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CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

Disciplina: Ciência Política


Professora: Renato Barreto de Souza
Aluno(a): Francislayne Vieira Gomes
Data: 15/04/2021

Resenha do livro O Príncipe - Nicolau Maquiavel

Maquiavel escreve o livro O Príncipe para dar de presente para Lourenço de Médici,
que na época era o atual governante de Florença. O livro serve como uma espécie de
manual para um bom governante, onde Maquiavel aconselha e diz como um príncipe
deve agir para fazer um bom governo, fortalecer seu poder e se manter nele. Ao longo
de todo o livro Maquiavel dá ricos exemplos e sempre muito atento à história. Logo
no início do livro ele traz os tipos de principados e como conquistá-los, em seguida
diz que um príncipe chegaria ao poder de duas formas: uma através do seu próprio
mérito, e outra por sorte. Trazendo à tona a discussão da virtú e da fortuna. De acordo
com Maquiavel, quando você consegue alcançar o principado por mérito seria mais
difícil e demorado para chegar ao poder, porém estando lá, para se manter seria muito
mais fácil. Já no caso de quem chegar ao topo pela sorte seria mais fácil para chegar,
mas seria muito mais difícil se manter. Parecido com isso ele traz a discussão do
principado civil, onde se tornam príncipes os que tem o apoio do povo, com mérito
próprio, tendo a virtú, e tendo mais facilidade para governar pois o povo está muito
mais preparado para obedecê-lo, e assim sempre sendo amigo do povo, pois “o pior
que pode um príncipe esperar do povo hostil é ser por ele abandonado”. O ideal seria
que um príncipe tivesse doses equivalentes de virtú e de fortuna, e não separá-los.
Maquiavel diz que é importante que um príncipe não se perca em vícios e em fortunas,
tendo que cobrar impostos do povo para conseguir dinheiro, e isso faria com que ele
fosse odiado. Por isso deve gastar pouco para que não seja necessário roubar de seus
súditos futuramente, e finaliza dizendo que é melhor que um príncipe não seja muito
liberal.
Outro ponto importante, e que ele fala muito no livro é a questão da utilização de
armas próprias ao invés da dos mercenários, que são desunidas e ambiciosas. De
acordo com Maquiavel, os mercenários são muito facilmente corrompidos, podendo
trocar de lado e abandonar seu governante. E por conta disso o governante deve ter
sua própria armada, e não proteger o reino com milícias ou mercenários, pois é melhor
contar com seus próprios recursos do que depender de terceiros.
No capítulo XXVII, Maquiavel traz a famosa polêmica de se é melhor ser temido do
que amado. De acordo com ele, o governante deve sempre procurar ser amado, porém
não deve temer a fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e
leais. É muito mais seguro para um governante ser temido, caso tenha que escolher,
pois a crueldade, mentira, e desonestidade podem ser úteis, pois um príncipe muito
piedoso pode gerar problemas, e o medo os deixam unidos. Mesmo que seja mais
seguro ser temido, um governante não pode nunca querer ser odiado pelo seu povo,
deve sempre tentar mantê-los felizes, respeitá-los e nunca fazer com que se sintam
oprimidos. O príncipe deve sempre temer o povo e os estrangeiros. Temendo mais o
povo do que os estrangeiros deverá construir fortalezas, mas aquele que teme mais o
estrangeiro do que seu próprio povo deve abandoná-los.
Além disso, o governante deve ser atento às pessoas que os cercam, pois todos devem
ser bons homens. Se só tiver pessoas ruins à sua volta, farão com que o príncipe erre e
caia em ruínas. Um péssimo ministro irá ter ganância e pensar apenas em si mesmo,
enquanto um bom ministro vai pensar no bem do príncipe e de seu povo. Por isso um
governante deve tomar cuidado com os aduladores e saber quem são os verdadeiros.
Por último, Maquiavel fala da Itália, que até então não era unificada, era dividida em
muitos principados, tendo muitos conflitos, que de acordo com Maquiavel seriam
evitados se tivesse um governador soberano. Ele diz também que a Itália chegou onde
chegou por entregar sua proteção a milícias e aos mercenários, o que proporcionou as
invasões. Maquiavel foi um escritor, que ao contrário de alguns de sua época, escrevia
da política como ela era na vida real e não de forma idealizada, como ela deveria ser.

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