Julho � �������o � ���� � �� ��

Comentaristas:
JOVENS E OBREIROS DA LIDERANÇA DO COMEPE E DA REDE MORADA
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Editores: Pr. Elias Garcia Fernandes
Pb. Hermindo Elizeu da Silva (colaboração voluntária)
Lições do Terceiro Trimestre de 2022
LIÇÃO TEMA DATA PÁGINA
O jovem cristão e a saúde emocional!
01 Pr. Estenyo Bezerra da Silva 03/07 5
Como vencer a ansiedade
02 Pr. Aurélio Amaral Alves
10/07 9
Combatendo o medo
03 Dc. Daniel Ferreira da Silva
17/07 13
Conselhos sobre como encarar a frustração
04 Pra. Gabriela Carvalho Nunes Borges
24/07 17
Livrando-se do egoísmo
05 Msa. Arleth Lara Arantes Ferreira
31/07 21
Sentimento de culpa, bom ou ruim?
06 Ev. Josimar Mesquita de Sousa
07/08 25
Uma ponte denominada empatia
07 Pr. Eder de Souza Ramos
14/08 29
Rancor, um mal que precisa ser evitado
08 Pb. Alan Moreira dos Santos
21/08 33
Os efeitos da sensibilidade
09 Dc. Weliton Rodrigo Ferreira dos Santos Oliveira
28/08 37
Segredos para afastar a covardia
10 Karolline Rodrigues Brito 04/09 41
A necessidade de aprovação
11 Hádina Gomes de Sá
11/09 45
Defraudação emocional, uma devastação interior
12 Camilla Moreira Alves
18/09 49
Tudo está bem?
13 Ev. Pedro Henrique Silva de Paula
25/09 53
Ensinando as Nações Jovem 3
 ENSINANDO AS NAÇÕES JOVEM
A PALAVRA JOVEM NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Presidente: Pr. José Clarimundo César
1º Vice: Pr. Jossele Clauber César
2º Vice: Pr. Claudino Borges
1º Secretário: Pr. Carlos Marcos da Silva
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. Lázaro Vieira Filho
2º Tesoureiro: Ev. João dos Santos Neto
Diretor Administrativo: Pr. Ramos de Paula Nascente
Vice-Diretor Administrativo: Pr. Israel Osmundo de Miranda

Vogais: Pr. Antônio Barbosa Vieira, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Elias Garcia Fernandes, Pr. José Airton
Faustino, Ev. Paulo Egídio dos Santos e Pr. Salvarino Pinto da Silva.
Conselheiros: Pr. Antônio José Soares, Pr. Guido Pires Borges e Pr. Isaías Graciano de Jesus.

Co-pastores da igreja SEDE

Pr. Edvaldo Batista Melo e Pr. Rogério Garcia Fernandes.

Diretor de Relações Institucionais: Pr. Venâncio Batista do Nascimento

Assistentes: Pr. Daniel Ferreira César
Atendimento: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
Livraria da Igreja AD de Anápolis: Pb. Aldmir de Macedo Azevedo Júnior
Projeto Gráfico e Fotos: Pr. Paulo Sartin

Publicação Trimestral da CIAD - CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS”

Av. Tiradentes, 615. CEP.: 75.040-010. Fone/Fax: (62)3315-8800. Anápolis, Goiás, Brasil.

MESA DIRETORA
Presidente: Pr. Sebastião José Inácio
1º Vice: Pr. Moisés José Inácio
2º Vice: Pr. Elismar Veiga da Silva
1º Secretário: Pr. Daniel Ferreira César
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
2º Tesoureiro: Pr. Paulo Sartin

CONSELHO CONSULTIVO
Presidente: Pr. José Clarimundo César
Vices: Pr. Jossele Clauber César e Pr. Claudino Borges

CONSELHEIROS
Pr. Adilson da Cruz Ribeiro, Pr. André Carlos Boaventura, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Dilson Resplandes dos
Santos, Pr. Edson Araújo Bruno, Pr. Evangelino Gomes de Andrade Filho, Pr. Jessé Câmara Braga Frota,
Pr. José Maria Gomes, Pr. Lázaro Francisco da Silva, Pr. Luís Carlos Vicente Júnior, Pr. Salvarino Pinto da
Silva e Pr. William da Rocha Melo

O TRABALHO LITERÁRIO DOS COMENTARISTAS É DE RESPONSABILIDADE DE CADA UM E CEDIDO

À CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” PARA PUBLICAÇÃO.
Ensinando as Nações Jovem 4

O JOVEM CRISTÃO
E A SAÚDE EMOCIONAL!
a bíblia diz
16 Por isso, não desfalecemos; mas, ainda
que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia.
17 Porque a nossa leve e momentânea
tribulação produz para nós um peso eterno
de glória mui excelente,
18 não atentando nós nas coisas que se
veem, mas nas que se não veem; porque as
que se veem são temporais, e as que se não
veem são eternas.
2 Coríntios 4.16-18 | ARC
Entre os temas de bastante
amplitude e discussão, dentro e
fora dos círculos cristãos, estão
os concernentes ao nosso lado
emocional. Seja para defini-los
no sentido de aprender quais se-
jam ou no sentido de buscar so-
luções para eles. O fato é que a
realidade emocional é pertinente
e inerente à nossa natureza. Com
isso, precisamos estar atentos aos
muitos e sérios problemas emo-
cionais que podem nos afetar em
cheio, e assim como qualquer en-
fermidade psíquica, quanto mais
cedo descobrirmos suas causas,
mais cedo encontraremos a solu-
Ensinando as Nações Jovem
01
22
20
,
July 03
ção também.
ASPECTOS DA NATUREZA
HUMANA
O que chamamos de na-
tureza plena do homem (na lin-
guagem antropológica) é, na ver-
dade, os aspectos que circundam
essa sua realidade existencial.
Vejamos:
É um ser biológico. Isto
diz respeito à sua vida física,
humana, material e dinâmica. É
sua condição enquanto parte de
um mundo físico, visível, palpá-
vel e empírico. Nessa condição
o homem possui um corpo com
o qual e por meio do qual a sua
bioexistência flui.
É um ser psicológico.
Trata-se do homem enquanto ser
pensante, reflexivo, sentimen-
tal, sensitivo, que toca e sente,
que age e interage, que recebe e
transmite, que é capaz de captar
as nuances do ambiente à sua
volta e viver suas experiências e
realidades.
5
 É um ser sociológico. Tra- como: ansiedade, medo, frus-
ta-se do homem enquanto parte tração, egoísmo, culpa, empatia,
de uma sociedade, membro de rancor, sensibilidade, covardia,
uma estrutura social com a qual necessidade de aprovação e de-
tem direitos e deveres (suas rela- fraudação são alguns que serão
ções sociais e institucionais). amplamente apresentados do-
ravante sob diversos pontos de
É um ser espiritual. Aqui vistas.
tem a ver com a relação do ho-
mem com sua espiritualidade, A TRICOTOMIA
ou seja, com suas crenças e prá- EMOCIONAL DO SER
ticas religiosas, e essa é uma das HUMANO
grandes realidades em que a Bí-
blia apresenta o ser humano (1 O apóstolo Paulo é quem
Co 2.14-16). define a natureza humana em
três elementos (daí o termo “tri-
A REALIDADE EMOCIONAL cotomia”) distintos, porém inter-
NOSSA DE CADA DIA dependentes, a saber: espírito,
alma e corpo, conforme seu ensi-
Além de sermos indiví- no em 1 Ts 5.23, corroborado em
duos com profunda identifica- Hb 4.12:
ção emocional, originados a par-
tir de nosso núcleo familiar, este Espírito. É o elemento da
quadro psíquico tende a ser alvo vida que nos permite respirar e
de certos problemas que, não tra- viver, além de ser o elo relacional
tados seriamente, podem causar entre nós e nosso Deus (Rm 8.16).
danos ainda mais graves à nossa
vida, sobretudo, a espiritual e é Alma. É o nosso ser inte-
exatamente isso que queremos rior que possui três mecanismos
evitar (Ef 6.10-13). por meio dos quais nos relacio-
Como todos temos uma namos com o mundo exterior, a
vida ativa: trabalhamos, estuda- saber: a) sentimento (Sl 42.2); b)
mos, viajamos, nos relacionamos volição (Dt 30.19); c) inteligência
e corremos atrás de nossos obje- (Ec 12.9).
tivos, a tendência é absorvermos Ambos estão intrinseca-
toda essa carga emocional que mente associados e nosso qua-
pode ser positiva ou negativa em dro emocional está diretamente
nossas vidas. Daí porque temas ligado a eles. Nossas emoções
Ensinando as Nações Jovem 6
têm a ver com a oscilação dos
nossos sentimentos, a vontade
em satisfazê-los ou não, e a nossa
capacidade de refletir, discernir e
quanto à nossa produtividade.
Corpo. É o elemento físi-
co, material, mortal e limitado
no qual os outros dois (espírito
e alma) residem e por meio do
qual exteriorizam suas ações (2
Co 5.10).
COMO TER SAÚDE
EMOCIONAL PLENA
tinantes do problema como, por
exemplo, seus efeitos emocionais
nas pessoas. Hoje a igreja avan-
çou nisso e modificou sua visão
(ainda bem) e atualmente sabe-
-se que tais doenças têm seu lado
espiritual sim, mas também tem
seu lado psicológico que precisa
de tratamento específico e pro-
fissional. Com isso temos um
grande número de profissionais
nessa área do comportamento
humano na igreja como: psicólo-
gos, psiquiatras, psicoterapeutas,
psicopedagogos, etc. Que bom!

É o que ao final deste tri- Abrindo-se a discussões

mestre iremos aprender. Toda- mais amplas sobre saúde emo-
via, alguns passos já apresenta- cional. Quando se trata das ques-
mos de antemão, a saber: tões emocionais do ser humano,
precisamos ter uma visão crítica
Identificando o proble- destituída de perfeccionismo,
ma (causas e efeitos psicosso- de pragmatismo, de achismos,
máticos). O primeiro passo na de crendices e outras distorções
solução de tais infortúnios emo- analíticas. É preciso tratarmos o
cionais é identificá-los a partir de assunto tendo uma perspectiva
suas origens e nesse caso, consi- mais ampla e descentralizadora,
derando os aspectos espirituais atentando para todos os lados
da questão, é preciso atentar possíveis do problema. Isso é
para sua gênese psíquica ou espi- muito importante.
ritual ou se ambas, haja vista am-
bas estarem, de alguma forma, Não indo aos extremos
conectadas. Houve uma época do assunto (banalizando ou es-
no passado da igreja que certas piritualizando), mas tendo uma
doenças emocionais eram con- visão equilibrada. Posições ex-
sideradas como ações malignas. tremistas são sempre muito ruins
Com isso deixava-se de se tratar e perigosas em todas as áreas
seriamente outros fatores aglu- da vida, e no tocante às doen-
Ensinando as Nações Jovem 7
ças emocionais não é diferente.
Muitos cristãos possuem uma
posição radical (especialmente
dentro do movimento pentecos-
tal) e querem tratar o problema
apenas do ponto de vista espiri-
tual, o que não deixa de ser fun-
damental, todavia é necessário
haver coerência e uma boa pita-
da de prudência nisso.
Entendendo-os à luz
da Palavra de Deus. O cristão
sempre caminha pelos parâme-
tros da Bíblia, haja vista ser esta
nossa regra de fé e prática. Com
isso nossa compreensão sobre
determinado assunto baseia-se
por ela. Por isso é importante sa-
bermos acerca daquilo que a Bí-
blia diz e daquilo que ela não diz
sobre certas questões. Entender
isso é essencial para nós.
Buscando ajuda pro-
fissional quando necessário.
As diversas ciências que exis-
tem servem para ajudar-nos de
muitas maneiras. Os homens as
criaram, porém, foi Deus quem
deu inteligência para que eles as
criassem, a fim de que pudésse-
mos fazer uso delas. Deus cura
por meios sobrenaturais, mas
também pela instrumentalidade
de profissionais competentes e
sérios (Lc 5.31). Não existem ne-
nhuma passagem bíblica que se
Ensinando as Nações Jovem
oponha ou condene a medicina,
a não ser a opinião pessoal de al-
gumas pessoas. O que ocorre é
que Deus também faz milagres
usando as mãos e a inteligência
de homens limitados e susceptí-
veis.
Buscando a fé como me-
canismo de ajuda imprescindí-
vel. Aqui nesse ponto referimo-
-nos, sim, ao poder sobrenatural
da fé! (Mc 9.23). Quando os re-
cursos humanos se esgotam, a
fé se apresenta como alternativa
poderosa e eficaz de solução e é
por meio dela que os milagres
ocorrem. “A fé enxerga o impos-
sível quando todo o resto se mostra
incapaz de socorrer o homem”, afir-
mou Dietrich Bonhoeffer.
Esta série de lições servi-
rá para, além de esclarecer-nos
acerca das doenças emocionais,
produzir fé em nós a fim de al-
cançarmos a cura para elas, não
obstante as circunstâncias ad-
versas. Desejo edificação e cres-
cimento a todos no estudo deste
assunto. Boa EBD!
PENSAMENTO
A saúde emocional (não é
perfeição emocional) acompanha
uma vida cheia do Espírito Santo!
8

