Segundo Trimestre - 2022 - nº 85

ALUNO

Templo da Assembleia de Deus de Anápolis,

Br. 153, Fazenda Degredo, Trevo de Pirenópolis | Pirenópolis | GO

Nome:
Ensinando as Nações 1
 04 / junho

CANTORAS:

Local: Igreja Matriz | Praça da Bíblia | Jd. Bandeirante

Pra. Ilma F. Nascimento (Líder)

+55 62 9 9235-7990
Mis. Marly Louredo (Secretária)
+ 55 62 9 9974-2199
Huldeci (CONIAD) + 55 62 9 9930-9040

O pastor Itamar Louredo é casado com a pastora Vanessa

Boaventura Garcia Louredo e possuem uma filha. Ele é membro da CIAD -
Convenção Internacional da Assembleia de Deus. Neste trimestre, a foto
de capa da revista ENSINANDO AS NAÇÕES mostra o templo onde ele é o
pastor, Br. 153, Fazenda Degredo, Trevo de Pirenópolis | Pirenópolis | GO
Ensinando as Nações 2
 ENSINANDO AS NAÇÕES
Comentaristas: OBREIROS(AS) DA CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA
“ASSEMBLEIA DE DEUS” (CIAD)
Editor: Pr. Elias Garcia Fernandes

Segundo Trimestre de 2022

SUMÁRIO
LIÇÃO TEMA DATA PÁGINA
Ministério sustentável
01 Pr. Eduardo Vieira
03/04 5
Como vencer as tentações
02 Pra. Joana Darc da Silva Ribeiro
10/04 9
Bases para um casamento sólido
03 Pr. Estenyo Bezerra da Silva
17/04 13
Divisão na igreja, uma ação demoníaca
04 Pr. Elenias da Motta Bastos 24/04 17
Cristo, o objetivo primordial da nossa fé
05 Pr. Paulo Sartin
01/05 21
Cuidado e perseverança na doutrina
06 Pr. Itamar Tolentino
08/05 25
Obras da lei ou pela pregação da fé?
07 Pr. Salvarino Pinto da Silva
15/05 29
A responsabilidade do cristão
08 Pr. Deilton Miguel
22/05 33
O livramento na hora certa
09 Pr. Elias Garcia Fernandes
29/05 37
A visão que promove mudanças
10 Pr. Jaime Rodrigues Moço
05/06 41
Deus é o criador do mal?
11 Pr. Osielso Santos Lopes
12/06 45
A busca pelo sentido da vida
12 Amauri Venâncio de Abreu dos Santos
19/06 49
Os idosos na igreja hodierna
13 Pr. Glaydson José da Rocha
26/06 53
Ensinando as Nações 3
 ENSINANDO AS NAÇÕES
A PALAVRA VIVA NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Presidente: Pr. José Clarimundo César
1º Vice: Pr. Jossele Clauber César
2º Vice: Pr. Claudino Borges
1º Secretário: Pr. Carlos Marcos da Silva
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. Lázaro Vieira Filho
2º Tesoureiro: Ev. João dos Santos Neto
Diretor Administrativo: Pr. Ramos de Paula Nascente
Vice-Diretor Administrativo: Pr. Israel Osmundo de Miranda

Vogais: Pr. Antônio Barbosa Vieira, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Elias Garcia Fernandes, Pr. José Airton
Faustino, Ev. Paulo Egídio dos Santos e Pr. Salvarino Pinto da Silva.
Conselheiros: Pr. Antônio José Soares, Pr. Guido Pires Borges e Pr. Isaías Graciano de Jesus.

Co-pastores da igreja SEDE

Pr. Edvaldo Batista Melo e Pr. Rogério Garcia Fernandes.

Diretor de Relações Institucionais: Pr. Venâncio Batista do Nascimento

Assistentes: Pr. Daniel Ferreira César
Atendimento: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
Livraria da Igreja AD de Anápolis: Pb. Aldmir de Macedo Azevedo Júnior
Projeto Gráfico e Fotos: Pr. Paulo Sartin

Publicação Trimestral da CIAD - CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS”

Av. Tiradentes, 615. CEP.: 75.040-010. Fone/Fax: (62)3315-8800. Anápolis, Goiás, Brasil.

MESA DIRETORA
Presidente: Pr. Sebastião José Inácio
1º Vice: Pr. Moisés José Inácio
2º Vice: Pr. Elismar Veiga da Silva
1º Secretário: Pr. Daniel Ferreira César
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
2º Tesoureiro: Pr. Paulo Sartin

CONSELHO CONSULTIVO
Presidente: Pr. José Clarimundo César
Vices: Pr. Jossele Clauber César e Pr. Claudino Borges

CONSELHEIROS
Pr. Adilson da Cruz Ribeiro, Pr. André Carlos Boaventura, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Dilson Resplandes dos
Santos, Pr. Edson Araújo Bruno, Pr. Evangelino Gomes de Andrade Filho, Pr. Jessé Câmara Braga Frota,
Pr. José Maria Gomes, Pr. Lázaro Francisco da Silva, Pr. Luís Carlos Vicente Júnior, Pr. Salvarino Pinto da
Silva e Pr. William da Rocha Melo

O TRABALHO LITERÁRIO DOS COMENTARISTAS É DE RESPONSABILIDADE DE CADA UM E CEDIDO

À CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” PARA PUBLICAÇÃO.
Ensinando as Nações 4
 Lição 01
Domingo, 03 de abril de 2022
Comentarista: Eduardo Vieira
- Curso Básico de Teologia (IBA)
- Pastor da AD de Anápolis | Belém - PA | Bengui
- 1º Vice-Presidente da CONFINORPA

MINISTÉRIO SUSTENTÁVEL

VERSÍCULO CHAVE (Êx 31.11) Leitura Bíblica Principal

E o azeite da unção e o incenso
aromático para o santuário; farão conforme
tudo que te tenho mandado.
PENSAMENTO
Somente no poder do Espírito
Santo estaremos aptos para realizar o mi-
nistério que Deus nos confiou.
Leitura Diária
Segunda-feira - 1 Coríntios 12.4
- Há diversidade de ministérios, mas o
Espírito é o mesmo.
Terça-feira - Lucas 4.18
- O Senhor nos unge para evangelizar.
Quarta-feira - 1 Coríntios 12.8
- Pelo Espírito é dada a palavra de sa-
bedoria e a palavra da ciência.
Quinta-feira - 1 Coríntios 12.7
- Dom do Espírito para o bem comum.
Sexta-feira - Efésios 3.16
- Ministérios confirmados pelo Espírito.
Sábado - 1 Coríntios 12.11
- Os dons são dados pela vontade de
Deus.
Ensinando as Nações
Êx 31.1-11
1 Depois, falou o Senhor a Moisés, dizen-
do:
2 Eis que eu tenho chamado por nome a
Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo
de Judá,
3 e o enchi do Espírito de Deus, de sabe-
doria, e de entendimento, e de ciência em
todo artifício,
4 para inventar invenções, e trabalhar em
ouro, e em prata, e em cobre,
5 e em lavramento de pedras para engas-
tar, e em artifício de madeira, para traba-
lhar em todo lavor.
6 E eis que eu tenho posto com ele a Ao-
liabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e
tenho dado sabedoria ao coração de todo
aquele que é sábio de coração, para que
façam tudo o que te tenho ordenado,
7 a saber, a tenda da congregação, e a arca
do Testemunho, e o propiciatório que esta-
rá sobre ela, e todos os móveis da tenda;
8 e a mesa com os seus utensílios, e o cas-
tiçal puro com todos os seus utensílios, e o
altar do incenso;
9 e o altar do holocausto com todos os
seus utensílios e a pia com a sua base;
10 e as vestes do ministério, e as vestes
santas de Arão, o sacerdote, e as vestes
de seus filhos, para administrarem o sacer-
dócio;
5
11 e o azeite da unção e o incenso aromá-
tico para o santuário; farão conforme tudo
que te tenho mandado.
COMENTÁRIO
Introdução
No livro de Êxodo, capítulo 31,
versículos de 1 a 11, encontramos Deus,
através de Moisés, chamando Bezalel e o
seu auxiliar Aoliabe para uma missão de
grande responsabilidade: a construção do
tabernáculo e os demais utensílios. Um tra-
balho que requeria habilidade em tudo que
deveria ser feito, do início ao fim, com obe-
diência, amor e sustentação. Desta forma
o Senhor os abençoou. Sempre foi assim
porque Deus, sabendo das fraquezas e li-
mitações dos homens, no momento certo
os enche com o Espírito Santo para que
possam adquirir habilidade e fazer de for-
ma bem-feita a obra dele.
A Bíblia não nos dá muitas infor-
mações sobre a biografia desses dois ho-
mens, apenas nos mostra o importante
trabalho desenvolvido por eles. Escolhidos
por Deus, Bezalel e Aoliabe não só se em-
penharam na construção do tabernáculo
com seus utensílios, como também em
preparar outras pessoas que pudessem
lhes ajudar na missão recebida de Deus: a
construção do tabernáculo.
Pode ser que, antes daquele mo-
mento, Bezalel e Aoliabe nunca tivessem
imaginado que fossem convocados pelo
próprio Deus. Ou que nunca poderiam
imaginar que se tornariam artesãos do
mais alto padrão, para cumprir e concreti-
zar o projeto de Deus para os utensílios do
tabernáculo e ainda liderar e capacitar uma
equipe de trabalhadores.
O objetivo desta lição é levar-nos
a uma reflexão sobre o nosso ministério. É
Ensinando as Nações
fazer-nos entender que devemos sempre
estar prontos para a obra e não ficar nu-
trindo aquela ideia medíocre de que não te-
mos capacidade. Afinal, é Deus quem nos
capacita para toda boa obra (Hb 13.21).
I - CARACTERÍSTICAS
DE UM MINISTÉRIO
SUSTENTÁVEL
1 - O chamado vem de Deus - “Eu es-
colhi Bezalel, filho de Uri e neto de Hur, da
tribo de Judá ...” (Êx 31.2), “... Escolhi Ao-
liabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã,
para trabalhar com ele” (v.6). O trabalho
no ministério não é para todos, mas para
os vocacionados (chamados) por Deus.
Às vezes, o Senhor escolhe pessoas atra-
vés do olhar do líder, ao qual Deus mostra
quem está apto ao ministério.
O chamado ministerial é algo
grande e sublime. É a mais nobre tarefa
que alguém pode exercer na Terra. Por
este motivo não podemos fazê-la de forma
relaxada, pois, quem nos chamou requer
excelência e muita dedicação.
Não basta que a pessoa esteja
convencida do chamado; é preciso algo
mais. Não tem sido raro ouvirmos frases
imponentes do tipo: “Meu chamado vem
de Deus; não de homem, e Deus está aci-
ma de qualquer autoridade”. Esse tipo de
declaração é uma prova inconteste de que
o tal chamado não veio de Deus. Podemos
confirmar isto lendo o texto, no momento
em que o Senhor chamou Bezalel e Aolia-
be, revelando a sua vontade ao líder Moi-
sés.
Devemos reconhecer que o cha-
mado ao ministério vem de Deus: “Por-
que dele, e por ele, e para ele são todas
as coisas; glória, pois, a ele eternamente.
Amém” (Rm 11.36).
2 - Dom e sabedoria vêm de Deus
6
- “E o enchi com o meu Espírito. Eu lhe
dei inteligência, competência e habilidade
para fazer todo tipo de trabalho artístico”
(Êx 31.3-NTLH). Deus comissiona a cada
um para desenvolver serviços específicos
na obra dele, e distribui os dons conforme
sua vontade (1 Co 12.11). Devemos reco-
nhecer que tudo de bom que realizamos
em favor da obra e, consequentemente, do
próximo, vem de Deus. Na verdade, somos
privilegiados, pois o fato de sermos instru-
mentos de Deus na terra prova o quanto
ele é misericordioso.
Quando não reconhecemos (com-
preendemos) que o dom é escolha de
Deus, corremos o risco de entrar em por-
fias (2 Tm 2.23,24). Amados, tenham cui-
dado para não deixarem que o ciúme pelos
dons de outras pessoas os levem a agir
de forma que desagrade a Deus. Desen-
volvam o dom que Deus lhes deu. Façam
isso com amor e zelo, pois o Senhor, na
sua infinita misericórdia sustentará e aben-
çoará as obras das suas mãos. Mas, para
que isso aconteça, é importante que não
desprezem e não negligenciem o dom que
há em vocês.
O apóstolo Paulo, um homem
com um mistério sustentável, escreveu ao
obreiro chamado Arquipo, dizendo: “Atenta
para o ministério que recebeste no Senhor,
para que o cumpras” (Cl 4.17). O mesmo
apóstolo Paulo escreveu a Timóteo: “Não
desprezes o dom que há em ti, o qual te
foi dado por profecia, com a imposição das
mãos do presbitério” (1 Tm 4.14).
3 - É necessário um espírito de fideli-
dade - “Estes receberam de Moisés toda a
oferta alçada, que trouxeram os filhos de
Israel para a obra do serviço do santuá-
rio, para fazê-la, e ainda eles lhe traziam
cada manhã ofertas voluntárias” (Êx 36.3-
NTLH).
A fidelidade daqueles que admi-
nistram a casa de oração, os utensílios e,
principalmente, as finanças, é crucial em
Ensinando as Nações
um ministério sustentável. É necessário
que os separados para esta finalidade não
sejam cheios de torpe ganância, nem des-
perdicem com gastos desnecessários.
Em nenhum momento Bezalel e
Aoliabe pensaram em desviar absoluta-
mente nada do total ofertado para casa
do Senhor, a ponto de os mesmos infor-
marem a Moisés quando tudo foi suprido:
“E falaram a Moisés, dizendo: O povo traz
muito mais do que basta para o serviço da
obra que o Senhor ordenou se fizesse” (Êx
36.5).
Amados, sejam fiéis sobre tudo
aquilo que o Senhor colocou em suas mãos
para administrar. Agindo assim, ele pode
lhes dar muito mais em virtude da fideli-
dade de vocês. Podemos confirmar isto em
Mateus 25.21: “E o seu senhor lhe disse:
Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco
foste fiel, sobre muito te colocarei; entra
no gozo do teu senhor”.
4 - É necessário um espírito de obe-
diência - “Fez, pois, Bezalel, o filho de Uri,
filho de Hur, da tribo de Judá, tudo quanto
o Senhor tinha ordenado a Moisés. E com
ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de
Dã, um mestre de obra, e engenhoso artífi-
ce, e bordador em azul, e em púrpura e em
carmesim e em linho fino” (Êx 38.22,23).
A obediência é, indiscutivelmente,
a base de um ministério sustentável. Em
Deuteronômio 28.1,2 a palavra nos diz que
se obedecermos ao Senhor e guardar os
mandamentos dele, toda sorte de bênçãos
correrão atrás de nós e nos alcançarão.
Bezalel e Aoliabe foram exemplos de obe-
diência, isso está registrado com evidência
em vários momentos durante todo o traba-
lho que fizeram para o Senhor, conforme
também relatado em Êxodo 39.1: “Fizeram
também as vestes do ministério, para mi-
nistrar no santuário, de azul, e de púrpura
e de carmesim; também fizeram as vestes
santas, para Arão, como o Senhor ordena-
ra a Moisés”.
7
 Muitos entre nós querem ser
abençoados por Deus realizando um mi-
nistério próspero em todos os sentidos.
Isto só se torna possível se observarmos a
questão da obediência. Enquanto o nosso
coração estiver motivado de forma corre-
ta, com pureza de coração e obediência,
se cumprirá algo que escuto desde o início
da minha vida com Deus: Obediência gera
bênção.
5 - É necessário um espírito de hu-
mildade - Em nossos dias tem sido difícil
encontrar pessoas verdadeiramente hu-
mildes. Muitas estão buscando destaque.
Sabemos que estamos vivendo os últimos
dias na Terra, tudo está se cumprindo,
conforme disse Paulo a Timóteo: “Porque
haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfe-
mos, desobedientes a pais e mães, ingra-
tos, profanos” (2 Tm 3.2).
Mas Bezalel, Aoliabe e os demais,
em nenhum momento buscaram glórias
para si mesmos. Em virtude da humilda-
de daqueles homens, Deus os abençoou
através da vida de Moisés, conforme está
escrito no livro de Êxodo 39.43: “Viu, pois,
Moisés toda a obra, e eis que a tinham fei-
to; como o Senhor ordenara, assim a fize-
ram; então Moisés os abençoou”.
O reconhecimento vem de Deus,
não de homens. Esse é o pensamento de
quem vive o ministério de forma sólida. As
bênçãos de Moisés sobre as vidas de Beza-
lel, Aoliabe e seus ajudadores foram muito
além daquilo que eles esperavam, pois sa-
biam para quem era realizado o trabalho
(para o próprio Deus).
CONCLUSÃO
Queridos obreiros e obreiras. Se
por algum motivo vocês estão fazendo com
desleixo as suas funções eclesiásticas; se
por uma determinada situação pararam de
Ensinando as Nações
fazer a obra do Senhor ou estão pensando
em parar por causa das adversidades da
vida, queremos aqui, com todo amor no
coração, deixar um conselho: não parem.
Deus não faz escolhas erradas. Ele
escolheu você para a obra, porque você é
a pessoa certa: “Não me escolhestes vós
a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos
nomeei, para que vades e deis fruto, e o
vosso fruto permaneça, a fim de que tudo
quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele
vos conceda” (Jo 15.16).
O Senhor, aquele que separou e
ungiu você para o ministério, quer conti-
nuar contando com o seu empenho. Mas
Satanás, o inimigo de nossas almas, sabe
perfeitamente que você é uma pessoa po-
derosa nas mãos de Deus e por isso ele
tentará neutralizar a sua disposição para
lhe fazer parar. Mas, o inimigo já está der-
rotado em nome de Jesus, e é ele quem
deve bater em retirada.
Deus tem uma linda história de
bênçãos para você e sua família. Acredite,
você que já foi ungido para o trabalho no
ministério tem tudo para ser um vencedor.
Mantenha-se sempre firme, Deus lhe dará
vitória.
QUESTIONÁRIO
1 - Por que podemos nos considerar
privilegiados?
2 - O que podemos considerar como
base de um ministério sustentável?
3 - Quais as virtudes de quem tem um
ministério sustentável?
4 - Por que não podemos deixar de
exercer o nosso ministério?
8
 Lição 02
Domingo, 10 de abril de 2022
Comentarista: Joana Darc da Silva Ribeiro
- Formada em História (UEG) - Bacharela em Teologia (IBA)
- Formada no Curso Médio de Teologia (FAETAD)
- Pastora Auxiliar da AD de Anápolis | Igreja da Tiradentes

