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Comentaristas:
JOVENS E OBREIROS DA LIDERANÇA DO COMEPE E DA REDE MORADA
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Editores: Pr. Elias Garcia Fernandes
Pb. Hermindo Elizeu da Silva (colaboração voluntária)
Lições do Segundo Trimestre de 2022
LIÇÃO TEMA DATA PÁGINA
Primeira carta de Paulo aos coríntios
01 Pr. João Batista Rosa
03/04 5
Somos um
02 Ev. Pedro Henrique S. de Paula
10/04 9
Loucura, insurgência ou transcendência?
03 Dc. Rafael Henrique Carvalheiro Machado
17/04 13
Corrida de revezamento ou marcha solitária?
04 Pr. Elias Santos Faria
24/04 17
Marcas e arranhões: vida para além do
05 parquinho - Evelyn Christine M. Guerra 01/05 21
Padrão ou essência?
06 Pr. Lourandir Gomes Matias de Souza
08/05 25
A casa é dele? Cuida!
07 Aux. Rosiran dos Santos Freitas Cavalcanti
15/05 29
Relacionamento e Revelação
08 Rennata Cordeiro Barcelos
22/05 33
Trilhos da liberdade
09 Victor Vargas Silva
29/05 37
Teste de qualidade
10 Pr. Glaydson José da Rocha Júnior 05/06 41
Como ser limpinho brincando na lama?
11 Dc. Lucas Daniel Brito Pereira Pantoja
12/06 45
Estudo sobre os dons espirituais
12 Dca. Daniele das Dores do Prado
19/06 49
A primazia e sublimidade do amor
13 Pr. Hugo Leonardo Ribeiro
26/06 53
Ensinando as Nações Jovem 3
ENSINANDO AS NAÇÕES JOVEM
A PALAVRA JOVEM NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Presidente: Pr. José Clarimundo César
1º Vice: Pr. Jossele Clauber César
2º Vice: Pr. Claudino Borges
1º Secretário: Pr. Carlos Marcos da Silva
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. Lázaro Vieira Filho
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Publicação Trimestral da CIAD - CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS”


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Silva e Pr. William da Rocha Melo

O TRABALHO LITERÁRIO DOS COMENTARISTAS É DE RESPONSABILIDADE DE CADA UM E CEDIDO


À CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” PARA PUBLICAÇÃO.
Ensinando as Nações Jovem 4
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PRIMEIRA CARTA DE

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3,
April 0

PAULO AOS CORÍNTIOS


Introdução escreveu a carta no ano 55 d.C.
Geralmente as cartas de As características da car-
Paulo são compostas por uma ta. Essa carta contém um núme-
parte doutrinária e outra prática. ro grande de assuntos sobre fa-
No entanto, a primeira carta aos tos que estavam acontecendo na
Coríntios tem em sua maior par- igreja de Corinto: facções, imo-
te um caráter prático. É um con- ralidades, demandas judiciais,
junto de repreensão e orientação alimentos oferecidos aos ídolos,
de Paulo sobre vários assuntos. abusos na ceia do Senhor, falsos
Seu tema apropriado, então, se- apóstolos, problemas no casa-
ria: a igreja como corpo de Cristo mento, falta de ordem nas reu-
precisa ser repreendida e orien- niões, participação da mulher no
tada sobre a vida cristã. culto e heresias acerca da ressur-
reição.
O que motivou a escrita
da carta. Paulo fundou a igreja A igreja nasceu em meio
na cidade de Corinto por volta à forte oposição. Quando estava
do ano 50 d.C, em sua segunda em Corinto, Paulo morava e tra-
viagem missionária quando pre- balhava com Priscila e Áquila (At
gou o evangelho pela primeira 18.1-3). Por pregar na sinagoga,
vez naquela cidade. Ele passou passou a ter forte oposição (vv.4-
ali um ano e meio pregando (At 6), sendo forçado a se mudar de
18.1; 1 Co 2.3). local e passar a pregar na casa de
Após esse período, Paulo Tício Justo (v.7). Foi levado ao
foi para Éfeso. Uns três anos de- tribunal e acusado injustamente
pois de sua partida, uma comis- pelos judeus (vv.12-17). Assim, a
são de líderes da igreja de Co- igreja em Corinto nasceu (vv.8-
rinto foi enviada a ele para pedir 11) em meio a uma grande bata-
orientação sobre como agir em lha.
relação ao surgimento de proble-
mas e desordens sérias no âmbi- A DIVISÃO DA CARTA
to da igreja. Para responder per-
guntas e orientar condutas, ele Para uma melhor com-
Ensinando as Nações Jovem 5
preensão da carta, ela pode ser tra que toda sabedoria deve con-
demarcada em cinco divisões ge- tribuir para a humildade e aceita-
rais: ção do outro, não a exclusão. Por
isso, no capítulo três, mostra que
Primeira divisão - capí- a igreja é maior que a individua-
tulos 1-4: as divisões na igreja. lidade. A jactância que promove
A igreja de Corinto estava mer- o individualismo na igreja é fru-
gulhada em facções. Por onde to da infantilidade de crentes que
Paula passava deixava uma co- produzem as facções no seio da
munidade na fé em Jesus, po- igreja.
rém, eles ainda não tinham um Paulo fecha essa primeira
templo espaçoso onde os cristãos divisão no capítulo 4, fazendo
pudessem se reunir como um a sua defesa. Parece que alguns
corpo único (Apenas em Jerusa- líderes, na ausência do apósto-
lém havia templo). Os cristãos se lo, tornaram-se importantes, in-
reuniam em pequenas congrega- fluentes e almejaram apossar-se
ções, possivelmente em lares que da igreja, revelando autoritaris-
continham o seu próprio diri- mo, altivez e jactância. A defesa
gente. Isso foi motivo para come- de Paulo era justa, mostrando a
çarem a ser rivais e competirem atitude certa de um servo.
umas com as outras.
Os gregos que tinham Segunda divisão - capí-
gosto pela filosofia e ênfase na tulos 5,6: as questões da imora-
intelectualidade jactavam-se pe- lidade. No capítulo 5, o apóstolo
las interpretações filosóficas que enfoca a falta de respeito com os
davam ao cristianismo. Por ou- limites de parentesco. A igreja
tro lado, os judaizantes, inimigos estava minada de pessoas sem
terríveis de Paulo, insistiam para escrúpulos. Parece que os limites
que os gregos observassem a lei de parentesco eram totalmente
para se tonarem cristãos. Foram ignorados por alguns crentes, a
ficando partidários em torno de ponto de haver incesto.
um determinado líder ao seu A lista de problemas au-
gosto. Assim, a igreja se dividiu menta no capítulo 6: 1) as deman-
em muitas facções. das judiciais (6.1-8). Paulo afirma
O capítulo 2 mostra o par- que os crentes participarão com
tido que enfatizava a sabedoria Deus no julgamento do mundo,
humana. Corinto recebeu a in- mas, lamentavelmente, não eram
fluência da filosofia de Atenas, capazes de resolver as coisas no
e isso contribuiu para as facções âmbito da comunidade cristã
e separação do corpo de Cristo. com amor e perdão; 2) a imora-
Paulo, com muita erudição, mos- lidade do corpo (6.9-20). Em Co-
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rinto, o culto à deusa Vênus era rem a partir do passado. Nos ver-
constante. Havia mil prostitutas sos 1-13, Paulo dá ênfase ao peri-
disponíveis para oferecerem um go da queda. Os crentes devem
culto a essa divindade por meio observar o exemplo de privilé-
de atos sexuais imorais. Paulo Já gios dos israelitas e as oportuni-
havia alertado aos cristãos que dades rejeitadas que trouxeram
não se associassem a essa prática sérias consequências a eles. As
(5.9), pois nem tudo convém ao tentações que eles passaram são
crente, e que o seu corpo tem um semelhantes às que os crentes, no
dono Santo (6.19,20). contexto de Corinto, passam. De
posse desses exemplos, todos de-
Terceira divisão - capítu- vem se manter fiéis ao Senhor de
los 7-10: as demandas na vida suas vidas.
social. No capítulo 7, Paulo bus-
ca orientar os coríntios sobre o Quarta divisão - capítulos
casamento. Mostra a necessida- 11-14: adoração pública e parti-
de do casamento como antídoto cular. O capítulo 11 contém duas
contra o pecado da prostituição. partes: 1) a questão da participa-
Fala também sobre a condição ção da mulher no culto (11.2-16).
dos solteiros, incluindo as viú- Nas cidades gregas e orientais
vas, afirmando que alguns op- as mulheres tinham o costume
tam por ficarem sem casar de- de cobrir a cabeça, exceto as mu-
vido terem esse dom vindo de lheres devassas, as prostitutas
Deus. no templo. Quando as mulheres
Preocupado com a vida aceitavam a Cristo, elas assu-
social externa dos crentes, no ca- miam uma postura de liberda-
pitulo 8, Paulo orienta-os a ter de a ponto de resolver não mais
cuidado com as coisas consagra- cobrir a cabeça que era sinal de
das aos ídolos, principalmente conduta honesta e pureza. Isso
as carnes que eram consagradas trazia horror às mais modestas
às divindades antes de serem que ignoravam a opinião públi-
vendidas no mercado público. ca com relação ao que era correto
Esse perigo soma-se a outros, ao feminino; 2) a questão da ceia
tais como a participação em fes- (11.17-34). Os ricos traziam comi-
tas sociais dos amigos pagãos da e bebida para o culto, quando
em casas ou templos, festas que era celebrada a festa do amor e
eram acompanhadas de muita li- todos os membros tinham o di-
cenciosidade. Paulo volta a esse reito de se alimentar juntos. Po-
assunto no capítulo 10.14-33. rém, os ricos comiam e bebiam
No capítulo 10, o apóstolo com aqueles de sua roda íntima,
chama os crentes para aprende- sem esperar que toda congrega-
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ção estivesse reunida. Eles não edificação do corpo de Cristo são
entendiam que a ceia do Senhor salutares. Então, o uso correto
significava um momento único desses dois dons proporcionaria
para a igreja reunida viver a co- uma adoração genuína na igreja,
munhão e adorar ao Senhor. promovendo a edificação.
No capítulo 12, a igreja
deve adorar o Senhor mediante Quinta divisão: capítulos
o exercício dos dons espirituais. 15,16: a esperança verdadeira.
Corinto se tornou a igreja que No capítulo 15, Paulo fala sobre
não faltava nenhum dom (1 Co a ressurreição de modo apologé-
1.7). Era a igreja das manifes- tico, pois, alguns líderes de Co-
tações miraculosas do Espírito. rinto negavam-na (v.12).
Paulo enumera nove deles, en- Paulo encerra a carta no
tão, poderiam cultuar a Deus capítulo 16, mencionando alguns
servindo ao corpo de Cristo pela assuntos particulares, tais como:
manifestação dos dons pneumá- a coleta de ofertas aos pobres de
ticos. Parece que o falar extático Jerusalém (16.1-4), seus planos
em línguas proporcionava um (vv.5-9;12) e diz que assinou a
espanto e ao mesmo tempo res- carta de próprio punho (v.21).
peito em quem esse dom se ma- Ele termina o capítulo com a
nifestasse. expressão “Maranata: vem Se-
No capítulo 13, ele enfati- nhor”. É interessante que nos
za aquilo de que os coríntios pre- dois últimos capítulos, Paulo fala
cisavam em sua genuinidade: o das duas esperanças da igreja: a
amor. Ele é a força poderosa que ressurreição corporal gloriosa e a
move as coisas celestiais e, exer- volta do Senhor.
cida na vida da igreja, acabaria
com as facções e regularia o uso
de cada dom nos relacionamen-
tos existentes na comunidade de
fé.
No capítulo 14, Paulo dá
ênfase ao que os coríntios enfa-
tizavam com mais frequência: as
línguas e as profecia. A igreja é
PENSAMENTO

um corpo com vários membros, A minha palavra e a


uns mais humildes que pare- minha pregação não consisti-
cem não ter tanta ênfase, mas de ram em palavras persuasivas
grande importância. Paulo dá de sabedoria humana, mas
um corretivo dizendo que a fun- em demonstração do Espíri-
ção e a importância de ambas na to e de poder. (Paulo)
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0,
April 1
SOMOS UM