COMO VENCER A
ANSIEDADE
a bíblia diz
25 Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos
quanto à vossa vida, pelo que haveis de
comer ou pelo que haveis de beber; nem
quanto ao vosso corpo, pelo que haveis
de vestir. Não é a vida mais do que o
mantimento, e o corpo, mais do que a
vestimenta?
26 Olhai para as aves do céu, que não
semeiam, nem segam, nem ajuntam em
celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta.
Não tendes vós muito mais valor do que
elas?
27 E qual de vós poderá, com todos os seus
cuidados, acrescentar um côvado à sua
estatura?
28 E, quanto ao vestuário, porque andais
solícitos? Olhai para os lírios do campo,
como eles crescem; não trabalham, nem
fiam.
29 E eu vos digo que nem mesmo Salomão,
em toda a sua glória, se vestiu como
qualquer deles.
30 Pois, se Deus assim veste a erva do
campo, que hoje existe e amanhã é lançada
no forno, não vos vestirá muito mais a vós,
homens de pequena fé?
31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo:
Que comeremos ou que beberemos ou com
que nos vestiremos?
32 (Porque todas essas coisas os gentios
procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem
sabe que necessitais de todas essas coisas;
33 Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e
a sua justiça, e todas essas coisas vos serão
acrescentadas.
Mateus 6.25-33 | ARC
Ensinando as Nações Jovem
02
22
20
,
July 10
PANDEMIA, GUERRAS,
INFLAÇÃO, DESEMPREGO
Vamos refletir sobre al-
guns fatores externos que cau-
sam ansiedade. Por exemplo: o
falecimento de um artista famo-
so ou a passagem para a eterni-
dade de uma pessoa muito pró-
xima a nós são situações muito
difíceis de serem esquecidas.
Experiências com vestibular e o
primeiro emprego também são
fatores positivos capazes de mar-
car alguém. Eventos assim, se-
jam negativos ou positivos, não
são fáceis de esquecermos.
Deixo aqui um convite
para reflexão: o que você estava
fazendo em um evento que mais
marcou a sua vida? Você saberia
relatar tudo com riqueza de de-
talhes?
Eventos marcantes podem
afetar nossa paz de espírito. Isso
nos leva a preocupações e à an-
siedade, situações que, caso não
sejam sanadas à luz da palavra
9
de Deus, provocam problemas
diversos.
Um desses eventos foi, ou
tem sido, a COVID-19. Alguns
estudiosos dizem que ela veio
para ficar. Além de ser a princi-
pal causa geradora de ansiedade,
que é o medo da morte ou das
consequências oriundas da re-
cuperação da doença, ela trouxe,
também, um conceito do “novo
normal”, o qual impõe uma nova
convivência, bem como reade-
quações em diferentes âmbitos:
alterações nas reuniões familia-
res; estudos à distância; transfor-
mação dos locais de trabalho e
até novas modalidades de traba-
lho. Somado a isso, ainda houve
demissões em massa, falências
de empresas, aumento no preço
de alimentos e combustíveis etc.
Todos esses fatores au-
mentaram as preocupações, mas
o jovem cristão não pode ceder a
isso, pois há uma promessa nos
versículos 32 e 33 da leitura bíbli-
ca de hoje, pois lá diz que o Pai
sabe da nossa necessidade e nos
suprirá. Busquemos, portanto,
em primeiro lugar, o Reino e a
Justiça de Deus.
Ensinando as Nações Jovem
CONHECENDO A
ANSIEDADE PARA
VENCÊ-LA
A ansiedade é uma defesa
natural do corpo para nos prote-
ger de um mal que não podemos
controlar por nós mesmos. As
pessoas ficam nervosas, perdem
sono e ficam preocupadas.
No versículo 25 entende-
mos a maneira correta de não
ficarmos ansiosos: entregando
tudo a Deus. O problema não é
mais só seu, é de Deus. Ele vai
te guardar, porque você confiou
nEle! Entretanto, não é tão fácil
entregar “tudo” para Deus, pois,
primeiro, você tem que estar dis-
posto a deixar que ele adminis-
tre tudo como o desejar. Esse é o
ponto.
Esse raciocínio é tirado
dos versículos 19 ao 21 do capí-
tulo 6 de Mateus. Jesus afirmou
para não acumularmos tesouros
nessa terra para evitarmos de-
cepção, já que o “ladrão” pode
roubá-los. Esse ladrão não é ne-
cessariamente um infrator da lei,
mas pode ser intrigas familiares,
pressões do serviço, falsos ami-
gos, namorado (a) ou cônjuge.
Diz o versículo 21 que onde es-
10
tiver o nosso tesouro, aí estaráque estão “em alta”, “na moda”,
também o nosso coração. fazendo-o a adquiri-las mesmo
No versículo 26, vemos sem ter necessidade.
que o mal da sociedade é jun- Essa é uma definição de
tar riquezas e patrimônios. Di- consumismo: adquirir algo sem
zem: Quando eu me casar, tiver ter a necessidade por conta da
casa, emprego, então vou servir vontade de ter para pertencer a
a Deus. A resposta não deveria um grupo e ser aceito por ele. É
ser invertida? Eu vou pregar e com essa atitude que, muitas ve-
ganhar almas e, por conta dis- zes, os recursos financeiros se es-
so, Deus não vai me deixar fal- gotam e então vêm as dívidas, e
tar nada. Eu terei emprego e um como consequência, a ansiedade.
(a) esposo (a) para me ajudar no De acordo com pesquisa
ministério. Mas o que acontece édo Serviço de Proteção ao Cré-
que as pessoas se preocupam em dito (SPC), 69% dos inadimplen-
se satisfazer, em vez de deixar tes sofrem de ansiedade e outros
que Deus atenda às necessidades distúrbios por não conseguirem
delas. resolver suas dívidas. Os distúr-
O versículo 27, fala da in-
bios mentais ajudam a agravar a
coerência humana ao mencionar crise financeira, pois podem le-
que muitos gastam a vida toda var a pessoa a realizar compras
para conquistar coisas materiaisexcessivas.
e, quando vão poder usufruir, Após meditarmos nos
morrem. Melhor é gastar a nossa versículos 28 ao 31, do capítulo
vida no altar e viver na depen- 6 de Mateus, percebemos que
dência de Deus! preocupações com vestuário já
existiam naquele tempo e sem-
O CONSUMISMO E A pre existirão. Por trás disso há
ANSIEDADE uma espécie de inveja que leva
a pessoa a não se contentar com
O jovem é “bombardea- o que tem, desejando ter o que o
do” com propagandas televisi- outro tem.
vas, também nas redes sociais e
até em filmes acerca de roupas
Ensinando as Nações Jovem 11
PRESSÃO DA SOCIEDADE E
A ANSIEDADE
A pastora Talitha Pereira,
em sua obra “Deixe-me apre-
sentar você”, editora Vida, pági-
na 69, diz que muitas mulheres
gastam uma parte da vida, ou
talvez a vida inteira se sentindo
mal sobre si mesmas. Ela expli-
ca isso porque o mundo inteiro
parece lhes dizer que o valor de-
las está ligado àquilo que fazem.
Em muitos momentos alguém
se aproxima e pergunta: “O que
você faz para ganhar a vida”?
Jovem, você não tem que
ganhar muito dinheiro porque a
sociedade tem um padrão deter-
minando que o estudo só valerá
a pena se você um dia chegar a
ganhar bastante. Esse pensamen-
to faz com que sonhos de deter-
minadas profissões, que não são
tão valorizadas em nossa socie-
dade, às quais determinados
jovens têm talentos para elas,
sejam esquecidas e, por conse-
guinte, muitos acabam nutrindo
sonhos por um curso para o qual
não têm vocação, como forma de
apenas se adequarem ao “siste-
ma”.
Esse comportamento gera
Ensinando as Nações Jovem
ansiedade, haja vista que parte de
um medo que impele a pessoa à
realização de algo ou a faz espe-
rar alguma coisa. Se determina-
do jovem não tem vocação para
algo, fará por pressão. Todavia,
isso pode fazer com que ele não
tenha confiança e fique ansioso.
Verdade seja dita: se você é bom
no que faz e é engajado, você será
reconhecido e valorizado!
Jesus já havia nos ensinado
que no mundo teríamos aflições
(Jo 16.33), mas Ele disse também
que deveríamos ter bom ânimo e
que nos espelhássemos nele para
vencermos o mundo.
PENSAMENTO
Precisamos ser pacien-
tes, mas não ao ponto de per-
dermos o desejo; devemos ser
ansiosos, mas não ao ponto de
não sabermos esperar. (Max Lu-
cado)
12

