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Publicação oficial do

Conselho das Igrejas de Nova Vida


para as Escolas Bíblicas Dominicais

A EQUIPE DE

JESUS
A Equipe de Jesus 1
AGENDA
2022
ABRIL Dia 30: Congresso de Diáconos

MAIO Dia 09: Culto Solene do


61° Aniversário da Igreja de Nova Vida*

Dia 14: Congresso de Líderes de Jovens (nova data)

JUNHO Dias 15 a 18: “Retirão de Jovens

AGOSTO Dias 22 a 25 de agosto:


Congresso de Pastores e Líderes
(Águas de Lindoia)

SETEMBRO Dia 17: Congresso de Jovens

OUTUBRO Dia 22: Congresso de Homens

DEZEMBRO Dia 12 : Culto de Encerramento do Ano*

2 Revista
*Limitado à presença de VOZ | Nº
pastores 04 que disponham de convite.
e líderes
Editorial
Uma das definições da palavra
equipe aponta ao conjunto de pessoas
que se dedicam à realização de um mes-
mo trabalho. Assim, unindo talentos e
intenções com alvos comuns, aquilo que
elas, individualmente, não conseguem
fazer, é alcançado por uma coletividade
unida. Michael Jordan, considerado o
mais completo e talentoso de todos os
atletas do basquete, declarou: “O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe ganha
campeonatos”. Em uma sociedade na qual o individualismo é tão celebrado, esta frase
ressoa como um ponto de inflexão mesmo àqueles que buscam atingir voos maiores
em seus projetos individuais. Deus, em sua infinita sabedoria, fez da igreja um lugar
onde pessoas que têm a mesma fé em Cristo se unem com propósitos comuns: “E
perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”
(At 2.42). Por que perseveravam na união se podiam isolar-se na comodidade de seus
lares, mesmo que arriscando suas vidas durante as perseguições? Eles assim o faziam por
terem um objetivo comum: serem igreja.
Observemos que a palavra igreja vem do grego ἐκκλησία (ekklessía), originária
dos termos ἐκ (ek = “para fora”) e καλέω (kaléo = “chamado”). Portanto, igreja não
combina com o individualismo, pois tem um sentido de coletividade, apontando a
um conjunto de pessoas que formam uma equipe que tem um mesmo alvo. Assim, se
o primeiro passo é congregarmos em uma igreja local (Hb 10.25), o segundo passo é
cuidarmos para não nos tornarmos um auditório, mas nos mantermos igreja, nos en-
volvendo ativamente, com o uso constante de nossos talentos e dons individuais, para
o crescimento de todos: “Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu,
como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10).
Nas próximas páginas aprenderemos com a equipe que Jesus convocou dentre
seus discípulos, cujo proósito doi prepará-los para uma missão que se manteria mes-
mo após o término de seu ministério terreno. Uma equipe de homens comuns, mas
que, ainda assim, revolucionaria toda a história. Como ensina um ditado africano: “Se
quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo”.

Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

Bp. Martinho Lutero Semblano


Editor

A Equipe de Jesus 3
Autores
Lição 01
Bp. Martinho Lutero Semblano
Igreja de Nova Vida da Tijuca (RJ)
“Voz” é a publicação oficial das
Escolas Bíblicas Dominicais do
Lição 02 Conselho das Igrejas de Nova Vida
Pr. Denilson Brasil
Igreja de Nova Vida de Oceânica – Nº 004 ano II, 1º trimestre de 2022
Rio das Ostras (RJ) 2ª edição

Lição 03 Colégio de Bispos


Pr. Renato Neves Bp. Miguel Incutto (Bispo Presidente)
Igreja de Nova Vida do Grajaú (RJ) Bp. Tito Oscar (Bispo Sênior)
Bp. Ademir Batista
Lição 04 Bp. Antônio Costa
Mss. Max Canela Bp. Fernando Firmino
Igreja de Nova Vida de Monjolos (RJ) Bp. Francisco Martins
Bp. Josué Silva
Bp. Martinho Lutero Semblano
Lição 05
Bp. Robson Pereira
Mss. Sandra Dowsley
Bp. Volney Varjão
Igreja de Nova Vida do Rio Comprido (RJ)
Coordenação e edição
Lição 06 Bp. Martinho Lutero Semblano
Pr. Nilton Correa
Igreja de Nova Vida do Guará (DF) Capa, artes e diagramação
Pr. Israel Danon
Lição 07
Pr. Álvaro Roberto Vieira de Assis Revisão ortográfica e gramatical
Igreja de Nova Vida de Vila Velha (ES) Bp. Martinho Lutero Semblano e
Robson Vera Cruz
Lição 08
Pr. Leonardo Dallier Publicação da versão eBook
Igreja de Nova Vida de Estrela do Norte (RJ) Pr. Israel Danon e Pauline Incutto

Todas as citações bíblicas foram


Lição 09
extraídas da versão NAA (Nova
Pr. Josiel Barbosa
Almeida Atualizada), da Sociedade
Igreja de Nova Vida do Bairro da Luz (RJ)
Bíblica do Brasil, 2017.

Lição 10
Pr. Emmanoel Borges Bom
Igreja de Nova Vida no Portão do Rosa (RJ)

Lição 11
Pr. Geremias do Espirito Santo Barbosa
Igreja de Nova Vida de Jardim Alcântara (RJ)

Lição 12 Pedido de revistas (edições impressas


Pr. Ailton de Souza e eBook) e soluções dos caça-palavras
Igreja de Nova Vida de Vasconcelos (RJ) através do site:
conselhonovavida.com.br
Lição 13
Pr. Messias Sant’Anna
Igreja de Nova Vida de Jardim Xavante (RJ)

4 Revista VOZ | Nº 04
Sumário
Lição 01: Convocando homens comuns
para uma tarefa extraordinária...............................................6

Lição 02: André:


O apóstolo anunciador.............................................................12

Lição 03: Pedro:


O apóstolo impulsivo.................................................................18

Lição 04: Tiago (o Maior):


O apóstolo ambicioso..............................................................24

Lição 05: João:


O apóstolo amado.....................................................................29

Lição 06: Filipe:


O apóstolo objetivo..................................................................34

Lição 07: Natanael Bartolomeu:


O apóstolo sem fingimento..................................................40

Lição 08: Tomé:


O apóstolo da dúvida... e da coragem.............................47

Lição 09: Mateus:


O apóstolo desapegado..........................................................53

Lição 10: Tiago, o Menor e Judas Tadeu:


Os apóstolos quase anônimos.............................................58

Lição 11: Simão Zelote:


O apóstolo dos extremos.......................................................64

Lição 12: Judas Iscariotes:


O apóstolo traidor.....................................................................70

Lição 13: Paulo:


O apóstolo da expansão do evangelho e da doutrina.........76
A Equipe de Jesus 5
Lição 1

Convocando
homens comuns
para uma tarefa
extraordinária
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro,
e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Barto-
lomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o
Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu” (Mt 10.2-4).

6 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: Ef 4.1-16
“Deus escolheu as coisas loucas do
Terça-feira: Mt 6.5-13
mundo para envergonhar os sábios e Quarta-feira: 1Co 12.4-31
escolheu as coisas fracas do mundo para Quinta-feira: Mt 7.7-12
envergonhar as fortes” (1Co 1.27). Sexta-feira: Sl 133.1-3
Sábado: Jo 17.1-26

Vamos conversar?

1 Introdução

Época de Copa do Mundo. Não há espaço livre na sala da


coletiva de imprensa onde o técnico anunciará a equipe que comporá
a seleção. Expectativas envolvem todo o planeta; afinal, ali estarão
os melhores jogadores do país, aptos para enfrentar os melhores de
todas as nações. “Goleiros”, inicia o treinador a leitura da listagem
que detém em suas suadas mãos, até que, finalizado o comunicado
sobre os vinte e dois selecionados, começa a responder as tradicio-
nais perguntas e questionamentos sobre os ausentes daquela convo-
cação: “Por que Fulano não foi convocado?”, “Por que Beltrano foi
chamado, se não é o melhor na posição?” etc. As perguntas não se
limitam àquela sala, mas ecoam e se multiplicam em cada casa, local
de trabalho, faculdade, restaurante, praça... em cada rincão do país
e do mundo. Discussões inflamadas são iniciadas e, enquanto alguns
são tomados pela euforia, outros desanimam definitivamente quan-
to à esperança de um título. A internet é tomada pela prioridade do
momento, e a questão central das nunca unânimes concórdias à tal
lista é: será que eles são, de fato, os melhores jogadores que nosso
país dispunha para tais posições?
Ao imaginarmos a convocação dos doze por Jesus, somos
levados ao mesmo pensamento: será que eles eram os melhores a

A Equipe de Jesus 7
serem chamados? Não existiam pessoas mais capazes que aqueles
homens, com currículos mais apresentáveis, com históricos mais
amplos, mais notórios e influentes nas esferas sociais, econômicas e
políticas e que, por isso, dessem maiores condições àquele limitado
grupo de atingir resultados ainda maiores do que aquele que tive-
ram?
A resposta é mais simples do que podemos imaginar: em ne-
nhum momento a Bíblia registra que Jesus convocou os melhores
da humanidade, mas optou por chamar pessoas mais limitadas, de
contextos sociais mais restritos, e cujas formações ministeriais per-
manecem até hoje nebulosas. Sim, Jesus montou uma equipe de
homens simples, mas que transformaria toda a humanidade. O que
Jesus queria para aquela equipe não eram grandes estrelas, mas, sim,
um grupo de pessoas que se vissem como alunos (este é o significado
de “discípulo”1) a fim de que fossem preparados para serem enviados
(este é o significado do verbo de onde se baseia a palavra “apóstolo”2)
para cumprirem a mais árdua e nobre de todas as missões: pregar o
evangelho da salvação e reproduzir mais discípulos, através da pro-
pagação dos ensinamentos que Cristo os legou. Nem todos os me-
lhores estavam preparados para tal chamado, mas os homens comuns
que foram chamados estavam aptos para tal preparação rumo à sua
magnânima missão:

“Irmãos, considerem a vocação de vocês. Não foram chamados


muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de
nobre nascimento. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mun-
do para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para
envergonhar as fortes. E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e
as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são,
a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus” (1Co 1.26-29).

1 Tal termo é encontrado em ambos os testamentos por cerca de 300 vezes. No Antigo Testamento,
são utilizadas as palavras ben (‫)ןֵּב‬, cuja tradução é “filho’, e benah (‫)ּהָ֖נְּב‬, que significa “ser construído”,
apontando ao fato de que tal processo é lento, exigindo tempo para que tal construção seja edificada e
concluída. Quanto ao termo utilizado no Novo Testamento, temos a palavra μαθητής (mathetês), que
significa “aprendiz”, “aluno”, mostrando que a meta – ou, podemos também dizer, a simples consequên-
cia – do caminhar conjunto entre aluno e professor, é o aprendizado por parte da pessoa discipulada.
2 A palavra grega ἀπόστολος (apóstolos) – e seus correlatos – aparece somente em o Novo Testamento
(quase cem vezes), e é oriunda do verbo ἀποστέλλω (apostello), que significa “enviado (para realizar
algo)”, apontando ao envio de alguém, da parte de um superior, com o propósito de cumprir uma mis-
são. Tal termo, ainda que inicialmente apontasse à equipe dos doze primeiramente escolhidos por Jesus,
inclui um grupo mais amplo (At 1.26; 14.14; 1Ts 2.7 cf. 1.1).

8 Revista VOZ | Nº 04
2 Uma equipe eficaz é formada
tendo por base a oração

“Naqueles dias, Jesus se retirou para o monte, a fim de orar, e


passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os
seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome
de apóstolos” (Lc 6.12-13).

A convocação da equipe inicial de Jesus teve um antecedente


claro, explicitamente registrado por Lucas: a oração. Como em todo
projeto que um filho de Deus pretenda realizar, precisamos orar para
buscar dele direção, como o próprio Senhor Jesus, exemplo maior
de nossa fé, o fez, a fim de definir seus selecionados. Deste modo,
podemos extrair várias lições do exemplo do Salvador:

• 1ª. Devemos orar, consultando primeiramente a Deus antes


de tomarmos qualquer decisão.
• 2ª. Devemos orar de forma separada. Note que “Jesus se re-
tirou para o monte, a fim de orar”, não tendo compartilhado
nenhum nome com pessoas que fossem próximas a ele, não
permitindo, assim, nenhuma influência externa antes de con-
sultar ao Pai Celeste.
• 3ª. Devemos perseverar em oração. Observe que Jesus “passou
a noite orando a Deus. E, quando amanheceu...” é que chamou
os discípulos para anunciar quais deles comporiam o grupo
dos doze. Ele se aprofundou em oração, e não apenas “fez
um comunicado”, uma “declaração de intenções”. Orou, bus-
cou, ouviu. Devemos não apenas falar em nossas orações, mas
“suar a alma”, perseverar, “pedir, buscar e bater” (Mt 7.7).
• 4ª. Devemos focar os nossos objetivos em oração. Como re-
gistrou Lucas, Jesus já tinha discípulos naquela ocasião, pes-
soas que estavam aprendendo com ele, mas o foco de sua ora-
ção era definir quais deles seriam separados para estar mais
próximos, a fim de serem preparados e enviados como líderes.

Aprendemos, portanto, que a oração, e não a capacitação, é


a base do serviço na obra de Deus. Muitos querem servir a Cristo
em atividades que lhes deem mais destaque, como em púlpitos ou
em plataformas onde possam ter seus talentos vistos e valorizados,

A Equipe de Jesus 9
mas poucos querem pagar o preço das orações “por toda a noite” em
seus quartos secretos, onde somente Deus os está vendo (Mt 6.6). O
segredo do serviço, portanto, se inicia no relacionamento com Deus
e, consequentemente, na vida de oração.

3 Uma equipe completa é formada


de objetivos claros

“— Vão por todo o mundo e preguem o evangelho a toda cria-


tura” (Mc 16.15)... “Portanto, vão e façam discípulos de todas as na-
ções, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt
28.19).

Independentemente do esporte, e apesar dos talentos indi-


viduais que uma equipe possa ter, a mesma precisa de um técnico
que a comande, organizando seus componentes e dando-lhes um
alvo a ser alcançado. Portanto, para se conseguir sucesso em uma
empreitada, a equipe deve ser liderada, organizada e unida, tendo
propósitos e metodologias definidas (e praticadas) para que possa
atingir suas metas. Assim fez Jesus, ao organizar aquela equipe de
doze pessoas tão distintas e limitadas, mas que, a despeito disto e
de tantas ingerências humanas e malignas que tentaram obscurecer
o nome do cristianismo ao longo da história, seus resultados têm
ecoado na transformação de vidas pela eternidade.
Não podemos perder o nosso foco como equipe de Jesus:
pregar sua palavra e levantar discípulos, ensinando-lhes por pala-
vras e exemplos de vida, orando e exercendo uma fé prática, sempre
pautada no conhecimento das Escrituras Sagradas, jamais deixando
de congregar, e sempre buscando desenvolver os dons e talentos que
Deus nos confiou. Fomos chamados para fazer parte de uma equipe,
e não para nos isolarmos uns dos outros. O nome disto é “corpo de
Cristo”, o nome deste coletivo é “igreja”. Mantenhamos nosso foco
e frutifiquemos, a cada dia – e sempre – para a glória de Deus.

4 Conclusão: Uma equipe vencedora


é formada por pessoas diferentes

Imagine se o técnico de uma seleção nacional anunciasse


que sua equipe titular seria composta dos onze melhores goleiros

10 Revista VOZ | Nº 04
do país? Ou, senão, dos onze melhores atacantes da nação? Seria
este o melhor time? Sabemos que não. De igual modo, assim Jesus
escolheu aquela equipe. Não chamou pessoas iguais umas às outras,
apenas os zagueiros ou os centroavantes, mas, sim, pessoas com dis-
tintas formações e diferentes habilidades, mas dispostas a servi-lo,
aprendendo com ele a cada dia, tal como permanece sendo a carac-
terística da igreja, como revelou o Espírito Santo ao apóstolo Paulo:
“Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o
pé disser: ‘Porque não sou mão, não sou do corpo’, nem por isso deixa de
ser do corpo. Se o ouvido disser: ‘Porque não sou olho, não sou do corpo’,
nem por isso deixa de ser do corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde esta-
ria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas Deus
dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como ele quis. Se
todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que
há muitos membros, mas um só corpo” (1Co 12.14-20,27).
E, assim, sobre aqueles homens comuns a quem Jesus convo-
cou para uma tarefa magnânima, nas próximas semanas extrairemos
muitas lições que hão de nos ensinar e edificar a nossa fé.
Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

? ?
? Três perguntas finais
1ª pergunta para fixação

Como desenvolvermos a prática de perseverar em oração antes de tomar-


mos uma decisão, se somos tão imediatistas?

2ª pergunta para fixação

Por que nem sempre as equipes mais bem-sucedidas têm as pessoas mais
talentosas?

3ª pergunta para fixação

Qual a importância de as equipes ministeriais terem alvos bem definidos,


sendo os mesmos sempre relembrados a todos os seus integrantes?

A Equipe de Jesus 11
Lição 2

André:
O apóstolo anunciador
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v.36) e, vendo Jesus passar, disse: — Eis o Cordeiro de Deus! (v.37) Os dois
discípulos, ouvindo-o dizer isso, seguiram Jesus. (v.38) E Jesus, voltando-se e
vendo que o seguiam, disse-lhes: — O que vocês estão procurando? Eles disse-
ram: — Rabi, onde o senhor mora? (“Rabi” quer dizer “Mestre”.) (v.39) Jesus
respondeu: — Venham ver! Então eles foram, viram onde Jesus estava morando
e ficaram com ele aquele dia. Eram mais ou menos quatro horas da tarde. (v.40)
André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido o testemu-
nho de João e seguido Jesus” (Jo 1.36-40).

12 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: Mt 4.17-19
“O fruto do justo é árvore de vida, e o Terça-feira: Jo 1.40-42
Quarta-feira: Mc 13.2-4
que ganha almas é sábio” (Pv 11.30).
Quinta-feira: Jo 6.7-9
Sexta-feira: Jo 12.20-23
Sábado: Jo 1.35-42

Vamos conversar?