COMO VENCER AS TENTAÇÕES

VERSÍCULO CHAVE (Mt 26.41) Leitura Bíblica Principal

Vigiai e orai, para que não entreis
em tentação; na verdade, o espírito está
pronto, mas a carne é fraca.
PENSAMENTO
A religião e a fé são demonstra-
das pelas atitudes, conhecer a Palavra
sem praticá-la é puro intelectualismo,
praticá-la é torná-la viva. Só assim pro-
varemos nossa fé.
Leitura Diária
Segunda-feira - Tiago 1.14
- Tentado pelo engodo da concupis-
cência.
Terça-feira - Mateus 26.41
- Vigiando contra a tentação.
Quarta-feira - 1 Coríntios 7.5
- Prevenidos contra a tentação.
Quinta-feira - Marcos 14.38
- Vigiando e orando porque a carne
é fraca.
Sexta-feira - Mateus 6.13
- Orando para não cair na tentação.
Sábado - Hebreus 2.18
- Socorro para os que são tentados.
Ensinando as Nações
Tg 1.2,3;12-16
2 Meus irmãos, tende grande gozo quan-
do cairdes em várias tentações,
3 sabendo que a prova da vossa fé produz
a paciência.
12 Bem-aventurado o varão que sofre a
tentação; porque, quando for provado,
receberá a coroa da vida, a qual o Senhor
tem prometido aos que o amam.
13 Ninguém, sendo tentado, diga: De
Deus sou tentado; porque Deus não pode
ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
14 Mas cada um é tentado, quando
atraído e engodado pela sua própria
concupiscência.
15 Depois, havendo a concupiscência
concebido, dá à luzo pecado; e o pecado,
sendo consumado, gera a morte.
16 Não erreis, meus amados irmãos.
COMENTÁRIO
Introdução
Neste texto Tiago enfoca a ten-
tação no sentido de aflição, perseguição,
pois esses são elementos estimuladores
da fé perseverante. Segundo o ensino
bíblico, a fé se torna madura quando
enfrenta dificuldades. Outro ponto impor-
tante tratado por Tiago é a distinção entre
9
tentação, cuja origem está nos desejos
carnais, e a provação que, em Deus, tem
o objetivo de testar nossa sinceridade e
dedicação a ele. Por isso somos provados
para sermos fortalecidos.
O Senhor permite que seus
servos sejam provados para serem ven-
cedores diante das forças do mal. Por
isso, bem-aventurados são aqueles que
permanecem fiéis a Deus, pois a grande
recompensa é a coroa da vida (Ap 2.10).
I - O QUE É TENTAÇÃO?
Na epístola de Tiago, significa:
perseguições, provações e lutas pelas
quais todos os cristãos passam (veja
ainda 1 Pedro 4.12-16). O próprio Jesus
admitiu: “no mundo tereis aflições”. Na
oração sacerdotal em João 17.15, Jesus
disse: “Não peço que os tires do mundo,
mas que os livres do mal”. Eis aí um belo
exemplo de oração intercessória.
No dicionário Aurélio, temos outro
conceito de tentação: É a disposição de
ânimo para prática de coisas diferentes ou
censuráveis. Em suma, de acordo com a
palavra de Deus, nada mais é do que um
convite ao pecado que contraria explici-
tamente João 17.17, onde nos diz que a
Palavra nos santifica, pois ela é a verdade.
II - A ORIGEM DA
TENTAÇÃO
Biblicamente, a tentação tem três
origens:
1 - A tentação do Diabo - Esta missão
diabólica possui um caráter demolidor,
já que o Diabo veio para matar, roubar
e destruir (Jo 10.10a). Esta é, portanto,
a fonte mais cruel da tentação. E preciso
ser sóbrio e vigilante, porque o adversário
Ensinando as Nações
não desiste de guerrear contra os servos
do Senhor (1 Pe 5.8), haja vista que o
mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19). Sata-
nás é o deus desse mundo. Ele é maligno
e o seu poder controla o presente século
mau, fazendo com que as pessoas sejam
maldosas, cruéis, injustas e impiedosas (2
Co 4.4). Como ele atua:
a) Ele tenta os homens simples a pra-
ticarem toda espécie de males - O
diabo não possui corpo físico, por isso
necessita de um para atuar, e quando
o homem dá legalidade ele fica possuí-
do e passa a praticar toda espécie de
abominação: violência, crimes, brigas,
guerras, estupros, calúnias, roubos,
mentiras etc. Quando o maligno entra
em um corpo ele o destrói, pois esta
é sua natureza (Lc 9.39);
b) Ele tenta os homens de Deus a
fazerem coisas erradas - Temos
exemplos de pessoas especiais como
Davi, Sansão, Abraão, Pedro e tantos
outros. Mas eles reconheceram o erro
e mudaram suas semeaduras. Por isso,
fica aqui um alerta! Quem quiser viver
para seu próprio prazer e felicidade,
em vez de agradar a Deus, acabará no
engano e na perdição. O Senhor Deus
responsabilizará a cada um por seus
atos pecaminosos e isso resultará em
julgamento futuro (Ec 11.9);
c) Ele tenta de forma oportunista -
De que forma os cristãos se tornam
vítimas mais vulneráveis? Quando, por
absoluta falta de vigilância, se envol-
vem em escândalos, procedimentos
politicamente incorretos, divisões,
rebeliões, busca pela fama, mentira,
hipocrisia etc.;
d) Ele tentou até Jesus - Nem o Mes-
tre escapou dessa fonte avassaladora
da tentação (Lc 4.2), porém em nada
pecou (Hb 4.15), pois Ele veio para
salvar e não para perder. Ele foi ungido
e era cheio do Espírito (Is 61.1), você
10
 também pode ser.
2 - A tentação da carne - Qual o sig-
nificado de carne? Carne (gr. Sarx) é a
natureza pecaminosa com seus desejos
corruptos (GI 5.19-21). É bom salientar
que a natureza aqui é herdada dos nossos
primeiros pais, e ela continua no cristão
após sua conversão sendo seu inimigo
mortal. Por isso a natureza pecaminosa
precisa ser mortificada numa constante
guerra espiritual que o cristão trava
através do poder do Espírito Santo. Em
Romanos 7.18, Paulo admite: “... na mi-
nha carne, não habita bem algum...”: E
tal circunstância é peculiar a todos nós.
Em 1 Coríntios 10.13, encon-
tramos um consolo: Não vem sobre o
homem tentação senão humana. Isso
quer dizer que é da própria natureza do
homem que vêm as paixões e o pecado,
mas o Espírito Santo afirma explicitamen-
te que Deus outorga aos seus filhos graça
suficiente para vencer todas as tentações
e resistir o pecado. Ele não permitirá que
sejamos tentados além do que possamos
suportar.
3 - A tentação do mundo - Não o
mundo físico (gr. kosmos) criado por
Deus, mas, sim, o sistema de vida desta
era, fomentado por Satanás que se opõe
persistentemente contra o reino de Deus.
É o governo satânico de imundícia e
engano que guerreia contra as forças do
bem. A Bíblia nos exorta muito bem (1
Jo 2.15,16), portanto é impossível amar
o mundo e Deus ao mesmo tempo. Para
vencer o mundo é preciso ter fé, pois só
a fé pode ver as realidades eternas, pois
os valores seculares com seu materialismo
ignoram o mundo espiritual. Só quem
vence a tentação do mundo pode ser
vencedor (gr. Nikon). Esse, sim, é aquele
que, mediante a graça de Deus pela fé
em Cristo, experimenta o novo nasci-
mento e permanece constante na vitória
sobre o pecado, a apostasia, o mundo e
Ensinando as Nações
Satanás. Em Oséias 4.6, está explicado
por que o povo se corrompe: por falta
de conhecimento. Jesus disse, também:
“... Errais, não conhecendo as Escrituras
...” (Mt 22.29).
III - COMO SE DÁ A
TENTAÇÃO?
“Mas cada um é tentado quando
atraído...” (Tg 1.14a). A tentação é um
processo que tem os seguintes passos:
a) Visão (1 Jo 2.16) - A visão é a janela
da alma (SI 101.3). Por isso despreze
completamente os vídeos pornográficos,
as revistas e sites imorais, os filmes de
terror e de violência. Tudo isso gera der-
rota espiritual (Mt 5.29); b) Audição (1 Co
15.33) - Cuidado com o que você ouve;
c) Olfato e tato (Pv 6.17).
É preciso muita vigilância: Primei-
ro, a vítima é atraída; depois é seduzida e,
finalmente, é engodada pela sua própria
concupiscência (Tg 1.14-16). Verdadei-
ramente é preciso ser um “Daniel” para
viver nesta “Babilônia” de nossos dias
(Dn 1.8).
1- Concepção do desejo da concu-
piscência - Trata-se dos desejos incon-
trolados e pecaminosos que afetam o
caráter do homem (Rm 1.24, Cl 3.5; 1
Pe 2.11). A concupiscência se manifesta
através das vontades incontidas pelas
coisas naturais dessa vida. Coisas que
conduzem o indivíduo à satisfação dos
desejos imorais e ilícitos. A concupiscência
gera e depois faz nascer o pecado e este,
uma vez consumado, gera a morte. Mas
se houver domínio sobre ele (Gn 4.7) nada
acontecerá.
2 - A consumação do pecado gera a
morte - Essa é pior, pois se trata da morte
espiritual (Hb 6.4). Só o arrependimento
e o abandono poderão livrar dessa morte
11
(v.10; 1 Jo 1.9). Portanto, é importante
resguardar-se do pecado. A tentação
em si não é pecado, pecado é praticar
o que ela sugere. Alguém já disse: “Não
posso impedir um pássaro de voar sobre
a minha cabeça, mas posso impedi-lo de
aninhar-se”.
IV - DIFERENÇA ENTRE
PROVAÇÃO E TENTAÇÃO
A provação tem objetivo elevado.
Abraão só foi considerado o pai dos que
creem porque creu e foi aprovado (Gn
22.1-18). A prova da fé é essencial para
o louvor, honra e glória (1 Pe 1.7). Aquele
que for provado receberá a coroa da vida
(Tg 1.12). Já a tentação é sempre uma
indução ao mal, à prática do pecado.
V - COMO VENCER A
TENTAÇÃO?
1- Ocupando a mente com as coisas
nobres (Is 32.8) - Tenha uma vida
devocional com oração, jejum, leitura
da Palavra e de bons livros. Viva sempre
louvando, santificando-se cada vez mais
e evangelizando (1 Ts 4.3-7).
2 - Resistindo ao Diabo (Tg 4.7) - O
inimigo conhece o ponto fraco de cada
um, se você quiser ser vitorioso, seja de-
terminado e resistente. O Espírito Santo
atua em pessoas assim, decididas.
3 - Buscando a santificação (Hb
12.14, 1 Pe 1.15) - A santificação é o
alvo e o propósito da nossa eleição em
Cristo. Santificar é viver para agradar
a Deus, é ficar perto de Deus e buscá-
-lo continuamente. Sem essa santidade
ninguém terá intimidade com o Ele (Sl
15.1,2).
4 - Dedicando-se à oração (Lc 22.40;
Ensinando as Nações
1 Ts 5.17) - Certo pregador disse: “O
Diabo ri da nossa sabedoria, zomba das
nossas pregações, mas treme diante das
nossas orações”. Medite nisto!
5 - Utilizando a palavra de Deus - A
Bíblia é a única regra de fé e prática para
o cristão. Ela fecha a boca do adversário
(Mt 4.4b). O crente deve conhecer pro-
fundamente as Escrituras (Os 6.3) para
utilizá-las na hora certa (Is 55.10,11). A
Bíblia é o padrão de comportamento para
quem deseja viver uma vida justa e sóbria
neste mundo.
CONCLUSÃO
Concluímos, então, dizendo que
a tentação tem apenas uma finalidade:
destruir a fé, a devoção e a piedade. Já
a provação faz o cristão tornar-se sub-
misso, humilde e verdadeiro, porque o
faz refletir: Sou forasteiro e peregrino,
não pertenço a este mundo, não posso
me conformar com ele, não posso amá-
-lo, nem dedicar-me a ele, bem como
aos seus interesses e prazeres. Tudo que
ofende a Deus e que se opõe a Ele eu
preciso vencer. Isto, sim, é morrer para
o mundo.
QUESTIONÁRIO
1- Por que o Senhor permite pro-
vações e qual a recompensa para o
crente provado?
2 - Cite três fontes de onde se origina
a tentação.
3 - Em que sentido podemos consi-
derar Abraão “pai dos que creem”?
4 - Como podemos ocupar nossas
mentes com coisas nobres?
5 - A tentação é pecado?
12
 Lição 03
Domingo, 17 de abril de 2022
Comentarista: Estenyo Bezerra da Silva
- Doutor em Teologia Bíblica (FATAI) - Phd em Filosofia Cristã
- Escritor e Conferencista - Professor do IBA
- Pastor-Auxiliar da AD de Anápolis | Igreja da Tiradentes

BASES PARA UM CASAMENTO SÓLIDO

VERSÍCULO CHAVE (Lc 6.48) Leitura Bíblica Principal

É semelhante ao homem que edifi-
cou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo,
e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a
enchente, bateu com ímpeto a corrente
naquela casa e não a pôde abalar, porque
estava fundada sobre rocha.
PENSAMENTO
Em tempos de distorção, banaliza-
ção e desconstrução do casamento, é fun-
damental fazer-se ouvir o eco da palavra
de Deus.
Leitura Diária
Segunda-feira - Efésios 5.33
- O marido deve amar sua esposa.
Terça-feira - Hebreus 13.4
- A relação conjugal deve ser preser-
vada.
Ef 5.28-33
28 Assim devem os maridos amar a sua
própria mulher como a seu próprio corpo.
Quem ama a sua mulher ama-se a si mes-
mo.
29 Porque nunca ninguém aborreceu a sua
própria carne; antes, a alimenta e susten-
ta, como também o Senhor à igreja;
30 porque somos membros do seu corpo.
31 Por isso, deixará o homem seu pai e sua
mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois
numa carne.
32 Grande é este mistério; digo-o, porém,
a respeito de Cristo e da igreja.
33 Assim também vós, cada um em parti-
cular ame a sua própria mulher como a si
mesmo, e a mulher reverencie o marido.

Quarta-feira - 1 Coríntios 7.3

- A relação conjugal deve ser com equi-
líbrio.
Quinta-feira - 1 Coríntios 7.4
- A relação conjugal deve ser interde-
pendente.
Sexta-feira - Deuteronômio 6.6
- Um casamento sólido é resultado de
uma boa instrução.
Sábado - Efésios 4.32
- O perdão sempre deve fazer parte do
casamento.
Ensinando as Nações
COMENTÁRIO
Introdução
O assunto em pauta é muito
oportuno, atual e urgente, uma vez que
se trata de uma das áreas mais atingidas
por mudanças, modismos e distorções da
sociedade: o casamento. Embora seja um
assunto por demais falado e ensinado na
igreja, contudo, poucos temas o superam,
especialmente nos dias atuais, dada a ava-
lanche de situações que têm surgido com a
13
finalidade de destruir literalmente esta im-
portante instituição divina. Então, vejamos
alguns pontos desse tema dentro de uma
perspectiva teológica/empírica.
I - DEFININDO ALGUNS
TERMOS
Comecemos por definir alguns ter-
mos que, embora interligados na prática,
seus significados são distintos e isso nos
ajuda a situar algumas questões no âmbito
da prática e da experiência humana:
1 - Família
Este termo é bastante amplo em
sua terminologia, não havendo apenas um
significado para ele, mas, vários. Entretan-
to, em sentido geral família é um grupo de
pessoas que vivem sob o mesmo teto para
o bem comum e interdependente uns dos
outros. Nesse sentido, todos temos uma
família, independente de quaisquer situa-
ções e dramas. Família é a primeira heran-
ça que recebemos e isso já ao nascermos.
2 - Casa
É a edificação física e material
onde uma família reside e convive, con-
siderando inevitavelmente suas nuances.
Casa, no sentido de lugar, quase todos ha-
bitam numa, seja própria ou não, exceto
pessoas que vivem em situação de vulne-
rabilidade social e perambulam pelas ruas
da cidade.
3 - Lar
É a condição de bem-estar, paz,
harmonia, equilíbrio e respeito que uma
família vive dentro de uma casa. Lar é algo
que muita gente não tem, pois não depen-
Ensinando as Nações
de do lugar ou das condições socioeconô-
micas das pessoas. Assim, todos têm uma
família, têm casa, mas podem não ter um
lar. O teólogo pentecostal Lawrence Olson
afirma: “Ter um lar vai além das aparên-
cias superficiais, dos estereótipos sociais e
valores econômicos; lar é lugar onde reina
a paz, o amor, o respeito e a presença de
Deus, do contrário, pode se ter uma família
ou uma casa, mas não é lar”.
II - O QUE É CASAMENTO?
Casamento é a união de duas
pessoas de sexo e temperamentos distin-
tos que decidem viver unidos mediante
os laços do matrimônio, da comunhão, da
intimidade, da cumplicidade e da fidelida-
de. É a associação de duas pessoas tendo
em vista objetivos comuns desejados. É a
união de duas pessoas que visam realizar
sonhos e projetos através do ajuntamento
de esforços e recursos que empreendem.
Vejamos algumas características teológicas
de um casamento:
a) Uma união divina/espiritual (Mt
19.5) - Antes de tudo, o casamento
é uma união divina, por isso é comu-
mente chamado de instituição divina,
porque, de fato o é, sendo uma orde-
nança direta do próprio Deus, sendo
Ele mesmo autor do primeiro casa-
mento da história (Gn 2.18).
b) É uma união físico/corporal (Mc
10.7,8) - Casamento também é uma
união corpórea, física, sintomatológica
e sensível, isso é necessário às rela-
ções sexuais.
c) É uma união emocional/psíquica
(Ec 4.9) - No casamento deve haver
sintonia e coesão, a fim de que os ob-
14
 jetivos desejados sejam alcançados.
d) É uma união exclusiva/única (Ef
5.28) - A poligamia e outras formas
de relações conjugais ilícitas nunca fo-
ram da vontade de Deus. Os povos an-
tigos tinham essas tradições, mas isso
sempre trouxe sérias consequências
na vida do povo de Deus, pois o casa-
mento sempre foi uma unidade única
e uníssona, onde cada um pertence
exclusivamente ao outro.
e) É uma união heterossexual/bíbli-
ca (Gn 2.24) - Fora deste princípio
divino não há “casal”. O casamento
é a união de indivíduos de sexo e se-
xualidade diferentes, esse é o padrão
bíblico. Qualquer coisa aquém ou além
disso é inaceitável.
f) É uma união jurídica/legítima -
Ou seja, o aspecto jurídico de direitos
e deveres, de compromissos e res-
ponsabilidades fazem parte do plano
divino para um casamento sólido. Do
contrário, Deus não reconhece casa-
mentos sem que haja comprometi-
mento conjugal.
g) Deve ser indissolúvel - Embora
seja um ponto polêmico, controverso
e difícil de falar, a indissolubilidade do
matrimônio é um princípio bíblico. A
igreja, contudo, deve estar preparada
para lidar com todas as situações.
III - TIPOS DESCRITIVOS
DE RELAÇÕES CONJUGAIS
1 - Aberta - Quando qualquer um dos
dois cônjuges decide relacionar-se com
terceiros; é um tipo de relação liberal, per-
missiva, onde tudo pode!
Ensinando as Nações
2 - Arranjada - É quando o casal nuben-
te não escolhe seus parceiros. A escolha é
feita por outras pessoas: país, parentes e
outros. (Já houve casos de pastores agi-
rem assim, o que é inadmissível).
3 - Civil - É o casamento feito conforme
a legitimidade social, jurídica e plena (no
cartório).
4 - Misto - São as relações entre pessoas
de origens completamente diferentes e, às
vezes, opostas.
5 - Morganático - É a união entre pes-
soas de níveis sociais diferentes, exemplo:
uma princesa e um plebeu!
6 - Nuncupativo - É o casamento feito
apenas de forma oral num acordo entre
ambas as partes, portanto, sem legitima-
ção legal.
7 - Contratual - É a união estabelecida
com base num contrato por tempo deter-
minado e que, embora possua valor jurídi-
co, não possui valor bíblico e, às vezes, não
considera aspectos afetivos.
8 - Religioso - É o ato cerimonial dentro
das formalidades da religião a que os pro-
ponentes ou nubentes pertencem.
9 - Poligâmico - É a relação de pessoa ca-
sada com mais de um cônjuge, por exem-
plo: um homem com várias mulheres. Tal
prática era comum nos tempos antigos.
10 - Poliândrico - É a relação de uma
mulher com dois ou mais parceiros.
15

IV - PROPÓSITOS
DIVINOS PARA O
CASAMENTO
1 - Da espiritualidade (Js 24.15) - Esse
foi o objetivo primordial de Deus para o ca-
samento: relacionar-se melhor com o ser
humano.
2 - Da afetividade (Ef 5.25) - O amor, o
carinho, a serenidade, os afagos, são par-
tes importantes dessa relação divina.
3 - Da sexualidade e procriação (Gn
1.28) - A continuação da família por meio
dos filhos é um propósito primordial de
Deus.
4 - Da fidelidade (Gn 2.23,24) - Mais
do que ser feliz, ser fiel deve ser o esforço
de todo casal.
5 - Do ministério cristão (1 Tm 3.4,5)
- Servir a Deus juntos, embora com talen-
tos diferentes.
V - COMO TORNAR UM
CASAMENTO SÓLIDO
1 - Trazendo Deus para dentro dele -
Sem isso o fracasso será inevitável!
2 - Considerando a família - A família
deve ser a primeira igreja a ser administra-
da por todos nós. Se queremos uma igreja
local forte, comecemos pelas nossas famí-
lias, a primeira igreja!
3 - Administrando harmonicamente a
família - É preciso deixar de lado certas
picuinhas e embaraços que tanto atrapa-
lham a solidez de um casamento.
Ensinando as Nações
4 - Tendo costumes sadios - Cultivando
hábitos saudáveis e equilibrados na vida
diária.
5 - Vivendo num clima aprazível - Cul-
tivando o amor e o perdão sempre.
6 - Tendo hábitos sociais sadios - For-
talecendo os vínculos internos afetivos por
meio de momentos de devoção e também
de entretenimento.
CONCLUSÃO
Um casamento sólido não significa
uma união isenta das intempéries da vida.
Toda relação humana possui seus conflitos
e leniência. Contudo, a solidez se manifes-
ta quando o casal sabe superar suas crises,
contornar suas situações e sobrepujar bar-
reiras tudo em nome do amor. Em nosso
século, um tempo em que as relações tem
sido cada vez mais descartáveis, frouxas,
desenraizadas, materialistas e desconstru-
tivas, se faz necessário lutar e viver dentro
dos parâmetros estabelecidos pela palavra
de Deus, pois nenhum outro livro no mun-
do estabelece princípios tão sólidos e ina-
movíveis como a Bíblia. SOLA SCRIPTURA!
QUESTIONÁRIO
1 - Qual é a primeira herança que re-
cebemos já ao nascermos?
2 - O que significa, de fato, um lar?
3 - Por que o casamento é uma insti-
tuição divina?
4 - Como tornar um casamento sóli-
do?
16
 Lição 04
Domingo, 24 de abril de 2022
Comentarista: Elenias da Motta Bastos
- Formado em Teologia (EETAD/FAETAD)
- Bacharel em Teologia (FATEH-MA)
- Pastor Auxiliar da AD de Anápolis | Igreja da Tiradentes