COMBATENDO O
MEDO
a bíblia diz
25 Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se
Jesus para eles, caminhando por cima do
mar.
26 E os discípulos, vendo-o caminhar
sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um
fantasma. E gritaram, com medo.
27 Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo:
Tende bom ânimo, sou eu; não temais.
28 E respondeu-lhe Pedro e disse: Senhor,
se és tu, manda-me ir ter contigo por cima
das águas.
29 E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do
barco, andou sobre as águas para ir ter com
Jesus.
30 Mas, sentindo o vento forte, teve medo;
e, começando a ir para o fundo, clamou,
dizendo: Senhor, salva-me.
Mateus 14.25-30 | ARC
A palavra medo vem do la-
tim metus e significa “perturbação,
angústia diante de um fato, um risco,
uma ameaça, seja de origem real ou
imaginária”. Para a psicologia, o
medo é uma emoção que causa
receio, apreensão, sensação desa-
gradável. É um “estado emocional
que se expressa no indivíduo perante
uma situação de ameaça inesperada”.
Pode ser um sentimento natural
que nos alerta quanto ao perigo,
Ensinando as Nações Jovem
03
22
20
,
July 17
mas também algo que nos parali-
sa e nos impede de viver.
Coisas incríveis deixam
de acontecer em nossas vidas
quando temos medo. Isso se dá
porque olhamos para nós mes-
mos e não para Deus. Perceba que
Pedro anda sobre as águas e, de
repente, começa a se afundar (Mt
14.30). Aqui temos um princípio:
ouvir a voz de Cristo e caminhar.
Todavia, Pedro afunda quando
deixa de olhar para Jesus, pois
olhar para as circunstâncias pode
nos tirar da direção fornecida por
Cristo.
COMBATER O MEDO PARA
ALCANÇAR PROMESSAS
“Portanto, não percam a co-
ragem, pois ela traz uma grande
recompensa” (Hb 10.35). Os judeus
estavam sendo perseguidos, e
havia grande pressão para que
abandonassem a fé cristã. Muitos
demonstravam medo perante
tal cenário. Há uma grande re-
compensa para aqueles que não
perdem a coragem. Todavia, tem
13
muita gente frustrada por não
receber as promessas de Deus,
porquanto não se posicionou para
vivê-las. Então, posicionamento
exige coragem.
“Vocês precisam ter paciência
para poder fazer a vontade de Deus
e receber o que ele promete” (Hb
10.36). É preciso ter paciência para
obedecer e receber promessas que
há para sua vida. Você vai receber
quando começar a se mover de
acordo com a Palavra, uma vez
que perseverança tem a ver com
obediência, e a obediência traz a
confiança em Deus, que remove
o medo.
Perseverar em caminhos
não direcionados por Deus não
te leva ao encontro dele. A con-
sequência disso é o medo que
nos deixa distantes de cumprir
propósitos. O medo te faz esque-
cer que existe uma promessa para
sua vida. Abraão tinha uma pro-
messa. Davi tinha uma promessa.
Pedro tinha uma promessa. Paulo
tinha uma promessa, e você car-
rega uma promessa.
COMBATER O MEDO PARA
TER FÉ
É preciso fé para observar o
mundo hoje e viver sem medo. A
fé é uma convicção acima daquilo
que é real. A verdadeira fé não
Ensinando as Nações Jovem
rejeita a realidade, mas impede
que ela governe a sua vida (1 Co
16.13,14).
Estejam vigilantes e fir-
mes na fé. Vigiar e orar são ações
necessárias (Ap 3.11), pois o inimi-
go está ao derredor como um leão
procurando alguém para devorar.
Logo, “sede sóbrios e vigilantes” (1
Pe 5.8).
Também é preciso enten-
der que sem fé é impossível agra-
dar a Deus. Por conta disso, fé e
medo não podem existir juntos.
Nesse contexto, a fé, descrita em
Hebreus 11, implica crer que Deus
está absolutamente no controle de
tudo e que nele podemos confiar
(Sl 37.5).
Seja forte e corajoso. Cons-
ciência e fé são virtudes necessá-
rias para você compreender que
as perseguições de hoje (ideológi-
cas) são “armadilhas” para mudar
a sua mentalidade quanto ao
Reino de Deus. O diabo sabe que
não é possível mudar a palavra
de Deus, então ele faz de tudo
para mudar a sua mentalidade.
Dessa forma, se o medo substituir
a sua fé, as falsas doutrinas vão
se tornar verdades em sua vida.
Portanto, esteja alerta e observe
o mundo, buscando respostas e
direcionamentos na Bíblia.
14
 Façam tudo com amor. O
verdadeiro amor lança fora todo
o medo. Não deixe que o medo
te faça duvidar do perfeito amor
de Deus. A morte já não pode nos
parar, mas o medo da morte, sim.
Logo, tenha fé, porque Deus é o
amor que lança fora todo o medo
(1 Jo 4.8).
COMBATER O MEDO PARA
VENCER O PECADO
“E chamou o Senhor Deus a
Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele
disse: Ouvi a tua voz soar no jardim,
e tive medo...” (Gn 3.9). A primeira
quebra de relacionamento entre o
homem e Deus foi causada pelo
pecado que suscitou o medo.
Adão havia pecado e, por medo,
se escondeu, demonstrando uma
atitude de covardia e fraqueza. O
pecado nos trouxe condenação,
mas Cristo veio e nos trouxe a
salvação.
“Pelo contrário, resta apenas
o medo do que acontecerá: medo do
Julgamento e do fogo violento que des-
truirá os que são contra Deus” (Hb
10.27). Do pecado resta apenas o
medo. Confiar em si mesmo não
é o suficiente. Por conseguinte,
todos precisam reconhecer que
Deus está no controle e que todas
as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus (Rm
Ensinando as Nações Jovem
8.28).
A unidade remove o medo.
Ela nos aproxima de Deus e faz
com que, em comunhão, tenha-
mos todos mais amor e bondade
(Hb 10.24). O medo nos faz esque-
cer esse amor, bem como nos faz
esquecer que existe perdão, arre-
pendimento e remissão. Assim,
é necessário entender que a luta
contra o pecado é diária, o que exi-
ge coragem para renunciar e dizer
não às ofertas e pensamentos de
um mundo contemporâneo.
Com a verdade temos a
libertação (Jo 8.32). Dessa manei-
ra, conhecer a verdade nos ajuda
a combater o medo. Pode não ser
fácil, mas é leve (2 Tm 1.7).
COMBATER O MEDO PARA
SUPERAR OS DIAS MAUS
A Bíblia nos mostra que
Deus não quer que tenhamos
medo. Então não devemos temer
mal algum, nem as más notícias
(Sl 112.7); pelo contrário, nosso
coração seguirá firme e confiante
no Senhor, até a sua vinda.
A história de Daniel nos
ensina a não desistir e a não ter
medo, mas nos ensina a confiar
no Senhor. Daniel prosseguiu
sem medo (Dn 6.10) e, mesmo
na iminência de ser devorado
pelos leões, orou e foi honrado
15
por Deus.
Em meio às dificuldades e
aos grandes desafios da vida Deus
diz: “não temas”! Ele nos manda
a termos bom ânimo (Is 41.10). Os
dias são maus e a única forma de
vencermos o medo é voltando os
olhos para Deus (Sl 56.11).
FERRAMENTAS PARA
VENCER O MEDO
Pandemia, rumores de
guerra e crise econômica são coi-
sas que não estão sob o nosso con-
trole, por isso podem nos causar
medo, porém uma das expressões
mais encontradas na Bíblia é: “não
temas”. Então, como vencermos
o medo? Através das seguintes
providências:
Orando. Na oração há res-
postas quando não enxergamos
soluções, quando não encontra-
mos saídas. A oração é um canal
seguro de comunicação com Deus
que nos transmite segurança e paz
(1 Pe 5.7). Para tanto, a orientação
que temos é orar sem cessar (1
Ts 5.17). Portanto, ter conexão
constante com Deus em oração
é imprescindível para superar o
medo. Isto é um dever de todo
cristão.
Estudando a Bíblia. A
Ensinando as Nações Jovem
palavra de Deus nos traz forta-
lecimento espiritual e certeza de
que no fim tudo dará certo. Nela
encontramos ensinamentos cru-
ciais para os desafios da atualida-
de. Conhecer mais a Deus, a sua
vontade e os seus mandamentos
constituem a nossa missão essen-
cial para vencermos o medo.
Buscando a presença de
Deus. Ter um relacionamento
verdadeiro com Deus muda a
nossa forma de ver o que acontece
no mundo. A presença de Deus
nos basta, ela é o suficiente (Sl
24.3) Devemos vigiar constante-
mente, pois o pecado interfere ne-
gativamente em nossa comunhão
como Senhor. Por isso a nossa
busca pelo Senhor deve ser ver-
dadeira e tratada com seriedade.
PENSAMENTO
O mal pode se escon-
der sob o manto escuro do
medo e paralisar nossas ações.
(Alan Brizotti)
16
 CONSELHOS SOBRE
COMO ENCARAR A
FRUSTRAÇÃO
a bíblia diz
9 Enganoso é o coração, mais do que
todas as coisas, e perverso; quem o
conhecerá?
10 Eu, o Senhor, esquadrinho o
coração, eu provo os pensamentos; e
isso para dar a cada um segundo os
seus caminhos e segundo o fruto das
suas ações.
Jeremias 17.9,10 | ARC
Viver a vida em Deus é
emocionante. Confiar nossos so-
nhos ao Senhor é de fato um ato
de fé. Quando nos rendemos a
Cristo, pensamos automatica-
mente que, como somos filhos
queridos, viveremos uma vida
em que tudo o que formos fazer
dará certo, e que estaremos livres
dos percalços no caminho e que
Ensinando as Nações Jovem
04
22
20
,
July 24
viveremos uma vida perfeita aos
nossos olhos.
Mas a realidade não é bem
assim. Apesar de sermos servos
de um Deus generoso e amo-
roso, vivemos em um mundo
repleto de desafios. Não é à toa
que o próprio Jesus nos orienta,
dizendo: “Neste mundo mau vo-
cês sempre terão dificuldades. Mas
fiquem firmes! Eu venci o mundo”
(Jo 16.33).
O QUE É A FRUSTRAÇÃO?
Durante o percurso da
nossa vida, passamos por mui-
tos momentos de frustração. Este
sentimento faz parte de qualquer
ser humano. Segundo o dicioná-
rio, “frustração é uma sensação
de impotência quando algo que
estava sendo planejado falha ou
não acontece”.
Nesses momentos nós
temos duas opções: parar ou
aprender com a situação. Sendo
17
bem sincera, tenho muita dificul-
dade com a frustração, pois sou o
tipo de pessoa que gosta de pla-
nejar e que cria muitas expecta-
tivas.
Caro leitor, talvez você
também compartilha do mesmo
sentimento. Foi durante a prepa-
ração para esta lição que aprendi
algumas formas de lidar com a
frustração. É bom que fique bem
claro que não existe uma recei-
ta para evitá-la, mas podemos
superá-la adotando uma postura
flexível e de adaptação perante
as adversidades.
PERSONAGENS BÍBLICOS
QUE SE FRUSTRARAM
Causa em nós certa admi-
ração quando descobrimos que
muitos personagens da Bíblia
enfrentaram as mesmas dificul-
dades que nós. Vamos embar-
car nesta viagem e aprender um
pouco com alguns deles:
Moisés. Ele foi enviado
para ser boca de Deus e liderar
os Hebreus na saída do Egito
rumo à terra prometida (Êx 3).
Ensinando as Nações Jovem
Porém, durante as negociações
com o Faraó, Moisés não obteve,
de imediato, a autorização de-
sejada, que era a libertação dos
hebreus. Ao contrário, Faraó au-
mentou a cota do trabalho diário
(Êx 5). Então Moisés vai até Deus
e, sendo bem sincero, demonstra
sua indignação e frustração: “En-
tão, Moisés, tornando-se ao Senhor,
disse: Ó Senhor, por que afligiste
este povo? Por que me enviaste?
Pois desde que me apresentei a Fa-
raó, para falar-lhe em teu nome, ele
tem maltratado este povo; e tu, de
nenhuma sorte, livraste o teu povo”
(Êx 5.22,23).
Elias. Era um profeta de
Deus e realizou, em nome de Jeo-
vá, muitos milagres. Confrontou
quatrocentos e cinquenta profe-
tas de Baal e mostrou, por meio
de um sinal, que havia um único
Deus em Israel 1 Rs 18. Todavia,
ao ser interpelado por uma mu-
lher por nome Jezabel, entrou
em um total estado de desânimo,
a ponto de pedir a morte para si
mesmo.
Pedro. Era um discípulo
18
de Jesus. Durante uma conversa foi enviado como pastor, ou seja,
franca entre Jesus e os discípu- todos eles tinham consciência do
los, Jesus alerta que seria traído eseu chamado.
que os discípulos seriam naque- Não menosprezar as ad-
la mesma noite dispersados. No versidades. Quando nós en-
entanto, Pedro, afoito, afirmou: tendemos quem nós somos em
“Ainda que todo mundo fuja, eu Cristo e temos convicção de que
nunca fugirei. Jesus respondeu: o nosso sonho e o nosso projeto
“Não tenha tanta certeza. Ainda estavêm de Deus para nossas vidas,
noite, antes que o galo cante, você me
ainda assim somos ingênuos em
negará três vezes” (Mt 26.33,34). achar que eles se realizaram sem
De fato, naquela mesma noite nenhuma dificuldade.
Pedro negou a Jesus três vezes e Assim aconteceu com
saiu chorando amargamente (Mt Moisés e Elias: eles tinham cons-
26.75). ciência do chamado de Deus
para a vida deles; eles sabiam
PASSANDO PELA para o que tinham sido chama-
FRUSTRAÇÃO COM UM dos, mas subestimaram os fato-
OLHAR VOLTADO PRA res que encontrariam durante
DEUS a caminhada. Esse foi o caso de
Moisés diante de faraó com seu
Confirmar se o sonho é coração endurecido pelo próprio
um sonho de Deus. Os perso- Deus, e de Elias, que foi cons-
nagens bíblicos que citamos no trangido por uma mulher.
tópico anterior tinham um cha-
mado, o qual foi confirmado por E se der errado? Precisa-
Deus. Moisés foi chamado para mos entender que nem sempre
ser o libertador dos hebreus; Elias algo vai sair do nosso jeito, assim
era profeta usado por Deus para como aconteceu com o discípulo
direcionar os Israelitas a adorar Pedro que negou a Jesus três ve-
o único Senhor; Pedro era discí- zes.
pulo de Jesus e posteriormente É importante entender-
Ensinando as Nações Jovem 19
mos que somos falhos e que
muitas vezes iremos nos frustrar
pela não concretização de algum
projeto. Precisamos compreen-
der que é necessário passarmos
por algumas situações para nos
tornarmos fortes e obtermos ex-
periências. O Senhor Jesus está
pronto para nos dar muitas opor-
tunidades, assim como a palavra
diz: “O amor leal do Eterno não pode
ter acabado, seu amor misericordioso
não pode ter secado. Eles são renova-
dos a cada manhã. Como é grande a
tua fidelidade”! (Lm 3.22,23). Jesus
entendeu Pedro e lhe deu uma
segunda chance quando o convi-
dou para pastorear suas ovelhas
(Jo 21.16,17)
Confiar que Deus está co-
nosco em todos os momentos.
Mesmo que os nossos sonhos e
projetos não se concretizem, de-
vemos ter em mente que Deus
está conosco quando dá certo e
quando não dá. Ele quer que nós
o amemos por quem Ele é, e não
somente pelo que ele pode fazer.
Elias achou que estava sozinho,
mas foi surpreendido por Deus
ao saber que o Senhor estava
Ensinando as Nações Jovem
com Ele em uma brisa suave (1
Rs 19.11-13). Jesus também nos
diz: “Eu estarei com vocês enquanto
procederem assim, dia após dia, até o
fim dos tempos” (Mt 28.20).
VIVENDO E APRENDENDO
Precisamos ter em mente
que nós estamos neste mundo
como peregrinos. A nossa mora-
da não é aqui. A vida neste mun-
do é repleta de desafios, mas eles
são necessários para que nós
possamos crescer. Muitas vezes
somos dominados por pensa-
mentos que tentam nos parali-
sar, e as tentativas fracassadas
nos frustram. É nesses momen-
tos que nós precisamos parar,
esperar e ouvir a voz de Deus e,
acima tudo, confiar na soberania
dele. Saibam que não estamos
sós, Jesus está conosco em todos
os momentos.
PENSAMENTO
Vigie sempre os seus
pensamentos: deles depende a
sua vida! (Provérbios 4.23)
20

LIVRANDO-SE DO
EGOÍSMO
a bíblia diz
1 Busca seu próprio desejo aquele
que se separa; ele insurge-se contra a
verdadeira sabedoria.
Provérbios 18.1 | ARC
O livro de provérbios é
um manual para quem busca in-
teligência emocional. Os ensina-
mentos de Salomão (o autor mais
conhecido do livro) nos orientam
em vários momentos sobre como
lidar com as questões de cunho
emocional e sentimental, além
de tantas outras lições para vida.
No verso acima, podemos
perceber que existem caracte-
rísticas da pessoa egoísta: estar
isolado. Existem pessoas que se
isolam justificando não ser com-
preendidas, mas logo isso seria
Ensinando as Nações Jovem
05
22
20
,
July 31
uma desculpa perfeita para o
egoísta, afinal ele não vive isola-
do de forma independente, por-
quanto depende do outro para
sustentar esse lugar. Em outras
palavras: ele precisa mais rece-
ber do que dar.
Certamente você já conhe-
ceu alguém que se isola, a fim
de ganhar a atenção do outro.
O principal objetivo do egoísta
é satisfazer os seus desejos, sem
se importar em como ele poderá
conseguir. Então, por vezes, será
simpático e extrovertido para
alcançar esses objetivos. Nesse
sentido, o egoísmo pode ser en-
tendido como um individualis-
mo dependente e narcísico.
ISOLAMENTO POR
IDOLATRIA
Engana-se quem limita o
egoísta em uma figura indepen-
de e maldosa. Salomão, aqui,
faz um alerta: o egoísta pode
aparecer com uma imagem de
21
vítima, que provoca sentimen-
tos de pena, compaixão, desejo
de cuidar. Assim, quando você
percebe, não existe mais os seus
interesses, porque você vive in-
teiramente focado nele, sem nem
mesmo perceber como aconte-
ceu.
O homem egoísta faz de
si mesmo o seu deus. Ele ama
mais a si mesmo do que os ou-
tros, superando até mesmo o
seu amor pelo Senhor Deus. A
grande armadilha é que, além
de si, ele, por vezes, arrasta ou-
tros para servir a essa idolatria.
“Nada façam por ambição egoísta ou
por vaidade, mas humildemente con-
siderem os outros superiores a vocês
mesmos” (Fp 2.3).
Quando me coloco nes-
se lugar de ser incompreendi-
do ao nível de que ninguém ao
meu lado está com a capacidade
de ser um apoio, devo refletir o
quanto de verdade existe nessa
afirmação que repetidas vezes
eu contei, ou se existe a possibi-
lidade de ser uma dificuldade de
relacionamento que eu esteja ex-
pressando, de modo a usar esse
argumento para colocar que a
mudança precisa ser de todos os
outros e não que eu precise me
Ensinando as Nações Jovem
movimentar, assumir minhas
dificuldades, e, portanto, buscar
uma transformação.
ISOLAMENTO POR
CORRUPÇÃO
Também existe o egoísta
que se isola para praticar coisas
inconvenientes. Para isso, ele
mantém um ocultismo sobre
quem ele é e ainda busca manter
uma imagem diante da socieda-
de, ou seja, ele não se preocupa
em de fato ser, porém em se apa-
recer. Dessa forma, o egoísta está
obcecado em satisfazer as suas
vontades, fugindo de qualquer
tipo de consequência e punição
existente no caminho. Toda-
via, ele se esquece que pode até
mesmo enganar as pessoas, mas
que jamais ele poderá enganar
a Deus, pois de nada adianta
ser aprovado pelo homem e ser
reprovado por Deus. Por conse-
guinte, por mais que consiga se
livrar das consequências terre-
nas, ele não poderá de forma al-
guma fugir da eternidade.
Em Mateus, Jesus fala aos
fariseus a respeito disso: “Ai de
vocês, escribas e fariseus, hipócritas,
porque vocês limpam o exterior do
22
copo e do prato, mas estes por dentro,
estão cheios de roubo e de glutonaria!
Fariseu cego! Limpe primeiro o inte-
rior do copo, para que também o seu
exterior fique limpo!” (23.25,26).
Os fariseus eram conhecidos por
costumes que impressionavam
as pessoas, mas que não refle-
tiam um coração que adorava a
Deus sinceramente. O que Jesus
severamente tratou com eles era
que essa atitude não o enganava,
porquanto ele sabia a verdade!
Os cristãos contemporâ-
neos, infelizmente, têm vivido
uma vida focada em comporta-
mentos, em costumes, em tradi-
ções, mas Jesus nos alerta que ser
egoísta não nos leva a nada, pois
ele tudo conhece.
O cristão egoísta tende a
querer apenas consertar atitu-
des externas que são socialmen-
te condenáveis, mesmo que isso
não implique em ter um coração
mais voltado para Deus.
REBELDIA CONTRA A
SENSATEZ
O egoísta se rebela con-
tra a sensatez. Aqui, podemos
analisar de forma mais ampla
as atitudes e os comportamen-
Ensinando as Nações Jovem
tos de um egoísta, porque neles
serão expressos todos os frutos
da insensatez. Estes frutos são:
imoralidade sexual, impureza e
libertinagem; idolatria e feitiça-
ria; ódio, discórdia, ciúmes, ira,
egoísmo, dissensões, facções e
inveja; embriaguez, orgias e coi-
sas semelhantes (Gl 5.19-21).
O egoísta se recusa a exa-
minar a si mesmo, tal como nos
orienta Paulo, antes de tocar no
corpo de Cristo (1 Co 11.28). Em
paralelo à citação do herói da fé,
o filosofo Sócrates afirma que
“uma vida não examinada não vale a
pena”. Assim, quem escolhe esse
estilo de vida mostra rebeldia
contra a sensatez, o que é uma
atitude egoísta, afinal não pensa
a respeito de como ele serve o
próximo.
É impossível viver de for-
ma sábia e harmoniosa, com a
sensatez, sem examinar-se. Bas-
ta ler o livro de Provérbios, que
é um reservatório de sabedoria,
para se ter certeza a respeito dis-
so, pois todo o livro pode ser usa-
do para guiar as suas escolhas e
ações, bem como mostra as con-
sequências que elas nos geram.
Nesse contexto, uma das
principais formas para fugir do
23
egoísmo encontra-se aqui: exa- é importante observar principal-
minar a si próprio, buscando mente aqueles que chegam sor-
constantemente a sabedoria. rateiramente, pois podem trazer
grandes prejuízos a quem tem
RECOMENDAÇÕES PARA um coração bem intencionado.
UMA VIDA SEM EGOÍSMO Para nos livrar dessas pes-
soas, precisamos ter o Senhor
Acredito ser de conheci- como o centro das nossas vidas,
mento geral que a consagração sem dar espaço a idolatrias, en-
ao Senhor, com jejum, oração tendendo que o único a ser ado-
e leitura da Palavra é essencial rado, devotado e que deve ter
para matar o egoísmo. Como vi- controle de nós é Ele.
mos em Gálatas, esse sentimen- Assim, caso esse lugar em
to é proveniente da carne. Dessa sua vida esteja sendo ocupado
forma, para enfraquecê-lo, preci- por uma pessoa, há um erro que
samos buscar o fruto do Espírito, precisa ser corrigido.
que também é mencionado nes- Que o Senhor nos ajude
sa epístola: o amor, o gozo, a paz, nessa difícil tarefa de nos tornar-
a longanimidade, a benignidade, a mos cada vez menos egoístas.
bondade, a fidelidade, a mansidão,
o domínio próprio”(Gl 5.22). Isso
só será possível com a busca de
consagração ao Senhor.
Devemos ficar atentos
quanto às pessoas que vivem pela
influência do egoísmo. Tenham
cuidado com elas! Como enten-
demos nessa lição, nem sempre o
egoísta aparece com a roupagem
PENSAMENTO

de um vilão. Para os que não se O egoísmo não é amor

escondem, os quais infelizmen-
te já fizeram suas escolhas e vão
colher as consequências disso,
há pouco o que fazer. Contudo,
Ensinando as Nações Jovem
por nós próprios, mas uma des-
vairada paixão por nós próprios.
(Aristóteles)
24