1 Introdução: Quem foi o apóstolo André?

André, cujo nome significa “varonil”, nasceu em Betsaida


Julias, às margens do mar da Galileia. Curiosamente, o nome de
André é grego (Ἀνδρέας), embora sua família fosse judia e o nome
de seu irmão fosse aramaico (Simão). Já que nenhum outro nome
é dado a André, isso provavelmente significa que sua família estava
pelo menos aberta a culturas não-judaicas.
André e seu irmão Simão (mais tarde, Pedro) eram pesca-
dores, assim como seu pai e a maioria dos habitantes das margens
do mar da Galileia. Entretanto, a vida de pescador não parece tê-lo
satisfeito, sendo provável que, ainda cedo, André tenha se afasta-
do parcial ou completamente de seu ofício, possuindo uma men-
te inquisitiva. Assim, incomodado por questionamentos e anseios
interiores, e não satisfeito com a religiosidade estabelecida em sua
vida, André se tornou discípulo de João Batista, cujos ensinamentos
seguiu por algum tempo, e que representou um referencial impor-
tante em sua peregrinação espiritual, preparando-o para o Messias.
O fato é que André estava procurando ativamente pela verdade e o
consequente crescimento espiritual. Deste modo, começou a jorna-
da espiritual que o conduziria, mais tarde, ao encontro daquele que
mudaria por completo o curso de sua existência.
Pelo que lemos nos evangelhos, André tinha uma personali-
dade bem diferente de seu irmão Pedro, não sendo impulsivo como
A Equipe de Jesus 13
aquele, e mostrando-se mais acessível; era um homem que pensava
profundamente sobre a divulgação das boas-novas, sendo um dos
primeiros a fazê-lo.

2 Um discípulo de João Batista que


entendia a realidade espiritual

Ao contrário dos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e


Lucas), o Evangelho de João nos dá um relato diferente de como
Jesus chamou André, sendo o principal relato sobre este discípulo
em toda a Bíblia.
As pessoas aguardavam o verdadeiro Messias, mas a mensa-
gem veio de fora do sistema religioso oficial, através de João Batista,
o último e maior de todos os profetas do Antigo Testamento, o qual,
com ousadia e intrepidez, enfrentava uma nação de pessoas que não
achavam que precisavam se arrepender de seus pecados por já terem
uma religião. E, naquele momento, aquele povo não estava à pro-
cura de um cordeiro para o sacrifício ou de um salvador espiritual,
mas procurava um rei político que o livrasse do domínio imperial
romano; sentia que já havia alcançado status e aceitação com Deus
por sua religiosidade e sua rigorosa moralidade. Mas a mensagem
de João era: “Você está fora de um relacionamento com Deus, precisa
se arrepender e ser batizado como expressão externa do desejo de uma
limpeza interna, como um gentio que está se tornando associado à reli-
gião judaica!”. Os verdadeiros judeus entenderam isso, pois sabiam
que eram pecadores. Eles sabiam que precisavam se arrepender e
que precisavam de um sacrifício por seus pecados. E, dentre estes,
provavelmente um pequeno grupo tenha entendido que o sistema
sacrificial apontava para um sacrifício completo e definitivo. Foi
quando João Batista apontou para Jesus e declarou: “Eis o Cordeiro
de Deus!”. Quando assim o fez, estas palavras talvez não tenham sido
entendidas por toda a multidão, mas foram registradas no coração
dos seus discípulos, e André era um deles.

3 Um discípulo de Jesus que buscava


a sua presença e o seu ensino

André e o outro discípulo foram os homens que ouviram a


mensagem e vieram para se arrepender e receber aquele que seria o

14 Revista VOZ | Nº 04
sacrifício. “Siga-o!”, foi a mensagem de João Batista, que desviou o
foco de seus discípulos de si próprio para que passassem a seguir a Cristo.
Assim, eles fizeram a transição de liderança de João Batista
para Jesus, como mestre deles. Ao segui-lo, ouviram a pergunta do
Salvador: “Que buscais?”. Qual é a motivação de vocês? O que vocês
estão procurando? Eles sabiam que João Batista identificara Jesus
como o Messias e responderam: “O senhor é nosso novo rabino,
o nosso novo professor; onde o senhor vai ficar?”. André e o outro
discípulo queriam ter tempo com Jesus, queriam conversar, queriam
ouvi-lo. Afinal, André tinha perguntas, ele queria descobrir tudo o
que pudesse sobre o mestre.
“Venham ver!”, foi a resposta de Jesus. Esta é a acessibilidade,
a disponibilidade, a condescendência de nosso Senhor Jesus aos que
o buscam. “E ficaram com ele aquele dia”. Este evento no início do
ministério de Jesus aponta a um paralelo interessante com o encon-
tro que Jesus teve com dois discípulos na estrada para Emaús (no
final de seu ministério terreno), quando, sentados ao redor da mesa,
lhe fizeram perguntas, e Jesus essencialmente lhes provou a mesma
coisa que fizera aos doze discípulos a quem chamou: que ele era o
Messias sobre quem o Antigo Testamento profetizara.

4 O apóstolo anunciador

Com o tempo, André se tornaria conhecido como “irmão


de Simão Pedro”. Na época em que João escreveu o seu evangelho
(no final do primeiro século), Pedro já era bem conhecido e não se
comentava muito sobre André. Portanto, essa seria a forma como
ele seria apresentado (Jo 1.40; 6.8). No entanto, André foi o primei-
ro discípulo chamado por Jesus. Após aquele encontro, André foi
buscar, primeiramente, seu irmão Simão, dizendo a ele: “Achamos
o Messias!”. Aqui está o relato de uma testemunha ocular que, sem
hesitação, sem dúvidas, com plena certeza, foi compartilhar as boas
novas após o encontro com o Mestre, que se tornou um teste objeti-
vo de escrutínio, examinando e fazendo perguntas a ele, resultando
em uma proclamação alegre e realizadora: “Achamos o Messias!”.
André não apenas compartilhou com seu irmão a respeito de
Jesus, mas o levou a ele. E ali estava André levando Simão até Jesus, o
qual lhe disse: “Você é Simão, filho de João”1. Jesus sabia quem Simão
era e, mais do que isso, ele sabia quem Simão se tornaria, dizendo-lhe:

1 O outro nome do pai de André e Pedro era Jonas.


A Equipe de Jesus 15
“Agora será chamado Cefas” (que é o nome aramaico – língua então
usada pelo povo judeu – é que é traduzido como Pedro, forma grega
da palavra “pedra”).

5 O apóstolo dos bastidores

Diferentemente do que aconteceu com seu irmão Pedro, não


há muitos relatos sobre os feitos de André como discípulo de Jesus,
mostrando que possuía a atitude certa para exercer o ministério nos
bastidores. André não procurava ser o centro das atenções. Não pa-
recia incomodar-se em estar entre aqueles que trabalhavam por de-
trás das cenas. Com certeza, ele sentia prazer em operar com os dons
que Deus lhe concedera, e permitia que outros fizessem o mesmo.
A notícia de haver encontrado o Messias era boa demais para
ele guardá-la para si, e André começou por anunciar primeiramente
ao seu irmão, pois, por apreciar plenamente o valor de uma única
alma, foi conhecido por levar indivíduos, e não multidões (como
seu irmão), a Cristo.
Quando Jesus alimentou a multidão de cinco mil pessoas, foi
André quem levou o menino até Jesus (Jo 6.9). João 12.20-22 fala
de alguns gregos que procuravam por Jesus e foram até Filipe, mas
Filipe os levou até André e deixou que este os apresentasse ao Mes-
tre; Filipe sabia que André tinha facilidade em apresentar pessoas a
Cristo.
O propósito principal na vida de André era levar outros a
Jesus, embora ele não seja muito citado nos relatos dos evangelhos;
entretanto, quando falam dele fazendo algo, é sempre consistente
no que está fazendo - ou seja: ele estava mais preocupado em servir
a Deus do que em construir sua reputação.

6 Um apóstolo muito humilde: a honra de ser o segundo

Embora as circunstâncias o colocassem em uma posição em


que fosse tentado a ficar com ciúmes diante do crescimento minis-
terial de seu irmão, talvez decepcionado e ressentido por não ser
celebrado como os outros apóstolos, André pode nos ensinar que é
uma honra ficar em segundo lugar (ou em terceiro, em quarto etc.)
quando se serve a Cristo.

16 Revista VOZ | Nº 04
Podemos supor que a posição de André era a mais difícil en-
tre os apóstolos. André não foi um teólogo ou um orador, e, se ele
alguma vez escreveu uma linha ou pregou um sermão, não somos
informados, por não existirem tais registros. Desde o início ele teve
uma estreita associação com Pedro, Tiago e João. Juntos eram os
primeiros quatro seguidores de Jesus. Entretanto, foi a partir desses
quatro que Jesus escolheu seu círculo interno com aqueles três após-
tolos, do qual, por algum motivo, André foi deixado de fora. Veja
que, quando foi ressuscitar uma menina, Jesus levou consigo Pedro,
Tiago e João, mas não André. Jesus subiu ao monte onde se trans-
figurou e conversou com Moisés e Elias, estando ali Pedro, Tiago e
João (André foi deixado de fora). Na noite de sua maior agonia, no
jardim do Getsêmani, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João. E,
novamente, André foi deixado de fora.
Porque André foi deixado de fora, não sabemos, mas aqui
podemos testemunhar o espírito extraordinário que André possuía.
Simplesmente não havia lugar para um ciúme mesquinho nele. Ele
foi capaz de perceber que Jesus tinha a liberdade de escolher quem
quisesse e possuía a confiança de que o Senhor sabia o que era me-
lhor para todos. Quantas lições preciosas de serviço, amor e humil-
dade podemos aprender com André!
Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

? ?
? Três perguntas finais

1ª pergunta para fixação

Quem foi a primeira pessoa a pregar o evangelho para você?

2ª pergunta para fixação

Você tem anunciado o evangelho aos mais próximos?

3ª pergunta para fixação

Como você se sentiria se te esquecessem quando chamassem outros de


seu grupo, como Jesus fez com André? Você tem algo a aprender com este
apóstolo?
A Equipe de Jesus 17
Lição 3

Pedro:
O apóstolo impulsivo
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v.3) Tendo, pois, Judas recebido a escolta e alguns guardas da parte dos prin-
cipais sacerdotes e fariseus, chegou a esse lugar com lanternas, tochas e armas.
(v.4) Então Jesus, sabendo de tudo o que ia acontecer com ele, adiantou-se e
perguntou-lhes: - A quem vocês estão procurando? (v.5) Eles responderam: - A
Jesus, o Nazareno. Então Jesus lhes disse: - Sou eu. Ora, Judas, o traidor, tam-
bém estava com eles. (v.6) Quando Jesus lhes disse: ‘Sou eu’, recuaram e caíram
por terra. (v.7) Jesus, de novo lhes perguntou: - A quem vocês estão procurando?
Responderam: - A Jesus, o Nazareno. (v.8) Então Jesus disse: - Já lhes falei que
sou eu. Se é a mim que vocês estão procurando, deixem que estes vão embora.
(v.9) Ele disse isso para se cumprir a palavra que tinha dito anteriormente: ‘Não
perdi nenhum dos que me deste’. (v.10) Então Simão Pedro puxou da espada
que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o
nome do servo era Malco. (v.11) Mas Jesus disse a Pedro: - Guarde a espada na
bainha! Por acaso não beberei o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18.3-11).

18 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: 1Sm 13.8-13


“O ingênuo dá crédito a tudo o que Terça-feira: Jz 11.30-35
se diz, mas o prudente reflete antes de Quarta-feira: Pv 19.1-8 
dar um passo” (Pv 14.15). Quinta-feira: Ef 5.15-17
Sexta-feira: Tg 3.13-18
Sábado: 2Pe 1.5-8

Vamos conversar?

1 Introdução: Quem foi Pedro?

O apóstolo Pedro é um dos personagens mais emblemáticos


em termos de expressão humana dentre os discípulos, pois manifes-
ta os sentimentos mais profundos de um filho de Deus em proces-
so de amadurecimento de sua conversão e regeneração. Poderíamos
afirmar que Pedro, um dos discípulos imediatos de Jesus, personi-
ficava o homem “em seu estado natural”, não lapidado. Mas, quem
foi este homem de temperamento imprevisível e impetuoso, cujo
nome era Simão Barjonas? Pedro era natural da cidade de Betsaida e
se mudou para Cafarnaum, talvez por conta da atividade econômica
que desenvolviam naquela localidade (Jo 1.44). Também sabemos
que Pedro era casado, embora não disponhamos de informações de-
talhadas sobre os membros de sua família, tais como o nome da
esposa e de seus filhos (Mc 1.30;1Co 9.5). Pedro mantinha uma
sociedade com seu irmão André em uma pequena e rudimentar in-
dústria pesqueira, tendo também como sócios Tiago e João, filhos
de Zebedeu (Lc 5.10).
Como estudamos na lição passada, André, seu irmão, era
discípulo de João Batista e, ao se tornar seguidor de Jesus (Jo 1.35-
37,40), foi até ele e o apresentou a Jesus, vindo a tornar-se seu dis-
cípulo. E foi exatamente por ocasião desse encontro que Cristo
mudou o seu nome, apelidando-o de Pedro (“pedra”), antecipando
o seu papel de destaque e destino no seio na igreja nascente (Jo
1.41-42). O fato é que Pedro se tornou um dos apóstolos com mais
destaque em suas ações e reações.
A Equipe de Jesus 19
A intensidade de Pedro pode ser notada tanto em suas falhas,
como no episódio em que nega conhecer Jesus (Mt 26.69-75) como
em declarações como a que se tornou uma rocha na doutrina cristã,
quando afirmou a Jesus: “— O senhor é o Cristo, o Filho do Deus
vivo” (Mt 16.16). O fato é que Pedro se tornou integrante do núcleo
mais próximo de Jesus (juntamente com Tiago e João), participando
com este grupo restrito de eventos como a cura da filha de Jairo (Lc
8.51) e na ocasião em que Jesus os levou em particular ao monte da
transfiguração (Mt 17.1-8) e no jardim do Getsêmani (Mc 14.33).
Dado a muitos detalhes registrados sobre ele, esta introdução se pro-
põe apenas a sintetizar a história deste homem que tem muito a nos
ensinar.

2 Aprendendo com o erro dos outros

Encontramos nas Sagradas Escrituras exemplos clássicos de


personagens que nos transmitiram lições valiosas, a fim de as aplicar-
mos no dia a dia da nossa experiência, como discípulos que somos.
Tais ensinos são fundamentados tanto nos acertos como nos erros,
próprios de servos de Deus, mas que, de igual modo, nos servem de
exemplos sobre o que fazermos ou não fazermos em nossas vidas.
O apóstolo Pedro, ainda que biografado com muitas virtudes, pode
nos ensinar sobre aquilo que devemos evitar. Muitas vezes descri-
to como um homem impetuoso, impulsivo, precipitado, irrefletido
etc., Pedro, de certa forma, nos representa, visto que, tal como nós,
inúmeras vezes ele se permitiu assaltar por esses sentimentos repro-
váveis. Devemos ser pessoas sábias para aprendermos com os erros
dos outros – mesmo dentre aqueles que são nossos irmãos na fé –,
a fim de não os repetirmos em nossas vidas. O apóstolo Paulo bem
nos advertiu quanto a erros cometidos por Israel, para que não fos-
sem repetidos pela igreja: “Ora, estas coisas se tornaram exemplos para
nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram...
Estas coisas aconteceram com eles para servir de exemplo e foram escritas
como advertência a nós” (1Co 10.6,11).
Aprendamos, portanto, com Pedro, a controlar mais a nossa
impulsividade, o nosso receio em reconhecer publicamente nosso
discipulado de Cristo e a nos mantermos firmes na fé depois que nos
sobressaltem as dúvidas que surgem durante as tempestades da vida.

20 Revista VOZ | Nº 04
3 Aprendendo a controlar a nossa impulsividade

“Então Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo


do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo
era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: - Guarde a espada na bainha!” (Jo
18.10-11a). O domínio e controle de nosso temperamento dian-
te de situações estressantes constitui elemento fundamental para o
amadurecimento na vida espiritual. Não é sem razão que um dos
gomos do fruto do Espírito que precisamos produzir (Gl 5.23) é o
domínio próprio, que nos faz controlar tais potencialidades nega-
tivas. Essa capacidade de autocontrole é essencialmente indispen-
sável à boa conduta e ao desenvolvimento do discipulado cristão.
As experiências precipitadas de Pedro não deixam dúvidas de que
essa falta de autocontrole não é apenas grave, mas, também, promo-
ve consequências que nos são prejudiciais. Por isso, a importância
desse aprendizado se faz necessária para o nosso melhor aproveita-
mento como discípulos. Pedro aprendeu essa lição pagando um alto
custo, mas aprendeu, e por meio das suas experiências também nós
podemos aprender, pedindo ao Senhor que cresçamos no domínio
de nossas reações, especialmente nos momentos mais estressantes da
vida.

4 Aprendendo a reconhecer as nossas vulnerabilidades

Nem sempre estamos dispostos a reconhecer as nossas fra-


gilidades e incompetências. O fato é que, quanto mais adiarmos o
reconhecimento de uma impotência ou vulnerabilidade, tanto mais
limitados permaneceremos. Pedro soube reconhecer que errou ao
negar conhecer Jesus; soube reconhecer que se precipitou ao cortar
a orelha de Malco; soube reconhecer que não estava tão disposto
(quanto afirmara anteriormente), a seguir seu mestre até as últimas
consequências. Ele demonstrou consternação ao chorar arrependi-
do, por sua incapacidade de levar a cabo seus desígnios. Pedro re-
conheceu que não era tão forte e destemido como imaginara ser.
O reconhecimento de nossas incapacidades é o caminho que nos
conduzirá ao sucesso da superação, exatamente como ocorreu com
o apóstolo Pedro, vindo o mesmo a tornar-se um dos mais célebres
apóstolos dentre os doze que foram chamados por Jesus no início de
seu ministério.

