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VidaCristã
ESCOLA BÍBLICA - GRUPOS PEQUENOS - ESTUDOS BÍBLICOS
Copyright © 2005, diretor
Editora Cristã Evangélica Abimael de Souza
11a reimpressão, 2013
assistentes editoriais
Isabel Cristina D. Costa
Regina Okamura
Selma Dias Alves
autores
As citações bíblicas foram extraídas da versão Agnaldo Faissal J. Carvalho
Almeida Revista e Atualizada (ARA), 2a edição Ann G. Barnett
(Sociedade Bíblica do Brasil), exceto indicações Betty Bacon
de outras versões. Enoque Vieira de Santana
Esli Pereira Faustino
Jessé Ferreira Bispo
John D. Barnett
José Humberto de Oliveira
Silas Arbolato da Cunha
revisor
Aydano Barreto Carleial
Editora filiada à
Associação de Editores Cristãos
projeto gráfico
Patrícia Pereira Silva
editora ©
stãEvangélica diagram ador
André de Sousa Júnior
Rua Goiânia, 294 - Parque Industrial
12235-625 São José dos Campos-SP
minercial@editoracristaevangelica.com.br
www.editoracristaevangelica.com.br capa
íelefax: (12) 3202-1700 Henrique Martins Carvalho
De Deus é o poder; tudo o que a Ele pertence pode ser nosso por meio da
oração. Deus estende Suas mãos plenas e abundantes e nos diz: "Pedi, e âar-se-
-vos-a. A pobreza espiritual e a falta de poder de muitos crentes têm explicação
nas palavras de Tiago 4.2 e 3: "Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis,
porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres".
As vezes, perguntamos a nós mesmos: “Por que prospero tão pouco na vida
cristã?”. E Deus responde: “Porque negligencia o lugar da oração”.
Há muitas orações na Bíblia, e não foi fácil decidir quais incluir nesta revista.
Como estudamos recentemente o livro de Salmos (que é praticamente um livro
de orações), não incluímos orações dele. Tentamos escolher uma variedade de
orações para nos ajudar nas diversas situações nas quais procuramos o auxílio
divino. Esperamos que, por meio destas lições, aprendamos a orar mais e melhor
e conheçamos de maneira mais íntima o nosso Deus, que sempre toma a iniciativa
de comunicar-Se com Seus filhos.
John D. Barnett
Jó, ousadia
na oração......................................... 10
Abraão suplica
pelos ím pios................................... 16
Jacó luta
com Deus......................................... 21
Moisés intercede
pelo povo de D eus......................... 25
Salomão, homem
de oração objetiva......................... 33
Elias e a
oração da fé 37
V fJ Neemias,
jejum e oração................................ 40
■ L“1
fc T I
diálogos com Deus....................... 44
Zacarias agradece
.MÊÊ^À pelo filh o ........................................ 52
IT Jesus ora
J I H lM j pelos discípulos............................. 63
tJ últimas orações.............................. 66
E voc®f ®uma
J lF i pessoa de oração?.......................... 72
1
Senhor,
ensina-nos a orar
Pr.Jessé Ferreira Bispo
Introdução
“De certafeita, estava Jesus orando em Daremos início, por meio deste
certo lugar"E assim que começa o texto bí estudo, a uma série de lições sobre o
blico de nosso estudo de hoje que está em testemunho de diversos personagens
Lucas 11.1-13. Imaginar esse ambiente na história bíblica e a vida de oração
de oração e, acima de tudo, o relacio deles.
namento de Jesus com Seu Pai é algo
maravilhoso. Não foi por acaso que um A oração é um estado consciente
membro do grupo de discípulos que es em que a alma humana pode, através de
tava com Ele tomou a iniciativa de pedir Cristo, entrar no ambiente espiritual de
que os ensinasse a orar. alegria e paz com o próprio Deus. Te
mos condições tanto de falar com Ele
A oração para Jesus era o recurso como de ouvi-Lo. Por meio da oração,
para fazer Sua humanidade aquietar-se podemos ter acesso Àquele que nos
a fim de ouvir e falar com Seu Pai. Na fez e saber exatamente quem somos.
oração, a alma do Senhor da glória tinha
condições de receber orientação para a Não existe uma verdadeira ora
escolha de Seus discípulos, compartilhar ção sem a presença de Jesus. Ele é
de um tempo com Sua própria glória no o único caminho que nos conduz
monte onde foi transfigurado, receber a Deus. No texto da lição de hoje,
conforto para o momento que precedia observamos a iniciativa de um discí
Seu sacrifício na cruz; enfim, era o recur pulo anônimo que pediu a Jesus para
so espiritual para viver plenamente como ensiná-los a orar, assim como João
um homem. ensinou aos seus discípulos.
Era costume dos rabinos naquela educar nossa alma a ter Seu Nome
época ensinarem seus seguidores a fazer como aquele que é separado de todos
uma breve oração. Se o discípulo de os outros nomes.
Jesus realmente tinha uma verdadeira
compreensão de toda a Sua grandeza, 2. Oração revela submissão
era oportuno aprender uma oração à vontade de Deus
com Ele que é o próprio Senhor do Jesus ensina sobre a necessidade
Universo. de reconhecer o Seu Reino e desejar
Seu estabelecimento em nós. Subme-
Jesus não somente aproveitou para temo-nos inteiramente à vontade de
ensinar um modelo breve oração, que Deus, como fez Jesus em Sua relação
era parte da oração dominical que está com o Pai.
em Mateus 6.9-15, mas também contou
uma parábola a fim de ilustrar o valor da 3. Oração registra petição
confiança e da esperança que devemos pelo nosso sustento
ter em Deus. E finalizou ensinando Tem os liberdade em pedir em
que devemos ter consciência do amor favor do nosso sustento diário. O pão
e da misericórdia do Pai Celestial em é algo básico para a sobrevivência, e o
atender nossas orações. discípulo é educado também a reconhe
cer que a cada dia o Pai pode provê-lo.
Jesus ensinou a Seus discípulos Importante relacionarmos esse texto
a entender algumas lições preciosas. com o que diz que "não devemos andar
Vejamos algumas delas. ansiosos por coisa a lg u m a Orar como
Jesus ensinou, sim, mas confiar na ora
ção, pois nessa comunhão encontramos
I. A necessidade de um um estado de espírito que nos leva a
envolvimento pessoal descansar das inquietações da vida.
com o Pai Celestial
(Lc 11.2-4) 4. Oração inclui
confissão de pecados
1. Oração começa com o Pai O discípulo aprende que deve
O aprendizado sobre a verdadeira confessar seus pecados e que deve ter
oração começa com uma palavra dirigi consciência do sentimento de tristeza
da ao Pai. Requer que elevemos nossos que gerou no coração de Deus. Mas
pensamentos para o lugar de Sua habi também é alimentado a acreditar no
tação em espírito e em verdade. Nesse amor que Ele tem em perdoá-lo. Essa
convívio com Ele, devemos confessar confissão deve gerar uma atitude em
que Seu Nom e é santo. Tal nome faz relação às outras pessoas; ele confessa
parte da Sua própria identidade, isto é, que assim como recebeu perdão do Pai
Sua glória, santidade, soberania, mise também agora está pronto a fazer com
ricórdia e justiça. Por isto, precisamos seu semelhante.
5. Oração orienta a que tem os diversas histórias de pessoas
peçamos pela proteção que hospedaram viajantes, inclusive
divina contra tentações estranhos.
O breve modelo de oração de Jesus
ensina Seus discípulos a buscar no Pai Esse pano de fundo sobre a cul
a proteção contra as tentações, o que tura dos povos do Oriente Médio nos
ajuda a substituir os desejos pecamino ajuda a entender a parábola que Jesus
sos da carne pelo da santidade de Deus. contou, que chama nossa atenção para a
Isso acontece na vida do ser humano importância da persistência no pedido,
governado por Deus. na oração. O vizinho importuno sabia
que aquele pai que já estava deitado
aplicação com seus filhos iria atender ao seu pe
dido de ajuda, pois sabia que o vizinho
Que significado tenho dado a essa oração
tinha pão em casa; provavelmente havia
ensinada por Jesus? Tenho praticado
sentido o cheiro do preparo durante
efetivamente o que Ele ensinou?
aquele dia. Ele também tinha certeza
que, para seu vizinho, atender ao pedido
era mais importante do que o conforto
II. O valor da persistência da cama com seus filhos. Daí a expres
diante do Pai Celestial são na conclusão da parábola, que lhe
(Lc 11.5-8) daria tudo de que tivesse necessidade.
Ele resolveu atender ao pedido devido
Na sociedade em que Jesus vivia, à persistência de seu vizinho.
as fam ílias moravam em pequenas
comunidades. O pão, como vimos no A experiência na vida de oração
modelo da oração já mencionada, era deve, da mesma forma, proporcionar
um alimento comum feito nas casas uma consciência sobre o amor de Deus
com muita frequência. Como as casas por nós. Essa é uma sabedoria espiritual
eram próximas umas das outras nesses que recebemos por meio de Seu Espíri
povoados, sempre era possível sentir o to. Ela deve produzir confiança quanto
cheiro gostoso do preparo do pão pelas à m anifestação da bondade do Pai
mulheres judias. celestial para as nossas nécessidades.
aplicação
Um outro elemento importante
na sociedade em que Cristo vivia era o Que confiança tenho tido no amor e pro
valor dado a um visitante que chegasse visão de Deus para minhas necessidades?
ao povoado. Uma casa deveria hospedá- Tenho sido persistente em minhas orações?