SENTIMENTO DE CULPA,
BOM OU RUIM?
a bíblia diz
1 Meus filhinhos, estas coisas vos
escrevo para que não pequeis; e, se
alguém pecar, temos um Advogado
para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.
2 E ele é a propiciação pelos nossos
pecados e não somente pelos nossos,
mas também pelos de todo o mundo.
3 E nisto sabemos que o
conhecemos: se guardarmos os seus
mandamentos.
1 João 2.1-3 | ARC
A culpa, a princípio, é um
sentimento bom, pois ele nos leva
ao arrependimento. Se você não
se sentir culpado por algo que
você fez de errado, talvez isso seja
um indício de psicopatia, ou que
esse sentimento já inexiste devido
à cauterização da consciência pela
prática contumaz daquilo que
devia causar a culpa.
Precisamos entender qual
categoria de culpa está nos dei-
Ensinando as Nações Jovem
06
22
20
,
Aug 07
xando com a saúde emocional
abalada: se é uma culpa verda-
deira ou se é apenas remorso, um
sentimento que traz uma tristeza
profunda.
Marcelo Aguiar, em seu
livro CURA PELA PALAVRA,
diz que o sentimento de culpa é
uma das forças mais poderosas
que podem agir sobre nossas
emoções, porquanto, de alguma
forma, ele está presente em todas
as enfermidades interiores.
Quando somos acometidos
desse sentimento, precisamos
olhar para o texto de 1 João 2 e nos
apropriarmos dessa promessa.
Não podemos deixar o inimigo
das nossas almas nos acusar e
cravar em nossas mentes, dizendo
ser o fim, causando desestabiliza-
ção na nossa vida.
Quando olhamos para a
Bíblia, vemos várias passagens
em que o sentimento de culpa
está intrínseco. Quanto a isso,
Collins chega a dizer que, na Bí-
blia, a culpa e o pecado parecem
ter pouca diferença entre si. Para
25
exemplificar isso, temos o caso de
Davi, um dos mais conhecidos, o
qual, no salmo 51, deixa transpa-
recer a sua alma devido ao pecado
contra Deus.
CATEGORIAS DE CULPA
Existem pelo menos duas
categorias de culpa: a irreal e a
real.
Culpa irreal. A pessoa
não transgrediu, mas sente cul-
pada como se tivesse cometido a
transgressão. Isso é muito comum
em alguns círculos religiosos le-
galistas de usos e costumes, nos
quais, como os fariseus, colocam
um fardo muito pesado sobre
os seus adeptos, determinando
coisas que suas leis proíbem, de
modo que, caso pratiquem isso,
eles se sintam culpados. Deus
não vai cobrar, mas eles se sentem
transgressores.
Culpa real. É aquela em
que a pessoa cometeu um erro,
cometeu uma transgressão, pe-
cou, sente-se tocada e, com isso,
sente-se culpada. Essa culpa é ne-
cessária, porque ela indica o erro
e faz ficar triste, bem como dá a
possibilidade de arrependimento.
Nesse sentido, caso eu transgrida
Ensinando as Nações Jovem
a lei de Deus e não sinta nada, não
me sinto tocado, algo está errado.
Esse alerta me faz ter a possibili-
dade do arrependimento, que me
leva à confissão e a uma mudança
de postura, de atitude.
ARREPENDIMENTO X
REMORSO
Precisamos diferenciar
arrependimento de remorso. O
arrependimento nos traz mu-
dança de direção, mudança de
mente (Metanoia), nos faz livrar
daquilo que nos traz incômodo.
O remorso (Metamelomai) nos traz
uma tristeza profunda e nos pa-
ralisa, levando-nos a uma prisão
interior.
Esse sentimento que às
vezes se parece com arrependi-
mento, é o mesmo que encheu o
coração de Judas após trair Jesus.
Muitas vezes, ele tem inundado o
coração de muitos jovens, levan-
do-os a um sofrimento intenso,
chegando à depressão, tirando a
vontade de viver, sendo engana-
dos, com a falsa ilusão de que tirar
a própria vida é a solução.
Os jovens precisam expe-
rimentar uma fé grandiosa, uma
fé em um Deus que tudo pode, e
somente a palavra de Deus pode
gerar essa fé que fará a diferença
26
diante desses tipos de sentimento. pecado e acha que não tem saída,
não tem perdão, ou que vai viver
COMO LIDAR COM O sob o cajado de Deus a vida inteira
SENTIMENTO DE CULPA sendo castigado física e emocio-
nalmente. Mas a Bíblia diz que o
Muitas pessoas se veem às sangue de Jesus nos purifica de
voltas com a culpa e tentam lidar todo pecado. Como está escrito
com ela, muitas vezes de maneira em João 1.9, ele é justo para nos
errada. Isso pode ser constatado perdoar e nos purificar. Não há
na experiência de alguns perso- tamanho de pecado que Ele não
nagens bíblicos. Diante da culpa, perdoe; não há pecado tão grave
alguns se esquivam, como Adão que o sangue de Jesus não seja
(Gn 3.11,12); endurecem, como suficientemente poderoso para
Caim (Gn 4.8,9); fogem, como limpar uma vida mergulhada na
Moisés (Êx 2.11-15); enlouque- escuridão e trazer de volta para
cem, como Saul (1 Sm 16.14); andar na luz novamente.
consomem-se, como Davi (Sl O sangue de Jesus não
32.1-5); choram, como Pedro (Mt apenas nos purifica dos nossos
26.75); suicidam-se, como Judas pecados, mas, também, nos for-
(Mt 27.3-5). tifica para termos fé, sentido e
Mas existe uma solução direção. Paulo era para ter sido
para resolver todo o problema da um homem mergulhado na culpa,
culpa. Primeiramente é preciso por perseguir os cristãos e ter voz
arrepender-se, ter consciência de ativa na morte de muitos, mas ele
que errou e dizer que não quer foi lavado pelo sangue de Jesus e
mais praticar esse erro e estar dis- inundado pelo espírito de Deus.
posto a mudar de direção. Logo Ele creu no sacrífico de Cristo na
após, é preciso confessar: não cruz.
basta apenas reconhecer e dizer
que errou; é preciso verbalizar JESUS, A SOLUÇÃO
isso. Nesse sentido, em Provér-
bios 28.13 podemos ler: “o que Não podemos viver sem
encobre as suas transgressões nunca ter Jesus no centro de tudo. Ele é
prosperará, mas o que as confessa e o nosso Mestre, nosso guia, nosso
deixa, alcançará misericórdia”. Deus. Ele morreu naquela cruz
Talvez você pense em seu para possibilitar que fôssemos
Ensinando as Nações Jovem 27
perdoados por ele. Precisamos
compreender isso, não só de
boca, mas de coração. Quando
isso acontece, a nossa vida muda.
Todavia, temos o direito de pecar?
Não! Mas pode acontecer. Esse é
um acidente de percurso, e isso
não pode destruir a nossa vida,
pois temos um advogado que luta
por nossas causas, o qual, quando
procurado, coloca todas elas em
suas mãos, não deixando o acu-
sador nos condenar. Ele tem os
melhores argumentos de defesa
em relação a nós. Ele luta por nós,
quando confessamos e deixamos
o pecado cometido.
Não há nada melhor do
que ter comunhão com aquele
que te ama. Não há dinheiro no
mundo, não há fama, não há re-
conhecimento de espécie alguma.
Ele nos ama e cuida de nós. Ele é o
criador do Universo. Ele conhece
tudo de uma forma que não con-
seguimos dimensionar. Mesmo
nessa imensidão de pessoas, Ele
nos conhece até melhor que nós
mesmos. Ele é grande. Ele é rei,
como diz em Isaías 40.22: “Ele
se assenta no seu trono, acima da
cúpula da terra, cujos habitantes são
pequenos como gafanhotos”. Dá para
imaginar o tamanho e a majestade
desse Deus?
Não podemos ficar sentin-
Ensinando as Nações Jovem
do como se estivéssemos em uma
escuridão sem saída, como se a
solução estivesse fora de nosso al-
cance, pois é Ele que nos dá vigor,
é Ele que nos fortalece, como está
escrito em Isaías 40.29.
A culpa não pode destruir
a sua saúde. Jesus é a solução.
Quando administrada correta-
mente, ela é benéfica. Não deixe
pensamentos negativos, alimen-
tados pelo acusador, causar-lhe
grande sofrimento. Somos seres
racionais e precisamos usar essa
racionalidade para agir com clare-
za. O Senhor Deus nos criou com
uma capacidade imensa. Não
podemos nos esquecer disso: Ele
ainda está conosco em todos os
momentos, nos auxiliando. Não
devemos esquecer em momento
algum que ele morreu numa cruz
para nos livrar de toda culpa.
PENSAMENTO
Não há como libertar-
-se da culpa se você não deu a
si mesmo o direito do perdão.
(Reynaldo Martins)
28
 UMA PONTE
DENOMINADA EMPATIA
a bíblia diz
30 E, respondendo Jesus, disse: Descia um
homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas
mãos dos salteadores, os quais o despojaram
e, espancando-o, se retiraram, deixando-o
meio morto.
31 E, ocasionalmente, descia pelo mesmo
caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou
de largo.
32 E, de igual modo, também um levita,
chegando àquele lugar e vendo-o, passou de
largo.
33 Mas um samaritano que ia de viagem
chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de
íntima compaixão.
34 E, aproximando-se, atou-lhe as feridas,
aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o
sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma
estalagem e cuidou dele;
35 E, partindo ao outro dia, tirou dois
dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-
lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais
gastares eu to pagarei, quando voltar.
Lucas 10.30-35 | ARC
A parábola referida por
Jesus nos remete a refletir sobre
nossa posição e comportamento
como igreja diante de um mun-
do repleto de pessoas que preci-
sam de cuidados.
Através deste texto, Je-
Ensinando as Nações Jovem
07 ,
22
20
Agu 14
sus faz uma demonstração con-
cludente do quanto as religiões
sem estímulos de empatia são
nulas para produzir obras que
redundem em amor. Jesus alu-
de à figura de um viajante que
foi assaltado, espancado e estava
caído “meio morto” pelo cami-
nho, homem de identidade não
revelada, talvez alguém de outra
etnia, raça, cor, religião, com pro-
blemas morais inconcebíveis ao
padrão da ética judaica, enfim,
alguém distante da realidade
dos representantes do povo de
Deus (sacerdote e levita).
Da mesma maneira temos
visto, em nossos dias, homens
que dizem amar a Deus, porém
não amam o seu próximo. Estes
são denominados na Bíblia como
mentirosos (1 Jo 4.20).
Só nos tornamos habilita-
dos a amar o próximo à medi-
da que percebemos a realidade
dele. Para isso, é necessário com-
preendermos que apesar de nos-
sas diferenças, todos nós somos
29
dotados de características muito
comuns. Todos temos vontades,
pensamos, sofremos, nos alegra-
mos e, pela desobediência, fomos
inseridos no mesmo senário de
depravação moral: somos todos
pecadores e carentes da mesma
misericórdia (Rm 11.32). A par-
tir dessa percepção, somos con-
vidados a desenvolver empatia:
“a sofrer com aqueles que sofrem e se
alegrar com aqueles que se alegram”
(Rm 12.15).
FALANDO SOBRE EMPATIA
A palavra empatia é de
origem grega, vem de empateia,
que significa “paixão, estado
emocional”. A palavra é forma-
da por en-, “em, dentro de”, mais
phatos “emoção, sentimento”,
adentrar o sentimento energica-
mente, sentir paixão.
Segundo Augusto Cury, a
empatia consiste na capacidade
psíquica de perceber o mundo a
partir do olhar de outra pessoa,
isto é, de interpretar de maneira
profunda as razões e sentimentos
que impulsionam as suas ações.
Por meio dessa compreensão,
somos levados a nos relacionar
com o outro de forma saudável
e sem fazer pré-julgamentos a
Ensinando as Nações Jovem
partir da nossa cosmovisão e de
nossos conceitos.
A empatia não está limi-
tada a um sentimento que gera
pena ao perceber a dor do outro.
Ela envolve nossas faculdades
cognitivas e nossos sentimentos,
desenvolvendo um comporta-
mento auxiliador.
A falta de empatia pode
gerar não só problemas de in-
diferença no relacionamento,
como também pode comprome-
ter a saúde emocional do indi-
víduo que sofre com apatia. Em
suma, a insensibilidade ou frieza
racional pode ser indício de um
transtorno psicológico chama-
do alexitimia - ou analfabetismo
emocional, que consiste na inca-
pacidade de perceber a realidade
do outro.
De acordo com os psicólo-
gos Daniel Goleman e Paul Ek-
man, a empatia pode ser desen-
volvida em três subgrupos:
Empatia cognitiva. É o
tipo de empatia que diz respeito
à habilidade de compreensão so-
bre como a outra pessoa se sente
e até o que está pensando. Está
ancorada no conhecimento de
processos cognitivos, comuns a
todos nós e que fomentam deter-
30
minados comportamentos.
Empatia emocional. A
empatia emocional se caracteriza
pela capacidade de compartilhar
sentimentos com outra pessoa.
É nessa esfera que acontece o
contágio sensorial das emoções
e dos comportamentos, como: o
sorriso, o bocejo, o choro, o canto,
o assobio...
Empatia compassiva. Esta
pode ser tratada como um tipo
ou um nível mais elevado da em-
patia, pois ela parte do campo da
intelecção para o comprometi-
mento com a realidade do outro.
Jesus não apenas compreendeu a
nossa realidade; Ele nos amou e
se comprometeu a mudar nosso
estado (Jo 3.16).
APROXIMAÇÃO QUE
SUPLANTA A APATIA
A crise epidemiológica
mundial descortinou o cenário
real de distanciamento social que
já estávamos vivendo ocultamen-
te, pois a proposta de enredo para
nossos dias é levar pessoas a vive-
rem isoladas em seus pequenos
mundos virtuais, envolvendo-se
remotamente com o próximo que
Ensinando as Nações Jovem
está distante, e se distanciando fi-
sicamente das pessoas que estão
próximas. Se não acautelarmos
quanto ao curso do ideal secular,
estaremos cada vez mais distan-
tes do projeto de igreja apresen-
tado na Bíblia (At 2.42). No livro
“O Peregrino”, John Bunyan fala
sobre as propostas tentadoras
do personagem, “sábio segundo
o mundo”, e como elas tiram o
“cristão” totalmente do seu ver-
dadeiro propósito.
Para nos conectarmos em-
paticamente com o outro, é ne-
cessário estabelecermos pontes
que nos aproximem. Por meio
desse tipo de relacionamento
perceberemos que o outro sofre
pelos mesmos motivos que po-
dem nos causar dor e que a reali-
dade do outro pode ser também
a nossa. A ausência de envolvi-
mento, o “passar de largo”, tem
gerado uma sociedade indife-
rente à dor do outro. O cenário
de violência, injustiça social, má
distribuição de renda, impuni-
dade etc., tem dessensibilizado
as pessoas e concebido um mun-
do que não ama o seu próximo.
Jesus nos adverte que, à eminên-
cia de sua vinda, por aumentar a
iniquidade, o amor de muitos se
esfriará (Mt 24.12).
31
 Como igreja precisamos
caminhar na contramão daque-
les que descem pelo o mesmo
caminho dos que estão caídos e
se fazem indiferentes a eles. Pre-
cisamos, portanto, nos compade-
cer do outro assim como fomos
agraciados pela compaixão de
Jesus (Mt 9.36).
EMPATIA PELA EMPATIA
DE JESUS
A encarnação de Jesus é o
referencial de comprometimento
com a realidade do outro, “que,
embora sendo Deus, não considerou
que o ser igual a Deus era algo a que
devia apegar-se; mas esvaziou-se a si
mesmo, vindo a ser servo, tornando-
-se semelhante aos homens” (Fp
2.6,7). Toda a vida e o ministé-
rio de Jesus foram marcados por
ações de empatia. Ele decidiu se
conectar integralmente com a
nossa realidade, conhecer nossos
anseios, sofrer nossas dores físi-
cas, ser tentado como também
somos (Hb 2.18).
Jesus escolheu se relacio-
nar com pessoas comuns: cobra-
dores de impostos, pescadores,
doentes, possessos por demô-
nios, prostitutas, pobres, etc.
Embora houvesse sacerdotes de
Ensinando as Nações Jovem
boa índole e de coração como
Zacarias, por exemplo, Jesus não
alistou nenhum deles para com-
por sua equipe de apóstolos. Ele
escolheu pessoas que conheciam
a fragilidades umas das outras,
pessoas que se relacionavam en-
tre si por meio de uma identifi-
cação comum, pessoas como Ele
mesmo se fez para que se tornas-
se um sacerdote capaz de com-
preender nossas agruras (Hb
4.15).
Precisamos imitar Jesus
e oferecer ao outro não o que
julgamos que ele merece, mas,
apesar de ele não merecer; não
por ele viver de modo parecido
com o meu, mas apesar de ser
ele totalmente diferente de mim;
devemos oferecer não porque
temos, mas porque compreende-
mos que também somos carentes
de receber.
PENSAMENTO
Ser empático é ver o
mundo com os olhos do ou-
tro e não ver o nosso mun-
do refletido nos olhos dele.
(Carl Rogers)
32
 RANCOR, UM MAL
QUE PRECISA SER
EVITADO
a bíblia diz
2 Samuel 13.28,29
28 E Absalão deu ordem aos seus moços,
dizendo: Tomai sentido; quando o coração
de Amnom estiver alegre do vinho, e eu vos
disser: Feri a Amnom! Então, o matareis; não
temais; porventura, não sou eu quem vo-lo
ordenou? Esforçai-vos e sede valentes.
29 E os moços de Absalão fizeram a Amnom
como Absalão lho havia ordenado. Então,
todos os filhos do rei se levantaram, e
montaram cada um no seu mulo, e fugiram.
Gênesis 45.4,5,8
4 E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai- palavras mal proferidas etc.
vos a mim. E chegaram-se. Então, disse ele:
Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes
para o Egito.
5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem
vos pese aos vossos olhos por me haverdes
vendido para cá; porque, para conservação da
vida, Deus me enviou diante da vossa face.
8 Assim, não fostes vós que me enviastes para
cá, senão Deus, que me tem posto por pai de
Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como sentimento, e sim permitir que ele
regente em toda a terra do Egito.
2 Sm 13.28,29: Gn 45.4,5,8 | ARC tempo. Existem pessoas que carre-
RANCOR, COMO EVITAR?
A palavra rancor é sinônimo
de ira, ódio, aversão, repulsa, raiva,
Ensinando as Nações Jovem
08
22
20
,
Aug 21
ressentimento ou mágoa. Rancor
significa ódio profundo ou raiva
intensa, ocasionado por algum ato
de terceiro. Então é um sentimento
que não provém de Deus, mas sim
do inimigo de nossa alma. Esse
sentimento pode ser causado por
diversas situações, por exemplo,
abuso quando criança, bullying,
morte de algum parente, inveja,
Todo homem é falho e pe-
cador. Aquele que diz que não tem
pecado é mentiroso (1 Jo 1.8), logo,
em um determinado momento da
vida, todos iremos sentir rancor.
O problema, porém, não é ter esse
fique guardado em nós por muito
gam rancor por dias, meses, anos,
décadas e até uma vida inteira.
Diante do exposto acima,
é de fundamental importância o
cristão desenvolver o último fruto
33
do Espírito Santo, que é o domí-
nio próprio também chamado de
temperança (Gl 5.22,23), ou seja,
deve controlar seus impulsos, atos
e emoções, pois com o rancor vem
a ira, a qual não deve nos consumir
a ponto de nos fazer pecar, nem
deve se prolongar mais que um dia
(Ef 4.26).
Nesta lição serão apresenta-
das duas atitudes diferentes diante
do rancor, e como evitar esse sen-
timento.
ATITUDE INDESEJÁVEL
Quando alguém aceita a
Cristo Jesus como Salvador de
sua vida, ele passa a ser uma nova
criatura (2 Co 5.17). Em vista disso,
atitudes antigas não condizem mais
com a vida de um cristão, como
pode ser visto a seguir, quanto ao
rancor.
Em 2 Samuel 13.23-29, Ab-
salão matou seu irmão Amnom por
ter abusado de Tamar, também sua
irmã. Todos eram filhos do rei Davi,
entretanto Absalão e Tamar tinham
por mãe Maaca; e Amnom, Ainoã.
Ensinando as Nações Jovem
A Bíblia diz que Tamar era muito
formosa e Amnom amou-a (v.1).
Isso fez com que ele adoecesse que
logo chamou a atenção de seu ami-
go Jonadabe (vv.2-4). Este elaborou
um plano para que os dois viessem
ficar a sós (v.5). Amnom executou
o plano e abusou de sua irmã (v.14).
Isso despertou o ódio em Absalão
(v.22) que, passados dois anos com
esse sentimento, viu a oportunida-
de de matar seu irmão numa festa.
Absalão deu ordem a seus servos
para que matassem Amnom quando
este estivesse embriagado e assim
foi feito.
O rancor traz consigo um
desejo de vingança, ou seja, a
vontade de fazer com que aquela
pessoa que te fez raiva pague de
alguma forma. O rancoroso fica
aguardando a melhor oportunidade
para “dar uma rasteira” na outra
pessoa. Foi isso que aconteceu com
Absalão: ele aguardou o momento
certo para matar seu irmão.
O cristão não se vinga; ele
entrega tudo nas mãos de Deus,
porque sabe que a vingança não
pertence ao homem, bem como
34
sabe que coisa horrenda é cair nas como escravo. Em seguida foi
mãos do Senhor (Hb 10.30,31; Rm preso por acusações falsas e teve
12.19). que ficar mais dois anos na prisão,
pois o copeiro-mor esqueceu-se da
ATITUDE DESEJÁVEL promessa de ajudá-lo em sair da
prisão.
Toda atitude de um crente Mesmo diante de tudo isso,
verdadeiramente convertido tem José decidiu não guardar rancor.
que estar pautada em Cristo. O Pelo contrário, quando se tornou
apóstolo Paulo disse: “Fui cruci- governador do Egito, ele deu a sua
ficado com Cristo. Assim, já não família a melhor terra (Gn 45.18).
sou eu quem vive, mas Cristo vive Com isso, aprendemos que não
em mim...” (Gl 2.20). Assim, o que devemos pagar o mal com o mal,
fizermos tem que levar em conta as entretanto vencer o mal com o bem
instruções de Jesus. (Rm 12.21).
Jesus ensinou que se al- José também não culpou a
guém te der um tapa na face direita, seus irmãos por tudo que passou,
ofereça-lhe a outra face (Mt 5.39), porém aceitou tudo como um plano
isto significa responder a violên- de Deus para livrar aquele povo da
cia não usando de violência, pois fome (Gn 45.6,7). Por isso, pare
devemos ser sábios nas injustiças de culpar os outros por tudo de
sofridas. Abaixo será apresentado ruim que acontece em sua vida.
um exemplo de como devemos agir Faça como José: confie em Deus,
diante do rancor. porquanto todas as coisas cooperam
Em Gênesis, a partir do ca- para o bem daqueles que o amam
pítulo 37, a Bíblia conta a história (Rm 8.28).
de José. Este tinha todos os motivos
para ser rancoroso. Seus irmãos não COMO EVITAR?
gostavam dele, jogaram-no dentro
de um poço, depois o venderam O rancor é um sentimento
Ensinando as Nações Jovem 35
negativo que em nada afeta a pes-
soa pela qual se sente, mas somente
ao rancoroso, porque o corroem
por dentro a ponto de causar doen-
ças. Segundo os psicólogos, esse
sentimento causa insônia e ajuda
no desenvolvimento de gastrite,
hipertensão, obesidade e diabete.
Como já dizia William Shakespea-
re, “guardar ressentimento é como
tomar veneno e esperar que o outro
morra”. Por isso a importância de
evitá-lo.
O melhor remédio para
vencer o rancor é o perdão. Perdoar
significa deixar de lado o desejo
de vingança, ou seja, é saber que o
outro errou, sem, contudo, guardar
rancor dessa pessoa. O perdão não
é esquecer o que lhe fizeram, mas
se lembrar do ocorrido e ficar em
paz consigo e com o outro.
Para se ter uma comunhão
verdadeira com o Espírito Santo,
primeiro, tem que estar bem com os
que te rodeiam, isto é, a vizinhan-
ça, a família, os amigos e os irmãos
em Cristo. O autor da carta aos
Hebreus disse: “segui a paz com
todos...” (12.14). Deus não habita
Ensinando as Nações Jovem
em um coração rancoroso, cheio
de ódio e ira. Aquele que fala que
ama a Deus, mas odeia seu irmão
é mentiroso (1 Jo 4.20).
Em todo momento temos
que praticar o perdão, seja pedin-
do, seja perdoando. Se perdoarmos
as ofensas recebidas, Deus nos
perdoará; mas se não perdoarmos,
Deus não perdoará as ofensas que
praticarmos (Mt 6.14,15). Quem
preferir ficar guardando ódio a
perdoar, também ficará no grande
dia do arrebatamento, porquanto
“Todo o que odeia a seu irmão é
homicida; e vós sabeis que nenhum
homicida tem a vida eterna perma-
necendo nele” (1 Jo 3.15).
Evite sentimentos cor-
PENSAMENTO
rosivos como o rancor, a raiva
e as mágoas, que nos tiram noi-
tes de sono e em nada afetam
as pessoas responsáveis por
causá-las. (Friedrich Nietzs-
che)
36

