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JOVENS E OBREIROS DA LIDERANÇA DO COMEPE E DA REDE MORADA
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Editor: Pr. Elias Garcia Fernandes
Lições do Segundo Trimestre de 2021
LIÇÃO TEMA DATA PÁGINA
O que são as disciplinas espirituais?
01 Pr. Eberson Diniz Correa
04/04 5
A importância da leitura bíblica
02 Pb. Hermindo Elizeu da Silva
11/04 9
Tome nota!
03 Patrícia Vieira Rodrigues
18/04 13
A oração em secreto
04 Pb. Hermindo Elizeu da Silva
25/04 17
A verdadeira adoração
05 Pr. Fabrício Tarles Soares Nascimento
02/05 21
Evangelismo como estilo de vida
06 Dc. André Luis Marçal Lourenço
09/05 25
Aprendendo a servir
07 Kassia Karmen Dias Ribeiro Rosa
16/05 29
Simplicidade
08 Ev. João Honorato de Araújo Neto
23/05 33
Jejum: como e para quê?
09 Camilla Moreira Alves
30/05 37
Solitude
10 Pr. Hugo Leonardo Ribeiro 06/06 41
A cura através da confissão
11 Victor Vargas Silva
13/06 45
Celebrando ao Senhor sempre
12 Pb. Adjair Lima Brandão
20/06 49
Uma vida de devoção
13 Dc. Pedro Henrique S. de Paula
27/06 53
Ensinando as Nações Jovem 3
 ENSINANDO AS NAÇÕES JOVEM
A PALAVRA JOVEM NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Presidente: Pr. José Clarimundo César
1º Vice: Pr. Jossele Clauber César
2º Vice: Pr. Claudino Borges
1º Secretário: Pr. Carlos Marcos da Silva
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. Lázaro Vieira Filho
2º Tesoureiro: Ev. João dos Santos Neto
Diretor Administrativo: Pr. Ramos de Paula Nascente
Vice-Diretor Administrativo: Pr. Israel Osmundo de Miranda

Vogais: Pr. Antônio Barbosa Vieira, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Elias Garcia Fernandes, Pr. José Airton
Faustino, Ev. Paulo Egídio dos Santos e Pr. Salvarino Pinto da Silva.
Conselheiros: Pr. Antônio José Soares, Pr. Guido Pires Borges e Pr. Isaías Graciano de Jesus.

Co-pastores da igreja SEDE

Pr. Edvaldo Batista Melo e Pr. Rogério Garcia Fernandes.

Diretor de Relações Institucionais: Pr. Venâncio Batista do Nascimento

Assistentes: Pr. Daniel Ferreira César
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Livraria da Igreja AD de Anápolis: Pb. Aldmir de Macedo Azevedo Júnior
Projeto Gráfico e Fotos: Pr. Paulo Sartin

Publicação Trimestral da CIAD - CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS”

Av. Tiradentes, 615. CEP.: 75.040-010. Fone/Fax: (62)3315-8800. Anápolis, Goiás, Brasil.

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1º Vice: Pr. Moisés José Inácio
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1º Secretário: Pr. Daniel Ferreira César
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
2º Tesoureiro: Pr. Paulo Sartin

CONSELHO CONSULTIVO
Presidente: Pr. José Clarimundo César
Vices: Pr. Jossele Clauber César e Pr. Claudino Borges

CONSELHEIROS
Pr. Adilson da Cruz Ribeiro, Pr. André Carlos Boaventura, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Dilson Resplandes dos
Santos, Pr. Edson Araújo Bruno, Pr. Evangelino Gomes de Andrade Filho, Pr. Jessé Câmara Braga Frota,
Pr. José Maria Gomes, Pr. Lázaro Francisco da Silva, Pr. Luís Carlos Vicente Júnior, Pr. Salvarino Pinto da
Silva e Pr. William da Rocha Melo

O TRABALHO LITERÁRIO DOS COMENTARISTAS É DE RESPONSABILIDADE DE CADA UM E CEDIDO

À CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” PARA PUBLICAÇÃO.
Ensinando as Nações Jovem 4
 01

1
02
O QUE SÃO AS DISCIPLINAS Apr 04
,2

ESPIRITUAIS?
a bíblia diz Donald S. Whitney, autor
do livro “Disciplinas Espirituais
para a Vida Cristã”, afirma que
7 ...Exercita-te, pessoalmente, na “as disciplinas espirituais são o
piedade. meio provido por Deus para usar-
8 Pois o exercício físico para pouco é mos em nossa busca, plena do
proveitoso, mas a piedade para tudo Espírito, da piedade”, ou seja, o
é proveitosa, porque tem a promessa
objetivo das disciplinas espirituais
da vida que agora é e da que há de
ser.
é viver de forma piedosa.
Ao contrário do que mui-
tos pensam, a piedade não se
trata apenas de obras de caridade.
1 Tm 4.7b,8 Claro que isso faz parte, mas uma
Certamente a união das pa- vida piedosa diz acerca de uma
lavras “disciplina” e “espiritual” vida voltada para Deus. Trata-se
pode gerar uma curiosidade por de se esforçar ao máximo para
parte daqueles que não conhecem colocar em prática tudo aquilo
o conceito de disciplina espiritual. que a palavra de Deus nos ensina!
Observando que a disciplina, cujo A vida piedosa consiste
significado é “obediência às regras, na fidelidade do discipulado de
ordem” e a questão espiritual Jesus.
nos dá a ideia de algo imaterial,
concernente ao espírito, será ne- JESUS E AS DISCIPLINAS
cessário um mínimo de esforço ESPIRITUAIS
para se entendermos que a nossa
espiritualidade também requer Jesus é, sem sombra de
uma boa conduta se quisermos dúvidas, o maior exemplo de
ter uma vida espiritual saudável. disciplina quando se trata de dis-
Ensinando as Nações Jovem 5
ciplinas espirituais. A maioria das
disciplinas que veremos ao longo
desse trimestre terá Jesus como
exemplo prático.
Frequentemente, nos Evan-
gelhos, vemos Jesus em oração,
como em seu batismo (Lc 3.21),
antes de chamar os discípulos
(Lc 6.12,13), antes de ser preso e
crucificado (Jo 17), muitas vezes
desfrutando da solitude (Mc 1.35).
E o que dizer do jejum no deserto
(Mt 4.1,2), da mordomia demons-
trada em ações, como o partir do
pão para uma grande multidão
(Mc 6.37-42). É claro que não po-
demos nos esquecer do episódio
do lava-pés (Jo 13.1-15). Teríamos
ainda muitos outros exemplos
para mencionarmos, mas vamos
parar por aqui.
É preciso destacar que,
nesta revista, não estão todas as
disciplinas espirituais existentes.
Se você pesquisar um pouco a res-
peito verá muitas listas distintas,
inclusive. Além disso, o objetivo
dessa lição não é aprofundar em
nenhuma das disciplinas, mas
apenas fornecer informações im-
portantes para que, dessa forma,
possamos desenvolver uma vida
espiritualmente disciplinada.
Ensinando as Nações Jovem
O CRESCIMENTO
ESPIRITUAL COMO
OBJETIVO
Um dos objetivos de qual-
quer exercício é o aperfeiçoamen-
to. Já vimos que as disciplinas es-
pirituais contribuem para a busca
da piedade. Nessa perspectiva, o
apóstolo Paulo nos mostra a im-
portância do exercício contínuo e
rotineiro em 1 Coríntios 9.24-27,
onde ele ilustra a caminhada cris-
tã como a trajetória de um atleta
em busca de um prêmio.
O atleta dá o seu melhor
em busca de uma coroação. É im-
portante ressaltar que ele não faz
isso apenas no dia da competição,
mas certamente se dedica por ho-
ras, dias, meses, anos, para estar
o mais preparado possível no dia
em que será colocado à prova.
Para os gregos, por exem-
plo, a educação física era uma dis-
ciplina extremamente importante,
sendo que, para os espartanos,
ela era tida com um exercício
que poderia aprimorar o corpo
do indivíduo, um dos focos da
educação grega, para que, assim,
ele pudesse ser bem-sucedido nas
batalhas.
6
 De maneira semelhante,
também precisamos nos dedicar,
pois, se analisarmos friamente,
todos os dias somos colocados à
prova, todos os dias nós lutamos
contra as forças espirituais do mal.
Seja no trabalho, na escola, na
faculdade ou em qualquer outro
lugar, estamos constantemente
sendo provados, para que, dessa
forma, tenhamos a possibilidade
de exercer as qualidades recebi-
das da parte de Deus.
Portanto, desenvolver-se e
perseverar nas disciplinas espiri-
tuais significa colocar em prática o
que está em Efésios 6.10: “Quanto
ao mais, sede fortalecidos no Senhor
e na força do seu poder”. Faremos
isso até quando? “Até que todos
cheguemos à unidade da fé e ao pleno
conhecimento do Filho de Deus” (Ef
4.13), ou seja, o objetivo do cres-
cimento espiritual não se limita
à nossa individualidade, mas à
singularidade do corpo de Cristo
no qual todos os que creem nele
estão incluídos.
Logo, a prática das disci-
plinas espirituais traz benefícios
e crescimento para o praticante e
para os que o assistem. Todavia,
não para por aí. Há, ainda, uma
Ensinando as Nações Jovem
recompensa para os que vivem
de forma piedosa.
A RECOMPENSA DA
PIEDADE
No versículo 8 do nosso
texto base, o apóstolo Paulo desta-
ca: “Pois o exercício físico para pouco
é proveitoso, mas a piedade para tudo
é proveitosa...”
Veja bem, o apóstolo não
está dizendo que o exercício fí-
sico não serve para nada ou que
deve ser negligenciado. Sabemos
o bem que o exercício físico nos
proporciona, apesar de nem to-
dos gostarem de se exercitar. No
entanto, trata-se de um proveito
temporário, que só serve para um
determinado tempo, ou seja, que
é muito limitado.
Agora, quando o assunto é
piedade, o texto nos diz que para
tudo é proveitosa. Você tem ideia
do que isso representa? O versí-
culo termina dizendo “porque tem
a promessa da vida que agora é e da
que há de ser”. A piedade produz
proveito para o hoje e principal-
mente para o amanhã. Este, no
entanto, não é o limitado, mas o
7
amanhã eterno. Portanto, você
quer investir na vida eterna? In-
vista vivendo de forma piedosa!
Exercite-se nisso!
Não obstante, talvez você
diga: como funciona esse exer-
cício? De quantas séries ou re-
petições estamos falando? Que
proveito ele nos traz? Pois bem, a
resposta está em Tiago 1.21.
O exercício diário consiste em
nos despojar de toda impureza e
acúmulo de maldade e acolher,
com mansidão, a palavra em nós
implantada. Seu proveito é que,
com isso, salvaremos as nossas
almas.
COLOCANDO EM PRÁTICA
Despojar de toda impureza
e do acúmulo de maldade seria
livrar-nos de tudo o que a palavra
de Deus diz que desagrada ao
Pai. Seria olhar para o Sermão do
Monte, por exemplo, e ver que
Jesus não quer que a gente sim-
plesmente deixe de matar, mas
também de insultar ou maltratar
o irmão, mesmo que de “brin-
cadeirinha” ou só pela “zoeira”.
Jesus não quer que a gente sim-
plesmente não adultere, mas que
Ensinando as Nações Jovem
vigiemos também no olhar e até
mesmo no imaginar. Jesus não
quer que a gente simplesmente
ame os nossos amigos, mas tam-
bém os nossos inimigos. Trata-se
de um exercício muito difícil, po-
rém profundamente necessário.
Acolher com mansidão
a palavra em nós implantada
significa que, agora, não somos
apenas ouvintes da Palavra, mas
praticantes. Significa que as nos-
sas atitudes refletem o que ouvi-
mos através da Palavra. As nossas
atitudes fazem de nós a luz que
ilumina as trevas ao redor, o sal
que dá sabor onde quer que passe.
Então, mediante tudo o
que você aprendeu hoje e apren-
derá ao longo desse trimestre, cer-
tamente você se sentirá desafiado
a exercitar a piedade através das
disciplinas espirituais. Não será
fácil, mas a boa notícia é que o
Senhor é o nosso auxílio! (Hb 13.6)
PENSAMENTO
Nunca conheci alguém
que tenha chegado à maturi-
dade espiritual sem disciplina.
A piedade vem pela discipli-
na. (Donald S. Whitney)
8