DIVISÃO NA IGREJA, UMA AÇÃO DEMONÍACA

VERSÍCULO CHAVE (1 Sm 20.42) Leitura Bíblica Principal

E disse Jônatas a Davi: Vai-te em
paz, porque nós temos jurado ambos em
nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja
perpetuamente entre mim e ti e entre
minha semente e a tua semente.
PENSAMENTO
Quando uma divisão se espa-
lha pela igreja, ela faz Deus lembrar de
quando o inferno começou. (Francis
Frangipane)
Leitura Diária
Segunda-feira - 1 Coríntios 1.10
- Não haja divisão entre vós.
Terça-feira - Mateus 12,25
- Uma casa dividida não subsiste.
Quarta-feira - 1 Coríntios 12.25
- O corpo não pode ser dividido.
Quinta-feira - 1 Coríntios 1.13
- Cristo não está dividido.
Sexta-feira - Romanos 12.18
- Paz uns para com os outros.
Sábado - Salmo 133.1
- Bom é viver em união.
Ensinando as Nações
1 Co 3.1,3,4,6,7,9; Jo 17,20,21;
1 Sm 20.42
1 Coríntios 3.1,3,4,6,7,9
1 E eu, irmãos, não vos pude falar como
a espirituais, mas como a carnais, como a
meninos em Cristo.
3 porque ainda sois carnais, pois, havendo
entre vós inveja, contendas e dissensões,
não sois, porventura, carnais e não andais
segundo os homens?
4 Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e
outro: Eu, de Apoio; porventura, não sois
carnais?
6 Eu plantei, Apoio regou; mas Deus deu o
crescimento.
7 Pelo que nem o que planta é alguma
coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá
o crescimento.
9 Porque nós somos cooperadores de Deus;
vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.
João 17.20,21
20 Eu não rogo somente por estes, mas
também por aqueles que, pela sua palavra,
hão de crer em mim;
21 para que todos sejam um, como tu, ó
Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também
eles sejam um em nós, para que o mundo
creia que tu me enviaste.
1 Samuel 20.42
17
42 E disse Jônatas a Davi. Vai-te em paz,
porque nós temos lutado ambos em nome
do Senhor, dizendo: O Senhor seja per-
petuamente entre mim e ti e entre minha
semente e a tua semente.
COMENTÁRIO
Introdução
O terrível crime de Lúcifer não foi
apenas ter se rebelado contra Deus. O pior
foi ele ter convencido um terço dos anjos
por meio da calúnia contra o próprio Deus.
A calúnia que Lúcifer inventou (Ez 28.16),
foi tão desprezível que os anjos gloriosos
logo se tornaram em demônios endurecidos.
Diante de tantos acontecimentos na
atualidade, podemos concluir que a guerra
de Satanás não terminou. Cada vez que ele
consegue dividir uma igreja, ele alcança seu
objetivo e atinge novamente o coração de
Deus. Mesmo sendo onipotente, Deus não
impede o desenvolvimento deste terrível
fruto da carne em nossas vidas, porque nós
somos dotados de livre-arbítrio.
Nesta lição veremos os males que a
divisão pode trazer à igreja, mas também
encontraremos passos importantes para
obtenção da cura.
I - CAUSAS DA DIVISÃO
Os problemas da divisão e suas
consequências tiveram início ainda numa
esfera celestial e remontam um tempo bem
longínquo (Is 14.13-15). Usufruindo deste
triste legado, os homens sempre estiveram
predispostos à divisão, com ou sem razões
plausíveis para tal, de modo que, hoje,
qualquer motivo, ainda que de origem banal,
serve para motivá-la.
Entre as causas da divisão em qual-
quer grupo social, inclusive nas igrejas, as
Ensinando as Nações
mais frequentes são: calúnia, ira, engano,
amargura, ódio, maledicência, falta de per-
dão, porfia, contenda, orgulho, rebelião,
insubmissão (Cl 3.8; Pv 6.16-19).
Frequentemente aqueles que provo-
cam divisão na igreja apresentam-se como
líderes espirituais superiores que sentem um
incontido desejo de encabeçar mudanças
visando alguma “boa causa”. Em alguns ca-
sos até se intitulam “reformadores”, mas, na
realidade não passam de indivíduos carnais
que querem promover seu autointeresse
(1 Co 3.3ss). Dependendo do tamanho da
dissidência, o resultado inevitável acaba
sendo uma nova denominação.
Mesmo sabendo que a divisão, exce-
to por questões doutrinárias, provocada no
corpo de Cristo é um pecado sério, muitos
até sentem prazer e realização pessoal em
realizá-la. Paulo, em sua primeira epístola
aos Coríntios deixa claro que a sabedoria
divina estabelece a harmonia, e não a divi-
são, porquanto há um só corpo com muitos
membros (1 Co 12.12-25).
É inadmissível convivermos com
um corpo fragmentado, afinal, Cristo, é o
cabeça de um corpo espiritual unificado.
Precisamos, portanto, entender o mistério
da vontade de Deus: “... tornar a congregar
em Cristo todas as coisas...” (Ef 1.10).
1 - Um problema antigo - A questão da
calúnia e da maledicência na igreja sempre
houve e, infelizmente, sempre haverá.
Paulo, escrevendo a Timóteo a respeito
dos últimos dias, disse: “porque haverá
homens amantes de si mesmos, avaren-
tos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes, ingratos, profanos, sem
afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com
os bons, traidores, obstinados, orgulhosos,
mais amigos dos deleites do que amigos de
Deus” (2 Tm 3.24).
Talvez você conheça pessoas que
18
sempre têm algo negativo a dizer sobre os
outros, sempre trazem para as conversas
informações negativas de outras pessoas.
As más conversações corrompem os bons
costumes (1 Co 15.33). Vigilância e oração
são imprescindíveis em nossa jornada cristã.
II - CONSEQUÊNCIAS
DA DIVISÃO
O “epicentro” da divisão pode ocorrer
entre duas pessoas, mas rapidamente ela
atingirá uma grande parte da comunidade
cristã. A divisão é um “câncer” - uma doença
sistêmica que se espalha contaminando
o corpo de Cristo. É um sistema de vida
maligno que só causa dor e sofrimento às
pessoas.
Na divisão existe um “crescimento”
proporcionado pela ira, orgulho e ambição.
São, muitas vezes, atitudes demoníacas que
invadem o coração dos cristãos ao invés
desses corações estarem sendo controlados
pela mansidão, paciência e pelo amor.
Na divisão, bons amigos se tornam
inimigos, as pessoas que oravam umas pe-
las outras agora se maltratam e a suspeita
toma o lugar da confiança. Onde ficou o
amor? (Ap 2.4). O pior é que, em virtude
dessas mesquinharias, os novos convertidos
reconhecem que isso não pode estar certo
e se afastam de Deus e da igreja.
Isto é lamentável, porque ao invés
do verdadeiro amor fluir nos corações, o
que se observa é um sofrimento profundo
e repugnante no interior de cada cristão. Te-
nhamos cuidado! Se estivermos envolvidos
em semeaduras de contendas, estaremos
despertando a ira de Deus.
III - O DESEJO DE DEUS
O grande desejo de Deus é que vi-
vamos em comunhão. Precisamos observar
Ensinando as Nações
o importante exemplo deixado a nós pelos
irmãos da igreja primitiva (At 2.42). Neste
texto, podemos notar que, mesmo em meio
a grandes perseguições, havia um grande
crescimento daquela igreja e a presença
de Deus era sempre notória no meio dos
irmãos.
Devemos nos conscientizar de que
nosso culto é tão importante para Deus
assim como deve ser o relacionamento com
nossos irmãos. É mandamento do nosso
Deus que todo crente seja um ofertante
e um dizimista fiel, porém, não podemos
esquecer da recomendação de Jesus: “Por-
tanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí
te lembrares de que teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa ali diante do altar a
tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com
teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua
oferta” (Mt 5.23,24).
Tenhamos sempre em mente que
qualquer tipo de divisão é condenado, com
rigor, por Deus nas Escrituras. Já é hora de
colocarmos fim a essa maldição.
IV - CRISTO, O GRANDE
UNIFICADOR
Uma vez que a meta de Satanás é
colocar algo maligno entre as pessoas com
objetivo de dividi-las, Cristo se coloca entre
nós a fim de curar-nos e trazer unidade
entre nós.
Temos várias opções: podemos ter
comportamentos nervosos; e ter orgulho
pela vida. Podemos, ainda, ser soberbos
e sectários, assumindo comportamentos
que levam à maledicência e à divisão. Ou
podemos tornar-nos semelhantes a Cristo,
tendo uma vida de paz (Jo 14.27) cum-
prindo, assim, o grande objetivo de Deus.
A decisão é nossa. Vejamos alguns pontos
importantes neste sentido:
19
1 - A humildade e a modéstia - Da
mesma forma que a Bíblia nos instrui a hon-
rarmos nossos líderes e sermos submissos
àqueles que exercem autoridade espiritual
sobre nós (Hb 13.7,17), ela nos diz que
devemos considerar os outros superiores a
nós mesmos (Fp 2.3).
2 - Disposição para perdoar - Ao mesmo
tempo em que buscamos o perdão para
nossos pecados, Cristo nos lembra que,
para sermos perdoados, também devemos
perdoar (Mt 6.14,15). O perdão reacende
um espírito de boa disposição e harmonia
entre os indivíduos e reabre nossa comuni-
cação com Deus.
3 - A suprema excelência do amor -
Entre todas as virtudes, o aspecto mais
relevante e mais envolvente é o amor. O
apóstolo Paulo nos fala do amor como
Dom Supremo; amor capaz de lidar com
qualquer situação, capaz de suportar todo
tipo de afronta, amor que não procura seus
interesses próprios, que não se alegra com
injustiça, por fim, um amor que jamais se
acaba (1 Co 13).
Em Romanos 13.10, aprendemos
que o verdadeiro amor não pratica o mal
contra o próximo e que o cumprimento de
toda lei é o amor. Em 1 João 4.20, o apóstolo
também nos faz lembrar que, se dissermos
que amamos a Deus, mas não amamos
nosso irmão, somos mentirosos.
Quando amamos estamos provando
para o Diabo que realmente somos nascidos
de Deus (4.7). Devemos nos conscientizar
de que os ensinamentos bíblicos a respeito
do amor não podem ser apenas teóricos.
Tem que haver uma praticidade em nos-
sas vidas (3.18). Além disso, o Senhor se
coloca entre nós, e nos faz lembrar de que
as nossas questões não vêm ao caso. Ele
é que vem ao caso. Ele é a questão mais
importante.
Ensinando as Nações
Assim como Jônatas falou no seu
ajuste com o rei Davi: “O Senhor seja para
sempre entre mim e ti” (1 Sm 20.42), Deus
coloca seu Filho - e não as questões - entre
nós.
CONCLUSÃO
Não nos esqueçamos de que simples
palavras podem causar grandes divisões (Pv
16.28; 26.20). Preocupemo-nos mais com
aquilo que estamos falando. As Escrituras
dizem que por nossas palavras seremos
justificados ou condenados.
Temos uma ideia errada de que Deus
é parcial como Papai Noel, sempre gentil e
preocupado com nosso presente. Entre-
tanto existem coisas que o Todo-Poderoso
abomina - coisas que provocam a sua ira.
Que tipo de vida espera o homem que está
fazendo o que Deus odeia? Meditemos com
mais atenção nas atitudes que mais aborre-
cem a Deus, conforme está registrado em
Provérbios 6.16-19.
Creio que somos edificados por Deus
e nada poderá deter o nosso crescimento.
Diz a Bíblia que o Senhor edificaria a sua
igreja de modo que nem as portas do inferno
prevaleceriam contra ela (Mt 16.18).
QUESTIONÁRIO
1 - Qual foi o pior crime de Lúcifer?
2 - Quais são as principais causas da
divisão?
3 - Qual o maior prejuízo causado pela
divisão?
4 - Qual a principal causa do grande
crescimento da igreja primitiva?
5 - Qual a maior prova que damos a Sa-
tanás de que somos nascidos de novo?
20
 Lição 05
Domingo, 01 de maio de 2022
Comentarista: Paulo Sartin
- Bacharelando em Teologia (IBA)
- Projetista Gráfico (Editora CIAD)
- Pastor Auxiliar da AD de Anápolis | Igreja da Tiradentes

CRISTO, O OBJETIVO PRIMORDIAL

DA NOSSA FÉ
VERSÍCULO CHAVE (Cl 1.18)
E ele é a cabeça do corpo da igreja;
é o princípio e o primogênito dentre os mor-
tos, para que em tudo tenha a preeminência.
PENSAMENTO
Viva cada dia de sua vida como
se fosse o último, pois, um dia desses, vai
ser realmente o último mesmo. (Alfred E.
Newman)
Leitura Diária
Segunda-feira - 1 João 1.7
- Ter comunhão uns com os outros.
Terça-feira - Atos 2.46
- Ter união com todos com simplicidade
no coração.
Quarta-feira - Atos 2.47
- Ter uma vida de louvor.
Quinta-feira - Romanos 12.2
- Uma mente renovada.
Sexta-feira - João 15.16
- Produzir bons frutos.
Sábado - João 3.34
- Falar a palavra de Deus.
Ensinando as Nações
Leitura Bíblica Principal
Cl 1.9-18
9 Por esta razão, nós também, desde o dia
em que o ouvimos, não cessamos de orar
por vós e de pedir que sejais cheios do
conhecimento da sua vontade, em toda a
sabedoria e inteligência espiritual;
10 para que possais andar dignamente
diante do Senhor, agradando-lhe em tudo,
frutificando em toda boa obra e crescendo
no conhecimento de Deus;
11 corroborados em toda a fortaleza, segun-
do a força da sua glória, em toda a paciência
e longanimidade, com gozo,
12 dando graças ao Pai; que nos fez idôneos
para participar da herança dos santos na luz.
13 Ele nos tirou da potestade das trevas e
nos transportou para o Reino do Filho do
seu amor;
14 em quem temos a redenção pelo seu
sangue, a sabei; a remissão dos pecados;
15 o qual é imagem do Deus invisível, o
primogênito de toda a criação;
16 porque nele foram criadas todas as coi-
sas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações,
sejam principados, sejam potestades; tudo
foi criado por ele e para ele.
17 E ele é antes de todas as coisas, e todas
as coisas subsistem por ele.
18 E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o
princípio e o primogênito dentre os mortos,
21
para que em tudo tenha a preeminência.
COMENTÁRIO
Introdução
Apesar do conteúdo essencial-
mente cristocêntrico da Bíblia, a palavra de
Deus, e dos ensinamentos constantes dos
pastores e dos professores da Escola Bíblica
Dominical, em nossos dias tem aumentado
consideravelmente o número de “cristãos”
egocêntricos. Segundo os estudiosos, o
diagnóstico da igreja hodierna é: pessoas
com doenças espirituais, corporais e men-
tais, como dificuldades comportamentais,
relacionais e até mesmo ausência de amor
entre os que frequentam igrejas. Percebe-se
que Jesus não está mais ocupando o centro
da vida de tais pessoas, e isto as tornam
egoístas. O ideal é que todos nós tenhamos
o Rei Jesus no centro de nossas vidas. Nesta
lição estudaremos como devemos atender
o convite do justo Juiz batendo à porta (Ap
3.20).
I - VIDA EGOCÊNTRICA
Segundo o dicionário médico, ego-
cêntrica é a pessoa que exibe atitudes ou
comportamentos voltados para si mesma,
de modo relativamente insensível às preo-
cupações dos outros (diz-se de indivíduos).
Para a psicologia, ser egocêntrico é ter a
atitude ética ou social que parte do princípio
de que o móvel fundamental de todo pen-
samento ou ação (morais) é a defesa dos
próprios interesses.
O Senhor Jesus condenou o ego-
centrismo entre os filhos de Deus. Ele
deixou isto claro quando, por meio de uma
parábola, falou sobre um homem que, após
realizar uma grande colheita (Lc 12.16b),
demonstrou um caráter egoísta (vv. 17-19).
Ensinando as Nações
Àquele homem Jesus perguntou:
“Louco, esta noite te pedirão a tua alma,
e o que tens preparado para quem será”?
1 - Característica do egocêntrico - A
pessoa egocêntrica é egoísta por excelência,
e acha que tudo deve girar em torno de si.
O egocentrismo é um comportamento que
está contido no sistema do egoísta, uma vez
que ele desconsidera e desvaloriza as razões
alheias em proveito das suas, deixando de
reconhecer as igualdades que há entre os
indivíduos. Ele se considera sempre melhor,
maior, mais digno e mais merecedor do que
as outras pessoas (2 Tm 3.2).
2 - Origem do egoísmo - A origem deste
comportamento surgiu após um ato de
rebeldia, no céu, por parte daquele que foi
criado para ser um padrão de adoração e
obediência ao Senhor Deus (Ez 28.12b).
Embora ocupando uma posição de “aferi-
dor da medida”, um modelo a ser seguido,
deixou a iniquidade tomar conta de seus
pensamentos. Grande foi sua queda ao
querer tomar o lugar que não lhe pertencia
[“... ‘eu’ subirei ao céu..., serei semelhante
ao Altíssimo”: Is 14.12.15] e, com este ato,
Lúcifer passou da condição de amigo para
inimigo de Deus. Nesta condição de inimigo
de Deus o diabo sempre teve, tem e terá
como alvo atingir a santidade de Deus. Ele
usa a criação fazendo de tudo para afastar
o homem do seu Criador (Gn 3.6).
3 - As consequências da queda - A
atitude de Eva e Adão demonstra que quali-
dades negativas estavam presentes em suas
mentes e corações quando pecaram contra
seu Criador. A pretensão de ser semelhante
ao Altíssimo em conhecimento (Gn 3.5) en-
vaideceu seus corações e envenenou suas
vontades, a ponto de fazê-los desobedecer
Aquele que tinha direito sobre eles. Onde a
vontade de Deus é esquecida e a humana
22
tem a primeira e a última palavra, a submis-
são perde e o egoísmo ganha.
Por causa da queda e a partir dela
(vv. 6-24) todo homem já nasce em pecado
(Rm 5.12), com pretensões de desenvolver
comportamentos egoístas. Temos, por
exemplo, o caso de Saul que escolheu
contrariar a vontade do Senhor e, como
consequência de seus atos, teve a perda
do reino e da comunhão com Deus (1 Sm
15.19-24).
Hoje, no tempo da graça, há
muitos cristãos que têm demonstrado este
comportamento egoísta, deixando o Justo
Juiz fora de suas vidas. Jesus esta à porta
e bate. Abramos a porta do nosso coração
para que Ele entre e, assim, possamos
desfrutar de intensa comunhão. Precisamos
ter Jesus onde Ele quer estar: em nossos
corações. Aleluia!
II- VIDA
CRISTOCÊNTRICA
O modelo cristocêntrico é o de ter-
mos Cristo no centro de nossas vidas. Neste
modelo mantém-se a afirmação do caráter
único e universal de Jesus Cristo como único
e suficiente salvador da humanidade. Para
participar desta salvação temos que confes-
sá-Lo explicitamente; temos que entender
e aceitar que ele morreu e ressuscitou para
que toda a humanidade tenha a salvação,
configurando, assim, a diferença das demais
religiões que não têm um salvador.
1 - Cristo como centro de nossa missão
- Como membros do corpo de Cristo (1 Co
12.27), temos uma missão a desempenhar:
anunciar salvação aos perdidos (Mc 16.15).
No entanto, vemos que muitos deixam de
cumprir seu papel como missionários e não
proclamam o evangelho de Cristo.
Muitas vezes, para tais pessoas, a
Ensinando as Nações
igreja tem-se tornado um “clube” ou um
lugar para se reunirem socialmente aos
domingos. Por esta razão temos, hoje, tan-
tos crentes frios e mortos espiritualmente,
pessoas que, há muito, já não fazem uso
dos dons espirituais. São crentes que estão
indiferentes ao que acontece com o próximo
e só se preocupam consigo mesmos.
O mundo precisa ouvir sobre o
amor de Cristo, por isso o dever de todo
cristão é falar dele. Mas se nós, os crentes,
invertermos os valores e deixarmos de
priorizar o evangelho, não conseguiremos
cumprir nossa missão. Aí vamos ter um
resultado gravíssimo: Muitas vidas deixarão
de conhecer a Cristo, vão perder a salvação
e a culpa será toda nossa. Portanto, cum-
pramos a missão.
2 - Cristo como centro de nossa prega-
ção - Cristo é o salvador de cada membro
da espécie humana. Por esta razão, em
nossas prédicas devemos mostrar para as
pessoas quem é Jesus, bem como os seus
ofícios: Profeta (Jo 4.44), Sacerdote (Hb
7.17) e Rei (Ap 19.16). Com esses minis-
térios Cristo tem toda autoridade para ser
o centro de nossos sermões, como afirma
o apóstolo Paulo: “Esta é uma palavra fiel e
digna de toda aceitação: que Cristo Jesus
veio ao mundo, para salvar os pecadores,
dos quais eu sou o principal” (1 Tm 1.15).
Vivemos tempos difíceis, pois é
grande o número de “pregações” que não
enfatizam mais o senhorio de Jesus. Há, ain-
da, os “pregadores” que andam afirmando
que o Senhor Jesus é obrigado a fazer isto
ou aquilo. Ora, é claro que Ele faz, que Ele
abençoa, não porque algum ser humano,
até mesmo “pregador”, possa obrigá-lo.
Nós devemos servir ao Senhor Je-
sus pelo que Ele é, e não somente por aquilo
que Ele pode nos dar. A palavra de Deus nos
diz: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de
receber o podei e riquezas, e sabedoria, e
23
força, e honra, e glória, e ações de graças”
(Ap 5.12).
3 - Cristo como o centro de nossa vida
- No caminhar cristão só teremos vitórias se
Jesus estiver no centro de nossas vidas e
se estivermos no centro da vontade dEle,
pois não podemos servir a dois senhores (Mt
6.24). A qual senhor estamos obedecendo?
Quando vivemos segundo a vonta-
de de Deus, temos paz uns com os outros
e ficamos livres para amar nosso próximo
como a nós mesmos (Mc 12.31). Somente
quem tem Cristo no centro de sua vida
está apto a cumprir este mandamento
maior e receber os benefícios de uma vida
cristocêntrica, conforme podemos ver: a)
Comunhão (1 Jo 1.7) - A comunhão cristã
só é possível quando estamos corretos com
Deus, especialmente no que diz respeito à
santidade, à pureza e à vida espiritual; b)
Unanimidade (Rm 12.16) A igualdade e
unidade de caráter demonstram a pureza e
o amor mútuo como devoção ao Senhor; c)
Graça (Jo 7.46) O crente deve contar com
auxílio sobrenatural que Deus concede aos
salvos, para que cumpram a vontade divi-
na, que é a salvação. Que grande bênção!
O desejo de Cristo é que sejamos puros e
simples de coração, sem complicações e
dedicados naquilo que é santo (Mt 6.22).
III - CRISTO, CABEÇA
DA IGREJA
Deus, na plenitude dos tempos,
enviou seu Filho para redimir o homem do
pecado e reconciliá-lo com o Pai. O sacrifício
de Jesus foi perfeito e eficaz. Porém, não
obstante o Filho de Deus ter vindo ao mundo
para anular o pecado, este continua a existir
no mundo e dele se vê em toda parte os
seus amargos frutos, tudo por causa do
homem que persiste na impiedade. Mas
Ensinando as Nações
a sua existência terminará, precisamente
quando Deus decidir eliminá-lo totalmente
da face da terra. Só naquele dia a maldade
deixará de existir; não antes.
Jesus, como cabeça da igreja, é
digno de todo louvor e adoração. Somente
a Ele devemos honrar e adorar como Senhor
de nossas vidas: “E ele é a cabeça do cor-
po da igreja; é o principio e o primogênito
dentre os mortos, para que em tudo tenha
a preeminência” (Cl 1.18).
Lamentavelmente, para muitos,
Cristo está do lado de fora do coração e da
igreja (Ap 3.20) e já nem sentem o toque
dele. Misericórdia! Entretanto, aqueles que
atendem e abrem a porta de seus corações
para Cristo entrar e tornar-se o centro de
suas vidas, estes, sim, podem usufruir da
graça salvadora de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo (Jo 3.16). Amém!
CONCLUSÃO
Ao término desta lição precisamos
estar conscientes e convictos de que o Se-
nhor Jesus Cristo deve, efetivamente, ser o
centro de nossas vidas. Foi para isto que Ele
veio a este mundo: Morrer a nossa morte e
nos dar a salvação (Rm 5.8). Coloquemos,
então, o Senhor Jesus onde Ele quer estar:
no centro de nossas vidas, absoluto.
Que o Senhor nos ajude a nos liber-
tarmos de comportamentos egocêntricos.
QUESTIONÁRIO
1- Como se define o egoísta?
2 - Qual o significado do termo cris-
tocêntrico?
3 - Como você vê sua vida cristã, hoje?
4 - Qual o motivo do esfriamento da
igreja hodierna?
24
 Lição 06
Domingo, 08 de maio de 2022
Comentarista: Itamar Tolentino
- Formado no Curso Básico de Teologia (EETAD)
- Bacharel em Teologia (FATAI) - Bacharel em Direito (UniEvangélica)
- Pastor Auxiliar da AD de Anápolis | Beira Rio