OS EFEITOS DA
SENSIBILIDADE
a bíblia diz
19 Os quais, havendo perdido
todo o sentimento, se entregaram
à dissolução, para, com avidez,
cometerem toda impureza.
20 Mas vós não aprendestes assim a
Cristo,
21 se é que o tendes ouvido e nele
fostes ensinados, como está a
verdade em Jesus.
Efésios 4.19-21 | ARC
No mundo em que vive-
mos, todos os dias somos coloca-
dos em situações que despertam
em nós várias emoções. Emoções
essas que foram geradas em nós
pelo próprio Deus quando nos
formou. Uma dessas emoções é a
sensibilidade.
Atentando para as pala-
vras do apóstolo Paulo, pode-
mos perceber quão danosa pode
ser a perda da sensibilidade. De
igual modo, Jesus nos ensina a
respeito disso.
Portanto, hoje vamos
Ensinando as Nações Jovem
09
21
20
,
Aug 28
aprender um pouco sobre a im-
portância da sensibilidade.
O QUE É SENSIBILIDADE?
A sensibilidade consiste
na capacidade perceptiva de sen-
tir. Ela é referente às emoções, aos
sentimentos ou mesmo às sensa-
ções físicas, ou seja, uma pessoa
sensível tem facilidade para sen-
tir algo. Exemplo: quando você
está com uma sensibilidade nos
dentes, tudo que você come ou
bebe provoca uma reação dife-
rente de quem não tem a mesma
sensibilidade. Em comparação a
isso, cabe a pergunta: será que
seu relacionamento com Deus é
diferente? É claro que não!
Um exemplo bem claro
disso está em 2 Samuel 6.16, que
diz: “quando entrava a arca do Se-
nhor na cidade de Davi, Mical filha
de Saul estava olhando da janela,
e vendo o rei Davi saltando e dan-
çando diante do Senhor, desprezou
em seu coração.” Acompanhando
37
a história de Davi, percebemos
que ele era um homem sensível
à voz de Deus, de modo que foi
considerado um homem segun-
do coração de Deus. Por isso
ele teve uma reação de dança e
alegria ao ver a arca da aliança,
a qual representava a presença
de Deus (Êx 25.22). O que define
nosso comportamento, portanto,
é a nossa sensibilidade diante de
algo que sentimos ou vivencia-
mos.
A SENSIBILIDADE E SEU
REAL SENTIDO
No mundo em que vive-
mos, quando se fala em sensibi-
lidade, rapidamente ligamos isso
à fragilidade, ou à fraqueza nas
emoções. Todavia, a sensibilida-
de não tem nada a ver com isso.
Por isso precisamos entender seu
real sentido.
O termo sensibilidade
vem do latim sencibilitas, que
quer dizer “sentir ou dar signi-
ficado”, isto é, sensibilidade é a
capacidade de sentir e de enten-
der as coisas que acontecem no
mundo. Pela nossa sensibilidade
conseguimos comunicar nossas
emoções e nossos sentimentos.
Ensinando as Nações Jovem
Dar significado às coisas
quer dizer “ter entendimento de
nossas ações em todas as áreas
de nossa vida”. Quanto a isso,
o apóstolo Paulo nos orienta a
termos uma vida oposta a que
o mundo nos oferece. Contudo,
isso só é possível através da reno-
vação de mente (Rm 12.2). Dessa
forma, por meio da sensibilidade
podemos ter clareza e entendi-
mento de tudo que fazemos ou
sentimos.
MORTE ESPIRITUAL POR
FALTA DE SENSIBILIDADE
A ausência de sensibilida-
de é a porta de saída do nosso
relacionamento com Deus e, con-
sequentemente, uma entrega ao
pecado. Por isso, o apóstolo Pau-
lo nos alerta a respeito do povo
de Éfeso, o qual, por perder a
sensibilidade, estava entregue ao
pecado da lascívia, da impureza,
da ganância e de vários outros
pecados. Tudo isso porque per-
deram a sensibilidade (Ef 4.18.)
A ausência de sensibili-
dade nos leva a ter uma vida
automática. Muitas pessoas vão
à igreja apenas por rotina, e não
por desejo de cultuar a Deus.
38
Também há pessoas que servem
na obra de Deus apenas por obri-
gação, não buscam a Deus em
seu secreto e estão a ponto de
morrer espiritualmente. Esses
são alguns sinais que mostram
a urgência de arrependimento,
para que tais pessoas voltem a ter
um relacionamento com Deus.
Perder seu relacionamen-
to com Deus pode custar um alto
preço. Temos como exemplo a
história de Saul. Ele tinha relacio-
namento com Deus, era sensível
ao que Deus queria falar, mas,
com o passar do tempo, tornou-
-se uma pessoa sem sensibilida-
de com Deus e acabou sendo re-
jeitado pelo próprio Deus: “Então
o Senhor Deus ordenou a Samuel:
Até quando continuarás pranteando
Saul, quando Eu próprio o rejeitei,
para que não reine mais sobre Is-
rael? Enche, pois, um chifre do me-
lhor azeite e vai! Eis que Eu te envio
à casa de Ishai, Jessé, de Bet-Léhem,
Belém, porque escolhi um de seus fi-
lhos para torná-lo rei” (1 Sm 16.1).
A perda da sensibilidade
pode destruir o nosso relaciona-
mento com Deus e, consequente-
mente, com as pessoas perto de
nós. Ao perder a sensibilidade,
uma vida de pecado será o pró-
Ensinando as Nações Jovem
ximo passo. Por isso temos que
enfatizar: arrependa-se e volte
urgentemente a ter uma vida
com Deus.
SENSIBILIDADE À VOZ DE
DEUS
O Apóstolo Paulo conti-
nua nos alertando: “Mas vocês
não aprenderam assim com Cristo”
(Ef 4.20.”). Ao olhar para Jesus,
podemos aprender que a sensi-
bilidade à voz de Deus nos aju-
da a obedecer. Ouvir a Deus nos
traz direção, nos mostra o cami-
nho (Jo 5.19). Portanto, quando
somos sensíveis à voz de Deus,
sabemos como, quando e onde
devemos agir, quando falar ou
quando ficar em silêncio. Quan-
do somos sensíveis à voz de
Deus, não agimos sem propósito
aqui na terra (Lc 11.20.)
SENSÍVEL COMO JESUS
O apóstolo Paulo nos
orienta sobre o modelo a ser se-
guido: “Tendes ouvido e por ele fos-
tes ensinados, como a verdade está
em Jesus” (Ef 4.21). Jesus é o nos-
so modelo de sensibilidade, pois
se fez homem, assim como nós, e
39
foi sensível à voz de Deus e aos
necessitados. Jesus mostrava sua
sensibilidade por ser movido de
íntima compaixão: “Jesus sentiu
compaixão e tocou nos olhos deles.
No mesmo instante os cegos recu-
peraram a visão e o seguiram” (Mt
20.34.)
O Senhor Jesus ia ao en-
contro dos necessitados. Foi as-
sim com a viúva de Naim: “Ao
observá-la, o Senhor se compadeceu
dela e a encorajou: “Não chores” E
aproximando-se, tocou no esquife.
Então, os que o carregavam para-
ram. E Jesus exclamou: “Jovem! Eu
te ordeno: levanta-te!” (Lc 7.12-14).
Vemos nesse texto que a
sensibilidade que havia em Je-
sus gerava compaixão por pes-
soas. Foi assim com o paralítico
no tanque de Betesda. Esse era
um lugar rejeitado aos olhos da
sociedade da época, pois ali ha-
via muitos doentes, porém Jesus
sempre ia ao encontro dessas
pessoas: “Quando Jesus o viu deita-
do, e sabendo que estava assim havia
muito tempo, perguntou-lhe: Queres
ser curado? O homem enfermo quei-
xou-se: “Senhor, não tenho ninguém
que me ponha no tanque, quando a
água é agitada, pois, enquanto estou
indo, desce outro antes de mim. Or-
Ensinando as Nações Jovem
denou-lhe Jesus: “Levanta-te, apa-
nha o teu leito e anda” (João 5.6-8).
Vendo esses exemplos,
podemos entender que a nossa
missão é ir ao encontro dos ne-
cessitados, independente do es-
tado em que eles se encontram.
Sejamos parecidos com Jesus,
sendo sensíveis em sentir a dor
do próximo. Assim manifestare-
mos Jesus às pessoas através de
nossas vidas. Nunca percamos
a sensibilidade, pois a ausência
dela nos levará à ruína. Que Je-
sus seja o nosso exemplo a ser se-
guido. Sejamos, pois, sensíveis à
dor das pessoas e à voz de Deus,
somente assim conseguiremos
verdadeiramente ser um discí-
pulo de Jesus.
PENSAMENTO
Havendo perdido a sensi-
bilidade, eles se entregaram a um
estilo de vida depravado. (Após-
tolo Paulo)
40