a bíblia diz somos um”. Qual a lógica des-


sa afirmação? Como pode fazer
sentido essa comparação?
10 Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus
Cristo suplico a todos vocês que concordem Nessa lição vamos tratar
uns com os outros no que falam, para que sobre a unidade, uma caracterís-
não haja divisões entre vocês; antes, que tica indispensável para a igreja
todos estejam unidos num só pensamento e do Senhor Jesus Cristo, algo que
num só parecer.
11 Meus irmãos, fui informado por alguns estava fazendo falta entre os ir-
da casa de Cloe de que há divisões entre mãos da igreja de Corinto.
vocês.
12 Com isso quero dizer que algum de vocês UMA IGREJA DIVIDIDA
afirma: “Eu sou de Paulo”; ou “Eu sou de
Apolo”; ou “Eu sou de Pedro”; ou ainda
“Eu sou de Cristo”. As declarações dos irmãos
13 Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo de Corinto evidenciam a raiz do
crucificado em favor de vocês? Foram vocês problema: “Eu sou de Paulo, e eu,
batizados em nome de Paulo?
de Apolo, e eu, de Pedro, e eu, de
Cristo” (v.12). A divisão girava
1 Coríntios 1.10-13 | NVI em torno de rivalidades entre os
Uma das músicas da trilha irmãos como se estivessem pro-
sonora da animação O Rei Leão jetando a existência de uma riva-
2, marcou a cena em que Simba lidade entre os ministros.
está ensinando sua filhota Kiara O que podemos perceber,
sobre a importância de assumir analisando diferentes trechos da
sua responsabilidade diante dos carta, é que as contendas não
demais animais e a necessidade estavam diretamente relaciona-
de cuidar uns dos outros. O re- das a questões doutrinárias, mas
frão da canção diz: “We are more principalmente a conveniências
than we are, we are one”, que na e afinidades pessoais em rela-
versão dublada foi traduzida ção aos diferentes ministros aos
pela frase: “somos mais do que mil, quais eles tinham acesso.
Ensinando as Nações Jovem 9
Podemos tentar com- além das afinidades pessoais
preender quem estava em cada observadas na igreja de Corinto,
grupo. Talvez os pioneiros da podemos identificar e refletir so-
congregação eram leais a Pau- bre outras causas de divisões no
lo, os gregos a Apolo, os crentes meio do povo de Deus. Vejamos
judeus a Pedro (Cefas) e a tur- algumas:
ma que não queria briga ou se
achava autossuficiente dizia que Divergências doutriná-
rias. A busca pelo conhecimento
era de Cristo. Mas essas possibi-
lidades ficam somente no cam-e interpretação correta das Es-
crituras faz surgir diferentes in-
po da curiosidade (inferência),
visto não ter informações no terpretações e linhas teológicas.
Discussões em pontos simples e
texto para uma conclusão acerta-
pouco relevantes (se Adão tinha
da. Mas, algo interessante de se
umbigo; se Jesus transformou
notar é que todas essas “paneli-
nhas” continuavam se reunindoágua em suco Tang ou Del Val-
no mesmo lugar. le), outras bastante complexas
(predestinação ou livre-arbítrio;
Paulo usa um grande pe-
pré, pós ou mesotribulacionis-
daço de pergaminho para expli-
car que nenhum dos ministros mo). Existem também pensa-
mentos que ferem frontalmente
ensinava doutrinas próprias ou
a verdadeira doutrina (negam a
estavam em disputa entre si por
inspiração divina da Bíblia; ne-
popularidade ou aceitação. A ta-
gam a divindade de Cristo).
refa igual para todos era pregar o
evangelho (1.17). A interpretação Consciente de que tais di-
e o entendimento da mensagem ferenças de avaliação sempre es-
da cruz não se davam segundo tarão presentes, o povo de Deus
a sabedoria humana (2.4), masprecisa ter total cautela para que
deviam ser compreendidos pelaa igreja continue unida em tor-
no da mensagem do evangelho;
verdadeira sabedoria dada pelo
Espírito Santo (2.10). e não seja marcada pelo conflito
entre diferentes “escolas de pen-
MOTIVOS DE DIVISÕES NA samento”.
IGREJA Divergências em pontos
não essenciais não devem ser le-
No nosso contexto atual, vadas adiante (1 Tm 1.3,4). Nas
Ensinando as Nações Jovem 10
questões mais complexas deve tra coisa. Quase sempre olhamos
haver tolerância, consideração somente se nós ficamos bem ou
e amor pelos irmãos que não não. Se eu fiquei bem na foto, os
pensam da mesma forma. Com outros podem ter piscado, esta-
maturidade e humildade com- rem de boca aberta, não importa,
preendemos que muitos assun- só me importo comigo mesmo.
tos bíblicos só serão totalmente A palavra de Deus nos
esclarecidos quando nos assen- ensina a servir, a valorizar os ou-
tarmos nas cadeiras da Escola tros, chegando ao ponto de con-
Dominical da eternidade, com o siderá-los superiores a nós mes-
Papai Eterno sendo nosso pro- mos e cuidar dos seus interesses
fessor (1 Co 13.12). Nos casos de (Fp 2.3,4).
heresias, sendo a igreja a colu-
na e o fundamento da verdade Conflito de gerações. Este
(1 Tm 3.15), devemos defender problema está profundamente li-
a palavra de Deus, expondo os gado à cultura litúrgica de cada
fundamentos da nossa fé (1 Pe época e traz consigo a dificul-
3.15), ensinando sempre com dade de transição e colaboração
amor e desejo de que as pessoas entre as diferentes gerações que
tenham seus olhos abertos para coexistem nas nossas congre-
compreenderem. gações. Trata-se de uma tarefa
complicada para manter idosos,
Individualismo. O egoís- jovens e adolescentes juntos par-
mo é uma marca da atualidade. ticipando de um mesmo culto.
A falta de preocupação e de inte- Essa divergência também afeta
resse pelos outros vai totalmente a relação entre membros de dife-
na contramão da unidade cristã. rentes denominações.
Podemos notar essa reali- Tem a galera que curte
dade quando junta todo mundo os hinos da Harpa Cristã, o pes-
para tirar uma foto. A gente cor- soal do worship, os que se sentem
re para ver a foto no celular de mais à vontade para se derramar
quem tirou. E, qual nosso critério diante de Deus quando as luzes
pra dizer se a foto ficou boa ou se apagam, outros que reclamam
não? Nosso critério não é a lumi- por que não dá pra ler a Bíblia no
nosidade, o enquadramento, o escuro, o púlpito de madeira, o
plano de fundo, ou qualquer ou- tambor com o nome do grupo de
Ensinando as Nações Jovem 11
jovens. Enfim, a lista é interminá- lhosa e como tem grandes poten-
vel. cialidades.
Essas situações são natu- Trazendo para nossa con-
rais e precisam ser administra- vivência cristã, é preciso enten-
das com sabedoria e amor. Os der que unidade não é condicio-
jovens inovadores de hoje, daqui namento ou lavagem cerebral
a algumas décadas também esta- para atingir um pensamento
rão fazendo cara feia para as mu- comum e opinião unânime. So-
danças na cultura das próximas mos um, mas somos únicos. Até
gerações. no céu teremos individualidades
O importante é o que nos (Ap 2.17). São as diferenças de
ensina o Salmo 145.4: “uma gera- percepções, aptidões e chama-
ção contará à outra a grandiosidade dos que fazem a beleza da convi-
dos teus feitos; eles anunciarão os vência e da comunhão.
teus atos poderosos”. Unidade é convergência
A turma que está chegan- de propósito. No corpo de Cris-
do agora precisa respeitar e re- to, a unidade se evidencia no
conhecer o valor dos que vieram fato de membros tão distintos,
antes e que abriram o caminho de diferentes costumes, culturas,
até aqui. O pessoal mais expe- gerações, realidades sociais e ba-
riente precisa confiar que os en- ses familiares, cada um na sua
sinamentos e princípios foram função, colaborarem e se integra-
transmitidos e que o Senhor vai rem para a edificação do corpo
guiar a nova geração na conti- de Cristo e avanço do reino de
nuidade da obra. Deus.

UNIDADE NA
DIVERSIDADE

Vivemos em um país que


PENSAMENTO

tem a miscigenação como carac- Para que todos sejam


terística da formação da popula- um, Pai, como tu estás em mim
ção. A beleza do nosso povo está e eu em ti. Que eles também es-
exatamente na mistura de várias tejam em nós, para que o mundo
etnias. Essa realidade evidencia creia que tu me enviaste. (Jesus
o quanto a diversidade é maravi- Cristo)
Ensinando as Nações Jovem 12
LOUCURA, 03

22
20
7,
INSURGÊNCIA OU April 1

TRANSCENDÊNCIA?
a bíblia diz nenhum sentido adorar alguém
que padeceu em um madeiro.
18 Porque a palavra da cruz é loucura para
os que perecem; mas para nós, que somos A verdade é que o evange-
salvos, é o poder de Deus. lho é transcendente, algo formado
19 Porque está escrito: Destruirei a no céu e que faz sentido apenas
sabedoria dos sábios e aniquilarei a para aqueles que são cidadãos do
inteligência dos inteligentes.
20 Onde está o sábio? Onde está o escriba?
céu. Para os que perecem, tudo
Onde está o inquiridor deste século? isso é uma loucura; para nós, é
Porventura, não tornou Deus louca a poder de Deus.
sabedoria deste mundo?
21 Visto como, na sabedoria de Deus, o A LOUCURA QUE É SERVIR
mundo não conheceu a Deus pela sua
sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes
pela loucura da pregação. De acordo com o apóstolo
22 Porque os judeus pedem sinal, e os Paulo, os judeus pediram um
gregos buscam sabedoria; sinal (v.22) e, por não terem re-
23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, cebido da forma como queriam,
que é escândalo para os judeus e loucura
para os gregos.
consideraram o evangelho uma
24 Mas, para os que são chamados, tanto loucura. O sinal que eles pediam
judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, era político, visto que, por longo
poder de Deus e sabedoria de Deus. tempo, Roma oprimia os que
1 Coríntios 1.18-24 | ARC habitavam em Jerusalém. Dessa
forma, parafraseando Rodrigo
O evangelho pode ser visto Bibo: “os judeus aguardavam um
em várias perspectivas. Alguns Messias que chutaria os romanos e
judeus o enxergavam como insur- devolveria o reino a Israel”, ou seja,
gência, isto é, uma forma de re- alguém que faria uma rebelião
belião contra o Império Romano, contra o império.
acreditando que Cristo veio para No dia do julgamento de
manifestar-se politicamente. Ou- Jesus, Pilatos procurou acusá-lo
tros enxergam o evangelho como de rebeldia, ao perguntar: “és tu o
loucura, pois, para eles, não há
Ensinando as Nações Jovem 13
Rei dos Judeus”? (Mt 27.11). Jesus muitos se consideram generais do
respondeu: “O meu Reino não é Reino e, inspirados pelos coaches,
deste mundo” (Jo 18.36). Cristo foi dizem: “nascemos para reinar”.
rejeitado como o Messias porque A mensagem da cruz é loucura
não estava no seu propósito lutar para essas pessoas. O apóstolo
contra Roma. Em outras palavras: Pedro escreveu que nós somos
ele não era um guerreiro político, peregrinos e forasteiros em terra
não era o Rambo; era o Filho de estranha (1 Pe 2.11). Sobre isso, o
Deus encarnado. Pastor Ângelo Bazzo declarou:
O evangelho não é a insur- “Reis? Não. Quem peregrina hoje rei-
gência que os judeus aguarda- nará amanhã. Quem tenta reinar hoje
vam. Cristo não veio rebelar-se nem peregrina e nem reinará. O reino
contra Roma, tampouco veio para é o nosso destino, mas o caminho é a
estabelecer um reinado em Israel. Cruz”. Quem não está pronto para
Todos queriam um trono. Quanto servir não está pronto para reinar
a isso, o evangelista Marcos, em em glória ao lado de Cristo Jesus.
um dos seus relatos, conta-nos Esse é o verdadeiro evangelho.
sobre um pedido que Tiago e João
fizeram a Jesus: “Concede-nos que, O ESCÂNDALO DA CRUZ
na tua glória, nos assentemos, um à
tua direita, e outro à tua esquerda” Nos tempos atuais, a cruz
(Mc 10.37). E Cristo respondeu: de Cristo está totalmente ro-
“... o Filho do Homem também não mantizada. Ela está em todos os
veio para ser servido, mas para servir lugares: nas canções, nas lojas de
e dar a sua vida em resgate de muitos” bijuterias, nas paredes dos tem-
(v.45). plos e das casas, nas estampas
Cristo veio para servir, não de camisetas e até na tatuagem
para governar. Por causa disto os do Neymar. Antigamente, entre-
judeus chamavam o evangelho tanto, a cruz era uma vergonha.
de loucura, pois pediam um sinal Cícero, um historiador da época,
e não eram atendidos; queriam escreveu: “não há palavras para
reinar; mas não queriam aceitar descrever algo tão horrível”. A lei
a servidão. mosaica também é enfática quan-
O evangelho que causou do diz: “o pendurado no madeiro é
estranheza aos judeus também maldito de Deus” (Dt 21.23), isto é,
soaria estranho para boa parte dos qualquer um que for crucificado
cristãos modernos. Atualmente, está sob maldição.
Ensinando as Nações Jovem 14
A morte através da cruz e escritor John Stott escreveu: “Ao
era o pior tipo de condenação procurar uma definição de amor, o ho-
do Império Romano, por isso era mem jamais deveria ir ao dicionário,
aplicada apenas aos piores cida- mas ao Calvário”.
dãos. Se Adolf Hitler estivesse
vivo, no primeiro século, prova- O DEUS QUE CHORA
velmente ele seria morto dessa
forma. A cruz era um símbolo Se para os judeus a cruz era
de vergonha, por isso as pessoas um escândalo, para os gregos, era
que tinham parentes crucificados uma loucura, tendo em vista que
tentavam ocultar o acontecimento para eles, a principal característica
para não sujar o nome da família. divina era a aphateia, isto é, a total
Ora, se a cruz causava escândalo, incapacidade de sentir. Eles argu-
imagina o quão difícil era adorar mentavam que nada era capaz de
um Cristo crucificado. afetar a Deus. A respeito disso, o
Diante disso, fica fácil com- teólogo Barkley escreveu: “Um
preender por que a crucificação Deus que sofre é contradição para os
foi tão escandalizada. Os que gregos”. Não somente isso, mas
perecem não conseguem enxergar Plutarco, um dos maiores pensa-
a preciosidade desta mensagem. dores da época, ensinava que era
Mas para nós, que somos salvos, um insulto envolver Deus nos
ela é o poder de Deus que traz assuntos humanos, haja vista que
esperança. Todos nós estávamos ele está totalmente desligado da
condenados, mas Cristo carregou realidade. A ideia de encarnação
as nossas dores. Ele não era mal- e sofrimento divino, portanto, é
dito, mas foi ao madeiro porque uma afronta.
tomou para si as nossas maldi- A cruz é loucura para os
ções. Nós adoramos ao Cristo que perecem. Para os salvos,
crucificado porque foi ele que nos entretanto, é poder de Deus. Cre-
deu vida. mos em um Cristo que conhece
A cruz, que antes era escár- as nossas dores e que toma as
nio, fracasso e derrota, tornou-se nossas enfermidades (Is 53). Ele
sinônimo de vitória, salvação e não é um Deus alienado. Ele não
manifestação da glória de Deus. está distante. É Emanuel, o Deus
Sem Cristo e sua cruz, o mundo conosco.
jamais teria conhecido o verdadei- Quando falamos de bu-
ro amor. Nesse sentido, o pastor dismo, lembramo-nos do Buda,
Ensinando as Nações Jovem 15
um velho sentado meditando poderia ser salvo (Rm 8.1). Foi
de olhos fechados e totalmente através da sua morte que Jesus
aquém do sofrimento humano. nos deu vida. Logo, a humilhação
Mas quando falamos de cristia- da cruz gera a glorificação.
nismo, encontramos conforto ao
nos lembrarmos da cruz e avistar- A MENSAGEM
mos um Deus que sofre as nossas INSURGENTE, REBELDE E
dores e nos traz salvação. Diante TRANSCENDENTE
disso, Victor Franklin, psicólogo
que passou por um dos piores Para os que perecem, a
campos de concentração nazista, mensagem do evangelho é insur-
escreveu: “Eu estive em Auschwitz, gência, rebeldia, loucura e escân-
e Deus estava lá comigo”. dalo. Ora, isso acontece porque
ela é transcendente, gerada no
A LOUCURA DA CRUZ É céu e só pode ser compreendida
NECESSÁRIA por quem é cidadão de lá. Cristo
é a sabedoria e o poder de Deus.
Para os judeus que repre- Segundo o teólogo Francis Bacon,
sentavam o povo religioso, a cruz é poder porque salva; é sabedoria,
não era necessária, tendo em vista porque revela a natureza, os pro-
que as boas obras eram capazes pósitos e os planos de Deus para
de salvá-los, pois estavam no cen- a humanidade. Cristo pendurado
tro do coração de Deus. Para os na cruz pode parecer um escân-
gregos, o homem cuja moral é boa dalo, um embaraço, uma loucura
não necessita de salvação. A cruz total. Mas este ato do clímax do
era um escândalo, pois, para eles, amor, da graça e da misericórdia
não era necessária. No entanto, de de Deus, embora pareça fraco, é
acordo com o apóstolo Paulo, na mais poderoso do que qualquer
carta aos Romanos, os gregos e sabedoria ou força que o homem
gentios são pecadores. Os judeus, possa produzir.
não obstante ao conhecimento da
PENSAMENTO

lei, também o são. Na verdade,


todos os homens são pecadores A cruz de Cristo é a
(Rm 3.23) e dignos da condenação coisa mais revolucionária que
ao inferno (6.23). E se não fosse aconteceu entre os homens.
a loucura da cruz, manifestada (A.W.Tozer)
como poder de Deus, ninguém
Ensinando as Nações Jovem 16
CORRIDA DE 04 4,