CUIDADO E PERSEVERANÇA NA DOUTRINA

VERSÍCULO CHAVE (Gl 1.8) Leitura Bíblica Principal

Mas, ainda que nós mesmos ou
um anjo do céu vos anuncie outro evange-
lho além do que já vos tenho anunciado,
seja anátema.
PENSAMENTO
O sucesso na vida cristã não é
mágica, mas processo.
Leitura Diária
Segunda-feira - 2 Timóteo 4.4
- Muitos desviarão os ouvidos da
verdade.
Terça-feira - Tito 2.1
- Ensino de acordo com a doutrina
verdadeira.
Quarta-feira - Gálatas 5.9
- O perigo da contaminação.
Quinta-feira - Colossenses 2.8
- Filosofias e vãs sutilezas, um perigo
iminente.
Sexta-feira - 1 Timóteo 4.16
- Cuidado e perseverança na doutrina.
Sábado - 1 Timóteo 4.1-7
- A apostasia dos últimos tempos.
Ensinando as Nações
Cl 2.6-16
6 Como, pois, recebestes o Senhor Jesus
Cristo, assim também andai nele,
7 arraigados e edificados nele e confirma-
dos na fé, assim como fostes ensinados,
crescendo em ação de graças.
8 Tende cuidado para que ninguém vos
faça presa sua, por meio de filosofias e
vãs sutilezas, segundo a tradição dos ho-
mens, segundo os rudimentos do mundo
e não segundo Cristo;
9 porque nele habita corporalmente toda
a plenitude da divindade.
10 E estais perfeitos nele, que é a cabeça
de todo principado e potestade;
11 no qual também estais circuncidados
com a circuncisão não feita por mão no
despojo do corpo da carne: a circuncisão
de Cristo.
12 Sepultados com ele no batismo, nele
também ressuscitastes pela fé no poder
de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
13 E, quando vós estáveis mortos nos
pecados e na incircuncisão da vossa
carne, vos vivificou juntamente com ele,
perdoando-vos todas as ofensas,
14 havendo riscado a cédula que era
contra nós nas suas ordenanças, a qual
de alguma maneira nos era contrária, e a
tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.
15 E, despojando os principados e po-
25
testades, os expôs publicamente e deles
triunfou em si mesmo.
16 Portanto, ninguém vos julgue pelo co-
mer; ou pelo beber; ou por causa dos dias
de festa, ou da lua nova, ou dos sábados.
COMENTÁRIO
Introdução
A Assembleia de Deus, fundada
no Brasil em 18 de junho de 1911, foi a
grande pioneira do movimento pentecos-
tal brasileiro. Esse movimento começou,
segundo os historiadores, na Rua Azusa,
em Los Angeles - Califórnia (EUA), sendo
trazido para o Brasil pelos missionários
Gunnar Vingren e Daniel Berg. Ainda hoje,
a Assembleia de Deus preserva e defende
os princípios da doutrina cristã, pregados
pelos apóstolos do nosso Senhor Jesus
Cristo.
Naturalmente, os costumes da
sociedade mudaram e os costumes bra-
sileiros são outros, porém, a essência dos
ensinamentos continua a ser ensinada
e defendida: Jesus Cristo salva, cura e
batiza com o Espírito Santo - estes en-
sinamentos precisam ter prioridade em
nossas igrejas.
I - O EVANGELHO É
SIMPLES
Ainda no início da nossa era
cristã, doutrinas erradas já começavam a
surgir. Pessoas com muito conhecimento
intelectual e aparentando santidade,
traziam inovações à doutrina ensinada
por Jesus. Essas pessoas não tinham o
real conhecimento acerca de Jesus e dos
mistérios que envolveram sua encarnação
- nascimento, vida, morte e ressurreição.
Após o Senhor Jesus ser assunto
Ensinando as Nações
aos céus, o evangelho ficou entregue aos
discípulos e eles tiveram muito trabalho
contra aqueles que queriam adicionar algo
mais à graça do Senhor - os judaizantes,
gnósticos, etc. Além do mais, seria difícil
para uma pessoa, naquela época - de um
lado, judeus conhecedores e praticantes
da lei e, de outro lado, a filosofia grega -
aceitar a simplicidade do Evangelho, na
sua totalidade e, uma doutrina que, até o
próprio apóstolo Paulo chamou de loucura
(1 Co 1.21; 2.14).
II - DOUTRINA (At 2.42;
Rm 6.17; 1 Tm 1.3)
No dicionário secular, doutrina é
o conjunto de princípios de um sistema
religioso, político ou filosófico. Para nós,
cristãos, doutrina é o conjunto de verda-
des e ensinamentos oriundos da Bíblia
Sagrada, vividos e ensinados por Jesus
Cristo e pelos apóstolos. Essas verdades
são defendidas pelo apóstolo João (2 Jo
2,4-10).
III - OS DIAS ATUAIS E
OS FALSOS ENSINOS
O surgimento dos vários segmen-
tos pentecostais em nossos dias é, no
mínimo, preocupante. Alguns eloquentes
pregadores trazem mensagens novas,
distorcidas da verdade, tirando da pró-
pria Bíblia suas ideias tendenciosas (2
Pe 2.1-3).
1 - O surgimento de novas doutrinas
Muitas vezes, o incauto crente
é levado a pensar que nunca havia sido
crente, até então, após ouvir algumas
pregações. Aí entra numa terrível luta
26
interior: “Ah! Eu não fazia isto, não pra-
ticava aquilo”!
Meu irmão, você foi lavado e
remido pelo sangue de Jesus Cristo (1 Jo
1.7) e nada pode mudar essa realidade
(Rm 8.39). Em sua segunda epístola, o
apóstolo Pedro disse: “os ignorantes e
instáveis deturpam as Escrituras para sua
própria destruição” (2 Pe 3.16b). Essas
pregações sempre têm como princípio o
benefício próprio de quem as prega.
O último versículo da segunda
carta de Pedro nos diz para crescermos na
graça e no conhecimento de nosso Senhor
Jesus Cristo (3.18), para não nos desviar-
mos dos ensinamentos da verdade.
Há sutilezas nos ensinamentos
tendenciosos. Prega-se uma verdade
incontestável, porém acrescida de um
falso ensinamento, fazendo com que
todo o conjunto (pacote) de afirmações
pareça verdadeiro. Precisamos separar o
joio do trigo.
2 - As novidades
Tudo que é novo desperta in-
teresse e atenção. Em Atos 17.21, diz
que “os atenienses e estrangeiros não
cuidavam, senão, de ouvir as últimas
novidades”. As novidades são boas, todos
nós gostamos. As novidades devem ser
aceitas quando não se opõem à doutrina
de Cristo. A nossa própria liturgia tem
mudado. Porém, não podemos perder o
foco ou deixar que essas mudanças alte-
rem as verdades bíblicas que nos foram
ensinadas.
O pregador tem que se esforçar
para colocar um tempero novo em suas
pregações. Precisa ler somente bons
livros; interessar-se pelo estudo da homi-
lética; espelhar-se em bons pregadores e,
o que é mais importante, conferir se o que
está pregando é bíblico - observando todo
Ensinando as Nações
o contexto e não apenas versículos ou
textos isolados. “A Bíblia explica a Bíblia”.
3 - O modernismo
Existe uma preocupação em mo-
dernizar tudo. Alguns pastores dirigentes
não querem “ficar para trás” e, inadverti-
damente, até cedem aos apelos de alguns
membros que dizem: “Isto é quadrado,
ultrapassado ou cafona”. Aqui está o
grande perigo. Por serem considerados
“antiquados’ os verdadeiros ensinamentos
são esquecidos, com isto corremos o risco
de substituí-los por ensinamentos que
não têm a devida fundamentação bíbli-
ca. Deixamos o sagrado pelo moderno;
deixamos o Cristo espiritual pelo Cristo
social; deixamos a presença de Cristo
pela euforia da “celebração”; deixamos o
Cristo do coração para o Cristo da mente.
Corremos o risco de perder Deus. Mas a
palavra de Deus nos alerta: “Jesus Cristo
é o mesmo...” (Hb 13.8). “Porque eu, o
Senhor; não mudo...” (Ml 3.6).
4 - A materialização da fé
A igreja romana diz que precisa-
mos estar vendo objetos, ou seja, quadros
ou imagens de Jesus, de santos, de rosá-
rios ou qualquer outro objeto que evoque
o sagrado, para que a fé seja mais viva
ou fortificada. Ora, a fé é algo invisível
e independe do nosso sentido da visão.
Deus é um ser invisível, espiritual, que
se comunica com nosso espírito, e pode
ser sentido através de nosso espírito, da
nossa alma, do nosso coração.
Algumas igrejas evangélicas, na
expectativa dessa aproximação de Deus
e para manipular seus fiéis, usam de
artifícios parecidos até com os do tempo
das indulgências da igreja católica roma-
na - vendem sal grosso, rosa vermelha,
27
vinho de Israel como símbolo do sangue
de Jesus para ser jogado em toda a casa,
ramos, etc., tudo para ser usado como
verdadeiras “simpatias”.
Muitos crentes começaram até a
usar símbolos de Israel - castiçais, estrelas
de Davi, etc., objetos que teriam sentido
na Lei (GI 4.9). Hoje em dia há muitos
que usam e abusam de subterfúgios em
busca de milagres, em vez de agirem em
nome do Senhor. Pedro, certa feita disse:
“Enéias, Jesus Cristo te cura”, e Enéias foi
curado (At 9.33,34); Pedro e João disse-
ram ao paralítico: “... em nome de Jesus,
levanta e anda’,’ e o paralítico levantou e
andou (3.6-8).
5 - As palavras têm poder
O surgimento da corrente positiva
afirma que nossas palavras têm poder. De
fato as nossas palavras podem influenciar
atitudes, comportamentos, decisões e
reações as mais diversas. Porém, essas
palavras abrangem somente o campo
psicológico, sem que, obrigatoriamente,
sejam a voz de Deus. Às vezes, confun-
dimos palavras de ânimo, de conforto,
de conselho, de esperança, com palavras
proféticas.
Ora, palavra profética é a Bíblia
Sagrada e profecia é dom do Espírito
Santo. Quantas pessoas caíram da fé
por causa de uma “profecia”, fruto de
criancice? Falam o que Deus não mandou
falar, aí as coisas não acontecem e quem
recebeu a “mensagem profética” passa a
ter problemas com a fé. Precisamos ter
responsabilidade com nossas palavras.
Uma coisa é ser otimista, outra coisa é
ser portador da voz de Deus. O próprio
apóstolo Paulo, falando acerca do casa-
mento, disse que não estava falando um
mandamento de Deus, porém emitindo
sua própria opinião (1 Co 7.6,10,25). É
Ensinando as Nações
claro que, muitas vezes, nos indignamos
com determinadas situações, porém nos-
sa indignação e nossa revolta não podem
mudar a vontade de Deus, que é justa,
sábia e soberana.
6 - Maldição hereditária
Muitos crentes ainda não enten-
deram que, ao se entregarem a Jesus,
aceitam a sua obra redentora e não existe
nenhuma maldição que os possa atingir:
“Cristo se fez maldito por nós, levando
sobre si as nossas maldições e as encra-
vou na cruz” (Is 53; Rm 8.1,2,33,34; 2
Co 5.17). “O filho não levará a iniquidade
do pai..”(Ez 18.1-3; 19,20).
CONCLUSÃO
Amados de Deus, a igreja do
Senhor Jesus precisa ser dinâmica, atual,
moderna, porém, cautelosa. Não pode-
mos deixar o misticismo, as crendices,
as simpatias e as criancices invadirem a
igreja, mesmo a pretexto do seu cres-
cimento, pois “Um pouco de fermento
leveda toda a massa” (Gl 5.9). Devemos
pautar a nossa vida pelo que Jesus Cristo
ensinou (Dt 18.15).
QUESTIONÁRIO
1 - Qual é a essência dos ensinamen-
tos que precisam ser preservados?
2 - O que é doutrina para nós, cris-
tãos?
3 - Em que sentido nossas palavras
têm poder?
4 - Em que sentido as novidades não
são prejudiciais à vida espiritual?
5 - Que cuidados devemos ter quanto
à preservação dos bons ensinamen-
tos?
28
 Lição 07
Domingo, 15 de maio de 2022
Comentarista: Salvarino Pinto da Silva
- Professor do IBA - Bacharel em Teologia
- Pós-graduado em Ciências da Religião (FATEBOV)
- Pastor da AD de Anápolis - (Bairro Boa Vista)

OBRAS DA LEI OU PELA PREGAÇÃO DA FÉ?

VERSÍCULO CHAVE (Gl 3.5) Leitura Bíblica Principal
Gl 3.1-14

Aquele, pois, que vos dá o Espírito
e que opera maravilhas entre vós o faz
pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
PENSAMENTO
O evangelho não aceita o con-
ceito de um Deus sem misericórdia, que
exige que façamos com que Ele seja
gracioso para conosco mediante nossos
rituais, flagelações e boas obras.
Leitura Diária
Segunda-feira - Atos 11.15-17
- Espiritualidade e poder não depen-
dem das obras da lei.
Terça-feira - Romanos 3.19,20
- O propósito e a finalidade da lei.
Quarta-feira - Gálatas 5.1,22-24
- Liberdade e responsabilidade cristã.
Quinta-feira - Gálatas 3.1; 4.31
- A defesa de Paulo quanto à salvação
pela graça.
Sexta-feira - Gálatas 3.12
- A lei não é da fé.
Sábado - Gálatas 3.6-18
- Abraão, o pai na fé dos crentes.
Ensinando as Nações
16 Ó insensatos gálatas! Quem vos fasci-
nou para não obedecerdes à verdade, a
vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo
foi já representado como crucificado?
2 Só quisera saber isto de vós: recebestes
o Espírito pelas obras da lei ou pela pre-
gação da fé?
3 Sois vós tão insensatos que, tendo co-
meçado pelo Espírito, acabeis agora pela
carne?
4 Será em vão que tenhais padecido tanto?
Se é que isso também foi em vão.
5 Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que
opera maravilhas entre vós o faz pelas
obras da lei ou pela pregação da fé?
6 É o caso de Abraão, que creu em Deus,
e isso lhe foi imputado como justiça.
7 Sabei, pois, que os que são da fé são
filhos de Abraão.
8 Ora, tendo a Escritura previsto que
Deus havia de justificar pela fé os gentios,
anunciou primeiro o evangelho a Abraão,
dizendo: Todas as nações serão benditas
em ti.
9 De sorte que os que são da fé são ben-
ditos com o crente Abraão.
10 Todos aqueles, pois, que são das obras
da lei estão debaixo da maldição; porque
escrito está: Maldito todo aquele que não
permanecer em todas as coisas que estão
29
escritas no livro da lei, para fazê-las.
11 E é evidente que, pela lei, ninguém
será justificado diante de Deus, porque o
justo viverá da fé
12 Ora, a lei não é da fé, mas o homem
que fizer estas coisas por elas viverá.
13 Cristo nos resgatou da maldição da
lei, fazendo-se maldição por nós, porque
está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado no madeiro;
14 para que a bênção de Abraão chegasse
aos gentios por Jesus Cristo e para que,
pela fé, nós recebamos a promessa do
Espírito.
COMENTÁRIO
Introdução
Nestes tempos de pluralidade de
igrejas, a salvação tem sido conceituada
nas mais variadas formas. Alguns acham
que a salvação pode ser entendida como
a conversão a Cristo de modo instantâneo,
ou seja, a transição da morte espiritual
para a vida (Jo 5.24; 2 Co 5.17). Já outros
entendem a conversão de maneira comple-
tamente diferente, como uma experiência
complexa e prolongada.
Há quem pense na salvação como
um processo de socialização em vez de
decisão. Existem, também, os defensores
da ideia de que a salvação depende de
atos litúrgicos como o batismo e a ceia
do Senhor. Por fim, não são raros os que
querem efetivar a salvação por meio do
legalismo.
Trata-se de um dilema antigo e
que vem persistindo ao longo dos anos.
Aliás, este foi um dos grandes problemas
enfrentados pelo apóstolo Paulo nas igre-
jas da Galácia.
“A noção de salvação de cada igre-
ja determinará seu modo de evangelizar”.
Ensinando as Nações
Nesta lição trataremos da salvação como
dádiva de Deus pela fé em Cristo Jesus
(Ef 2.8,9).
I - A CARTA MAGNA DA
EMANCIPAÇÃO CRISTÃ
A carta aos Gálatas também é co-
nhecida como: “A Carta Magna da Eman-
cipação Cristã”. Através de seus escritos,
Paulo faz a defesa mais intensa e ardente
acerca da natureza do evangelho. O zelo
do apóstolo se justifica pelo empenho que
precisara empreender contra oponentes
em erro: “Mas faço-vos saber; irmãos, que
o evangelho que por mim foi anunciado
não é segundo os homens” (Gl 1.11). Ve-
jamos alguns pontos importantes destes
ensinamentos:
1- Justificar-se pela lei é insensatez
“Ó insensatos gálatas”. É assim,
aparentemente de forma agressiva, que
o apóstolo se dirige aos gálatas no início
do capítulo três desta Carta. E ele tinha
razões para isso. O termo “insensatos”,
aqui, foi usado para exemplificar a situação
daqueles crentes que estavam descendo
da posição de glória e liberdade que o
evangelho pregado por Paulo os colocara.
Porque, de novo, buscavam viver uma vida
na carne. Era isto o que estava acontecen-
do aos gálatas.
Os judeus que pregavam a lei ju-
daica como único meio de salvação tinham
se intrometido na comunidade dos gálatas,
pregando: “senão vos circuncidardes,
conforme o uso de Moisés, não podeis
salvar-vos” (At 15.1). Estavam, com isso,
colocando em dúvida a própria missão do
apóstolo Paulo que conhecia muito bem
o sistema da lei judaica - ele tinha vindo
de lá.
30
 O sofrimento do apóstolo Paulo
era maior ainda porque esses judaizantes
(fariseus cristãos) haviam sido bem acolhi-
dos pelos insensatos gálatas! Daí a reação
enérgica de Paulo.
2 - Justificar-se pela lei significa ser
inimigo da cruz de Cristo
Paulo teve que se defender sozi-
nho dos judaizantes “inimigos da cruz de
Cristo” (Fp 3.18). Sua postura era enérgica
e suas convicções eram firmes na medi-
da em que percebia a influência de um
evangelho ensinado de forma distorcida.
Realmente ele estava preocupado com os
convertidos que corriam o risco de deixar
a fé (Gl 6.12,13). Para esses judaizantes
a unidade da Igreja só existia na sinago-
ga. Esse problema já tinha sido resolvido
na assembleia geral em Jerusalém (At
15.6-29). Mas os judaizantes recusavam
a aceitar tal resolução.
Com argumentos sólidos ampara-
dos nas Escrituras, o apóstolo Paulo rebate
as pretensões dos judaizantes e lembra
aos gálatas que o evangelho pregado por
ele não é segundo os homens e nem para
agradar aos homens (Gl 1.10,11).
3 - A bênção é pela lei ou pelo Espí-
rito?
Paulo pergunta aos Gálatas: vocês
receberam o Espírito cumprindo a Lei, ou
por terem escutado a mensagem com fé?
(Gl 3.2). Com esta pergunta contundente
o apóstolo quer que eles entendam o
seguinte: Se vocês retornarem a uma
religiosidade de obras, observâncias e
ritos estarão perdendo o Espírito e a nova
vida com Deus. Paulo está dizendo que os
gálatas receberam dons espirituais quando
ouviram com fé o evangelho pregado por
ele, sem mesmo conhecerem o sistema
Ensinando as Nações
e os costumes da lei judaica. Portanto, a
salvação acontece pela fé em Jesus Cristo,
sem as obras da lei (2.16; 3.11).
A religião dos judaizantes é ba-
seada no legalismo, e Paulo declara que
eles não convencem os gálatas, apenas
fascina-os, como a serpente fez com Eva
no Éden (Gl 3.1; 2 Co 11.3). Assim agem
os falsos mestres. O crente não pode viver
fascinado, e sim convicto da sua fé na
verdade de Deus que é Jesus Cristo.
II - O LEGALISMO MATA
A FÉ
O legalismo é definido como um
sistema rígido de regras ou leis, onde, em
“nome da lei a qualquer custo”, não há
lugar para a compaixão e o bom senso.
Conformando-se a um código de normas,
o legalismo tem o propósito de exaltar a
própria pessoa, como Paulo denuncia em
Colossenses 2.20-23.
Conforme esse texto, quem vive
por esse código tem o objetivo de exaltar
a si mesmo e ganhar méritos, ao invés de
glorificar a Deus pelo que Ele tem feito.
1 - ‘Fazer para merecer’ ou ‘crer e
receber’ pela fé?
A carne prefere ‘fazer’ algo para
‘merecer’, a receber pela fé através da
graça de Deus. Desta forma o poder é da
carne e não do Espírito, os resultados são
externos, são somente uma imitação da
verdadeira santidade, o que, no melhor dos
casos, fazem parte de uma falsificação que
jamais pode aproximar-se da santificação
genuína.
O crente legalista é fácil de ser
identificado: Seu estilo de vida é rígido,
duro, inflexível, severo, carente de alegria.
Está sempre pronto para encobrir seus
31
erros nas acusações que faz aos outros.
Os legalistas acusam, espiam e
escravizam (Gl 2.4). Mas o crente liberto da
maldição da lei (Gl 3.10) vive as bênçãos e
as virtudes do fruto do Espírito (5.22). Con-
tra esse modo de vida, não há lei (v.23).
III - ABRAÃO,
JUSTIFICADO PELA FÉ
Tendo as Escrituras como base de
seus argumentos em defesa da fé, Paulo
passa a mostrar a partir de Gálatas 3.6,
o exemplo de fé de Abraão: “É o caso de
Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi
imputado como justiça”. Como recursos
persuasivos para tentar mudar a opinião
dos legalistas, o apóstolo Paulo retrocede
no tempo (antes até mesmo do tempo de
Moisés) para dar a dimensão real da fé que
o patriarca Abraão tinha em Deus.
1 - Abraão creu antes de ser dada a lei
Paulo mostra nas Escrituras que
Abraão creu em Deus antes que houvesse
a lei de Moisés. E ele o faz com ênfase na
justiça que vem de Deus, através da qual o
crente é perdoado, justificado e aceito por
Deus mediante a fé (Rm 4.3,13; Fp 3.9). Os
legalistas se orgulhavam de pertencer à lei
judaica, de serem filhos de Abraão, por isto
Paulo lhes responde: “... os que são da fé
são filhos de Abraão” (Gl 3.7). Ver também
Romanos 4.16.
2 - Vida ou morte? Bênção ou maldi-
ção?
O teólogo John Stott, comentando
Gálatas 3.13,14, diz: “Paulo fala como um
tipo de Moisés do Novo Testamento, pois
Moisés disse: ...propus-te a vida e a morte, a
bênção e a maldição” (Dt 30.19). Conforme
o ensino de Paulo (Gl 3.13,14), no versículo
Ensinando as Nações
13 está a maldição da lei para os que são das
obras da lei, e no versículo 14 está a bênção
de Abraão, para os que são da fé. Na cruz,
Jesus Cristo se fez maldição em nosso lugar:
“porquanto o pendurado é maldito de Deus”
(Dt 21.22,23). Isto se fez necessário para
que a bênção de Abraão chegasse a nós,
em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos,
pela fé, o Espírito prometido. Desta forma
os que querem se justificar pelas obras da
lei estão debaixo de maldição.
Mas os que, humildemente, vão à
cruz onde Cristo assumiu a nossa maldição
e nos lançou inteiramente na misericórdia
de Deus, estão, pela pura graça de Deus
através da fé em Jesus Cristo, justificados.
Estes têm a bênção de Abraão, o Espírito
de Deus e a vida eterna, amém.
CONCLUSÃO
A carta aos gálatas é mesmo, “A
Carta Magna da Emancipação Cristã”. Valori-
zemos mais esta carta de Paulo. Associemo-
-nos a ele nesta luta pela liberdade que
o evangelho de Jesus Cristo nos trouxe.
Permaneçamos na liberdade e não voltemos
mais à escravidão (Gl 5.1).
Só assim poderemos desfrutar da
alegria do Espírito Santo e da salvação que
Cristo veio nos dar. Amém!
QUESTIONÁRIO
1 - Qual a síntese do estudo desta
lição?
2 - Qual o grande equívoco sobre sal-
vação, na concepção dos legalistas?
3 - Cite algumas características do
crente legalista.
4 - Cite algumas características do
crente liberto da maldição da lei.
5 - Como Paulo refutou o orgulho que
os legalistas sentiam pela lei judaica?
32
 Lição 08
Domingo, 22 de maio de 2022
Comentarista: Deilton Miguel
- Formado em Teologia (IBA-CBTC/EETAD)
- Bacharel em Teologia (IBA) - Professor do IBA
- Pastor da AD de Anápolis (Bairro Arco Verde)