A Equipe de Jesus 21
5 Vigiando para não afundarmos depois
de darmos grandes passos de fé

Durante a tempestade que os discípulos enfrentaram duran-


te a madrugada no mar da Galileia, Jesus foi até eles andando sobre
o mar, mas não foi reconhecido por eles. Pedro, entretanto, disse ao
Senhor que, se de fato fosse ele, que o mandasse ir ao seu encon-
tro e, diante do “venha!”, então começou a andar sobre as águas.
Entretanto, ao reparar na força do vento, teve medo e começou a
afundar (Mt 14.22-33). Pedro teve fé para dar o passo mais difícil,
e experimentou o milagre de andar sobre as águas, mas, a seguir,
como a tempestade não parou, foi tomado pelo medo. Depois de
experiências de fé, Pedro sucumbiu, como o fez, também, quando
repreendeu Jesus quanto à sua afirmativa de que seria preso, mor-
to e, a seguir, ressuscitaria. Naquele momento, o impulsivo Pedro,
mesmo sendo um apóstolo de Cristo, ouviu uma dura palavra: “—
Saia da minha frente, Satanás!” (Mc 8.33).
Portanto, com Pedro aprendemos que não basta dar o pri-
meiro passo de fé, se depois sucumbimos ao medo (e, assim, afunda-
mos) ou às sugestões diabólicas daquele que anda ao nosso derredor
(1Pe 5.8). Aprendamos com Pedro e vigiemos, discípulos de Cristo!

6 Conclusão

Pedro foi um homem com suas limitações de temperamen-


to, mas que, apesar de tantos erros, teve enormes acertos. Um deles
(como já estudamos) foi o reconhecimento de suas limitações, como
sua reação depois da pesca milagrosa, quando, após se prostrar dian-
te de Cristo declarou: “— Senhor, afaste-se de mim, porque sou peca-
dor” (Lc 5.8). Este Pedro, temperamental, instável, foi a quem Jesus
pediu para ficar em sua casa (Mc 1.29), escolheu o seu barco para
entrar (Lc 5.3) e lavou primeiramente os seus pés (Jo 13.6). Sim,
Jesus valoriza aqueles que têm limitações e instabilidades, pois neles
opera a transformação pelo seu amor. O mesmo Pedro, que um dia
negara Jesus, depois de arrependido e perdoado jamais deixou de se-
guir, servir e adorar o seu Senhor, demonstrando sua transformação
em um dos homens mais firmes que a história nos legou.
Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

22 Revista VOZ | Nº 04
? ?
? Três perguntas finais
1ª pergunta para fixação

Por que não devemos agir irrefletidamente?     

2ª pergunta para fixação

Quais os benefícios das ações pacíficas?      

3ª pergunta para fixação

Quais lições aprendemos com a experiência retratada na vida do apóstolo Pedro?

Para fixar horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao contrário


e sem considerar acentos e cedilhas

“O INGÊNUO dá CRÉDITO a tudo o que se diz, mas o PRUDENTE


REFLETE antes de dar um PASSO” (Pv 14.15).

S I S M U P O H T H T B H H E I E U

N Y N S L N A U A D R S W I N V E N

C W T N V R D S A S E O A G U S A T

T O S S C L S F S H P T E D I A H O

I G L C R E D I T O R N L D G E D A

E H Y N R O H Y L T U G Y I S E E W

D I S F B M E E F O D S A I E N G A

W L H S E C R T R R E T A I C E T O

I O S A K A C O W S N W S S E D S B

I G T R O O A I K D T I R B S E D T

E T A A R E F L E T E H O V O U H L

A Y R M Y N E R I O N T U N U E W E

A Equipe de Jesus 23
Lição 4

Tiago (o Maior):
O apóstolo ambicioso
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v.35) Então se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo:


— Mestre, queremos que o senhor nos conceda o que vamos pedir. (v.36) E Jesus
lhes perguntou: — O que querem que eu lhes faça? (v.37) Eles responderam: —
Permite-nos que, na sua glória, nos assentemos um à sua direita e o outro à sua
esquerda. (v.38) Mas Jesus lhes disse: — Vocês não sabem o que estão pedindo.
Será que podem beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou
batizado? (v.39) Eles responderam: — Podemos. Então Jesus lhes disse: — Vocês
beberão o cálice que eu bebo e receberão o batismo com que eu sou batizado.
(v.40) Quanto a sentar à minha direita ou à minha esquerda, não me compete
concedê-lo, pois é para aqueles a quem está preparado. (v.41) Quando os outros
dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar indignados com Tiago e João”
(Mc 10.35-41).

24 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: Mt 26.16-20
“Tomem sobre vocês o meu jugo e
Terça-feira: Sl 133.1-3
aprendam de mim, porque sou manso Quarta-feira: Rm 15.5-6
e humilde de coração; e vocês acha- Quinta-feira: Rm 12.1-5
rão descanso para a sua alma” (Mt Sexta-feira: 1Pe 2.11-17
11.29). Sábado: Mc 13.1-10

Vamos conversar?

1 Quem foi Tiago, o Maior

O Novo Testamento registra quatro Tiagos, sendo que, des-


tes, dois foram chamados diretamente por Jesus para serem seus
discípulos. Um deles (o filho de Alfeu), foi chamado de “Tiago, o
Menor”, e o outro (filho de Zebedeu, portanto, irmão de João1),
de “Tiago, o Maior” (Mc 3.17), cujo apelido era Boanerges e sobre
quem trataremos nesta lição. Sobre a diferença entre ao qualificativo
de ambos – maior e menor – talvez apontasse à altura dos mesmos,
sendo esta a ideia comumente aceita como a mais plausível; ou,
ainda, a proeminência de um em suas atividades ministeriais sobre
o outro.

2 Um discípulo ambicioso

Ambicionar algo não significa necessariamente um erro. Sem


ambição você nem se levanta da cama. A questão não é ter ambição,
mas sim o objeto da mesma. Ambicionar ser igual a Jesus, guardadas
as devidas proporções, é algo bom, como declarou Paulo: “Sede meus
imitadores como eu sou de Cristo” (1Co 11.1).
A ambição de Tiago e seu irmão (apoiados por sua mãe, cf.
Mt 20.20), entretanto, apontava a uma postura egoísta e egocên-
trica, quando pediram para serem honrados acima dos demais dez
1 Mc 1.19-20.
A Equipe de Jesus 25
apóstolos. Naturalmente, tendo ele sido chamado para dentro de
uma equipe tão plural, indubitavelmente os embates acabariam
ocorrendo, mas aquele pedido fez com que o ambiente ficasse pe-
sado, uma vez que aquela ambição desmedida desconsiderava seus
pares, desmerecendo-os.
Devemos ambicionar crescer na vida, tendo alvos sempre
crescentes; entretanto, os mesmos não podem desmerecer os que
estão trabalhando ao nosso lado, aprendendo que devemos honrar
aqueles que são merecedores de honra. E, caso eles cresçam acima
de nós, que nos alegremos com isto, ainda que continuemos com
objetivos de continuar trabalhando, com honestidade, inteligência,
perseverança e determinação, para avançamos cada vez mais em
nossas vidas.

3 O “filho do trovão”

“E enviou mensageiros que fossem na frente. Indo eles, entraram numa


aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada. Mas não o receberam,
porque o aspecto dele era de quem, decisivamente, ia para Jerusalém.
Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: — O senhor quer
que mandemos descer fogo do céu para os consumir? Mas Jesus, voltan-
do-se, os repreendeu” (Lc 9.52-55).
Quando Marcos relaciona os apóstolos, ele cita o apelido que
Tiago e seu irmão, João, receberam: Boanerges (que significa “filho
do trovão”), provavelmente por causa do forte temperamento que
tinham. Quando Jesus pediu que reservassem um lugar para dor-
mirem no território dos samaritanos – conhecidos por sua animosi-
dade com os judeus – e aqueles não lhes deram tal acolhida, talvez
se lembrando do pedido de Elias para descer fogo do céu, Tiago,
demonstrando sua indignação, sugeriu o mesmo, ainda que seu ob-
jetivo fosse outro (o de juízo). A repreensão de Jesus a tal vingativa
ideia de Tiago, o Maior, nos ensina que devemos aprender a con-
trolar os nossos impulsos em reagirmos com violência às posturas
injustas que sofremos.

4 Pagando o preço

“Mas Jesus lhes disse: — Vocês não sabem o que estão pedindo. Será que
podem beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou

26 Revista VOZ | Nº 04
batizado? (v.39) Eles responderam: — Podemos. Então Jesus lhes disse:
— Vocês beberão o cálice que eu bebo e receberão o batismo com que eu
sou batizado” (Mc 10.38-39).
Muitas vezes não atentamos em que porta temos entrado ou
que tipo de decisão tomamos. Quando nos posicionamos ao lado de
Jesus é importante que fique bem claro para nós que beberemos do
seu cálice e receberemos o seu batismo, enfrentando lutas internas e
externas. Além de nossa própria natureza caída – tão bem represen-
tada no ambicioso, egoísta e vingativo Tiago, o Maior – enfrenta-
mos as tentações do diabo através de sugestões diretas ou indiretas
para que desobedeçamos a vontade de Deus e imperemos os nossos
próprios desejos carnais.

5 Trazendo em si as marcas de Cristo

Quanto mais nos aproximarmos do Senhor Jesus mais nos


tornaremos parecidos com ele. Mas isto não impedirá que soframos
na carne as suas dores: “Porque vocês receberam a graça de sofrer por
Cristo, e não somente de crer nele” (Fp 1.29). Por isso, de uma forma
ou de outra, teremos na carne as marcas de Cristo.
No caso de Tiago, o Maior, ele foi o primeiro a beber daquele
cálice, sendo o primeiro apóstolo a ser martirizado: “Por aquele tem-
po, o rei Herodes mandou prender alguns da igreja para os maltratar.
Mandou matar à espada Tiago, irmão de João” (At 12.1-2).

6 Apesar de suas limitações, Jesus o chamou


para participar do grupo seleto de discípulos

“Jesus não permitiu que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro e os


irmãos Tiago e João” (Mc 5.37).

Com Tiago, o Maior, também aprendemos que, apesar de


ele ter tal temperamento, com uma inclinação egoísta e vingativa,
Jesus não apenas o chamou para estar consigo no grupo dos após-
tolos como, também, fez ele parte do grupo mais íntimo de discí-
pulos de Jesus, estando somente ele (com Pedro e João) em eventos
como a cura da filha de Jairo, a agonia no jardim do Getsêmani (Mc
14.33) e a transfiguração de Jesus (Mt 17.1). Assim, apesar de suas
limitações, Jesus o chamou para próximo de si, pois, quanto mais

A Equipe de Jesus 27
próximo ficava do mestre, mais ele podia ser aperfeiçoado, se tor-
nando íntimo daquele que verdadeiramente poderia transformá-lo
por completo.
Graças a Deus por sua bondade e misericórdia, ao nos convi-
dar a caminhar ao seu lado, apesar de nossas limitações, para apren-
dermos e amadurecermos com ele.
Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

? ?
? Três perguntas finais
1ª pergunta para fixação

Por que Tiago, o Maior, foi chamado de Boanerges? As pessoas com tem-
peramento forte e que reagem de forma equivocada também são chamadas
para serem discípulos de Cristo?

2ª pergunta para fixação

O que você entende por tomar o cálice de Jesus?

3ª pergunta para fixação

O que devemos fazer para nos tornarmos mais íntimos de Jesus, como foi
o caso de Tiago, o Maior?

Inscrições abertas entre


15/12/2021 e 31/01/2022

Vestibular:
Segunda-feira,
14 de fevereiro de 2022

Início das aulas:


Segunda-feira,
7 de março de 2022

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ou pelo aplicativo
28 Revista VOZ | Nº 04
Lição 5

João:
O apóstolo amado
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“Vendo Jesus a sua mãe e junto dela o discípulo amado, disse: — Mulher, eis aí
o seu filho” (Jo 19.26).

“(v.23) Ao lado de Jesus estava reclinado um dos seus discípulos, aquele a quem
ele amava. (v.24) Simão Pedro fez um sinal a esse, para que perguntasse a quem
Jesus se referia. (v.25) Então aquele discípulo, reclinando-se sobre o peito de
Jesus, perguntou: – Senhor, quem é?” (Jo 13.23-25).

“E o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: — É o Senhor!” (Jo 21.7a).

A Equipe de Jesus 29
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: Mc 3.13-19
Terça-feira: 1Jo 1.7-11
“Quem não ama não conhece a Deus,
Quarta-feira: Lc 9.28-36
pois Deus é amor” (1Jo 4.8).
Quinta-feira: Jo 21.4-5
Sexta-feira: At 3.1-10
Sábado: 1Jo 4.7-19

Vamos conversar?

1 Quem foi João?

O apóstolo João foi um dos discípulos mais próximos de


Jesus, sendo conhecido como “o discípulo amado”. Filho de Zebe-
deu e irmão de Tiago (o Maior), João era pescador, integrando uma
família próspera neste ofício, e que morava às margens do mar da
Galileia (Mt 4.20-22). Foi exatamente quando João, acompanhado
de seu pai e seu irmão, estava em um barco consertando as redes,
que Jesus o chamou, no que foi prontamente atendido. Assim como
seu irmão Tiago (sobre quem tratamos na aula passada) e Pedro,
o apóstolo João fazia parte do chamado “círculo íntimo de Jesus”,
estando com aqueles dois no monte da transfiguração, no quarto
onde Jesus ressuscitou a filha de Jairo e durante a oração de Cristo
no Getsêmani. Mas outros registros bíblicos apontam o que, na aula
de hoje, extrairemos quanto a importantes lições sobre este discí-
pulo transformado pelo amor de Cristo, marca esta que passou a
caracterizá-lo pelo restante de sua vida.

2 O apóstolo do amor

Tendo sido - provavelmente por causa de seu temperamento


- chamado por Jesus de “filho do trovão”, João foi conhecido como
“o discípulo amado” (Jo 13.23; 19.26; 20.2 e 21.7), e seus profun-

30 Revista VOZ | Nº 04
dos escritos apontam à magnitude deste incomparável sentimento,
como escreveu em seu evangelho (Jo 3.16) e em suas cartas (“Ama-
dos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus, e todo
aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus”, 1Jo 4.7).
Mas tal amor não apenas foi atrelado a este apóstolo pelos
seus escritos ou a forma como era conhecido, mas por suas ações,
que o acompanharam ao longo de sua vida, como sua presença
junto à cruz, seu hábito de oração, sua prática evangelística ou seu
pastoreio na cidade de Éfeso. O fato é que amar é mais do que um
verbo a ser conjugado: é um estilo de vida a ser praticado.

3 João, um homem de coragem

Naquela cruenta tarde da crucificação, enquanto todos os


apóstolos estavam distantes do monte Calvário, a Bíblia registra que
apenas João estava aos pés da cruz, juntamente com três Marias (a
mãe de Jesus, a Madalena e a esposa de Clopas). A ele, Jesus verbali-
zou uma de suas últimas palavras antes de expirar: “Eis aí a sua mãe”
(Jo 19.27), instruindo-o a cuidar de Maria até o final de sua vida.
O fato de apenas ele, dentre os onze discípulos, estar junto
à cruz, demonstra a junção de seu amor e de sua coragem, pois não
temeu ser reconhecido pelos soldados como seguidor de Cristo e,
por isso, ser preso e provavelmente condenado.
Na hora da perseguição aos que se dizem seguidores de Cris-
to, como temos nos portado? Temos nos escondido ou nos mante-
mos firmes junto à cruz de nosso Senhor? Que sigamos o exemplo
do amoroso e corajoso apóstolo João.

4 João, um homem que sofreu por amor a Cristo

A coragem de João se traduziu na perseguição e consequente


privação de liberdade por amor a Cristo. Quando pregava em Je-
rusalém com Pedro, João foi preso e levado para se explicar diante
do Sinédrio – que pouco tempo antes tinha engendrado a prisão
e martírio de Jesus: “Enquanto Pedro e João ainda falavam ao povo,
chegaram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, ressentidos
porque os apóstolos estavam ensinando o povo e anunciando, em Jesus,
a ressurreição dentre os mortos. Prenderam Pedro e João e os recolheram
ao cárcere...” (At 4.1-3a). A postura de João diante das autoridades

A Equipe de Jesus 31
político-religiosas não foi diferente daquilo que o levou àquela pri-
são, com a ousada resposta diante da ordem de que não mais evan-
gelizassem: “Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e
ouvimos” (At 4.20).
Já idoso, o apóstolo João bebeu o cálice do sofrimento, e, por
causa do evangelho, foi preso e exilado: “Eu, João, irmão e compa-
nheiro de vocês na tribulação, no reino e na perseverança em Jesus,
estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do
testemunho de Jesus” (Ap 1.9). E, depois de ter sido solto, ao invés de
“se aposentar”, João retornou a Éfeso onde continuou sua missão a
serviço do evangelho.
Que aprendamos com João que o verdadeiro amor a Cristo
nos leva a sofrermos perseguições e perdas, mas, que nem isto, nem
coisa alguma, podem nos separar de nossa missão.

5 João, um homem de oração

“Pedro e João estavam se dirigindo ao templo para a oração das


três horas da tarde” (At 3.1). Uma das coisas que João aprendeu em
sua caminhada de três anos ao lado de Cristo foi o hábito de, me-
todicamente, orar ao Senhor, no Templo. O drama de muitos cris-
tãos é que os mesmos amam ouvir a Palavra, mas não oram, senão
quando estão nos cultos. Querem instruir suas mentes e crescer na
fé, mas a deixam inoperante em sua rotina, através da falta de uma
vida de oração. A oração é fruto de nossa fé, e busca alicerçar nos-
sa comunhão com Deus através do compartilhar diário, constante,
“sem cessar” (1Ts 5.17), a começar com a confissão de nossos pecados
(1Jo 1.9), a ação de graças, a intercessão, e tantas outras atitudes que
somente são fomentadas através da oração.
Que aprendamos com João que o amor implica não apenas
na busca de informações de quem amamos, mas no relacionamento
direto e constante com Deus.

6 Conclusão

O nome João significa “Deus é gracioso” (‫נּנחוי‬, YoHanan),


que aponta a um favor imerecido que recebemos, seja a salvação de
nossas almas - apesar de sermos pecadores -, como, também, pela
transformação que nos permite experimentar ao longo de nossa ca-

32 Revista VOZ | Nº 04
minhada de fé. Apesar de ter sido conhecido por sua impulsividade,
João se tornou em um modelo de mansidão e amor, comprometido
com o mestre e com o Reino de Deus. João nos ensina que é pos-
sível mudarmos para melhor, sendo transformados, pela graça de
Deus, em pessoas amáveis e frutíferas. Assim nos tornando, teste-
munhamos, além de nossas palavras, sobre a graça transformadora
de Cristo.
Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

? ?
? Três perguntas finais
1ª pergunta para fixação

Por que João era chamado de “filho do trovão” e passou a ser conhecido
como “discípulo do amor”?
2ª pergunta para fixação

Em qual sentido podemos dizer que a coragem de João atestava o seu


amor por Cristo?