A IMPORTÂNCIA DA
LEITURA BÍBLICA
a bíblia diz
12 Ninguém despreze a tua
mocidade; mas sê o exemplo dos
fiéis, na palavra, no trato, no amor,
no espírito, na fé, na pureza.
13 Persiste em ler, exortar e ensinar,
até que eu vá.
14 Não desprezes o dom que há em
ti, o qual te foi dado por profecia,
com a imposição das mãos do
presbitério.
15 Medita estas coisas, ocupa-te
nelas, para que o teu aproveitamento
seja manifesto a todos.
16 Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina; persevera nestas coisas;
porque, fazendo isto, te salvarás,
tanto a ti mesmo como aos que te
ouvem.
1 Tm 4.12-16
A prática da leitura costu-
ma ser um problema no contexto
brasileiro. Em uma pesquisa reali-
zada entre os anos de 2015 e 2019,
feita pelo Instituto Pró-Livro com
a parceria do Itaú Cultural, foi
constatado que um pouco mais da
metade dos brasileiros, que corres-
ponde a 52% da população, tem
Ensinando as Nações Jovem
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1
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Apr 11
,2
hábitos de leitura. Quanto à média
de livros inteiros lidos em um ano,
tem-se por volta de quatro livros
por pessoa.
Ainda de acordo com a pes-
quisa, a Bíblia foi o livro mais citado
pelos participantes. Apesar disso,
houve uma queda em comparação
ao ano de início do estudo: foi de
42% para 35% em 2019. Com isso,
observamos que, à medida que o
tempo passa, o número de leitores
da Bíblia tem caído, o que nos gera
uma preocupação.
A leitura da palavra de Deus
é essencial para a saúde espiritual
de seu povo. Sem essa palavra, fi-
camos extremamente frágeis diante
das investidas do inimigo. Nesse
contexto, portanto, existe uma ne-
cessidade de refletirmos sobre essa
disciplina do espírito, de modo a
buscarmos formas de melhorar a
absorção bíblica, para que, dessa
maneira, possamos crescer em
graça e em conhecimento. Assim,
pensemos na importância da lei-
tura bíblica por meio dos ensinos
de Paulo.
9
 NINGUÉM DESPREZE SUA
MOCIDADE (v.12)
No texto base de nossa lição
é possível ver o apóstolo Paulo
instruindo a Timóteo, o jovem
pastor. Nele conseguimos ver en-
sinos riquíssimos acerca de como o
jovem cristão deve se portar diante
de Deus, da igreja e da sociedade.
Aqui, vamos destacar as lições
acerca da leitura da palavra, que é
nosso foco.
A primeira questão que me-
rece ser observada se encontra no
versículo 12. Ao aconselhar o jovem
Timóteo, Paulo diz que a mocidade
não deve ser motivo de desprezo.
Ademais, ele enfatiza que o jovem
deve se tornar um padrão dos fiéis
na palavra e em outras situações.
Nos dias atuais, tem-se ob-
servado que alguns jovens acabam
usando a desculpa de sua pouca
idade para ficarem acomodados
diante da necessidade de se apli-
carem à causa de Cristo. Nesse
sentido, em muitos momentos
dão bastante atenção ao desen-
volvimento de certos aspectos de
suas vidas acadêmicas, amorosa
e cultural, porém, quando se trata
da leitura bíblica, existe certa negli-
gência. Isso pode ser comprovado,
por exemplo, com a pesquisa citada
no primeiro tópico dessa lição: o
número de leitores caiu, sendo
que boa parte deles era de jovens e
Ensinando as Nações Jovem
adolescentes.
Diante do que foi exposto
acerca do versículo 12, hoje eu te
pergunto: se os irmãos olharem
para sua vida de leitura bíblica, eles
serão motivados a se empenhar
nesse processo?
DEVEMOS NOS APLICAR À
PALAVRA (vv.13,14)
O segundo ponto abordado
por Paulo é que Timóteo deveria se
aplicar à leitura, à exortação e ao
ensino. Talvez, aqui, muitas pes-
soas diriam: ah, mas eu não tenho
um chamado para ser pregador.
Ou ainda: Deus não me chamou
para ser professor de Escola Bíblica
Dominical. Quero te dizer que, caso
você pense assim, está equivocado.
Todo e qualquer cristão precisa ler
a Bíblia. Em Apocalipse, capítulo
1 versículo 3, João diz que são
“Bem-aventurados aqueles que leem e
aqueles que ouvem as palavras da pro-
fecia e guardam as coisas nela escritas,
pois o tempo está próximo”. Como,
portanto, negligenciar a leitura da
palavra de Deus?
O terceiro ponto se refere
ao segundo, porquanto Paulo diz
a Timóteo para que ele não negli-
gencie o dom que lhe foi concedido.
Nesse sentido, podemos pensar:
será que, de fato, eu tenho dado
o meu melhor para Deus, quando
eu sou solicitado? Será que, quan-
10
do recebo uma oportunidade, eu
estou fazendo jus ao dom que me
foi dado? Se você recebeu o dom
da palavra de sabedoria, ou o de
ensino, será que você tem se esme-
rado na Palavra, ou tem feito de
qualquer jeito? Não podemos ser
relapsos quanto à leitura da pala-
vra de Deus, pois, dessa maneira,
estaríamos negligenciando o dom
que nos foi conferido.
O APERFEIÇOAMENTO POR
MEIO DA PALAVRA (v.15)
O quarto ponto desse texto
diz respeito à meditação e à dili-
gência. Tal como estamos fazendo
aqui, nesta lição, Timóteo foi convi-
dado a pensar sobre o que precisa-
va fazer e como deveria fazê-lo. A
justificativa dada por Paulo, como
o motivo pelo qual o jovem deveria
meditar e ser diligente é apresenta-
do na segunda parte do versículo
15: “para que o teu progresso a todos
seja manifesto”. Entenda, aqui, que
não se trata de você se mostrar ou
querer aparecer, mas que o pro-
gresso seja observado em você por
outras pessoas.
Sobre esse progresso, ou
crescimento, o apóstolo Pedro
diz, em sua segunda carta, que
devemos crescer em graça e em co-
nhecimento (2 Pe 3.18). Em Efésios
(4.11-15), Paulo diz que a atribuição
de funções na igreja visa ao aperfei-
Ensinando as Nações Jovem
çoamento dos santos, “para que não
sejamos mais como meninos”, ou seja,
que “cresçamos em tudo naquele que
é a cabeça”. Existe alguma forma de
conhecermos a Jesus sem ser pela
Palavra? Não, não existe. Portanto,
se quisermos progredir, precisa-
mos ler. Se quisermos deixar de ser
crianças espirituais, precisamos ler.
Não tem como evoluirmos se não
for por meio da Bíblia!
A SALVAÇÃO POR MEIO DA
PALAVRA (v.16)
O quinto e último ponto
sobre o texto é concernente à neces-
sidade de cuidado consigo mesmo,
com a doutrina e a consequência
nessa ação: a de salvar-se e a de
salvar os outros. Paulo recomenda
a Timóteo que ele se cuide. Isso
parece algo vão de se dizer, uma
vez que as pessoas costumam se
cuidar, verdade? A questão é que,
nem sempre, tomamos o cuidado
necessário com nossas vidas em
diversos aspectos.
Ademais, Paulo ainda re-
comenda que o jovem cuide da
doutrina. O que é doutrina? Po-
deríamos conceituar essa palavra
como um conjunto de ideias bá-
sicas contidas em um sistema. No
caso do Cristianismo, a doutrina
consistia, portanto, em transmitir
os conhecimentos acerca de tudo
o que envolvia a vida e a obra de
11
Cristo. Para alcançar esse objetivo, bíblica. Não é necessário que
o proponente precisa conhecer esse você escolha aquele que não
conjunto de ideias, o que só pode conseguirá ler. Selecione um
ser logrado por meio da leitura que seja possível de ser lido e
sistemática da Bíblia. que te desafie.
Por fim, o objetivo desse b) faça leitura, anotações e me-
cuidado e de tudo o que Paulo ditação. Fazendo a leitura de
recomendou a Timóteo é que ele apenas um texto bíblico, nem
se salvasse e que todos que o es- sempre é possível compreen-
cutassem também desfrutassem der, de fato, o que ele tem a en-
dessa salvação. Caso eu dissesse sinar. Então, é importante que,
aqui, nesta lição, apenas que nós além da leitura, você também
somos salvos pela aplicação à utilize anotações e medite, pois,
leitura, à doutrina e a tudo que bem-aventurado é o que assim
envolve o evangelho, isso já seria faz (Sl 1.2).
motivo suficiente para que todos c) peça ao Senhor que te ajude no
nós melhorássemos ainda mais processo. Na epístola de Tiago,
esse processo. Portanto, leia para se é dito que, caso alguém precise
salvar da condenação eterna. de sabedoria deve pedir ao Se-
nhor, pois ele concede a todos
ENTÃO, COMO COMEÇAR? que pedem, sem pedir nada em
troca (Tg 1.5).
Depois de ter refletido sobre Que o Senhor nos ajude nes-
todas essas questões sobre a leitura se processo, pois, com toda certeza,
bíblica, esta talvez seja a dúvida precisamos nos desenvolver na
de muitas pessoas: como eu posso Palavra.
começar a ler a Bíblia? Por mais
que eu quisesse dar uma resposta
rápida a esse questionamento,
não posso fazê-lo. Não existe uma
fórmula mágica para a leitura da
Bíblia.
PENSAMENTO

Contudo, existem alguns Estude a Bíblia para

passos que devem ser seguidos
para que você tenha uma absorção
real da palavra:
a) escolha um plano de leitura
Ensinando as Nações Jovem
ser sábio; creia na mesma para
ser salvo; siga os seus precei-
tos para ser santo. (Billy Gra-
ham)
12

TOME NOTA!
a bíblia diz
2 Amados, agora somos filhos de
Deus, e ainda não é manifesto o que
havemos de ser. Mas sabemos que,
quando ele se manifestar, seremos
semelhantes a ele; porque assim
como é o veremos.
1 Jo 3.2
A escrita, no Brasil, é um
grande desafio para boa parcela
da população. Aprendemos a ler
e a escrever ainda na educação
básica, porém isso não se torna
um hábito, visto que poucas pes-
soas costumam redigir textos ro-
tineiramente.
Quando levado ao contex-
to eclesiástico, esse déficit torna-
-se ainda mais preocupante, por-
quanto, de acordo com a Bíblia,
devemos ler, meditar e também
gravar a lei de Deus em nossos
corações (Pv 7.1-3). Dessa forma,
Ensinando as Nações Jovem
03
1
02
,2
Apr 18
quando não nos habituamos a
escrever sobre tudo o que envol-
ve o ato de ser cristão, podemos
estar fadados a nos alimentar
apenas como crianças (Hb 5.13),
de coisas leves, sendo que o pro-
pósito de Deus para nossas vidas
é que nos alimentemos do ge-
nuíno leite espiritual para nosso
crescimento e consequente salva-
ção (1 Pe 2.2).
Diante dessa questão, nós
devemos recorrer às Disciplinas
Espirituais, as quais têm como
propósito nos tornar parecidos
com Cristo, conforme pode ser
visto em 1 João 3.2. Elas possuem
um valor incontestável na vida
do Cristão, haja vista que nos
convidam a passar da superfície
à profundidade em Cristo, como
visto em Hebreus 6, versículos 1
e 3. Portanto, devemos praticar
a leitura bíblica, a meditação, a
oração, e também devemos fazer
anotações, para que possamos
ser cada vez mais parecidos com
nosso Mestre, como será visto a
seguir.
13
 COMPREENDENDO
A DISCIPLINA DAS
ANOTAÇÕES
Assim como em todas as
outras disciplinas, a anotação
também é um meio pelo qual
nos tornamos parecidos com
Cristo. Apesar de não constar
de forma ordenada ou expressa
na Bíblia, seu uso é recomenda-
do e exemplificado nas Sagradas
Escrituras, o que nos leva a crer
que Deus se agrada desse ato.
Contudo, antes de passar a sua
exemplificação, entende-se por
Disciplina das Anotações o ato
de separar um livro, um diário,
um caderno, ou até mesmo qual-
quer tipo de papel, para anotar
as obras e os caminhos de Deus
para nós, os insights que temos
ao estudar as Escrituras, lembre-
tes de oração, relatos de eventos
cotidianos, aspectos pessoais,
dentre tantas outras coisas que
contribuem para nosso cresci-
mento espiritual.
Nesse sentido, o material
utilizado para fazer as anotações
serve como meio de preservar
os pensamentos e revelações
obtidos ao ler as Escrituras ou
ao praticar a meditação sobre as
verdades bíblicas. Ao preservar,
Ensinando as Nações Jovem
por meio da escrita, os tesouros
revelados a nós, podemos ser
edificados sempre que relermos,
de modo a encontrar facilidade
para fazer a aplicação em nosso
viver diário, pois o ato de regis-
trar em papel aumenta a possi-
bilidade de gravar na mente e,
consequentemente, no coração.
Dessa forma, cumpriremos com
as ordenanças de Deus e desfru-
taremos de suas bênçãos, confor-
me está escrito em Josué 1.8.
BENEFÍCIOS NA
DISCIPLINA DAS
ANOTAÇÕES
Dentre muitos outros as-
pectos, a Disciplina das Anota-
ções nos ajuda a medir nosso
progresso espiritual em relação
às demais disciplinas, porquan-
to podemos verificar se estamos
cumprindo fielmente nossos
objetivos ou não. A partir dela
é bastante comum nos deparar-
mos com situações que indicam
algum modo equivocado de
pensar em relação ao que está no
nosso manual de vida, a Bíblia.
Por conseguinte, ao começarmos
a fazer anotações, seremos capa-
zes de perceber posicionamen-
tos que temos diante de diversas
14
questões, de maneira a refletir se
existe necessidade de mudança
e, ao mesmo tempo, para aferir
se já houve mudança das velhas
práticas passadas, o que compro-
va a mudança de mente e, conse-
quentemente, aponta para uma
transformação conforme Cristo.
Essa experiência é a aplicação
prática de Romanos 12.2.
A autoanálise que a prá-
tica das anotações proporciona
nos leva, através do Espírito San-
to, a avaliar se nossas condutas,
pensamentos e palavras estão
em conformidade com Ele e se
há algum progresso nisso. Em
outras palavras, ela permite a
avaliação sobre se estamos, de
fato, vivendo em novidade de
vida ou se nada é colocado em
prática, apesar do que anotamos,
principalmente quando nos é
dado o entendimento do texto
bíblico através da iluminação do
Espírito, o que culmina em estag-
nação ou regressão diante dos er-
ros que deveriam fazer parte do
passado.
disciplina, mas que Deus dela se
agrada, um exemplo e recomen-
dação que temos é o de Asafe.
No Salmo 77, versículos 11 e 12,
o salmista diz recordar dos feitos
do Senhor e relembrar suas ma-
ravilhas, pois elas estão sempre
em seus pensamentos. Isso nos
ensina que a Disciplina da Ano-
tação nos ajuda a relembrar os
feitos do Senhor e a constatar o
quanto Ele tem nos abençoado.
O fato de ter um lugar para ano-
tar aquilo que o Senhor já nos fez
nos ajuda a certificarmos que Ele
é soberano e tem cuidado de nós
em todo tempo.
Outro exemplo que temos
para recordar os feitos do Senhor
é em Deuteronômio 17.18,19, em
que o Senhor determina aos reis
que façam para si cópias da Lei
de Moisés, para que vejam os fei-
tos dele aos patriarcas e também
para que aprendam a temê-lo e a
cumprir todos os mandamentos
contidos na Lei.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