A RESPONSABILIDADE DO CRISTÃO
VERSÍCULO CHAVE (Hb 13.3)
Lembrai-vos dos presos, como se
estivésseis presos com eles, e dos maltra-
tados, como sendo-o vós mesmos também
no corpo.
PENSAMENTO
Há pessoas que estão prontas para
reafirmar seus direitos, embora não estejam
prontas para assumir suas responsabilida-
des. (Vance Havner)
Leitura Diária
Segunda-feira - João 13.34
- Responsabilidade de amar.
Leitura Bíblica Principal
Gl 6.1-5
1 Irmãos, se algum homem chegar a ser
surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois
espirituais; encaminhai o tal com espírito de
mansidão, olhando por ti mesmo, para que
não sejas também tentado.
2 Levai as cargas uns dos outros e assim
cumprireis a lei de Cristo.
3 Porque, se alguém cuida ser alguma coisa,
não sendo nada, engana-se a si mesmo.
4 Mas prove cada um a sua própria obra e
terá glória só em si mesmo e não noutro.
5 Porque cada qual levará a sua própria
carga.
COMENTÁRIO
Introdução

Terça-feira - Marcos 11.26 A palavra responsabilidade, na en-

- Responsabilidade de perdoar.
Quarta-feira - Romanos 12.18
- Responsabilidade de manter a paz.
Quinta-feira - Marcos 16.15
- Responsabilidade de evangelizar.
Sexta-feira - Lucas 10.9
- Responsabilidade de curar.
Sábado - 1 Pedro 1.16
- Responsabilidade de ser santo.
Ensinando as Nações
ciclopédia de teologia e filosofia, significa: “O
estado de quem sente que precisa prestar
contas de seus atos; de quem sente que
precisa cumprir suas obrigações; de quem
sente que precisa atender as reivindicações
legítimas”. O dicionário didático brasileiro de-
fine responsabilidade, assim: “Qualidade do
que é responsável; obrigação de responder
pelos seus atos ou pelos de outrem”.
Todo ser humano tem obrigações
a cumprir. Quanto maior a posição, maiores
33
são as obrigações, mas ninguém é livre de
nenhuma responsabilidade. O teólogo puri-
tano Stephen Charnok, disse: “A eternidade
não pode nos libertar do dever”.
Podemos dizer que, quanto mais
almejarmos a eternidade, mais teremos que
cumprir nossas responsabilidades. Nesta
lição vamos discorrer sobre pelo menos três
deveres com base no estudo de Gálatas. É
bom ressaltar, a priori; que toda responsabi-
lidade traz sua recompensa. Vejamos alguns
detalhes acerca da responsabilidade e suas
atribuições:
I - PARA COM O PRÓXIMO
Em suas últimas exortações aos
gálatas, o apóstolo Paulo menciona a res-
ponsabilidade para com os que fracassam
na fé: “Irmãos, se algum homem chegar a
ser surpreendido nalguma ofensa...” (v.1).
Falando acerca da responsabilida-
de, na perspectiva de uma visão teológica,
o Dr. John Blanchard, escritor e teólogo,
disse: “Nunca podemos permitir que nossa
teologia nos roube nossa responsabilidade”.
Às vezes, nós nos tornamos ape-
nas religiosos, exatamente como aquele
sacerdote que descia de Jerusalém (Lc
10.30-37), e não nos preocupamos com os
que se acidentam no caminho da fé. Mas,
diante do verso primeiro: “... vós, que sois
espirituais, encaminhai o tal com espírito de
mansidão...” podemos fazer duas perguntas:
1- De quem é a responsabilidade?
Dos irmãos. A palavra irmão, do
grego adelphos, significa “Irmão compatrio-
ta ou pessoa de uma comunidade”. O uso
da palavra “irmãos” (v.1) reflete o desejo do
apóstolo de manter suas exortações num
plano pessoal.
Paulo está querendo dizer que a
Ensinando as Nações
responsabilidade em restaurar alguém que
errou no caminho da fé é de todos e não
apenas um trabalho para o pastor. Paulo
disse: “... se um membro padece, todos os
membros padecem com ele...” (1 Co 12.26).
Na nova aliança todos são responsáveis, uns
para com os outros.
Ao usar o condicional “se”, Paulo
está admitindo uma perspectiva possível,
isto é, a ocorrência de fatos ocasionais
(dignos de advertências) registrados em
meio àquela comunidade. O texto declara
a condição de alguém apanhado em um
delito, do grego paraptoma, que significa
“deslizar, errar, cometer uma falta ou pisar
fora do caminho”. Neste caso, o apóstolo
complementa: “encaminhai o tal...”, e esta
responsabilidade que tem por objetivo a
restauração do “infrator”, é de cada um
da comunidade. Mas tudo com diligência e
humildade para que o ajudador não seja,
também, tentado.
2 - Como devemos tratar os que fra-
cassam no caminho da fé?
“Vós, que sois espirituais, encami-
nhai o tal com espírito de mansidão...”. Paulo
mostra que a mansidão é uma característica
de quem é espiritual. Em Gálatas 5.22, o
apóstolo declara que a mansidão é fruto
do Espírito. Mansidão significa agir com
ternura ou brandura, e só quem tem o fruto
do Espírito é capaz de se preocupar com
outras pessoas.
Donald Guthrie, em seu comentário
sobre Gálatas, diz: “A restauração é uma
obra delicada e requer uma abordagem
de ternura”. Somos salvos e queremos
ir para o céu, sim, mas também é nosso
dever trabalhar na restauração de vidas
errantes. A palavra restaurar era usada para
exemplificar o conserto de redes, mas, de
acordo com o texto, ela significa “reparar
ou conduzir alguém à posição anterior de
34
integridade ou pureza”.
II - PARA COM OS QUE
SOFREM
“Levai as cargas uns dos outros”
(v.2). De acordo com o texto, a palavra
carga, do grego Baros, significa “peso que
pressiona alguém”. Vine, em seu dicionário,
diz que baros é o peso de um transgressor,
algo pesado, algo difícil de levar. O termo
Raros também pode ser aplicado a uma
“tarefa cansativa” e pode, ainda, significar
“tribulações e provações”; “problemas diver-
sos”. Cabe a nós, ajudar nossos irmãos que
estão carregando o baros (carga).
O escritor Willian Hendriksen, disse:
“cada um deve pôr seu ombro debaixo das
cargas sob as quais este ou aquele mem-
bro geme, seja que carga for. Vale a pena
reprisar algo que já foi dito: “Fomos salvos
ou chamados para aliviar o peso dos ombros
de nossos irmãos” (Rm 15.1).
Paulo, em 2 Coríntios 1.4, diz que
Deus, o Pai, “.... nos consola em toda a
nossa tribulação, para que também possa-
mos consolar os que estiverem em alguma
tribulação”. Pensemos em alguém de nossa
família, de nossa igreja ou de nossa comu-
nidade, que esteja precisando do nosso
ombro amigo.
III - PARA CONSIGO
MESMO
Podemos destacar três responsa-
bilidades que um cristão precisa ter para
consigo mesmo:
1- Responsabilidade do aprendizado
Paulo faz questão de observar:
Ensinando as Nações
“... olhando por ti mesmo, para que não
sejas também tentado” (v.1). Este texto, de
acordo com a Bíblia - NVI, tem a seguinte
colocação: cuide-se, porém, cada um que
também não seja tentado”:
O que Paulo está querendo dizer
é que devemos aprender com os erros dos
outros para não incorrermos nas mesmas
falhas. Isto também é aprendizado. Em 1
Coríntios 10.1-11, Paulo fala dos cinco pe-
cados que Israel cometeu na jornada rumo
à terra prometida. Seu objetivo em tal relato
pode ser assim resumido: “Tudo isso lhes
aconteceu como exemplo, e foi escrito como
advertência para nós”.
A história do povo de Deus e o
tratamento do Senhor acerca do compor-
tamento que tiveram, estão registrados na
Bíblia exatamente para servir de orientação
aos crentes do NT contra o pecado. Deve-
mos tomar cuidado para não cairmos nos
mesmos erros daqueles a quem tentamos
ajudar.
2 - A responsabilidade de levar a pró-
pria carga
“Porque cada qual levará a sua
própria carga”. Vimos, anteriormente, que
precisamos ajudar pessoas a carregarem
suas cargas, que neste caso é raros, “peso
insuportável”. Mas aqui no verso cinco, Paulo
já diz que temos outra carga que devemos
levar - condição em que a palavra usada é
Phortion, que significa “algo suportável”.
A grande lição disto é que deve-
mos, sim, ajudar pessoas a carregarem suas
cargas, mas, que devemos estar conscientes
de que há certas cargas em nossos ombros
que teremos que carregar sozinhos. Russell
Norman Champlin, disse: “Cada indivíduo
tem uma missão especial a cumprir; que
nenhum outro pode realizar”. O nosso Mes-
tre Jesus tinha algo que só Ele podia fazer,
ninguém podia ajudá-lo (Mt 26.42).
35
3 - A responsabilidade de avaliar a si
mesmo
A autoavaliação não é uma tarefa
muito simples (vv. 3,4). Ao exercitá-la, po-
demos correr o risco de fazer uma imagem
negativa de nós - o que é extremamente
ruim e prejudicial. Ou podemos supervalo-
rizar a nós mesmos - uma atitude que atrai
a soberba. Vejamos o que Paulo deseja
ensinar:
a) Paulo ataca a arrogância (v.3) dos que
pensam ser aquilo que não são. Neste
aspecto, Donald Guthrie, comenta que
pensar assim é “Iludir a própria mente...’,’
é estar enchendo a mente de fantasia.
Em Isaías 5.21, há uma advertência aos
soberbos: “Ai dos que são sábios aos
seus próprios olhos e brilhantes diante
de si mesmos”. Que Deus nos livre disto!
b) Cada um é responsável pela sua própria
avaliação (v.4). A palavra examinar aqui
é dokimazõ, e significa “submeter a teste
como se faz com as moedas ou metais
e colocar algo a prova”. Que resultado
esta avaliação trará? Resultado de que
não devemos nos gloriar em nossas rea-
lizações, mas, sim, naquilo que Cristo faz
através de nós (2 Co 10.17; 1 Co 10.31).
IV - UMA ORDEM DIVINA
Carregar o fardo de quem carece
de nossa ajuda é um trabalho de ordem divi-
na: “... assim cumprireis a lei de Cristo”(v.2).
Então, qual é a recompensa por cumprirmos
nosso papel como cristãos? A recompensa
da aprovação divina.
Cumprir esta responsabilidade
significa muito mais do que cumprir uma lei
qualquer aqui na terra, onde tudo funciona
na base do “pagar na mesma moeda” ou
Ensinando as Nações
“pagar o mal com o mal’ Entretanto, a lei
divina diz que devemos amar quem nos
fere, que devemos suportar uns aos outros,
honrar uns aos outros e abençoar aos que
nos perseguem (Rm 12.9-17).
CONCLUSÃO
Não é tão fácil cumprirmos nossas
responsabilidades como cristãos. Mas pre-
cisamos estar cientes de que é cumprindo
o nosso papel que o corpo de Cristo será
aperfeiçoado. Afinal, quem não passou,
não está passando ou nunca vai passar por
provação? (Jo 16.33). Uma coisa é certa:
geralmente os que são mais capazes de
auxiliar o próximo, são os mais receptivos
da graça de Deus para serem sustentados
em suas próprias provações.
QUESTIONÁRIO
1 - Conceitue ‘responsabilidade’ con-
forme o exposto na lição.
2 - O que a Bíblia nos recomenda acer-
ca dos que tropeçam na fé?
3 - Como se chama a carga que deve-
mos ajudar os outros a levar?
4 - Como se chama a carga intrans-
ferível, que cada qual deve carregar?
5 - Qual o reconhecimento por cum-
prirmos nossa responsabilidade?
36
 Lição 09
Domingo, 29 de maio de 2022
Comentarista: Elias Garcia Fernandes
- Bacharel em Direito (UniEvangélica) e em Teologia (FATAI)
- Pós-graduado em Ciências da Religião (FATEBOV)
- Pastor Auxiliar da AD de Anápolis | Igreja da Tiradentes

O LIVRAMENTO A HORA CERTA

VERSÍCULO CHAVE (2 Rs 4.40)
Assim, tiraram de comer para os
homens. E sucedeu que, comendo eles da-
quele caldo, clamaram e disseram: Homem
de Deus, há morte na panela. Não pude-
ram comer.
PENSAMENTO
O agir de Deus independe de quais-
quer outras circunstâncias.
Leitura Diária
Segunda-feira - 2 Reis 19.16-35
- O livramento divino na hora decisiva.
Terça-feira - Êxodo 14.21-28
- O socorro infalível de Deus.
Quarta-feira - Daniel 6.16,17,21,22
- A indescritível proteção ao servo fiel.
Quinta-feira - Marcos 16.18
- O Senhor livra do envenenamento.
Leitura Bíblica Principal
2 Rs 4.38-41
38 E voltando Eliseu a Gilgal, havia fome
naquela terra; e os filhos dos profetas es-
tavam assentados na sua presença; e disse
ao seu moço: Põe a panela grande ao lume
e faze um caldo de ervas para os filhos dos
profetas.
39 Então, um saiu ao campo a apanhar
ervas, e achou uma parra brava, e colheu
dela a sua capa cheia de coloquíntidas; e
veio e as cortou na panela do caldo; porque
as não conheciam.
40 Assim, tiraram de comer para os homens.
E sucedeu que, comendo eles daquele caldo,
clamaram e disseram: Homem de Deus, há
morte na panela. Não puderam comer.
41 Porém ele disse: Trazei, pois, farinha. E
deitou-a na panela e disse: Tirai de comer
para o povo. Então, não havia mal nenhum
na panela.
COMENTÁRIO
Introdução