SEGREDOS PARA
AFASTAR A COVARDIA
a bíblia diz
7 Porque Deus não nos tem dado
espírito de covardia, mas de poder, de
amor e de moderação.
2 Timóteo 1.7 | ARA
A palavra “covarde” é
originada do francês antigo, cujo
significado é “cauda, rabo”. Por
esse motivo, a expressão popular
“colocar o rabo entre as pernas” diz
respeito àquele que sinaliza a au-
sência de coragem e ousadia para
enfrentar uma situação, fazendo
referência aos animais que, ame-
drontados e acovardados, fogem
com a cauda abaixada.
Afastar a covardia de to-
das as áreas da vida, em especial
do ministério, é um desafio. Isso
porque, ao viver o Evangelho e
trabalhar em prol do Reino, nos
deparamos com diversos obstá-
culos que podem nos causar de-
sânimo e medo, momentos esses
que mais nos exigem coragem (Lc
9.62). Assim, parar ou voltar não
Ensinando as Nações Jovem
10
22
20
4,
Sept 0
são opções para quem deposita
suas forças em Deus e entende
que somos capacitados por ele.
Diante disso, é importante
lembrar que somos peregrinos
nessa terra e cidadãos do céu (1 Pe
2.11). Peregrino é um indivíduo
andante, que viaja constantemen-
te e não quem para por qualquer
motivo ou desiste covardemente.
Até que cheguemos a nossa ver-
dadeira casa, o céu, temos um
propósito para cumprir. Por isso,
Deus nos chamou para sermos
corajosos, tendo para nós espírito
de poder, amor e equilíbrio.
ESPÍRITO DE PODER
Originado do latim, “pos-
sum, potere”, a palavra poder
carrega o significado de ser capaz
de realizar algo. Dessa forma, o es-
pírito de poder que Deus nos con-
cede nos capacita a vivermos com
ousadia, apesar das dificuldades
da vida, e a testemunharmos a
Cristo mesmo com as pressões do
41
mundo (At 1.8).
Portanto, como cristãos,
devemos ser corajosos não porque
nos consideramos bons, mas por-
que o Espírito de Deus vive em
nós e a nossa força vem dele (Fp
4.13). A partir do momento em
que somos habitados pelo Espí-
rito Santo, passamos a ter hábitos
do Espírito, o que denota ousadia
para ultrapassar as barreiras do
medo, timidez e covardia. Impor-
ta apontar que o poder do Espírito
Santo não age necessariamente
afastando os obstáculos do nosso
caminho, mas, especialmente, nos
capacitando para vencê-los.
A Bíblia contém diversas
histórias que comprovam isso.
Uma delas é a trajetória do após-
tolo Pedro. Embora o texto de
2 Timóteo 1.7 tenha sido escrito
por Paulo direcionado a Timóteo,
vamos estudá-lo fazendo um pa-
ralelo à caminhada de Pedro que
também tem muito a nos ensinar.
Pedro foi um discípulo que
fraquejou por diversas vezes e por
isso é tão notória a sua mudança
após o derramamento do Espírito
Santo (At 2.1-4). Cheio do Espírito
de poder, ele se torna ousado,
conforme o propósito de Cristo, e
prega com autoridade chegando
Ensinando as Nações Jovem
a ganhar três mil almas no dia
de Pentecoste (v.41). A partir de
então, nada mais o paralisou.
O poder do Espírito Santo
nos encoraja a enfrentar qualquer
situação e nos impulsiona a fazer
o necessário. É com essa convic-
ção e com o entendimento de que
Deus onipotente nos sustenta e
nunca nos abandona que triun-
famos sobre a covardia (Sl 46.1;
Is 41.13).
ESPÍRITO DE AMOR
O Espírito de amor é ne-
cessário para que o de poder não
seja empregado com dureza e
sem benevolência. Quando en-
tendemos realmente a grandeza
do amor de Deus, e também o
amamos verdadeiramente, o que
significa cumprir o maior manda-
mento (Mt 22.36-38), passamos a
ter coragem para fazer o correto
e necessário.
Da mesma forma, o amor
aos outros nos dá combustível
para agirmos com empatia, com-
preensão e solidariedade, sem
esperar algo em troca, uma vez
que o amor sincero é sacrificial e
generoso. Amar é um ato de cora-
gem, isso porque amar indistinta-
42
mente não é fácil, especialmente
se entendermos que o amor vai
além de sentimento, é ação (Rm
15.2; Hb 13.1-3).
O maior exemplo do agir
com amor é Jesus. Percebemos
isso, por exemplo, com Judas, que
o traiu. Com o ladrão na cruz, e
com Pedro, que o negou. Pedro
disse que morreria por Cristo (Lc
22.33), mas depois, por covardia,
o negou três vezes. Isso nos ensina
que a coragem não é demonstrada
puramente pelo que falamos, mas
pelo que fazemos.
Pedro, então, percebe o
que fez e cai em arrependimento.
Contudo, isso não o impede de
se acovardar mais uma vez: ele
volta a pescar após Cristo ter sido
crucificado. Ao pescar, enxerga
na praia alguém que não desiste
e que não volta em suas palavras:
Jesus. Ali, Pedro não é chamado
de covarde, mas é dirigido com
amor. Havia negado a Cristo três
vezes e, ao responder também por
três vezes que o amava, é restau-
rado (Jo 21.15-17).
Assim, Pedro se torna um
homem munido de coragem, que
prega independente das circuns-
tâncias, e vidas são mudadas. Isso
porque estava sendo movido não
Ensinando as Nações Jovem
pelo espírito de covardia, mas
pelo espírito de amor, sabendo
que nem a morte seria capaz de
separá-lo do amor de Deus.
Isso é notado, por exem-
plo, quando ele e João foram ao
templo orar e separaram tempo
para o coxo que avistaram (At
3.1-8). O interessante é que após o
milagre de cura, Pedro não sai de
imediato, mas estende a sua mão.
Isso é amor! Como disse Mahatma
Gandhi: “Um covarde é incapaz de
demonstrar amor. Isto é um privilégio
dos corajosos”. Pedro foi corajoso
ao agir com amor sincero e isso
rendeu fruto. E nós? Temos feito
o mesmo?
ESPÍRITO DE EQUILÍBRIO
Uma vez revestidos pelo
Espírito de poder e pelo de amor,
o que nos falta ainda para tri-
lharmos uma vida de ousadia e
coragem? O equilíbrio, para que
possam ser colocados em ação o
poder e o amor. Este equilíbrio
diz respeito ao bom senso e mo-
deração para tomarmos decisões
sábias baseadas na palavra de
Deus, mesmo que estejamos nos
sentindo inseguros ou com medo.
Pensando nisso, sabe qual a
43
diferença entre quem é destemido
e quem é corajoso? O destemido
não sente medo e, portanto, não se
atenta aos riscos, comportando-se
imprudentemente. Já o corajoso
é aquele que sente medo, mas o
ultrapassa para alcançar os obje-
tivos, ou seja, utiliza-se do medo
como estado de alerta e não como
motivo para paralisia. Ser corajoso
não significa não ter medo, inse-
gurança ou timidez, mas saber
lidar com tudo isso da maneira
correta.
Assim, agir ousadamen-
te requer equilíbrio para não
vivermos por inconsequência
e nem pararmos diante das cir-
cunstâncias. Pedro, por exemplo,
caminhava por extremos. Em
um momento saiu do barco para
andar sobre as águas; em ou-
tro, afundou por falta de fé (Mt
14.29,30). Também acompanhou
Jesus para orar, mas adormeceu
três vezes enquanto Jesus orava
sozinho e suava sangue, tamanha
a angústia que estava sentindo (Lc
22.44,45). Ainda cortou a orelha
de Malco (Jo 18.10), o que não era
o propósito de Cristo.
Contudo, depois da ressur-
reição de Cristo e o derramamen-
to do Espírito Santo, é admirável
Ensinando as Nações Jovem
a moderação de Pedro, deixando
para trás a inconstância e im-
pulsividade. É isso o que Deus
tem para nós: domínio próprio,
controle das emoções e prudên-
cia para tomada de decisões em
concordância aos pensamentos
dele (Rm 12.2; 1 Co 2.14-16). Uma
mente sadia e sólida afasta a co-
vardia!
Uma vez transformados
pelo Espírito Santo, devemos ser
continuamente dirigidos por ele,
produzindo fruto do Espírito (Gl
5.22-25) em toda a nossa vida.
Isso indica não nos prostrarmos à
timidez ou ao medo de falharmos
e sermos julgados. Deus não nos
chamou para a covardia, mas para
fazermos a diferença e, para tanto,
é indispensável lembrarmos dia-
riamente que somos capacitados
e fortalecidos por meio do espírito
de poder, amor e equilíbrio. Estes,
portanto, são os segredos para
uma caminhada de coragem.
PENSAMENTO
Coragem é quando
você tem medo de altura e
ainda assim, não se ancora no
chão. (Mayara Benatti)
44
 11