-lo com honra, dar-lhe água para lavar Que lições esse vizinho importuno deixa
os pés e oferecer-lhe uma boa refeição. sobre a esperança em Deus que deve haver
Deixar de fazer isso era sinal de profun em minhas petições, ainda que complexas?
do desrespeito do anfitrião. N a Bíblia,
8
III. A confiança na resposta Entre muitas coisas que os discí
do Pai Celestial pulos podiam receber de Deus, algo pri
(Lc 11.9-13) mordial era a presença de Seu Espírito.
É Ele que os ajudaria a orar, pois, como
O versículo 9 com eça com o a nos disse o apóstolo, Ele “intercede por
expressão "Por isso, vos digo". Jesus quis nós sobremaneira, com gemidos inexprimí
reforçar em Seus discípulos a confiança veis" (Rm 8.26). Sua presença também
que devem ter no coração amoroso do orienta o discípulo para a conquista das
Pai celestial. Eles devem, assim como boas dádivas. E essas têm origem no pró
o vizinho importuno, pedir, buscar e prio Deus, como nos ensina Tiago em
bater às portas das moradas de Deus sua carta: “Toda boa dádiva e todo dom
na certeza de que irão receber, achar, e perfeito são lá do alto, descendo do Pai das
de que lhes serão abertas as portas para luzes, em quem não pode existir variação
suas petições. ou sombra de mudança" (Tg 1.17).
aolicacão
Havia algo importante que eles
precisavam entender na oração: o Que experiência tenho tido com o Espírito
caráter bondoso de Deus. Para isso, Santo na minha vida de oração? Que li
Jesus Se ocupa de outra comparação, berdade dou a Ele para revelar a grandeza
para ajudá-los a entender esse ensino. do amor do Pai celestial?
Se eles que eram maus tinham atitudes
carinhosas para suprir seus filhos com
o alimento de que necessitavam, e não
eram capazes de dar-lhes em lugar das Conclusão
suas necessidades algo que os prejudi
casse, não deveriam imaginar que o Pai Após este estudo, devemos pedir
celestial era capaz de fazer algo ainda ajesus, como fez o discípulo anônimo:
melhor por suas petições? “Senhor, ensina-nos a orar”.
Jesus quis ensinar aos discípulos Para nos ajudar nessa disciplina
a necessidade de conhecer o amor de espiritual, vamos estudar nas próximas
Deus, que é fruto do caráter da bondade lições sobre a vida de alguns personagens
do Senhor. e suas experiências com Deus em oração.
Jó, ousadia
na oração
Pr. Agnaldo Faissal J. Carvalho
Introdução
10
há de melhor na oração: a possibilidade pois Ele ouve o clamor também da
de conhecermos verdadeiramente o queles que não O conhecem e abençoa
Deus a quem dirigimos nossas orações. inclusive aqueles que O ignoram. Con
tudo, é bom que saibamos que há algo
ainda melhor do que ter uma oração
I. Só haverá proximidade atendida - o melhor mesmo é poder
quando houver intimidade conhecê-Lo, na intimidade do Seu ser.
Para o crente, a amizade (intimidade)
Em nosso critério de espiritua com Deus deve ser mais valorizada que
lidade, Jó estaria num patamar bem os favores que Dele buscamos.
elevado, visto que desfrutava (aparen
temente) de íntima comunhão com o Na busca dessa intimidade, pos
Senhor. A Bíblia relata que Jó : "era bom so abrir meu coração, meus desejos,
e honesto, temia a Deus e procurava não minhas intenções e meus sentimentos
jazer nada que fosse errado"; diz que mais profundos perante Deus, mas
toda vez que seus dez filhos se reuniam como posso conhecê-Lo além daquilo
para banquetear "Jó se levantava de ma que ouvi falar? A resposta está em Deus.
drugada e oferecia sacrifícios emfavor de Ele é Quem decide se abrirá ou não as
cada um dos seusfilhos, para purificá-los", cortinas que escondem a Sua verdadei
apenas por imaginar que poderiam ra glória para aqueles que O buscam em
"ter pecado, ofendendo a Deus em pen momentos de oração.
samento" ( jó 1.1-5 N TLH ). E mesmo
depois que a tragédia destruiu sua vida, Deus fez isto com Jó : “descorti
o texto diz que: "Em tudo isto Jó não nou-se” perante Jó em momentos de
pecou, nem atribuiu a Deusfalta alguma” oração, deixando de ser Aquele que
(Jó 1.22; 2.10). Contrariando, porém, ouve e atende o clamor, passando a ser
nossas expectativas, aprendemos que Aquele que Se relaciona, compartilha,
Jó conhecia a Deus bem menos do interage e que Se faz presente. E isso fez
que ele imaginava. Sua fé se apoiava na toda a diferença.
"familiaridade", não na "intimidade". Ele
aplicação
mesmo disse: "Antes eu te conhecia só
por ouvirfalar, mas agora eu te vejo com Uma visão distorcida e um conhecimento
os meus próprios olhos. Por isso, estou limitado impedem nosso relacionamento
envergonhado de tudo o que disse e me com Deus do mesmo teor que Ele se propõe
arrependo, sentado aqui no chão, num fazer em favor de nós.
monte de cinzas" (jó 42.5-6 N T L H ).
Qual é a diferença entre familiari Jó, por causa da angústia pela qual
dade e intimidade? Receberia algo de passava, chegou a proferir palavras arro
Deus quem estivesse apenas familiari gantes, das quais, mais tarde, envergo-
zado com Ele? Naturalmente que sim, nhou-se. Palavras duras e irreverentes;
11
frias e hostis; tolas e impensadas. Hou 2. Intimidade não justifica
ve arrependimento, mas houve também a informalidade
vergonha. Pelo seu exemplo, podemos Paulo, escrevendo aos romanos,
tirar lições preciosas para nós e para os ensinou: “Porque o Espírito que vocês
nossos momentos de oração. receberam de Deus... torna vocês filhos
de Deus; e pelo poder do Espírito dize
1. Intimidade não mos com fervor a Deus: "Pai, meu Pai!"
desobriga a reverência (Rm 8.15 N T L H ). Entre as grandes
Um dia, na glória, estaremos face conquistas de Cristo para nós, uma delas
a face com o nosso Senhor e Salvador foi a permissão de nos dirigirmos dire
Jesus Cristo, e isso, naquele contexto, tamente a Deus com a franca liberdade
vai se tornar normal para nós. M as de chamá-Lo de Pai - meu Pai! Esse é
um encontro dessa magnitude agora, um privilégio que não foi dado nem aos
enquanto ainda vivemos nas limitações anjos. Mas essa “liberdade", que é con
desta vida, seria algo extremamente dicionada à “intimidade”, não deve dar
deslumbrante, fascinante, ao mesmo espaço à informalidade e a petulância.
tempo, estarrecedor e intimidante,
visto que a proximidade Daquele que Ora, se nós conferimos um trata
é perfeito realça nossas imperfeições mento respeitoso às autoridades esta
e pecados. belecidas por Deus, por que haveríamos
de ser desrespeitosos em relação Aquele
Isso nos faz lembrar que quanto que as estabeleceu? Por que trataríamos
maior nossa proximidade de Deus, seja o Senhor como se fosse um qualquer?
em particular ou em um culto público, Por que desprezaríamos a amizade que
tanto maior deve ser a nossa reverência. Ele oferece, chamando-O de “Amigão”?
Por que nos igualaríamos aos profanos,
Im agine a perplexidade de Jó que vulgarmente se referem ao Santís
quando Deus confrontou sua ora simo como sendo “o cara lá de cima"?
ção! Jó chegou a sentir aversão de si Quem conhece Deus com mais profun
mesmo, tamanha foi a vergonha pelo didade só pode tratá-Lo com o respeito
procedimento irreverente na oração que merece - "O louvor, e a glória, e a sa
(Jó 40.3-5). bedoria, e as ações de graças, e a honra, e o
poder, e aforça sejam ao nosso Deus, pelos
aplicação séculos dos séculos. Amém!" (Ap 7.12).