22
20
REVEZAMENTO OU April 2
MARCHA SOLITÁRIA?
a bíblia diz postergando tratar de assuntos
mais sólidos para tratar daquilo
4 Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e que é urgente, ou seja: o fato de
outro: Eu, de Apolo; porventura, não sois que há muito ciúme e contenda
carnais? por conta de partidarismos na
5 Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão igreja. Dados os fatos, é como se
ministros pelos quais crestes, e conforme o nos versículos de 4 a 9 o apóstolo
que o Senhor deu a cada um?
6 Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o
dissesse: “já que vocês não estão en-
crescimento. tendendo, eu vou ter que desenhar”.
7 Pelo que nem o que planta é alguma E assim ele utiliza pelo menos
coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o duas figuras de linguagem para
crescimento. ilustrar sua repreensão: como
8 Ora, o que planta e o que rega são um; igreja somos “lavoura do senhor”;
mas cada um receberá o seu galardão,
segundo o seu trabalho.
e somos “edifício do Senhor”.
9 Porque nós somos cooperadores de Deus; Seguindo a proposta do
vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. apóstolo Paulo, permita-me usar
uma terceira ilustração para que
1 Coríntios 3.4-9 | ARC compreendam o que, de fato, a
Bíblia quer ensinar. Refiro-me a
Na primeira carta do após- uma corrida de revezamento.
tolo Paulo aos coríntios, mais Conta-se que a corrida de
especificamente no capítulo 3, revezamento começou na Pérsia,
algumas coisas ficam muito evi- quando o rei Ciro, pretendendo
dentes. Dentre elas o fato de que agilizar a entrega dos correios
esta é uma carta com um conteú- criou várias cabanas ao longo do
do muito pastoral, onde um pas- império, onde um mensageiro
tor (Paulo) decide exortar com contendo em sua mão um per-
muito ímpeto e amor as ovelhas gaminho corria o mais rápido até
de Cristo (os coríntios). outra cabana e entregava a outro
O segundo ponto é que ele mensageiro para que este fizesse
faz isso deixando claro que está o mesmo até que o mensageiro
Ensinando as Nações Jovem 17
da última cabana pudesse entre- que prejudica a unidade da
gar o pergaminho ao rei. Igreja é a incompatibilidade de
Seja a corrida de reveza- pensamentos, pelo fato de gerar
mento dos correios da Pérsia, ou divisões e enfraquecimento nas
o revezamento dos jogos olím- estruturas espirituais da Igreja.
picos, todos eles ilustram bem o O pastor Josué Gonçalves postou
princípio de que Deus, através em seu Twitter a seguinte frase:
deste texto bíblico, está nos ensi- “Divisão significa duas visões.
nando o princípio de que no Rei- Um corpo com duas cabeças é
no de Deus não há espaço para um monstro. Divisão é o inimigo
o individualismo, de modo que da visão que Deus deu ao líder”.
tudo o que fazemos requer que Esse era necessariamente
façamos em harmonia e coope- o problema dos cristãos em Co-
ração. rinto, visto que olhavam para
Talvez a frase que mais Paulo, Apolo, Pedro e tantos
nos chame a atenção para isto outros e não sabiam lidar com o
esteja no verso 6: “eu plantei, Apo- fato de serem líderes diferentes,
lo regou; mas o crescimento veio de com personalidades diferentes e
Deus”. Paulo está deixando claro mentes diferentes. Isso os leva-
que as regras no Reino de Deus va a tomar partido, o que gerava
são diferentes das regras no rei- ciúmes e discórdia entre os ir-
no dos homens, pois, enquanto mãos. Paulo encerra o assunto
no mundo as pessoas tendem a no verso 9, dizendo que todos
criar partidarismos, no Reino de somos cooperadores de Deus, ou
Deus há um só partido e um só seja, nenhum de nós é o dono da
Rei, a saber, Cristo. obra, somos todos cooperadores.
No mundo as pessoas se Deus está realizando sua obra de
vangloriam de seus feitos para redenção no mundo, ele reuniu
atrair seguidores. Todavia, no pessoas diferentes em um mes-
Reino de Deus toda a glória é mo corpo, formando a sua Igreja
dada a ele, pois somente ele tem e assim todos nós, apesar de nos-
o poder de dar crescimento à sua sas diferenças, temos o privilégio
igreja e é a ele quem devemos to- de ser participantes deste propó-
dos seguir. sito.

O PROBLEMA DA DIVISÃO É PRECISO TRANSICIONAR

Um dos maiores vilões Há um detalhe interes-


Ensinando as Nações Jovem 18
sante na corrida de revezamen- ças. Ele é Senhor de tudo. Diante
to que pode muito bem ilustrar disso não podemos supervalo-
o fato de que no Reino de Deus rizar algumas pessoas em detri-
todos trabalham por um mesmo mento de outras, nem mesmo
propósito: o transicionamento. menosprezá-las. Precisamos de
Transicionar significa passar o homens e mulheres de Deus, lí-
bastão, entender que você está deres, pastores que aprendam a
concluindo sua parte e permitin- transicionar, isto é, que saibam
do que o outro faça a dele. Signi- preparar uma nova geração de lí-
fica cooperar com quem te ante- deres e liberá-los para fluírem em
cedeu, recebendo dele o bastão e suas vocações, como diz o verso
dando o seu melhor para honrá- 7: “De modo que nem o que planta é
-lo. No meio cristão, é comum alguma coisa, nem o que rega, mas
tomarmos partido de um deter- Deus, que dá o crescimento”.
minado líder, ou de um pastor,
ou até mesmo de uma geração, NINGUÉM FOI CHAMADO
dizendo frases como: “Ah! No PARA ANDAR SOZINHO
tempo do líder fulano as coisas eram
melhores”, ou ainda: “Ah! Minha Mesmo sabendo da exis-
geração é espiritualmente superior tência de problemas entre pes-
à geração passada”. Esse tipo de soas unidas em um mesmo cor-
afirmação tende a ser um câncer po, como é o caso da igreja de
no meio da igreja, e a resposta Cristo, isto não pode servir de
bíblica para isso pode ter como motivo ou argumento para al-
base alguns termos utilizados no guém andar só.
AT, que dizem: “Eu sou o Deus de Alguém disse, certa vez,
Abraão, o Deus de Isaque e o Deus que sozinhos podemos ir mais
de Jacó” (Êx 3.6). rápido, mas juntos nós vamos
Neste texto Deus está de- mais longe. Esse entendimento
clarando que é o Deus dos avós, é um princípio importante para
dos pais e dos netos, e que ele não a igreja de Cristo. Somente no
faz distinção de qual foi a melhor Novo Testamento existem inú-
geração ou, muito menos, qual a meras expressões do tipo: “uns
que mais contribuiu para a mani- aos outros”, como é o caso de 1
festação do seu Reino. Deus sim- Tessalonicenses 5.11: “Pelo que
plesmente continua sendo Deus exortai-vos uns aos outros e edificai-
em todas as gerações, em todas -vos uns aos outros, como também o
as igrejas e em todas as lideran- fazeis”, e em Efésios 5.21: “sujei-
Ensinando as Nações Jovem 19
tando-vos uns aos outros no temor Santo que nos capacite para ser-
de Deus”. Também em 1 Tessalo- mos instrumentos de Deus a fim
nicenses 4.18: “Portanto, consolai- de ajudar outras pessoas. Esse é
-vos uns aos outros com estas pala- o motivo pelo qual Deus distri-
vras”. bui variados dons no meio do
Todas essas expressões se seu povo, para que aquilo que
referem ao fato de que estamos está em nós possa ajudar o outro
mais próximos de uma corrida e aquilo que está no outro possa
de revezamento do que de uma nos ajudar. Isto é a “ajuda mútua”
marcha solitária. Todos estamos a que se refere a primeira carta
caminhando na mesma direção, aos tessalonicenses 5.11, confor-
seguindo o mesmo Rei, indo me citado acima.
para o mesmo destino e diante Deus não nos chamou
disso não há sequer um motivo para evidenciar os problemas
para andarmos sozinhos, visto da igreja. Ao contrário, ele nos
que não se pode ser igreja sozi- convocou para fazer parte da
nho. solução. A santificação para os
O apóstolo Pedro fez questão cristãos é um processo, e não
de lembrar que somos individualmen- um estado. Por isso precisamos
te pedras de uma mesma construção permitir que a Palavra nos lim-
e que somente juntos formamos uma pe para que, juntos, possamos
casa espiritual que é habitação de concluir a nossa jornada e dizer
Deus: “vós também, como pedras como o apóstolo Paulo: “Comba-
vivas, sois edificados casa espiritual ti o bom combate, acabei a carreira,
e sacerdócio santo, para oferecerdes guardei a fé” (2 Tm 4.7).
sacrifícios espirituais, agradáveis a
Deus, por Jesus Cristo” (1 Pe 2.5).
Perceba que a expressão
“pedras”, está no plural e “casa”
está no singular, pois somen-
te juntos somos Igreja. Não há
como ser igreja sozinho. A igreja
PENSAMENTO

é o lugar perfeito para pessoas Nas coisas essenciais, a


imperfeitas. O fato de existirem unidade; nas coisas não essen-
problemas na igreja não deve ser ciais, a liberdade; em todas as
motivo para sairmos, mas para coisas, a caridade. (Marco An-
ficarmos, pois há muito a ser fei- tônio de Dominis)
to. Precisamos pedir ao Espírito
Ensinando as Nações Jovem 20
MARCAS E ARRANHÕES: 05

2
02
,2
May 1
VIDA PARA ALÉM DO
PARQUINHO
a bíblia diz sátira, uma figura de linguagem
e ironia para provar que eles se
10 Nós somos loucos por amor de Cristo, deixaram levar pelo próprio ego.
e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, Paulo ansiava por orientar
fortes; vós, ilustres, e nós, vis.
11 Até esta presente hora, sofremos
o povo de coríntios que a cada
fome e sede, e estamos nus, e recebemos dia se afastava da essência de
bofetadas, e não temos pousada certa, seus ensinamentos. Ele os amava
12 e nos afadigamos, trabalhando com
nossas próprias mãos; somos injuriados e e sentia constantemente o peso
bendizemos; somos perseguidos e sofremos; do fardo que carregava por aque-
13 somos blasfemados e rogamos; até ao les que estavam sob seu cuidado
presente, temos chegado a ser como o lixo
deste mundo e como a escória de todos. espiritual. Ele entendia e aceitava
as dificuldades que vinham em
1 Coríntios| 4.10-13 ARC decorrência disso.
No verso 6, Paulo adverte: AS DIFICULDADES DO
“não ultrapassem o que está escri- CHAMADO
to”, mostrando-nos claramente
que quando desprezamos os en- Paulo enfrentou diversas
sinamentos e damos ouvidos à dificuldades em seu ministério.
soberba, nos afastamos do plano Porém, ele nunca se deixou des-
original de Deus. falecer, pois sua esperança estava
Estamos em um contex- em Cristo. Mesmo sendo pressio-
to onde os crentes de Corinto se nado de todos os lados, ele não
encontram inchados de orgulho desanimou e nem se desesperou.
por sua “sabedoria” e “prudên- Ele disse: “Em tudo somos atribula-
cia”. Vemos um contraste entre dos, mas não angustiados; perplexos,
a vanglória dos coríntios e a hu- mas não desanimados; perseguidos,
mildade e autoridade do apósto- mas não desamparados; abatidos,
lo Paulo, que, por vezes, recorre à mas não destruídos” (2 Co 4.8,9).
Ensinando as Nações Jovem 21
Lutamos diariamente con- em meio aos lobos: “Eis que vos
tra nossos próprios desejos car- envio como ovelhas ao meio de lo-
nais que nos levam para longe bos; portanto, sede prudentes como
do propósito de Deus. Em várias as serpentes e símplices como as
oportunidades a Bíblia nos fala pombas” (Mt 10.16). Esta adver-
acerca da guerra espiritual que tência continua para nós, hoje,
existe entre nossa carne e o nosso pela possibilidade de sermos
espírito. Sobre isso Paulo aconse- perseguidos por pregar a verda-
lha: “[...] Vivam pelo Espírito, e de de. O apóstolo Paulo sabia disso
modo nenhum satisfarão os desejos e se alegrava em ver os crentes
da carne. Pois a carne deseja o que de Corinto sendo fortalecidos. A
é contrário ao Espírito; e o Espírito, oração de Paulo era que eles (os
o que é contrário à carne. Eles estão coríntios) continuassem sendo
em conflito um com o outro” (Gl aperfeiçoados no evangelho de
5.16,17). Cristo: “Porque nos regozijamos de
Como jovens, precisamos estar fracos, quando vós estais fortes;
decidir o quanto antes qual ca- e o que desejamos é a vossa perfei-
minho que queremos seguir, sa- ção” (2 Co 13.9).
bendo que aquele que escolher-
mos governará os nossos passos. ENTENDENDO AS
Aqui cabe uma pergunta: Temos PRÓPRIAS FRAQUEZAS
vivido de modo a testemunhar
as verdades do evangelho ou Paulo sabia que o cristão
estamos deixando apenas um só encontraria a verdadeira força
rastro de amargura e morte por quando entendesse as próprias
onde passamos? fraquezas e a dependência de
Não podemos esperar Cristo. O poder de Deus só se
uma vida de bonança comple- aperfeiçoa em nossas vidas atra-
ta aqui na terra: “Tenho-vos dito vés de nossas fraquezas. Paulo
isso, para que em mim tenhais paz; também passou por esta expe-
no mundo tereis aflições, mas tende riência: “E disse-me: A minha graça
bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo te basta, porque o meu poder se aper-
16.33). feiçoa na fraqueza. De boa vontade,
O Senhor Jesus enviou pois, me gloriarei nas minhas fraque-
seus discípulos como cordeiros zas, para que em mim habite o po-
Ensinando as Nações Jovem 22
der de Cristo” (2 Co 12.9). Através Deus entre e nos transforme to-
disso, ele começa a moldar nos- talmente, inclusive os nossos tre-
so caráter e nos ensina a confiar. jeitos. Com amor e graça ele nos
Nunca estamos sozinhos, pois o cobre e nos traz de volta à essên-
amor de Deus nos cerca de todos cia. Ao nos rendermos a Cristo,
os lados. ficamos desarmados do nosso
Deus busca por corações ‘eu’ e, assim, entregamos a ele
quebrantados e dispostos a se o nosso coração, dando espaço
arrepender: “... a um coração que- para que ele resgate a nossa ver-
brantado e contrito não desprezarás, dadeira identidade. Não mais se-
ó Deus” (Sl 51.17b). Em Marcos remos chamados de órfãos, mas,
2.17, temos o registro das seguin- sim, de filhos e filhas.
tes palavras de Jesus: “As pessoas
saudáveis não precisam de médico, AS CICATRIZES DO
mas sim os doentes. Não vim para CAMINHAR CRISTÃO
chamar os justos, mas sim os peca-
dores”. Em nossa caminhada cris-
O verdadeiro cristão se tã enfrentamos batalhas e muitas
gloria em Cristo, e não em sua delas nos deixam marcas como
própria força. É necessário dei- vestígios para nos mostrar que
xarmos nosso orgulho e nos nem sempre vencemos os desa-
entregarmos sem reservas ao fios que encaramos. O caminhar
Senhor. O teólogo Simon Kiste- longe de Deus é repleto de tris-
maker, disse: “o poder divino se teza, dor, desespero e fracasso,
mostra brilhantemente quando a deixando-nos com cicatrizes e
fraqueza humana está evidente aos marcas permanentes.
olhos”. Em momentos como estes
Não há nada mais forte do é importante olharmos para o
que a misericórdia de Deus: “As alvo (Hb 12.1) e permanecermos
misericórdias do Senhor são a causa firmes na fé, pois é pela fé (Rm
de não sermos consumidos; porque 10.17) que somos levados de vol-
as suas misericórdias não têm fim” ta ao amor e também à redenção
(Lm 3.22). Ao entendermos e que só encontramos aos pés da
reconhecermos a nossa depen- cruz.
dência, abrimos a porta para que Em Deus somos mais que
Ensinando as Nações Jovem 23
vencedores e nada poderá nos ridículo segundo a opinião das
separar dele: “Porque estou certo pessoas de sua época. Aos olhos
de que nem a morte, nem a vida, nem do mundo, seguir a Jesus signifi-
os anjos, nem os principados, nem as ca nadar contra a maré. Todavia,
potestades, nem o presente, nem o ao obedecer aos mandamentos
porvir, nem a altura, nem a profun- do Mestre e exalar suas verda-
didade, nem alguma outra criatura des através de nossas atitudes,
nos poderá separar do amor de Deus, estaremos manifestando o Reino
que está em Cristo Jesus, nosso Se- dele aqui.
nhor” (Rm 8.38,39). Ele nos chama para ser-
O nosso quebrantamento mos luz do mundo (Mt 5.14) e
nos leva a Cristo, e as feridas que para proclamarmos a salvação
tivemos no transcurso de nossa aos perdidos. Devemos, pois,
história se tornam apenas lem- manter acessa a chama da nos-
branças que serão usadas para sa fé quando a escuridão quiser
testemunhar a nossa mudança nos dominar. Somos chamados
de vida. Somos regenerados por para a obediência, ou seja, para
meio da palavra de Deus, que é fazer a vontade de Deus. Isso in-
viva e permanente (Hb 4.12). clui proclamar aos quatro cantos
A cada dia devemos agra- dessa Terra que ele vive e reina.
decer pelas cicatrizes que fica- Devemos fazer isso com alegria,
ram, porque sem elas não conhe- suportando as dificuldades e
ceríamos o coração de Deus. Elas mantendo os nossos olhos fixos
sempre falam de quem Jesus foi, em Cristo, sabendo que nele, ne-
é e sempre será em nossas vidas nhum trabalho é vão (1 Co 15.58).
(Hb 13.8). Por isso, precisamos
ser sempre gratos pelas marcas
e arranhões que tivemos quando
estávamos longe de Cristo.

MANIFESTANDO O REINO
PENSAMENTO

Uma vida fácil, que a


DE DEUS si mesmo não se negue, nunca
será poderosa. Produzir frutos
Em certo sentido, o estilo exige suportar cruzes. (Hudson
de vida de Paulo era considerado Taylor)
Ensinando as Nações Jovem 24
06

22
20
,
May 08
PADRÃO OU ESSÊNCIA

a bíblia diz Poseidon, à deusa Roma, bem


como ao próprio imperador, em
1 Geralmente, se ouve que há entre vós especial Afrodite, que contava
fornicação e fornicação tal, qual nem ainda com cerca de mil mulheres que
entre os gentios, como é haver quem abuse acolhiam e iniciavam seus devo-
da mulher de seu pai.
2 Estais inchados e nem ao menos vos tos na arte do amor. Dessa forma,
entristecestes, por não ter sido dentre vós os coríntios não faziam distinção
tirado quem cometeu tal ação. entre o sagrado e o profano, entre
3 Eu, na verdade, ainda que ausente
no corpo, mas presente no espírito, já religião e sexualidade, elemen-
determinei, como se estivesse presente, que tos que estavam inteiramente
o que tal ato praticou, ligados uns aos outros. Corinto
4 em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
juntos vós e o meu espírito, pelo poder de
tinha fama de cidade depravada
nosso Senhor Jesus Cristo, e licenciosa. Em um comentário, o
5 seja entregue a Satanás para destruição da pastor Hernandes Dias Lopes diz
carne, para que o espírito seja salvo no Dia
do Senhor Jesus.
que, nessa metrópole, a religião
era confundida com a prática
sexual.
1 Coríntios 5.1-5 | ARC
Em nome da “sabedoria”, NATUREZA DA
a cidade de Corinto estava na COMUNIDADE CRISTÃ EM
posição de uma metrópole grega CORINTO
de grande destaque nos tempos
de Paulo. Corinto era uma cida- Após a fundação da igreja
de intelectualmente arrogante e em Corinto, que contava com
moralmente corrupta. Seus cida- aproximadamente 50 membros
dãos eram licenciosos. Ademais, de várias etnias, e a partida de
a igreja também era composta de Paulo, é possível ver que a co-
membros judeus e gentios. munidade cristã ficou desunida,
Em Corinto havia todo tipo o que permitiu a formação de
de religião e cultos, como ao deus grupos.
Ensinando as Nações Jovem 25
Paulo inicia o capítulo cin- O fato é que Deus estabe-
co falando da imoralidade e lece um padrão de moralidade
manifesta sua admiração de que desde o Antigo Testamento. Por
os demais membros não tenham exemplo, em Levítico, capítulo 18,
tomado nenhuma providência é possível ver o Senhor dizendo
quanto ao problema. Em outras ao povo: “Não fareis segundo as
palavras: a igreja parecia coni- obras da terra do Egito, em que ha-
vente com a situação. A ética e a bitastes, nem fareis segundo as obras
moralidade tinham sido perdidas da terra de Canaã, para a qual vos
pela comunidade. Assim, parece levo, nem andareis nos seus estatu-
que não se importavam mesmo tos [...] Nenhum homem se chegará
com o certo ou o errado em re- a qualquer parenta da sua carne,
lação ao evangelho de Cristo, para descobrir a sua nudez. Eu sou
anunciado pelo apóstolo funda- o Senhor [...] Nem te deitarás com a
dor. Logo, não havia nenhuma mulher de teu próximo para cópula,
diferença entre os cristãos e os para te contaminares com ela.”
cidadãos de Corinto. Na verdade, Esse ideal foi enfatizado
havia uma diferença: eles eram de pelos textos de Mateus 5, versícu-
uma nova religião. los 27 e 28, e Gênesis 9, versículos
O fato é que a carnalidade 20 ao 22. Logo, a ideia no texto
continuava a cobrar o seu preço de Levítico, de não conhecer a
devastador. A despeito da sabe- nudez de pessoas aparentadas
doria, o que restava era a carna- ou de familiaridade, é explícita
lidade e a divisão, bem como a e aponta para o tamanho e para
arrogância e a autossatisfação, o a profundidade do problema
que era diametralmente contrário em que a comunidade cristã em
à moralidade cristã. Corinto está mergulhada. Essa
A igreja em Corinto estava imoralidade pode ser compreen-
totalmente devastada. Os pagãos dida principalmente no texto de
viviam na prática da imoralidade, Mateus, pois, se apenas o olhar
pois isso era comum entre eles. com intenção concupiscente já
Todavia, isso também passa a denotava a intensidade e o teor
ser uma constante na conduta de pecado consumado, imagine,
dos irmãos de Corinto, o que a partir de então, sua prática.
demonstra o grau de desvio de
conduta da natureza cristã desta
comunidade eclesiástica.
Ensinando as Nações Jovem 26
A ESSÊNCIA DA IGREJA DE semelhança (Gn 1.26). Embora
DEUS o diabo tenha contaminado sua
natureza com o pecado, o homem
A igreja é o corpo de Cristo, ainda tem a essência do seu cria-
puro e sem mácula. Ela não pode dor. Por isso a surpresa de Paulo
viver entregue à maldade do pe- ao saber da prática dos cristãos
cado. Corinto, como já vimos, era em Corinto. O que o apóstolo
uma sociedade corrupta, assim esperava era que a natureza das
como a dos nossos dias. Além pessoas convertidas a Cristo
disso, ela era permissiva e ímpia. tivesse sito transformada pela
Todavia, essa não deve ser a natu- essência do evangelho (Jo 4.14;
reza dos cristãos, nem os daqueles 6.35; 7.37,38).
dias e muito menos os dos dias Mesmo que o grande dou-
atuais. Isso se dá porque ‘aque- trinador da igreja cristã tivesse
le’ Dia se aproxima e, por conta estabelecido um padrão, uma
disso, devemos estar preparados. norma, um modelo para a co-
A comunidade de cristãos munidade cristã em Corinto, eles
é o corpo de Cristo. Trata-se de jamais conseguiriam segui-lo,
um templo (1 Co 3.16; Rm 12.5; vivê-lo sem, contudo, ter a essên-
1 Co 12.12-27; Cl 1.18). Assim, a cia da vida cristã inserida em sua
igreja é onde Jesus e o Espírito natureza.
Santo habitam (2 Co 6.16). Isso
quer dizer que Cristo exige que O PADRÃO DA IGREJA DE
ela seja santa não apenas de ma- DEUS
neira coletiva, mas individual-
mente (1 Co 6.19). Não obstante, Paulo estabelece uma re-
a imoralidade sexual profana o união oficial com o propósito de
corpo (1 Co 6.18), “portanto os que tratar o transgressor. O pecado
estão na carne não podem agradar público deve ser julgado e conde-
a Deus” (Rm 8.8). Espera-se do nado publicamente (Mt 18.15-20).
cristão, portanto, que ele seja uma No caso relatado na primeira car-
pessoa nascida de novo (Jo 3.3), ta aos Coríntios, tal ato foi cometi-
uma pessoa espiritual (v.6). do abertamente, inclusive para os
O que constitui a natureza que estavam fora da comunidade
de um ser, se não a sua essência? cristã. As instruções deveriam ser
A essência do ser humano é Deus. levadas a cabo pela autoridade
Fomos criados à sua imagem e de Jesus Cristo, em seu nome,
Ensinando as Nações Jovem 27
não apenas pela autoridade da que o tal transgressor perdeu
igreja local, afinal o indivíduo era totalmente a proteção divina
membro não apenas da organi- e está agora vulnerável ao
zação religiosa, mas, também, do ataque do adversário. Assim, é
organismo vivo que é o corpo de possível que Deus permita, ou
Cristo, a Cabeça. até ordene, que Satanás ataque
A partir de então se estabe- seu corpo, com a finalidade de
lece um padrão para a igreja com despertar o indivíduo para o
base na essência de sua natureza. arrependimento (Lc 15.11-32).
Havia a necessidade de um mode-
lo de disciplina que gerasse temor A disciplina eclesiástica
e reverência nos membros da é um assunto que não deve ser
igreja (At 5.11). Vejamos alguns negligenciado. Ela é um instru-
pontos de reflexão: mento de autoridade do pastor,
de modo que, aquele que ama
a) A exclusão pode despertar o seu rebanho, deve aplicá-la com
indivíduo, a fim de que ele o objetivo de tratar o desgarrado
veja a tragédia de seu pecado transgressor.
e sua necessidade de perdão e Essa ação pastoral não é
restauração. Vale observar que brutal ou despida de sentido,
Paulo parece ser mais brando mas é um caminho para que o
que Pedro ao tratar Ananias e transgressor sinta-se fora da gra-
Safira (At 5.1-11). ça e perceba o tamanho do risco
b) Tolerar tais práticas na igreja é que corre fora dela, para que, com
rebaixar o padrão moral tan- tristeza, volte arrependido sem o
to da organização quanto do fermento do pecado.
organismo e seus membros
individuais;
c) A igreja não poderá ganhar os
perdidos para Cristo se ela for
semelhante ao mesmo sistema
PENSAMENTO

ímpio do mundo (Mt 5.13,14); Nenhum modelo es-


d) Entregá-lo a Satanás não quer trutural (padrão) funcionará
dizer que ele estaria privado sem a essência da natureza do
da salvação, até pelo fato de verdadeiro cristão.
que a igreja não o salvou.
Entregá-lo a Satanás significa
Ensinando as Nações Jovem 28
07