3ª pergunta para fixação

Alguém nesta turma já sofreu (ou tem sofrido) por amor de Cristo? Com-
partilhem sobre isto.

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A Equipe de Jesus 33
Lição 6

Filipe:
O apóstolo objetivo
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v.1) Depois dessas coisas, Jesus atravessou o mar da Galileia, que é o de Tibe-
ríades. (v.2) Uma grande multidão o seguia, porque tinham visto os sinais que
ele fazia na cura dos enfermos. (v.3) Então Jesus subiu ao monte e sentou-se ali
com os seus discípulos. (v.4) Ora, a Páscoa, festa dos judeus, estava próxima.
(v.5) Então Jesus, erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão se apro-
ximava, disse a Filipe: — Onde compraremos pão para lhes dar de comer? (v.6)
Mas Jesus dizia isto para testá-lo, porque sabia o que estava para fazer. (v.7)
Filipe respondeu: — Nem mesmo duzentos denários de pão seriam suficientes
para que cada um recebesse um pedaço. (v.8) Um dos discípulos, chamado An-
dré, irmão de Simão Pedro, disse a Jesus: (v.9) — Aqui está um menino que tem
cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isto para tanta gente? (v.10)
Jesus disse: — Façam com que todos se assentem no chão. Havia muita relva
naquele lugar. Assim, os homens se assentaram, e eram quase cinco mil. (v.11)
Então Jesus pegou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também
igualmente os peixes, tanto quanto queriam” (Jo 6.1-11).

34 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: Mc 3.13-19
“Sejam praticantes da palavra e não Terça-feira: Jo 6.1-14
somente ouvintes, enganando a vocês Quarta-feira: Ef 4.11-16
mesmos” (Tg 1.22). Quinta-feira: Jo 14.1-14
Sexta-feira: Sl 34.1-8
Sábado: Jo 1.43-51

Vamos conversar?

1 Quem foi Filipe

O nome de Filipe aparece em todas as listas dos doze apósto-


los. Ele era natural de Betsaida, uma aldeia de pescadores junto ao
mar da Galileia (Jo 12.21), sendo, portanto, conterrâneo de André
e Pedro (Jo 1.44). Foi um dos primeiros discípulos chamados por
Jesus, em Betânia (do lado do Jordão, onde João Batista batizava).
Filipe era um nome grego muito comum naquela época, provavel-
mente por causa de Felipe da Macedônia, e significa “aquele que
ama cavalos”. Todas a cenas em que Filipe aparece estão no evange-
lho de João. É bom esclarecer que o apóstolo Filipe, mencionado nos
evangelhos, não é a mesma pessoa do diácono Filipe, o evangelista,
que aparece no livro de Atos. Muitos escritos e tradições asseguram
que ele morreu martirizado, aos 87 anos de idade, em Hierápolis, na
Frígia (atualmente na Turquia).

2 A simplicidade do convite e a
praticidade da aceitação

Filipe fazia parte do grupo que trocou o discipulado de João


Batista pelo de Jesus, pois o objetivo deles era encontrar o Messias.
João Batista anunciava que o Reino de Deus estava próximo e, com
ele, o Messias. Dois deles ouviram João Batista falar que Jesus era
o Cordeiro de Deus. Um, a Bíblia deixa claro que era André. O
A Equipe de Jesus 35
outro, parece que era Filipe, a quem Jesus fez um convite direto:
“Siga-me” (Jo 1.43). Por ser um homem bem prático, simplesmente
seguiu. Veja como essa característica é muito forte em Filipe. No dia
seguinte ele se encontrou com Natanael e lhe comunicou que tinha
achado o Messias, “Jesus Cristo, o Nazareno”. Ao receber a pergunta
irônica do amigo (“De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”), Filipe
não esmoreceu e deu uma resposta sensacional, típica de um indiví-
duo prático: “Venha ver!”.
Os práticos são bons mensageiros e evangelistas. Não perdem
tempo discutindo teologia: simplesmente comunicam a mensagem
e apelam logo para a experiência pessoal. Talvez Filipe tenha lem-
brado das palavras de Davi: “Provem e vejam que o Senhor é bom...”
(Sl 34.8). Ele pensou: “Natanael, meu amigo, não vou perder tem-
po tentando convencer você. Venha ver!”. A praticidade é uma boa
ferramenta no desempenho da nossa missão. Não podemos perder
tempo. O objetivo é apresentar pessoas a Jesus. Precisamos ser mais
simples ao atender o chamado de Cristo e, mais ainda, ao compar-
tilhar as boas novas de salvação.

3 A praticidade que atesta o milagre

Após seu chamado, Filipe reaparece no texto bíblico no pri-


meiro evento da multiplicação de pães (Jo 6.1-15). Uma grande
multidão precisava de alimento. Só homens eram cinco mil. Foi
quando Jesus perguntou a Filipe: “Onde compraremos pão para
lhes dar de comer?”. Parece que ele era o apóstolo que cuidava da
logística do grupo. Pessoas práticas são assim: calculistas e organiza-
das, sendo aquelas que simplificam processos. Mais do que um teste
de fé, Jesus estava fazendo também um teste de eficiência. A resposta
foi: “Nem mesmo duzentos denários de pão seriam suficientes para que
cada um recebesse um pedaço”. O que Filipe fez foi dimensionar e
valorizar o tamanho do milagre que estava por vir. Em nenhum mo-
mento o texto diz que ele duvidou da capacidade de Jesus alimentar
aquela turba. Ele já vira o Mestre transformar água em vinho. Ser
prático não significa ser incrédulo. A fé não se choca com o bom
senso. Antes, o bom senso acrescenta valor à fé, porque não deixa
dúvida de que não foram os recursos naturais disponíveis que deram
conta do problema, mas a atuação sobrenatural do Senhor. Quem
não sabe os custos necessários para uma empreitada, também não

36 Revista VOZ | Nº 04
valoriza, ou mesmo percebe, os milagres quando eles acontecem.
Jesus diz que, até para o seguir, temos de calcular o que isso vai nos
custar (Lc 14.28). Filipe, em sua praticidade, deu a exata dimensão
do milagre que abençoou milhares de pessoas.

4 O prático anda em equipe

Filipe aparece de novo em João 12, quando alguns gregos o


procuraram com a seguinte demanda: “Senhor, queremos ver a Jesus”
(v.20). Eram gentios tementes a Deus, que foram a Jerusalém para
adorar, na Páscoa. Aquele, entretanto, era um pedido inusitado, do
tipo que a gente fica sem saber o que fazer. O indivíduo prático,
no geral, não é orgulhoso. Na dúvida, ele pergunta, compartilha o
problema com outros. Isso é muito bom quando se vive em equipe.
Não é necessariamente um problema de timidez. Pode ser prudên-
cia, na busca da melhor solução coletiva. É muito comum pessoas
arrojadas cometerem erros porque não consultaram ninguém. Fi-
lipe, o prático, seguiu os seus instintos e foi procurar André, seu
amigo de todas as horas. Conversaram e foram, juntos, apresentar
os irmãos gregos ao Mestre. Foi um grande acerto! Jesus pregou e
convidou-os a tornarem-se seus discípulos (vv. 23-26). Num mun-
do egoísta como o nosso, alguns têm dificuldades de trabalhar em
equipe. Só que o modelo bíblico da igreja é de uma grande equipe,
de um corpo ajustado, no qual todos os membros cooperam para
o crescimento. Nesse contexto, sempre é bom lembrar que “...com
muitos conselheiros, há segurança” (Pv 11.14b).

5 Mostra-me e será o bastante

Dentre as palavras mais enigmáticas de Jesus, podemos ob-


servar as que estão no evangelho de João, tais como: “Vocês precisam
comer a minha carne e beber o meu sangue”. Não é de se admirar que
discípulos estivessem cheios de perguntas, diante de tão difícil dis-
curso. Nos capítulos 13 e 14, Jesus começou a se despedir. Mas dú-
vidas surgem: Para onde o Senhor vai? Podemos ir também? Como
saber o caminho? Jesus respondeu, em resumo: Vou para a casa do
Pai, eu sou o caminho para o Pai e vocês já conhecem o Pai, porque
o estão vendo. Essas palavras, com certeza, deram um nó na cabeça
dos doze. E é exatamente aí que entrou Filipe, o prático, com uma

A Equipe de Jesus 37
solução que lhe pareceu objetiva: “Senhor, mostre-nos o Pai, e isso nos
basta” (Jo 14.8). Hoje, com as informações de que dispomos, somos
tentados a achar que Filipe cometeu uma tolice com essa proposta.
Mas Jesus não se ofendeu, porque preferia ser contrariado do que
ter discípulos fingindo saber o que não sabiam. Eu creio em todas as
afirmações contidas nas Escrituras, ainda que algumas eu não enten-
da. O “mostre-nos” de Filipe ensina que só as podemos aceitar pela
fé de que Jesus Cristo é o verdadeiro e perfeito Revelador de Deus.
Seja objetivo. Não reprima as suas dúvidas. Recorra ao Se-
nhor e peça: “Mostra-me, revela-me, isso me basta!”. Assim como
Jesus fez com os discípulos, o Espírito Santo hoje terá o maior pra-
zer de trazer luz às suas dúvidas.

6 Conclusão

Felizmente, o Senhor sabe exatamente quem nós somos e


como nos usar. No Reino de Deus não somente há lugar para todos,
mas, também, existe uma missão reservada para cada um, de acordo
com as suas características próprias. Filipe era um homem prático,
objetivo, organizado, formalizador de soluções, segundo a ótica hu-
mana. Por isso mesmo, para alguns, faltava-lhe um pouco mais de
arrojo e fé. Mas isso não o impediu de ser um grande instrumento
no crescimento da igreja primitiva. Jesus conhecia exatamente os
pontos positivos e os negativos em Filipe. Mesmo assim, chamou-o
para que se tornasse um pregador, um dos fundadores da igreja,
governante no Reino de Deus, dando-lhe uma recompensa no céu
tendo o seu nome escrito numa das doze portas da Nova Jerusalém.
Apesar das limitações, se você se dispor, saiba que o Mestre
continua a usar pessoas imperfeitas. Lembre-se sempre de que “Deus
escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu
as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. E Deus escolheu as
coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para
reduzir a nada as que são, a fim de que ninguém se glorie na presença
de Deus” (1Co 1.27-29).

Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

38 Revista VOZ | Nº 04
? ?
? Três perguntas finais

1ª pergunta para fixação

De que forma você analisa a história de Filipe, como apóstolo? Como ela
serve de inspiração para a sua vida?

2ª pergunta para fixação

Alguns entendem a praticidade como um dificultador da fé. Você concorda?

3ª pergunta para fixação

Como as suas características pessoais têm contribuído para o trabalho em


equipe na igreja?

Para fixar
horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao contrário
sem considerar acentos e cedilhas

“Sejam PRATICANTES da PALAVRA e não somente OUVINTES,


ENGANANDO a vocês mesmos” (Tg 1.22).

N S A D E D N H T G R W M A C P A I

A N E N G A N A N D O S U O E R E C

E T O H T L T H N H E T S O S A D H

D I D T H R T T G H A E S N U T A D

L M A L H M R I P D T N Y S R I N K

S L T U I A G G N N E P M E W C W D

I D U U Y L O H N N A A X T A A E E

D U E O S R O A H T I L F O M N D V

G E G D H H I L E E I A E O A T E A

V B S A G S T N O O U V I N T E S T

E H D P O R Y S F L B R P S A S S C

S F A L A S E D A S E A R U I A T A

A Equipe de Jesus 39
Lição 7

Natanael Bartolomeu:
O apóstolo sem
fingimento
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v. 45) Filipe encontrou Natanael e lhe disse: — Achamos aquele de quem
Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, fi-
lho de José. (v. 46) Então Natanael perguntou: — De Nazaré pode sair alguma
coisa boa? Filipe respondeu: — Venha ver! (v. 47) Jesus viu Natanael se aproxi-
mar e disse a respeito dele: — Eis um verdadeiro israelita, em quem não existe
fingimento algum! (v. 48) Natanael perguntou a Jesus: — De onde o senhor me
conhece? Jesus respondeu: — Antes de Filipe chamá-lo, eu já tinha visto você
debaixo da figueira. (v. 49) Então Natanael exclamou: — Mestre, o senhor é o
Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel! (v. 50) Ao que Jesus lhe respondeu: —
Você crê porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá
coisas maiores do que estas. (v 51) E acrescentou: — Em verdade, em verdade
lhes digo que vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre
o Filho do Homem” (Jo 1.45-51).

40 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: 2Tm 1.3-5


“Jesus viu Natanael se aproximar e Terça-feira: Tg 3.13-18
disse a respeito dele: — Eis um ver- Quarta-feira: Rm 12.9-10
dadeiro israelita, em quem não existe Quinta-feira: 1Pe 2.1-3
fingimento algum!” (Jo 1.47). Sexta-feira: Lc 12.1-3
Sábado: 1Tm 1.3-7

Vamos conversar?

1 Quem foi Natanael Bartolomeu?

Segundo os evangelhos sinóticos (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.14)


e o livro de Atos (At 1.13), houve um apóstolo entre os doze esco-
lhidos pelo Senhor Jesus Cristo chamado Bartolomeu, cujo nome,
em aramaico, significa “filho de Talmay/Tolmai”. Entretanto, no
evangelho de João é citado Natanael como sendo um dos primeiros
seguidores e apóstolos de Jesus, dando a entender que tratava do
mesmo Bartolomeu citado pelos demais evangelhos como apóstolo
de Cristo. O nome Natanael, no hebraico, significa “Deus deu” ou
“dom de Deus”. Diante desse fato, muitos intérpretes e historiado-
res da Bíblia têm identificado o apóstolo Bartolomeu, dos evange-
lhos sinóticos, como sendo Natanael, do evangelho segundo João.
Daí usarmos o nome duplo Natanael Bartolomeu para referenciar
àquele apóstolo, natural de Caná da Galileia (Jo 21.2).
Apesar de não serem muitos os registros bíblicos sobre suas
atividades ministeriais, ele esteve presente quando o Senhor Jesus
Cristo ressuscitou (Jo 22.1-2), assim como na descida do Espírito
Santo no dia de Pentecostes (At 1.13-14 e At 2.1-4).
A marca que identifica o apóstolo Natanael Bartolomeu é
justamente a revelação dada pelo Senhor Jesus Cristo quando o en-
controu pela primeira vez: “— Eis um verdadeiro israelita, em quem

A Equipe de Jesus 41
não existe fingimento algum!” (Jo 1.47). Deste modo, o apóstolo
Natanael Bartolomeu ficou conhecido como o “apóstolo sem fingi-
mento”, alguém cuja vida foi pautada na verdade e cujo legado serve
de inspiração para todo cristão.

2 Verdade x mentira

Se a marca do caráter do apóstolo Natanael Bartolomeu foi a


de ser uma pessoa “sem fingimento”, precisamos então conceituar o
que significa tal termo. Segundo o Dicionário Online de Português,
a palavra fingimento significa “Ação ou efeito de fingir, de aparentar
uma coisa que não é; simulação, hipocrisia, dissimulação. Intenção
falsa [...] Ato de mentir, de inventar algo que não tem correspon-
dência com a realidade; invenção. Dito ou feito que tende a enga-
nar, que induz em erro; simulacro”.
Assim, concluindo que fingimento é o mesmo que hipocri-
sia, falsidade e mentira, o apóstolo Natanael Bartolomeu foi um
homem cuja verdade em qualquer situação fez parte da sua vida.
Consequentemente, como apóstolo, ele pregava e ensinava a ver-
dade que ele encontrou somente em Jesus Cristo: “Então Natanael
exclamou: — Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de
Israel!” (Jo 1.49), uma vez que ele conheceu aquele que disse: “Eu
sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”
(Jo 14.6).
Assim, o “apóstolo sem fingimento” manifestou o caráter de
Jesus Cristo e nos deixou uma referência de alguém que andou na
verdade em todas as suas ações, opiniões e relacionamentos.
Vivemos um tempo em que se tornou comum encontrar-
mos, quase que diariamente, mensagens duvidosas e mentirosas em
redes sociais, e-mails, WhatsApp etc. A mentira ganhou uma nova
roupagem, mais moderna, mais antenada com os tempos em que
vivemos. Entretanto, a mentira continua sendo pecado, indepen-
dentemente da roupagem que receba. Hoje é muito comum rece-
bermos fake news (boatos) e, infelizmente muitos, sem verificar a
fonte, acabam não apenas tomando como verdade uma mentira,
como também, piorando a situação, repassam-na a outros, tornan-
do-se um instrumento imprudente de amplificação da mentira.

42 Revista VOZ | Nº 04
Este aspecto positivo de Natanael Bartolomeu é a marca que
deve ser observada em todos os discípulos de Cristo – que é “a verda-
de” (Jo 14.6) –, ao contrário daqueles que seguem o príncipe deste
mundo como de quem herdam uma maldita paternidade: “Vocês são
do diabo, que é o pai de vocês, e querem satisfazer os desejos dele. Ele foi
assassino desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele
não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio,
porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
O cristão é alguém que ama, anda, prega, pratica e vive a
verdade. Não há espaço para a mentira na igreja de Cristo e, por
isso, como Natanael Bartolomeu, devemos ser reconhecidos como
pessoas nas quais não há fingimento.

3 Benefícios de uma vida sem fingimento

Quando conhecemos e praticamos o exemplo de vida e ca-


ráter do apóstolo Natanael Bartolomeu, alcançaremos os seguintes
benefícios:

1º: Fortalecimento da unidade da igreja:

“Por isso, deixando a mentira, que cada um fale a verda-


de com o seu próximo, porque somos membros do mesmo corpo”
(Ef 4.25).
A vida do apóstolo Natanael nos ensina que a vida do
salvo deve ser sem fingimento, porque isso contribui para a
unidade da igreja. Relacionamentos saudáveis e edificantes
têm como base a verdade em qualquer circunstância. Forta-
lecer a unidade da igreja é fortalecer a unidade das famílias,
inclusive as nossas.