Sexta-feira - Atos 28.3,5 A Bíblia é pedagogicamente farta

- A ação de Deus em circunstâncias em exemplificar as mais variadas formas
inesperadas.
através das quais as obras miraculosas de
Sábado - Lucas 8.43-48 Deus acontecem. É, também, pródiga em
- A cura num momento de extrema apresentar as mais surpreendentes oportu-
necessidade. nidades com relação ao socorro do Senhor,
que sempre surge na hora ‘h’ em favor de
Ensinando as Nações 37
um servo fiel.
Em alguns casos, o socorro vem
de imediato; outras vezes, nem tanto. Não
cabe a nós, frágeis e limitados de fé, ques-
tionar se o socorro divino virá, ou quando
virá. Compete-nos, isto sim, admitir com a
necessária humildade que o milagre de que
tanto necessitamos deve vir no tempo certo
de Deus, isto é, conforme a mais absoluta
soberania dAquele que está acima de todas
as coisas.
A lição deste domingo fala de uma
intervenção divina através do profeta Eliseu,
confirmando uma vez mais que, mesmo nas
circunstâncias mais triviais da vida, como,
por exemplo, no momento de uma refeição,
as mãos do Senhor estão postas sobre os
que o temem, e continuam contando com
suas infinitas misericórdias (Sl 33.18).
I - A INFALÍVEL
PROTEÇÃO DE DEUS
A Leitura Bíblica Principal desta
lição registra um fato, no mínimo, inusitado.
Lá em Gilgal, a fome estava devastadora,
presumivelmente o início daquela fome de
sete anos anunciada em 2 Reis 8.1. E, pela
total falta de alimentos, inúmeros homens
pertencentes à escola de profetas estavam
extremamente famintos. Por isso, o profeta
Eliseu ordenou ao seu moço que pusesse a
panela no fogo e preparasse, em caráter de
urgência, algo que pudesse saciá-los. E um
dos homens daquele grupo saiu ao campo à
procura dos ingredientes necessários. Mas,
involuntariamente, ele acabou trazendo
coloquíntidas - frutos de uma trepadeira
amarga, algo terrivelmente letal. Como não
sabiam de nada, depois de pronta, a comida
foi servida.
A partir de certo momento, após
terem já iniciado a tão desejada refeição,
todos notaram que a comida estava muito
estranha (envenenada), e então gritaram
desesperadamente para o homem de Deus:
Ensinando as Nações
“há morte na panela” (v.40).
1 - Uma ação imediata - Prontamente o
profeta Eliseu interveio para pôr fim à ines-
perada situação. O interessante é que, num
episódio anterior, este dedicado homem de
Deus já havia sido usado poderosamente
para purificar o manancial de águas em
Jericó (2 Rs 2.19-22). A péssima qualidade
daquelas águas estava provocando muitas
mortes, inclusive abortos. A “poluição” da-
quele manancial tornava tudo infrutífero.
Mas o Senhor Deus, receptivo à intercessão
do profeta Eliseu, curou as águas pondo
fim à morte, à infertilidade e aos abortos
das mulheres e dos animais. A fonte ficou
sarada e continua pura até os dias de hoje.
E foi assim que Eliseu, um profeta
autêntico, continuando seu ministério numa
trajetória de milagres genuínos, pôde inter-
vir abençoando aquela comida envenenada.
Um aspecto digno de nota é que, por oca-
sião da purificação do manancial de águas
em Jericó, ele usou sal. Agora, no caso
da comida contaminada ele jogou farinha
na panela e disse: “Trazei, pois, farinha. E
deitou-a na panela e disse: Tirai de comer
para o povo. Então, não havia mal nenhum
na panela” (2 Rs 4.41).
2 - Deus, o autor dos milagres - Deus
tem os seus métodos, e Ele usa estratégias
que nem sempre são desvendadas ou ex-
plicadas por meio de nossa limitada capa-
cidade de raciocínio. Mas, o que podemos
afirmar, é que os milagres aconteceram e
ainda acontecem pelas mãos de Deus, como
ato de misericórdia do dono dos milagres.
Tanto no uso do sal para purificar as
águas, como no uso da farinha para purificar
a comida envenenada, podemos inferir que
tais práticas apenas tipificavam algo que
precisava ser feito para demonstrar o desejo
do profeta, e que tais iniciativas seriam uma
espécie de primeiro passo em busca do
milagre. Sempre que estivermos precisando
de um ato gracioso de Deus, temos que dar
38
o primeiro passo, porque isto mostra nosso
interesse e nossa confiança no Senhor.
Na verdade, aqueles ingredientes
não tinham valor em si mesmos, porque,
como já foi dito, os milagres foram con-
cedidos por Deus mediante a fé de Eliseu.
Nestes tempos de esquisitices teológicas
em que estamos vivendo, já virou rotina
o uso de “objetos milagrosos”, “manto
consagrado” ou “coisas ungidas” que são
doadas aos fiéis em troca de um “repasse”
como oferta em valores correspondentes à
bênção reivindicada.
Esta prática do “toma-lá-dá-cá”
acaba revelando o lado sombrio dos merce-
nários que fazem do evangelho um balcão
de negócios. Algo assim bem parecido com
o que a Igreja Romana fazia no passado: as
indulgências. Um procedimento equivocado
e sem embasamento bíblico que culminou
com a revolta de muitos líderes, dentre os
quais Martinho Lutero, aquele que pode
ser considerado um ícone do movimento
da reforma.
3 - Erros do passado, práticas atuais
- Há uma passagem bíblica que narra o
desfecho um tanto quanto trágico do jovem
Geazi. Ele foi vítima de sua própria cobiça
ao “mercadejar” bens de Naamã, depois
que este acabara de receber um grande
milagre (2 Rs 5.21-27). O jovem agiu como
que “cobrando” um ato gracioso de Deus. A
transgressão motivada por um incontrolável
desejo por bens materiais custou muito caro
àquele jovem: ele herdou a lepra de Naamã.
Sobre este péssimo hábito pecu-
niário, a apóstolo Paulo declarou: “Nós não
somos como muitas pessoas que entregam
a mensagem de Deus como se estivessem
fazendo um negócio qualquer” (2 Co 2.17-
NTLH).
Ao instruir a comissão dos doze
(Mt 10), o Senhor Jesus disse: “Curai os
enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai
os mortos, expulsai os demônios; de graça
recebestes, de graça daí” (v.8).
Ensinando as Nações
Hoje, muitos movimentos tidos
como igrejas evangélicas trabalham somen-
te com base em perspectivas de lucro, tendo
o oferecimento de milagres como “produtos”
negociáveis. Infelizmente, parece que esta
“vocação” mercantil enrustida nas práticas
litúrgicas das igrejas está por carecer do
surgimento de outros “Luteros”. Que Deus
tenha misericórdia de nós!
II - SOCORRO NA HORA
DA ANGÚSTIA
O salmista nos transmite uma men-
sagem de alento, ao afirmar que o Senhor
é o socorro que não falta em momentos de
aflição (Sl 46.1). Queridos irmãos, precisa-
mos crer mais, pregar mais e ensinar mais
sobre isto! A tônica deste Salmo deixa claro
que Deus é quem nos fortalece, nos encora-
ja e nos prepara em todas as circunstâncias
de nossas vidas, inclusive naqueles momen-
tos inesperados, ocasiões de instabilidade e
insegurança.
1 - As crises e suas ameaças - Nós
somos felizes porque sabemos em quem
temos crido e estamos certos de que Ele é
poderoso (2 Tm 1.12). Somos felizes, so-
bretudo, pela dádiva da tão grande salvação
que foi conquistada na cruz do Calvário,
quando Cristo, por amor, deu-se em nosso
lugar, morrendo a morte que deveria ser
nossa, garantindo-nos a eterna salvação
(Rm 5.8). Somos felizes porque, viver em
Cristo, confessá-lo como Senhor e Salvador
e ainda poder contar com suas benesses
espirituais nos proporciona uma realização
imensurável.
Todavia, isto não significa que
estamos isentos das tempestades e dos
problemas que estão por aí infernizando a
vida das pessoas. A cada dia que passa, sur-
gem novas crises que soam como desafios
invencíveis, como muralhas intransponíveis:
É o caos na economia mundial e as conse-
39
quências dela decorrentes; são as epidemias
novas e sem chance de medidas profiláticas
a curto prazo; são os vírus inéditos, modi-
ficados e cada vez mais resistentes, etc. O
mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19).
O fato é que ninguém está imune a
essa onda avassaladora. E, como devemos
nos comportar diante de tantos infortúnios?
Ouvindo do próprio Deus, conforme está
em sua Palavra: “Aquietai-vos e sabei que
eu sou Deus” (Sl 46.10).
2 - A necessária confiança - “Elevo os
olhos para os montes: de onde me virá o
socorro? O meu socorro vem do Senhor;
que fez o céu e a terra”(Sl 121.1,2). Para
desenvolvermos o lado prático da confiança
plena no Senhor, não devemos ficar restritos
às questões da lógica ou da razão, mas, sim,
praticarmos nossa devocionalidade trilhando
o caminho da fé, acreditando seriamente no
sobrenatural de Deus.
Todos nós, naturalmente, nos
preocupamos com os problemas do dia a
dia. Isto é perfeitamente compreensível.
Aliás, sentir assim faz parte do nosso senso
de responsabilidade, porém, entrar em
desespero já é uma atitude antibíblica (Mt
6.25,31). De modo que, se verdadeiramente
depositamos total confiança naquele que
nos ampara, então, não faz sentido nos
consumirmos com o fardo da preocupação
excessiva. Quem confia no Senhor não se
abala (Sl 125.1).
3 - A necessária esperança - Há um
adágio que diz: “A esperança é o termôme-
tro para uma fé operante”. Se soubermos
dosar nossa expectativa sem precipitação (Sl
40.1), certamente não vamos querer andar
na frente de Deus, nem tampouco seremos
imaturos pressionando-o para que realize,
e rápido, exatamente aquilo que queremos
sem ao menos saber se o que pleiteamos é
realmente bom para nós (Is 43.13).
Enfrentar o momento de crise pre-
sente com suas vicissitudes, e sonhar com
Ensinando as Nações
boas e belas expectativas quanto ao futuro,
são tarefas que precisam estar sujeitas à
apreciação do Senhor. Por que não des-
cansarmos nele? O nosso Deus não falha,
não chega atrasado, nem tampouco chega
adiantado. Ele tem o tempo certo para todas
as coisas e ponto final.
CONCLUSÃO
Só há um meio de melhorarmos o
nosso entendimento acerca dos milagres
divinos e do modo como Deus nos conce-
de: conhecendo-o, mais. “Conheçamos e
prossigamos em conhecer o Senhor”, diz
a Bíblia em Oséias 6.3. Quem é o nosso
Deus? O nosso Deus é o dono do ouro e
da prata (Ag 2.8). É o Deus de misericórdia
(Lm 3.22,23). É a maior expressão de amor
(Jo 3.16). Ele é Deus de perto e também de
longe (Jr 23.23), e cuida de cada uma das
nossas necessidades (Fp 4.19).
O nosso Pai Eterno é aquele que
está sempre atento ao seu povo (Is 59.1).
Ele é o mesmo que livrou do envenenamen-
to os discípulos dos profetas, e assim todos
puderam se alimentar com segurança. Por
quê? Porque o socorro veio na hora certa.
QUESTIONÁRIO
1 - Que substância foi colocada invo-
luntariamente na panela?
2 - Ao perceberem o perigo a que es-
tavam expostos, a quem os homens
clamaram?
3 - Como devemos agir, quando es-
tivermos precisando de um milagre?
4 - Qual foi a consequência para Geazi,
por ter ‘cobrado’ um ato gracioso de
Deus?
5 - Como devemos nos comportar
ante aos infortúnios e ondas avassa-
ladoras?
40
 Lição 10
Domingo, 06 de junho de 2022
Comentarista: Jaime Rodrigues Moço
- Bacharel em Teologia (IBES-SP) - Formado em Marketing (UNOPAR)
- Acadêmico de Direito (UNIFAN) - Coordenador do Núcleo CBTC
- Pastor Auxiliar da AD de Anápolis | Pq. Trindade I - Ap de Goiânia

A VISÃO QUE PROMOVE MUDANÇAS

VERSÍCULO CHAVE (Is 6.5) Leitura Bíblica Principal

Então, disse eu: ai de mim, que
vou perecendo! Porque eu sou um homem
de lábios impuros e habito no meio de um
povo de impuros lábios; e os meus olhos
viram o rei, o Senhor dos Exércitos!.
PENSAMENTO
O pecado obscurece o nosso en-
tendimento, por isso precisamos de visão
espiritual para enxergarmos tudo conforme
os propósitos de Deus.
Leitura Diária
Segunda-feira - Isaías 55.6
- Buscai ao Senhor enquanto se pode
achar.
Terça-feira - Mateus 28.20
- Até à consumação dos séculos.
Quarta-feira - Gênesis 28.10-19
- Visão da escada.
Quinta-feira - Jeremias 29.13
- Buscar-me-eis e me achareis.
Sexta-feira - Marcos 10.46-52
- Que queres que te faça?
Sábado - Atos 9.17,18
- E logo lhe caíram dos olhos como que
umas escamas.
Is 6.1-8
1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi
ao Senhor assentado sobre um alto e subli-
me trono; e o seu séquito enchia o templo.
2 Os serafins estavam acima dele; cada
um tinha seis asas: com duas cobriam o
rosto, e com duas cobriam os pés, e com
duas voavam.
3 E clamavam uns para os outros, dizendo:
Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exér-
citos; toda a terra está cheia da sua glória.
4 E os umbrais das portas se moveram
com a voz do que clamava, e a casa se
encheu de fumaça.
5 Então, disse eu: ai de mim, que vou pe-
recendo! Porque eu sou um homem de lá-
bios impuros e habito no meio de um povo
de impuros lábios; e os meus olhos viram o
rei, o Senhor dos Exércitos!
6 Mas um dos serafins voou para mim tra-
zendo na mão uma brasa viva, que tirara
do altar com uma tenaz;
7 e com ela tocou a minha boca e disse: Eis
que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqui-
dade foi tirada, e purificado o teu pecado.
8 Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que
dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-
-me a mim.

Ensinando as Nações 41

COMENTÁRIO
Introdução
Na sábia palavra de Deus há um
versículo muito apropriado para curar a
nossa ‘miopia’ espiritual. Ele diz assim:
“Abre os meus olhos para que eu possa
ver as verdades maravilhosas da tua lei” (Sl
119.18-NTLH). É importante salientar que
uma visão correta e perficiente acerca das
coisas sagradas está além da simples ca-
pacidade humana de enxergar (com olhos
carnais) tudo que está ao nosso redor,
principalmente do ponto de vista espiritual.
Biblicamente falando, visão espiri-
tual é a situação específica que permite à
pessoa vislumbrar os fatos à luz dos pro-
pósitos de Deus, independentemente das
circunstâncias que a envolve. Ter visão es-
piritual significa perceber de forma clara os
propósitos do Senhor acerca daquilo que
precisamos cumprir em nossa família e na
obra dele.
Na lição de hoje veremos qual de-
cisão precisamos tomar, ou seja, algo que
tenha como base uma visão espiritual acer-
ca da graça e do amor de Deus. O texto em
apreço relata quando o profeta Isaías teve
sua experiência de encontro com Deus
através da visão que mudou a sua vida.
Deste episódio, podemos aprender coisas
importantes para a nossa trajetória de vida
espiritual. Comecemos com uma pergunta:
Como podemos ter uma visão espiritual su-
ficiente para mudar a nossa vida?
Em primeiro lugar, tendo:
I - UMA VISÃO DE DEUS
(Is 6.1-4)
Isaías teve uma visão de Deus
e nela viu o Senhor assentado sobre um
“alto e sublime trono”. O profeta sentiu,
então, a grandeza e o senhorio de Deus.
Ensinando as Nações
Hoje, pela fé nós também podemos sentir
a grandeza e o poder do Senhor. Haja vista
que nós temos acesso ao trono da graça
de Deus, acesso que se tornou possível a
partir do momento que o véu foi rasgado
de alto a baixo (Mc 15.38). De modo que,
pela fé, podemos sentir a maravilhosa gra-
ça de Deus, nosso Pai. Sim, pela fé nós nos
tornamos seus filhos através do sacrifício
de Cristo Jesus na Cruz do calvário.
Isaías viu a majestade de Deus
e a reconheceu. Para ele as coisas não
foram mais as mesmas a partir daquela
visão, porque ele viu que a grandeza e o
poder do Senhor estavam muito além de
sua compreensão meramente humana. Ele
entendeu quão insondáveis e imensuráveis
são a grandeza e o poder de Deus, e que
jamais conseguiria ver ou contemplar a
face do Criador pelos olhos naturais.
Sem o imenso privilégio de reco-
nhecer o Senhor como Majestade abso-
luta, Pai da Eternidade, Deus Onisciente,
Deus Onipotente e Deus Onipresente, nós
seríamos criaturas infelizes e frustradas.
II - UMA VISÃO CORRETA
DE SI MESMO
Nesse versículo é curioso ver a
reação de Isaías diante da visão que esta-
va tendo. Ele temeu pela sua vida, pois es-
tava diante de Deus e reconheceu sua con-
dição de pecador. A visão que ele teve de
si mesmo mostrou que ele era tremenda-
mente impuro para estar diante de Deus.
Por isso, disse: Vou morrer, “... porque sou
um homem de lábios impuros e habito no
meio de um povo de impuros lábios”. Ele
assumiu sua própria culpa, reconhecendo
a sua impureza, por isso a confessou. Essa
deve ser a nossa atitude em face da nossa
pequenez e da nossa condição de pecami-
nosidade.
Se quisermos, te fato, ter as nos-
42
sas vidas completamente transformadas
pelo poder que há no nome de Cristo Je-
sus, devemos humildemente reconhecer os
nossos pecados e buscar em Jesus Cristo o
perdão de que necessitamos pelas trans-
gressões a que estamos sujeitos no nosso
dia a dia. Mas o nosso arrependimento tem
que ser genuinamente verdadeiro, ou seja,
não pode ser um ato de simples remorso.
Temos que sentir dor pelos pecados que
cometemos.
III - UMA VISÃO DO
PODER CURADOR
DE DEUS
1 - A experiência de Isaías
Assim que Isaías reconheceu o
seu estado pecaminoso e a impureza dos
seus lábios, um dos serafins pegou uma
brasa viva do altar e com ela tocou a boca
do profeta. A partir daquele momento ele
se sentiu aliviado, percebendo que toda a
sua iniquidade fora tirada. Que grande des-
coberta! Que grande acontecimento! Que
grande mensagem! Isaías pôde, enfim,
ter uma visão do poder curativo de Deus.
Afinal, ele fora curado de uma doença es-
piritual. Deus, com sua graça, atingiu em
cheio a situação de Isaías, transformando-
-o ao ponto de fazê-lo quebrantado e to-
talmente disponível: “...eis-me aqui, envia-
-me a mim”.
2 - A cura em nossa vida
O Senhor quer nos conceder a
mesma bênção, ou seja, o mesmo privi-
légio que teve Isaías. Ele quer nos visitar
ainda hoje com sua imensa graça e poder.
Ele quer nos tocar com uma brasa viva do
altar. Cada um de nós sabe exatamente
onde o Senhor precisa nos tocar a fim de
que tenhamos um avivamento em nossa
Ensinando as Nações
vida e nos coloquemos à disposição dele
como fez Isaías: “Eis-me aqui...”.
O que, de fato, está nos impedin-
do? O que, efetivamente, está obstruindo a
nossa vontade? O que está inibindo nosso
desejo, tirando a nossa disponibilidade de
nos colocarmos prontos para o trabalho do
Reino? Pensemos nisto!
IV - UMA VISÃO
CONFORME OS
PROPÓSITOS DE DEUS
Deus apresentou uma necessida-
de a Isaías, no sentido de conscientizá-lo
de algo grande que ele precisava fazer: fa-
lar por ele ao povo de Israel. O Senhor quis
inserir um propósito profético e missionário
na vida de Isaías. No meio daquela visão, o
profeta entendeu a indagação do Senhor:
“A quem enviarem”? Ele se prontificou e
aceitou a missão, dizendo: Estou aqui, con-
ta comigo, Senhor!
Isaías conseguiu enxergar que
Deus queria ‘algo mais’ dele. Será que
nós, hoje, temos tido a sensibilidade para
entender os propósitos divinos em nossa
vida? Será que os afazeres do dia a dia, os
projetos sociais e os entretenimentos estão
acima daquilo que o Senhor quer para nós?
Nunca nos esqueçamos de que os
caminhos do Senhor são mais altos do que
os nossos caminhos, e os pensamentos
dele são mais altos do que os nossos pen-
samentos (Is 55.9). A única coisa que pre-
cisamos fazer é reconhecer humildemente
as nossas falhas, nossas limitações e acei-
tar que ele toque os nossos lábios a fim de
torná-los puros. Meditemos sobre isto!
V - UMA VISÃO
RESTAURADA
Neste último ponto, falaremos algo
43
sobre visões restauradas tanto do ponto de
vista físico, como também espiritual. Pode-
mos citar, por exemplo, o que aconteceu
com o apóstolo Paulo, um homem que, por
ser zeloso da Lei, atuava como um perse-
guidor dos cristãos. Ele teve um encontro
com Cristo na estrada de Damasco quan-
do, envolvido por uma forte luz, teve um
diálogo com o Mestre. E naquele diálogo
ele ouviu do próprio Senhor Jesus: “Eu sou
Jesus, a quem tu persegues” (At 9.5).
O impacto daquele encontro foi
tamanho que Paulo perdeu por três dias
a sua capacidade de enxergar, período em
que não comeu nem bebeu (vv.8,9). To-
davia, nesta mesma oportunidade lhe foi
aberta a visão espiritual (v.6), porquanto
reconheceu a Cristo como Salvador. Logo
depois ele teve a visão restaurada e pas-
sou a anunciá-lo com fervor (vv.17-20).
De uma forma comparativa, este
texto fala conosco, porque, às vezes, por
causa do excesso de atividades, incluin-
do aquelas de ordem eclesiástica (traba-
lhos na igreja), nos tornamos negligentes
acerca da perfeita visão espiritual que de-
veríamos ter. E assim acabamos nos tor-
nando mais céticos, frios e materialistas.
Deixamos de crer em milagres e perdemos
a convicção acerca dos dons espirituais.
Paramos de crer no que está escrito em
Hebreus 13.8, quanto à inexorável verdade
de que Jesus Cristo é o mesmo ontem, e
hoje, e eternamente.
Que o Senhor abra a nossa visão
espiritual para termos sucesso em nossa
família e em nosso ministério. Temos que
proceder como Paulo, o apóstolo, andando
por fé e não por vista (2 Co 5.7). Paulo se
tornou um dos maiores pregadores da Pa-
lavra, não obstante a intensa perseguição
que sofreu, sendo, inclusive, ameaçado de
morte. Por que o apóstolo Paulo foi um
obstinado evangelista? Porque o Senhor
Ensinando as Nações
não o curara apenas da visão física, mas,
sobretudo, o curara da sua ‘miopia’ espiri-
tual que perdurara enquanto perseguia os
cristãos por ser um exacerbado legalista.
Queira Deus que busquemos dia a
dia a lucidez necessária para termos nossa
visão espiritual bem aberta. Afinal, o tem-
po urge e temos que trabalhar em quanto
é dia, pois a noite vem quando ninguém
mais pode trabalhar (Jo 9.4). Sejamos imi-
tadores de Cristo (1 Co 11.1).
CONCLUSÃO
Deus conhece as nossas limita-
ções. Apesar disto, ele quer ver o nosso
empenho na obra (1 Co 15.58), mesmo
que tenhamos que tirar forças da fraqueza.
O poder dele se aperfeiçoa na fraqueza (2
Co 12.9). Ele quer renovar as nossas for-
ças, e este renovo virá na medida em que
tivermos a nossa visão espiritual restaura-
da em nome de Jesus Cristo.
Sejamos servos fiéis, busquemos
a cura para a nossa visão espiritual e nos
coloquemos à disposição do Senhor, como
fez Isaías: “eis-me aqui, envia-me a mim”.
QUESTIONÁRIO
1 - O que é uma visão espiritual bibli-
camente falando?
2 - De que modo deve ser o nosso ar-
rependimento?
3 - O que redundou aquela experiên-
cia de Isaías?
4 - O que pode estar cerceando a nos-
sa iniciativa de trabalho no Reino?
44
 Lição 11
Domingo, 12 de junho de 2022
Comentarista: Osielso Santos Lopes
- Formado em Teologia e Bacharelando em Teologia (UNITAN)
- Acadêmico de Pedagogia (UNIPLAN) e Prof. de Teologia (FATESH)
- Pastor da AD de Anápolis | Maguari | Ananindeua - PA

DEUS É O CRIADOR DO MAL?