22
A NECESSIDADE DE

20
1,
Sept 1

APROVAÇÃO
a bíblia diz Em Gálatas 1.10, o após-
tolo Paulo nos leva a refletir so-
10 Porque persuado eu agora a bre qual tem sido o nosso alvo
homens ou a Deus? Ou procuro de aprovação enquanto servos
agradar a homens? Se estivesse
de Cristo: “Acaso busco eu ago-
ainda agradando aos homens, não
seria servo de Cristo. ra a aprovação dos homens ou a de
Deus? Ou estou tentando agradar a
Gálatas 1.10 | ARC homens? Se eu ainda estivesse pro-
curando agradar a homens, não seria
A necessidade de apro-
servo de Cristo”.
vação está ligada ao comporta-
Abrir mão da busca desen-
mento praticado durante longos
freada da aceitação e aprovação
anos. Ela é capaz de deteriorar a
externa é um desafio para todos,
sua relação com o seu Criador e
principalmente para o jovem
consigo mesmo, pois te afasta de
cristão que tem valores e princí-
ser quem você realmente é, bem
pios tão incompatíveis com os do
como te impossibilita de viver
mundo moderno.
o lindo propósito de Deus para
sua vida (Jr 29.11,13; Sl 139.14).
O SOFRIMENTO DE
Esse comportamento cons-
QUERER AGRADAR A
tante pertence a alguém que não
TODOS
sabe quem é, e por conta disso
tem grandes dificuldades de prio-
Por trás da necessidade de
rizar a si mesmo, vivendo uma
querer agradar a todos existem
vida incoerente com seus valores
diversos medos que aprisionam
e identidade.
o indivíduo nesse comportamen-
Ensinando as Nações Jovem 45
to. Alguns medos mais comuns
são: da rejeição, de ser criticado,
de se expressar, de não agradar,
de não ser aceito, de contrariar
outras pessoas etc.
Lembre-se que o amor de
Deus é mais forte do que o maior
dos seus medos (1 Jo 4.18) e que
você não deve acreditar em tudo
o que lhe vier à mente, pois o ini-
migo é astuto e quer te fazer acre-
ditar a todo instante que você é
insuficiente.
Esses pensamentos ma-
lignos são os dardos inflamados
que têm por objetivo atingir nos-
so coração e nossa mente. Esses
dardos são mentiras, pensamen-
tos blasfemos, pensamentos de
ódio e dúvidas sobre nós mes-
mos e sobre nossos irmãos (Ef
6.14-16). A Bíblia diz que deve-
mos aprender a levar cativo todo
pensamento, para torná-lo obe-
diente a Cristo (2 Co 10.5).
Quando não combatemos
pensamentos ruins, eles acabam
se enraizando dentro de nós, tor-
nando-nos limitados em relação
à percepção que temos de nós
mesmos. A única forma de com-
batermos as mentiras do inimigo
Ensinando as Nações Jovem
é usando o escudo da fé, ou seja,
a nossa confiança inabalável na
palavra de Deus, assim como en-
tendendo que estamos em uma
batalha constante, em que nossas
armas não são carnais, mas, sim
espirituais (2 Co 10.4).
Lembre-se, portanto, que
uma pessoa em busca constante
de aprovação pode até chegar a
ser aceita e querida pela maioria,
mas ela não passará de um mero
personagem. Você acha que vale
a pena a sensação de vazio, tem-
po perdido, estresse e frustração
gerados por priorizar o que o
outro quer e deixar de lado a sua
identidade e princípios? Reflita!
BUSQUE O
CONHECIMENTO QUE VEM
DO ALTO
O primeiro passo para não
sermos reféns da necessidade
da aprovação externa é termos
consciência de quem estamos em
Cristo e como Ele nos vê. Essa
revelação vai mudar nossa per-
cepção de nós mesmos e, a partir
dessa verdade, tornar-nos-emos
livres dessa prisão, pois sabere-
46
mos que o nosso valor não está disso foi capaz de mudar a sua
baseado na opinião e na valida- essência.
ção dos outros, mas está baseado Ele não teve medo de ser
na nossa identidade em Cristo. rejeitado ou desaprovado quan-
Descobrir quem somos em do decidiu não se contaminar
Cristo é libertador! Logo, a ne- com os manjares do rei (Dn 1.8),
cessidade de sermos aprovados quando decidiu não se prostrar e
por outras pessoas aos poucos adorar a outros deuses que não
se desvanece, porque o próprio fosse o seu Deus (Dn 3.6). Ele de-
Criador diz verdades imutáveis cidiu continuar orando mesmo
ao nosso respeito. Algumas de- em meio a um decreto assinado
las você pode conferir: (Gn 1.27; pelo rei que proibia essa prática
1 Pe 2.9; Ef 1.5; Jo 15.15). (Dn 6.10-13). O posicionamento
Através da revelação da de Daniel, como um servo leal
palavra de Deus, você chegará ao Senhor, era motivo de gran-
às respostas que sempre buscou. de indignação para os demais
Entenderá quem você é, quem que conviviam com ele, pois não
não mais quer ser, o que precisa achavam nele erro algum.
abandonar e o que verdadeira- A nossa sociedade cada
mente precisa seguir. vez mais requer de nós um posi-
cionamento, por isso precisamos
UMA IDENTIDADE SÓLIDA estar firmes e convictos de quem
somos e em que acreditamos, se-
Um bom exemplo de al- guindo o exemplo de Daniel, não
guém convicto de sua identida- sendo reféns da aprovação exter-
de e princípios foi o jovem Da- na.
niel. Ele tinha inúmeros motivos
para se perder de quem ele era. COMO POSSO MUDAR?
Ele foi morar longe da família,
longe da sua cultura e até do seu Assim como você levou
nome original, e agora ele estava anos buscando aprovação de
em um novo sistema, mas nada outras pessoas, não será de uma
Ensinando as Nações Jovem 47
hora pra outra que irá mudar
esse comportamento. É preciso
uma mudança de mente, assim
como está escrito em Romanos
12.2. Lembre-se de que haverá
momentos em que poderá ter
recaídas, mas o importante é se
levantar e continuar esse proces-
so de mudança, de mãos dadas
com o seu Criador (Sl 37.24).
Alimentar a sua mente
com as verdades celestiais ao seu
respeito é o que irá desfazer as
mentiras de Satanás, nas quais
talvez você tenha acreditado até
hoje, como, por exemplo: “Te-
nho que ser aprovado pelos homens
para sentir-me aceito e amado”, ou
“Posso negociar alguns princípios
visando o meu bem-estar”, ou “Se
eu discordar dos outros, serei rejei-
tado”, ou “Se eu impuser limites,
ficarei sozinho”.
Você não veio a este mun-
do para agradar a homens, mas
para fazer a vontade do Pai. O
importante é o que Deus pensa
sobre você.
Troque as mentiras do
diabo pelas verdades de Cris-
to, e peça ajuda ao Senhor para
que Ele te revele qual foi o mo-
Ensinando as Nações Jovem
mento em que você aceitou uma
mentira como se fosse verdade.
Ele vai te ajudar a discernir cla-
ramente quando é o inimigo so-
prando mentiras na sua mente.
Ore para que, a partir de hoje, os
pensamentos de Deus sejam os
seus pensamentos também. Des-
sa forma, o seu coração e o seu
comportamento estarão alinha-
dos com aquilo que Deus espera
de você.
Todo cristão que aceita ce-
gamente as opiniões da maioria
PENSAMENTO
e segue, por medo ou timidez,
o caminho da conveniência ou
da aprovação social torna-se
mentalmente e espiritualmente
um escravo”. (Martin Luther
King)
48
 DEFRAUDAÇÃO
EMOCIONAL, UMA Sept 1
DEVASTAÇÃO INTERIOR
a bíblia diz
3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa
santificação, que vos abstenhais da
prostituição;
4 que cada um de vós saiba possuir o
próprio corpo em santificação e honra,
5 não com o desejo de lascívia, como os
gentios que não conhecem a Deus;
6 e que, nesta matéria, ninguém ofenda
nem defraude a seu irmão; porque o Senhor,
contra todas estas coisas, como antes vos
avisamos e testificamos claramente, é o
vingador,
7 porquanto Deus não nos chamou para a
impureza, e sim para a santificação.
8 Dessarte, quem rejeita estas coisas não
rejeita o homem, e sim a Deus, que também
vos dá o seu Espírito Santo.
1 Tessalonicenses 4.3-8 | ARA
O fato de tantas pessoas
não entenderem a expressão “de-
fraudação emocional”, e muito
menos conhecerem seu signifi-
cado, deixa evidente que essa é
uma questão pouco abordada em
nossa sociedade e, principalmen-
te, dentro das igrejas.
A sociedade, cumprindo
o que está escrito (Mt 24.12),
incentiva a cultura do desapego
sentimental; a do “quanto mais
experiências, melhor”; a de que “é
Ensinando as Nações Jovem
12 8,
22
20
melhor tentar e perceber que não
deu certo, do que se arrepender
por não arriscar”; a de que “coisas
têm mais valor do que pessoas”;
a do “descrédito no amor, no
casamento, nas famílias e, assim,
tudo vai ladeira abaixo”. Essas
convicções seguem um caminho
oposto ao que nos diz a palavra de
Deus (1 Co 6.20a; 13.4-7; Pv 11.29;
Mt 15.4).
Talvez você nunca tenha
se relacionado sentimentalmente
com alguém, mas certamente
já ouviu relatos de pessoas que
pagaram para ver e se feriram.
Refutando essa ideia, a Bíblia
nos diz em Provérbios 13.20, o
seguinte: “Quem aprende com seus
próprios erros é inteligente, mas
aquele que aprende com os erros dos
outros é sábio”.
Ou talvez você se enqua-
dra no contexto vivido pela maio-
ria, que colecionam hematomas
de relacionamentos fracassados
e que, depois dessas fatalidades,
percebem que apesar de terem
adquirido a famigerada experiên-
cia já citada acima, pagaram um
alto preço que poderia ter sido
evitado. Sabendo disso, nosso
Deus nos deixa um importante
49
princípio em Provérbios 4.23,
que diz: “Acima de tudo, guarde o
seu coração, pois dele depende toda a
sua vida”.
Algumas questões surgem
quando pensamos nesse tema:
existe defraudação emocional
dentro das igrejas? Se eu nunca
namorei, poderia eu ter sofrido
defraudação ou ter defraudado
alguém? Defraudar uma pessoa
emocionalmente é pecado?
Responderemos a esses
questionamentos ao longo da
lição.
O QUE É DEFRAUDAÇÃO
EMOCIONAL?
Defraudação Emocional
é quando alguém gera em outra
pessoa uma expectativa emocio-
nal que não poderá ser suprida,
seja por não estar disposto a su-
prir essa necessidade ou por não
ter condições de supri-la. Percebe-
mos esse comportamento em rela-
ções próximas e confiáveis, como:
parentais (avós, pais, filhos);
sentimentais (namoros, noivados,
casamentos); e em amizades. Ou
seja, a defraudação emocional não
se restringe aos jovens, apesar de
se revelar com maior frequência
nesse meio, de modo que qual-
quer faixa etária está sujeita a
enfrentar essa situação.
Dentro das igrejas esse as-
sunto pode passar despercebido.
A ausência de sermões e debates a
esse respeito causa a falsa impres-
Ensinando as Nações Jovem
são de que esse é um comporta-
mento distante da realidade dos
cristãos. Ledo engano!
A comunidade presume
equivocadamente que pessoas
defraudadoras não congregam.
Pelo contrário, existem muitas
pessoas defraudadoras na igreja
e, com isso, muitos crentes defrau-
dados por essas pessoas que se
denominam cristãs. O resultado
é cristãos feridos, traumatizados
e revoltados, armados sentimen-
talmente, prontos a destilarem do
mesmo veneno que receberam.
Por esse motivo, as igrejas e seus
líderes precisam estar comprome-
tidos, ensinando as pessoas a esse
respeito (Os 4.6a).
FORMAS BÁSICAS
DE DEFRAUDAÇÃO
EMOCIONAL
Para essa abordagem, cito
aqui as quatro formas básicas de
defraudar, que são mencionadas
pela Pastora Sarah Sheeva em seu
livro Defraudação Emocional - Se-
gundo os princípios bíblicos:
Sedução. É a situação que
parte de uma das pessoas envolvi-
das. Geralmente ocorre quando a
pessoa sai do mundo, mas insiste
em manter os hábitos mundanos.
Ela se vale de artifícios para des-
pertar o interesse de outra pessoa,
como roupas sedutoras, no caso
das mulheres, e a conversa, a vul-
gar “lábia”, no caso dos homens.
50
 Azaração. É a que parte das
duas pessoas envolvidas. Advém
do fato de duas pessoas iniciarem
um relacionamento sem a inten-
ção de assumir um compromisso
verdadeiro, um namoro sem
propósito, um namoro sem o ob-
jetivo de chegar ao casamento, um
relacionamento visando somente
ao contato físico e a anemizar a
carência.
Cupido. Algo que vem de
uma pessoa fora da relação. Acon-
tece quando terceiros utilizam de
sua influência para “forçar” um
relacionamento entre pessoas que
não teriam demonstrado interesse
entre si, dizendo que combinam
demais, que são lindos juntos.
Essa situação pode despertar en-
tusiasmo entre os envolvidos que
se viam anteriormente somente
como amigos, o que, consequente-
mente, pode fazer com que essas
pessoas se precipitem em um
relacionamento sem futuro e se
decepcionem.
Autodefraudação. É a si-
tuação que parte da própria
pessoa. Ocorre quando alguém,
em um quadro de carência emo-
cional, se interessa por outrem,
usando a sua imaginação para
fantasiar situações na ilusão de O QUE APRENDEMOS COM
que é correspondida, quando, na
verdade, não é.
Após esse entendimento,
constata-se que alguém que nun- dação emocional é uma conduta
ca namorou pode ter, de forma que precisa ser excluída da igreja.
Ensinando as Nações Jovem
brutal, defraudado corações, ter
tido seu coração cruelmente de-
fraudado, bem como essa pessoa
pode ter sido vítima de si mesma,
se autodefraudando.
CONSEQUÊNCIAS
CAUSADAS PELA
DEFRAUDAÇÃO
A defraudação causa uma
série de problemas emocionais
nas pessoas, tais como: decepção,
desilusão, mágoa, feridas na alma,
ira, amargura, falta de autoestima,
carência maior do que a que exis-
tia antes, medo de novos relacio-
namentos, destruição de sonhos
de maneira a desacreditar no
amor e no casamento feliz. Em ca-
sos opostos, causa a vulgarização
e a depravação dos relacionamen-
tos, pois, ao invés de se fechar, a
pessoa pode se revoltar e se tornar
promíscua, desvalorizando os
relacionamentos e os sentimentos
de outras pessoas.
Além das consequências
emocionais citadas acima, é im-
portante destacar que a defrau-
dação emocional é pecado, como
visto no texto bíblico lido ini-
cialmente na primeira carta aos
Tessalonicenses 4.3-8.
ISSO?
Por ser pecado, a defrau-
51
Evitar esse comportamento parte
de cada um de nós. Precisamos ler
e praticar as Escrituras Sagradas,
começando por Marcos 12.33a:
“Devemos amar a Deus com todo
o nosso coração, com toda a nossa
mente e com todas as nossas forças e
também devemos amar os outros
como amamos a nós mesmos”.
Esse versículo nos ensina a
forma correta de nos relacionar-
mos com as demais pessoas: em
amor. Mas para que esse amor seja
eficaz, antes precisamos aprender
a nos amar primeiro. Aqui não se
trata do amor humanista, que co-
loca o homem como o agente pro-
vedor e dissipador dessa decisão,
mas aquele que coloca Deus no
centro, como fonte originária do
amor e nos faz entender o amor
de Deus por nós (1 Jo 4.7). Dessa
forma, eu me amo porque Deus
me amou primeiro, entregando
seu filho para morrer por mim
(Jo 3.16), ou seja, eu honro o seu
sacrifício por mim, valorizando a
minha vida por Ele. A compreen-
são genuína do “como amamos
a nós mesmos” nos leva a amar
os outros à maneira de Deus, e a
aplicar a frase de um autor desco-
nhecido: “não faça com os outros
aquilo que você não gostaria que
fizessem com você”.
Se após o estudo dessa
lição você entendeu que em al-
gum momento da vida sofreu a
defraudação emocional, ou se está
passando por isso agora, busque a
Deus, deixando que ele preencha
Ensinando as Nações Jovem
seu ser por completo, suprimindo
carências, medos, mágoas, dores,
e creia que só Deus pode nos curar
e nos satisfazer verdadeiramente
(Pv 3.5; Mt 11.28). Como foi dito
certa feita pela conferencista Joyce
Meyer: “Passamos por muitas an-
gústias porque tentamos obter das
pessoas o que somente Deus pode
nos dar: um senso de valor. Busque
a Deus e não as pessoas, para obter o
que você precisa”.
Por último, se você perce-
beu que é uma pessoa defrauda-
dora, quero dizer que ainda é tem-
po de arrependimento e mudança
de postura, a fim de colocar em
prática os conselhos citados nos
parágrafos anteriores. Inicie um
relacionamento diário com Deus,
não somente durante os cultos em
sua igreja, mas no seu secreto, em
sua casa, dentro do seu quarto.
Peça que ele renove a sua mente
(Rm 12.2) e que te dê um novo
coração (Ez 36.26). Creia que, para
Deus, tudo é possível (Mt 19.26).
PENSAMENTO
Tu te tornas eterna-
mente responsável por aqui-
lo que cativas. (Antoine de
Saint-Exupéry)
52