2º: Capacitação para cumprir os mandamentos de Deus:

“O amor seja sem hipocrisia. Odeiem o mal e apeguem-


-se ao bem. Amem uns aos outros com amor fraternal...” (Rm
12.9-10a)
O principal mandamento para a igreja é que amemos
de fato e de verdade ao Senhor Deus e ao próximo. Quando
A Equipe de Jesus 43
tiramos a hipocrisia, o fingimento e a falsidade das nossas
vidas, estaremos cumprindo os mandamentos de Deus.

3º: Contribuição para o crescimento da fé:

“O objetivo desta admoestação é o amor que procede de


um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sem hipo-
crisia” (1Tm 1.5).
O fingimento afeta a fé e impede o desenvolvimento
espiritual na presença de Deus. Por isso, a hipocrisia precisa
ser removida, pois ela atrapalha a caminhada cristã e a reali-
zação da vontade do Senhor em nossas vidas.

4º: Consolo na certeza da entrada no céu quando


morrermos:

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes, para


que tenham direito à árvore da vida e entrem na cidade pelos
portões. Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassi-
nos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira” (Ap
22.14-15).
Cremos que o apóstolo Natanael Bartolomeu está no
céu, juntamente com os demais salvos em Cristo. Entretan-
to, ele nos deixou como legado o exemplo de uma vida sem
fingimento, pautada na verdade e com a manifestação de um
caráter transformado pelo Senhor, como devem ser todos os
seguidores de Jesus.

5 Um apóstolo sincero, mas desconfiado


quanto aqueles a quem Deus usa

“Filipe encontrou Natanael e lhe disse: — Achamos aquele de


quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o
Nazareno, filho de José. Então Natanael perguntou:— De Nazaré pode
sair alguma coisa boa?” (Jo 1.45-46).
A sinceridade de Natanael era notória, sendo um qualifica-
tivo daquele apóstolo. Mas, junto a esta virtude, se encontrava a
desconfiança daquele homem quanto à terra onde Jesus fora criado:

44 Revista VOZ | Nº 04
a (então) mal falada Nazaré. De fato, para um homem que se pau-
tava somente na verdade, para ele o Messias viria de Belém (onde,
de fato, Jesus nasceu), não havendo nenhuma perspectiva de surgir
de Nazaré – nem Cristo, nem nada de bom. Assim como Natanael,
muitos agem com desprezo quanto às possibilidades de Deus usar
pessoas para nos abençoar. Temos que abandonar nossas desconfian-
ças quanto à abrangência do poder que Deus tem em transformar
pessoas com um passado envolvido nas trevas, e entender que, assim
como ele fez com o homem de “lábios impuros”, Isaías, a prostituta
Raabe ou o perseguidor da igreja, Saulo, ele continua transforman-
do vidas nos dias de hoje, ainda que não tenhamos uma perspectiva
positiva quanto às mesmas. Mas, assim como Natanael foi surpreen-
dido, pois, de fato, de Nazaré surgiu o Salvador, de todo lugar Deus
tem levantado pessoas, mesmo aquelas que são desprezadas, para
serem luz a todos os povos: “Deus escolheu as coisas loucas do mundo
para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para
envergonhar as fortes. E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e
as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são”
(1Co 1.27-28).

6 Conclusão

Um homem verdadeiro. Assim foi o apóstolo Natanael Bar-


tolomeu, nos deixando o ensino que, apesar de às vezes falharmos
em julgarmos as pessoas (como ele o fez quanto a Jesus... de Nazaré),
temos que viver tendo com base a verdade, sem qualquer fingimen-
to, gerando relacionamentos edificantes em todas as áreas da socie-
dade. Ao mesmo tempo, devemos combater a nossa incredulidade
quanto ao poder de Deus sobre as vidas que estão vindo de lugares
de onde não esperamos nada de bom. Lembremo-nos das palavras
de Paulo: “Ele nos libertou do poder das trevas e nos transportou para
o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a remissão dos
pecados... Porque no passado vocês eram trevas, mas agora são luz no
Senhor. Vivam como filhos da luz” (Cl 1.13-14; Ef 5.8).
Que possamos aprender com o apóstolo Natanael Bartolomeu,
e que Deus nos abençoe rica e abundantemente.

A Equipe de Jesus 45
? ?
? Três perguntas finais
1ª pergunta para fixação

Quais foram as marcas que Jesus Cristo notou na vida de Natanael Barto-
lomeu? Elas estão presentes na sua vida? Caso não estejam, o que devemos
fazer?

2ª pergunta para fixação

É possível ser cristão e ainda mentir, mesmo sendo uma “mentirinha”?


Será que é possível não mentir nestes dias em que vivemos?

3ª pergunta para fixação

Dentre os benefícios de viver uma vida sem fingimento, cite uma que tocou
mais o seu coração e levou você a tomar a decisão de praticar tal virtude.

Para fixar
horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao contrário
sem considerar acentos e cedilhas

“JESUS viu NATANAEL se aproximar e disse a respeito dele: — Eis


um VERDADEIRO ISRAELITA, em quem não existe FINGIMENTO
algum!” (Jo 1.47).
U K N N U O P N O E I D T N A D N I O I

I S R A E L I T A T F L I D Y C R J R K

H U C U T T N V A R R T T B S H I E I Y

T M R S O A L B C U T Y W T E Y I S I P

V A E O F I N G I M E N T O I E M U X U

M H S S R E R A N C U I H H O N U S M S

Q Y V E R D A D E I R O H Y Y E W H Z H

P T P E S D O B H L O F A C T U U A U A

L T E E O S S E C L D U E R D E V D V F

C I D M R E L E M A E O E L O B E D E D

F B O R H M A S E E E B V O T A S S S S

R L N L I T A U T E A S A A O D R E R E

46 Revista VOZ | Nº 04
Lição 8

Tomé:
O apóstolo da dúvida...
e da coragem...
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v.24) Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus
veio. (v.25) Então os outros discípulos disseram a Tomé: — Vimos o Senhor. Mas
ele respondeu: — Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, ali não puser
o dedo e não puser a minha mão no lado dele, de modo nenhum acreditarei.
(v.26) Passados oito dias, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos, e
Tomé estava com eles. Estando as portas trancadas, Jesus veio, pôs-se no meio de-
les e disse: — Que a paz esteja com vocês! (v.27) E logo disse a Tomé: — Ponha
aqui o seu dedo e veja as minhas mãos. Estenda também a sua mão e ponha no
meu lado. Não seja incrédulo, mas crente. (v.28) Ao que Tomé lhe respondeu:
— Senhor meu e Deus meu! (v.29) Jesus lhe disse: — Você creu porque me viu?
Bem-aventurados são os que não viram e creram” (Jo 20.24-29).

A Equipe de Jesus 47
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

“De fato, sem fé é impossível agradar


Segunda-feira: Hb 11.1-6
Terça-feira: Ef 2.1-10
a Deus, porque é necessário que aque-
Quarta-feira: Tg 1.5-8
le que se aproxima de Deus creia que Quinta-feira: Mt 14.22-33
ele existe e que recompensa os que o Sexta-feira: Hb 3.1-19
buscam” (Hb 11.6). Sábado: Lc 18.1-8

Vamos conversar?

1 Introdução

Também chamado de Dídimo (“gêmeo”), seu nome só cons-


ta nas listas gerais dos apóstolos dos evangelhos sinóticos, sendo
apenas o evangelho de João aquele que registra suas palavras, das
quais podemos conhecê-lo melhor.
Popularmente, muitos reconhecem Tomé como aquele que
duvidou da presença do Jesus ressurreto – alguns o denominam, por
isso, de incrédulo –, mas podemos extrair mais ensinos sobre este
discípulo que, ainda que tendo tendências pessimistas (as quais ha-
vemos de analisar), foi uma pessoa de grande coragem e com outros
qualificativos que irão nos abençoar nesta lição.

2 Tomé: o apóstolo da franqueza

João, dentro do episódio da última ceia, descreve uma con-


versa íntima de Jesus com os seus discípulos, na qual prediz a sua
inevitável partida e anuncia que vai preparar um lugar para eles,
quando lhes declarou: “E vocês conhecem o caminho para onde eu
vou” (Jo 14.4). No versículo 5, entretanto, Tomé toma a palavra e,
interrompendo o silêncio dos discípulos, pergunta: “— Não sabemos
para onde o Senhor vai. Como podemos saber o caminho?”. Uma per-
gunta que aponta à mescla de pessimismo e coragem de Tomé, ao
fazer a pergunta que ninguém ousou fazer. Ele foi franco, pois não
48 Revista VOZ | Nº 04
sabia qual era o caminho apontado por Jesus. Entretanto, a dúvida
de Tomé proporcionou a Jesus a ocasião para pronunciar a célebre
definição: “— Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Portanto, Tomé foi o primeiro a
quem tal revelação foi trazida, que nos ensina que Jesus é o caminho
para Deus, a verdade em oposição à religião falsa, o único que pode
transmitir a vida abundante e eterna. Foi através da franqueza de
Tomé que recebemos tal revelação.

3 Tomé: o apóstolo da dúvida

Um dos retratos de Tomé que temos é o registrado no vigé-


simo capítulo de João. Depois da morte de Jesus, todos os discípu-
los estavam em profunda tristeza e desesperança, reunidos para que
pudessem consolar-se mutuamente. Entretanto, Tomé não estava
presente com eles (Jo 20.24). Durante sua ausência, Jesus apare-
ceu aos seus discípulos ministrando-lhes a paz, mostrando-lhes as
mãos e o lado perfurados, e soprando sobre eles o Espírito Santo (Jo
20.19-23). Consequentemente, os discípulos se alegraram e foram
compartilhar esta ótima notícia com Tomé, que reagiu de forma
distinta ao grupo: “Então os outros discípulos disseram a Tomé: —
Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: — Se eu não vir o sinal dos pregos
nas mãos dele, ali não puser o dedo e não puser a minha mão no lado
dele, de modo nenhum acreditarei” (Jo 20.25). Tomé havia se tornado
um cético honesto, ou seja, aquele que não se satisfaz com supostos
limites da verdade, e que se dispõe a investigar além do que lhe foi
ensinado. Tomé estava pronto a crer, uma vez que tivesse as evidên-
cias, pois sua verdade deveria ser guiada pela razão e não pela fé.
Os evangelhos nos informam que Jesus mais uma vez apare-
ceu no meio dos seus discípulos e, desta vez, Tomé estava presente
(Jo 20.27). Jesus veio com propósitos bem definidos e entrou direta-
mente no assunto, dirigindo-se a Tomé, aceitando o desafio que ele
fizera e que chegara ao seu conhecimento, embora (aparentemente)
nem estivesse próximo quando Tomé o proferira. Naquele instan-
te, Jesus permitiu que Tomé o visse e lhe tocasse, para que daquela
incredulidade desse lugar à fé genuína, declarando-lhe: “Não seja
incrédulo, mas crente” (v. 28).

A Equipe de Jesus 49
4 Tomé: o apóstolo transformado

A fé não é um mero sentimento, mas, sobretudo, “uma con-


vicção” (Hb 11.1). Esta fé não pode ser produzida pelo homem, pois
é dom de Deus (Ef 2.8-9). Após esse encontro transformador com
Jesus, Tomé fez aquela que foi uma das maiores declarações de um
apóstolo: “Ao que Tomé respondeu: — Senhor meu e Deus meu!” (Jo
20.28).
A confissão de Tomé, portanto, representa com exatidão a
confissão da igreja cristã primitiva, sendo uma das maiores decla-
rações sobre a divindade de Cristo, revelando que só nele encon-
tramos tudo que sabemos acerca de Deus (Jo 14.1-14), reiterando
assim o tema que dá abertura a este evangelho (Jo 1.1-14).
Subitamente, a descrença, a dúvida, a incredulidade, as ten-
dências negativas e melancólicas foram banidas para sempre com a
aparição de Jesus. Pouco tempo depois, Tomé, juntamente com os
outros discípulos, foi enchido com o Espírito Santo e recebeu poder
para exercer o seu ministério (At 2.1-4).
Assim como seus companheiros, Tomé levou o evangelho até
os confins da Terra. Alguns historiadores relatam que ele levou o
evangelho até a Índia, onde dizem que foi martirizado e enterrado.

5 Tomé: o apóstolo da coragem

Ainda que muitas vezes nos lembremos de Tomé por causa


de sua dúvida, devemos observar uma grande virtude que o mesmo
demonstrou diante da postura amedrontada dos demais discípulos.
Trata-se da exortação que Tomé fez aos outros apóstolos, quando,
diante das ameaças de prisão, Jesus tomou a decisão de ir a Betâ-
nia (onde ressuscitaria Lázaro), passando ao lado de Jerusalém. Por
isso, todos temiam tal trajeto, receosos de serem presos e até mesmo
mortos: “Os discípulos disseram: — Mestre, ainda há pouco os judeus
queriam apedrejá-lo! E o senhor quer voltar para lá?” (Jo 11.8). En-
tretanto, nessa ocasião, corajosamente Tomé disse aos seus condiscí-
pulos: “— Vamos também nós para morrer com o Mestre!” (Jo 11.6).
Ainda que alguns possam ver tal comentário como pessimis-
ta, o que é típico de Tomé, no entanto deve ser visto como um
pessimismo heroico. Tomé estava convencido de que Jesus rumava
50 Revista VOZ | Nº 04
diretamente para um apedrejamento; contudo, se era isso que o Se-
nhor estava decidido a fazer, Tomé estava firmemente determinado
a segui-lo e morrer com ele. Temos assim que admirar essa caracte-
rística de sua personalidade: a sua coragem.
A atitude de Tomé demonstra claramente que ele não dese-
java viver sem Jesus. Tomé estava decidido a morrer pelo Senhor em
vez de abandoná-lo. Deste modo ele se tornou um modelo de força
e coragem a ser seguido por seus condiscípulos.

6 Conclusão: Uma maravilhosa promessa de Jesus

O evangelho de João faz alusão a apenas uma das bem-aven-


turanças, dentre aquelas proferidas pelo Senhor Jesus nos evangelhos
sinóticos, dirigindo-se a Tomé: “Jesus lhe disse: — Você creu porque
me viu? Bem-aventurados são os que não viram e creram” (Jo 20.29).
A palavra bem-aventurado significa “feliz”, indicando que a
verdadeira felicidade indica que o bem-estar está associado à correta
posição espiritual diante de Deus. Portanto, existe uma felicidade,
um bem-estar espiritual, vinculado àquela fé que não requer qual-
quer tipo de evidência física ou tangível a fim de existir. A própria fé,
a exemplo de outras virtudes espirituais (como amor, alegria e paz),
também é um dos aspectos do fruto do Espírito, uma das operações
do Espírito Santo no homem interior; e isso é verdade tanto no que
se refere à fé inicial (regeneração), como também no que se refere
ao exercício diário da fé na vida cristã (Gl 5.22-23). O Espírito
Santo transforma o crente de dentro para fora, lhe conferindo um
conhecimento correto da pessoa de Cristo, capacitando-o a crer na
sua ressurreição, bem como na sua Palavra, fazendo-nos dependente
dele para tudo em nossa vida.
Seja encorajado pela fé genuína a desfrutar da verdadeira fe-
licidade em Cristo Jesus.

Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

A Equipe de Jesus 51
? ?
? Três perguntas finais

1ª pergunta para fixação

Assim como a fé de Tomé se baseava em evidências, você identifica áreas


em sua vida em que precisa “ver pra crer”?

2ª pergunta para fixação

Assim como Tomé se tornou um exemplo para seus condiscípulos, você


também é um modelo de força e coragem a ser imitado?

3ª pergunta para fixação

Você se sente feliz por ter recebido de Deus uma fé que vê o invisível e
recebe o impossível?

Para fixar horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao contrário


sem considerar acentos e cedilhas

“De fato, sem fé é IMPOSSÍVEL AGRADAR a Deus, porque é necessário


que aquele que se APROXIMA de Deus CREIA que ele existe e que
RECOMPENSA os que o buscam” (Hb 11.6).

T T F W E R E C O M P E N S A S I S S I S

N R H D K N E Y I T E A E E W O E T O E T

T E M A U D S U T Y S O M N I V T A V T A

C I C P G T S O P I K O D R O O N S O N S

T U U R H R M O R A N A S E I T I E T I E

W G B O R D A S X T S O T D O M I Y M I Y

R L U X A T O D C R E I A T W O A G O A G

T E A I R H A A A E H T H O R C T E C T E

C O O M F H S I A R K R O A S C M L C M L

T A S A C O E N E R T Y U H T H W H H W H

E E O S N E A F E K I Y N U Y G L I G L I

A D N I M P O S S I V E L E Y S A T S A T

52 Revista VOZ | Nº 04
Lição 9

Mateus:
O apóstolo desapegado
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v. 9) Quando Jesus saiu dali, viu um homem chamado Mateus sentado na
coletoria e lhe disse: — Siga-me! Ele se levantou e o seguiu. (v. 10) Estando Jesus
à mesa, na casa de Mateus, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram
lugares com Jesus e os seus discípulos. (v. 11) Vendo isto, os fariseus perguntavam
aos discípulos de Jesus: — Por que o Mestre de vocês come com os publicanos e
pecadores? (v. 12) Mas Jesus, ouvindo, disse: — Os sãos não precisam de médico,
e sim os doentes. (v. 13) Vão e aprendam o que significa: ‘Quero misericórdia,
e não sacrifício’. Pois não vim chamar justos, e sim pecadores” (Mt 9.10-13).

A Equipe de Jesus 53
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: 1Tm 1.15-17


“‘Quero misericórdia, e não sacrifí- Terça-feira: Mq 6.6-8
cio’. Pois não vim chamar justos, e sim Quarta-feira: Gl 2.16-20
pecadores” (Mt 9.13). Quinta-feira: Fp 3.6-11
Sexta-feira: At 13.38-49
Sábado: Is 26.5-9

Vamos conversar?