VERSÍCULO CHAVE (Tg 1.13) Leitura Bíblica Principal

Ninguém, sendo tentado, diga: De
Deus sou tentado; porque Deus não pode
ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
PENSAMENTO
O que vem à nossa mente quando
pensamos sobre Deus é a coisa mais im-
portante sobre nós. (A.W.Tozer)
Sl 5.4; Tg 1.13;1 Jo 1.5; 2.15,16
Salmos 5.4
Porque tu não és um Deus que tenha
prazer na iniquidade, nem contigo habi-
tará o mal.
Tiago 1.13
Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus
sou tentado; porque Deus não pode ser
tentado pelo mal e a ninguém tenta.

1 João 1.5
Leitura Diária E esta é a mensagem que dele ouvimos
e vos anunciamos: que Deus é luz, e não
Segunda-feira - Gênesis 1.4 há nele treva nenhuma.
- Desde a criação Deus fez separação
entre luz e trevas.
1 João 2.15,16
Terça-feira - Gênesis 1.31 15 Não ameis o mundo, nem o que no
- Deus afirmou que tudo o que ele mundo há. Se alguém ama o mundo, o
criou era muito bom. amor do Pai não está nele.
Quarta-feira - Eclesiastes 7.29 16 Porque tudo o que há no mundo, a
- O homem é responsável pelas suas concupiscência da carne, a concupiscên-
escolhas erradas. cia dos olhos e a soberba da vida, não é
do Pai, mas do mundo.
Quinta-feira - 1 João 1.7
- Só aqueles que estão longe do mal
têm comunhão com Deus. COMENTÁRIO
Sexta-feira - 1 João 2.16
- O mal moral não procede de Deus. Introdução

Sábado - Efésios 5.11 Desde épocas remotas existem

- Não devemos nos associar ao mal.
perguntas que permeiam a curiosidade
Ensinando as Nações 45
das pessoas: O que é o mal? Por que ele
existe? Quem criou o mal? Historicamen-
te, filósofos e teólogos e, mais recente-
mente, sociólogos também têm buscado
uma resposta convincente que esteja à
altura das perguntas, mas, em sua maio-
ria, elas acabam sendo insuficientes.
No meio cristão, a grande ques-
tão não é sobre a existência do mal, pois
a experiência humana não coloca dúvida
em sua realidade. Porém, é difícil não
questionar: se Deus é o Criador de todas
as coisas e o mal é uma realidade no
mundo criado por ele, então Deus pode
ser o responsável pelo mal? nientes das seguintes visões teológicas:
O propósito dessa lição não é
pôr fim à discussão, haja vista que mui-
tas coisas ainda não foram reveladas (Dt
29.29), mas é lançar luz ao problema e
mostrar o que a revelação das Escrituras
tem a nos dizer sobre o assunto.
I - TIPOS DE MAL
O que é o mal? Quando anali-
samos esta questão com maior profun-
didade, constatamos o quanto é difícil
obtermos uma resposta que seja univer-
salmente aceita. Diante dessa dificulda-
de, estudiosos têm dividido em partes
esta questão do mal, para que haja uma
melhor compreensão. Vejamos:
a) mal natural - É aquele que decor-
re de problemas relacionados com
o ambiente, por exemplo: furacões,
enchentes, terremotos, incêndios,
etc.;
b) mal físico - É aquele que tenta
contra o corpo físico. Por exemplo:
enfermidades, epidemias, compli-
cações de ordem psicológica, como
depressão e doenças psicossomáti-
cas;
Ensinando as Nações
c) mal moral - É aquele que procede
unicamente das atitudes dos ho-
mens. O mal moral é a deformação
do caráter do homem e a conse-
quência da desobediência deste aos
mandamentos de Deus, por isso é
chamado de pecado.
II - A ORIGEM DO MAL
Dentro da cristandade não exis-
te um consenso quanto à origem do mal,
ou de quem criou o mal, mas podemos
citar aqui algumas abordagens prove-
1 - Deus não criou o mal
Deus criou todas as coisas, in-
clusive o Anjo de Luz, todavia, a malig-
nidade (o mal) pertinente à pessoa ne-
fasta de Satanás foi uma consequência
da depravação praticada pelo ser que
Deus mesmo criou. Isto significa dizer
que o mal não procede de Deus, o autor
da criação, mas da depravação praticada
pelo ser que ele criou. Todas as mazelas
(falha moral, mácula de reputação) da
natureza de Satanás foram resultantes
da sua soberba, deserção e queda. Por
esta razão, as Escrituras nos advertem
no sentido de que não venhamos atri-
buir ao próprio Deus aquilo que não lhe
é inerente, ou seja, aquilo que ele não
fez: o mal.
2 - Consequência do pecado
No campo dos estudos teoló-
gicos, há muitos pensadores das mais
diversas correntes que defendem a tese
de que o mal surgiu por causa da liber-
dade (livre-arbítrio) concedida aos seres
que Deus criou, tanto aos anjos como
46
aos homens.
Sabemos que é difícil falar so-
bre a questão do mal desvinculando-o
do pecado, tanto numa esfera celestial
como terrena. Grande parte das obras
teológicas gosta de atribuir a origem
do pecado ao que aconteceu no Éden.
Todavia, o caráter essencial do pecado
deve ser atribuído, também, ao primei-
ro anjo de luz, sendo que Adão apenas
‘restabeleceu’ o pecado que já havia sido
cometido no céu. ideia”.
Há uma frase que diz: “Nem
todo mal é pecado, mas todo pecado é
um mal”. Podemos citar como exemplo
da primeira afirmação o mal de natureza
geofísica, aquele que tem a ver com a
ocorrência de fenômenos naturais adver-
sos: terremotos, tsunamis, vendavais,
etc. E, como exemplo da segunda afir-
mação, podemos citar o mal moral (aqui-
lo que se opõe à santidade de Deus).
Todo pecado é um mal moral.
Podemos dizer, então, que a origem do
mal (ou dos males), tem a ver com a ori-
gem do pecado, tanto em relação ao pri-
meiro pecado angelical (Satanás), como
ao primeiro pecado humano (a queda de
Adão). Se Adão não tivesse cometido o
pecado da desobediência, o mundo te-
ria sido outro, isto é, sem maldades no
aspecto espiritual (decadência moral) e
sem os males físicos que afligem o ser
humano (doenças de todos gêneros e
acontecimentos sem a intervenção hu-
mana).
Portanto, podemos concluir que
o mal tem origem na rebelião, ou seja,
quando o Anjo de Luz se ensoberbeceu e
quis ser igual a Deus; ou de alguém que
se antepôs à vontade de Deus. Repedin-
do: O ponto de partida da existência do
mal resultou de vontades contrárias ao
querer divino, vontades contrárias à na-
tureza santa de Deus (Ec 7.29).
Ensinando as Nações
3 - O teísmo aberto
O termo Teísmo Aberto, foi
cunhado pelo teólogo Richard Rice em
1979, quando publicou o livro “Abertu-
ra de Deus - Relação entre presciência e
livre-arbítrio. De acordo com os defenso-
res do Teísmo Aberto (teologia que nega
a onipresença, a onipotência e a onis-
ciência de Deus), “Deus não conhece o
futuro completamente e pode mudar de
Assim sendo, Deus não sabia
que Adão e Eva iriam pecar. Para os apo-
logéticos desta visão teológica, o futuro
está sempre em construção, de modo
que catástrofes e calamidades não po-
dem ser previstas, nem impedidas por
Deus. Para eles, Deus é Todo-Poderoso
exatamente por não intervir nas ações
humanas. Claro que esta visão extre-
mada está longe da revelação geral das
Escrituras (Is 44.24; Pv 15.3; Jr 23.24;
Ap 1.8).
4 - O livre-arbítrio
A posição do livre-arbítrio é a
que mais se encaixa na revelação das
Escrituras. Na história da igreja, o teó-
logo que mais se dedicou em escrever
sobre esse assunto foi Agostinho de Hi-
pona (354-430). Ele defendeu a ideia de
que tudo o que Deus criou é bom e o mal
não tem existência própria, mas funcio-
na como um parasita. Para ele, o mal é a
ausência do bem ou a ausência de Deus.
Ao contrário do que Calvino ensinou,
Deus não decretou o mal, a Bíblia é bem
clara quanto à ordem de Deus: “E orde-
nou o Senhor Deus ao homem, dizendo:
De toda árvore do jardim comerás livre-
mente, mas da árvore da ciência do bem
e do mal, dela não comerás; porque, no
dia em que dela comeres, certamente
47
morrerás” (Gn 2.16,17).
Deus sabia que o homem iria pe-
CONCLUSÃO
car? Sim, porque Deus criou os seres hu-
Há textos na Bíblia que se forem
manos dotados de livre-arbítrio. Portan-
lidos de forma isolada e fora do seu con-
to, o Senhor sabia desta possibilidade,
texto, podem atribuir a Deus, equivoca-
sem, no entanto, ter participação direta
damente, a criação do mal. Temos, por
no mal por eles praticado.
exemplo Isaías 45.7: “Eu formo a luz e
O mal se tornou uma realida-
crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal;
de quando anjos e homens criados por
eu, o Senhor, faço todas essas coisas”.
Deus fizeram mau uso da liberdade do
Também em Lamentações 3.37,38, po-
livre pensar que lhes foi concedida, ao
demos ler: “Quem é aquele que diz, e
desobedecerem à vontade do Criador.
assim acontece, quando o Senhor o não
Segundo o teólogo apologista Norman
mande? Acaso, não procede do Altíssimo
Gesley, “o poder da livre-escolha moral
tanto o mal como o bem”?
acarreta a capacidade tanto de esco-
Todavia, se lermos estes ver-
lher o bem que Deus designou para nós
sículos à luz dos seus contextos, vere-
quanto de rejeitá-lo”. A última é a opção
mos que o mal neles citado, não é o
pelo mal.
mal moral (pecado e seus males), mas
É bom ser livre, mas a liberdade
se trata de castigo e juízo enviados para
pode tornar o mal possível. A liberdade
punir aos que desobedeceram ordens de
da vontade é um bem em si, mas em-
Deus. Ele é justo, santo e amoroso, por
butida nesse bem está a capacidade de
isso não pode ser responsabilizado pelas
escolher o oposto do bem e isto torna o
infrutíferas escolhas humanas. O após-
mal possível. Se Deus fez criaturas livres,
tolo João, em sua primeira carta (1.5-7),
e se é bom ser livre, então a origem do
deixou isso muito claro. Sola Scriptura!
mal está no uso indevido da liberdade.
Isso não é difícil de entender.
Vejamos uma ilustração bem apropriada QUESTIONÁRIO
neste sentido: Todos que desejam diri-
gir um veículo podem desfrutar dessa 1 - Cite uma abordagem importante
liberdade. É um direito inerente a todo sobre a origem do mal conforme as
(a) cidadão (ã). Todavia, muitos abusam Escrituras.
dessa liberdade e dirigem imprudente-
mente. Mas não devemos culpar as au- 2 - Quais são os tipos de mal citados
toridades que concedem a esses incau- nesta lição?
tos a carteira de habilitação só porque
alguns fazem mau uso do carro. Aqueles 3 - Na história da igreja, qual foi o
que provocam acidentes por dirigirem de teólogo que mais se dedicou a esse
forma irresponsável têm que assumir o tema?
erro que praticam. Por quê? Porque as
autoridades que deram a permissão para 4 - Quando o mal se tornou uma
a pessoa conduzir um veículo, também realidade?
estabeleceram leis sobre como dirigir de
maneira segura. É uma questão de prin-
cípios.
Ensinando as Nações 48
 Lição 12
Domingo, 19 de junho de 2022
Comentarista: Amauri Venâncio de Abreu dos Santos
- Bacharel em Teologia (UNICESUMAR)
- Pós-Graduado em Aconselhamento e Psicologia Pastoral (UNYLEYA)
- Membro da AD de Anápolis | Sede Estadual de Belém - PA

A BUSCA PELO SENTIDO DA VIDA

VERSÍCULO CHAVE  (Sl 16.2)
A minha alma disse ao Senhor: Tu
és o meu Senhor; não tenho outro bem além
de ti.
PENSAMENTO
A vida é como um livro: é preciso
acreditar que o melhor da história vem na
página seguinte. (Autor Desconhecido)
Leitura Diária
Segunda-feira - Efésios 1.4
- Fomos escolhidos antes da criação do
mundo.
Terça-feira - 1 Coríntios 10.31
- Fazendo tudo para a glória de Deus.
Quarta-feira - Filipenses 3.13,14
- Em busca da soberana vocação de
Deus em Cristo Jesus.
Quinta-feira - Efésios 2.10
- Fomos criados em Cristo Jesus para
as boas obras.
Sexta-feira - 1 Pedro 2.9
- Fomos chamados das trevas para a
maravilhosa luz.
Sábado - Eclesiastes 12.13
- Temer a Deus: o dever de todo ho-
mem.
Ensinando as Nações
Leitura Bíblica Principal
Sl 42.5,8; Sl 51.10-12,17; Sl 139.23,24
Salmos 42.5,8
5 Por que estás abatida, ó minha alma, e
por que te perturbas em mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei na salvação da
sua presença.
8 Contudo, o Senhor mandará de dia a sua
misericórdia, e de noite a sua canção es-
tará comigo: a oração ao Deus da minha
vida.
Salmos 51.10-12,17
10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro
e renova em mim um espírito reto.
11 Não me lances fora da tua presença e
não retires de mim o teu Espírito Santo.
12 Torna a dar-me a alegria da tua salvação
e sustém-me com um espírito voluntário.
17 Os sacrifícios para Deus são o espírito
quebrantado; a um coração quebrantado e
contrito não desprezarás, ó Deus.
Salmos 139.23,24
23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu
coração; prova-me e conhece os meus
pensamentos.
24 E vê se há em mim algum caminho mau
e guia-me pelo caminho eterno.
49
 COMENTÁRIO
Introdução
No decorrer da vida sempre bus-
camos algo relacionado ao prazer e ao
bem-estar, mas nem sempre pergunta-
mos a nós mesmos o que Deus acha da
conduta que estamos assumindo. Fazen-
do uma análise em alguns versículos dos
salmos 42, 51 e 139 verificamos que Davi,
homem segundo coração de Deus, estava
sempre preocupado em manter a presença
do Espírito Santo em sua vida em todas as
eventualidades, a fim de encontrar um ver-
dadeiro sentido para a sua vida. A ausência
do Espírito de Deus tornava a sua vida sem
sentido nenhum.
Nestes encadeamentos de ideias
vamos observar formas de encontrar o
sentido na vida, independente de circuns-
tâncias externas e internas. Veremos que a
razão de se viver bem consiste em contar
com Deus em todas as ocasiões e áreas
de nossa vida: material, emocional e so-
brenatural.
A Bíblia nos diz que Deus já nos
conhecia antes de existirmos. Ele é quem
escolhe e escreve as nossas histórias den-
tro do seu devido tempo (Jr 1.5). Em algu-
mas ocasiões ignoramos o que Deus escre-
ve, e, consequentemente, deparamo-nos
com as circunstâncias dos nossos erros
em virtude do nosso próprio livre-arbítrio.
Deus, na sua infinita compaixão, justiça
e misericórdia renova a cada manhã uma
história diferente de forma a alcançarmos
o aprimoramento existencial de uma bus-
ca pelo sentido da vida e obtermos níveis
cada vez mais altos de experiências a ca-
minho da plenitude (Lm 3.22,23).
Ensinando as Nações
I - EXPERIÊNCIAS DO REI
DAVI
Davi, considerado o maior rei de
Israel, sempre encontrava algo em função
do que vivia na fé em seu Criador, o Senhor
dos Exércitos. Sua época é descrita nos Li-
vros de Samuel, Reis, Crônicas e Salmos.
Foi homem de variadas habilidades, tendo
sido guerreiro, político, poeta e profeta.
Embora não tenha sido o primeiro rei de
Israel, conferiu ao Reino uma nova solida-
riedade e uma nova direção espiritual.
Aprendemos com Davi dois gran-
des fatores na vida: o conhecimento de
Deus; e o cumprimento da Lei do amor.
Esses dois fatores são mais importantes do
que os feitos de toda a trajetória de seu
reinado. Aos turistas, hoje em dia, mostra-
-se o suposto túmulo de Davi, localizado na
Colina Sul da moderna Jerusalém, comu-
mente chamada monte Sião.
Davi pode ser usado como um
exemplo do que o homem é em seu pon-
to mais alto e em seu ponto mais baixo.
Seus salmos exibem uma espiritualidade
elevada, um sentido intenso que exprime a
vontade de se viver, algo incompatível com
sua vida de impetuosidades e pecados,
como aquele em que se envolveu Bate-
-Seba. Nem por isso temos que deixar de
tê-lo como um representante de sua épo-
ca, pois, apesar de tantos erros cometidos,
as Escrituras dizem que ele foi o homem
segundo o coração de Deus (1 Sm 13.14).
Há também grande número de
referências bíblicas sobre Davi, mostrando-
-nos que ele foi um instrumento especial
de Deus, um habilidoso músico e autor
literário, e essas qualidades fizeram dele
um digno escritor. Uma parte de suas com-
posições e poemas tornou-se porção inte-
grante das Escrituras Sagradas no Livro de
Salmos.
50

II - O QUE,
VERDADEIRAMENTE, FAZ
SENTIDO?
1 - Do ponto de vista físico - Algumas
pessoas parecem vagar sem objetivos pela
vida, sem seguir uma direção específica,
sem finalidades claramente definidas e
sem definição ou intuito nenhum. Estes
têm tudo para sofrer opressão pela falta do
que fazer, porque vivem o passar de um
dia após outro sem um grande interesse
de viver. Não entendem o plano de Deus
e, sem que o percebam, acabam se consi-
derando cada vez mais insignificantes em
suas concepções.
Algo muito importante que pode
levar uma pessoa a valorizar-se está na
elevada autoestima. Porque ela gera ca-
pacidade de reconhecimento, apreciação e
aceitação que preenchem o vazio interior
provocado pelo desânimo. Por isso Jesus
disse: “Venham a mim, todos vocês que
estão cansados de carregar as suas pesa-
das cargas, e eu lhes darei descanso. Se-
jam meus seguidores e aprendam comigo
porque sou bondoso e tenho um coração
humilde; e vocês encontrarão descanso.
Os deveres que eu exijo de vocês são fá-
ceis, e a carga que eu ponho sobre vocês é
leve” (Mt 11.28-30-NTLH).
2 - Do ponto de vista psicológico -
Para um equilíbrio interior indestrutível, é
necessário que as emoções otimistas da fé
no Criador prevaleçam sobre as negativas.
É óbvio que, em certas circunstâncias, um
número excessivo de tarefas parece cons-
pirar contra a razão e contra a serenidade,
de modo que até pessoas mais tranquilas
e focadas no aspecto espiritual podem fa-
lhar. Todavia, quem vive tendo como base
sentimentos positivos tendem a falhar me-
Ensinando as Nações
nos em relação àqueles que não fazem
nenhum esforço para ter domínio sobre a
própria emotividade. Ninguém possui um
controle total quanto ao surgimento das
emoções, mas pode controlá-las direta ou
indiretamente melhorando a qualidade dos
sentimentos e da própria vida.
3 - Do ponto de vista espiritual - A lei-
tura da palavra de Deus, o jejum, a oração,
a intercessão e a meditação são os meios
certos para obtermos a percepção do sis-
tema responsável pelas sensações dos fe-
nômenos sobrenaturais. Tais práticas nos
ajudam a compreender os propósitos de
Deus quando buscamos um despertamen-
to espiritual que permeie o nosso cotidiano
com expectativas positivas, equilíbrio e es-
tabilidade emocional.
E quando isto acontece, normal-
mente a presença do mal se torna cada vez
mais constante para impedir que adquira-
mos verdadeiramente a consciência divina.
Então, é necessário manter a fé, a confian-
ça em Deus, a fidelidade, a mansidão, o
domínio próprio, porque nesses momentos
é mais fácil sentir as forças densas naturais
e sobrenaturais que tentam penetrar no
campo espiritual de nossas defesas.
Cabe a nós, apresentar diante de
Deus as nossas perspectivas ruins para
que ele nos proteja dos pensamentos ne-
gativos que podem, inclusive, prejudicar a
nossa fé. Temos que nos cercar do amor
de Deus, pois, usufruindo desse atributo
podemos viver bem e aproveitar as opor-
tunidades concedidas por ele.
III - EXPERIÊNCIA E
COMPROMISSO
As pessoas que não têm experiên-
cia com Deus e não se preocupam com a
ação benevolente da misericórdia divina
51
precisam parar para refletir sobre o amor
que dele emana (Jo 3.16). Amor que é
acessível a todos e em todos os lugares.
O desejo do Senhor é que o busquemos
com sinceridade (Is 55.6) para usufruirmos
do amor e da misericórdia dele no dia a
dia. Ele quer ver arrependimento. Ele quer
nos ver refletindo sobre as inconsequên-
cias de comportamentos praticados com
desatenção e com deleites fingidos, coisas
que geram consequências frustrantes, la-
mentáveis e dolorosas.
Há pessoas que já tiveram um en-
contro com Deus, mas se afastaram e por
isso perderam o desejo de orar, clamar, bus-
car os propósitos dele e já não conseguem
mais discernir questões acerca do que é
certo ou errado. É nosso dever insistir para
que retomem o caminho correto e voltem
a ter pensamentos bons (Jr 17.9,10) para
que, assim, possam novamente voltar a ter
comunhão com o Espírito Santo.
É importante salientar que Deus
ainda fala conosco de muitas maneiras:
através da revelação de sua Palavra, de
sonhos, de recados proféticos por meio de
vasos consagrados para este mister, e até
no silêncio quando nos entregamos à in-
trospecção, etc.
A fé em Deus nos faz ver que ele
nos deu uma biografia ímpar para a nossa
satisfação pessoal e prazer de viver através
de nossa adoração a ele, da obediência, da
gratidão e do amor ao próximo.
IV - BUSCANDO O
SENTIDO DA VIDA
A busca por um sentido da vida
deve ser a nossa principal motivação. Essa
busca precisa ser exclusiva e específica,
pois o seu resultado alcança as pessoas de
forma individual. O vazio existencial mani-
festa-se, principalmente, por um estado de
Ensinando as Nações
tédio.
Providencialmente, a vida é feita
de desafios, e estes estão sempre apresen-
tando empecilhos para dificultar as solu-
ções desejadas. Uma boa providência para
anular o vazio existencial é preencher a
vida com valores e comportamentos espe-
lhados por Jesus Cristo, tomando sempre
atitudes positivas e soluções adequadas.
CONCLUSÃO
A felicidade, assim como a melan-
colia, podem acontecer naturalmente, de-
pendendo da qualidade de vida da pessoa.
É preciso saber viver, daí a importância de
atentarmos ao que a nossa consciência diz
naquilo que concerne aos ensinamentos
de Deus, para os colocarmos em prática da
melhor maneira possível. Assim veremos
as bênçãos divinas sendo derramadas em
nosso favor (Dt 28.1,2).
Não podemos jamais esquecer do
nosso dever de gratidão, e, também de
aproveitar as oportunidades que surgirem,
mesmo que pequenas. Temos que assumir
nosso trajeto de vida seja ele jubiloso ou
doloroso, e encarar as responsabilidades
que nos são impostas. Deus quer nos dar
uma vida em abundância (Jo 10.10b). Este
é o verdadeiro sentido da vida.
QUESTIONÁRIO
1 - Por que Davi ansiava pela presen-
ça do Espírito Santo em sua vida?
2 - O que pode acontecer com quem
passa os dias sem interesse pela
vida?
3 - Por que é importante o controle
das emoções?
4 - Como ter satisfação vivendo uma
vida espiritualmente aprazível?
52
 Lição 13
Domingo, 26 de junho de 2022
Comentarista: Glaydson José da Rocha
- Bacharel em Teologia (IBA/FTSA) - Pastor auxiliar na Cap. Militar (PMDF)
- Professor no IBA - Pós-graduado em Seg. e Ordem Pública (UCB-DF)
- Pastor da AD de Anápolis | Nova Vila Jaiara