I
Hoje, vemos muitos cristãos imaginando
que a "intim idade com Deus" os deso II. Só haverá grandeza quan
briga de demonstrar a devida reverência. do houver humildade
Tais pessoas confundem "in tim id a d e "
com "camaradagem". Lembremo-nos de que Jó havia
perdido tudo: filhos, bens, saúde, posição
12
na sociedade e o respeito de sua esposa. Diante da Majestade Divina que
Essas calamidades vieram sobre sua vida se “descortinou” a jó , sua estupidez,
sem causas aparentes; nada que justificas insensatez e insignificância moral,
se tamanha punição. Os poucos amigos intelectual e física foram evidenciadas.
que restaram tentavam responsabilizá-lo Então, viu-se reduzido às suas verdadei
por seu infortúnio, mas ele continuou ras dimensões... Se somos alguma coisa,
“batendo na tecla da inocência e da justiça é porque Ele nos conferiu essa honra.
própria". Até determinado ponto, ele
aplicação
estava certo, mas, aos poucos, começou
a questionar a sorte, chegando a amaldi
Por isso, irmãos, tenham cuidado quando
çoar o dia em que nasceu (jó 3.1).
pensarem em fazer algum a cobrança
ou exigência a Deus, mesmo que seja
Parece que Deus “deu corda” a
baseada em Suas promessas. Deus não
Jó, deixando ver até onde ele iria em
tem obrigações para conosco; nós é que
sua indignação. Deus não intervém de
temos para com Ele,
imediato cada vez que nos desviamos
da verdade; Ele dá espaço para que
sejamos nós mesmos, mas não deixa de
nos mostrar (no tempo certo) quem de
fato somos, seja pela experiência, seja III. Só haverá favor
pela razão. Então, o Senhor interferiu quando houver temor
naquele processo de lamúria e, apare
cendo aJó na forma de um redemoinho Q uando D eus Se m anifestou,
(jó 38.1; 40.6), o interpelou, dizendo: nada mais restou a Jó, senão calar-se
“quem é você para pôr em dúvida a minha ante a majestade e soberania de Deus,
sabedoria?" (Jó 38.2 NTLH)... "Será que que o colocou em seu devido lugar.
você está querendo provar que sou injusto, Tão pequeno que era, que mais teria
que eu sou culpado, e você é inocente?" para falar? Mas Jó precisava falar. Ain
(Jó 40.8 N T L H ). da que gaguejasse, tremesse e falasse
palavras desconexas, Jó precisava falar.
aplicação Ele havia “visto” Deus face a face (re
demoinho). Ele havia experimentado
Quanto mais se exige de Deus bens, lucro, a estonteante presença do Altíssimo e
cura, mais declaramos a nossa ignorância ouvido Sua sublime voz. Por isso, sentia
a Seu respeito. Quanto mais nos vemos a incontida necessidade de exaltá-Lo,
reduzidos e indignos de qualquer exigên adorá-Lo, bendizê-Lo como jam ais
cia, maiores perspectivas teremos de ser havia feito antes. Ao mesmo tempo,
abençoados por Deus "cingi-vos todos de sentia a necessidade de confessar a
hum ildade, p orque Deus resiste aos so sua condição pecaminosa, tantas vezes
berbos, contudo, aos hum ildes concede negada perante seus inquisidores “Por
a sua gra ça " (1 Pe 5.5). isso, me abomino e me arrependo no pó e
na cinza” (jó 42.6).
aplicação porque ele merecia, mas porque Deus
teve misericórdia. Mesmo sabendo que
Quem se humilha arrependido perante
sua tragédia não foi provocada por seus
Deus, não deve fazê-lo buscando algum
atos, Jó teve que aprender que nenhum
favor, mas em atitude de louvor e ado
homem é perfeito e justo aos olhos do
ração "se o m eu povo, que se chama
Criador. Sua oração deveria ser como a
pelo meu nome, se hum ilhar, e orar, e
de Davi: “0 Senhor Deus, ouve a minha
me buscar, e se converter dos seus maus
oração!... Não julgues a mim, este teu
caminhos, então, eu ou vire i dos céus,
servo, pois ninguém é inocente diante de
p erdoarei os seus pecados e sararei a
ti” (SI 143.1-2 N T L H ). Muitos séculos
sua te rra " (2Cr 7.14).
mais tarde, Paulo diria o mesmo: "Não
há justo, nem um sequer... todos se extra
viaram, à uma sefizeram inúteis; não há
IV. Só haverá resposta quemfaça o bem, não há nem um sequer"
quando houver mudança (Rm 3.10-12).
15
Jj
Abraão suplica
pelos ím pios
Pr. Agnaldo Faissal J. Carvalho
Introdução
16
I. Hospedando o va hospedando. Observe que o texto
Senhor no coração (Gn 18.2) dá a entender que Abrãao
(Gn 18.1-8) nem os viu aproximando-se. Mas eis
que, de repente, eles simplesmente esta
Entre os habitantes do deserto, no vam lá! De qualquer forma, sabendo ou
antigo Oriente, hospedar um viajante não, Abraão foi ricamente abençoado
era uma honra disputada, e a maneira com aquela visita.
acolhedora com que Abraão recebeu
aqueles três viajantes demonstra bem
essa tradição. Nas Escrituras encon Que tipo de acolhida tem recebido o Se
tramos muitos exemplos desse tipo de nhor e a mensagem Dele em seu coração?
hospitalidade (Gn 24.28-32; 19.1-8; Você tem dado a Ele o melhor de sua
Jz 19.16-24). A ocasião se tornou atenção, empenho e disposição?
especial com a chegada dos três visi
tantes, mas o local em que tais fatos
se passaram também se reveste de um Se o nosso objetivo fosse o de falar
significado muito especial na experiên sobre hospitalidade, só aqui já teríamos
cia de comunhão entre Abraão e Deus. muita coisa para aprender. E é bem
Fora ali que o patriarca havia edificado provável que o autor de Hebreus pen
um altar ao Senhor tão logo chegou sasse nesse episódio quando escreveu:
em Canaã; o lugar onde Deus proferiu “Seja constante o amor fraternal. Não
o pacto abraâmico (Gn 12.6,7). Anos negligencieis a hospitalidade, pois alguns,
mais tarde, Jacó enterraria seus ídolos praticando- -a, sem o saber acolheram
naquele local (Gn 35.4). E exatamente anjos" (Hb 13.1-2). Mas essa experi
ali, as bênçãos e as maldições seriam ência também nos revela muita coisa
reafirmadas, tão logo Israel entrasse na sobre nossa comunhão com Deus, em
Terra Prometida (Dt 11.26-32). momentos de oração: “Quando alguém
acolhe outra pessoa com calor humano,
E m bora existam várias in ter pode estar mais perto do que pensa de
pretações e dúvidas a respeito desse uma experiência divina” (Cuthbert A.
aparecimento (Gn 18.l) , não temos Simpson). Aquilo que fazemos pelo
dificuldades em aceitar que o Logos, próximo, na verdade, fazemos pelo
o Verbo que mais tarde se faria carne nosso Mestre (Mt 25.40).
(Jo 1.14), manifestou-Se pessoalmente
a Abraão, na companhia de dois de Seus Nossa relação vertical (com Deus)
anjos. A extraordinária hospitalidade em m om entos de oração depende,
demonstrada por Abraão, por um lado, em boa parte, da qualidade de nossas
pode ter sido apenas uma demonstra relações horizontais (com o próximo).
ção cultural de educação. Entretanto, Eu só posso receber do Alto, se houver
pode também ter sido movida pelo em meus atos a disposição de ofertar de
discernimento de quem, de fato, esta mim mesmo àqueles que estão ao meu
redor. Deus vem a nós com dádivas, então nem tinha sido apresentada?
mas depois nos manda aos outros como E pouco provável que Abraão tenha
portadores de Suas bênçãos. A oração é compartilhado de sua intimidade con
isso, é dar e receber - se eu recebo sem jugal (esterilidade de Sara) com aqueles
merecer, devo dar, inclusive aos que não “forasteiros”. Mais perplexo ainda deve
podem devolver, seja o favor, a amizade, ter ficado quando um deles prometeu:
a oração ou o benefício material. “Certamente voltarei a ti, daqui a um ano”
(Gn 18.10). E, por fim, suas suspeitas
se confirmaram com a repreensão que
II. Ouvindo o Senhor, um deles (o Senhor) fez ao deboche
com atenção camuflado de Sara, por detrás das cor
(Gn 18.9-15) tinas: “Porqueseriu Sara?” (G n 18.13).
aolicacão
Abraão não só deu uma recepção
de primeira linha como também hon Você tem deixado Deus falar a seu coração?
rou seus hóspedes com total atenção. Tem prestado atenção àquilo que Ele deseja
O texto não diz sobre o que conver fazer em sua vida e por meio de sua vida?
saram durante a refeição, mas é bem Você tem depositado fé nas promessas Dele?
provável que Abraão mais ouviu do
que falou. Primeiro porque essa era
uma atitude respeitosa, mas também Quando se presta atenção àquilo
porque se aprende mais ouvindo do que Deus tem a dizer, coisas extraordi
que falando. Assim também, para que nárias começam acontecer. No episódio
ouçamos aquilo que o Senhor tem a nos seguinte (Gn 18.16-33), por exemplo,
ensinar, é preciso haver, de nossa parte, nos maravilhamos ao descobrir a di
humildade e reconhecimento de que mensão do poder que uma amizade
é direito Dele falar e obrigação nossa pode gerar: Deus mudou de ideia, por
ouvir e responder. causa da amizade, da dedicação e da
atenção demonstrada por Abraão. Deus
Ali estava um homem de fé ou resolveu compartilhar com ele um de
vindo o Senhor com atenção, mesmo Seus projetos, como se Abraão fosse
sem saber ao certo quem era aquele Seu sócio: “Aí o Senhor Deus disse a si
que lhe falava. Obviamente, em algum mesmo: “Não vou esconder de Abraão o
momento, Abraão começou a perce que pretendofazer" (Gn 18.17N TLH ).