1 Quem foi Mateus?

Filho de Alfeu, Mateus (contração do nome Matatias) tam-


bém era chamado de Levi1, provavelmente o nome de família ligado
à tribo à qual pertencia. Ele era um publicano – um cobrador de
impostos dos romanos – e, por isso, pessoas desta profissão eram
malvistas pela população judaica. Os publicanos cobravam impos-
tos sobre praticamente tudo: de um barco de pesca à colheita reali-
zada, além do imposto sobre o terreno onde a pessoa morava (uma
espécie de “IPTU”). Todos os valores não eram pagos em um banco,
mas nas mãos dos publicanos e, contanto que o imperador César
recebesse sua parte do imposto, o cobrador poderia ficar com o res-
tante. Sendo assim, os publicanos eram homens que compravam
do imperador romano o direito de cobrar impostos e colaboravam
com Roma na exploração do povo judeu, e, por isso, eram tão des-
prezados. Vale observar que a cobrança de impostos, na maioria das
vezes, não ocorria de forma amistosa, sendo frequente o dinheiro
ser retirado à força, o que gerava um ódio ainda maior. Além disso,
cobravam juros aos próprios conterrâneos (o que era contrário à lei
mosaica2). Assim, muita gente evitava Mateus, e outros o ignora-
vam, mas Jesus não fez assim! O Mestre não evitou esse publicano;

1 Pela comparação de Mt 9.9 com Mc 2.14 e Lc 5.27-28.


2 “Ao estrangeiro emprestarás com juros, porém a teu irmão não emprestarás com juros, para que
o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todos os teus empreendimentos na terra a qual passas a possuir”
(Dt 23.20).
54 Revista VOZ | Nº 04
pelo contrário, ele fez questão de chegar perto e, ao se aproximar,
disse: “Siga-me!”, mostrando que, na equipe de Jesus, os ricos e os
pobres, os pescadores e os publicanos, todos tiveram oportunidade
de segui-lo e servi-lo.
Mateus escreveu o livro que leva seu nome. Apesar de sua
atividade profissional, ele era um homem humilde e retraído, que
se colocou totalmente em segundo plano ao longo do ministério de
Jesus. Vale observar que, em todo seu evangelho, ele mencionou o
seu próprio nome em apenas duas ocasiões, isto porque não tinha
como deixar de fazê-lo: no testemunho sobre o seu chamado e na
lista dos doze apóstolos.

2 Um apóstolo desapegado

Mateus é um dos discípulos de Jesus que aparece em todas


as quatro listas dos apóstolos3. Como publicano, atuava na alfân-
dega dos domínios de Herodes Antipas, em Cafarnaum, uma ci-
dade portuária do mar da Galileia onde Jesus viria morar depois de
sair de Nazaré. Por isso, provavelmente Mateus tivesse ouvido nesta
mesma povoação sobre os discursos do Divino Mestre, e observa-
do os seus muitos milagres realizados naquela região. Deste modo,
estando sentado na sua tenda à beira da estrada, deixou tudo para
seguir Jesus quando este o convidou (Mt 9.9). Isto significa que ele
abriu mão de um dos empregos mais rentáveis e estáveis do império
romano, para acompanhar os passos de Jesus, mantendo-se naquele
grupo até depois da ascensão de Jesus, estando no cenáculo com
outros discípulos de Cristo (At 1.13).

3 Mateus: um evangelista que aproveitava


as oportunidades para evangelizar

“Então Levi lhe ofereceu um grande banquete em sua casa; e era


grande o número de publicanos e outras pessoas que estavam com eles à
mesa. Os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de
Jesus, perguntando:— Por que vocês comem e bebem com os publicanos
e pecadores? Jesus tomou a palavra e disse:— Os sãos não precisam de
médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao
arrependimento” (Lc 5.29-32).

3 Mt 10; Mc 3; Lc 6 e At 1.
A Equipe de Jesus 55
Lucas revela que Mateus ofereceu um grande banquete a Je-
sus, em sua própria casa, quando convidou muito dos seus cole-
gas publicanos para conhecerem o Mestre, demonstrando que sua
primeira ação foi a de apresentar Jesus aos seus companheiros de
profissão.
Por que Mateus convidou coletores de impostos e outros in-
divíduos desprezíveis na sociedade judaica? Porque eram o único
tipo de gente que ele conhecia, pois convivia com eles. Eles eram
o tipo de gente que todos os demais fora daquele círculo evitavam,
fingiam que não viam, “atravessavam a rua” para não se encontrar
com eles. Tão malvistos eram, que os coletores de impostos se en-
contravam na mesma categoria, para aquela sociedade, que as mere-
trizes (Mt 21.32), sendo vistos como ladrões e corruptos. Mas Jesus
o enxergou como ninguém enxergava, e lhe deu oportunidade de se
tornar luz. E assim ocorreu, tornando-se o discípulo que não apenas
registrou tudo o que viu (se tornando no evangelho que temos),
como procurava evangelizar os párias da sociedade.

4 Um apóstolo conhecedor das Escrituras


e que aguardava o Messias e a implantação
do Reino de Deus

Mateus demonstrou que conhecia a fundo o Antigo Testa-


mento, pois em seu evangelho o cita sessenta vezes (mais que Mar-
cos, Lucas e João juntos), citando partes da Lei, dos Salmos e dos
Profetas (a divisão completa da Bíblia Hebraica). Historiadores su-
põem que ele tenha realizado esses estudos por iniciativa própria,
uma vez que não podia adentrar a sinagoga para ouvir a palavra de
Deus, pela má fama que precedia aos publicanos. Ao que parece, em
sua busca por preencher o vazio espiritual de sua vida, ele voltou-se
para as Sagradas Escrituras. Isto mostra que ele acreditava em Deus
e, por ter conhecimento do registro da revelação divina, ele com-
preendia as promessas a respeito do Messias, a quem aguardava. Os
relatos que ouvia a respeito de Jesus o fizeram largar sua estabilida-
de profissional para acompanhá-lo de perto, anunciando-o como o
Messias e o seu reino espiritual. Vale notar que a palavra “reino” é
escrita 53 vezes neste evangelho (por isso, Mateus também é chama-
do de “Evangelho do Reino”).

56 Revista VOZ | Nº 04
5 Conclusão: um homem alcançado pelo perdão

“Se o seu irmão pecar contra você, vá e repreenda-o em particu-


lar. Se ele ouvir, você ganhou o seu irmão” (Mt 18.15). O chamado
de Mateus foi direto, pessoal e convincente. Após sua conversão,
Mateus tinha consciência do seu pecado, da sua ganância, e de que
estava traindo seu próprio povo. Ele sabia que era culpado de cor-
rupção, extorsão, opressão e abuso. No entanto, Jesus simplesmente
lhe disse “siga-me!”. Mateus sabia que nesse chamado havia uma
promessa inerente de perdão dos seus pecados. Seu coração há mui-
to ansiava por esse perdão. E, assim, ele se levantou sem hesitar e
dedicou o resto da sua vida a seguir a Cristo. “Ninguém que põe a
mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (Lc 9.62).
Apesar de Mateus ter escrito o seu evangelho pensando no
público judaico, a tradição histórica diz que ele ministrou aos ju-
deus tanto em Israel como em outros lugares durante muitos anos,
antes de ser martirizado por sua fé.

Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

? ?
? Três perguntas finais
1ª pergunta para fixação

Quem eram os publicanos?

2ª pergunta para fixação

Que atitude exemplar de Mateu devemos copiar?

3ª pergunta para fixação

O que levou Mateus a abandonar tudo e seguir Jesus?

A Equipe de Jesus 57
Lição 10

Tiago (o Menor) e
Judas Tadeu:
Os apóstolos quase
anônimos
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v.20) Mas vocês, meus amados, edificando-se na fé santíssima que vocês têm,
orando no Espírito Santo, (v.21) mantenham-se no amor de Deus, esperando a
misericórdia do nosso Senhor Jesus Cristo, que conduz para a vida eterna. (v.22)
E tenham compaixão de alguns que estão em dúvida; (v.23) salvem outros,
arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sejam também compassivos, mas com
temor, detestando até a roupa contaminada pela carne” (Jd 1.20-23).

“(v.10) Porque Deus não é injusto para se esquecer do trabalho que vocês fizeram
e do amor que mostraram para com o seu nome, pois vocês serviram e ainda
estão servindo aos santos. (v.11) Desejamos que cada um de vocês continue mos-
trando, até o fim, o mesmo empenho para a plena certeza da esperança, (v.12)
para que não se tornem preguiçosos, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela
paciência, herdam as promessas” (Hb 6.10-12).

58 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

“Porque Deus não é injusto para se es- Segunda-feira: Rm 5.6-8


quecer do trabalho que vocês fizeram Terça-feira: Hb 11.33-38
Quarta-feira: Jd 1-4
e do amor que mostraram para com o
Quinta-feira: Jd 20-22
seu nome, pois vocês serviram e ainda
Sexta-feira: Jd 23-25
estão servindo aos santos” (Hb 6.10). Sábado: Hb 6.10-12

Vamos conversar?
1 Introdução

Tiago, o Menor e Judas Tadeu fazem parte de um grupo de


discípulos sobre os quais pouco se sabe além do fato de terem sido
escolhidos por Jesus para serem apóstolos. Além disto, os dois sem-
pre aparecem na lista dos quatro últimos apóstolos (Mt 10.2,4; Mc
3.16-19; Lc 6.13-16). Abordaremos aqui algumas de suas caracte-
rísticas práticas, de onde tiraremos lições valorosas.
Tiago, filho de Alfeu, também era conhecido como Tiago, o
Menor, para distingui-lo de Tiago Maior; irmão de João. O fato de
ser filho de Alfeu pode significar que ele era irmão de Mateus, que
normalmente é identificado como Levi, filho de Alfeu. Além disso,
vale ressaltar que é importante distingui-lo não apenas de Tiago, o
Maior, mas de outro Tiago, o irmão de Cristo (Gl 1.19), ao qual
tradicionalmente é atribuída a epístola de Tiago, e que presidiu o
Concílio de Jerusalém (At 15.13-21), tendo se tornado o líder da
igreja daquela cidade.
Quanto a Judas Tadeu, assim ele é chamado por ser tratado
nos evangelhos por dois nomes distintos: enquanto Mateus e Marcos
o chamam simplesmente de Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18), Lucas o cha-
ma de “Judas, filho de Tiago” (Lc 6.16; At 1.13). Quando o apóstolo
João o menciona, o chama de “Judas, não o Iscariotes” (Jo 14.22),
para que não houvesse confusão com o apóstolo traidor. A Tiago, o
Menor, muitos atribuem a autoria do penúltimo livro da Bíblia, cuja
carta leva o seu nome.
A Equipe de Jesus 59
2 Tiago, o Menor, um ilustre desconhecido

Apesar de Tiago, o filho de Alfeu, aparecer na lista dos doze


apóstolos, quase nada se sabe sobre ele. Sua falta de proeminência
pode até explicar uma das hipóteses de seu apelido, uma vez que em
Mc 15.40 ele é chamado de “Tiago, o Menor’”. Se considerarmos
tal possibilidade, vale observarmos que a palavra grega que foi tra-
duzida como “menor” é mikros e significa, literalmente, “pequeno”
(“Tiaguinho”).
Ao que parece, ele não buscava qualquer reconhecimento.
Tampouco demonstrava uma grande aptidão para liderança. Não
fazia perguntas críticas ou que redundassem em respostas com im-
portância doutrinária, nem apresentava qualquer percepção sur-
preendente ao ponto de ser registrada.
A única coisa que sabemos sobre ele é o seu nome, enquanto
toda obra de sua vida encontra-se envolta em mistério. Disto po-
demos extrair a referência para os inumeráveis cristãos desconheci-
dos que seguiram e seguem Jesus. Dentre estas, podemos lembrar
das pessoas apontadas em Hebreus 11.33-38, cujos nomes não são
mencionados: “Os quais, por meio da fé, conquistaram reinos, pratica-
ram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extingui-
ram a violência do fogo, escaparam de ser mortos à espada, ... O mundo
não era digno deles. Andaram errantes pelos desertos, pelos montes, pelas
covas, pelos antros da terra”. Sobre estes nossos irmãos, não apenas do
passado, mas que hoje, nos países onde há perseguição ao evange-
lho, podemos não saber os nomes, mas teremos o privilégio de um
dia conhecê-los pessoalmente, na pátria onde todos, conhecidos e
desconhecidos, receberemos um novo nome (Ap 2.17).
Em Atos 8.4, lemos: “Enquanto isso, os que foram dispersos
iam por toda parte pregando a palavra”. E quem eram esses “disper-
sos”? Quais seriam os seus nomes? Quem eram estes milhares que
espalharam a fé cristã, que levaram a boa notícia do evangelho aos
homens, e cujos nomes não são mencionados, mas cujos frutos se
espalharam até chegarem às nossas vidas? A eternidade revelará o
nome e os testemunhos dessas pessoas, às quais a igreja tanto lhes
deve em sua contínua obra de construção.

60 Revista VOZ | Nº 04
3 Judas Tadeu: o apóstolo questionador

Já sobre Judas Tadeu, face à epístola que muitos atribuem


a ele, podemos recolher mais elementos que o caracterizam1. Por
exemplo, a dureza da linguagem, na primeira parte de sua carta,
revela quão grande era a preocupação de Judas em combater as he-
resias e os falsos mestres, como quando escreveu que os mesmos
deveriam ser confrontados (vv. 3-4), que eles já estavam condenados
(vv. 5-7) e que tinham um caráter reprovado (vv. 8-13).
Sobre sua menção nos evangelhos, João nos informa sobre o
questionamento de Judas Tadeu durante a última ceia: “Então Judas,
não o Iscariotes, disse a Jesus: — Por que razão o Senhor se manifestará
a nós e não ao mundo?” (Jo 14.22). A resposta de Jesus foi amplifi-
cada, apontando ao compromisso que tem com os seus discípulos
que mantêm um relacionamento de amor verdadeiro com ele, adi-
cionando à tal resposta o ministério consolador do Espírito Santo:
“Jesus respondeu: — Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e o
meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não
me ama não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês estão
ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou. — Tenho dito isso
enquanto ainda estou com vocês. Mas o Consolador, o Espírito Santo,
que o Pai enviará em meu nome, esse ensinará a vocês todas as coisas e
fará com que se lembrem de tudo o que eu lhes disse. Deixo com vocês
a paz, a minha paz lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá”
(Jo 14.23-25).

4 Judas Tadeu: um apóstolo encorajador

A segunda parte da carta de Judas Tadeu, entretanto, tem ou-


tro perfil. Nesta, ele encoraja a igreja com um tom pastoral, quando
se volta para aqueles que estão sendo enganados. A eles, Judas Tadeu
diz que devem cuidar de si, edificados na fé e mantendo uma vida
de oração (vv. 20-21), assim como se compadecendo daqueles que
estão sendo enganados (vv. 22-23). O grande consolo para todos os
cristãos que enfrentam as heresias é que o Senhor cuida dos seus.
Destes ensinamentos de Judas Tadeu, podemos observar
duas maneiras de encorajar as pessoas ao nosso redor, utilizando
palavras e tendo atitudes:
1 Nota do Editor: Outros entendem que a autoria desta carta tenha sido feita
por outro Judas, o irmão de Jesus
A Equipe de Jesus 61
(1) Encorajar corretamente com palavras escolhendo
aquelas que edificam, de forma que valorize a comunicação,
procurando o melhor momento (e pela razão correta), trans-
mitindo graça aos que ouvem.
(2) Encorajar uns aos outros com atos de amor, como
podemos extrair do texto clássico de Romanos 5.6-8:
• O amor é ativo e visível (“Deus prova o seu
próprio amor para conosco”).
• O amor é intencional e específico (“Cristo
morreu por nós”).
• O amor é sacrificial e imerecido (a humanida-
de precisava dele, mas não o queria; ele não precisava
de nós, mas nos quis).
• O amor é oportuno e preocupado (“Cristo
morreu a seu tempo pelos ímpios”).

5 Conclusão

Apesar destes dois apóstolos não teres sido detalhadamente


biografados nos evangelhos, eles foram chamados por Jesus e esta-
vam presentes durante o derramamento do Espírito Santo no ce-
náculo, fazendo parte do grupo que daria prosseguimento à obra
evangelística, ainda que de forma mais anônima (ao menos quanto
aos registros históricos) que os outros discípulos.
Independentemente de uma pessoa ser muito conhecida na
sociedade (ou mesmo na igreja) ou não, o Senhor se importa com o
seu coração, a sua fé e os seus frutos. Ainda que você seja apelidado
de “o Menor”, faça-se ser reconhecido e notado por aquele que lhe
escolheu; com isso, você nunca mais se sentirá “o Menor”. Como
registrou o apóstolo Paulo: “Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o
ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas Deus dispôs
os membros, colocando cada um deles no corpo, como ele quis” (1Co
12.17-18).
Todos somos úteis diante de Deus. Permitamos que Deus
nos use, cada vez mais, dentro de nossas características, não para o
nosso engrandecimento, mas para a glória do Senhor.

Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

62 Revista VOZ | Nº 04
? ?
? Três perguntas finais
1ª pergunta para fixação

Como equilibrar “serviço” e “ser visto”?

2ª pergunta para fixação

O que você pode extrair em sua vida ministerial quanto às características


estudadas sobre Judas Tadeu?

3ª pergunta para fixação

E sobre Tiago, o Menor? O que você pode aprender sobre ele na aula de hoje?

Para fixar
horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao contrário
sem considerar acentos e cedilhas

“Porque Deus não é INJUSTO para se esquecer do TRABALHO que


vocês fizeram e do AMOR que mostraram para com o seu NOME, pois
vocês SERVIRAM e ainda estão servindo aos SANTOS” (Hb 6.10).

E B I N O S G B C A O U O H D O C L

O S F H S E P O W R A E D U I C P T

S N R A T S A D O T N W O S L K H A

S R V Y A R H P I W O E R A H N A I

A O I T I M A O N L B E A N D R N K

I G S M T E O B E D T O S T G J E N

M T S E R V I R A M N E A O U E D N

O W A E I I O A A L D S O S N A A T

I Y C R I A V E H G H I T T N O A B

N T E N H O R R U S C O T A O H M R

N O H S S O A I A C W H A H R H B E

E C E T E L M U V N O U E M H P S H
A Equipe de Jesus 63
Lição 11

Simão Zelote:
O apóstolo dos
extremos
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro,
e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Barto-
lomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o
Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu” (Mt 10.2-4).

“Irmãos, considerem a vocação de vocês. Não foram chamados muitos sábios


segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento. Pelo
contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e
escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1Co 1.26-27).