OS IDOSOS NA IGREJA HODIERNA

VERSÍCULO
VERSÍCULOCHAVE 
CHAVE  (Mt
(Sl9.38)
71.18) Leitura Bíblica Principal
Sl 71.16-18
Agora, também, quando estou
16 Sairei na força do Senhor Deus; farei
velho e de cabelos brancos, não me desam-
menção da tua justiça, e só dela.
pares, ó Deus, até que tenha anunciado a 17 Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha
tua força a esta geração, e o teu poder a mocidade; e até aqui tenho anunciado as
todos os vindouros. tuas maravilhas.
18 Agora, também, quando estou velho e
PENSAMENTO de cabelos brancos, não me desampares, ó
Deus, até que tenha anunciado a tua força
a esta geração, e o teu poder a todos os
Se uma estratégia dificulta alguém vindouros.
de exercer sua liberdade de culto, corremos
o risco de ser reprovados por meio dela.
COMENTÁRIO
Introdução
Leitura Diária
O direito à liberdade de culto não
está apenas na nossa Lei humana. É, tam-
Segunda-feira - Isaías 46.4
- Cuidado com o idoso.
bém, um princípio deixado pelo Senhor
para que todos tenham a oportunidade de
Terça-feira - Levítico 19.32 cultuá-lo, e nisso não pode existir acepção
- Honra ao idoso. de pessoas: “E, abrindo Pedro a boca, dis-
se: Reconheço por verdade que Deus não
Quarta-feira - Provérbios 16.31 faz acepção de pessoas” (At 10.34).
- A coroa do idoso. Vivemos em tempos de insubmis-
Quinta-feira - Jó 12.12
são às autoridades, tempos também de
- Aprenda com o idoso. uma sociedade atacada o tempo todo pela
informação e pela inovação. Contudo, não
Sexta-feira - Lucas 2.36-38 podemos confundir inovação com confor-
- Ana, a idosa profetisa. mação, pois a tecnologia contribui para o
bem-estar humano, e a conformação nos
Sábado - Salmos 92.13,14
leva para um caminho que nos identifica
- O idoso também produz frutos.
com um sistema que não ama seus idosos,
não valoriza os seus conselhos, e ainda os
Ensinando as Nações 53
fazem sentir excluídos das reuniões litúr-
gicas.
Há uma ponderação contaminada
pelo egocentrismo onde as mentes têm
sido cauterizadas pela conformação carnal,
de modo que, se os mais experientes se
manifestarem sobre tal comportamento,
eles podem correr o risco de serem rotula-
dos como ‘ultrapassados e religiosos’. “Por-
que as obras da carne são manifestas, as
quais são: adultério, fornicação, impureza,
lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, por-
fias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias, invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a es-
tas, acerca das quais vos declaro, como já
antes vos disse, que os que cometem tais
coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl
5.19-21).
Cabe ressaltar que os idosos pos-
suem uma sabedoria adquirida por meio
de suas experiências e aprendizados vivi-
dos em tempos e épocas diferentes, mas
a percepção do errado e a capacidade da
prospecção de cenários, ou seja, a sensi-
bilidade de prever que determinadas de-
cisões e comportamentos podem resultar
em reprovação pelo Senhor e com isto
consequências adversas, estão além dos
tempos e eras.
Reflitamos sobre as seguintes per-
guntas: Como podemos, ainda que sem in-
tenção, dificultar aos idosos a participação
deles nos cultos? Como podemos valorizar
uma geração sem perder a outra? O que,
de fato, é um culto com participação fa-
miliar?
I - O IDOSO (ancião)
De acordo com o Salmo 19.1, ido-
sos ou anciãos são aqueles que viram dias
ensinando outros dias, e noites revelando
seus conhecimentos a outras noites. Com-
preendemos isto como o período de lutas,
adversidades que os levaram ao amadure-
cimento. Nisto entendemos que maturida-
de não está relacionada ao tempo de vida,
Ensinando as Nações
mas ao crescimento obtido com o que pas-
sou.
Na história da humanidade não se
admitia o desrespeito, nem as condições
depreciativas com que hoje certos idosos
são tratados, pois a cultura era de repassar
o saber de uma geração para outra. Quem
nunca viu uma parturiente, ou seja, alguém
que deu à luz recentemente ser orientada
pela mãe ou pela avó sobre os cuidados
com o recém-nascido, e ainda com a re-
cuperação do parto conhecido como res-
guardo? Esse tema é de origem histórica,
porém na atualidade os idosos estão cada
vez mais sendo esquecidos nesta geração,
e nos parece que a inovação com conota-
ção de ser a solução para atrair essa nova
geração tem substituído os bons momen-
tos de diálogo com os avós.
A internet, as redes sociais e os
institutos de pesquisas têm sido os orien-
tadores desta nova geração. Quem nunca
ouviu um jovem dizer: “Eu pesquisei na in-
ternet e vi que não tem nada a ver o que
disse a vovó”! É lamentável vivenciar isso,
contudo, temos na igreja de Cristo o po-
tencial e a capacidade de resgatar esses
valores, pois sabemos que nem mesmo
na internet existem os esclarecimentos de
que essa geração precisa, por isso ela aca-
ba tendo mais dúvidas do que solução. As
incertezas da vida são assustadoras, mas
com as orientações de quem já passou por
elas podemos nos preparar para situações
difíceis, porém jamais estaremos no con-
trole de tudo. Só Jesus tem poder para
acalmar as tempestades da nossa vida (Mc
4.39).
Será que os idosos saberiam dizer
quantos dias realmente viveram? Qual a
idade que têm? Alguns podem limitar-se
a dizer a sua data de nascimento, outros
podem referir-se ao novo nascimento por
ocasião de sua conversão.
Mas, o que realmente importa é o
que construíram para a nova geração. Não
se trata de edificações para este mundo,
de ouro ou de prata, mas de uma vida nova
e restaurada através do testemunho de
54
Cristo, de quem incessantemente tem seu
prazer na salvação dos homens (Sl 96.2).
A Bíblia nos diz: “Porque não se lembra-
rá muito dos dias da sua vida; porquanto
Deus lhe enche de alegria o seu coração”
(Ec 5.20).” Viver não para si mesmo, mas
pelo outro, e isso é viver” (Lc 17.33). Então
não desista desta geração, dizendo que ela
não tem mais solução. Continue lutando
insistentemente em oração e anuncie pelo
seu testemunho a Verdade que é Cristo Je-
sus. “Até à vossa velhice, eu serei o mesmo
e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já
o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-
-vos-ei e vos salvarei” (Is 46.4).
No Estatuto do idoso consta o se-
guinte: “a pessoa idosa tem direito à par-
ticipação em todas as instâncias da vida e
conviver com pessoas de outras gerações
(Art. 03); que é obrigação do Estado e da
sociedade, assegurar à pessoa idosa a li-
berdade, o respeito e a dignidade, como
pessoa humana e sujeito de direitos civis,
políticos, individuais e sociais, garantidos
na Constituição e nas leis, e dentre essas
liberdades a crença e culto religioso (Art.
10, §1º, inciso III).
O direito à participação e ao con-
vívio traz dignidade às pessoas idosas, pois
valoriza suas experiências e os seus conhe-
cimentos adquiridos durante a vida. Pode-
mos observar que a cada dia aumenta o
número de idosos que estão entrando em
depressão, tendo a solidão como uma de
suas causas.
II - O IDOSO NO CULTO
Nestes tempos modernos, tem
sido comum idosos adentrarem numa igre-
ja para participarem de um culto e se de-
pararem com templos escuros, com uma
iluminação ultravioleta, dificultando muito
a leitura das Escrituras, já que a idade traz
consigo dificuldades visuais. Também tem
sido comum idosos adentrarem em tem-
plos onde o som é executado com volu-
mes exacerbados, o que dificulta a nitidez
Ensinando as Nações
e compreensão do que está sendo cantado
ou falado, pois a idade traz também a di-
minuição da capacidade auditiva, e, como
se não bastasse, há ocasiões em que ido-
sos são submetidos a longo tempo de per-
manência em pé, podendo contrair dores
e sentir cansaço no corpo. Há um ditado
que diz: “quem não quer ficar idoso deve
morrer jovem”.
É claro que a idade chega para
todos que tiverem a oportunidade. Então,
devemos compreender que um idoso ex-
periente é uma dádiva deixada para o bem
de uma nova geração: “Rogo igualmente
aos jovens: sede submissos aos que são
mais velhos; outrossim, no trato de uns
com os outros, cingi-vos todos de humil-
dade, porque Deus resiste aos soberbos,
contudo, aos humildes concede a sua gra-
ça” (1 Pe 5.5).
Temos hoje a oportunidade de
marcar a história, pois nunca mais existirão
esta mesma data e este mesmo horário
novamente. Por isso, depois de olharmos
para trás devemos:
1 - Valorizar e respeitar
Devemos considerar respeitosa-
mente quem veio antes e quem sempre
esteve ao nosso lado. Na linguagem militar
usa-se o termo: “o mais antigo tem priori-
dade”, ou seja, quem veio antes deve ser
ouvido. E isto significa vivenciar o prazer
das descobertas, ver as coisas novas nas-
cerem oriundas de orientações daqueles
que já experienciaram diversas situações.
Isso ajuda as pessoas de hoje a vislumbra-
rem padrões contraproducentes e se des-
prenderem deles, a trazerem entusiasmo à
vida, carinho por si mesmos e pelos ou-
tros, tendo o prazer e o privilégio de verem
o outro abrir as torneiras de sua própria
sabedoria para o nosso próprio bem-estar
(Pv 19.20).
2 - Observar métodos e princípios
São muitos os métodos, mas pou-
55
cos são os princípios. Os métodos sempre
mudam, mas os princípios não podem ser
mudados. Então, o fato de nos arrepender-
mos por termos ferido o direito de alguém
pode ser o início de uma grande mudança,
ou, porque não dizer, um resgate da his-
tória. São os traços da personalidade que
fazem uma pessoa ser o que ela é. Alguns
traços são natos, mas outros são formados
através da disciplina familiar e da transfe-
rência de valores. São os processos que
movem uma pessoa ao decorrer de sua
vida.
Os eventos, as pessoas e as cir-
cunstâncias afetam as atitudes e produ-
zem reações que as pessoas desenvolvem
desde o nascimento até a morte. Enquanto
uma pessoa amadurece, ela adquire atra-
vés da experiência e da reflexão um cres-
cimento progressivo: “Ora, amados, pois
que temos tais promessas, purifiquemo-
-nos de toda a imundícia da carne e do
espírito, aperfeiçoando a santificação no
temor de Deus” (2 Co 7.1). Olhar para ‘o
agora’ significa conservar tudo o que fize-
mos de bom, e melhorar o que não fizemos
tão bem. E isso nós precisamos fazer no
presente (Sl 118.24), assim podemos viver
melhor o futuro.
Precisamos ter em mente que os
cultos devem envolver toda a família, se-
jam jovens, crianças, idosos etc. Caso a
estratégia para ganhar esta geração exclua
dos templos a geração anterior, então de-
vemos repensar e mudar os métodos para
mantermos as gerações unidas em um só
propósito. Contudo, observamos que existe
uma mensagem sendo repassada de que
ser idoso não é algo bom, e o que vemos
são pessoas idosas usando vestimentas
mais jovens, falando como jovens, agindo
como jovens, etc. Ser jovem é algo mara-
vilhoso, mas ser idoso também é. Essa é a
verdade que precisa ser repassada, e não
a falsa imagem de quem nunca se enve-
lhece. Preparar uma sociedade implica em
obedecer a todas as fases da vida, respei-
tando as peculiaridades de todas elas.
Hoje vemos crianças longe de
Ensinando as Nações
seus pais, adolescentes em outras ativida-
des e também longe de seus pais, jovens
dentro do templo e a cada dia que passa
observamos os idosos em casa deixando
de congregar. Isto tem gerado sérias con-
sequências, como ausência nos cultos, di-
minuição do número no ministério de in-
tercessão da igreja, queda nas finanças do
caixa da igreja etc.
Muitos têm zelo sem conhecimen-
to, entusiasmo sem esclarecimento. Em
outras palavras, são inteligentes, mas falta-
-lhes orientação. O conhecimento sem zelo
toma o lugar do zelo sem conhecimento. O
propósito de Deus inclui os dois: o zelo diri-
gido pelo conhecimento, e o conhecimento
inflamado pelo zelo. É como disse certa vez
o Dr. John Mackay, quando era presiden-
te do Seminário de Princeton: “A entrega
sem reflexão é fanatismo em ação, mas a
reflexão sem entrega é a paralisia de toda
ação”. Qual é o legado que queremos dei-
xar para os outros que virão? Vamos deixar
um exemplo de vida descompromissada e
vazia de conteúdo? Claro que a sabedoria
pode e deve ser deixada, pois o coração
está focado em ouvir a voz do Senhor: “O
sábio de coração aceita os mandamentos,
mas o insensato de lábios ficará transtor-
nado” (Pv 10.8).
III - O IDOSO QUE
FRUTIFICA
Temos que compreender a im-
portância do legado que devemos deixar
para quem vem depois de nós. O que Pau-
lo escreveu acerca dos judeus não crentes
de seu tempo poderia ser dito acerca de
alguns crentes de hoje: “Porque lhes dou
testemunho de que eles têm zelo por Deus,
porém não com entendimento” (Rm 10.2).
Repensar tempos melhores é con-
tribuir para dias melhores. “Se o homem
gerar cem filhos, e viver muitos anos, e os
dias dos seus anos forem muitos, e se a
sua alma não se fartar do bem, e além dis-
so não tiver sepultura, digo que uma crian-
56
ça que nasce morta tem melhor sorte do
que ele” (Ec 6.3).
Muitas pessoas se esforçam para
treinar seu corpo físico, planejam horários
para frequentar academia, praticar lazer
e outras coisas. Contudo, como ficaria o
planejamento espiritual? Somente com as
orientações do Senhor (1 Pe 1.13) pode-
mos planejar dias melhores. “Não durma-
mos, pois, como os demais, mas vigiemos,
e sejamos sóbrios” (1 Ts 5.6). “Portanto,
vede prudentemente como andais, não
como néscios, mas como sábios, remindo
o tempo; porquanto os dias são maus. Por
isso não sejais insensatos, mas entendei
qual seja a vontade do Senhor” (Ef 5.15-
17).
Abraão obteve da parte de Deus a
sua grande bênção quando tinha cem anos
(Gn 21). O Senhor nos mostra em vários
trechos da sua Palavra que Ele continua
cuidando dos seus em qualquer fase da
vida: “Até a vossa velhice eu serei o mesmo
e, ainda quando tiverdes cabelos brancos,
eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-
-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei”
(Is 46.4). E, para enfatizar a importância
do idoso para esta geração, temos a ne-
cessidade de respeitá-los e de ouvi-los. Em
Jó 12.12 - ARC, lemos: “Com os anciãos
está a sabedoria, e na longura de dias o
entendimento”.
O idoso que frutifica tem prazer
em repassar suas experiências, e em exer-
cer sua paciência como um vovô que par-
ticipa ativamente ensinando o seu netinho
a andar, orientando os mais jovens acerca
dos mistérios de Deus. Por isso, concita-
mos aos idosos que continuem produzindo
bons frutos e semeando boas sementes,
pois, mesmo com o fôlego cansado, os
mistérios de Deus podem ser repassados
de forma empolgante e com entusiasmo. A
presença dos idosos nos cultos é muito im-
portante. Assim, tanto os jovens como os
idosos podem andar juntos para glorificar e
engrandecer ao nosso Deus Eterno.
Ensinando as Nações
CONCLUSÃO
Precisamos olhar para frente, mas
sem deixarmos de olhar para trás, enten-
dendo neste processo que não importa a
idade, pois todos somos importantes para
o Senhor. Temos que viver uma vida com
‘objetividade’, ou seja, com a habilidade
para controlar sentimentos pessoais, tendo
uma mente aberta e sã. Se preciso for, te-
mos que repensar as estratégias e retornar
ao culto literal da família, onde todos, uni-
dos, poderão invocar a presença do Senhor
e adorá-lo na beleza de sua santidade.
Em Êxodo 18.13-27 podemos ver
a reação de Moisés quanto à sugestão
dada pelo seu sogro Jetro. Moisés acatou
os conselhos e assim conseguiu produzir
muito mais para ajudar o povo de Israel e
ainda se desgastou menos graças às sábias
orientações que aliviaram o seu trabalho.
Temos que continuar trabalhando
para ganhar esta geração, contudo, não
podemos deixar de cuidar dos idosos ex-
cluindo-os de nossos cultos, ainda que de
forma não dolosa, ou seja, sem intenção.
Precisamos assumir a culpa, mudando a
maneira de pensar em relação a esta ge-
ração que muito fez e ainda muito tem a
contribuir com a igreja hodierna.
QUESTIONÁRIO
1 - Como podemos entender o direito
à liberdade de culto?
2 - De acordo com o Salmo 19.1,
quem são os idosos?
3 - Resumindo: o que é ser um idoso?
4 - Por que é importante a participa-
ção dos idosos nos cultos?
57
 VISÃO ALGUMA É MAIOR DO QUE O
PODER DE DEUS QUE OPERA EM NÓS
Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão
Sl 2.8

Quarto Trimestre - 2020 - nº 79 Segundo Trimestre - 2021 - nº 81

Templo da Assembleia de Deus de Anápolis Templo da Assembleia de Deus de Anápolis

Rua Hilson Antônio Bona, 1067 | Bairro São João | Teresina (PI) Rua Teófilo Otoni, 3237 | Agenor de Carvalho |Porto Velho | RO

Nome: Nome:

NÚMERO - 79 NÚMERO - 80 NÚMERO - 81

NÚMERO - 82 NÚMERO - 83 NÚMERO - 84

O ESPAÇO E A VALORIZAÇÃO DOS NOSSOS ESCRITORES

Ensinando as Nações 58
 Dias 7, 8 e 9 Abril

Ap 21.21

Serão dias de cura, venha

e participe conosco
Local: Acampamento Missão Vida
@seminarioperolaunica

Inscrições:
Pra. Karla César (62) 98262-1102
Ensinando as Nações 59 | Pra Lucivania Fernandes (62) 99272-1771
Pba. Samara Marinho (62) 99555-1009 | Pra Iracema Soares (62) 99305-8118
 CONVENÇÕES DA CIAD NOS ESTADOS
PARA O 2º TRIMESTRE 2022
ABRIL
9º ENCOB - Encontro de Obreiros no Estado da Bahia
09 e 10 de abril de 2022
Barreiras - BA
Pr. Adailton Barbosa Vieira
Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO
9ª CONFIESC - Convenção Filiada no Estado de Santa Catarina
23 e 24 de abril de 2022
Joinville - SC
Pr. José Fernandes Silva
Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO
MAIO
21ª CONFIEPAR - Convenção Filiada no Estado do Paraná
21 e 22 de maio de 2022
Foz do Iguaçu - PR
Pr. Vilmar Gonçalves Azevedo
Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO
17ª CONFIEMS - Convenção Filiada no Estado do Mato Grosso do Sul
28 e 29 de maio de 2022
Campo Grande - MS
Pr. José Carlos Costa Araújo
Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO
JUNHO
21ª CONFISULPA - Convenção Filiada no Sul do Pará
10 a 12 de junho de 2022
Redenção - PA
Pr. Lucas Gomes de Andrade
Ensinando as Nações 60
Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO