de serviços afetados (10%) 145,01
Segurança e saúde (3%) 43,50
Total PEM (R$/ml) 1.638,63

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Instalação da tubulação DN 1.000 Unidade Preço Unitário (R$) Medição Valor (R$)
Corte do pavimento de qualquer tipo com disco de diamante m 9,6408 2 19,28
Demolição do pavimento de cimento, de até 15 cm de espessura, incluindo tranporte para o aterro m² 25,69 2 51,38
Escavação da vala até 4 m de profundidade e 2 m de lagura no terreno compacto, incluindo transporte ao aterro m³ 22,24 7,2 160,13
Demolição da rede de esgoto existente até 1600mm de diâmetro, coleta e tranporte ml 26 1 26,00
Escoramento de vala à céu aberto até 3 metros de altura para a uma proteção de 40% m² 41,248 2,88 118,79
Fornecimento e instalação da tubulação de concreto armado ASTM DN 1000 ml 354,66 1 354,66
Preenchimento com brita pequena ou leito de areia ao redor do tubo ml 36,33 1 36,33
Preenchimento e compactação da vala com material selecionado da escavação m³ 14,3 6,2 88,66
Reposição de pavimento asfáltico m² 63,05 2 126,10
Parte proporcional de poços de conexão ud 3405,5 0,025 85,14
Parte propocional de conexão de boca de lobo ud 1700 0,05 85,00
Subtotal 1.151,47
Desvio e reposição de serviços afetados (10%) 115,15
Segurança e saúde (3%) 34,54
Total PEM (R$/ml) 1.301,16

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Instalação da tubulação DN 800 Unidade Preço Unitário (R$) Medição Valor (R$)
Corte do pavimento de qualquer tipo com disco de diamante m 9,6408 2 19,28
Demolição do pavimento de cimento, de até 15 cm de espessura, incluindo tranporte para o aterro m² 25,69 1,7 43,67
Escavação da vala até 4 m de profundidade e 2 m de lagura no terreno compacto, incluindo transporte ao aterro m³ 22,24 4,76 105,86
Demolição da rede de esgoto existente até 800mm de diâmetro, coleta e tranporte ml 10,4 1 10,40
Escoramento de vala à céu aberto até 3 metros de altura para a uma proteção de 40% m² 41,248 2,24 92,40
Fornecimento e instalação da tubulação de concreto armado ASTM DN 800 ml 234,63 1 234,63
Preenchimento com brita pequena ou leito de areia ao redor do tubo ml 23,95 1 23,95
Preenchimento e compactação da vala com material selecionado da escavação m³ 14,3 3,76 53,77
Reposição de pavimento asfáltico m² 63,05 1,7 107,20
Parte proporcional de poços de conexão ud 3405,5 0,025 85,14
Parte propocional de conexão de boca de lobo ud 1700 0,05 85,00
Subtotal 861,29
Desvio e reposição de serviços afetados (10%) 86,13
Segurança e saúde (3%) 25,84
Total PEM (R$/ml) 973,26

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Instalação da tubulação DN 600 Unidade Preço Unitário (R$) Medição Valor (R$)
Corte do pavimento de qualquer tipo com disco de diamante m 9,6408 2 19,28
Demolição do pavimento de cimento, de até 15 cm de espessura, incluindo tranporte para o aterro m² 25,69 1,4 35,97
Escavação da vala até 4 m de profundidade e 2 m de lagura no terreno compacto, incluindo transporte ao aterro m³ 22,24 3,64 80,95
Demolição da rede de esgoto existente até 800mm de diâmetro, coleta e tranporte ml 10,4 1 10,40
Escoramento de vala à céu aberto até 3 metros de altura para a uma proteção de 40% m² 41,248 2,08 85,80
Fornecimento e instalação da tubulação de concreto armado ASTM DN 600 ml 139,1 1 139,10
Preenchimento com brita pequena ou leito de areia ao redor do tubo ml 17,37 1 17,37
Preenchimento e compactação da vala com material selecionado da escavação m³ 14,3 2,64 37,75
Reposição de pavimento asfáltico m² 63,05 1,4 88,27
Parte proporcional de poços de conexão ud 3405,5 0,025 85,14
Parte propocional de conexão de boca de lobo ud 1700 0,05 85,00
Subtotal 685,03
Desvio e reposição de serviços afetados (10%) 68,50
Segurança e saúde (3%) 20,55
Total PEM (R$/ml) 774,08