64 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: 1Sm 16.6-13


“Porque Deus não trata as pessoas com Terça-feira: 1Co 1.26-31
parcialidade” (Rm 2.11). Quarta-feira: Jz 6.11-16
Quinta-feira: Jz 11.1-33
Sexta-feira: 1Sm 22. 1-5
Sábado: Lc 19.1-6

Vamos conversar?

1 A origem de Simão, o Zelote, confirma:


Jesus não faz acepção de pessoas

Das fileiras do partido dos zelotes, uma facção radical, fun-


damentalista e político-religiosa que defendia com paixão a lei mo-
saica, ao status de discípulo de Cristo: Simão, o Zelote nos intriga
por sua disposição em fazer parte da equipe de Jesus que lutava para
estabelecer “o reino” (ainda que não fosse o reino que os zelotes
aguardavam, pois era um reino espiritual) por meio de um método
totalmente oposto ao seu, que era, literalmente, pela violência com
ataques coordenados, assassinatos, incêndios e tudo que pudesse de-
monstrar insatisfação por estarem debaixo do domínio de Roma.
Isto porque, como registrou John MacArthur, os zelotes eram, no
tempo de Jesus, uma facção política proscrita e muito temida por
suas ações violentas, e este discípulo chamado Simão fazia parte da-
quele grupo.
Segundo o historiador Flávio Josefo, havia quatro importan-
tes grupos políticos na época de Jesus: fariseus, saduceus, essênios e
zelotes. Cada um deles tinha uma característica própria: os fariseus,
por exemplo, eram seguidores inflexíveis da lei mosaica; os saduceus
eram religiosos liberais, que negavam o sobrenatural e eram pessoas
aristocratas; os essênios, por outro lado, eram ascetas e celibatários,
vivendo no deserto e se dedicando ao estudo das Escrituras; e os
zelotes, de todos estes grupos, transcendiam aos fariseus, tendo uma
visão mais política e uma ação contrária aos romanos mais violenta.
Portanto, a escolha desse discípulo tem muito a nos ensinar.
A Equipe de Jesus 65
2 Toda escolha atende a um propósito.
Qual seria o de Jesus com Simão, o Zelote?

A Bíblia diz: “O coração do ser humano traça o seu caminho,


mas o Senhor lhe dirige os passos” (Pv 16.9). Os planos de Deus deram
sentido aos propósitos daquele Simão. Muito provavelmente Simão,
o Zelote tinha seus planos bem definidos. Quem sabe ele achasse
que terminaria os seus dias sob o peso da glória de haver vencido
os romanos, expulsando-os de Israel após exterminar muitos deles
com a violência característica de seu grupo. Também poderia pensar
que morreria em uma missão terrorista, ou sob o fio da espada de
Roma em uma condenação (o que seria o mais provável, tendo sido
o destino de muitos zelotes, de acordo com o citado Flávio Josefo).
Mas não ocorreu nem uma coisa nem outra, pois os planos de Deus
para esse homem truculento, violento, determinado, sanguinário,
foram terminar seus dias glorificando o nome de Jesus, seu mestre,
pelo viés do martírio. Assim, alcançou a glória que os zelotes jamais
lhe dariam: “a vida eterna” de um reino eterno.

3 Um zelote e um publicano unidos: só Jesus


conseguiria incluí-los em uma mesma equipe

Jesus passou a noite em oração para que, no dia seguinte,


fizesse a escolha de seus doze apóstolos: uma surpreendente diver-
sidade de pensamentos, de características e de personalidades com-
poria a sua equipe. O grupo que montou foi de homens extraor-
dinariamente comuns, tais como pescadores, publicanos, ativistas
etc., uma vez que o ministério de Jesus incluía moldar totalmente
o caráter daqueles a quem chamou, trabalhando com o melhor da
personalidade de cada um, e transformando totalmente o futuro
desses discípulos.
O desafio que Simão, o Zelote, encontraria pela frente era
grandioso, uma vez que ele teria de conviver constantemente e em
harmonia com seu oposto político: o publicano Mateus, um cobra-
dor de impostos para Roma, sobre quem tratamos anteriormente, e
cuja profissão era odiada por todos os judeus e, ainda mais, pelos...
zelotes.

66 Revista VOZ | Nº 04
Certamente em outro tempo Simão; Zelote procuraria ma-
tar Mateus por causa de sua condição de publicano. Mas o grande
milagre na vida dele foi a mudança de seu coração: “Porei um espírito
novo dentro deles; tirarei deles o coração de pedra e lhes darei coração de
carne” (Ez 11.19b). Simão submeteu-se ao teste do amor, olhando
todos os dias para Mateus, unindo com ele as suas forças e habilida-
des para que, com um só coração e com amor pelas almas perdidas,
pregasse o evangelho e discipulasse vidas. Igreja é isto, e aquela equi-
pe de Jesus reflete este corpo espiritual que Cristo veio implantar,
onde todos têm espaço para produzirem frutos.

4 A fidelidade de Simão, o Zelote ao seu chamado

O desafio de Jesus com essa equipe tão diversa foi um exer-


cício e tanto. Mantê-los unidos, focados e motivados era um ver-
dadeiro milagre (e nisso Jesus é especialista). Manter-se firme no
propósito para qualquer um deles era um verdadeiro desafio, prin-
cipalmente para Simão, o Zelote. Vejamos qual era a proposta para
quem quisesse seguir Jesus:

• “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo,


tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24).
• “As raposas têm as suas tocas e as aves do céu têm os
seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde
reclinar a cabeça” (Mt 8.20).
• “Todos odiarão vocês por causa do meu nome” (Lc
21.17).

Quem verdadeiramente estaria disposto a continuar defen-


dendo essa causa - a do evangelho - com tais promessas, a não ser os
chamados, capacitados e sustentados por Deus? Como ser fiel dian-
te de tais perspectivas, a não ser pelo toque maravilhoso do Espírito
Santo? Certamente foi isso que aconteceu com Simão, o Zelote,
pois, mesmo após a ascensão do Senhor, ele ainda estava lá entre os
onze (At 1.13), e fiel permaneceu até ser revestido com o poder do
Espírito Santo.

A Equipe de Jesus 67
5 De Simão, o zelote disposto a matar,
a Simão, o discípulo disposto a morrer

Tão misterioso quanto o surgimento de Simão, o Zelote, no


cenário apostólico é o seu desaparecimento. Não há pistas na Bíblia
Sagrada sobre a sua morte; entretanto, há uma farta especulação his-
tórica sobre seu martírio, em especial à que aponta a sua ida às ilhas
britânicas, conforme alegou Doroteu1. Sendo tal martírio um fato
na vida de Simão, o Zelote, aprendemos que o poder transformador
do amor de Cristo é capaz de transformar qualquer pessoa, inclusive
tornando aqueles que antes estavam dispostos a matar por uma cau-
sa política/terrena, a estarem dispostos a morrer pela causa da vida
eterna. O fato é que, em Deus, todos podem ser transformados:

• O endemoninhado gadareno: Antes (“Porque, tendo


sido muitas vezes preso com correntes e cadeias, as cadeias fo-
ram quebradas por ele, e as correntes foram despedaçadas. E
ninguém conseguia dominá-lo. Andava sempre, de noite e de
dia, gritando por entre os túmulos e pelos montes, ferindo-se
com pedras”, Mc 5.4-5) e depois (“viram o endemoniado,
o que antes estava dominado pela legião, assentado, vestido,
em perfeito juízo”, v. 15).
• João: Antes (“— Senhor, quer que mandemos descer fogo
do céu para os consumir?”, Lc 9.54) e depois (“Amados,
amemo-nos uns aos outros”, 1Jo 4.7a).
• Paulo: Antes (“Saulo, respirando ainda ameaças e mor-
te contra os discípulos do Senhor”, At 9.1) e depois (“Pois
estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em
Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus”, At 21.13).

6 Conclusão: Jesus extrai sempre o melhor do pior

A experiência de Simão, o Zelote, ao se converter a Cristo


estabeleceu duas realidades: a primeira, na vida do próprio após-
tolo, quando foi arrancado da escuridão odiosa dos zelotes, e teve
seu olhar iluminado pelo amor de Cristo, sob o qual passou a viver
e pregar. Quando seu coração foi visitado pela doçura do olhar de
Jesus, aquela pedra bruta que esmigalhava qualquer resquício de

1 Bispo de Tiro, citado por R. W. Morgan em seu livro “St. Paulin Britain” (p. 79).
68 Revista VOZ | Nº 04
misericórdia e compaixão se tornou um vaso frágil, para que, por
intermédio de seu ministério, inúmeras almas fossem libertas como
ele o fora.
O outro lado desta maravilhosa experiência foi a das pessoas
em sua volta, pois sob aquela túnica não havia mais uma adaga afia-
da pronta para entrar em ação ao menor sinal de oposição aos seus
conceitos. O mundo ficou melhor sem a vingativa adaga de Simão,
que foi substituída, quem sabe, por rolos e pergaminhos, contendo
a palavra de amor e de graça.
Deixe que Jesus faça na sua vida as mudanças necessárias,
deixando ele extrair o melhor de você.

Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

? ?
? Três perguntas finais
1ª pergunta para fixação

Quais eram os quatro importantes grupos políticos na época de Jesus?

2ª pergunta para fixação

Quais eram as principais características dos zelotes?

3ª pergunta para fixação

Você conhece pessoas más? Você consegue enxergá-las com os olhos de Jesus,
como vidas transformadas por seu poder? Que tal orarmos agora por elas?

AMA2022

A Equipe de Jesus 69
Lição 12

Judas Iscariotes:
O apóstolo traidor
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v.70) Então Jesus lhes disse: — Não é fato que eu escolhi vocês, os doze? Mas
um de vocês é um diabo. (v.71) Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes,
porque este, sendo um dos doze, era quem o haveria de trair” (Jo 6.70-71).

70 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

Segunda-feira: Lc 22.1-6
“Vigiem e orem, para que não caiam Terça-feira: Jo 18.1-8
em tentação; o espírito, na verdade, Quarta-feira: Mc 14.18-21
está pronto, mas a carne é fraca” (Mt Quinta-feira: Mt 26.47-50
26.41). Sexta-feira: 2Ts 2.13-17
Sábado: At 16.27-31

Vamos conversar?

1 Quem foi Judas Iscariotes

No grupo dos apóstolos, Judas começou como um intruso,


pois era o único que não veio da Galileia, mas de uma cidade da
Judeia, daí sua alcunha ser “Iscariotes”, de ‘ish (‫שׂיא‬, “homem”) e
Querioth (‫תוירק‬, nome de uma aldeia ao sul de Judá).
Apesar de o conhecermos como o traidor, devemos lembrar
que ele foi escolhido por Jesus, após passar a noite inteira em oração,
para servi-lo na obra evangelística, integrando sua equipe. E, para a
mesma, prontamente aceitou o convite do Mestre. Foram três anos
ouvindo os ensinamentos de Jesus e vendo os seus milagres, além de
ter sido enviado “de dois em dois” para pregar e expulsar demônios
(Mc 6.7) e ter batizado vidas (Jo 4.2). Além disto, dentre suas qua-
lidades, parecia ser uma pessoa muito capaz em lidar com números,
a tal ponto de ter sido ele – e não o publicano Mateus – o escolhido
para cuidar da tesouraria da equipe de Jesus (Jo 12.6).
O que aconteceu com ele, com este discípulo de Cristo, que
por ele foi modelado, mas que, mesmo estando tão próximo de Je-
sus, se perdeu da maneira mais terrível que podia existir? A resposta
se encontra no texto bíblico: “Satanás entrou nele... Ora, Satanás
entrou em Judas” (Jo 13.27; Lc 22.3). Entretanto, este fato foi a cul-
minação de um processo pelo qual ele foi dando “lugar ao diabo”
(Ef 4.27), até tornar-se a pessoa mais desprezível da história.

A Equipe de Jesus 71
2 Discípulo, apóstolo, amigo de Jesus...

“E logo, aproximando-se de Jesus, Judas disse: — Salve, Mestre!


E o beijou. Jesus, porém, lhe disse: — Amigo, o que você veio fazer?
Nisto, aproximando-se eles, agarraram Jesus e o prenderam” (Mt 26.49-
50).
Judas foi envolvido na obra de Cristo, mas, com o passar do
tempo, ele foi se permitindo dominar pelo mal. Depois de Jesus
– que o chamava de “amigo” (Mt 26.50) – ter lavado os seus pés
antes de se sentarem à mesa onde firmaria a Nova Aliança, declarou
a todos: “Um de vocês vai me trair” (Jo 13.21). Naquele ambiente
pesado, todos perguntavam se Jesus se referia a eles, até que, na vez
de Judas, o Senhor, após lhe dar um pedaço de pão, respondeu:
“Você acabou de dizer isso” (Mt 26.25). Apenas três anos bastaram
para Judas trair definitivamente Jesus, com quem andara tão proxi-
mamente.
Não basta ser chamado por Jesus para aprender com ele, ser
enviado por ele para fazer a sua obra e nem mesmo ter sido (ou se
declarar) um amigo de Jesus para pensar que não estamos sujeitos a
cair no pecado cedendo às tentações. Tempo de igreja e cargos ecle-
siásticos nunca serão o fator primordial para a vida espiritual, senão
um coração quebrantado diante do Senhor, de alguém que tem uma
vida de oração, anda em fé e tem repulsa pelo pecado; o qual não
podemos aceitar que passivamente adentre aos nossos corações.

3 O processo de degradação espiritual

“E, por se multiplicar a maldade, o amor se esfriará de quase


todos” (Mt 24.12).
Ainda que se usem palavras ofensivas contra Judas por causa
de sua traição, devemos estar atentos ao fato de que muitos discípu-
los de Cristo estão sujeitos a cometer o mesmo erro, se não vigiarem
e permitirem que seu amor ao Senhor esfrie. Este é um dos primei-
ros sintomas da degradação espiritual. Judas deixou de amar a obra
de Deus, os companheiros e o próprio Mestre, que tão gentilmente
o convidou para a formação de sua equipe.
Tal como ocorreu com Judas, o processo de esfriamento es-
piritual em alguns pode ser observado através da desmotivação de
continuar seguindo a Cristo – apesar de terem sido por ele trans-

72 Revista VOZ | Nº 04
formados e alimentados – assim como permitem que tal desânimo
cresça em seu serviço ministerial, ao não fazerem mais a obra de
Deus com o coração.
Trata-se de um processo gradual, o qual deve ser observado
e combatido com vigilância (Mt 26.41), a fim de que não caiamos
nas ciladas de nosso adversário.

4 Você escolhe o seu caminho diante das tentações

Dificilmente alguém daria o nome de seu filho de Judas, uma


vez que o mesmo aponta ao deformado caráter de um traidor. Nas
muitas citações do Novo Testamento em que há uma referência à
traição de nosso Senhor, as mesmas marcam o nome de Judas Isca-
riotes quanto ao seu mau-caratismo. Ele é sempre retratado como
um pecador voluntário, que escolheu seu caminho de iniquidade,
ainda que, desde o início, Jesus já soubesse que ele o trairia (Jo
13.18), sendo ele aquele que cumpriria as profecias bíblicas referen-
tes à traição do Redentor (Jo 17.12). Mas, mesmo assim, Jesus lhe
deu oportunidade para servi-lo, para evangelizar, batizar, libertar e
curar vidas. Jesus, mesmo sabendo sobre fim de Judas, lhe deu opor-
tunidades. Entretanto, Judas aceitou a tentação proposta em seu
coração por satanás, até o ponto de ter deixado que este o dominasse
por completo.
As decisões de Judas devem nos levar à reflexão sobre as
nossas decisões diante das tentações que nos são constantemente
propostas. Qual o caminho que temos escolhido tomar diante das
mesmas?

5 O terrível sentimento de culpa

“Então Judas, que o traiu, vendo que Jesus havia sido condena-
do, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais
sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles,
porém, responderam: Que nos importa? Isso é com você. Então Judas,
atirando as moedas de prata para dentro do templo, retirou-se e se en-
forcou” (Mt 27.3-5).

A Equipe de Jesus 73
Depois de trair Jesus, Judas, ciente de seu erro, foi tomado
pelo terrível sentimento de culpa que, como a ele, tem destruído tan-
tas vidas. O remorso o dominou, mas, infelizmente, o mesmo não se
traduziu em ação de arrependimento. É importante reconhecermos
que remorso é diferente de arrependimento, pois, se ele tivesse se
arrependido, teria procurado o Senhor Jesus e seria perdoado, mas
não o fez. Muitos até fazem como ele fez ao procurar os sacerdotes:
procuram a religião para aliviar a sua culpa, mas não buscam a Deus
com o coração sincero e arrependido, nem lhe confessam os seus
pecados para serem plenamente perdoados e restaurados: “Se confes-
sarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e
nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).

6 Conclusão

Depois de sua queda, Pedro se arrependeu e, por isso, al-


cançou perdão e graça da parte do Senhor Jesus, a quem continuou
servindo pelo resto de sua vida. Mas Judas, ao não buscar a cura
através do arrependimento, permitiu que o remorso o consumisse,
transformando em desespero e redundando em sua morte. Ele foi
chamado para ser um discípulo de Cristo, um apóstolo do Senhor,
mas ele escolheu ceder ao diabo, e pela sua ganância, acolheu em seu
coração o caminho do mal.
A lição de Judas traz a todos um sentimento de tristeza, ao
vermos perecer um apóstolo que teve a grande oportunidade de ser-
vir o Senhor Jesus em seus três anos de ministério terreno; mas, por
outro lado, nos serve de alerta para estarmos sempre vigilantes e
firmes no Senhor, pois estarmos em uma igreja, servirmos no minis-
tério e conhecermos a Palavra, ao invés de gerar em nós acomodação
em nossa vida espiritual, deve nos levar a, diariamente, conhecer e
prosseguir conhecendo o Senhor (Os 6.3).

Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

74 Revista VOZ | Nº 04
? ?
? Três perguntas finais

1ª pergunta para fixação

O fato de Jesus nos chamar para segui-lo e servi-lo em sua obra nos faz
menos propensos a sermos tentados por satanás?

2ª pergunta para fixação

Qual a diferença entre remorso pelo pecado e arrependimento do pecado?

3ª pergunta para fixação

O que mais lhe chamou atenção nessa história?