ber ou constatar o sobrenatural em Além de compartilhar, Deus ainda per
seus desconhecidos hóspedes. Talvez, mitiu que Abraão interagisse com Ele:
o despertar dessa consciência tenha “Será que vais destruir os bons junto com
acontecido quando seus convidados os maus?" (Gn 18.23).
perguntaram: “Sara, tua mulher, onde
está?” (Gn 18.9). Como eles poderiam Lembremo-nos de que essa amiza
saber algo a respeito de Sara, que até de não estava firmada sobre os méritos
18
de Abraão, como se ele estivesse em um domésticas de Abraão (isso já estava
nível superior ao nosso. Essa amizade resolvido), mas o destino de Sodoma
só existiu porque Deus escolheu fazer (e Gomorra). Deus compartilhou com
dele Seu amigo (v.19). Da mesma for Abraão o trágico destino de um povo
ma, Deus o escolheu quando mudou a que não era sua gente, não era nada
sua sorte, da condição de pecador para dele. Nem por isso Abraão deixou de
remido, de criatura para filho de Deus. se importar com a fatalidade que lhes
Deus também escolheu você (que é um aguardava. Afinal, ele conhecia aquela
discípulo de Cristo) para ser Seu amigo. gente; conhecia o seu rei; conhecia
Jesus mesmo disse: “Já não vos chamo homens, mulheres e crianças que havia
servos, porque o servo não sabe o quefaz o ajudado a salvar quando a cidade fora
seu senhor; mas tenho-vos chamado ami invadida (Gn 14.1-24). Como deixar
gos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai de se importar com a tragédia que se
vos tenho dado a conhecer" (Jo 15.15). aproximava?
19
aplicação ver sofrer e morrer toda a população
de uma cidade. A angústia maior de
Você estaria disposto a ser esse homem ou
Abraão era a dúvida que se levantava
essa mulher que se coloca entre o ímpio
em sua mente quanto ao caráter de
e a ira justa de Deus? Estaria disposto
Deus: “Longe de ti o fazeres tal coisa,
a interpelar o próprio Deus se isso, de
matares o justo com o ímpio, como se
alguma forma, resultasse no benefício da
o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti.
salvação para aqueles que, merecidamen-
Não fará justiça o Juiz de toda a terra?”.
te, deveriam ser condenados?
Imagine a aflição que cairia sobre nós
pela simples hipótese de nos vermos
questionando as decisões e os atos de
Conclusão Deus? Mas, sem esse desconforto, que
sentido haveria na oração? Que sen
No diálogo de Abraão com Deus, tido haveria em Deus buscar alguém
percebemos uma angústia ainda maior que se coloque na brecha, entre Ele
que a possibilidade de perder os pa e aqueles a quem pretende destruir
rentes; maior ainda que a ideia de (Ez 22.30)?
20
4
Jacó luta
com Deus
Pr. Enoque Vieira de Santana
Introdução
aplicação aplicação
B
A escolha do cristão, crente em Jesus, inde Na confiança de que a palavra de Deus é
pende do que ele é ou faz; ela embasa-se úni infalível, podemos orar com a convicção
ca e exclusivamente no propósito gracioso e de que o Senhor tem poder para fazer
soberano de Jeová (1Pe 2.9-10; Ef 1.3-12). infinitam ente além daquilo que pedimos
Deus toma a iniciativa dessa escolha. ou pensamos (Ef 3.20; Jo 14.13-14).
22
II. A luta continuou Você já pensou na injustiça social
com seu sogro sofrida por Jacó, quando seu sogro
(Gn 29.1-31.7) corroía o seu salário? Isso faz lembrar
um grande número de aposentados
O trapaceiro e suplantador encon que contribuíram para a Previdência,
trou um homem mais injusto e mais e a cada ano observam que seu salário
desonesto do que ele, na pessoa de seu é corroído pelos reajustes do governo
próprio sogro, Labão. Na lei inevitável (Tg 5.4). Por dez vezes os salários de
e precisa da semeadura e da colheita, Jacó foram subtraídos por Labão.
a Bíblia adverte: "Não vos enganeis: de
Deus não se zomba; pois aquilo que o "Porém Deus não lhe permitiu que
homem semear, isso também ceifará” mefizesse mal nenhum" (Gn 31.7). Essa
(Gl 6.7; veja também Os 8.7). afirmação de Jacó às suas esposas deno
ta a proteção de Deus à sua vida. Per
Q uantas vezes nossas orações gunta: será que ele orava nesse sentido?
têm sido prejudicadas exatamente pelo
egoísmo que nos faz enganar a outros.
Se não houver arrependimento, outros III. A luta maior foi com Deus
nos enganarão em dose muito maior, (Gn 32.9-12,22-32)
como correção permissiva do próprio
Deus (Hb 12.4-12). Jacó estava regressando à terra
de seus pais com uma vida financeira
1. Jacófoi enganado totalm ente diferente daquela com
no casamento que saíra, situação muito oposta à do
(Gn 29.21-30) filho pródigo (Lc 15.11-24): enquanto
Em Gênesis 29.1-20, lemos uma este saiu de casa com muitos bens e
das mais emocionantes histórias do voltou em pobreza extrema, Jacó saiu
Antigo Testamento, a qual relata o apenas com seu cajado e voltou como
encontro e o amor entre Jacó e Raquel. um príncipe tribal, com muitos bens
Aquele idílio foi manchado pelo engano e numerosos filhos. Havia, porém, o
(v.25), por ciúme e competição entre medo que o consumia e que o levou a
Lia e Raquel (Gn 29.31-30.24). traçar uma estratégia, fazer uma oração
humilde em 32.9-12, seguida da sua luta
2. Jacó foi enganado no vau de Jaboque.
no trabalho
(Gn 31.4-7) 1. Sua oração humilde
"Vós mesmos sabeis que com (Gn 32.9-12)
23
(Gn 32.9-12), considerando-se indigno O Novo Comentário da Bíblia,
(Gn 32.10), suplica livremente e con p. 110, nos mostra dois possíveis sig
fessa seu temor (Gn 32.11). nificados dessa luta em oração entre o
Anjo ejacó:
2. Sua estratégia reparadora
(Gn 32.13-21) a. “A primeira lição espiritual para
Queria consertar os erros come Jacó aprender tinha em vista en-
tidos, no passado, contra seu irmão sinar-lhe sua própria impotência”.
e aplacar-lhe a ira com presentes, su
pondo que ele vinha ao seu encontro b. “Uma segunda significação, entre
para vingar-se. Deus, porém, já havia tanto, e mais intimamente ligada
mudado o coração rancoroso de Esaú com o novo título que lhe foi
(Gn 32.4). Desfez-se naquele encontro outorgado, talvez tenha sido que,
um problema psicológico de Jacó. assim como ele tinha prevalecido
daquela forma física, igualmente
Quantas vezes nossas suposições ele prevaleceria nas coisas espiri
e pensamentos negativos nos causam tuais, se aprendesse a submeter-se
temor e medo em vez, de confiarmos e a orar”.
naquele Senhor que muda (transforma)
aplicação
corações e circunstâncias! As mulheres
que foram ao túmulo de Jesus iam per Todos sabemos do valor de uma oração
guntando “Quem nos removerá apedra"1 submissa, perseverante e resistente.
Sabemos que o poder do Cristo ressur-
reto já havia solucionado anteriormente
o problema.
Conclusão
3. Sua luta tenaz
(Gn 32.24-31) “Não te deixarei ir, se me não aben
Devemos observar que a luta aqui çoares”. Como diz John White no seu
foi iniciada pelo Anjo do Senhor (uma livro “Ousadia na Oração”: “Eram as pa
teofania do Cristo préencarnado). Toda lavras que Deus estava esperando há mais
revelação de Deus é dada pelo Filho ou de quarenta anos. Ele preferia que Jacó
Ele mesmo é essa revelação: “Ninguémja tivesse reconhecido a sua impotência e
mais viu a Deus; o Deus unigénito que está tivesse se lançado sobre a misericórdia
no seio doPai, équem o revelou (jo 1.18). de Deus muito tempo antes”. Quando
“Jacó disse: vi a Deus face a face, e minha Deus luta conosco, por que continuamos
vida foi salva" (Gn 32.30; Os 12.4). a resistir?
24
Moisés intercede
pelo povo de Deus
Pr. Enoque Vieira de Santana
“Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro qua Êx 33.12-15
que escreveste" qui Rm 10.1-14
sex Rm 10.16-21
sáb S1106.1-15
O alun o despertará para um a verdadeira intercessão pelo povo de Deus.
dom S1106.16-32
introdução
Você sabia que, para Samuel, era Jeová Se irou contra Israel querendo
pecado contra Deus não orar (ou não destruí-lo p or causa da corrupção
interceder) pelo povo? Veja o que licenciosa e idólatra, orou pelo povo.
ele diz em ISamuel 12.23: "Quanto a Queremos enfocar três tópicos dessa
mim, longe de mim que eupeque contra o história de intercessão para melhor
Senhor, deixando de orar por vós; antes, compreensão.
vos ensinarei o caminho bom e direito".