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Instalação da tubulação DN 500 Unidade Preço Unitário (R$) Medição Valor (R$)
Corte do pavimento de qualquer tipo com disco de diamante m 9,6408 2 19,28
Demolição do pavimento de cimento, de até 15 cm de espessura, incluindo tranporte para o aterro m² 25,69 1,1 28,26
Escavação da vala até 4 m de profundidade e 2 m de lagura no terreno compacto, incluindo transporte ao aterro m³ 22,24 2,86 63,61
Demolição da rede de esgoto existente até 800mm de diâmetro, coleta e tranporte ml 10,4 1 10,40
Escoramento de vala à céu aberto até 3 metros de altura para a uma proteção de 40% m² 41,248 2,08 85,80
Fornecimento e instalação da tubulação de concreto DN 500 ml 46,00 1 46,00
Preenchimento com brita pequena ou leito de areia ao redor do tubo ml 23,648 1 23,65
Preenchimento e compactação da vala com material selecionado da escavação m³ 14,3 1,86 26,60
Reposição de pavimento asfáltico m² 63,05 1,1 69,36
Parte proporcional de poços de conexão ud 3405,5 0,025 85,14
Parte propocional de conexão de boca de lobo ud 1700 0,05 85,00
Subtotal 543,08
Desvio e reposição de serviços afetados (10%) 54,31
Segurança e saúde (3%) 16,29
Total PEM (R$/ml) 613,68

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Instalação da tubulação DN 400 Unidade Preço Unitário (R$) Medição Valor (R$)
Corte do pavimento de qualquer tipo com disco de diamante m 9,6408 2 19,28
Demolição do pavimento de cimento, de até 15 cm de espessura, incluindo tranporte para o aterro m² 25,69 0,9 23,12
Escavação da vala até 4 m de profundidade e 2 m de lagura no terreno compacto, incluindo transporte ao aterro m³ 22,24 1,89 42,03
Demolição da rede de esgoto existente até 800mm de diâmetro, coleta e tranporte ml 10,4 1 10,40
Escoramento de vala à céu aberto até 3 metros de altura para a uma proteção de 40% m² 41,248 1,68 69,30
Fornecimento e instalação da tubulação de concreto DN 400 ml 33,00 1 33,00
Preenchimento com brita pequena ou leito de areia ao redor do tubo ml 19,7 1 19,70
Preenchimento e compactação da vala com material selecionado da escavação m³ 14,3 0,89 12,73
Reposição de pavimento asfáltico m² 63,05 0,9 56,75
Parte proporcional de poços de conexão ud 3405,5 0,025 85,14
Parte propocional de conexão de boca de lobo ud 1700 0,05 85,00
Subtotal 456,44
Desvio e reposição de serviços afetados (10%) 45,64
Segurança e saúde (3%) 13,69
Total PEM (R$/ml) 515,78

Consórcio AGBAR - QUÍRON


Sociedad General de Aguas de Barcelona S.A.
Quíron Serviços de Engenharia Ltda.
Prefeitura Municipal de Santa Maria
PMDI – Projeto Santa Maria 2020
Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria

ANEXO II DESENHO PADRÃO DA BOCA DE LOBO PMSM

Consórcio AGBAR - QUÍRON


Sociedad General de Aguas de Barcelona S.A.
Quíron Serviços de Engenharia Ltda.
Prefeitura Municipal de Santa Maria
PMDI – Projeto Santa Maria 2020
Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria

Agbar Brasil Quíron Engenharia


Rua Gomes de Carvalho, 1069. Cj. 174 Rua Dr. Arthur Jorge, 2523
São Paulo-SP Campo Grande-MS
CEP: 04547-004 CEP: 790110-210
Consórcio
Tel.: (11)AGBAR - QUÍRON
2344-3333
Sociedad General de Aguas de Barcelona S.A.
Tel.: (67) 3356-5242
Quíron Serviços de Engenharia Ltda.
vbeiro@agbar.es paulo@quiron.eng.br

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