22
A CASA É DELE?

20
,
May 15

CUIDA!
a bíblia diz o quanto nosso corpo é impor-
tante para Deus? Ele nos chama
15 Não sabeis vós que os vossos corpos
de seu templo (1 Co 6.19,20). Por
são membros de Cristo? Tomarei, pois, os esse motivo, Deus deseja que
membros de Cristo e fá-los-ei membros de cuidemos bem desse templo - o
uma meretriz? Não, por certo. nosso corpo. O Espírito Santo só
16 Ou não sabeis que o que se ajunta com a
meretriz faz-se um corpo com ela? Porque
habitará nesse templo se manti-
serão, disse, dois numa só carne. vermos nossos corpos, mentes e
17 Mas o que se ajunta com o Senhor é um corações puros.
mesmo espírito. Claro que nosso Pai sabe
18 Fugi da prostituição. Todo pecado que o
homem comete é fora do corpo; mas o que se
que todos os dias somos tentados
prostitui peca contra o seu próprio corpo. com coisas que podem manchar
19 Ou não sabeis que o nosso corpo é o e sujar nosso templo. Por isso, ele
templo do Espírito Santo, que habita em deixou em sua Palavra as coisas
vós, proveniente de Deus, e que não sois de
vós mesmos?
que são prejudiciais e as que não
são.
1 Coríntios 6.15-19 | ARC
Temos que manter este
templo em perfeitas condições, a
Uma das maiores bênçãos fim de que o Espírito Santo pos-
é o nascimento de uma criança, sa fazer morada nele. Vejamos
aquele momento ímpar de ale- alguns exemplos:
gria e felicidade entre todos da
família. Ao nascermos, recebe- DEUS HABITA EM NÓS
mos um corpo físico, e ao entre-
garmos nossa vida ao Senhor Paulo inicia o versículo
precisamos desse corpo para 15 com uma pergunta retórica,
honrar e servir a Deus da manei- quando diz: “Não sabeis”? Ele
ra que ele nos ensina em sua Pa- disse isso para fazer com que
lavra. Você já parou para pensar os cristãos de Corinto entendes-
Ensinando as Nações Jovem 29
sem a importância da união com verdade absoluta. P o r t a n t o ,
Cristo. Paulo enfatiza aqui que quem pratica a imoralidade se-
estamos unidos em Cristo, mais xual está profanando a habitação
do que unidos em corpo, esta- do Espírito Santo, ocasionando
mos unidos em espírito (1 Co não só danos espirituais, mas,
6.17). Isso quer dizer que onde também, físicos para si e para os
estivermos, o Espírito Santo es- outros. Toda forma de afronta ao
tará conosco, por isso toda forma Espírito Santo, ou tudo que vá
de conduta inapropriada deve contra a sua lei, se aplica a isso.
ser rejeitada. Se somos templo,
não devemos pensar ou agir de FUJA DA IMORALIDADE
forma independente, pois não SEXUAL
pertencemos a nós mesmos. Na
carta de Paulo aos gálatas, ele Observe que no versícu-
nos adverte sobre viver nossas lo 18, Deus nos dá uma ordem
vontades: “Já estou crucificado com através do apóstolo, quando ele
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cris- escreve: Fugi da prostituição
to vive em mim; e a vida que agora (imoralidade sexual). A prática
vivo na carne vivo-a na fé do Filho sexual é algo tão forte e íntimo
de Deus, o qual me amou e se entre- que torna dois corpos em um (1
gou a si mesmo por mim” (Gl 2.20). Co 6.16; Gn 2.24). Por que Paulo
Portanto, eram consideradas ina- falou aos cristãos de Corinto tão
ceitáveis as práticas sexuais errô- abertamente sobre a fornicação?
neas e corriqueiras daquele povo Porque a cidade era muito des-
(1 Co 6.15). regrada com relação às tentações
O teólogo William Hen- das imoralidades sexuais. Este
driksen, em seu comentário ex- pecado entristece o Espírito San-
positivo de 1 Coríntios, diz: “nós to e mancha o templo (seu cor-
não somos os donos de nosso próprio po).
corpo, porque Deus nos criou, Jesus No começo pode até pare-
nos redimiu e o Espírito Santo faz cer algo agradável, mas no final
sua habitação dentro de nós”. Ele vêm as consequências (Pv 5.3,4).
continua dizendo: “Por Deus ser Essas consequências podem ser
dono de nosso corpo, nós somos mor- comparadas a um belo vaso que
domos dele e precisamos prestar con- você atira no chão e ele se que-
tas a ele”. Isso realmente é uma bra, depois você se arrepende e
Ensinando as Nações Jovem 30
tenta remendá-lo. O vaso pode que pode lidar com isso sozinho,
até ficar restabelecido, mas as mas não é verdade. Você precisa
evidências do estrago sempre es- de ajuda! Falar com outros exige
tarão presentes, para fazê-lo lem- coragem e determinação, mas é
brar da queda. essencial (Tg 5.16).
A boa notícia é que a for-
nicação tem perdão, desde que Identificação. Identifique
aconteça um verdadeiro arre- aquilo que pode despertar dese-
pendimento com o abandono jos errados. Quais as situações,
das velhas práticas. Em 1 João pensamentos ou emoções que
1.9 está escrito: “Se confessarmos despertam desejos errados em
os nossos pecados, ele é fiel e justo você? Navegar na internet? Ver
para nos perdoar os pecados e nos televisão tarde da noite? Ler re-
purificar de toda injustiça”. vistas pornográficas? Sentir-se ir-
Apesar de não ser fácil ritado, solitário, cansado ou com
romper com as impurezas se- fome? Identifique suas fraque-
xuais, a graça de Cristo é pode- zas e evite-as a todo o custo (Mt
rosa para nos dar a vitória sobre 5.29). Fortaleça sua espiritualida-
todo e qualquer hábito pecami- de enchendo a sua mente com
noso (1 Co 15.57). Em Filipenses pensamentos sadios e com coisas
4.8, temos um verdadeiro ma- espirituais (Fp 4.8,9).
nual que nos ensina a maneira
correta de ocupar a nossa mente. GLORIFICANDO A DEUS
Vejamos alguns passos COM SEU CORPO
importantes neste aspecto:
“Ou não sabeis que o nosso
Oração. O passo mais im- corpo é o templo do Espírito Santo,
portante para se libertar da imo- que habita em vós, proveniente de
ralidade sexual é pedir a ajuda Deus, e que não sois de vós mes-
de Deus em oração (Gl 5.16,24). mos”? (1 Co 6.19). Use todo o seu
corpo para render glórias ao Pai.
Ajuda de outros. É im- O verbo glorificar vem da pala-
portante buscar ajuda de outros. vra glória, palavra amplamente
Esse mal é secreto e vergonho- empregada na Bíblia especial-
so ao ponto de tornar-se difícil mente com o sentido teológico.
o pedido de ajuda. Você pensa Na Bíblia Hebraica, glória é a tra-
Ensinando as Nações Jovem 31
dução de kabod, palavra que sig- moderno e atual. De fato, a Bíblia
nifica “peso que pesa mais”. É o é antiga, mas ela continua sendo
que você valoriza acima de tudo, atual e verdadeira. Sabemos que
o que merece sua obediência, Deus é imutável e as verdades de
sua adoração, seu respeito. En- sua palavra também. O Senhor
tão como posso glorificar a Deus diz claramente: “... bem-aventura-
com o meu corpo? dos os que ouvem a palavra de Deus
Fomos comprados por um e a guardam” (Lc 11.28).
preço altíssimo, de modo que to- Portanto, à medida que
das as nossas vontades devem nos aproximamos de Deus e fa-
ser para honrar aquele que nos zemos a sua vontade, tornamo-
comprou. Devemos colocar na -nos verdadeiramente templos e,
balança: agradar a Deus ou fazer consequentemente, ficamos mais
aquilo que o meu corpo tem von- parecidos com ele, sendo molda-
tade? dos pelo Espírito Santo, vivendo
A palavra de Deus diz em uma ininterrupta santificação até
Romanos 6.6: “sabendo isto: que o que chegue o grande dia da volta
nosso velho homem foi com ele cru- do Senhor, em que viveremos a
cificado, para que o corpo do pecado mais perfeita expressão de habi-
seja desfeito, a fim de que não sirva- tação Divina - novos céus e nova
mos mais ao pecado”. terra (2 Pe 3.13), onde reinaremos
O pecado jamais pode com Deus por toda a eternidade
controlar nosso corpo físico, nos- (Ap 22.5).
so emocional, psicológico e espi-
ritual se dedicarmos a nossa vida
para uso exclusivo de Deus. É
sempre bom lembrar que não es-
tamos sós nessa luta, quando er-
ramos Deus sempre nos mostra
o caminho correto a seguir. Se somos templo do
PENSAMENTO

Uma das maiores menti- Espírito Santo, devemos vi-


ras que o mundo quer colocar no ver para honrá-lo. As práti-
coração dos jovens é a de que a cas do velho homem só vão
Bíblia é um livro ultrapassado, entristecê-lo e envergonhá-
e que seus conceitos não podem -lo.
ser usados em um mundo tão
Ensinando as Nações Jovem 32
08

22
RELACIONAMENTO E

20
,
May 22

REVELAÇÃO
a bíblia diz Paulo não estava expondo alea-
toriamente sobre casamento,
celibato, divórcio e viuvez. Ao
7 Porque quereria que todos os homens
fossem como eu mesmo; mas cada um tem
contrário, estava respondendo
de Deus o seu próprio dom, um de uma dúvidas específicas levantadas
maneira, e outro de outra. por pessoas da igreja de Corin-
8 Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que to. Assim, Paulo trouxe grandes
lhes é bom se ficarem como eu.
9 Mas, se não podem conter-se, casem-se.
conselhos e ensinamentos acerca
Porque é melhor casar do que abrasar-se. deste importante tema.

CRISTÃOS CASADOS
1 Coríntios 7.7-9 | ARC
Quantos aos casados, Pau-
Para compreendermos lo traz os seguintes conselhos:
melhor os ensinamentos de
Paulo no texto acima, precisa- 1 - Apenas um Cônjuge -
mos não apenas lê-lo de forma Paulo ensina que o homem deve
corrida, mas, principalmente, ter uma só mulher e a mulher um
ter conhecimento do contexto só homem, mostrando-nos que
vivido por Paulo naquele mo- poligamia é pecado. Vale desta-
mento. car que na lei brasileira a poliga-
Se apenas lermos o texto mia é crime, conforme o Código
bíblico chegaremos à conclusão Penal Brasileiro.
precipitada de que Paulo não
era favorável ao casamento, mas, 2 - Responsabilidade recí-
sim, ao celibato. Entretanto, te- proca - Paulo fala sobre a relação
mos muito o que aprender com sexual lícita no casamento, ensi-
o que Paulo realmente quis ex- nando-nos que os corpos de am-
pressar. bos os cônjuges não pertencem
Ao escrever este capítulo,
Ensinando as Nações Jovem 33
a si mesmos, mas um ao outro, CRISTÃOS E NÃO
devendo ambos se satisfazerem CRISTÃOS (SOLTEIROS)
sexualmente. E que o casal não
deve se abster do sexo, a não ser Referente aos solteiros,
que haja consentimento mútuo Paulo traz um único conselho e
com propósito espiritual, e que vários ensinamentos dentro do
seja por período determinado. capítulo 7. O conselho é: não se
Tenhamos em mente que o sexo case. Mas, a partir desse conselho
antes do casamento e fora dele é surgem dúvidas. Por exemplo:
pecado, mas na vigência de um Paulo era contra o casamento? O
casamento lícito é uma bênção celibato é melhor ou mais impor-
de Deus que deve ser desfrutada. tante que o casamento?
Ao estudarmos este tema
3 - União indissolúvel - a fim de respondermos as dúvi-
Paulo ensina contra a separação, das supracitadas, descobrimos
dizendo que o casamento não foi grandes ensinamentos que ire-
feito para ser vivido apenas por mos expô-los a partir de agora.
um tempo, mas até que a morte Paulo, ao aconselhar os solteiros
venha a separar os cônjuges. para não se casarem (como ele
não se casou) afirma que “cada
Biblicamente, sabemos um tem o seu próprio dom da parte
que o casamento deve aconte- de Deus” (1 Co 7.7), ou seja, Deus
cer entre homem e mulher (ape- tem um dom para cada um de
nas uma mulher e apenas um nós, e que para casar é preciso ter
homem), ou seja, tem que ser o dom, assim como que para vi-
monogâmico; e ambos devem ver o celibato também é preciso
se satisfazer sexualmente. Infe- ter o dom.
lizmente, nos dias atuais temos Devemos entender que
visto que estes ensinamentos não a abstenção dos desejos sexuais
estão sendo seguidos, mas você, vai muito além de um controle
jovem cristão, pode viver um ca- mental. E que ter um casamento
samento abençoado seguindo es- saudável vai muito além de as-
ses ensinamentos. sinar um documento ou realizar
um evento religioso. Ambos tra-
zem grandes responsabilidades,
como vimos no tópico anterior.
Ensinando as Nações Jovem 34
O casamento implica na obriga- de ter Cristo, e assim contribuir
ção de um cônjuge para com o para que o cônjuge descrente
outro, e isso gera preocupações. também se converta.
No casamento você tem Não seja inconveniente
uma pessoa com quem se im- tentando forçar seu (a) compa-
portar diretamente, tendo que nheiro (a) gerando brigas e dis-
dividir seu tempo com seu côn- cussões quanto à vida com ou
juge e com a obra de Cristo. Já no sem Cristo, mas seja prudente e
celibato é somente você e a obra viva Cristo, pois o testemunho
de Cristo. Vale ressaltar que ser pode gerar vida no cônjuge, en-
solteiro também tem suas obri- quanto que o conflito pode gerar
gações, e o que está sendo colo- revolta.
cado em pauta é em comparação Busque a Deus em favor
ao casamento. do seu casamento. Paulo nos in-
forma que quando há um cristão
NÃO CRISTÃOS (CASADOS) no lar, o outro cônjuge e os filhos
são santificados, olha que bên-
Inicialmente, gostaria de ção. Quão grande é a vida com
frisar que tudo que está expos- Cristo. Assim deverá o cônjuge
to no Tópico “CRISTÃOS CA- usar positivamente a vida com
SADOS”, deve ser colocado em Cristo no seu lar.
prática aqui também pelos não
cristãos. VIÚVAS
O que vamos ressaltar
nesse tópico diz acerca do perío- O casamento é para toda
do de antes do casamento, quan- vida aqui na Terra, mas lembre-
do ambos eram incrédulos e um -se, aqui na Terra, porque lá no
dos cônjuges vem a se converter céu não teremos casamento nem
depois do casamento. Paulo dei- continuaremos a ser casados
xa claro que a pessoa não deve com os cônjuges aqui da Terra.
se separar. Isso nos mostra como Viveremos para Deus.
o casamento é coisa séria. Paulo O conselho para as viúvas
ensina que o cônjuge converti- é semelhante ao dos solteiros,
do deve usar seu testemunho de justamente pelo mesmo moti-
uma vida diferenciada para mos- vo. A viúva agora pode cuidar
trar ao outro o lado maravilhoso das coisas de Deus, pois não terá
Ensinando as Nações Jovem 35
mais as preocupações e obriga- vida a dois.
ções que um casamento exige. Existe o dom para casa-
Entretanto, Paulo ressalta mento, assim como o dom do
também que, caso não consiga fi- celibato, e Paulo tinha o do celi-
car só e tenha vontade de ter um bato. Sendo assim, viveu para le-
cônjuge por questões diversas, var o evangelho sem obrigações
inclusive por causa de desejos ín- e preocupações conjugais. Mas
timos latentes, então que se case. existem pessoas cujo o dom é
Paulo ainda ressalta: case no Se- para casamento, e neste propósi-
nhor! Isso é muito importante, to, Deus usa a ambos para faze-
porque o casamento de um cris- rem obra dele.
tão com um não cristão torna-se Por fim, ore e busque dis-
jugo desigual, uma situação que cernimento acerca do que Deus
trará sofrimento para vida de deseja para você. Viva a sua li-
ambos. Isso vale também para os berdade de solteiro para fazer o
solteiros que pretendem casar. que Deus quer que você faça, ou
constitua família tendo em men-
TENHA EM MENTE te as informações já passadas
nesta lição, isto é, de viver com
A partir de agora você sua família para Deus. Ambas as
sabe que Paulo não era contra o situações têm os ‘prós’ e os ‘con-
casamento e nem escreveu o ca- tras’. Escolha dentro da vontade
pítulo 07 aleatoriamente, apenas de Deus e viva verdadeiramente.
para expor sua opinião. Paulo
estava respondendo dúvidas
levantadas pelas pessoas de Co-
rinto. O casamento aprovado
por Deus é uma bênção, confor-
me Gênesis 2.18: “Então o Senhor
Deus declarou: Não é bom que o ho-
PENSAMENTO

A oração não é para de-


mem esteja só; farei para ele alguém terminar nada pra Deus. A oração
que o auxilie e lhe corresponda”, é para receber a determinação de
mas Paulo alerta as pessoas que Deus pra nossa vida. (Hernandes
o casamento exige responsabili- Dias Lopes)
dade e obrigações, deveres que
trazem preocupações inerentes à
Ensinando as Nações Jovem 36
09