A intercessão e o ensino profético
estavam entranhados no ministério I. Intercede com amor
daquele homem de Deus e sua om is (Êx 32.11-14)
mil homens), por causa do seu zelo a O coração de Moisés pendulava en
Jeová (Êx 32.25-29). Nessa situação, o tre dois amores e mais fortemente para
seu amor persiste quando há possibili Deus. Isso nos faz lembrar do grande
dade de total destruição dos hebreus. mandamento da lei, reconhecido, vivido
e ensinado por Jesus: "Amarás o Senhor,
1. Amor para com o teu Deus, de todo o teu coração, de toda a
povo de Deus tua alma, e de todo o teu entendimento. (...)
(Êx 32.11,31-33) Amarás o teu próximo como a ti mesmo"
Só podemos orar uns pelos outros, (Mt 22.37-40; Dt 6.5; Mt 12.30, 31).
o que é dever cristão, se nos amar
mos como Jesus nos ama (jo 13.34; Se não amamos a Deus com tudo o
17.9,20). Moisés amou profundamente que somos e temos, não podemos amar
a seus irmãos a ponto de suplicar: "Ago nosso irmão e nosso próximo para nos
ra, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, colocar entre o céu e a terra, com forte
risca-me, peço-te, do livro que escreveste" clamor, lágrimas e devoção por eles.
(Êx 32.32). Se nosso coração estiver apático, vazio
e indiferente, como se concretizará a
O apóstolo Paulo demonstra o mutualidade cristã da intercessão?
m esm o sentim ento para com seus
compatriotas judeus quando diz: “Te O amor de Moisés evidencia-se
nho grande tristeza e incessante dor no em três verdades fundamentais sobre
coração; porque eu mesmo desejaria ser Deus.
26
a. AescolhadelsraelporDeus- “o teu Deus quer ouvir dos nossos lá
povo, que tiraste da terra do Egito com bios co n fissõ es verdadeiras e h u
grande fortaleza e poderosa mão" mildes como a confissão de Davi no
(Ê x 3 2 .1 1 ; SI 7 8.12, 43, 52; Salmo 51.4: “Pequei contra ti, contra
Dn 9.15). ti somente, e fiz o que é mal perante os
teus olhos”. Quantas vezes damos ao
b. A reputação divina entre os pagãos pecado o nome de fraqueza, erro e ou
precisava ser preservada - "Por que tros, e não o encaramos como Deus o
hão de dizer os egípcios: Com maus encara!
intentos os tirou, para matá-los nos
montes, e para consumi-los da face Em muitas orações e em muitas
da terra?" (Êx 32.12). igrejas a palavra “pecado” sumiu há
muito tempo, dos pregadores e inter
C. As prom essas divinas p recisa cessores. Na sua intercessão, Moisés
vam ser cumpridas (Êx 32.12; cf ora: "Agora, pois, perdoa-lhe o pecado-,
Gn 22.16-18; 15.5; 26.4; Ê x 3 3 .l). ou, se não, risca-me, peço-te, do livro
que escreveste” (v.32). Nosso Senhor
Quando expressamos nosso amor Jesus intercedeu por Seus discípulos e
a Deus na confiança das Suas promes também por Seus algozes (Jo 17.9,20;
sas nos concertos firmados pela Sua Lc 23.34).
Palavra, esse amor torna-se sólido
e frutífero em nossas orações. Ver
João 14.12-14. “Deus fizera promessas III. Intercede com visão
na Aliança Abraâmica que não poderiam (Êx 33.12-23)
ser cumpridas se Israel fosse destruído"
(A Bíblia Anotada, pág. 125). Moisés, como homem de Deus
e líder do povo, desejava ter a nítida
visão da presença e da glória de Jeová.
II. Intercede com verdade Ele não estava satisfeito só com os fatos
(Êx 32.31-32) extraordinários de revelação narrados
em Êxodo 33.7-11, mas queria avançar
A verdade, na exposição de fatos, mais profundamente na intimidade de
é indispensável na nossa intercessão. seu Deus amado. “De repente, ele foi
O fato deve ser exposto sem rodeios e tomado por um anseio que arrancou
sem camuflagem, pois o Deus a quem palavras estranhas dos seus lábios.
oramos é conhecedor de tudo. Moisés Com ousadia cheia de tremor, ele dá
disse: “Ora, o povo cometeu grande pe mais um passo para dentro da densa
cado, fazendo para si um deus de ouro” escuridão que envolve o esplendor de
(v.31). Especificou pecado como peca Deus. "Rogo-te que me mostres a tua gló
do e não desculpou o povo como Arão ria ( Ousadia na Oração, John White,
tentou desculpar-se (ver Êx 32.21-25). pág. 57).
Duas verdades, de valor extraordi é mais por Israel que ele ora. Ele está
nário, se juntam na oração de Moisés, em envolvido pelo sopro do Espírito e não
Êxodo 33.12-23: a visão que o faz ca pode deixar de pedir para ver a glória de
recer da presença e direção do Senhor Deus. Ele deseja a Deus com uma paixão
e a visão que o faz suplicar ou rogar a que precisa se expressar: “Rogo-te que
glória de Deus. me mostres a tua glória". Ver a glória do
Senhor, em Êxodo 40.34-38, e também
1. A carência da a glória de Cristo revelada a Pedro, Tia
presença e direção go e João (Mt 17.1-8) e testemunhada
(Êx 33.12-17) em João 1.14.
E emocionante observar o diálogo
entre Deus e Moisés, e como este abre as Isaías, o profeta, também viu a
comportas da sua alma no anseio de mais glória do Senhor no templo (is 6.1-8).
comunhão e na manifestação de amor Jesus aplica esta verdade maravilhosa da
para com o povo, “considera que esta nação glória de Deus ao viver prático do cristão
é teu povo” (Êx 33.13). "Se a tua presença (Mt 5.16). Um lugar junto ao Senhor
não vai comigo, não nos faça subir deste nos faz ver, pela fé, a Sua glória e trans
lugar” (Êx33-15). Todo projeto e sonhos miti-la, pelas boas obras ao mundo, para
das bênçãos na Terra da Promissão são que o Pai seja glorificado (cf. SI 104. T2).
jogados sob a condição da presença do
Senhor. Tudo sem Sua companhia seria
“frustração e caos”. Percebemos o mesmo Conclusão
desejo na oração dos discípulos de Emaús
quando suplicaram: “Fica conosco, porque Deus respondeu à oração do inter
é tarde, e o dia já declina" (Lc 24.29). Ver cessor Moisés, porque ela está plena de
também Êxodo 34.8-9. amor a Deus e a Seu povo.
B
Podemos, sinceramente, dizer que nossos
(SI 106.23).
projetos, planos e sonhos; nossos cami
nhos e nosso futuro seriam nada ou ape
nas um vazio sem a presença de Jesus?
2. Acompanhou o povo
(Êx 33.14).
28
Habacuque expõe
suas dúvidas em
oração
Profa.Ann G. Barnett
Introdução
aplicação
No livro de Habacuque, diferen
temente dos livros do profeta Jeremias Você se identifica com o profeta? Tem
e de outros profetas, não encontramos feito algum pedido a Deus durante muito
uma pregação ao povo, mas o profeta tempo e parece que Deus não está escu
em conversa com Deus, expondo suas tando? Parece que Deus está indiferente
dúvidas. Este pequeno livro do AT nos ao seu clamor?
ensina que nós também podemos (e de
Habacuque estava preocupado com aplicação
a nação a violência e destruição, as con Você tem medo de expressar suas dúvidas
tendas, a frouxidão da lei, as injustiças e a e reclamações ao Senhor? 0 salmista disse
justiça distorcida. Parece-me que os dias "Ao Senhor ergo a minha voz e clamo,
atuais não são muito diferentes dos dias com a minha voz suplico ao Senhor. Der
de Habacuque. Hoje, há tantos homicí ramo perante ele a minha queixa, à sua
dios, vítimas de balas perdidas (inclusive presença exponho a minha tribulação"
da polícia), violência no trânsito, brigas (S1142.1-2).
em família, e como a justiça é mal empre
gada! Há uma justiça para a pobre mãe
que rouba fraldas descartáveis e outra Mas Deus estava ouvindo a oração
justiça para os políticos e ’’colarinhos de Habacuque, sim! E Deus sempre
brancos” que roubam milhões! ouve as nossas orações. Deus res
pondeu à oração de Habacuque, mas
aplicação entendemos que não da maneira que
Habacuque esperava! Deus disse que
Você se preocupa com a violência e as
estava levantando uma nação muito
injustiças no mundo? Tem orado a Deus
forte e terrível que usaria como ins
pelos líderes mundiais, pelos governantes,
trumento de castigo contra Seu povo
pelas autoridades? Ou acha que não pode
(Hc 1.5-11). Deus é soberano e pode
fazer diferença? Lembre-se de 1Timóteo
usar qualquer nação para cumprir Seus
2.1,2: "Antes de tudo, pois, exorto que
planos.