EXEMPLOS PRÁTICOS É necessário dizer que,

para a prática dessa disciplina,
Voltando ao assunto de pouco importa se escrevemos
que na Bíblia não há uma orde- bem, se faremos anotações todos
nação específica quanto a essa os dias, se escreveremos muito
Ensinando as Nações Jovem 15
ou pouco, seja no papel, no com-
putador ou no celular. O meio
pelo qual será feito não é o mais
importante, pois, além de ser
produtiva em qualquer nível de
envolvimento, qualquer dificul-
dade que tenhamos não retirará
ou diminuirá seu valor. Apesar
disso, o cuidado que precisamos
tomar é em sermos perseveran-
tes. Por conseguinte, quando o
desânimo, a falta de inspiração e
de entusiasmo quiserem nos fa-
zer desistir, precisamos persistir.
Ainda que saibamos os be-
nefícios da prática das Discipli-
nas Espirituais e que estejamos
convencidos de sua importância,
é comum que as negligenciemos.
A apatia espiritual e a preguiça
são vontades da carne e, tal como
lhe é próprio, elas impedirão que
o desejo de aprofundarmos na
busca pela semelhança com Cris-
to floresça em nosso ser. Contu-
do, precisamos, pelo poder da
Palavra, mortificar os desejos da
carne para viver pelo Espírito
(Rm 8.13) e assim desfrutar das
bênçãos dos Senhor, com sua
gloriosa presença.
Portanto, ao utilizarmos
a referida disciplina teremos a
possibilidade de sermos guiados
pelo Espírito, de modo a fazer
Ensinando as Nações Jovem
que cresçamos em graça diante
de Deus e que tenhamos senti-
mentos mais profundos em re-
lação a Ele. Como consequência
disso, poderemos ser levados a
lugares altos e, ao mesmo tem-
po, a um nível mais profundo de
intimidade com Cristo, uma vez
que tal circunstância nos permite
ainda desfrutar das maravilhas
contidas na Lei do Senhor (Sl
119.18), o que enriquece a nossa
alma.
Discipline-se, portanto, a
viver uma vida de devoção ao
Senhor, através da prática das
Disciplinas Espirituais, buscan-
do parecer-se com Cristo, por-
que, à medida que se envolva
com disposição de coração, o
crescimento e a semelhança com
ele serão inevitáveis.
A Disciplina da Ano-
PENSAMENTO
tação, assim como as demais,
tem o propósito de auxiliar
na busca da semelhança com
Cristo. Essa deve ser a princi-
pal razão de a colocarmos em
prática.
16
 A ORAÇÃO EM
SECRETO
a bíblia diz
5 E, quando orares, não sejas como os
hipócritas, pois se comprazem em orar
em pé nas sinagogas e às esquinas das
ruas, para serem vistos pelos homens. Em
verdade vos digo que já receberam o seu
galardão.
6 Mas tu, quando orares, entra no teu
aposento e, fechando a tua porta, ora a teu
Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que
vê o que está oculto, te recompensará.
7 E, orando, não useis de vãs repetições,
como os gentios, que pensam que, por muito
falarem, serão ouvidos.
8 Não vos assemelheis, pois, a eles, porque
vosso Pai sabe o que vos é necessário antes
de vós lho pedirdes.
Mt 6.5-8
O texto do evangelho de
Mateus, que trata sobre a oração, é
bastante conhecido por todos nós.
Ele faz parte do Sermão do Monte,
que tem como objetivo apresentar
aos discípulos alguns princípios
que devem ser observados por
todo aquele que segue a Cristo.
Como contexto, tem-se que
Jesus estava ensinando sobre a
necessidade que os hipócritas
têm de praticarem seus atos de
Ensinando as Nações Jovem
04
1
02
,2
Apr 25
justiça diante dos homens. Qual
era a finalidade disto? De acordo
com o Mestre, aqueles que tal
coisa faziam tinham por interesse
serem vistos pelas pessoas. Sim,
é isso mesmo: o que os motivava
era o reconhecimento das pessoas
quanto ao que estavam fazendo
e não, de fato, a ação que estava
sendo realizada.
Existem muitas pessoas
que até hoje agem dessa maneira.
Querem ser vistas sob qualquer
circunstância e não medem es-
forços para aparecerem diante da
plateia. Assim, conforme é dito
por Jesus, estas já receberam a
sua recompensa em vida, ou seja,
o aplauso, a admiração de seus
semelhantes. No entanto, elas
deixam escapar o que há de mais
interessante, que é a recompensa
dada pelo Pai.
Na oração, eles não agem
de maneira diferente. De acordo
com Jesus, eles “gostam de orar em
pé nas sinagogas e nos cantos das pra-
ças, para serem vistos dos homens”
(Mt 6.5). Diante disso, precisamos
nos questionar: de que maneira
eu tenho exercido a disciplina
17
espiritual da oração? É sobre isso Esse é o problema abor-
que vamos refletir nesta lição. dado em alguns versículos an-
teriores: os fariseus, ao fazerem
A ORAÇÃO DOS suas ações de justiça, faziam com
HIPÓCRITAS o fim de serem “vistos por eles”
(Mt 6.1); para serem “glorifica-
Ao abordar a oração dos dos pelos homens” (v.2); e para
hipócritas, Jesus destaca algumas serem “vistos dos homens” (v.5).
ações empreendidas por eles no Ao citar isso, logo em seguida,
processo: orar em pé, para serem Jesus menciona que os hipócritas
vistos dos homens. Aqui já surgi- já receberam sua recompensa
ria a primeira pergunta: então é (vv.2b,5b), ou seja, todas as vezes
errado eu orar em pé? Será que eu que agirmos como os fariseus, nós
estou pecando quando vou para não precisamos esperar qualquer
frente da igreja, para orar? recompensa vinda de Deus, pois
Bom, depende. Pensem nas nós já recebemos o que nos era
seguintes perguntas: qual é seu devido por parte dos homens.
objetivo ao orar? Por que você se
desloca de seu assento, na igreja, PRINCÍPIOS DE UMA
para orar? Por que você ora em ORAÇÃO VERDADEIRA
pé? Se as respostas para elas pas-
sarem pelo fato de que você faz Para desenvolvermos uma
isso para que comprovem que oração que tenha a finalidade cor-
você está orando, então aí mora reta, executada da maneira certa,
o problema. nós precisamos observar alguns
A atitude dos fariseus não pontos elencados por Jesus, no
se resume no fato de orar em texto de Mateus 6.6-8.
pé nas sinagogas e nas praças, Primeiro ponto: quando
porque isso poderia ser feito sem orares. Jesus apresenta uma si-
problema nenhum, ou seja, Jesus tuação concreta para o momento
não ataca o local da oração. A da oração. Dessa forma, todas as
questão é a finalidade, marcada vezes que formos orar precisare-
no versículo como “para serem mos observar o que vem a seguir.
vistos das pessoas”. Isso quer dizer Isso quer dizer que, independente
que eles realizavam essas ações se estou em casa, ou não, eu devo
não porque queriam orar, mas fazer uso dos ensinamentos do
porque queriam ser vistos! Mestre acerca da oração.
Ensinando as Nações Jovem 18
 Segundo ponto: entra no
teu quarto. Aqui, Jesus não está
recriminando a oração pública,
visto que ele mesmo orou em
público. O quarto é um local de
intimidade. Afinal, é incomum
levar uma pessoa desconhecida e,
em alguns casos até mesmo as co-
nhecidas, ao quarto, que costuma
ser um local reservado. Portanto,
entrar no quarto é buscar uma
intimidade com Deus.
Terceiro ponto: “orarás a
teu Pai”. A oração deve ser dire-
cionada especificamente a Deus.
Por que oramos a Ele? Porque
Ele está em secreto e vê em secre-
to, ou seja, Deus não vê apenas
o superficial, o visível, mas vê
também o que está escondido, o
profundo. Além disso, oramos a
Ele porque Jesus disse que ele nos
recompensará.
Essa recompensa, no en-
tanto, não é apenas material, pois
no versículo 8 o Mestre diz que
Deus “sabe o de que tendes necessi-
dade, antes que lho peçais”. Então,
qual seria essa recompensa? No
versículo 1 nós temos uma noção
do que se trata: o galardão junto
de nosso Pai Celeste. Existe re-
compensa melhor que essa?
Quarto ponto: não useis
de vãs repetições. Jesus ainda dá
um modelo a não ser seguido: o
dos gentios. Basta nos lembrar-
Ensinando as Nações Jovem
mos como algumas religiões
impõem a repetição constante de
versos, estrofes, mantras, o que,
de acordo com o Mestre, não tem
serventia alguma, visto que “pre-
sumem que pelo seu muito falar serão
ouvidos” (Mt 6.7). Assim, a oração
do cristão é diferente, pois não se
preocupa com a quantidade das
palavras ditas, mas na qualidade
do que está sendo dito.
POR QUE OU PARA QUEM
ORAR?
Essa talvez seja a dúvida
de muitos cristãos. Às vezes sa-
bem que precisam buscar uma
intimidade com Deus, ou que não
podem usar de vãs repetições, po-
rém nem sempre sabem por que
ou para quem devem orar. Com
isso, em alguns momentos, os
jovens se veem em uma situação
de dificuldade para exercer esta
disciplina espiritual, o que é preju-
dicial para seu desenvolvimento
na graça e no conhecimento.
Com base na palavra de
Deus, podemos ver algumas fi-
nalidades da oração e também o
público para o qual ela deverá ser
direcionada:
a) Por todos os santos (Ef
6.18,19). Paulo diz ao povo da
cidade de Efésios que ele deveria
19
orar em todo tempo no Espírito
por todos os santos. Portanto, de-
vemos orar para todos os nossos
irmãos em Cristo.
A finalidade, de acordo
com esse excerto, era: “para que
me seja dada a palavra para fazer
conhecido o mistério do evangelho”
(v.19). Dessa forma, devemos
orar por nossos irmãos para que
Deus nos auxilie na pregação de
seu evangelho sem medo, para
que dessa forma outras pessoas
possam ser alcançadas.
b) Pelas autoridades (1 Tm
2.1,2). Paulo exorta a Timóteo que
sejam feitas orações, intercessões,
súplicas e até mesmo ações de gra-
ças em favor de todos os homens,
reis e autoridades. Nesse sentido,
todo cristão tem a obrigação de
orar por todas as pessoas, sejam
elas boas, ruins, autoridades, ou
cidadãos comuns.
A justificativa para isso é
apresentada logo a seguir: para
que vivamos vida tranquila e
mansa, com toda piedade e res-
peito. Então, com a finalidade de
alcançarmos essa vida de tranqui-
lidade, devemos praticar a oração
por todas as pessoas.
Ademais, é dito, também,
que essa ação é boa e aceitável
diante de Deus, pois nosso Sal-
vador quer que todas as pessoas
Ensinando as Nações Jovem
sejam salvas e conheçam a verda-
de (vv.3,4).
VAMOS ORAR?
Nesta lição refletimos so-
bre a oração. Vimos que ela não
deve ser realiza com o molde dos
hipócritas, mas deve ser feita no
secreto, com o foco no pai, para
que, dessa forma, possamos rece-
ber nosso galardão celestial.
De igual modo, vimos que
a oração deve ser realizada tanto
para nossos irmãos, quanto para
toda e qualquer pessoa, porquan-
to Deus quer que todos sejam
salvos e que conheçam a verdade.
Assim, compreendemos
que nossa função é muito impor-
tante e que a oração é uma fer-
ramenta poderosa para diversas
ações. Cabe, portanto, pedirmos a
Deus, em secreto: Senhor, ensina-
-nos a orar da maneira correta,
para que, dessa forma, eu cum-
pra com sua vontade e para que,
com minha oração, pessoas sejam
fortalecidas para o envio do teu
evangelho.
PENSAMENTO
A função da oração não
é influenciar Deus, mas especial-
mente mudar a natureza daquele
que ora. (Soren Kierkegaard)
20
 05

21
A VERDADEIRA

20
,
May 02
ADORAÇÃO
a bíblia diz confusão acerca da adoração, o que
exige a correta explicação bíblica.
2 E disse: Toma agora o teu filho, Além disso, muitas vezes
o teu único filho, Isaque, a quem nós confundimos a adoração com
amas, e vai-te à terra de Moriá; e um lugar específico ou com um
oferece-o ali em holocausto sobre momento envolto em emoção.
uma das montanhas, que eu te direi. Nesse sentido, somos levados a
3 Então, se levantou Abraão pela pensar que para adorarmos preci-
manhã, de madrugada, e albardou o samos ir a certos lugares, bem como
seu jumento, e tomou consigo dois devemos sentir algo. Assim, nessa
de seus moços e Isaque, seu filho; e perspectiva, quando entregamos
fendeu lenha para o holocausto, e algo a Deus, que é nosso louvor, em
levantou-se, e foi ao lugar que Deus um lugar exclusivo, recebemos do
lhe dissera. Pai a alegria, a satisfação, de modo
4 Ao terceiro dia, levantou Abraão
a sermos envolvidos em um êxtase
sensorial. No entanto, como vere-
os seus olhos e viu o lugar de longe.
mos mais adiante, o ato de adorar
5 E disse Abraão a seus moços:
não tem a ver com o local ou com
Ficai-vos aqui com o jumento, e eu
o momento, mas com o fato de
e o moço iremos até ali; e, havendo
entregar o que temos de melhor a
adorado, tornaremos a vós. Deus, de modo a exaltá-lo!
Gn 22.2-5 Diante disso, gostaria de
convidá-lo a caminharmos juntos
Quando falamos em ado- sobre as verdades bíblicas, para
ração, automaticamente somos aprendermos um pouco mais sobre
condicionados a pensar em música. a teologia da adoração.
Isso pode ser comprovado pelo
fato de que adoração ter se tornado PRIMEIRA MENÇÃO
um gênero musical. Nesse sentido,
muitos dizem, quando conduzem o No texto base desta lição, no
louvor no culto: agora vamos ado- versículo 5 do capítulo 22 de Gê-
rar ao Senhor! Portanto, existe uma
Ensinando as Nações Jovem 21
nesis, a palavra adoração aparece
pela primeira vez na Bíblia. Existe
um princípio de interpretação
que diz que a primeira menção de
uma palavra é muito importante,
porque ela será fundamental para
termos o correto entendimento e
interpretação sobre aquele assunto.
O texto bíblico em análise foi
escrito em hebraico. Em português,
a palavra hebraica para adora-
ção tem o sentido de inclinar-se,
prostrar-se. Nesse sentido, quando
Abraão diz que subiria à montanha
com seu filho para adorar, ele dizia
que se inclinaria e se prostraria à
vontade de Deus. Portanto, pode-
-se pensar que, na primeira apari-
ção desta palavra, seu significado
se refere a um comportamento de
submissão perante Deus.
CARACTERÍSTICAS DA
ADORAÇÃO
Quando falamos em ado-
ração, precisamos ter em mente
algumas características importan-
tes para seu entendimento. Assim,
compreenderemos que ela é uma
ação, um compromisso e um sa-
crifício.
Em primeiro lugar, a ado-
ração diz respeito às ações que
devemos tomar para cumprir com
a vontade divina. No primeiro
versículo desse texto (Gn 22.1), é
possível ver que, quando solicita-
Ensinando as Nações Jovem
do, Abraão se prontificou, dizendo
“eis me aqui”. Além disso, ele se
levantou de madrugada, preparou-
-se para sua viagem, pegou seus
servos e filho e foi até o local indi-
cado por Deus, que é chamado de
Moriá. Todas essas ações já com-
preendem a adoração, pois, como
dito anteriormente, ao se prostrar
diante da vontade de Deus, Abraão
já estava adorando.
Em segundo lugar, temos
que a adoração é um compromisso
feito com Deus. No texto bíblico,
vemos que Deus solicita a Abraão
aquilo que era único: seu filho ama-
do, Isaque. Sem questionar nada ao
Senhor, o patriarca assim o faz. Por
conseguinte, é possível ver que o
ato de adorar envolve o compro-
misso genuíno que firmamos com
Deus, mesmo que isso nos custe
aquilo que mais amamos.
Em terceiro lugar, entende-
mos que a adoração envolve um
sacrifício. Como você reagiria se te
fosse pedido de volta aquele carro,
aquela casa, aquele relacionamento
pelo qual você tanto orou? Difícil,
não é mesmo? Agora imagine Deus
pedir que você devolva seu filho,
seu pai ou sua mãe. O Senhor pediu
a Abraão o que ele tanto amava:
seu filho Isaque, gerado de Sara, o
filho da promessa, a concretização
de um sonho.
Quando Deus pede isso a
Abraão, ele quer o coração do pa-
22
triarca. Ele quer a atenção completa
de Abraão. Ele quer que Abraão se
prostre e se incline. A adoração é,
nesse sentido, um ato sacrificial em
que aquilo que mais tem valor em
nossas vidas é colocado diante de
Deus, de modo a enfatizar nossa
submissão total a sua vontade.
Portanto, para adorarmos a Deus
com inteireza de coração, precisa-
mos entregar a ele tudo o que nos é
valioso, pois somente Ele deve ser
o dono de nossos corações. Dessa
maneira, nossa oração a Deus deve
ser: Senhor, não me dê nada que
eu não consiga devolver para ti.
O MOMENTO DA
ADORAÇÃO
No capítulo 13 de Hebreus,
versículo 15, é dito: “Por meio de
Jesus, pois, ofereçamos a Deus,
sempre, sacrifício de louvor, que é o
fruto de lábios que confessam o seu
nome” (Hb 13.15). Quando enten-
demos a adoração como sacrifício
(Rm 12.1), podemos entender que
ela não é feita em um momento es-
pecífico, mas de maneira contínua.
A partir desse entendimento, po-
demos perceber essa adoração não
está condicionada aos momentos
na igreja, ou seja, ela não é realizada
apenas no período do louvor, mas
é um sacrifício realizado continua-
mente. Assim, ele não tem horário
para começar ou terminar, pois ele
Ensinando as Nações Jovem
é inerente à existência humana: en-
quanto existimos, oferecemos sem-
pre o sacrifício de louvor. Então,
aqui entendemos que a adoração
não tem muito a ver com o que fa-
zemos em um momento, mas que
ela tem a ver com aquilo que somos
o tempo todo.
O segundo ponto a ser des-
tacado é concernente ao sacrifício
ser “fruto de lábios que confessam o
seu nome”. Sabemos que o cristão é
chamado para dar frutos (Jo 15.16).
Quando pensamos nessa questão,
somos levados a pensar que o fruto
está diretamente ligado às tarefas,
aos cargos, às funções em um mi-
nistério. Contudo, ao observamos
tanto o texto de Hebreus 13 quan-
to o texto de João 15, vemos que
naquele período não havia toda a
estrutura, com ministérios, depar-
tamentos e campos como existe
hoje. Então, como serviam a Deus
e frutificavam naquele tempo? O
texto de João nos dá a resposta:
frutificar é permanecer na videira.
Logo, frutificar não é fazer algu-
ma coisa, mas é ser semelhante a
Jesus.
Outro ponto sobre esse fruto
é que ele é realizado por lábios que
confessam o nome de Jesus. Nos
Evangelhos, algumas passagens
falam sobre os lábios. Em duas
delas é enfatizada a necessidade de
haver coerência entre o que é dito e
o que é praticado, uma vez que os
23
fariseus honravam com a boca, mas
estavam com o coração distante de
Jesus (Mt 15.8; Mc 7.6). Em outro
texto, ao falar sobre a boca, o Mestre
diz que a boca fala de acordo com
o que há no coração (Mt 12.34).
Portanto, para realizarmos uma
adoração coerente, precisamos
desesperadamente encher nossos
corações de Cristo, para que, dessa
forma, possamos apresentar conti-
nuamente nosso louvor a Ele!
O LOCAL DA ADORAÇÃO
No capítulo 4 de João, do
versículo 1 ao 30, temos um texto
que nos permite fazer algumas re-
flexões sobre a adoração. Trata-se
da passagem que apresenta um
diálogo entre Jesus e uma mulher
de Samaria. Para entendermos,
precisamos ter consciência, pri-
meiramente, que os judeus não
costumavam conversar com os
samaritanos, por uma questão
histórica.
Além de quebrar um para- o seu nome.
digma, essa conversa traz pontos
emblemáticos. Ela começa com o
Mestre pedindo água, passa pela
menção de adultério cometido por
aquela mulher e termina com a
indagação: seria este, porventura,
o Cristo? (Jo 4.29). Apesar de po-
dermos explorar cada um desses
pontos, vamos nos deter ao nosso
Ensinando as Nações Jovem
objeto de estudo: a adoração.
A dilema daquela mulher é
a dúvida, não expressa, de muitas
pessoas nos dias atuais: afinal, onde
se deve adorar? Como resposta, a
mulher recebe algo que extrapola a
compreensão da época: não impor-
ta o lugar da adoração, mas que ela
seja em espírito e em verdade (Jo
4.21-23). A adoração em espírito
acontece quando o espírito do ho-
mem conversa com o de Deus. Por
sua vez, a adoração em verdade se
dá quando nós evidenciamos quem
Deus é. Por conseguinte, é possível
traçar um paralelo com o texto de
Hebreus: quando confessamos a
Cristo, em verdade, estamos pro-
ferindo sacrifícios de louvor, em
espírito.
Que o Senhor Jesus nos aju-
de a adorá-lo da maneira certa, não
apenas por meio de louvores entoa-
dos em um momento específico do
culto, em um local designado para
isso, mas constante e sacrificial-
mente, a fim de engrandecermos
PENSAMENTO
A verdadeira ado-
ração acontece quando seu
espírito responde a Deus, e
não a alguma melodia mu-
sical. (Rick Warren)
24