22
TRILHOS DA

20
,
May 29
LIBERDADE
a bíblia diz sição de regras ou normas é to-
mada como um cerceamento de
liberdades. Contudo, devemos
9 Mas vede que essa liberdade não ter a plena convicção de que li-
seja de alguma maneira escândalo berdade não significa agir como
para os fracos. bem entendemos; e que escolhas
10 Porque, se alguém te vir a ti, trazem consequências.
que tens ciência, sentado à mesa Em rápida busca pelo ter-
no templo dos ídolos, não será a mo LIBERDADE encontramos
consciência do que é fraco induzida como resultado: “grau de indepen-
a comer das coisas sacrificadas aos
dência legítimo que um cidadão, um
ídolos?
povo ou uma nação elege como valor
11 E, pela tua ciência, perecerá
o irmão fraco, pelo qual Cristo supremo, como ideal”. Portanto, li-
morreu. berdade está intimamente ligada
12 Ora, pecando assim contra aos valores que cultivamos e se-
os irmãos e ferindo a sua fraca guimos. Este conceito, ligado ao
consciência, pecais contra Cristo. de trilhos ou caminho a ser percor-
13 Pelo que, se o manjar rido, nos leva a uma conclusão: a
escandalizar a meu irmão, nunca nossa fé, baseada em Cristo, nos
mais comerei carne, para que meu conduz a seguir os valores por
irmão não se escandalize. ele deixados, de modo que esco-
lhemos viver segundo a sua pa-
lavra.
1 Coríntios 8.9-13 | ARC Faz-se necessário enten-
Tão amplamente dissemi- dermos quais são os valores que
nada, a ideia de liberdade assu- norteiam a nossa fé, acima de
miu secularmente a ideologia do tudo, como o Senhor deseja que
“tudo posso”. Qualquer impo- nós usemos a nossa liberdade,
Ensinando as Nações Jovem 37
assim como o salmista diz: “An- têm esse conhecimento. Alguns,
darei em verdadeira liberdade, pois acostumados até agora com o ídolo,
tenho buscado os teus preceitos” (Sl ainda comem desses alimentos como
119.45). Portanto, o cristão autên- se fossem sacrificados a ídolos; e a
tico utiliza-se da liberdade para consciência destes, por ser fraca, vem
praticar os ensinos de Cristo e se- a contaminar-se” (v.7). Portanto,
guir o caminho da fé. devemos ficar atentos para que
nossas ações não prejudiquem
O ALERTA aqueles que ainda estão se soli-
dificando na fé, porque isto re-
O texto base, no versícu- presenta um ato de amor pelas
lo 9, inicia com um alerta: “Mas vidas.
tenham cuidado para que essa liber- Quanto mais conhecemos
dade de vocês não venha, de algum sobre Deus, mais nos tornamos
modo, a ser tropeço para os fracos”. responsáveis pelas nossas con-
A temática apresentada, fazen- dutas. Quanto mais ele se revela
do menção ao consumo de ali- a nós, mais nos será cobrado. Isso
mentos sacrificados a ídolos, nos é algo inerente ao crescimento es-
remete a uma reflexão sobre os piritual e ministerial. Não come-
níveis de conhecimento das ver- çamos prontos, não começamos
dades bíblicas. Enquanto para fortes, mas ao longo da caminha-
os mais conhecedores fica níti- da a força do Senhor nos capacita
do que não há outro senão Deus para que possamos enfrentar as
e que um ídolo não representa mais diversas situações sem que
nada “para nós, porém, há um só nossa fé seja abalada. Quando
Deus, o Pai, de quem são todas as chegamos a esse ponto, é neces-
coisas e para quem existimos, e um sário que entendamos que ainda
só Senhor, Jesus Cristo, por meio de existem pessoas no início trilhan-
quem todas as coisas existem e por do o caminho da liberdade e da
meio de quem também nós existi- fé, buscando compreensão.
mos” (v.6), ainda há aqueles que Em consonância com a
se deixam contaminar por qual- ideologia secular de liberdade,
quer estímulo que remeta à vida muitas igrejas estão proporcio-
mundana: “Entretanto, nem todos nando caminhos que levam a
Ensinando as Nações Jovem 38
outro destino que não o da sal- qual acreditamos e seguimos do
vação, seja por falta de conheci- que à ideia de que somos livres
mento, seja por ganância ou até para fazer o que quisermos. Isto
mesmo por tratar a Palavra com significa que somos livres em
irrelevância. Com isso, muitas Cristo para agirmos segundo as
almas sedentas por Cristo têm doutrinas bíblicas. Sempre temos
se perdido numa imensidão de uma escolha, mas a partir do mo-
pensamentos, acreditando estar mento em que escolhemos dosar
trilhando o caminho correto, mas a nossa liberdade no padrão de
a palavra de Deus é clara a esse Cristo, depositamos nele a nossa
respeito: “E, assim, por causa do co- vida.
nhecimento que você tem, perde-se o O interessante é que quan-
irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. to mais percorremos o caminho
E, deste modo, pecando contra os ir- da fé, quanto mais nos espelha-
mãos, ferindo a consciência fraca que mos em Cristo, quanto mais abri-
eles têm, é contra Cristo que vocês mos mão das nossas próprias
estão pecando” (1 Co 8.11,12). vontades para viver as vontades
do Senhor para nós, mais so-
O CAMINHO mos livres. Aos olhos mundanos
pode ser contraditório, mas para
Como um trem de ferro nós que buscamos nos aprofun-
que segue o trilho para chegar dar na palavra de Deus é gran-
ao seu destino, devemos seguir a de a alegria de viver segundo os
nossa regra de fé - a palavra de propósitos do Senhor.
Deus. Esta Palavra nos direciona Em Gálatas 2.20 a palavra
como devemos seguir. A partir de Deus nos traz uma verdade:
deste ponto podem surgir mui- “Fui crucificado com Cristo. Assim,
tos questionamentos a respeito já não sou eu quem vive, mas Cristo
desta liberdade: “como podemos vive em mim. A vida que agora vivo
nos considerar livres se temos con- no corpo, vivo-a pela fé no filho de
dutas a seguir”? Deus, que me amou e se entregou
Como foi apontado ante- por mim”. Entender isto é apren-
riormente, o conceito de liberda- der a viver. Nossa vida deve ser
de está mais ligado ao ideal no vivida em Cristo e isto é um ato
Ensinando as Nações Jovem 39
de fé, de confiança, de entrega, Reconhecemos, portanto, que à
de obediência e amor. medida que crescemos em Deus,
um sentimento de amor deve to-
A LIBERDADE mar conta de nossas vidas assim
com ele nos amou, o que signifi-
Retomando o conceito de ca abrir mão daquilo que pode
liberdade como grau legítimo de atrapalhar o desenvolvimento
independência baseada em um da fé de nossos irmãos.
valor ou ideal, podemos afirmar Exercer a nossa liberda-
que a nossa característica é a de de significa sermos obedientes,
sermos livremente dependentes amorosos e fiéis. Com o conhe-
ou ainda espontaneamente obe- cimento vem a responsabilida-
dientes. A palavra de Deus nos de de transmitir a mensagem de
diz: “Foi para a liberdade que Cristo Deus, a responsabilidade de não
nos libertou. Portanto, permaneçam nos tornarmos causas de impe-
firmes e não se deixem submeter no- dimento para que mais pessoas
vamente a um jugo de escravidão” possam ter acesso ao Pai. Se isso
(Gl 5.1). A graça maravilhosa significar abrir mão de algo por
de Deus nos proporcionou uma amor às vidas, então, que faça-
vida de liberdade. Escolhemos mos!
servir a Deus por amor a Ele,
pois somente por meio de sua
obra redentora podemos viver o
seu propósito.
Paulo termina esta passa-
gem afirmando “E, por isso, se a
comida serve de escândalo ao meu
irmão, nunca mais comerei carne,
Isso é liberdade cristã:
PENSAMENTO

para que não venha a escandalizá-


livrar-se de si mesmo para glori-
-lo” (1 Co 8.13). A este respeito o
ficar a Deus, tornando-se seme-
Rev. Hernandes Dias Lopes re-
lhante a Cristo. (Rev. Hernan-
lembra que Paulo, no capítulo 8, des Dias Lopes)
demonstrou que o conhecimento
deve ser balanceado com o amor.
Ensinando as Nações Jovem 40
10

22
20
5,
June 0
TESTE DE QUALIDADE

a bíblia diz de Israel, que foram guiados e ba-


tizados em Moisés (v.2), ou seja,
eram a nação escolhida por Deus,
9 E não tentemos a Cristo, como
um povo que comeu do manjar
alguns deles também tentaram e
espiritual (v.3) e bebeu da bebida
pereceram pelas serpentes.
10 E não murmureis, como também
espiritual (v.4).
alguns deles murmuraram e No versículo 5, percebe-
pereceram pelo destruidor. mos que Deus não se agradou da
11 Ora, tudo isso lhes sobreveio como maior parte deles, por isso permi-
figuras, e estão escritas para aviso tiu que passassem por tentações,
nosso, para quem já são chegados os ou, como chamaremos nesta lição,
fins dos séculos. por uma espécie de teste de quali-
12 Aquele, pois, que cuida estar em dade sobre o qual o povo de Israel
pé, olhe que não caia. não conseguiu êxito. As mesmas
13 Não veio sobre vós tentação, senão tentações ou teste de qualidade
humana; mas fiel é Deus, que vos não também afligiam a igreja de Co-
deixará tentar acima do que podeis; rinto para quem foi designada a
antes, com a tentação dará também o Carta, como também nos afligem
escape, para que a possais suportar. em nossos dias.

1 Coríntios 10.9-13 | ARC IDOLATRIA E FORNICAÇÃO


Para melhor compreen- No transcorrer do capí-
dermos o que Paulo relata nesta tulo 10, Paulo cita a idolatria e a
passagem, tendo como base o prostituição como práticas que
versículo 13, precisamos retornar andavam juntas nos rituais para
ao início do capítulo 10 e ressaltar deuses pagãos, tais como os dois
alguns pontos. primeiros ‘testes de qualidade’
Logo nos versículos de 1-4, em que o povo de Israel pereceu.
notamos o relato acerca do povo
Ensinando as Nações Jovem 41
Em Êxodo capítulo 32, a tudo e em todos.
Bíblia narra o episódio em que Para sermos aprovados
na ausência de Moisés o povo de nestes ‘testes de qualidade’, pre-
Israel construiu para si um bezer- cisamos descer do nosso pedestal
ro de ouro e começou a adorá-lo, de orgulho, eliminar o nosso
colocando em segundo plano o caráter egocêntrico e assumir o
próprio Deus que os havia tira- verdadeiro caráter cristão, man-
do do Egito. Coisa semelhante tendo, assim, a nossa posição de
acontecia na igreja de Corinto, e filhos de Deus.
também acontece em nossas vidas No versículo 11 temos
quando deixamos Deus em se- algo que já foi dito repetidas ve-
gundo plano e passamos a colocar zes, quando o autor nos mostra
nossa fé em coisas deste mundo, que os testes de qualidade que
deixando, assim, a posição de fizeram Israel perecer foram co-
filhos. locados como exemplo para nós,
justamente por se tratar de algo
TENTAR A DEUS COM possível de acontecer.
MURMURAÇÃO Percebemos isso quando
vemos que as orientações de Pau-
Alguns deles tentaram lo à igreja de Corinto se baseiam
a Deus e pereceram vítimas de no povo de Israel e se encaixam
serpentes e outros murmuraram perfeitamente no nosso dia a dia.
e pereceram pelo destruidor (1 Co Em suma, os testes de qualidade
10.9,10). Paulo, logo em seguida são atemporais.
nos traz outros dois ‘testes de O diabo não deixou de
qualidade’ que fizeram o povo de ser diabo, nem deixou de usar as
Israel perecer. tentações para colocar em risco
Isso nos mostra que, assim a nossa posição de cristão, ou
como a igreja de Corinto, a igreja melhor, a posição de quem nós
de nossos dias deve levar a sério a somos.
conduta de uma vida cristã. Não O autor diz claramente que
colocando o Senhor à prova, pe- teremos tentações que seremos
dindo que ele faça algo contrário capazes de suportar (v.13). Mas,
ao seu caráter, ou vivendo com afinal, por que Deus simples-
confissões negativas, queixando- mente não nos priva dos testes
-se de tudo e achando erros em de qualidade e não torna nossa
Ensinando as Nações Jovem 42
caminhada cristã mais fácil? Não transformar pedra em pão (Lc
existe uma maneira melhor de 4.3). Vale ressaltar a expressão que
responder essa pergunta do que o diabo usou no início de sua fala:
analisar a vida do próprio Deus “Se tu és o filho de Deus”.
que se fez carne, deixando assim A tentação relatada aqui
um exemplo a ser seguido. não é apenas o fato de Cristo ter
que transformar uma pedra em
TESTES DE QUALIDADE pão, mas fazer com que ele saísse
SOBRE JESUS da posição de servo para usar seu
poder em benefício próprio. O
Logo que Jesus saiu das diabo já sabia que se tratava do
águas após seu batismo, o céu se Filho de Deus, por isso o seu obje-
abriu e desceu sobre ele o Espírito tivo era fazê-lo sair dessa posição.
de Deus como pomba, e do céu A segunda tentação. Logo
veio uma voz, que disse: “Este em seguida, o diabo tenta apli-
é o meu Filho amado, em quem me car outro teste de qualidade em
agrado” (Mt 3.16,17). Cristo, mostrando reinos e pro-
Quando lemos o relato do metendo poder e glória caso ele
batismo de Jesus, vemos o mover o adorasse (Lc 4.5-8).
de Deus e a confirmação clara de Vemos aqui, novamente,
que se tratava de seu Filho. De que o diabo não queria somente
acordo com os costumes huma- fazer com que Jesus o adorasse,
nos, logo após o batismo seria um mas era fazê-lo ir contra a palavra
momento próprio para celebração de seu Pai e fazê-lo sair da posição
e comemoração. Porém, sabemos de Filho.
que não foi bem o que aconteceu
em seguida. O evangelho de A terceira tentação. Sem
Lucas capítulo 4, relata que logosucesso nas duas primeiras tenta-
após sair do rio Jordão, Jesus, ções, o inimigo tentou uma tercei-
cheio do Espírito Santo, foi levado
ra, colocando Jesus no alto de um
pelo Espírito para o deserto, onde
templo tentando convencê-lo a se
durante 40 dias foi tentado pelo jogar lá de cima, alegando que os
diabo e não comeu coisa alguma: anjos viriam em seu socorro (Lc
4.9-12).
A primeira tentação. Jesus Novamente, o diabo come-
foi desafiado pelo diabo para çou a sua fala usando a expressão
Ensinando as Nações Jovem 43
“Se tu és o filho de Deus”, deixando sagem que nos tranquiliza, ao
claro que seu objetivo era fazer garantir que temos um escape
com que Jesus fosse contra a pa- para suportar o teste de qualida-
lavra de seu Pai, e assim saísse da de, pois nenhuma tentação virá
posição de filho. acima do nosso limite de forças.
Mesmo estando cheio do Nas tentações de Jesus, citadas
Espírito Santo, o Senhor Jesus em Lucas 4.4-12, vemos que as
não ficou isento de passar pelas respostas de Jesus foram cruciais e
tentações. As pessoas que esco- diretas quanto à forma de resistir
lhem viver uma vida cristã não se ao inimigo.
tornam objetos inanimados. Por Primeiramente ele mostra a
isso, mesmo estando sob a graça necessidade de se entender que
de Deus, elas continuam sendo o poder provém da palavra de
responsáveis e livres. Deus. Em seguida, ele nos fala
Como seres humanos não da necessidade de adorarmos
somos merecedores da graça de apenas a Deus, o todo poderoso
Deus nem de suas dádivas, mas capaz de prover o poder. E, por
podemos alcançá-las pela sua fim, ele finaliza respondendo a
infinita misericórdia. Todavia, última tentação mostrando a ne-
se sairmos de sua presença, não cessidade de se obedecer a Deus.
alcançaremos aquilo que ele nos Assim, o Senhor, aquele que
tem prometido, da mesma forma entende a capacidade de cada um
que aconteceu com o povo de para suportar os testes de qualida-
Israel. de, também deu aos seus filhos a
Deus deu para o seu povo receita para suportá-las.
a oportunidade de estar debaixo
da sua graça, mas não tirou deles
o direito de escolha quanto a ficar
ou não debaixo desta graça. É jus-
tamente neste ponto que o inimi-
go pode entrar com suas tentações
PENSAMENTO

e fazer com que as pessoas saiam Ser aprovado nos tes-


da posição de filhos, deixando de tes de qualidade é jogar na
alcançar as promessas. cara do diabo a quem nós
Em 1 Coríntios 10.13, o pertencemos.
apóstolo Paulo deixa uma men-
Ensinando as Nações Jovem 44
11