se use a p rá tica de súplicas, orações,
intercessões, ações de graças, em favor de
todos os homens, em favor dos reis e de
todos os que se acham investidos de au
II. A dúvida sobre os
toridade, para que vivamos vida tranquila
métodos de Deus
e mansa, com toda piedade e respeito
A segunda dúvida de Habacuque é
como Deus pode usar uma nação idóla
Habacuque tinha muitas dúvidas, tra para castigar Seu povo. Habacuque
assim como nós. Perguntamos: Por reconheceu a pureza e santidade de
que Deus permite tanto sofrimento no Deus, mas não entendeu como Deus
mundo? Por que tantos desastres na pôde tolerar "os que procedem perfida
turais? Por que tanta pobreza, pessoas mente" e pôde ficar calado "quando o
passando fome? Por que tanta gente perverso devora aquele que é mais justo
sem emprego? Por que o ímpio vai bem do que ele" (Hc 1.13). Porém, o profeta
e o crente sofre? Habacuque levou suas reconheceu que Deus é eterno e santo
dúvidas ao Senhor e não teve medo de e O chamou “ó Senhor, meu Deus, ó meu
se expor perante Ele. Não tinha medo de Santo" (Hc 1.12) Aquele que, na Sua
gritar e perguntar ao Senhor por que Ele soberania, tem todo o direito de fazer
não estava fazendo nada. o que deseja.
30
Embora Habacuque não tenha po a palavra de conforto de Habacuque tem
dido entender os caminhos do Senhor, sido um texto-chave para a fé na Reforma
aceitou a vontade Dele e expressou sua Protestante desde o século XVI” (Bíblia
confiança: "Não morreremos" (Hc 1.12). de Estudo de Genebra).
32
Salomão, homem
de oração objetiva
Pr. John D. Barnett
Introdução
U
Aquele que é um verdadeiro líder deve
demonstrar esse coração pastoral nas
por todo povo de Israel. Mas neste
suas orações a favor do seu povo.
capítulo quem é exaltado é o próprio
Deus. E bom notar que, ao aproximar-
-se de Deus, Salomão "ajoelhou-se em
2. Ele é Salomão, um intercessor presença de toda a congregação de Israel"
Enquanto chamamos a esta “ora (2Cr 6.13) e exaltou o Senhor, o Deus
ção de dedicação do templo”, temos de Israel, destacando vários atributos
primariamente uma oração de inter divinos.
cessão. Vemos isso no versículo 3, onde
Salomão abençoou o povo, pedindo 1. Deus cumpre
que o poder de Deus entrasse em ação o que promete
na vida deles. A maior parte da oração (2 0 6 .1 4 -1 5 )
promessas (2Cr 6.10) e o Deus que fez Aprom essaaDavi: "Não tefaltará
uma aliança com Seu povo. sucessor diante de mim” é seguida pela
34
condição "contanto que teusfilhos guar mento aqui é um pouco esquisito, em
dem o seu caminho, para andarem na lei que não é somente uma oração a ser
diante de mim". Pelo fato que Salomão respondida, mas uma oração para que
aceita essa condição, buscando andar uma outra oração (a do povo) seja
(desde o início!) como seu pai, Davi, respondida!
na lei de Deus, ele reconhece que o
Deus que promete a bênção é o Deus É bom notar que aqui não são
que requer santidade dos Seus servos, petições (oração por si mesmo), mas
porque Ele é santo na Sua p essoa intercessões (oração em favor de ou
(Lv 19.2). tros). Vemos as petições de Salomão
em 2Crônicas 1, em favor das suas
3. Deus é transcendente próprias necessidades. Aqui sua grande
(2 0 6 .1 8 ) preocupação é com as necessidades do
"Eis que os céus, e até o céu dos céus, seu povo. Suas intercessões cobrem
não te podem conter, quanto menos esta uma grande variedade de situações, e
casa que eu edifiquei". Seria loucura ima vão além de Israel para o “estrangeiro”
ginar que o templo podia conter Deus que busca o Senhor (2Cr 6.32).
na Sua glória. Não podemos dimensio
nar a pessoa de Deus, porém, por maior 1. Pela família real
que seja o motivo de nossa intercessão, (2Cr 6.14-17).
maior ainda será o que esperamos Dele.
2. Pelo templo, para que seja verda
4. Deus é condescendente deiramente a Casa de Deus
(2Cr 6.19-21) (2Cr 6.18-21).
Mas o Deus que é tão alto, acima
das nossas expectativas, é o Deus que 3. Pelo povo que tem pecado e lhe foi
desce até nós, e cujos olhos estão exigido que jurasse (2Cr 6.22-23).
"abertos dia e noite sobre este lugar... para
ouvires a oração". Aleluia! Que Deus 4. Pelo povo na sua tribulação por
maravilhoso! que tem pecado contra o Senhor,
para que Deus Se com padeça
III. 0 modelo de dele, quando o inimigo o vencer
oração intercessória (2Cr 6.24-25).
(2Cr 6.22-42)
5. Pela chuva, para que Deus ouça as
Aqui está um modelo de oração súplicas do Seu povo em tempos
intercessória. É interessante notar a de seca (2Cr 6.26-27).
frase comum em todas as nove peti
ções contidas nessa oração. “Se isso ou 6. Pela situação do povo em tempos
aquilo acontecer, e seu povo orar, então, de fome e pragas de várias espécies
ouve dos céus, e perdoa...1'. O pensa (2Cr 6.28-31).
35
7. Pelos estrangeiros que abraçaram do Senhor sobre a casa, se encurvaram
a fé verdadeira, para que Deus os com o rosto em terra sobre o pavimento, e
proteja e abençoe (2Cr 6.32-33). adoraram, e louvaram o Senhor, porque é
bom, porque a sua misericórdia dura para
8. Pelo povo em tempos de guerra, para sempre” (2Cr7.3).
que Deus o auxilie (2Cr 6.34-35).
aplicação
36
Elias e a
oração da fé
Pr. Enoque Vieira de Santana
te x to básico 1 Reis 17.1; 18.1,42; Tiago 5.17-18 leia a Biblia diariam ente
texto devocional Salmo 116.1-19 seg M t 6.5-8
O aluno aprenderá a orar confiantem ente, na certeza de que Deus responde, sáb SI 28.1-9
segundo a Sua vontade. dom 514.1-8
Introdução
37
que desceu dos céus em forma humana
foi Jesus Cristo, nosso Salvador (G14.4;
haverá nestes anos, segundo a m inha
Jo 1.14; c/. Is 9.1-7).
p a la v ra " (1 Rs 17.1), em vez de dizer
"segundo a palavra do Senhor"?
2. Elias estava sujeito
aos mesmos sentimentos
dos humanos
Os sinais da sua hum anidade b. Solidão - “Basta, toma agora, ó
ficaram evidentes nos sentimentos ex Senhor, a minha alma, pois não
pressados; a incompreensão do povo, a sou melhor do que meus p a is”
perseguição cruel de Acabe e a dor do ( lR s 19.4). Deus não atendeu
isolamento causaram nele sentimentos essa oração, pois Elias pediu nela
comuns a toda a raça humana. sua morte, mas o arrebatou tem
pos depois (2R s 2.1-14). No en
a. O tem or ou m edo - "Temendo, tanto, seu clamor demonstra um
pois, Elias levantou-se e, para salvar estado profundo de solidão. Jesus
sua vida, se foi e chegou a Berseba" também sofreu solidão no Get-
(lR s 19.3). B difícil imaginar que sêmani (Lc 22.44). O salmista e
Elias, o ousado profeta que desa Paulo demonstraram esse senti
fiou Acabe ejezabel, que desafiou mento (SI 102.1-7; 2Tm 4.16).
os profetas e o culto à Baal, que A solidão deprime e corta a alma
orou para que não chovesse e para humana.
que chovesse, e assim aconteceu,
tenha se tornado tão fraco e tão í. Injustiça - “e procuram tirar-me
vulnerável a ponto de ter medo. a vida". O profeta Elias queixa-
Todos sabem os que o m edo é -se ao Senhor pela injustiça que
um sentimento de fraqueza, mas estava sofrendo. Esse sentimento
quando esse medo é levado em o fazia ser vítima aos seus pró
oração Aquele que tudo pode, a prios olhos; vítima de tudo e de
fraqueza se transforma em força. todos, inclusive com tendências
de acusação ao próprio Deus.
Paulo tam bém enfrentou te Quantas vezes as injustiças nos
m ores e fraquezas (R m 7.15-24; fazem reclamar e acusar o próprio
2Co 12; 10). Obrado de vitória está em Deus!
Romanos 7.25: “Graças a Deus por Jesus
Cristo, nosso Senhor". d. Ira - Elias ficou irado pelo zelo
que devotava ao Senhor, ao cul
aplicação to monoteísta e ao seu próprio
Será que houve arrogância em Elias
povo. V ingou-se da idolatria,
quando disse: "Nem orvalho nem chuva
m atando os profetas de Baal
(lR s 18.40).