EVANGELISMO COMO
ESTILO DE VIDA
a bíblia diz
2 Vós sois a nossa carta, escrita em
nossos corações, conhecida e lida por
todos os homens,
3 porque já é manifesto que vós
sois a carta de Cristo, ministrada
por nós e escrita não com tinta, mas
com o Espírito do Deus vivo, não em
tábuas de pedra, mas nas tábuas de
carne do coração.
2 Co 3.2,3
Segundo Donald S. Whit-
ney, em seu livro Disciplinas
Espirituais para a Vida Cristã, na
página 124, “o evangelismo deve
ser tratado como uma Disciplina,
pois o evangelho é o transbordar
natural da vida Cristã. Todos nós
devemos ser capazes de falar sobre
o que o Senhor fez por nós e o que
Ele significa para nós. Mas o evan-
gelho também é uma Disciplina,
pois devemos nos disciplinar para
entrar no contexto do evangelismo,
isto é, não devemos simplesmente
esperar que as oportunidades de
Ensinando as Nações Jovem
06
21
20
May 09
,
testemunhar ocorram”.
Dessa forma, pode-se
entender que o evangelismo e
o evangelho devem ser viven-
ciados como uma disciplina,
porquanto tanto a ação de evan-
gelizar quanto as boas-novas
são importantes para a conso-
lidação da vida cristã. Diante
disso, precisamos desenvolver
tal disciplina, de modo a nos
aperfeiçoarmos cada vez mais
em Cristo.
ENQUANTO EU VOU,
DEVO PREGAR (Mt 28.19)
Muito se fala sobre ter
o evangelismo como o estilo
puro e único de viver do cris-
tão. Inclusive o Youtube e os
sites de pesquisa estão cheios
de estudos e resumos sobre
esse assunto, vindos das mais
variadas correntes teológicas e
denominações, demonstrando a
preocupação de todos, do nosso
meio, em entender que essa tão
grande missão deve ser o tópico
25
principal de nossa existência
enquanto seres pensantes. Com
isso, é necessário que tenhamos
nossas experiências pessoais
com Deus, de modo que nos au-
xiliem na pregação da palavra,
no ato de discipular as pessoas,
no enfrentamento de batalhas
pessoais e por todas as áreas da
vida.
Apesar disso, muitos fa-
lam acerca do ide, porém falham
ao interpretar o texto bíblico,
o que tem gerado uma bola
de neve teológica: as pessoas
estão concentradas apenas em
ir, deixando de lado tudo o que
envolve essa ação.
Talvez isso, inicialmente,
cause um pouco de estranha-
mento, porém eu vou explicar.
Jesus disse: “portanto, ide[...]”.
Ok, devemos ir mesmo, sair do
comodismo, ser igreja (chama-
dos para fora), existir, mostrar
quem somos e para o que fomos
chamados. Contudo, ir aonde?
Fazer o quê? Basta apenas ir?
A resposta a essas per-
guntas nos mostra que qualquer
um pode “ir”, porém nem todos
são capazes de fazer discípu-
los. Assim, uma seita pode ir,
uma denominação que prega
heresias pode ir, até mesmo
Ensinando as Nações Jovem
um incrédulo pode ir! Contudo,
o “fazei discípulos” não é para
qualquer um. Para fazer discí-
pulos, precisamos da vivência e
do conhecimento do evangelho
e de Cristo Jesus.
Para que não houvesse
dúvida, o próprio Mestre nos
esclarece que é somente pela
pregação do evangelho que
podemos fazer discípulos (Mc
16.15,16). Sem o evangelho ver-
dadeiro é até possível realizar
algumas ações, como criar es-
pectadores de culto, consolidar
consumidores fiéis do mercado
gospel e de eventos grandiosos,
gerar grandes receitas no final
do mês. Apesar disso, não será
possível fazer discípulos como
Jesus ordenou, porquanto so-
mente a mensagem que expõe
a verdade sobre o pecado e
aponta para o Cristo ressuscita-
do é que pode gerar discípulos
verdadeiros para o Reino de
Deus. Isso porque essa mensa-
gem não faz acepção de pessoas,
visto que não está interessada
em quem pode oferecer mais
ou menos, não está firmada em
nossos méritos, mas iguala to-
dos os pecadores à condição de
inimigos de Deus, a menos que
sejamos reconciliados com Ele
26
através de Jesus.
Após isso, entendemos a
ordem: “Ide e fazei discípulos de
todas as nações”. Apenas ir não
basta, pois a ordem de Jesus é
que façamos discípulos. Então,
como faremos isto? Simples:
indo pelo mundo, pregando
o Evangelho através da nossa
vida! Dessa forma, antes de
sermos família, antes de sermos
membros de igreja, antes de ser-
mos estudantes, antes de sermos
profissionais, antes de sermos
pessoas públicas e expostas, que
sejamos Cristãos!
DISCIPULAR (Mt 28.20)
Se você fosse o discipula-
dor dos seus pais, seus irmãos,
dos seus colegas de escola, do
seu melhor amigo(a), da sua
namorada(o), e essas pessoas
fossem novas convertidas, des-
viadas, ou não convertidas ain-
da, elas seguiriam Jesus como
Senhor e Salvador de suas vidas
realmente? E se você fosse o seu
próprio discipulador, você real-
mente estaria seguindo Jesus?
Ou estaria desviado dentro da
igreja? Se a resposta for negati-
va, é necessário repensar o que
tem sido feito, pois somos os
Ensinando as Nações Jovem
discipuladores de todos aque-
les que estão ao nosso redor,
ou seja, existem muitas pessoas
aprendendo conosco, espelhan-
do-se em nossos exemplos e
observando cada ato ou palavra.
A ordem é bem impera-
tiva. Jesus pede que, quando
o aceitarmos e servirmos a Ele
como Único, Eterno e Suficiente
Salvador de nossas vidas e se-
guirmos os seus mandamentos,
nós venhamos a ensinar aos
outros a mesma coisa. Nesse
sentido, devemos ensinar os ou-
tros a guardar os ensinamentos,
por mais que tenhamos ciência
de nossas limitações e dos de-
safios impostos à juventude.
Apesar dessas dificuldades,
temos a certeza que Jesus está
conosco até a consumação dos
séculos (Mt 28.20), o que nos
dá uma força para lutar contra
nós mesmos e contra os pecados
que tão de perto nos rodeiam.
Assim, por entendermos a obra
realizada por Cristo em nossas
vidas e por termos a certeza de
que ele está conosco, devemos
ter empatia com nossos irmãos,
ensinando-os conforme o exem-
plo do Mestre, de modo a ser-
mos discipuladores sensíveis à
voz do Espírito nos dias atuais,
27
para que assim possamos ajudá- do reino de Deus para o povo
-los na caminhada rumo a nosso de Israel, Jesus respondeu que
destino comum: o céu. não é necessário preocuparmos
com o tempo de Deus para res-
TESTEMUNHAR (At 1.8) tauração e que o Espírito Santo,
juntamente com seu poder e
Testemunhar significa virtudes, iria fazer as mudanças
“dar testemunho de ou acer- necessárias para que o Reino
ca de; fazer declaração como de Deus fosse testemunhado
testemunha; declarar ter visto, através do povo. Então, não se
ouvido ou conhecido; perceber preocupe com o tempo, os lo-
pela visão; ver, presenciar, tor- cais que deseja chegar ou com
nar manifesto, expresso; reve- a forma que Deus fará. Não se
lar sua intenção, mostrar com apavore, acalme-se. Prepare-se!
clareza; tornar evidente; con- Aprenda! Conheça o Pai, o Filho
firmar, comprovar, demonstrar e o Espírito Santo. Viva somente
gratidão”. aquilo que o Espírito Santo te
Uma pergunta surge direcionar a viver. Seja sensível
diante desses conceitos: como ao mover D’Ele e você verá as
ser testemunha sem, contudo, mudanças na sua vida e através
conhecer o autor da ação? Isso dela. Após isso, alcançaremos
é impossível. Para testemunhar- a promessa de Jesus que diz
mos precisamos estar juntos, que seremos suas testemunhas
caminhar lado a lado, conhecer “tanto em Jerusalém como em toda
os passos de nosso Senhor. Por- a Judéia e Samaria e até aos confins
tanto, só conseguiremos fazer da terra”. O Céu é o limite.
isso quando deixarmos o Espíri-
to Santo cumprir o querer d’Ele
em nossas vidas, moldando-nos
O cristão não só pode,
e direcionando-nos sempre para
PENSAMENTO

como deve se cercar de boas

mais perto de Jesus.
companhias, de pessoas que o
No entanto, tudo faz par-
aproximarão de Deus, porém,
te de um processo. Ao ser ques-
mais do que isso, nós também
tionado se já era aquela hora
devemos ser essas boas com-
que seria feita a restauração
panhias.
Ensinando as Nações Jovem 28