22
COMO SER LIMPINHO

20
2,
June 1

BRINCANDO NA LAMA?
a bíblia diz nado pelo espírito do mundo.
Qual é a atitude básica do
12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem espírito do mundo desde a que-
todas as coisas convêm; todas as coisas me da de Satanás e depois a queda
são lícitas, mas eu não me deixarei dominar
por nenhuma. do homem? É um espírito anti-
13 Os manjares são para o ventre, e o lei, em revolta contra Deus. É o
ventre, para os manjares; Deus, porém, homem colocando a si mesmo
aniquilará tanto um como os outros. Mas o no centro de tudo, fazendo de si
corpo não é para a prostituição, senão para
o Senhor, e o Senhor para o corpo. 14 Ora, mesmo o padrão e a medida de
Deus, que também ressuscitou o Senhor, todas as coisas. É o homem com
nos ressuscitará a nós pelo seu poder. “H” maiúsculo dizendo: “Eu só
15 Não sabeis vós que os vossos corpos aceitarei o conhecimento que eu
são membros de Cristo? Tomarei, pois, os
membros de Cristo e fá-los-ei membros de mesmo posso gerar a partir de
uma meretriz? Não, por certo. 16 Ou não mim mesmo”. É a criatura se re-
sabeis que o que se ajunta com a meretriz cusando a obedecer ao seu Cria-
faz-se um corpo com ela? Porque serão, dor. Qual a solução para não nos
disse, dois numa só carne.
conformarmos com este mundo?
1 Coríntios 6.12-16 | ARC Isolando-nos dele? Não, porque
corremos o risco de fazer isso e
“E não vos conformeis com levar para dentro de nós o espí-
este século, mas transformai-vos pela rito do mundo. Jesus orou: “Não
renovação da vossa mente, para que peço que os tires do mundo, e, sim,
experimenteis qual seja a boa, agra- que os guardes do mal” (Jo 17.15).
dável e perfeita vontade de Deus” Precisamos entender que
(Rm 12.2). Não se conformar a batalha principal está na nossa
com este século é não se confor- mente, no campo dos pensamen-
mar com o espírito deste mundo. tos. Por isso, o apóstolo Paulo
O desafio de todo cristão é andar disse: “transformai-vos pela reno-
na lama sem se sujar, ou seja, es- vação da vossa mente”. O interno
tar no mundo sem ser contami-
Ensinando as Nações Jovem 45
sempre precede ao externo. Isto fazer aliança com as nações que
quer dizer que é possível a pes- estava ao seu redor (isso mostra
soa pensar que crê em Deus e que Deus estava querendo pure-
na sua palavra e, inconsciente- za do seu povo).
mente, estar vivendo um evan- Vejamos dois exemplos de
gelho que coloca o homem no impureza:
centro de todas as coisas, onde
o mais importante não é agradar Olhos impuros. Os olhos
a Deus e fazer sua vontade, mas são os meios pelos quais a im-
conseguir seus favores e bên- pureza entra na vida do cristão.
çãos. Então, para que esse erro Se seus olhos não forem guarda-
não aconteça, devemos sempre dos do mal, coisas ruins poderão
buscar sabedoria em Deus, pois prejudicar a sua comunhão com
só ele tem o poder de nos man- Deus. Davi disse (Sl 101.3) que
ter limpos em meio à lama, para não colocaria coisa má diante dos
que nossos pensamentos sejam seus olhos. Percebemos pelas pa-
sempre baseados na palavra de lavras do salmista, que tomar
Deus. cuidado com os olhos significa
não colocar diante deles aquilo
A PUREZA QUE HÁ EM SER que pode prejudicar a nossa rela-
CRISTÃO FIEL ção com Deus.

Para muitos, falar de pu- Desejos impuros. Os de-


reza cristã é um tema difícil, não sejos impuros são obstáculos à
no sentido de simplesmente fa- pureza divina. Paulo, em sua
lar, mas de viver isso na prática. carta aos gálatas, no capítulo
De fato, sabemos que é difícil, 5.19-21, descreve sobre os dese-
porém, não é impossível zelar jos carnais em contraste com as
por uma vida de pureza. Tanto virtudes do fruto do Espírito (Gl
no AT como no NT encontramos 5.22-25). O apóstolo estabelece
Deus ordenando uma vida de uma guerra entre os dois, onde
pureza ao seu povo. A passagem a carne guerreia contra o Espírito
de Deuteronômio 7.1-3, descreve e o Espírito contra a carne. Se o
Moisés orientando ao povo que cristão praticar os desejos carnais
quando Deus os introduzisse na ele terá sua comunhão prejudi-
terra prometida, não era para cada diante de Deus. Todavia,
Ensinando as Nações Jovem 46
se seguir as virtudes dos frutos Cristo vive em mim; e a vida que
do Espírito, terá uma vida cristã agora vivo na carne vivo-a na fé do
autêntica e feliz diante de Cristo Filho de Deus, o qual me amou e se
Jesus. entregou a si mesmo por mim”.
Estar morto para o pecado
COMO PERMANECER significa estar unido por meio do
PURO? sacrifício, morte e ressurreição
de Jesus, sabendo que ele per-
Depois de mostrarmos so- doou nossos pecados e que nos
bre a impureza e os obstáculos garantiu a salvação eterna. Atra-
que nos impedem de obter a pu- vés dessa união com Cristo te-
reza cristã, citaremos ainda dois mos forças para vencer o pecado
pontos que nos ajudam a levar e viver em comunhão com Deus.
uma vida pura diante de Deus: Sem a atuação do Espírito Santo,
jamais conseguiremos vencer os
Desviando os olhos do desejos carnais. Assim, fica evi-
mal. É necessário que desviemos dente que só por meio do Santo
os olhos do mal para seguirmos Espírito podemos crucificar os
a piedade cristã. Não devemos desejos da carne.
deixar que coisas que desagra-
dam a Deus fiquem diante dos SENDO INFLUENCIADORES,
nossos olhos. Na Bíblia, encon- E NÃO INFLUENCIADOS
tramos homens de Deus que dei-
xaram bons exemplos, homens Falando acerca do jovem
que guardaram os olhos do mal. cristão e suas amizades, a priori,
Davi foi um exemplo: “Não porei devemos lembrar que as pessoas
coisa má diante dos meus olhos” (Slinfluenciam tanto para o bem,
101.3). O sentido aqui diz acerca como também para o mal. Isto é
de uma vida íntegra, de alguém um fato inegável. Muitas pessoas
que desvia seus olhos daquilo garantiram que jamais se deixa-
que ofende a santidade de Deus. riam levar por algo, todavia aca-
baram por ser influenciadas e
Crucificando os desejos caíram. É preciso estar atento e
carnais. Em Gálatas 2.20 está sempre vigilante.
escrito: “Já estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Ande com os sábios. “O
Ensinando as Nações Jovem 47
que anda com os sábios ficará sá- fluenciar as suas amizades para
bio, mas o companheiro dos tolos o bem; e não o contrário.
será destruído” (Pv 13.20). Essas
palavras são do sábio Salomão. Fale de sua fé com seus
No livro de Provérbios há muito amigos. Aproveite a sua intera-
conhecimento prático e a citação ção com seus amigos para falar
acima é uma delas. Se alguém se do amor de Deus, pois o fato de
habituar a andar com uma pes- vocês terem uma amizade e po-
soa sábia, também se tornará sá- derem conversar sobre diversos
bia, pois será influenciada pela assuntos, possibilita-lhe a opor-
sabedoria de tal pessoa. A tolice tunidade para pregar o evange-
também influencia as pessoas, lho. Com prudência e sabedoria
por isso é preciso evitar a compa- você saberá encaixar a palavra
nhia de pessoas tolas. de Deus em suas conversas.
O importante é sempre
Influencie, não seja in- aproveitar as oportunidades que
fluenciado. Às vezes, o jovem surgirem, para que através delas
cristão é tentado a negar seu você possa levar o conhecimen-
posicionamento com receio de to da verdade aos seus amigos (2
que seus amigos não entendam Tm 4.2).
nem aceitem isso. Mas, por uma
questão de princípios, o jovem
fiel não deve negar a sua postura
cristã diante de seus companhei-
ros, quer eles aceitem ou não.
Por exemplo: Você, jovem, não
é obrigado a rir de uma piada
imoral só para agradar quem a
contou. Os seus amigos devem
Não deixe o mundo In-
PENSAMENTO

manter o respeito por você, caso


contrário, não são seus amigos. fluenciar seu relacionamento
Se você mantiver sua firme posi- com Deus, mas faça com que
ção de crente fiel perante os que seu relacionamento com Deus
lhe são próximos, eles entende- influencie o mundo. (André Ta-
rão o recado de sua seriedade. O naka)
seu comportamento precisa in-
Ensinando as Nações Jovem 48
12

22
ESTUDO SOBRE OS

20
9,
June 1
DONS ESPIRITUAIS
a bíblia diz Os dons espirituais têm
uma finalidade primordial: a
1 Acerca dos dons espirituais, não quero, edificação do corpo de Cristo. O
irmãos, que sejais ignorantes. apóstolo Paulo declara: “Assim
2 Vós bem sabeis que éreis gentios, levados também vós que desejai dons espiri-
aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. tuais, procurai progredir neles, para
3 Portanto, vos quero fazer compreender
que ninguém que fala pelo Espírito de Deus
a edificação da igreja” (1 Co 14.12).
diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer Os dons espirituais não servem
que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito por sua beleza, nem para o en-
Santo. grandecimento daqueles que os
4 Ora, há diversidade de dons, mas o possuem e os exercem. Temos
Espírito é o mesmo. que entender que os dons espi-
5 E há diversidade de ministérios, mas o
Senhor é o mesmo.
rituais não são meramente para
6 E há diversidade de operações, mas é o impressionar, e que eles não es-
mesmo Deus que opera tudo em todos. tão distantes e inacessíveis. Há
7 Mas a manifestação do Espírito é dada a um equívoco de se pensar que
cada um para o que for útil. somente pastores, obreiros ou
8 Porque a um, pelo Espírito, é dada a pessoas mais antigas na igreja
palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo
Espírito, a palavra da ciência;
são usadas pelo Espírito Santo.
9 e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e Outro equívoco está no fato de
a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de se pensar que o fluir do Espírito
curar; acontece sempre de forma es-
10 e a outro, a operação de maravilhas; trondosa, escandalosa ou gran-
e a outro, a profecia; e a outro, o dom de diosa aos olhos humanos.
discernir os espíritos; e a outro, a variedade
de línguas; e a outro, a interpretação das
O Espírito Santo tem gran-
línguas. de desejo de nos adornar e de
11 Mas um só e o mesmo Espírito nos usar. Essa ação pode até ser
opera todas essas coisas, repartindo simples aos olhos humanos, po-
particularmente a cada um como quer. rém, ela serve para a edificação
do corpo e, consequentemente,
1 Coríntios 12.1-11| ARC para glorificar ao Senhor. O exer-
Ensinando as Nações Jovem 49
cício dos dons tem um objetivo que, no sétimo, ele reafirma sua
prático: o de servir. Se pensar- função. Vejamos alguns pontos
mos em buscá-los apenas para deste ensinamento:
exercê-los para o nosso próprio Obra do Espírito. É ele
benefício, de modo a nos vanglo- quem opera e distribui em nós os
riarmos nisto, estaremos usando dons espirituais. É dele que ema-
uma prática antibíblica, estare- na o poder e a sabedoria para
mos, portanto, pecando contra o as manifestações, as quais são
Senhor. dadas conforme a sua vontade.
O apóstolo Paulo se preo- O termo utilizado no verso sete
cupava em ensinar sobre os vem do grego didótai, que pode
dons, a fim de que não houvesse ser traduzido por dado, e aparece
ignorância por parte da igreja de em outros textos no Novo Tes-
Corinto, onde eram exercitados tamento também com o sentido
os nove dons que são citados no de algo que é entregue, cedido,
texto. O ensinamento ocorreu concedido. Nós temos acesso aos
porque alguns irmãos não esta- dons espirituais por meio do Es-
vam usando-os de forma corre- pírito Santo, e a nossa função é
ta, mas agiam sem sabedoria e buscar esses dons e permitir que
acabavam por escandalizar os o Espírito Santo os use em cada
que ainda não haviam aceitado um de nós.
a Cristo. Dentro deste contexto, o
apóstolo Paulo traz informações Diferentes operações e
extremamente importantes ao diferentes ministérios. Na Bí-
longo do capítulo 12 (1-11). Va- blia, encontramos nove dons es-
mos, então, aprender um pouco pirituais (1 Co 12.8-10), e cinco
mais a respeito disso. ministeriais em (Ef 4.11). Se fôs-
semos utilizar a lógica humana,
SOMOS APENAS poderíamos fazer um cálculo
INSTRUMENTOS matemático de probabilidade
e perceber que seriam muitas
Paulo demandou esforços combinações entre dons e minis-
para que houvesse uma profun- térios. Todavia, levando em con-
da compreensão do assunto. Po- sideração o fato de que o Espírito
demos verificar quatro versículos opera como ele quer, segundo
(3-6) em que o apóstolo, diligen- a multiforme graça de Deus (1
temente, escreve o fundamento Pe 4.10), constatamos que pode
dos dons espirituais, enquanto haver manifestações de formas,
Ensinando as Nações Jovem 50
contexto e momentos diferentes. mos alguns pontos importantes,
Não podemos limitar o Espírito, vamos ver melhor quais são e
mas somente obedecê-lo quan- como funcionam os nove dons
to ao seu chamado. Essa ação é que Paulo listou (1 Co 12.8-10).
específica e acontece de acordo Alguns teólogos pentecostais,
com nossas características pes- como Gordon Chown e Bispo
soais. Robert Macalister, para um me-
lhor entendimento, dividem em
Cristo é glorificado. O três classificações bem aceitas na
objetivo de Paulo e o desejo do atualidade, que são: dons de re-
Senhor para nós, é que sejamos velação, dons de poder e dons de
maduros em nosso entendimen- inspiração. Eles possuem igual
to, agindo de modo a não existir valor e finalidade/serviço.
em nós ignorância a respeito dos
dons. Dons de revelação: a) pa-
A grande chave para isso lavra de sabedoria - É a revelação
é lembrar que o fim de tudo é seguida de conselho/instrução.
Cristo, uma vez que o sentido de Podemos citar como exemplo,
nossas ações é de render louvor a interpretação do sonho de Fa-
a Deus e levar Cristo às pessoas. raó por meio de José, que não
Sem Ele, não há fundamento somente recebeu a revelação
em nossa ação. É por isso que o do significado do sonho, como,
apóstolo diz que ninguém pode também, deu a instrução do que
dizer que Jesus é o Senhor se não deveria ser feito; b) palavra de
por meio do Espírito Santo. Tam- conhecimento - É a revelação de
bém, ninguém que diz agir ou fa- uma informação (sonho, visão
lar pelo Espírito nega o senhorio etc.) dada pelo Senhor, que deve
de Jesus. Se o dom vem de fato ser deduzida, ou que deve ser
da parte de Deus, ele jamais vai buscada em oração; c) discerni-
negar a Cristo ou as Escrituras. mento de espírito - é a revelação
Temos, portanto, um parâme- (percepção) do mundo espiritual
tro de comparação para saber se acerca de demônios e anjos. Até
algo realmente é de Deus. mesmo a revelação de Cristo é o
dom de discernimento.
OS NOVE DONS
ESPIRITUAIS Dons de poder: a) fé - não
se trata de uma fé comum a todos
Agora que já aprende- os crentes, mas de uma fé que
Ensinando as Nações Jovem 51
possibilita viver milagres para ocorrerá o aperfeiçoamento.
glorificar a Deus. Como exem-
plo, temos o caso dos três jovens VAMOS SER ÚTEIS
que foram jogados na fornalha
(Dn 3.14-20); b) dons de curar Para sermos úteis na obra
- Diz-se dom de curar enfermi- do Senhor, servindo ao corpo
dades; c) operações de milagres de Cristo, precisamos desejar e
- É todo milagre que não envolve pedir com dedicação ao Espíri-
cura. A transformação de água to Santo para que ele nos use da
em vinho, feita por Jesus, é um forma como lhe convier.
bom exemplo. A multiplicação Ainda que de forma sim-
dos pães e peixe também são. ples, e, também, mesmo que não
nos sintamos capazes, o segredo
Dons de inspiração ver- é lembrar que o extraordinário é
bal: a) profecia - é uma fala por parte do Espírito Santo, e que a
inspiração do Espírito Santo. É glória é totalmente do Senhor e
Deus falando com o homem. o que ele espera de nós é a obe-
Não é uma direção, mas uma diência.
confirmação. Serve para edificar, Busquemos, portanto, os
exortar e consolar (1 Co 14.3); b) dons espirituais, deixando a ti-
variedade de línguas - É o falar midez de lado, pois aquele que
em línguas com Deus, edificando sabe o que deve fazer e não o faz,
a si mesmo, sendo, assim, uma de acordo com a Bíblia, não her-
oração, ou falar em mistério para dará o Reino dos Céus (Ap 21.8).
a interpretação como uma profe- Nós fomos chamados para dar
cia: c) interpretação de línguas - frutos, e Deus é quem nos capa-
É a interpretação das línguas. cita para isso. Como diz um dita-
do americano: God´s wil ? God´s
COMO DESENVOLVERMOS bill. (Se Deus quer, Ele Paga/ Se
OS DONS responsabiliza).