38
II. Pela persistência ram ao poder de Jeová, e Israel os
(Tg 5.17-18) atravessou como em terra seca
(Êx 14.13-31; Js 3.14-17).
"e orou, com insistência, para que
não chovesse (...) E orou, de novo" Não b. Em Gibeom, o sole a lua se detive
sabemos, ao certo, quantas vezes Elias ram e pararam até que os hebreus
orou para que acontecesse seca ou vencessem e desbaratassem os
chuva; contudo, temos a certeza de que inimigos amorreus (js 10.12-14).
suas orações eram um bater contínuo
nas janelas dos céus para que Deus C. No tempo de Jesus, o mar e os
fizesse valer a Sua palavra diante do ventos obedeceram à Sua voz
estado de desprezo e rebelião de Israel (Mt 8.23-27).
(Dt 32.15-25; 2Cr 7.14-15).
3. A persistência na oração
Sua atitude era semelhante à atitu ensinada por Jesus e pelos
de da mulher da parábola dita por Jesus apóstolos
sobre o dever de orar sempre e nunca
esmorecer (Lc 18.1-8; lR s 18.41-46). a. Jesus nos estimula a que oremos
com persistência (M t 7.7-11;
1. A persistência na oração Lc 11.9-13).
move o coração de Deus
“Não fa rá Deus justiça aos seus b. A igreja apostólica orava com per
escolhidos, que a ele clamam dia e noite, severança (At 1.14).
embora pareça demorado em defendê-
-los?” (Lc 18.7). C. Os apóstolos ensinavamumaoração
persistente (E f6.18; 1Ts 5.17,25;
2. A persistência na oração IPe 3.7; 4.7).
move os céus e a terra
“Orou, com insistência, para que não Conclusão
chovesse sobre a terra, e, por três anos e
seis meses não choveu. E orou, de novo, Elias orou com insistência e foi
e o céu deu chuva, e a terra fez germinar atendido. Sua oração satisfazia as as
seus frutos". pirações divinas para a época, e nisso
consistia também sua eficácia.
O Deus vivo a quem oramos tem o
universo todo sob Suas ordens; Ele tem A oração que produz o efeito de
domínio sobre tudo e ao Senhor obede sejado é feita por homens e mulheres
cem sem restrições sol, lua, mares e rios. sujeitos à fraquezas e sentimentos; a fé
ousada os faz derramar a alma, como
a. No tempo de Moisés ejosué, o Mar um jorrar puro e cristalino, nos manan
Vermelho e o Riojordão se rende ciais do poder de Deus.
39
Neemias,
jejum e oração
Profa. Betty Bacon
0 aluno entenderá que a oração franca e fervorosa é a chave da restau sáb Ne 2.1-10
ração, seja na vida pessoal ou na igreja. dom Lv 26.40-45
Introdução
40
Em 537 a.C., voltaram Zorobabel 4. Neemias
e Josué, o sumo sacerdote, para Homem de ação, lutava na oração,
reedificar o templo. antes de agir. A Bíblia menciona três
pessoas com este nome. "Neem ias”
Em 458 a.C., veio Esdras, a ensinar quer dizer “O Senhor consolou”. Vamos
a lei de Deus. considerar aquele que viveu no exílio no
quinto século a.C., cujo livro leva o seu
Em 445 a.C., Neemias chegou nome. Era ele copeiro do rei, cargo de
em Jerusalém como governador confiança absoluta naqueles dias e na
apontado pelo imperador persa. quela cultura. Evidentemente, gozava da
Reconstruiu os muros da cidade alta estima do monarca. Foi duas vezes a
e fez reformas radicais na cidade. Jerusalém, investido de autoridade como
Todo esse processo aconteceu sob governador, com escolta da cavalaria
a oração intensa de grandes líderes real. Tudo fazia para aliviar e melhorar a
espirituais. situação dos que voltaram do cativeiro.
Além de não cobrar do povo o sustento
1. Daniel que normalmente deveria receber como
a. O rava quan d o p rec isav a de governador, até ajudava no sustento de
ilu m in ação e en ten d im en to muitos. Na restauração dos muros, tra
(Dn 2.17-18). balhou junto com os demais e organizou
a defesa deles. Sua atuação foi sempre
b. Orava reservando horas especiais vigorosa. Teve que enfrentar oposição
todos os dias (Dn 6. 10). política e espiritual.
41
que sem a misericórdia de Deus não Encontramos, nas atitudes de Ne
podia haver perdão e restauração. Jejuar emias, outras indicações a respeito de
também demonstra o autocontrole que oração, assim como em outras porções,
aparecia em outros aspectos do minis com indicado a seguir.
tério de Neemias (Ne 1.4).
1. Era a prática da vida cristã diária
O jejum, no antigo Oriente Médio, (Ef6.18).
geralmente era acompanhado do vestir
de saco e assentar-se no chão. Era uma 2. Focalizou a atenção no caráter do
demonstração de humildade máxima Deus (Ne 1.5; Hb 11.6).
diante de Deus e uma confissão da
dependência total da graça Dele. Os 3. Identificou-se com o povo pecador
ninivitas jejuaram , obrigaram seus (Ne 1.6-7; cf.Dn 9.5-8).
animais a fazer o mesmo, para provar
que o arrependimento era sincero. Os 4. Baseou seu pedido na aliança de
judeus usavam a prática também para Deus, e no caráter do Deus da aliança
clamar pela misericórdia e perdão de (Ne 1.5, 8-9; ler com cuidado
Deus (J1 1.13-14; Et 4.16). Podia ser Lv 26.40-42; Dt 30.1-4).
abstinência total de comida e água, ou
apenas parcial. Presume-se que Daniel, 5. Relembrou que ele e seu povo
já bem idoso, não suportaria jejum total. eram os red im id os de D eus
Por isso, “Manjar desejável não comi, nem (Ne 1.10).
carne nem vinho entraram na minha boca,
nem me untei com óleo algum, até que pas 6. Pediu, de modo específico, somen
saram as três semanas inteiras' (Dn 10.3). te no final, que fosse ouvido pelo rei
( N e l .l l ) .O favor do rei em nada
No dia da expiação, era ordem ajudaria, sem a autorização e apoio
divina “humilhar-se" ou “abaixar-se” do Rei dos reis!
em arrependimento diante do Senhor
(Lv23.27 e 29). Adverte-se fortemente III. Os frutos desta oração
contra os abusos da prática. As expres
sões materiais, externas, sem as atitudes D eus concedeu a N eem ias o
corretas, atraíram a condenação de Jesus privilégio de participar ativamente na
e dos profetas. O jejum nunca podia ser resposta à sua oração. O Senhor orde
uma maneira de tentar manipular Deus nou aos discípulos: “A seara, na verdade,
ou os homens (is 58.3-7; Lc 18.12). égrande, mas os trabalhadores são poucos.
Rogai,pois, ao senhor da seara que mande
No N ovo T estam en to, o je trabalhadores para a sua seara". Logo
jum é prática voluntária, mas aceita após esse incentivo à oração, os mesmos
(Mt 6.17-18; At 13.2; 14.23). Era ex discípulos foram enviados para pregar o
pressão de autodisciplina. evangelho (Mt9.37-10.1 cf.Lc 10.1-3).
42
O ministério de Neemias possibi uma pessoa como sua oração. Observe
litou e complementou o ministério de as preces do fariseu e do publicano
outros, porque foi iniciado e desenvol (Lc 18.9-14); ou o clamor do rei peca
vido sob a orientação do Senhor: dor no Salmo 51.
43
íf f%
10
Jeremias e seus
diálogos com Deus
Profa. Betty Bacon
Introdução
Jeremias nasceu em cerca de 640 tória vemos que todo o povo de Israel
a.G, na cidade sacerdotal de Anatote a violava. O rei Josias renovou a aliança
no território de Benjamim, a uns 5 e conclamou o povo a fazer o mesmo
km ao nordeste de Jerusalém . Em (2Cr 34.31-33). O povo, porém, só
bora sendo de linhagem sacerdotal, prometeu da boca para fora, o que fi
nunca exerceu o sacerdócio. Cresceu cou cada vez mais evidente nos reinos
no reinado do piedoso Josias, e teria seguintes. Por isso, as palavras de mais
presenciado a grande reforma desse rei, destaque em Jerem ias são ‘mentira,
cujo lamento fúnebre também escreveu ‘traição’, ‘infiel’ e seus sinônimos.
(2 C r3 4 e 3 5 ).
A dupla tarefa do profeta era "ar
Jeremias e a aliança. O pano de rancar, despedaçar, arruinar e destruir”,
fundo da vida do profeta, de todo o e depois "edificar e plantar" (jr 1.10).
seu livro, e da Bíblia inteira, é a aliança Da primeira etapa, faziam parte as for
entre Deus e Seu povo (Êx 24; Lv 26; tes denúncias das muitas violações da
Dt 29; Hb 13.20). Era refletida no re aliança, que Israel nunca guardou nem
lacionamento entre marido e mulher poderia guardar. Na segunda, figuravam
(Os 2.2; Jr 2.2; Ez 16.32); e, no Novo as prom essas maravilhosas da nova
Testamento, entre Cristo e Sua igreja aliança, ratificada pelo sangue de Cristo,
(E f 5.22-33). Era garantida pela fide escrita no íntimo, e cuja obediência se
lidade do Senhor (Dt 7.9), e exigia a tornava possível pelo Espírito de Deus
obediência do povo. Por meio da his a habitar no coração de quem crê.