APRENDENDO A
SERVIR
a bíblia diz
24 E houve também entre eles contenda
sobre qual deles parecia ser o maior.
25 E ele lhes disse: Os reis dos gentios
dominam sobre eles, e os que têm autoridade Colossenses 3.2 nos instrui, deve-
sobre eles são chamados benfeitores.
26 Mas não sereis vós assim; antes, o
maior entre vós seja como o menor; e quem
governa, como quem serve.
27 Pois qual é maior: quem está à mesa ou
quem serve? Porventura, não é quem está
à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como
aquele que serve.
28 E vós sois os que tendes permanecido
comigo nas minhas tentações.
29 E eu vos destino o Reino, como meu Pai
mo destinou,
30 para que comais e bebais à minha mesa
no meu Reino e vos assenteis sobre tronos,
julgando as doze tribos de Israel.
Lc 22.24-30
A MORDOMIA
Ao se tratar de mordomia, cionou.
no sentido de tranquilidade,
nossos corpos são inclinados à
comodidade, ao prazer e à pregui-
ça. Devemos nos disciplinar para
mantermos nossa vida conforme
a vontade de Deus, pois estamos que requer motivação, dedicação,
nesse mundo de passagem. Em al- tempo e amor. Não é dar a sobra
Ensinando as Nações Jovem
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May 16
gumas ocasiões temos dias maus,
pensamentos culposos e atitudes
ruins, mas devemos manter o
autocontrole. Assim, conforme
mos manter nossos pensamentos
nas coisas do alto, não nas que são
daqui da terra.
Como mordomia, no senti-
do de trabalho, considera-se todo
o serviço que o crente realiza para
Deus, sendo o seu comportamen-
to disciplinado ou não. Dessa
forma, o cristão torna-se um ad-
ministrador das coisas do Reino,
de maneira a ser responsável
pela gestão de bens espirituais e
materiais que lhes são concedidos.
Diante disso, é preciso que tenha-
mos maturidade para administrar
aquilo que o senhor nos propor-
O SERVIÇO
Servir a Deus não é uma
tarefa fácil. É um serviço árduo
29
do seu tempo, mas ter disciplina
para gerenciar suas prioridades,
realizando-as com eficiência, efi-
cácia, de modo a dedicar sempre
o seu melhor.
A Bíblia nos ensina a servir
ao Senhor com alegria (Sl 100.2-4).
Assim, podemos aprender que,
por mais difícil que seja a situação
enfrentada no cotidiano, devemos
seguir fazendo a obra do Senhor
com alegria em nossos corações.
Ademais, o serviço deve
ser feito por todos os cristãos. Je-
sus, ao falar aos seus discípulos,
afirma que o campo de trabalho
é imenso, porém que os trabalha-
dores são poucos (Mt 9.37). Nesse
sentido, existe uma necessidade
de que todos se engajem no ser-
viço, em qualquer área que seja,
para que possam cumprir com o
chamado do mestre.
Muitas pessoas, no entan-
to, pensam que só existem aquelas
obras que são mais visíveis, como
a pregação ou o canto. Dessa for-
ma, são levadas a perseguirem
um objetivo que nem sempre
é condizente com seus dons e
habilidades. Por conseguinte,
precisam entender que existe
uma diversidade de áreas em que
podem servir, dentro da igreja e
fora dela, de modo a contribuir
para o crescimento do Reino de
Ensinando as Nações Jovem
Deus aqui na terra.
Como áreas de atuação,
além da ministração da palavra
e do canto, existem o ensino, a
docência, seja para crianças ou
para adultos, o serviço de limpeza
da igreja, a equipe da cozinha, a
equipe de oração, a liderança de
departamentos, o diaconato, a
assistência social, dentre outros.
Entre essas possibilidades,
deve-se ter ciência que não há
serviço mais honroso ou menos
honroso. A lógica do Reino não
mede a importância pelo cargo
ocupado, pela ação executada,
mas pela capacidade de desempe-
nhar o papel que lhe foi atribuído,
segundo a vontade de Deus, para
a operação no corpo de Cristo (1
Co 12.12-27).
Portanto, precisamos de-
senvolver uma melhor consciên-
cia do que é o serviço na igreja,
como igreja e para a igreja.
VERDADES ACERCA DO
SERVIÇO
Como mencionado ante-
riormente, servir não é simples-
mente ter um cargo, mas valorizar
o chamado e trabalhar em prol do
crescimento da igreja, de modo a
refletir nas pessoas a importância
dessa convocação. Por conseguin-
30
te, independente do serviço para o das por suas próprias paixões e
qual foi chamado, deve-se contri- vontades. Assim, ao trabalhar
buir para o melhor desempenho para Deus, muitos querem ser
e edificação do corpo, por meio conhecidos, querem ser citados,
da união em prol de um único querem ganhar dinheiro, querem
propósito (Ef 4.4-12). ter prestígio. Contudo, esquecem-
Outro ponto que precisa -se de que tudo o que fizermos
ser questionado é que, quando deve ser para glorificar a Deus (1
ouvimos a palavra serviço, pen- Co 10.31).
samos logo em ajuda. Contudo, Por conta disso, deve-se
esse ato vai muito além de ajudar constantemente perguntar o por-
a alguém, pois envolve uma con- quê de estar se dispondo à obra,
dição de fazer o bem a outrem para avaliar se, de fato, estamos
sem medir esforços, isto é, servir com a motivação alinhada com
com prazer, de maneira a refletir a vontade de Deus. Assim, deve-
felicidade, não por obrigação ou mos servir da seguinte forma:
por qualquer outro sentimento.
A esse respeito, Paulo, em Atos • Pela obediência (Dt 13.4) -
20.35, afirma: “... trabalhando assim, Quando obedecemos a Deus,
é mister socorrer os necessitados e re- temos prazer em fazer sua
cordar as palavras do próprio Senhor vontade, além de que reconhe-
Jesus: Mais bem-aventurado é dar cemos o senhorio de Cristo em
que receber”. Portanto, aqueles que nossas vidas.
tem prazer em doar sua vida em
prol dos necessitados cumprem • Pela gratidão (1 Sm 12.24)
com a vontade de nosso Mestre. - Quando somos gratos, reco-
nhecemos a bondade e mise-
MOTIVAÇÕES PARA O ricórdia de Deus em nossas
SERVIÇO vidas, o que culmina em um
serviço de retribuição por tudo
Para servir a Deus, também o que Ele nos tem feito.
é necessário que se tenha a mo-
tivação correta. Muitas pessoas • Pela alegria (Sl 100.2) - Paulo
acabam tendo uma motivação nos ensina que devemos estar
incoerente com o que ordena a alegres no Senhor (Fp 4.4).
palavra de Deus, pois são leva- A partir desse sentimento,
Ensinando as Nações Jovem 31
 podemos executar sua obra gratificante. Tendo em vista a
sem pesar, de modo a oferecer bondade de Deus de nos presen-
nosso melhor. tear com nossos dons, os quais
podem ser colocados à disposição
• Pelo perdão, não pela culpa do próximo, podemos considerar
(Is 6.6-8) - Devemos ser moti- um bom servo aquele que sempre
vados pelo perdão. Na oração está pronto para perseguir novos
do Pai Nosso, entendemos que desafios. Assim, quando receber
quando nossa energia é esse a incumbência de um serviço,
sentimento, também somos faça-o como se ele fosse o melhor
perdoados por Deus (Mt 6.12). da sua vida, de modo a agradar a
Deus e não aos homens. Entenda
• Pela humildade (Jo 13.12- que todas as coisas cooperam
16) - Porque Cristo é manso e para o bem daqueles que amam
humilde, assim também de- a Deus (Rm 8.28).
vemos ser. Portanto, devemos Como uma pessoa que re-
desempenhar nossas funções presenta a Cristo, seja um servo
sempre com esse sentimento, para evangelizar. Apresente-se,
para sermos semelhantes ao também, em prontidão como
nosso Mestre. um soldado na batalha, pronto
para lidar com o desconhecido,
• Por amor (Gl 5.13) - Porque ajudando a quem precisar, não
Deus amou o mundo, Ele en- sabendo do que irá encontrar lá na
viou seu filho. Jesus, por sua frente, mas confiando nas ordens
vez, ensina-nos a amarmos de seu líder e seguindo sempre
nosso próximo como Ele nos em frente.
amou. Portanto, devemos ter o
mesmo sentimento, pois todos
nossos atos devem ser feitos
PENSAMENTO

por meio dele (1 Co 16.14). “Portanto, quer comais, quer

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Servir ao Senhor é uma
dádiva, pois, quando você faz
com amor, tudo se torna mais
Ensinando as Nações Jovem
bebais ou façais outra coisa
qualquer, fazei tudo para a
glória de Deus” (Apóstolo
Paulo).
32

SIMPLICIDADE
a bíblia diz
15 E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-
vos da avareza, porque a vida de qualquer
não consiste na abundância do que possui.
Lc 12.15
Vida e estilo de vida são dois
conceitos diferentes, mas perten-
cem um ao outro. São praticamente
inseparáveis. Todos aqueles que
nascem de novo, “da água e do Espí-
rito”, recebem uma nova vida, isto
a partir dos méritos do Salvador,
conquistados na cruz do calvário.
Então, se recebemos uma nova
vida, consequentemente o estilo
de vida não permanece o mesmo.
Contudo, quais são as carac-
terísticas deste novo jeito de viver?
Como o nascido de novo se diferen-
cia em seu estilo de vida daqueles
que não confessaram a Cristo como
Ensinando as Nações Jovem
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May 23
seu salvador? Como enfrentam
os desafios do mundo moderno?
Como lidam com a toda a criação
de Deus, a natureza e seus recursos
criados para deleite de todos?
Todas estas perguntas sobre
as disciplinas da vida cristã estão
sendo respondidas nesta lição.
Falaremos sobre a simplicidade,
que também é uma característica
proveniente de uma nova reali-
dade interior, resultante do novo
nascimento em Jesus Cristo.
A SIMPLICIDADE QUE O
MUNDO NÃO TEM
O coração do homem é ine-
vitavelmente fraturado e fragmen-
tado, perdido em um labirinto de
realizações pessoais que competem
entre si. Ansiamos a posse de coisas
desnecessárias, como o dinheiro
que não temos, para impressionar
pessoas que não conhecemos. So-
mos levados a sentir vergonha de
usar roupas ou de dirigir carros que
não são novos ou seminovos, o que
é movido empresas de propaganda
que nos impõem dia após dia uma
realidade consumista que adoece a
33
alma e vai de encontro à simplici-
dade proposta por Jesus, que dei-
xou claro em suas palavras que “...
a vida de um homem não consiste na
quantidade dos seus bens” (Lc 12.15).
Muitos reagem a isso de
forma enganosa, passando a buscar
por uma vida simples, apegando-
-se à cultura minimalista, em que
se ensina que a vida deve ser sim-
plificada, vivendo somente com
o que é essencial e indispensável.
Um primeiro olhar a este estilo de
vida pode até parecer bom, sábio
ou lógico, mas o efeito é super
limitado. Isso porque esse tipo de
simplificação visa nossas circuns-
tâncias, o mundo que nos rodeia,
porém, a Bíblia fala sobre um tipo
bem diferente de simplicidade que
nos envolve com Deus e com o pró-
ximo. As Escrituras nos chamam
para uma simplicidade que não
provém puramente da decisão de
ter um estilo de vida diferente, mas
que surge do caráter do Deus, que
nos dá uma nova vida através de
Jesus. Essa ênfase na simplicidade
proveniente de um novo coração é
essencial, pois, dentre todas as dis-
ciplinas cristãs, a da simplicidade é
a mais visível, sendo assim, a mais
sujeita à corrupção. Paulo em sua
segunda epístola aos coríntios dei-
xa clara essa preocupação, temen-
do que os filhos de Deus “...sejam
de alguma sorte corrompidos os vossos
sentidos, e se apartem da simplicidade
Ensinando as Nações Jovem
que há em Cristo” (2 Co 11.3b).
COMO TER UMA VIDA
SIMPLES À LUZ DAS
ESCRITURAS?
Quando a bíblia se dirige
aos ricos, temos a tendência de
pensar que não se dirige a nós,
uma vez que a riqueza é entendida
como algo restrito a milionários.
Entretanto, quando comparamos
a simplicidade palestina dos tem-
pos de Jesus com a sofisticação do
mundo em que vivemos, podemos
concluir que estamos longe do
estilo de vida simples de um cam-
ponês do primeiro século. Fazendo
uma comparação contemporânea,
quando analisamos as condições
da maioria de nós, brasileiros, que
nos alimentamos, dormimos em
uma cama limpa e vestimos roupas
limpas todos os dias, ao comparar-
mos com as vastas populações do
mundo em desenvolvimento, não
importa quão simples seja nosso
estilo de vida, pois somos ricos!
Deste modo, a primeira
epístola de Paulo a Timóteo deixa
claro: “Ordene aos que são ricos no pre-
sente mundo” - ou seja, a nós - “que
não sejam arrogantes, nem ponham
sua esperança na incerteza da riqueza,
mas em Deus, que de tudo nos provê
ricamente, para a nossa satisfação” (1
Tm 6.17). Em outras palavras, des-
frute dos dons de Deus na criação,
mas nunca desfrute dos mesmos a
34
ponto de serem ilusoriamente mais
termo aramaico para riqueza era
satisfatórios do que Deus. Portanto,
“mamom” e Jesus a condenou
seja grato a Deus por eles e experi-
como um deus do presente século
mente Deus neles, pois Ele nos dá
(Lc 16.13). No sermão do monte, o
boas dádivas da criação para serem
primeiro destaque feito por Jesus
desfrutadas como expressões de é justamente sobre esse aspecto do
sua própria natureza, que nos éestilo de vida, ao afirmar que são
totalmente satisfatória.
“bem-aventurados os pobres de espí-
O objetivo principal das Es-
rito, porque deles é o Reino dos céus”
crituras é nos apresentar e engran-
(Mt 5.3). Ele disse: “onde está o teu te-
decer a verdade suprema, a beleza
souro, aí estará também teu coração”,
e o valor de Jesus Cristo, que é a
que é precisamente a razão de ele
revelação final e completa de Deus
ordenar a seus seguidores: “Não
aos homens (Hb 1.1-3; Jo 14.8-10; Cl
acumuleis para vós outros tesouros
1.15). Esse é o objetivo não somente
das Escrituras, mas também de sobre a terra” (Mt 6.19). Jesus não
todas as coisas, pois ao compreen-
estava dizendo que o coração deve-
der o propósito de Deus para a ria ou não estar onde está o tesouro.
humanidade, passamos também a Ele estava afirmando o simples
engrandecer a verdade suprema, a
fato de que, onde quer que você
beleza e o valor de Deus em Jesus
encontre o tesouro, aí encontrará
Cristo, para a glória do pai. Quan-
o coração.
do passamos a viver este propósito
Jesus exortou o jovem rico
sublime e supremo, mostramos
para o mundo que Jesus é melhora não ter apenas uma atitude in-
terior de desapego a suas posses,
do que a vida, porquanto Ele é o
mas literalmente a livrar-se delas,
objetivo da vida. Passamos a gastar
dinheiro de uma forma a mostrarcaso desejasse o Reino de Deus (Mt
19.16-22). Aconselhou às pessoas
que Jesus é melhor do que dinhei-
ro. Estudamos e aprendemos uma que vinham buscar a Deus: “Ven-
profissão para mostrar que Jesus
dam o que têm e deem esmolas. Façam
é melhor do que a educação e a para vocês bolsas que não se gastem
profissão e assim por diante. com o tempo, um tesouro nos céus que
não se acabe, onde ladrão algum chega
JESUS, O PADRÃO DE perto e nenhuma traça destrói” (Lc
SIMPLICIDADE 12.33). Jesus disse que se realmente
desejamos o Reino de Deus, uma
Jesus declarou guerra ao vez que já conhecemos o tesouro
materialismo do seu tempo. O
Ensinando as Nações Jovem 35
da salvação, devemos ser como
um negociante que procura boas
pérolas, e, tendo achado uma de
grande valor, dispõe-se a vender
tudo para consegui-la (Mt 13.45,46).
Por conseguinte, ele chamou a to-
dos os que quisessem segui-lo para
uma vida alegre, despreocupada e
isenta de cuidados materiais: “Dê a
todo o que lhe pedir, e se alguém tirar o
que pertence a você, não lhe exija que o
devolva” (Lc 6.30).
Um grande destaque de
uma vida simples é que ela não
envolve somente você e Deus,
mas também o próximo e suas
necessidades. Ter nossos bens
disponíveis aos outros indica uma
atitude interior da simplicidade.
Martinho Lutero disse: “Se nossos
bens não estão disponíveis à comuni-
dade, são bens roubados”. O motivo
por que achamos estas palavras tão
difíceis é o nosso temor do futuro.
Agarramo-nos às nossas posses
em vez de reparti-las, porque nos
preocupamos com o dia de ama-
nhã. Se, porém, cremos que Deus
é quem Jesus disse ser, então não
precisamos temer.
A IMPORTÂNCIA DO
CONTENTAMENTO
Ainda não estamos no céu,
não chegamos no paraíso prome-
Ensinando as Nações Jovem
tido nem estamos além da morte.
Ainda não estamos livres das
doenças, fome, injustiça, pobreza,
vícios, ódios etc. Portanto, pensar
em maximizar os confortos, segu-
ranças e prazeres que o mundo
oferece é uma leitura errada da
vida com Cristo. Estamos em
guerra com o deus deste mundo
e as escolhas e prioridades que
temos hoje possuem efeitos e con-
sequências eternas. Por isso, estar
contente com o que temos anda de
mãos dadas com uma vida simples.
Encontrar plena satisfação em Jesus
e viver suas promessas é a prova
que estamos no caminho certo (Hb
13.5). No entanto, quando passa-
mos a viver de modo a não levar
em consideração a suficiência de
Cristo, começamos a preencher o
vazio com distrações e obrigações
sem propósito divino. Por isso, de-
vemos fazer um esforço real se qui-
sermos abraçar uma vida simples.
Simplicidade é o des-
PENSAMENTO
canso que a alma alcança
quando encontra redenção,
satisfação e respostas em
Deus. (Rev. Jose Mendon-
za)
36