TUDO ESTÁ BEM?
a bíblia diz
1 O presbítero ao amado Gaio, a
quem, na verdade, eu amo.
2 Amado, desejo que te vá bem em
todas as coisas e que tenhas saúde,
assim como bem vai a tua alma.
3 João 1,2 | ARC
Dentre as várias formas
de saudação que usamos para
cumprimentar as pessoas, essa
talvez seja a mais usual. Fala-
mos quando chegamos em casa,
quando encontramos um amigo
na rua, também quando chega-
mos a uma loja ou a outro lugar
semelhante e precisamos iniciar
um diálogo com a pessoa que vai
nos atender. Até mesmo em nos-
sos contatos virtuais, essa frase é
uma ótima estratégia para iniciar
uma conversa.
Todavia, precisamos pon-
tuar que essa saudação tão co-
mum em diferentes culturas e
diferentes idiomas, muitas vezes
é dita no modo automático, não
carregando o peso de seu signi-
Ensinando as Nações Jovem
13
22
20
5,
Sept 2
ficado. Nem sempre existe o ver-
dadeiro interesse de saber se a
outra pessoa está bem, isto é, se
realmente tudo na sua vida está
fluindo de maneira tranquila e
agradável.
Além disso, a resposta a
essa pergunta também pode ser
submetida à mesma avaliação.
A pessoa que responde: “Tudo
bem, e com você”, também pode
estar respondendo automatica-
mente, por costume e padrão de
relacionamento social, esconden-
do atrás dessa simples frase um
turbilhão de sentimentos, dores e
angústias que invadem sua alma.
COMO ESTÁ A SUA ALMA?
É importante termos a
compreensão acerca do que é a
alma humana. O ser humano é
formado por uma parte material,
o corpo, e uma parte imaterial,
composta pela alma e pelo espí-
rito. A alma é o centro do nosso
intelecto, das nossas emoções e
53
da nossa vontade. Muitas vezes vem da alma.
a Bíblia chama a alma de coração Diante desse exemplo e de
(Sl 119.11; Mt 15.18; Rm 10.9). tudo o que aprendemos em to-
das as lições dessa revista, trago
O texto proposto como re- uma pergunta a você: Como está
ferência para esta lição é muito a sua alma? Posso fazer como
interessante. João escreve uma João e, mesmo sem saber como
carta para Gaio, seu amigo e andam as circunstâncias da sua
companheiro de ministério. Ele vida, afirmar com toda a convic-
não inicia a carta com a pergunta ção que a sua alma está bem?
“oi, tudo bem”? Ele traz dois de-
sejos e uma afirmação. VIVENDO ACIMA DAS
João espera que dois fato- CIRCUNSTÂNCIAS
res da vida de Gaio estejam bem.
Primeiro, a saúde (“oro para que No salmo 131, Davi fala
você tenha boa saúde”); segundo, sobre como está a sua alma. A
as circunstâncias do dia a dia (“e comparação usada por ele é ma-
tudo lhe corra bem”). ravilhosa. Sua alma está tranqui-
Mas “estar bem” não é a la e sossegada, assim como uma
junção desses dois fatores? Não criança que acabou de ser ama-
é ter saúde e circunstâncias fa- mentada e vai tranquilamente
voráveis? A afirmação que João dormir nos braços de sua mãe.
faz em seguida nos mostra que Davi sempre passou por
não: “assim como vai bem a sua muitas dificuldades, persegui-
alma”. Ele conhece Gaio e sabe ções, problemas familiares, con-
que independente dos demais flitos, entre outras aflições. Mas,
aspectos da vida, Gaio está bem, em todas essas coisas, aprendeu
porque sua alma está bem. aquietar a sua alma e a manter a
Que maravilhoso exem- sua confiança no Senhor.
plo podemos encontrar nesse ir- Vivemos em um mundo
mão chamado Gaio. Um estado que sufoca a nossa alma. A bus-
de bem-estar que não está funda- ca pelas coisas materiais e os pa-
mentado nas circunstâncias da drões inatingíveis impostos pelo
vida, mas em uma saúde emo- mundo geram cansaço mental,
cional que vem de dentro, que esgotamento e frustração. Inseri-
Ensinando as Nações Jovem 54
dos nessa realidade, precisamos
nos despertar para a necessidade
de manter nossas emoções equi-
libradas e nossa alma sossegada,
agindo com sabedoria, paciên-
cia e resiliência. Devemos lançar
toda a nossa ansiedade sobre
quem realmente cuida de nós (1
Pe 5.7).
As adversidades da vida
não podem determinar nosso es-
tado emocional. Podemos estar
“para baixo” em algumas oca-
siões, mas rapidamente tudo isso
é superado, porque nossa alma
está bem. Permanecemos bem
em toda e qualquer situação,
pois temos a convicção de que
podemos todas as coisas naquele
que nos fortalece (Fp 4.11-13).
A PAZ DO SENHOR
Essa nossa forma bem
conhecida de cumprimentar-
mos uns aos outros também não
pode, de maneira nenhuma, ser
falada no modo automático. Ela
manifesta muito mais do que um
desejo ou uma declaração posi-
tiva: ela expressa uma realidade
incontestável na vida do cristão.
Temos uma promessa fei-
ta por Jesus em João 14.27: “Dei-
xo-lhes a paz; a minha paz lhes dou.
Ensinando as Nações Jovem
Não a dou como o mundo a dá. Não
se perturbem os seus corações, nem
tenham medo”. Não é fácil expli-
car essa paz, até porque ela exce-
de todo o entendimento (Fp 4.7).
Como está escrito no hino 3 da
Harpa Cristã: é uma plena paz e
um santo gozo.
Essa paz que temos per-
manece no nosso coração (alma),
mesmo que todas as circunstân-
cias estejam fora dos eixos, mes-
mo que as figueiras da nossa vida
não estejam floridas e frutíferas
(Hc 3.17-18). Isso porque ela não
está ligada a aspectos passagei-
ros, mas a aspectos eternos. Nós,
que fomos justificados pela fé
em Cristo, temos paz com Deus
(Rm 5.1). Sendo esse o relaciona-
mento mais importante da nossa
vida, todos os demais relaciona-
mentos e fatores são inundados
por essa paz.
Estando em paz com o
Senhor, podemos desfrutar da
plenitude de alegria que existe
na presença dele (Sl 16.11). Um
ponto interessante dessa alegria
é que ela não fica somente na
nossa alma: ela transborda e fica
visível em nossas atitudes e até
mesmo no nosso rosto (Pv 15.13).
A alegria do Senhor é a melhor
técnica de harmonização facial.
55
É mais eficiente do que qualquer a igreja como comunidade tera-
procedimento estético. pêutica dá estímulo e orientação
às pessoas que estão enfrentan-
O PAPEL DA IGREJA do perdas, decisões difíceis ou
desapontamentos, ajudando-as a
O texto de Mateus 4.23 enfrentar melhor as dificuldades
nos fornece uma visão geral acer- da vida, os conflitos interiores e
ca do ministério terreno de Je- os bloqueios emocionais.
sus, que estava dividido em três Uma frase bastante co-
áreas de atuação: ensino (didas- mum nas nossas reuniões é a se-
kalia), pregação (kerygma) e cura guinte: “Deixe os seus problemas e
(terapia). preocupações lá fora e esteja ligado
A igreja de Jesus Cristo em Deus nesse momento”. Claro
tem a responsabilidade de dar que é falada na melhor das in-
continuidade ao trabalho do Se- tenções, mas precisamos ama-
nhor em todos os seus aspectos. durecer esse conceito. Igreja é
Ela anuncia o evangelho para o lugar de cura, inclusive nos mo-
mundo, discipula e ensina seus mentos de culto. É lugar de com-
membros e também é um lugar partilharmos com os santos nas
de cura física, espiritual e emo- suas necessidades (Rm 12.13),
cional para todos aqueles que de orarmos uns pelos outros e
necessitam. até mesmo confessarmos nossas
No livro Aconselhamen- culpas (Tg 5.16), de nos alegrar-
to Cristão, Gary Collins diz que mos com os que se alegram e de
comunidades terapêuticas são chorarmos com os que choram
grupos de pessoas que se carac- (Rm 12.15), de colocarmos dian-
terizam por um profundo com- te do Senhor as nossas aflições,
promisso entre seus membros e conflitos e angústias. Lugar de
por um interesse comum na cura contarmos para Jesus aonde é a
de males psicológicos, comporta- nossa dor.
mentais ou espirituais.
Seja por meio de um RELEMBRANDO
aconselhamento pastoral, pelo
trabalho de líderes ou pelos re- Aprendemos muito, ao
lacionamentos com os irmãos, estudarmos as lições desta revis-
Ensinando as Nações Jovem 56
ta. Se soubermos lidar com cada
uma das nossas barreiras emo-
cionais, viveremos uma satisfa-
ção verdadeira e duradoura. Afi-
nal, a alegria do Senhor é o que
nos fortalece (Ne 8.10). Então,
vamos recapitular um pouco:
A ansiedade pode ser ven-
cida se confiarmos que o Senhor
conhece e supre todas as nossas
necessidades.
O medo deve ser enfren-
tado com coragem e fé, sempre
buscando a presença de Deus
para nos fortalecer.
A confiança na soberania
de Deus nos ajuda a lidar com as
frustrações da vida.
Para fugirmos a fim de
não nos tornarmos egoístas, pre-
cisamos examinar a nós mesmos
e buscarmos desenvolver o fruto
do Espírito Santo.
A culpa é removida do
nosso ser quando temos cons-
ciência dos nossos erros, por
meio do arrependimento, e então
crermos no perdão e purificação
pelo sangue de Jesus Cristo.
Para vivermos a verdadei-
ra empatia, além de sentir a dor
do nosso próximo, precisamos
ter um comportamento auxilia-
dor.
O perdão é o melhor re-
Ensinando as Nações Jovem
médio para vencer o rancor.
Devemos ter sensibilidade
à voz de Deus e à dor das outras
pessoas.
Deus nos deu espírito de
poder, amor e equilíbrio, por isso
somos encorajados e afastamos
a covardia de todas as áreas da
nossa vida.
Descobrir quem somos
em Cristo nos traz convicção da
nossa identidade, então não vi-
vemos necessitados da aprova-
ção de outras pessoas.
Amar os outros da ma-
neira que Deus ama é o caminho
para que não sejamos defrauda-
dores emocionais.
Quanto aprendizado nós
tivemos, ao estudarmos esses te-
mas! Um conteúdo rico e extre-
mamente necessário nesse tem-
po em que estamos vivendo.
Que o Senhor ajude a cada
jovem a lidar com seus senti-
mentos e emoções, para que pos-
samos viver a plena alegria do
Senhor.
PENSAMENTO
Tenho lhes dito estas
palavras para que a minha alegria
esteja em vocês e a alegria de vo-
cês seja completa. (Jesus Cristo)
57
Ensinando as Nações Jovem 58