Para fixar horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao contrário


sem considerar acentos e cedilhas

“VIGIEM e OREM, para que não caiam em TENTAÇÃO; o ESPÍRITO,


na VERDADE, está PRONTO, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

O O T E A N S R T Y O L R M T A A R

D A E H O E U I E M A N G H O L E W

E H P R N T D O E O N A O W T Y C I

R A E N R I R P H M L T R C D H E L

E M S E S A E N C E A E E W J P B A

D E H O T E V S E W L T S A T T T I

L T H M T E N T A C A O P E Y R H T

A G F A R N A I A R S A I O T A D G

W H O D N I R A L E S A R E T T W T

E N A T T R A D I O H V I G I E M H

O D T T V T A T R C Y I T P S T O T

E A P R O N T O I O S W O I R S O W

A Equipe de Jesus 75
Lição 13

Paulo:
O apóstolo da expansão
do evangelho e da
doutrina
Data da aula
Fundamentos Dia Mês Ano

“(v.6) O mistério é que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e co-
participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho, (v.7) do qual
fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida
segundo a força operante do seu poder. (v.8) A mim, o menor de todos os santos,
foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de
Cristo” (Ef 3.6-8).

“(v.10) Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como
sábio construtor, e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica.
(v.11) Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o
qual é Jesus Cristo.” (1Co 3.10-11).

76 Revista VOZ | Nº 04
Para gravar Leve para casa
(na mente & no coração)

“Logo, já não sou eu quem vive, mas Segunda-feira: At 9.1-16


Cristo vive em mim. E esse viver que Terça-feira: Rm 8.31-39
Quarta-feira: 1Co 3.1-4
agora tenho na carne, vivo pela fé no
Quinta-feira: Ef 2.1-10
Filho de Deus, que me amou e se entre- Sexta-feira: 1Ts 1.1-10
gou por mim” (Gl 2.20). Sábado: 2Tm 1.7-12

Vamos conversar?
1 Quem foi Paulo?

Quando Saulo estava se dirigindo à cidade de Damasco com


a autorização para prender os cristãos que estavam ali, ele não ima-
ginava que teria um encontro tão profundo e transformador com o
Senhor Jesus Cristo. Aquele religioso parecia convicto de que estava
no caminho certo, assim como muitos de nós às vezes achamos,
caminhando sem Cristo, e, como aconteceu com aquele homem,
quando a luz do Senhor se manifestou e o transformou em sua for-
ma de pensar, falar e agir, isso também aconteceu nos dias de hoje.
A mudança daquele homem foi tão plena, que ele se transformou
no agente de maior amplificação do evangelho, expandindo-o aos
gentios, implantando igrejas e doutrinando toda a cristandade. De
perseguidor a perseguido, a humanidade jamais seria igual depois
do exercício ministerial do apóstolo Paulo.
Paulo era um fariseu, natural da Tarso, uma cidade portuá-
ria do Império Romano (At 22.3), na costa mediterrânea da atual
Turquia. Após a sua conversão e batismo nas águas, ele passou anos
na Arábia, onde provavelmente ficou estudando a Palavra de Deus
e foi discipulado, até dar início ao seu chamado ministerial, come-
çando por Damasco, “onde tudo começou”. Com um ministério
muito frutífero, Paulo realizou três viagens missionárias fundando
várias igrejas na Ásia e na Europa, além de tornar-se o maior autor
do Novo Testamento, escrevendo 13 de suas cartas. E, assim como
sua vida foi permeada por amor a Cristo, por esta nobre causa foi
martirizado, deixando um legado que tem ecoado pela eternidade.
A Equipe de Jesus 77
2 Um homem transformado pelo poder de Deus

“Saulo permaneceu alguns dias com os discípulos em Damasco.


E logo, nas sinagogas, proclamava Jesus, afirmando que ele é o Filho de
Deus. Todos os que ouviam Saulo estavam atônitos e diziam: — Não é
este o que exterminava em Jerusalém os que invocam o nome de Jesus e
veio para cá precisamente para prender e levá-los aos principais sacerdo-
tes?” (At 9.19b-21).
Na visão da igreja primitiva, Paulo era uma ameaça, alguém
que deveria ser evitado a qualquer custo, como pensou Ananias a
seu respeito (At 9.13-14) e cuja fama de perseguidor e assassino
continuava marcando sua vida, mesmo após três anos de conversão.
Entretanto, a misericórdia de Deus que o alcançou também foi se
expandindo na igreja, face à nova história que passou a escrever em
sua vida, na oportunidade de salvação – e consequente transforma-
ção – que lhe foi concedida.
Com a vida de Paulo aprendemos que Deus não rejeita nin-
guém, independentemente de seu estado espiritual, de seu passado
e de seus erros, pois a graça e a misericórdia divinas, diante de um
coração arrependido, são capazes de libertar e transformar o maior
dos pecadores em um instrumento de Deus para proclamar a salva-
ção: “...Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais
eu sou o principal. Mas, por esta mesma razão, me foi concedida mise-
ricórdia, para que, em mim, que sou o principal pecador, Cristo Jesus
pudesse mostrar a sua completa longanimidade, e eu servisse de modelo
para todos os que hão de crer nele para a vida eterna” (1Tm 1.15-16).
Portanto, creia! Pois, assim como ele transformou a vida de
Paulo, ele pode transformar a sua vida, independentemente de seu
passado, usando-o como canal de salvação a outras vidas.

3 O maior que se fez menor

“Porque eu sou o menor dos apóstolos, e nem mesmo sou digno


de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça
de Deus, sou o que sou” (1Co 15.9-10).
Além de sua formação acadêmica tão especial (tendo sido
educado pelo famoso rabino Gamaliel) e do encontro pessoal com
Cristo no caminho de Damasco, Paulo foi um apóstolo que rece-
beu grandes revelações de Deus (2Co 12.1-4), sendo também muito

78 Revista VOZ | Nº 04
usado por Deus para que milagres, sinais e prodígios fossem realiza-
dos através de sua vida (At 19.11-12). Apesar de tudo isto, ele não
deixou ser tratado por Deus, para que se mantivesse humilde (2Co
12.5-10), sempre atribuindo a glória ao Senhor, se fazendo o menor
de seus irmãos e conservos: “A mim, o menor de todos os santos, foi
dada esta graça de pregar aos gentios” (Ef 3.8). Talvez por este motivo
é que Saulo (cujo significado é “desejado”) passou a escrever suas
cartas com o nome de Paulo (que significa “pequeno”, “menor”).
Assim, aprendemos com este homem a não tomarmos a gló-
ria de Deus para nós mesmos, reconhecendo que somos simples
instrumentos em suas mãos, preparados para toda boa obra, enten-
dendo que, apesar de nossas limitações e imperfeições, o poder de
Deus se aperfeiçoa nas nossas fraquezas, como ele escreveu: “Temos,
porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que a excelência
do poder provém de Deus, não de nós” (2Co 4.7). Simples vasos de
barro, sim; mas que carregamos o maior tesouro que existe: Jesus
Cristo.

4 O servo fiel e amoroso

“Estou cercado pelos dois lados, tendo o desejo de partir e estar


com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por causa de vo-
cês, é mais necessário que eu continue a viver. E, convencido disto, estou
certo de que ficarei e permanecerei com todos vocês, para que progridam
e tenham alegria na fé” (Fp 1.23-25).
Além de servirem para o trabalho de evangelização e conse-
quente implantação de igrejas, as viagens missionárias de Paulo tam-
bém visavam nutri-las e acompanhá-las através do fortalecimento
dos salvos na fé pela instrução na doutrina de Cristo (At 14.21-22).
Paulo servia a seus irmãos com imenso amor ao ponto de, mesmo
tendo o desejo de morar na glória com Cristo, entender que o seu
dever era o de continuar servindo a igreja do Senhor. Para ele, ser-
vir as pessoas era o equivalente a servir a Jesus, tendo feito desta a
missão de sua vida, renunciando a toda sua vida passada, estando
sempre disposto a sofrer por amor a Cristo (Fp 3.4-11).
Assim, aprendemos com Paulo que o serviço aos irmãos se
baseia no amor, que nos constrange ao ponto de fazer-nos sair de
nosso comodismo para servir ao nosso próximo, seja fora da igre-
ja (através da evangelização) como dentro da mesma, sempre pro-
A Equipe de Jesus 79
curando usar os dons que Deus nos concedeu: “Irmãos, não quero
que vocês estejam desinformados a respeito dos dons espirituais... que os
membros cooperem, com igual cuidado, em favor uns dos outros... pro-
curem, com zelo, os melhores dons” (1Co 12.1,25b,31a).

5 O bom soldado de Cristo

“Participe dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo


Jesus” (2Tm 2.3).
Paulo era um exemplo de bom soldado que lutava em to-
das as frentes de batalha por amor a Cristo. A realidade da guerra
espiritual nos legou um dos mais perfeitos exemplos das peças da
armadura de Deus (Ef 6) que devemos usar para militar em tais
batalhas diárias (tema este que abordamos na revista do trimestre
passado). O ministério de Paulo bem refletiu suas incansáveis ba-
talhas, não apenas as realizadas nas regiões celestes, como sendo ele
um exemplo de quem, por amor a Cristo, foi perseguido, apedreja-
do e caluniado (2Tm 3.10-12), tendo testemunhado o avanço dos
falsos mestres (2Co 11.13), as divisões na igreja (1Co 1.10-12), e
o esfriamento espiritual de muitos (1Tm 1.18-19), dentre tantas
outras batalhas. Entretanto, “combatendo o bom combate”, ele não
desistiu, mas continuou evangelizando, pregando, ensinando, exor-
tando e instruindo, de maneira direta ou indireta (por cartas ou
mensageiros), mesmo quando estava preso por causa do evangelho.
Paulo se tornou, para nós, o exemplo de um bom soldado de Cristo,
trazendo em seu próprio “corpo as marcas de Jesus” (Gl 6.17).
Assim como ele não abandonou as suas batalhas por amor a
Cristo, ainda que preso, ele ensinou seu discípulo Timóteo a seguir
seu exemplo: “... você combata o bom combate” (1Tm 1.18), frase
esta que ele repete quanto, ao se despedir de sua peregrinação terre-
na, enviou-lhe sua carta final, na qual resumiu toda a sua trajetória
como bom soldado de Cristo: “Combati o bom combate, completei a
carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7-8).
Que aprendamos com ele a lutar sem retroceder, sem esmo-
recer por amor de Cristo, a fim de alcançar, salvar e edificar vidas,
cientes de que nosso galardão nos será dado na glória celeste.

80 Revista VOZ | Nº 04
6 Conclusão

“Portanto, meus amados irmãos, sejam firmes, inabaláveis e


sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o tra-
balho de vocês não é vão” (1Co 15.58).
A trajetória do apóstolo Paulo nos ensina que não há como
expandir o evangelho de Cristo se, primeiramente, não formos
transformados por ele, sendo preparados e habilitados para sermos
seus humildes – porém frutíferos – servos, cientes de que batalhas
virão, assim como vários tipos de perseguições, difamações, e lutas –
internas e externas –; mas, apesar destas, não podemos recuar; pelo
contrário, devemos combater o bom combate como bons soldados
de Cristo, convictos de que “aquele que começou boa obra em vocês há
de completá-la” (Fp 1.6b).
Que através deste estudo você tenha sido despertado a dar
continuidade a esta boa obra de anunciar o evangelho a outros, sen-
do usado por Deus para continuar abençoando vidas, onde você
estiver, através de suas palavras e ações, além do desenvolvimento
prático de seus dons espirituais. Que você seja um instrumento po-
deroso nas mãos de Deus.
Que Deus te abençoe rica e abundantemente.

? ?
? Três perguntas finais

1ª pergunta para fixação

O que devemos fazer para sermos transformados em verdadeiros soldados


de Cristo?

2ª pergunta para fixação

Você está convicto de que tem servido a Deus de todo o seu coração?
O que você pode fazer para melhorar ainda mais?

3ª pergunta para fixação

O que você tem feito para expandir o evangelho de Jesus no meio em que
você convive?
A Equipe de Jesus 81
Regionais
1ª REGIÃO
Distrito RIO DE JANEIRO (CAPITAL) 1: Alto Cachambi, Arnaldo Guinle,
Campo Grande (Vila Real), Bangu, Barra da Tijuca (Jardim Oceânico), Jardim
Bangu, Jardim Palmares, Maracanã, Méier, Parque Colúmbia, Pavuna, Praça
Seca, Recreio II, Tabernáculo Zona Sul e Vasconcelos. Distrito BAIXADA FLU-
MINENSE 1: Duque de Caxias (Sede Episcopal), Éden, Jardim Anhangáe Santa
Amélia. Distrito NORTE FLUMINENSE 2: Teresópolis. Distrito SÃO PAULO:
São Paulo (Sede Episcopal), Alto de Congonhas, Campo Belo, Limeira e Osasco.
Distrito MINAS GERAIS 1: Cajuru, Caratinga, Coronel Fabriciano, Juiz de Fora
(Centro), Juiz de Fora (Milho Branco), Juiz de Fora (Monte Castelo), Juiz de
Fora (Santa Cândida), Juiz de Fora (Santa Luzia), Resende Costa, Ritápolis, São
João del-Rei e São Tiago. Distrito EXTERIOR 1: Boston e Orlando.

2ª REGIÃO
Distrito REGIÃO OCEÂNICA 1: Colubandê (Sede Episcopal), Estrela do Norte
(Sede Episcopal), Alcântara, Amendoeira, Araruama, Araruama (Praia Seca),
Baixo Grande, Barra de São João, Barreto, Boa Vista, Cabo Frio (Unamar),
Coelho, Engenho Pequeno), Galo Branco, Gradim, Itaipu, Itaipuaçu, Itambi,
Itaúna, Jardim Alcântara, Jardim Catarina, Jóquei, Manilha, Marambaia, Neves,
Niterói, Nova Cidade, Oceânica, Pendotiba, Portão do Rosa, Porto Novo, Porto
da Pedra, Salgueiro, Santa Catarina, Santa Isabel, São Francisco, São Gonçalo,
São Pedro da Aldeia, Tribobó, Trindade e Vista Alegre.

3ª REGIÃO
Distrito CENTRO-OESTE: Brasília (Sede Episcopal), Águas Claras, Arniqueiras,
Ceilândia, Entre Lagos, Estrutural, Guará, Paranoá, Riacho Fundo I, Samam-
baia, São Sebastião, Sobradinho, Vicente Peres, Águas Lindas de Goiás e Goiâ-
nia. Distrito NORTE/NORDESTE 1: Macapá, Santana, Cariranha, Parnamirim
e Salvador. Distrito MINAS GERAIS 2: Frutal, Juvenília, Montalvânia e Pitarana

4ª REGIÃO
Distrito NORTE-NORDESTE 2: Araripina (Sede Episcopal), Araripina II (Alto
da Boa Vista), Caruaru, Fortaleza, Juazeiro do Norte, Marcolândia, Petrolina,
Pimenteiras, Serrolândia e Sítio Cansansão.

82 Revista VOZ | Nº 04
5ª REGIÃO
Distrito RIO DE JANEIRO (CAPITAL) 2: Olaria (Sede Episcopal), Araguaia
(Freguesia II), Cachambi, Curicica, Grajaú, Higienópolis, Itaóca, Jacaré / Sam-
paio, Mallet, Moneró, Paciência, Padre Miguel, Parada de Lucas, Pedreira,
Praça do Carmo, Realengo, Santa Cruz, Santíssimo, Sepetiba e Tanque. Dis-
trito BAIXADA FLUMINENSE 2: Vila Maria Helena e Vilar dos Teles. Distrito
NORTE FLUMINENSE 1: Bom Jardim, Campos dos Goytacazes, Macaé,
Macaé (Parque Aeroporto), Nova Friburgo I (Olaria), Nova Friburgo II (Consel-
heiro Paulino), Piabetá, Rio Bonito, Santa Clara e Sítio São Luiz. Distrito SUL
FLUMINENSE 1: Barra do Piraí. Distrito NORTE/NORDESTE 3: Apicum-Açú
(MA). Distrito ESPÍRITO SANTO: Feu Rosa, Goiabeiras, Guarapari, Itararé,
Piúma, Porto de Santana, Romão, São Pedro e Vila Velha. Distrito EXTERIOR
2: Lisboa.

6ª REGIÃO
Distrito RIO DE JANEIRO (CAPITAL) 3: Tijuca (Sede Episcopal), Afonso Pena,
Alto da Boa Vista, Anchieta, Andaraí, Benfica, Borel, Brás de Pina, Campo
Grande, Catete, Central do Brasil, Centro, Copacabana, Formiga, Freguesia,
Igaratá, Macacos, Pedra de Guaratiba, Pechincha, Recreio I, Riachuelo, Rio
Comprido, Rocinha, São Cristóvão, Taquara, Usina, Vista Alegre e Vila Isabel.
Distrito SUL (Santa Catarina): Assentamento Nove de Novembro, Assentamento
Zumbi II, Catanduvas, Irani, Ponte Serrada, Santo Antônio, Seminário e Vargem
Bonita. Distrito REGIÃO OCEÂNICA 3: Inoã.

7ª REGIÃO
Distrito BAIXADA FLUMINENSE 3: Parque Lafaiete (Sede Episcopal), Andrade
de Araújo, Bairro da Luz, Banco de Areia, Barro Vermelho, Belford Roxo, Bom
Pastor, Caioaba, Coelho da Rocha, Geneciano, Heliópolis, Itaipu III (Belford
Roxo), Japeri, Jardim Olavo Bilac, Jardim Primavera, Jardim Sumaré, Jardim
Xavante, Nova Aurora, Olavo Bilac, Palhada, Pantanal, Parque Amorim, Parque
dos Ferreiras, Parque São José, Parque São Vicente, Posse, Recantus, Rocha
Sobrinho, Santa Cruz da Serra, Santa Lúcia, São Matheus, Sarapuy, Tinguá,
Vila Canaã, Vila de Cava, Vila Rosali e Xerém. Distrito REGIÃO OCEÂNICA
2: Araruama (Havaí), Engenho do Mato, Sampaio Corrêa e Saquarema. Distrito
NORTE FLUMINENSE 3: Vassouras. Distrito NORTE/NORDESTE 4: Alen-
quer, Boa Vista (Santa Luzia), Boa Vista (São Vicente), Boa Vista (Senador Hélio
Campos) e Manaus.
A Equipe de Jesus 83
Os dias que ecoaram na
eternidade

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