JEJUM: COMO E
PARA QUÊ?
a bíblia diz
16 E, quando jejuardes, não vos mostreis
contristados como os hipócritas, porque
desfiguram o rosto, para que aos homens
pareça que jejuam. Em verdade vos digo que
já receberam o seu galardão.
17 Porém tu, quando jejuares, unge a
cabeça e lava o rosto,
18 para não pareceres aos homens que
jejuas, mas sim a teu Pai, que está oculto;
e teu Pai, que vê o que está oculto, te
recompensará.
Mt 6.16-18
A palavra jejum, em seu
sentido literal, é definida como
a abstinência de alimentos e/ou
bebidas por um período deter-
minado. Contudo, o jejum, sem
propósito espiritual, não passa de
um regime ou uma dieta. Como
cristãos, precisamos entender que
a prática correta do jejum trans-
cende a sua conotação, produzin-
do em nós resultados intangíveis.
Nos tempos bíblicos, as
pessoas tinham o costume de je-
juar (Ed 8.23; Ne 1.4; Jl 1.14). Mas,
em nenhuma parte das Escrituras
Ensinando as Nações Jovem
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encontramos o jejum como uma
ordem. Apesar disso, no texto de
Mateus 6.16-18, observamos Jesus
nos instruindo a jejuar, ao usar a
frase: “quando jejuares” e não “se
jejuares”, porque Ele esperava que
jejuássemos, não apenas para se-
guir um mandamento, mas para
que tivéssemos iniciativa, disposi-
ção e prontidão para fazê-lo.
Kenneth Hagin disse que
“o jejum não muda a Deus, mas
muda quem jejua”. Isto é, Deus é
o mesmo antes, durante e depois
do jejum. Ele não precisa ser mu-
dado. Como a sua Palavra diz em
Romanos 12.2b, a sua vontade é
boa, agradável e perfeita. Desse
modo, jejuar não é uma forma de
conseguir “convencer” Deus a
fazer nossa vontade, assim como,
também, não é a maneira de pro-
var para as pessoas que somos
mais elevados espiritualmente do
que os demais, porquanto o ato
nem sequer nos leva a ter “crédi-
tos” com Deus.
Na Bíblia, o objetivo do
37
jejum é justamente o contrário.
Indica obediência, reverência e
sujeição à vontade de Deus, de
modo a reconhecer que Deus sabe
o que é melhor para nossas vidas e
demonstrar nosso desejo de viver
na dependência dele.
PELO QUE JEJUAR?
O propósito do jejum
deve ser espiritual, ou seja, o je-
jum é espiritual. A Bíblia nos dá
exemplos de motivos para jejuar,
como: consagração (Nm 6.3,4),
arrependimento de pecados (1 Sm
7.6), luto (2 Sm 1.12), aflições (2 Cr
20.3), busca por proteção (Et 4.16),
em situações de enfermidade (Sl
35.13), intercessão (Dn 9.3, 10.2,3),
preparação para batalha espiri-
tual (Mt 17.21), estar com o Senhor
(Lc 2.37), ministrar ao Senhor (At
13.2), entre outros.
Note que, na Bíblia, não
encontramos exemplos de situa-
ções em que se jejuava em busca
de bens materiais e outras ques-
tões financeiras. Apesar disso,
Deus pode nos abençoar nessa
área independentemente do je-
jum, pois Ele expressa esse desejo
em sua Palavra constantemente
(Mt 7.11; Is 1.19). Por conseguin-
Ensinando as Nações Jovem
te, enriquecer não deve ser nosso
alvo ao jejuar.
A forma como começa-
mos, conduzimos e terminamos
o jejum determinará seu sucesso.
Dessa maneira, você fará seu
tempo com Deus mais relevante
e espiritualmente gratificante. O
próprio Jesus teve o zelo de nos
orientar até mesmo na motiva-
ção com que deveríamos jejuar,
deixando claro que o jejum rea-
lizado de forma correta nos gera
recompensa.
QUE FORMA CORRETA
SERIA ESSA?
Não chame atenção
Você não precisa esconder
nem mentir para os outros. Tam-
bém não precisa sair por aí com a
cara pálida demonstrando estar
morrendo de fome, ou postar nas
redes sociais: “Jejuando hoje!!!”.
Apenas aja com discrição (Mt
6.16-18). O jejum deve ser feito
somente para Deus. O benefício é
nosso, mas o sacrifício é para Ele.
Faça seu compromisso
Ore apresentando o tipo de
38
jejum que irá adotar, qual será a
duração e o tempo que dedicará
à oração e à leitura da Palavra, o
que será abordado mais adiante.
Fazer esses compromissos com
antecedência o ajudará a sustentar
seu jejum quando as tentações físi-
cas e as pressões da vida tentarem
te induzir a desistir (Ec 5.4,5).
Seja responsável
Tenha o cuidado de con-
siderar as circunstâncias de sua
vida para escolher como irá jejuar,
a exemplo de situações em que
seu trabalho não permita abster-
-se das refeições por um longo
período, ou caso tenha algum pro-
blema de saúde, com alimentação
restrita, ou uso de medicamentos
e remédios específicos (Pv 3.7,8). Jejum normal
jejum aplicado por Paulo em sua
conversão (At 9.9).
Jejum parcial
É a restrição de determina-
dos alimentos ou refeições por um
período específico. Abster-se por
um período de um único alimento
mais agradável o paladar, como:
doces, chocolate, arroz, refrige-
rantes. Por não ocorrer a privação
total da alimentação, pode durar
dias, semanas, meses e até mes-
mo anos. O profeta Daniel cita os
alimentos com os quais se privou
durante três semanas, que foram
manjar desejável, carne e vinho.
Ele se absteve de alguns alimen-
tos, mas não de todos (Dn 10.2,3).

TIPOS DE JEJUM É a privação de alimentos

com o consumo de água. Vale
Jejum total ressaltar que, de forma nenhuma,
esse gênero invalida o sacrifício
É aquele em que se priva do jejum diante de Deus.
de todas as refeições e de água.
Ele pode ser adotado por no má- Outros tipos de jejum
ximo três dias, devido aos danos
causados à saúde pela ausência Existem diversos tipos de
de água no organismo. O livro jejum que não são de alimentos
de Atos nos mostra que esse foi o (Dn 10.2,3). Nesses versículos,
Ensinando as Nações Jovem 39
Daniel não usou perfume por três
semanas. No livro de 1 Coríntios
Paulo fala sobre a possibilidade
de um casal se privar de relações
sexuais por um curto intervalo
de tempo para se dedicar mais à
oração (1 Co 7.5). Outro exemplo
seria a abstinência de eletrônicos
e seus componentes, como: televi-
são, celular, filmes, internet, redes
sociais, ou se abdicar de qualquer
atividade, hábito ou privilégio,
para concentrar-se em se aproxi-
mar mais de Deus.
JEJUANDO PARA NOS
SUPRIR
Por fim, você pode jejuar
como quiser, por algumas horas,
por um dia inteiro ou por vários
dias, desde que você renuncie ao
que realmente te custe, de ma-
neira a mostrar para sua carne
que seu maior anseio é suprir
sua saudade de Jesus, bem como
se aconchegar nos braços do Pai
e ouvir sua voz. Ademais, deve-
-se ter ciência que o propósito
supremo do jejum é fortalecer sua
intimidade com Deus.
Quando jejuamos nos tor-
namos sensíveis às coisas espiri-
tuais, ou seja, nos aproximamos
Ensinando as Nações Jovem
da maravilhosa presença do
Senhor e revigoramos nosso es-
pírito, alcançamos discernimento
espiritual e resistência contra as
tentações do inimigo.
Contudo, não admita que
seu jejum se torne um mero regi-
me. Para tanto, coloque sua vida
na presença do Senhor, arrepen-
da-se, ore, busque sua face, me-
dite em sua Palavra, pois, dessa
maneira, você poderá saborear os
frutos da comunhão com nosso
Deus (Jo 14.21).
Quero terminar dando-lhe
um incentivo: caso não tenha esse
hábito, aplique regularmente o
jejum em sua rotina. Experimente
o poder que essa orientação dada
por Jesus exerce em sua vida (Mc
9.29), para que desfrutes de um
excelente momento de comunhão
com o Pai.
PENSAMENTO
Jejum é a única fome
que fortalece o homem.
(Guilherme Theos)
40

SOLITUDE
a bíblia diz
35 E, levantando-se de manhã muito cedo,
estando ainda escuro, saiu, e foi para um
lugar deserto, e ali orava.
Mc 1.35
Nos anos 90 estreava nas
telas da TV americana a franquia
denominada Home Alone, conhe-
cida no Brasil como “Esquece-
ram de mim!”. Era um daqueles
especiais natalinos que contava
a história de um garoto que foi
esquecido em casa em pleno na-
tal. A história, além de divertida
(pelos menos até 10ª repetição
na “Sessão da tarde”), traz várias
lições, em especial sobre um dos
nossos medos mais atuais: a soli-
dão. Apesar disso, ficar sozinho
é, em certas situações, o desejo de
muitos.
No filme, tão logo que se
viu sozinho naquela casa sem-
pre agitada, nosso personagem
interpretado por Macaulay Cul-
kin rompe o silêncio com gestos
entusiasmados e a seguir com
barulho reconfortante da TV, com
filmes e seriados. Isso não nos soa
familiar?
Ensinando as Nações Jovem
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1
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,2
Jun 06
Você se lembra da última
vez em que, voluntariamente,
ficou sozinho? Digo estar sozinho
consigo mesmo, ou seja, sem TV,
celular, computador ou outros
dispositivos. Estou falando do tão
temível silêncio, só você e Deus.
Pesquisas recentes afir-
mam que dentre os medos mais
temíveis das atuais gerações, a
solidão e o silêncio têm lugar de
destaque. Mas deveria ser assim
mesmo? Digo isto porque uma
das disciplinas espirituais mais
valiosas que a Bíblia nos ensina
advém justamente da combina-
ção de momentos de solidão e de
silêncio na presença de Deus: a
solitude.
Nesta lição, vamos avaliar
detidamente se há o que temer
nesta disciplina espiritual, o que
será feito por meio de definições,
aplicações bíblicas e todo o rico
contexto por que passa a solitude
na vida dos servos de Deus.
DEFININDO O QUE É
SOLITUDE
Uma dúvida poderia sur-
41
gir ao pensarmos na diferença
entre a solidão e a solitude. Elas
são exatamente a mesma coisa?
Como resposta, teríamos um
não! Embora a solitude tenha por
prerrogativa a solidão e o silêncio,
se a considerarmos como uma
disciplina espiritual, que visa
a construir um relacionamento
mais profundo com Deus, o sim-
ples fato de envolver mais de uma
pessoa, isto é, a Trindade, já oca-
siona a quebra da solidão plena.
Com isso, a primeira pessoa com
quem nos encontramos em meio
à solitude é conosco mesmos.
Para alcançar essa profun-
didade, são necessários alguns
encontros. O primeiro deles é o
do autoconhecimento. Contudo,
advirto: você pode se surpreender
ao se conhecer melhor! Quando
olhamos para nós mesmos, somos
capazes de enxergar nossas maze-
las, de modo a, por conseguinte,
reconhecer a grandeza de Deus
em nossas vidas. Nesse sentido,
John Owen, conhecido teólogo
puritano, afirma que a solitude
reafirma que “o que somos nela é
o que somos na verdade, nada mais.
Ela é ou o melhor ou o pior de nossos
períodos de tempo, na qual o princípio
que predomina em nós se mostrará e
agirá”.
Não me entenda mal, não
estou te desencorajando a olhar
para si mesmo. Na verdade, esse
Ensinando as Nações Jovem
é um encorajamento, dada a ne-
cessidade de desenvolver essa
disciplina espiritual, uma vez que
o segundo encontro dependerá
da qualidade do primeiro. Esse,
por sua vez, recobre o movimento
à “sala de encontro” com Deus,
o que permitirá descobrir uma
espécie de “antessala” chamada
silêncio. Ninguém que queira
verdadeiramente se apresentar a
Deus e com ele ter um profundo
encontro pela solitude poderá
avançar sem que por ela passe,
pois “o Senhor, porém, está em seu
santo templo; toda a terra cale-se
diante dele” (Hc 2.20). Depois de
nela persistir em silenciosa espera,
prepare-se para o grande momen-
to, o do encontro com Deus (1 Rs
19.11-13).
Que experiência gloriosa!
Imagine ouvir Deus dizer o seu
nome no meio de um sussurro?
Imagine responder esta pergunta
ao Senhor: “O que você faz aqui?”
Quantas coisas podem acontecer
a partir daí? Não seria maravilho-
so? Tenha certeza que sim. Seja
perseverante, pois, dessa maneira,
poderá alcançar o que te espera.
LIÇÕES E APLICAÇÕES DA
SOLITUDE
Para ter em mente um
pouco mais sobre o que te aguar-
da, deixe-me adiantar algumas
42
lições/benefícios da aplicação Para ser física e espiri-
da solitude, com base em alguns tualmente restaurado (Mc 6.31).
registros da devoção de Jesus, Todas as pessoas têm uma neces-
marcados nos evangelhos. sidade habitual de restaurar seus
recursos, tanto internos quanto
Para buscar a vontade de externos. Isto não foi diferente
Deus (Lc 6.12,13). Talvez uma para aqueles que viveram mais
das razões mais comuns por que intimamente com Jesus. Por isso,
os crentes têm um período de depois de se desgastarem durante
solitude com Deus, ao menos vários dias, em produção física e
ocasionalmente, seja o discerni- espiritual, Jesus cuidadosamente
mento da sua vontade sobre um prescreveu o reabastecimento
determinado assunto. De fato, de suas energias, por meio da
essa busca deveria ocupar lugar solitude.
de destaque em nossa tomada de
decisão em tudo que fizermos. Paulo e a necessidade da
Verdadeiramente, aquele que co- solitude. Na convocação lançada
nhece e busca cumprir a vontade pelo Paulo apóstolo, nós temos a
de Deus pode dizer: “Tenho prazer validação da necessidade de que,
em fazer tua vontade, meu Deus, pois como crianças pequenas, imite-
a tua lei está em meu coração.” (Sl mos nossos irmãos mais “velhos”
40.8 - NVT) e, sobretudo, nosso Pai celestial.
A esse respeito, não temos uma
Dar prioridade na comu- referência direta nas Sagradas
nhão com o Pai (Lc 4.42). Jesus Escrituras, mas com toda a certe-
era muito visado pela multidão. za o versículo “tudo posso naquele
Em sua agenda havia as mais que me fortalece” (Fp 4.13), assim
diversas necessidades. Contudo, como as demais cartas da prisão,
ele tinha uma prioridade que, de trazem consigo os tesouros da Co-
fato, era mais importante do que munhão profunda vivenciados na
tudo e todos: estar a sós com o Pai. presença do Senhor em seus três
Ter tempo de qualidade com ele, anos de solitude e retiro espiritual
só para ele. Afinal, seu relaciona- na Arábia e Damasco (Gl 1.17).
mento com o Pai personificava a Nesse sentido, temos em
beleza e a verdade dos versos do Paulo uma grande referência
salmista: “Quem tenho eu no céu de solitude e de seus benefícios.
além de ti? E quem poderia eu querer Portanto, que esta lição seja um
na terra além de ti?” (Sl 73.25). convite poderoso do Eterno e que
Ensinando as Nações Jovem 43
você desenvolva em sua vida a riência.
Disciplina Espiritual da Solitude e • Escolha lugares especiais:
também alcance seus tesouros em lugares que sejam exclusiva-
sua comunhão com o Deus Trino. mente para você e Deus, o
lugar do encontro. Jesus nos
SUGESTÕES PARA A dá uma excelente dica quanto
DISCIPLINA DA SOLITUDE a onde podemos ter esse tem-
po de qualidade: em nosso
A partir do que foi dis- próprio quarto.
cutido nesta lição, oferecemos
algumas sugestões que podem Ao seguir esses conselhos,
auxiliar-nos no desenvolvimento com toda certeza você passará
dessa disciplina espiritual: a desfrutar da solitude, sem se
incomodar com o silêncio ou a
• Silêncio e da solidão: não solidão, de modo a se aprimo-
tenha medo dessa dupla, pois rar constantemente para, então,
são ferramentas valiosas para tornar-se cada vez mais parecido
sua devoção. Por isso não com Cristo.
as evite, mas busque-as com
fervor;
• Minutos de retiro: comece “Aquele que não pode
separando para si pequenos estar sozinho, tome cuidado
momentos entre você e Deus. com a comunidade. Aquele
Podem ser minutos, mas não que não está em comunidade,
deixe de fazê-lo diariamente; cuidado com o estar sozinho.
• Estabeleça períodos de silên- Cada uma dessas situações
cio e solidão diários: progra- tem, de si mesma, profundas
PENSAMENTO

me sua agenda para compor- ciladas e perigos. Quem dese-

tar esses momentos e permita
que as pessoas mais próximas
tenham ciência disso, para
evitar conflitos de interesses;
• Retire-se para ficar em soli-
dão e silêncio: embora não
seja uma regra, sempre que
possível busque esses momen-
tos de retiro, pois promoverão
mais qualidade para sua expe-
Ensinando as Nações Jovem
jar a comunhão sem solitude
mergulha no vazio de pala-
vras e sentimentos, e quem
busca a solitude sem comu-
nhão perece no abismo da
vaidade, da autoenfatuação
e do desespero.” (Dietrich
Bonhoeffer em Life Together
(Vida Juntos), Cap. “O Dia
Sozinho”).
44