Sem dúvida, a melhor for-


ma de deixar que os dons fluam,
PENSAMENTO

é exercendo-os. Para isso é pre- O que vem de Deus


ciso buscá-los e exercitá-los, pe- nos leva a querer usar o que
dindo sempre orientação ao seu recebemos para servir aos ou-
pastor ou a alguém que tenha tros (Pastor Luciano Subirá)
maturidade na fé. Desta forma
Ensinando as Nações Jovem 52
A PRIMAZIA E 13

22
20
6,
June 2
SUBLIMIDADE DO
AMOR
a bíblia diz Procura-se um amor à sua
imagem e conforme a sua seme-
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens
e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o lhança! Ainda que soe um tanto
metal que soa ou como o sino que tine. quanto estranho, é exatamente
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e
conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e
isto que aponta uma pesquisa
ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que americana citada por Timothy
transportasse os montes, e não tivesse caridade, Keller em seu livro “O Segredo do
nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna Casamento”. A pesquisa, que visa
para sustento dos pobres, e ainda que entregasse entender por que muitos jovens
o meu corpo para ser queimado, e não tivesse
caridade, nada disso me aproveitaria.
têm se casado cada vez mais tar-
4 A caridade é sofredora, é benigna; a caridade de ou mesmo abolido casamen-
não é invejosa; a caridade não trata com to de seus planos, seja ele como
leviandade, não se ensoberbece,
5 não se porta com indecência, não busca os seus tradicionalmente o conhecemos,
interesses, não se irrita, não suspeita mal; ou optado por substituí-lo por
6 não folga com a injustiça, mas folga com a
verdade;
formas alternativas de relacio-
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. namento, conduz-nos a uma
8 A caridade nunca falha; mas, havendo inquietante resposta: a maioria
profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência, desaparecerá; dos entrevistados está buscando
9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, uma pessoa o máximo possível
profetizamos.
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então, o
parecida consigo mesma, que
que o é em parte será aniquilado. lhe aceite como ela ou ele é e que,
11 Quando eu era menino, falava como menino, por sua vez, não faça muitas exi-
sentia como menino, discorria como menino,
mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com gências.
as coisas de menino. Mas o que isso tem a ver
12 Porque, agora, vemos por espelho em enigma;
mas, então, veremos face a face; agora, conheço
com o nosso texto de 1 Coríntios
em parte, mas, então, conhecerei como também 13, ou com o conteúdo desta li-
sou conhecido. ção? Afinal, não é sobre casa-
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança
e a caridade, estas três; mas a maior destas é a mentos que iremos tratar neste
caridade. capítulo, ou iremos? Ainda que
muita gente boa aplique este tex-
1 Coríntios 13.1-13 | ARC
to para este fim, ele não trata dis-
Ensinando as Nações Jovem 53
so. Tendo isto em mente, in-
Utilizando o conceito neo- ferimos que todos os esforços
testamentário, parece evidente empregados pelo apóstolo, con-
que toda a construção paulina forme consta nos capítulos ante-
nesta epístola tem por objetivo riores a esta carta se propõem a
maior preparar a problemática fundamentar de forma prática a
igreja de Corinto para as bodas natureza do amor de Jesus por
do cordeiro. Assim, toda a trama sua igreja e, por meio desta expo-
tecida até aqui serve-nos de fio sição, alinhar o testemunho deste
condutor para indicar uma única povo chamado para as boas-no-
coisa: o amor que Paulo advoga vas no cerne dessa vida de amor,
neste capítulo é transformador. sacrifício e cruz.
Muito longe de ser um
amor platônico (das ideais e de- O AMOR É UMA DEMANDA
vaneios dos poetas e dos filó- INSUPERÁVEL PARA A
sofos, coisas muito usadas em IGREJA (vv.1-3)
canções modernas), o que foi
apresentado ao apóstolo e, por De acordo com importan-
sua vez, à igreja (1 Co 11.23a), é o tes estudiosos da Bíblia, esta é, de
amor que crava seus amantes na longe, a melhor produção literá-
Cruz (Jo 3.16; Rm 5.8). ria de Paulo. Para o teólogo ale-
Lembremo-nos de que, mão Adolf von Harnack, nos es-
apesar de toda a sua boa assimi- critos paulinos não há nada que
lação da alta filosofia de seu tem- se compare em grandeza, sofis-
po, Paulo era um legítimo Judeu ticação e profundidade como no
(Fp 3.5) e que, para uma pessoa conteúdo deste capítulo. Assim,
com essa herança, a fé e o amor seguindo a trilha do “melhor
estão mais para as coisas práticas de Paulo”, percebemos já nesta
do que para os sentimentos abs- primeira divisão um brilhante
tratos. É com esse amor, que se emprego de hipérbole (figura
importa, que transforma e se dá, que de linguagem que faz do uso de
Paulo fundamenta o tripé de sua exagero para pôr em destaque,
teologia, que está na base de toda dentre aquilo que se deseja co-
a construção de sua carta à igreja municar, o que realmente impor-
de Corinto: “Três coisas, na verda- ta, neste caso, o amor).
de, permanecerão: a fé, a esperança e Para deixar as coisas ainda
o amor, e a maior delas é o amor” (1 mais interessantes, você já imagi-
Co 13.13). nou a possibilidade de uma igre-
Ensinando as Nações Jovem 54
ja ortodoxa, zelosa pela doutrina, Assim, para Paulo, ainda
que trabalha arduamente e com que o cristão fale línguas conhe-
perseverança na propagação do cidas (a dos homens) ou não re-
evangelho, que não tolera im- veladas (a dos anjos), ainda que
postores (como nicolaítas - falsos possua os melhores dons (1 Co
apóstolos) e que abomina a men- 14.5), ainda que seja dotado de
tira, ser alvo de condenação? E o uma fé habilitada ao inimaginá-
pior, esta sentença ser proferida vel (que mova montanhas), ain-
pelo próprio Deus? Soa estranho, da que seja possuído de grande
não? Sim, pois essa seria uma generosidade ou se torne um
igreja onde muitos de nós gosta- grande mártir, sem amor, tudo
ríamos de congregar. isso é de nenhum valor espiri-
No entanto, essa igreja tem tual.
um ponto sob acusação, um úni-
co ponto, mas capaz de roubar a COMO O AMOR SE VESTE
motivação de todos os seus feitos DE VENCEDOR (vv.4-7)
e colocá-los em xeque. Para com-
preender melhor, veja as pala- Seguindo o destaque
vras do Senhor à igreja de Éfeso, apresentado no item anterior,
no livro de Apocalipse, capítulo nesta divisão assistimos o após-
2, verso 4: “Contudo, tenho contra tolo Paulo fazer uso de outro
você uma queixa: você abandonou o instrumento (outra figura de lin-
amor que tinha no princípio. guagem), a personificação. Aqui
Por favor, entenda que, vemos o amor como uma pessoa
apesar da leitura que tradicional- que veste seus atributos e, uma
mente fazemos deste texto, ele vez vestida deles, apresenta-
não está nos chamando a voltar -se imbatível. Nestes versículos,
ao famoso “tempo do primeiro Paulo nos faz tatear o ágape (o
amor”; não, em absoluto, não. amor do próprio Deus), provar
Aqui não há uma perspectiva de sua essência, testemunhar de
de temporalidade, mas, sim, de sua sublimidade e sua incapaci-
ordem. O que esta igreja, apesar dade de se corromper diante das
de operosa, deve fazer é voltar ao tentações daquilo que chama-
amor que vem antes, o amor que mos de amor (sobretudo na pós-
dá significado ao que se faz, pois -modernidade).
se o tirarmos da primazia do que É preciso notar o tom apo-
fazemos, a única coisa que resta- logético com que o apóstolo faz
rá é a religiosidade vazia. a sua arguição. Ele continua a
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apresentar à igreja de Corinto o zendo aqui”?
amor como o fiel (a referência do E o pior, temos uma im-
que todas as coisas devem ser). pressão parecida sobre o capítulo
Assim, expõe e lança por terra 12 de Romanos, mais especifica-
as práticas com as quais aquele mente do trecho que compreen-
povo vinha se envolvendo. Des- de os versos 9 ao 21. Só que em
te modo, esta perícope (vv.4-7) Romanos 12, a trilha é diferente.
é resposta para temas como: o Como você deve saber, é nessa
coração orgulhoso (1.29); as divi- carta que vemos os ensaios mais
sões na igreja (1.10); o culto à per- profundos da teologia paulina,
sonalidade (3.21); a cumplicida- mas, para a igreja de Roma ele
de com a imoralidade sexual ou interrompe o fluxo como quem
sua prática (5.6;6.16); o casamen- diz: “Hey! Preste atenção! Se você
to e a cultura (7.23); o mau uso da não entendeu nada até aqui, ainda há
liberdade (8.9); a vergonha que esperança para você, conquanto que
prestavam ao evangelho na ceri- você se empenhe em viver de modo
mônia da ceia (11.17); a confusão prático aquilo que claramente orien-
quanto ao entendimento e quan- to à igreja de Roma”. Isso é tão cla-
to à natureza dos dons (12.3) e ro quanto uma receita de bolo.
outros mais. Em contrapartida, o mes-
Para concluirmos este mo apóstolo que vinha seguindo
ponto, podemos nos permitir o caminho prático na primeira
uma pequena parada antes da carta aos Coríntios quebra toda
devida estação? Se você vem a cadência neste capítulo, como
acompanhando o tecer da linha quem diz: “Se a igreja de todos os
de pensamento apresentada até tempos (talvez o Espírito tenha
aqui, você há de ter em mente cochichado), por seu caráter práti-
palavras como: grandeza, sofisti- co, correr os olhos naquilo que falei
cação e sublimidade para se refe- até este ponto, com certeza aqui ela
rir a este capítulo. vai ter que parar, voltar, ler e reler,
No entanto, se, em parale- e pode ser que este seja o único tre-
lo, o nosso caro leitor veio acom- cho dessa carta que ela venha a ter
panhando os capítulos que o em mente, mas se ela o internalizar
antecedem, também se compro- e buscar viver em essência este amor,
metendo a concluir a leitura dos ela terá o suficiente para ser a noiva
posteriores, talvez possa concluir adornada que o Senhor espera”.
a carta com uma impressão do Logo, percebemos toda
tipo: “O que esse capítulo está fa- a intencionalidade desta que é
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uma das mais brilhantes inves- Na eternidade não preci-
tidas do apóstolo, a fim de levar saremos mais de profecias, lín-
uma das igrejas onde ele mais in- guas e conhecimento ou qual-
vestiu tempo em sua plantação, quer outro dom, pois tudo aquilo
ao aperfeiçoamento no amor, que usamos aqui para tatear e
habilitando-a a cumprir o pro- compreender ainda que parcial-
pósito de toda igreja do Senhor, mente, na eternidade será tão
conforme destaca Mark Dever: claro como a luz do sol ao meio-
“A igreja serve para manifestar -dia. Lá teremos pleno conheci-
ao mundo o caráter de Deus. Ela mento e a ninguém será servido
existe para tornar visível o evange- alimento espiritual como se ser-
lho de Cristo. Ela é formada de um ve às crianças (1 Co 3.2), pois to-
povo santo porque Deus é santo e dos teremos alcançado a estatura
nos santificou em Cristo; um povo do varão perfeito (Ef 4.13).
unido porque Deus é um e nos uniu Diante destas coisas, aqui-
em um só corpo em Cristo; um povo lo que melhor revela a eternida-
amoroso porque Deus é amoroso e se de, pois é como uma ponte entre
entregou em amor por nós, para nos o transcendente e o imanente, é a
buscar e salvar”. primeira porção de um fruto (Gl
5.22) e não um dom, o amor.
SÓ O AMOR PERMANECE Portanto, se quisermos
PARA SEMPRE (vv.8-13) nos revestir de eternidade hoje,
tocando o sempre, agarremo-nos
Nesta última divisão do ao amor que é eterno.
nosso texto o apóstolo Paulo nos “Três coisas, na verdade,
traz uma mensagem de grande permanecerão: a fé, a esperança e o
valor, sobretudo à fé carismáti- amor, e a maior delas é o amor” (1
ca. Aqui ele coloca em paralelo a Co 13.13).
instrumentalidade dos dons e a
essencialidade do amor, deixan-
do claro que, se olharmos com
perspectiva a superioridade des-
te se torna ainda mais evidente.
PENSAMENTO

O exercício mais ge-


Afinal, mesmo os dons espiri-
tuais mais importantes à igreja, neroso dos dons espirituais
conforme diz o texto: “logo que não pode compensar a falta de
o que é perfeito se manifestar cessa- amor. (F. F. Bruce)
rão”.
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04 / junho

PRELETORES:
Pr. José Clarimundo César (Presidente da IEADA) | Pra. Manuela dos Santos (SE) | Pra. Vanessa B. Garcia Louredo (GO)
*** Pra. Ilma F. Nascimento (Líder do CONUFAD) ***
CANTORAS:
Lucimar Bispo (GO) | Eurice Diniz (BA) | Mis. Andrea Nascente (GO)
Ministério Essência (GO) | GRANDE CORAL - CONUFAD | CORAL CONIAD
Local: Igreja Matriz | Praça da Bíblia | Jd. Bandeirante

Pra. Ilma F. Nascimento (Líder)


+55 62 9 9235-7990
Mis. Marly Louredo (Secretária)
+ 55 62 9 9974-2199
Huldeci (CONIAD) + 55 62 9 9930-9040

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