A CURA ATRAVÉS DA
CONFISSÃO
a bíblia diz
Tiago 5.16
16 Confessai, pois, os vossos pecados
uns aos outros e orai uns pelos outros,
para serdes curados. Muito pode, por sua
eficácia, a súplica do justo.
1 João 1.9
9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é
fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça.
Tg 5.16; 1 Jo 1.9
Quando buscamos o sig-
nificado de “confissão”, depara-
mo-nos com o termo em latim
“confissio.onis”, que significa
“declaração, reconhecimento
dos seus pecados”. Diante deste
significado, apresento um spoiler:
este estudo vem para confrontar
nossa natureza humana, uma vez
que vamos abordar a necessidade
de confessarmos os nossos erros.
Para que isso ocorra é necessário,
antes, o reconhecimento destes
erros.
Agostinho de Hipona disse
que “a confissão de obras más é
Ensinando as Nações Jovem
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Jun 13
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o começo de obras boas”. Partin-
do desta ideia entendemos que
se queremos um novo começo
com Cristo, devemos reconhecer
e confessar aquilo de mau que
praticamos.
ACESSO AO PERDÃO DE
DEUS
A prática pecaminosa cau-
sa o afastamento do homem de
Deus. É isso que observamos em
Isaías 59.2, quando o profeta diz:
“Mas as vossas iniquidades fazem
separação entre vós e o vosso Deus;
e os vossos pecados encobrem o seu
rosto de vós, para que vos não ouça”.
Dessa forma, quanto maior a dis-
tância, maior a dificuldade de nos
encontrarmos novamente com
o Pai. Ademais, existe um agra-
vante, uma vez que a tendência
da natureza humana é achar que
aquele que comete pecado não
é mais alcançado pelo amor de
Deus, por mais que a Bíblia nos
mostre o contrário.
Assim, quando falamos so-
bre a graça perdoadora devemos
ter em mente que é desejo do
45
coração de Deus que os nossos isolar em seu pecado, de maneira
pecados sejam perdoados. A ma- a evitar julgamento, exposição.
terialização deste grande amor Com isso, em muitos momentos,
por nós e do seu perdão se deu afasta-se daqueles que podem
através da morte de Cristo na cruz ajudá-lo, com medo do que po-
nos dando acesso à graça. deria ser desencadeado por meio
Para alcançarmos seu per- da exibição de suas mazelas es-
dão, precisamos confessar nossos pirituais.
pecados. Por sua vez, a autêntica Quanto ao ato de se con-
confissão se dá por meio desta fessar, Douglas Steere diz que
graça alcançada e é algo que de- ele é o momento “em que a alma
vemos fazer. Portanto, devemos se coloca sob a contemplação de
nos apegar ao texto de 1 João 1.9 Deus e quando, em sua silente e
que diz que “se confessarmos os amorável presença, esta alma é
nossos pecados, ele é fiel e justo para penetrada até ao âmago e se torna
nos perdoar os pecados e nos purificar consciente das coisas que devem
de toda injustiça”. A palavra chave ser perdoadas e endireitadas an-
aqui é “se”: ela traz uma condição tes que ela possa continuar a amar
para o perdão dos pecados e, ao Aquele cujo cuidado tem sido tão
mesmo tempo, dá-nos certeza do constante”.
perdão de Deus. Por conseguinte, entender
e passar por este processo é es-
DIFICULDADE DE sencial para a vida cristã e para a
CONFESSAR cura da nossa alma. É necessário
entender o que tem causado im-
Tratar sobre confissão é pedimento de se aprofundar na
confrontar a natureza humana. presença de Deus, para que, dessa
Temos a tendência de nos tornar forma, possamos buscar a ajuda
impenetráveis e evitar qualquer necessária para enfrentarmos
situação que nos coloque em nossos desafios.
situação de vulnerabilidade,
quando, na verdade, é essa situa- CONFISSÃO PRIVADA X
ção que nos torna suscetíveis ao CONFISSÃO MÚTUA
mover de Deus.
O medo e o orgulho fazem Enquanto cristãos, nós pos-
o cristão achar que está sozinho, suímos o privilégio de ter acesso
que é o único pecador em meio à direto a Deus, garantido por meio
comunidade cristã, o que o faz se da graça alcançada pela morte de
Ensinando as Nações Jovem 46
Cristo. Dessa forma, podemos
confessar o nosso pecado dire-
tamente a Ele na certeza de que
nos ouvirá, isto é, não existe uma
necessidade de um intermediário
para que ele ouça nossas confis-
sões.
Contudo, existem casos em
que se faz necessária a confissão
mutua entre os irmãos, conforme
está escrito em Tiago 5.16: “Por-
tanto, confessem os seus pecados uns
aos outros e orem uns pelos outros,
para que vocês sejam curados. Muito
pode, por eficácia, a súplica do justo”.
Nesse versículo, observa-se a fina-
lidade da confissão mútua (para
que vocês sejam curados) e a ex-
plicação do porquê é importante
fazer em ato em comunhão (mui-
to pode [...] a súplica do justo).
Durante a nossa caminhada
cristã, todos nós estamos sus-
cetíveis ao erro. Não obstante,
encontramos alívio em Deus que
é poderoso para nos perdoar e
nos limpar de todo mal. Apesar
disso, há situações em que, mes-
mo tendo confessado o pecado a
Deus, o sentimento de culpa ain-
da consome o coração; a fraqueza
da carne, de igual modo, ainda
busca pelo pecado e o distancia-
mento causado pelo erro traz um
sentimento de que as orações não
foram ouvidas por Deus. Neste
momento é hora de buscar ajuda.
O texto de Tiago 5.16 nos
Ensinando as Nações Jovem
revela uma poderosa arma de
fortalecimento mútuo. A partir do
momento que o cristão escolhe se
quebrantar e se colocar em situa-
ção de vulnerabilidade, ele está
mais propenso à cura, porquanto
o apoio de alguém com sabedo-
ria e discernimento do Espírito
Santo pode levar à restauração e
ao abandono de práticas que por
conta própria não seria possível.
No entanto, para que isso
ocorra, é necessário abandonar
a ideia inicial de que é o único a
errar, como também o medo do
julgamento. É necessário abrir a
alma e aceitar auxílio.
COMO CONFESSAR
Um erro ao querer se con-
fessar é o de se fazer de forma
genérica, a fim de evitar a culpa.
Muitas pessoas agem de tal ma-
neira quando estão sendo guiadas
apenas pelo remorso, e não pelo
genuíno arrependimento. Como
já dito, o ato de se confessar re-
presenta o reconhecimento dos
pecados, o reconhecimento de
algo que vai contra os ensinamen-
tos de Cristo. Assim, para que
seja realizada da maneira correta,
portanto, a confissão deve ser
específica, de modo a nomear o
pecado, e deve ser motivada pelo
arrependimento.
A verdadeira confissão
47
causará um sentimento de tris-
teza, mas uma tristeza gerada
pelo reconhecimento da ofensa
a Deus. Aquele que entende a
grandiosa graça que nos foi dada
e reconhece o erro é tomado pelo
sentimento de reconhecimento da
ingratidão perante tudo quanto o
Senhor já fez. Este sentimento é
seguido por um verdadeiro arre-
pendimento, não algo momentâ-
neo, mas um que gera mudança,
esta que proporciona uma nova
vida com Cristo, de maneira a
transformar a tristeza inicial em
uma alegria incondicional gerada
pela certeza do perdão dos peca-
dos e da salvação encontrada.
A QUEM CONFESSAR?
Já cientes da grande impor-
tância de se confessar, bem como
de seu poder de cura, devemos
entender que nem todos estão
aptos para aconselhar e ajudar
neste processo, seja por falta de
sabedoria ou por não dar a devida
importância.
Na Bíblia temos um exem-
plo negativo acerca do aconselha-
mento feito por pessoas carnais.
Amnom, filho de Davi, confessou
seu amor por Tamar, sua irmã, a
Jonadabe, seu amigo. Este teve a
chance de dissuadir o irmão de
Absalão de seu amor impossível
com sua irmã, porém ele não so-
Ensinando as Nações Jovem
mente encorajou a Amnom como,
também, disse o que ele deveria
fazer para concretizar seu plano.
Dessa maneira, ofereceu um con-
selho errado que culminou em
estupro e homicídio, visto que
Absalão matou a Amnom.
Portanto, ao tomar a de-
cisão de procurar ajuda, deve-se
buscar por homens e mulheres
que tenham um real compromis-
so com Deus e que saberão agir
conforme a vontade do Senhor,
para que, dessa maneira, não haja
um agravamento da situação.
Atitude. Tomar a atitude
de se confessar e de se abrir pe-
rante o Senhor não é algo fácil,
mas é algo necessário. Ao dar o
primeiro passo, Deus o conduzirá
por um caminho de renovação de
forças que resultará num grande
sentimento de satisfação pela rea-
proximação.
Sempre que se sentir fra-
co, a ponto de desistir, ou sem
forças para mudar, entregue-se
ao Senhor, seja diretamente ou
com ajuda, mas não desista até o
momento que você também esteja
apto a ajudar os demais.
Quem confessa tenta-
PENSAMENTO
ção, não confessa pecado.
Quem confessa fraqueza, não
confessa fracasso. (Pr. Abe
Huber)
48

CELEBRANDO AO
SENHOR SEMPRE
a bíblia diz
1 Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os
moradores da terra.
2 Servi ao Senhor com alegria e apresentai-
vos a ele com canto.
3 Sabei que o Senhor é Deus; foi ele, e não
nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu
pasto.
4 Entrai pelas portas dele com louvor e em
seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o
seu nome.
5 Porque o Senhor é bom, e eterna, a sua
misericórdia; e a sua verdade estende-se de
geração a geração.
Sl 100
Desde que somos crianças,
aprendemos nas salinhas da Es-
cola Bíblica Dominical acerca da
celebração. Cantamos músicas,
lemos versículos e, em alguns
momentos, até decoramos as pas-
sagens bíblicas que falam sobre
essa ação.
Contudo, nem sempre
compreendemos, de fato, o que a
celebração, nos padrões bíblicos,
significa. Às vezes, somos leva-
dos a pensar, por exemplo, que a
celebração está apenas ligada aos
cânticos, ou à dança, quando na
Ensinando as Nações Jovem
12
1
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,2
Jun 20
verdade, o processo é muito mais
abrangente, como veremos nos
tópicos a seguir.
O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE
CELEBRAÇÃO?
Na Bíblia, celebração está
ligada ao louvor, à adoração, mas,
também, ao ato de recordar os
feitos do Senhor. O Senhor, nosso
Deus, merece receber, através da
celebração, o contentamento de
seu povo por tudo que ele fez e,
sobretudo, por quem é. Toda a
criação é convidada a celebrar ao
Senhor por sua bondade e amor:
“Tudo o que tem vida louve o Senhor!
Aleluia!” (Sl 150.6).
Na velha aliança, o povo
de Deus recebia do Senhor orde-
nanças para que sempre houvesse
celebrações com temor e alegria,
em memorial de seus feitos. Veja-
mos alguns exemplos: páscoa (Êx
12.14); festa das colheitas/primí-
cias (Êx 23.16); festa das Semanas
(Êx 34.22); festa dos pães asmos
(Lv 23.6) e festa dos tabernáculos
(Dt 16.13). O povo era instruído a
49
guardar essas celebrações e ou-
tras, para que não se esquecessem
de agradecer e louvar a Deus.
Do mesmo modo, atualmente,
nós também somos convidados
a sermos sempre gratos e alegres
na presença de Deus.
No Novo Testamento, a
celebração continua sendo de
extrema importância, pois é ex-
pressa em Gálatas 5.22 como um
dos aspectos do fruto do Espírito
Santo, na forma de alegria. Não
podemos continuar por muito
tempo, em coisa alguma, sem
alegria. Podemos começar a estu-
dar um instrumento musical, por
exemplo, por mera vontade, mas
não continuaremos por muito
tempo, se não houver alegria e
prazer naquilo. Na realidade, o
único motivo por que começamos
um novo projeto é porque sabe-
mos que a alegria é o produto fi-
nal. Isso é o que sustenta todos os
iniciantes em alguma modalidade
de aprendizado, não apenas por
vontade, mas por prazer e alegria
em vencer cada etapa. Na vida
cristã, por sua vez, não é diferen-
te, porquanto precisamos manter
diariamente um relacionamento
intenso com Deus para não ser-
mos seduzidos com a celebrações
equivocadas do mundo.
Ensinando as Nações Jovem
POR QUE O JOVEM PRECISA
CELEBRAR?
A celebração traz alegria à
vida, a qual, por sua vez, faz-nos
fortes. Isso é apresentado pelo
profeta Neemias, para quem “a
alegria do Senhor é a nossa força”
(Ne 8.10). Note, no entanto, que
é a alegria vinda de Deus e não
aquela vinda das coisas do mun-
do, que tem roubado a celebração
dos nossos jovens, os quais fazem
muitas coisas para ter uma miga-
lha de prazer. Eles mendigam o
pão da alegria, mesmo morando
em palácios, pois muitas vezes
não reconhecem sua verdadeira
identidade em Deus, e ignoram as
recompensas advindas de honrar
os preceitos divinos.
Assim, tanto a incapaci-
dade de contemplação do belo
quanto uma propensão intensa a
reclamar são geradas no interior
dos jovens, quando nada lhes
satisfaz de forma prolongada.
Nesse sentido, é comum vermos
jovens reclamarem do corpo, da
roupa, dos amigos, da falta de
dinheiro, da escola e até mesmo
de ter nascido. Talvez não saibam
que essa atitude faz com que sua
celebração seja roubada, o que
culmina em ingratidão e tristeza.
50
 CELEBRAR APESAR DAS tivação. A capacidade de reclamar é o
DIFICULDADES adubo da miséria emocional e a capa-
cidade de agradecer é o combustível
O apóstolo Paulo é um da celebração”.
exemplo de superação de adversi-
dades e de adoração apesar delas. CONSEQUÊNCIAS DA
Ele declara, em Filipenses 4.4, que FALTA DE CELEBRAÇÃO
sempre devemos nos alegrar no
Senhor. Talvez não entendamos a Um jovem que não celebra
profundidade desse texto, portan- poderá viver um envelhecimento
to, permita-me apresentar Paulo emocional precoce. A juventude
a vocês: ele foi humilhado; sofreu deveria ser a melhor época da
perigos de morte; foi alvejado vida, cheia de vigor para celebrar
com varas; foi apedrejado; sofreu e desfrutar o prazer da presença
três naufrágios de modo a ficar à do Senhor. É isso que o Pregador
deriva por uma noite e um dia; recomenda aos jovens quando
passou fome e sede, frio e nudez; diz para se alegrarem em sua ju-
foi preso inúmeras vezes (2 Co ventude e a recrear seus corações
11.23-27). Mesmo diante de todos nos dias da mocidade (Ec 11.9).
esses problemas, o apóstolo Paulo Contudo, deve-se lembrar que
declara, com todas as letras, em tudo o que for feito será levado
Filipenses capítulo quatro, versí- em consideração por Deus.
culo doze, que aprendeu “a viver Ademais, ele recomenda
contente em toda e qualquer situação” que os jovens se lembrem do Cria-
(Fp 4.12). Assim, ele nos ensina a dor nos dias de sua mocidade (Ec
celebrar a apesar das dificuldades. 12.1), antes que venham os maus
Augusto Cury, psicólogo e dias. Portanto, o jovem que não
escritor brasileiro, no livro “Pais celebrar a Deus neste momento
brilhantes, professores fascinantes” da vida poderá sofrer os enfados
diz que “toda reclamação é acompa- da velhice sem ter glorificado a
nhada de um alto grau de tensão, que, Deus da maneira correta.
por sua vez, sofre um arquivamento Isso não quer dizer que ser
privilegiado pelo fenômeno RAM na idoso é um problema. Não é isso
memória, que lentamente destrói o que o Pregador quer dizer, pois
júbilo da emoção. Os melhores anos essa é uma fase natural de nossas
da vida são sufocados. Pouco a pouco vidas que possui seu grande valor
eles perdem o sorriso, a garra, a mo- em vários sentidos. O problema
Ensinando as Nações Jovem 51
está em não se lembrar que existe
um Criador quando se é jovem,
o que implica em uma vida des-
regrada, sem limites, que não
contribui em nada com a glorifi-
cação do Pai. Em contrapartida,
em muitos momentos, muitos
idosos, por serem felizes, gratos
e motivados, são até mais jovens
em sua emoção do que grande
parte dos jovens da atualidade,
bem como prestam um excelente
trabalho para Deus.
A VERDADEIRA
CELEBRAÇÃO
Para realizar a verdadeira
celebração, a obediência a Deus
deve inundar nosso viver diário.
Nos dias atuais, não necessitamos
de datas ou locais específicos para
celebrarmos, pois a todo instante
podemos desfrutar da presença
e demonstrar a ele nosso conten-
tamento. Isso é o que mantém a
chama da nossa celebração acesa.
Podemos ver jovens cris-
tãos buscando frequentemente
celebrar apenas em atrações e
eventos de diversas igrejas. Essa
atitude não é totalmente reprová-
vel, mas precisa ser modificada.
Outrossim, muitas vezes, por
querer mostrar que são adora-
dores em celebrações especiais,
esquecem-se do secreto com o Pai.
Ensinando as Nações Jovem
A ausência de celebração
na vida dos jovens já em uma pro-
sa casual em que muitas palavras
são ditas, porém pouco de Deus é
revelado. Quando um jovem obe-
dece à palavra de Deus, de modo
a esbanjar força, alegria, tudo lhe
acaba sendo como um campo
missionário no qual as pessoas
veem a sua vida e desejam uma
porção dessa alegria. Isso é lindo
de se ver.
Portanto, a verdadeira cele-
bração está atrelada à obediência
e à gratidão, ao louvor e à adora-
ção, ao relacionamento diário e
à vida com Deus. Celebrar é um
antídoto eficaz contra a indiferen-
ça e a tristeza que tentam entrar
em nossos corações. Nossa vida
deve ser um verdadeiro culto de
celebração ao Senhor, de maneira
que, onde quer que estejamos, e o
que quer que estejamos fazendo, a
alegria de nossa celebração atraia
para Deus os que ainda vivem na
ilusão.
Celebrarei a ti, ó Deus,
PENSAMENTO
com meu viver. Cantarei e con-
tarei as tuas obras pois por tuas
mãos foram criados a Terra, o
céu e o mar e todo ser que neles
há. (Aline Barros)
52
 UMA VIDA DE
DEVOÇÃO
a bíblia diz
16 Regozijai-vos sempre.
17 Orai sem cessar.
18 Em tudo dai graças, porque esta é a
vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco.
19 Não extingais o Espírito.
20 Não desprezeis as profecias.
21 Examinai tudo. Retende o bem.
22 Abstende-vos de toda aparência do mal.
23 E o mesmo Deus de paz vos santifique
em tudo; e todo o vosso espírito, e alma,
e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo.
1 Ts 5.16-23
Quando ouvimos a pa-
lavra “devoção”, talvez nossa
mente associe essa expressão à
prática de muitos seguidores do
catolicismo que se consideram
como devotos de alguém tido
como santo naquela vertente
religiosa. Nesse caso, aquele que
se considera devoto tem uma
veneração especial por aquela
pessoa, considerando-a como
digna de importância a ponto de
oferecer aspectos da sua própria
Ensinando as Nações Jovem
13
1
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,2
Jun 27
vida em dedicação ao objeto de
sua devoção.
Trazendo um entendi-
mento mais completo e um sen-
tido mais abrangente, podemos
dizer que a palavra devoção de-
nota apego sincero e fervoroso,
sentimento religioso, piedade,
dedicação diligente e criteriosa,
empenho, entrega, interesse. Ser
devoto é dedicar-se a algo, a al-
guém ou a alguma causa. Esse
termo pode se referir a aspectos
seculares, correntes filosóficas,
visões políticas, entre outros.
Porém, nosso foco nessa lição
será tratar sobre a devoção na
vida cristã, envolvendo o re-
lacionamento e a dedicação a
Deus.
EXEMPLOS BÍBLICOS
A Bíblia traz muitos
exemplos de pessoas que dedi-
caram sua vida a Deus.
Ana orou ao Senhor pedindo
um filho e prometeu que, se seu
53
clamor fosse atendido, dedicaria
esse filho ao Senhor por todos
os dias de sua vida. E assim foi.
Samuel nasceu e foi levado ao
sacerdote Eli para servir na casa
do Senhor em Siló (1 Sm 1.22).
A Bíblia não relata que ele tenha
tentado fugir desse padrão de
vida. Ele não tirou um tempo
para “dar uma escapadinha” e
experimentar uma vida voltada
para as coisas desse mundo. Sa-
muel não escolheu curtir a vida
e “aproveitar” sua juventude,
satisfazendo seus desejos de
servir a Deus somente depois
que ficasse idoso. Ele teve uma
vida completamente dedicada
ao Senhor.
João Batista, desde o ven-
tre de sua mãe, foi separado
para um propósito especial. O
texto bíblico nos permite enten-
der que ele viveu parte de sua
vida isolado da sociedade (Lc
3.2). A sua conduta e modelo de
vida eram uma exteriorização
do propósito para o qual ele foi
criado. Ele pregou no deserto
da Judeia preparando o cami-
nho para o ministério terreno
de Jesus (Mt 3.1-4).
As Escrituras também
nos apresentam exemplos ne-
Ensinando as Nações Jovem
gativos. Pessoas que deveriam
viver em dedicação a Deus,
mas fizeram o contrário, pois
direcionaram seus passos para
a direção oposta.
Sansão, antes de nascer,
foi escolhido como nazireu,
alguém separado com exclusi-
vidade, que deveria abster-se
de coisas consideradas impuras.
No entanto, suas inclinações
pecaminosas o levaram a se
desviar do padrão exigido pelo
seu chamado e ele enfrentou
amargas consequências.
APLICANDO AOS NOSSOS
DIAS
Nas lições dessa revista,
tivemos a oportunidade de
aprender sobre diferentes e
importantes disciplinas espiri-
tuais. Agora, temos a responsa-
bilidade de aplicá-las em nosso
cotidiano como evidências ex-
ternas de uma profunda e real
consagração da nossa vida ao
Senhor.
Vejamos alguns pontos
importantes que devemos tra-
balhar em nosso dia a dia para
vivermos em devoção ao nosso
Deus:
54
 NOSSA CONSIDERAÇÃO
Em Hebreus 11.6 está
escrito que sem fé é impossível
agradar a Deus, pois quem dele
se aproxima precisa crer que ele
existe e que recompensa aqueles
que o buscam.
Quando falamos sobre
ateísmo, logo pensamos que
esse termo se refere apenas a
pessoas que não acreditam na
existência de Deus. Contudo,
existe outro aspecto de ateísmo
identificado por muitos que
vivem suas vidas sem levar em
consideração a existência de
Deus. Essas pessoas não decla-
ram a inexistência de Deus, no
entanto a vontade do Senhor e
os seus princípios não signifi-
cam absolutamente nada para
elas, uma vez que vivem em
total indiferença quanto ao Pai.
Vivem longe da presença dele.
Foi o que aconteceu com
Caim após matar seu irmão e
ser repreendido por Deus. O
texto diz que ele se retirou da
presença do Senhor e habitou
na terra de Node (Gn 4.16). A
partir de então, vemos uma ge-
ração totalmente distanciada de
Deus. Sabiam da existência dele,
Ensinando as Nações Jovem
mas Ele não fazia parte de suas
vidas. Eles não o buscavam.
Somente após vários anos, com
o nascimento de Enos, filho de
Sete, é que se começou a invocar
o nome do Senhor (Gn 4.26).
Ainda hoje temos essas
duas gerações muito bem evi-
denciadas. A geração de Caim
que vive normalmente suas vi-
das como se Deus não existisse
e estão totalmente indiferentes
à sua vontade; e a geração de
Sete, que mesmo em meio a um
mundo totalmente afastado do
Senhor, persevera em buscar
sua presença e invocar seu
nome.
NOSSA VIDA DIÁRIA
No livro “Adoração Bí-
blica”, o Dr. Russell Shedd diz
que muitos cristãos dividem sua
vida em dois compartimentos.
Um envolvendo suas ativida-
des religiosas, como orar, can-
tar, congregar e cultuar; outro
envolvendo as atividades não
religiosas, como o trabalho,
lazer, conversas do dia a dia,
assistir televisão, entre outras
atividades.
Essa separação é um
55
grande erro. O propósito de
Deus não é estar presente ape-
nas em alguns momentos ou
áreas da nossa vida. Ele nos
quer em totalidade. Ele quer
ter a plenitude e integralidade
do nosso viver. Deus nos quer
como sacrifício vivo, santo e
agradável a Ele (Rm 12.1).
A devoção deve envol-
ver todas as áreas e recursos. O
tempo, os talentos, as finanças,
os sentimentos, os pensamen-
tos, os sonhos, os objetivos, as
amizades e a família. Devemos
oferecer a Deus o melhor de
tudo o que temos.
NOSSA CONSAGRAÇÃO
Quando Deus estava pas-
sando para Moisés as recomen-
dações acerca da construção
do tabernáculo, ele solicitou
que fossem preparados o óleo
para unção e o incenso. Deus
ditou a receita que deveria ser
minuciosamente preparada e
determinou que aquelas com-
posições deveriam ser utilizadas
exclusivamente para a finalida-
de sagrada. Aquelas fórmulas
não poderiam ser reproduzidas
para nenhum outro objetivo (Êx
Ensinando as Nações Jovem
30.22-38).
A devoção está ligada à
consagração, à separação da
vida em exclusividade. Se bus-
camos viver em devoção a Deus,
precisamos compreender que os
princípios de santidade devem
conduzir nossas atitudes, deci-
sões e objetivos. Não podemos
ser influenciados pelo padrão
do mundo com sua impiedade,
pecado e libertinagem (Sl 1.1,2).
Nossos pés somente irão onde
os santos possam ir (Harpa
Cristã - Hino 432).
NOSSAS DISCIPLINAS
ESPIRITUAIS
Vejam quantas discipli-
nas espirituais importantíssimas
aprendemos nesse trimestre.
Cada uma delas é fundamental
para a plenitude da nossa vida
devocional.
No entanto, aprender e
seguir à risca todas as discipli-
nas espirituais não significa ter
uma vida de devoção. Afinal,
não é a prática exterior que al-
cança o coração do nosso Deus.
A mera prática de disciplinas
como um roteiro a ser seguido,
ou um conjunto de práticas a
56
serem meticulosamente execu-
tadas, apenas nos tornam bons
ritualistas. Nós sabemos que
não é isso que o Pai procura.
Ele quer verdadeiros adorado-
res, que o adorem em espírito
e em verdade (Jo 4.24). A mera
religiosidade não produz vida
com Deus, mas, quando temos
uma vida de devoção e estamos
dispostos a dedicar o melhor
de nós para Ele, as disciplinas
espirituais são praticadas com
naturalidade e prazer.
Deus está sempre atento
ao que oferecemos a ele, e isso
envolve nossas ações de culto,
nossas ofertas, nossos trabalhos
ministeriais, dentre outras coi-
sas. Não obstante, o principal
alvo da avaliação e observação
dele é a nossa vida. É a nossa
disposição interior, nossa sin-
ceridade de coração em tudo o
que fazemos para ele. O Senhor
se agradou de Abel e, conse-
quentemente, se agradou de sua
oferta (Gn 4.4). Já com Caim foi
diferente. Deus não se agradou
dele e, por isso, não se agradou
de sua oferta (v.5). O desenrolar
dessa história é conhecido.
Ensinando as Nações Jovem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois desses valiosos
ensinamentos que recebemos
nessas lições, pesa sobre nós a
responsabilidade de viver uma
vida de genuína devoção ao
Senhor Jesus Cristo e à procla-
mação do Reino de Deus.
O objetivo não é abrirmos
mão de todas as outras áreas da
nossa vida e vivermos um pa-
drão monástico ou ajuntarmos
uma mala de roupas e morar-
mos no altar da casa de oração.
O propósito é que estejamos
conectados com o nosso Deus
em todo o tempo, em todos os
lugares onde estivermos. Em
casa, trabalhando, estudando,
viajando, na pizzaria, no futebol
de domingo à tarde, enfim, que
cada minuto da nossa vida seja
um culto ao Senhor.
A devoção a Deus
PENSAMENTO
inclui um comprometi-
mento da vontade que re-
sulta em ações justas e em
um viver santo. (Wesley L.
Duewel)
57
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