44
Hoje estudaremos a experiência as minhas palavras"-, "eu estou com voa1
de Jeremias em oração. e o protegerei" (jr 1.8,9,10,19).
45
seu Deus. Era ele "como árvore plantada O questionamento de Jeremias
à beira de águas correntes" “e que estende não era novidade. Jó havia notado
as suas raízes para o ribeiro" (SI 1.3 e a aparente im punidade dos maus
Jr 17.8). Chegou uma hora, porém, em (até a terra da sepultura fica macia
que parece que duvidava desse recurso. para eles! Jó 21.33). O salmista teve
"Por que te tornaste para mim como um problem as espirituais pela mesma
riacho seco, cujos mananciais falham?" causa até entrar no santuário de Deus
(Jr 15.18). (SI 73.1-17).
Í
Ao pedirmos proteção, ou capacitação,
E o mesmo que conclamou o Seu
ou até alívio do sofrer, estamos atentos
povo ao arrependimento, dizendo: “Ve
o bastante para mudar em nós aquilo
que o Espírito de Deus nos mostra como nham, vamos refletir juntos" (is 1.10); e
necessitando de mudança? que ouviu paciente as queixas de Marta
e Maria (Jo 11.21,32).
47
11
Daniel ora conforme
a palavra de Deus
Pr. Silas Arbolato da Cunha
"Ato primeiro ano de seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, qua Hb 10.19-23
que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, qui Dt 28.1-14
que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos"
sex D t 28.15-1 9,36,41,64-68
sáb Ed 9.1-15
O aluno fund am entará suas orações no caráter e nas promessas de
Deus reveladas nas Escrituras. dom Is 59.1-21
Introdução
48
o universo e que Seu povo deveria dos setenta anos era apenas uma parte
ter aprendido a temê-Lo, respeitá-Lo, de um todo. Daniel havia examinado
reverenciá-Lo. todo o conjunto das Escrituras, a co
meçar pelas alianças, passando pelo
Eugene Peterson nos diz que “a agir de Deus abençoando, quando o
oração nunca é a primeira palavra, é povo obedecia, e castigando-o, quando
sempre a segunda. A oração é réplica, desobedecia (Dt 7.9-11). Daniel exa
não o primeiro discurso”. Deus requer minara as repetidas advertências dos
que reconheçam os o Seu dom ínio profetas, particularmente de Jeremias
universal (is 57.15). A oração deve ser (jr 25.11,12; 29.10) e descobrira ali
centrada em Deus, tendo em mente que Deus estava sendo fiel ao que disse
quem Ele é e quem nós somos. que faria se o seu povo persistisse no
pecado.
Nossas orações precisam encon
trar sustentação no solo da palavra de Conhecer as preciosas promessas
Deus. Não há como existirmos antes de Deus reveladas em Sua Palavra lança
que Deus fale. Quando oramos, preci fora a incerteza e começa a dar forma a
samos estar atentos a Deus, não a nós toda realidade que nos rodeia.
mesmos. A oração que olha para cima
vê que Deus está no controle. O Senhor é fiel em todas as Suas
palavras (SI 145.13). Ele não pode ser
Por mais estranho que nos pareça, infiel, pois Nele não há os desejos, as
o grande segredo para orar corretamente fraquezas, os temores, a influência
é saber ouvir, e não, saber falar. Assim externa que há em nós.
como uma criança aprende a falar por
ouvir o seu pai falar, nós aprendemos a Portanto, nossas orações devem
orar, quando aprendemos a ouvir o falar ser baseadas nas prom essas reais e
de Deus. Deus nos fala por meio de Sua infalíveis de Deus (Hb 10.23) e não
Palavra. A Bíblia é o falar de Deus a nós na nas nossas expectativas, sentimentos
pessoa de Seu Filho (Hb 1.1-2), portanto ou desejos. A fidelidade de D eus
ela deve ser a base principal de nossa precisa tomar conta da nossa consci
oração. Assim, a oração de Daniel foi ência quando a Ele nos dirigimos em
para que os decretos de Deus, revelados oração.
nas Escrituras, se cumprissem na história.
Uma oração fervorosa, consciente,
II. Oração esperançosa por verdadeira, consistente e persistente só
causa da fidelidade de Deus pode fluir de um coração que conhece a
(Dn 9.4 e 12) fidelidade de Deus, que confia na digni
dade desse nome, que conhece Aquele
A oração de Daniel dizia respeito que fez a promessa e é fiel e poderoso
a Deus por trás da profecia. A questão para cumpri-la.
49
III. Oração consciente perseverança, mediante a qual o crente
da justiça de Deus suplica a Deus em favor de outra pessoa
(Dn 9.7 e 16) ou pessoas que necessitem da interven
ção divina. A oração de Daniel no cap. 9
Dizer que Deus é justo significa é uma oração intercessória, pois ele ora
dizer que Ele age sempre com equidade contritamente em favor da restauração
moral. O Senhor está certo em todas as dejerusalém e de todo o povo de Israel.
Suas atitudes. Tudo aquilo que se confor Daniel se identifica com seu povo e se
ma à natureza de Deus é bom, o que não inclui como culpado. Quais os pecados
se conforma não é. Homens como Davi que Israel cometera?
e Daniel reconheciam a própria injustiça
em contraste com a justiça de Deus. 1. Israel fora rebelde aos mandamen
tos do Senhor (v.5).
Diante das repetidas advertências
de Deus nas Escrituras (Gn 18.25; 2. Israel fora negligente com os pro
ISm 12.7; Jó 8.3; 36.3; Sl 11.7; 97.2) fetas do Senhor (v.6).
estava patente para Daniel que os peca
dos do seu povo destoavam do padrão 3. Israel fora desobediente à voz do
de santidade e Deus e, por Ele ser fiel à Senhor (v.lO).
Sua palavra, agia justamente ao enviá-los
para o cativeiro. Parece estranho que um homem
como Daniel tenha se incluído entre os
Devido aos nossos pecados, es pecadores! Veja o exemplo de Esdras
tamos todos sob sentença de morte (Ed 9 e 10), que mesmo não tendo par
(Rm 3.23; 6.23), sentença essa proce ticipado do pecado de Israel quando se
dente do confronto da justiça de Deus misturaram com os gentios, confessou
com a nossa situação moral. A justiça de a Deus o pecado da nação, incluindo-
Deus permanece para sempre totalmente -se no meio dos culpados: “porque as
rigorosa em relação ao pecador. Só nos nossas iniquidades se multiplicaram".
conformamos a ela quando, arrepen Também temos a exortação de Paulo
didos, confessamos os nossos pecados aos coríntios, lembrando-lhes que de
(ljo 1.9) e nos rendemos a Cristo, con veriam estar todos chorando por causa
fiando nEle para salvar-nos; e assim a do pecado cometido por um dos seus
Sua justiça é imputada aos filhos de Deus membros (lC o 5.2).
(Rm 5.18,19).
E sse s exem plos nos ensinam
IV. Oração intercessora por que um homem piedoso, ao ver que
causa dos nossos pecados há pecado no meio do povo de Deus,
{Dn 9.5,6 e 10) irá reconhecer a sua parcela de culpa
nisto. Um homem piedoso jamais irá
Pode-se definir a intercessão como ser como o fariseu, orando hipocri
a oração contrita e reverente, com fé e tamente: "O Deus, graças Te dou por-
50
que não sou como os demais homens ” os caminhos. Então, Ele tem prazer em
(Lc 18.11). Um homem piedoso irá re derramar bênçãos, por causa do amor e
conhecer, sempre, que se houve pecado da misericórdia que lhes são peculiares;
no meio do povo, a vergonha cai sobre por amor do Seu nome, não nos tratan
toda a congregação. do segundo as nossas iniquidades, mas
segundo a Sua bondade (SI 103.10).
O intercessor é empático e lamen
ta o pecado. A oração de Daniel nos Há, nesta oração, uma total ausên
desafia a nos comprometermos com o cia de interesse próprio e uma profunda
povo, com sua miséria e dor, solidari preocupação ou zelo pelo nome de
zando-nos com ele, intercedendo por Deus (teu santuário, teu nome, tua ci
ele diante de Deus. dade, teu povo Dn 9.17-19). Ele apela
à reputação do Senhor.
V. Oração confiante na
misericórdia e no perdão Conclusão
de Deus
(Dn 9.9,18-19) A prática da oração envolve mis
térios insondáveis. Qualquer que seja
Os persistentes desvios de Israel, o nosso entendimento sobre oração,
sua obstinação e rebeldia colocaram a o Ser de Deus e o Seu agir estarão
nação numa condição que não lhe permi envolvidos.
tia restaurar seu relacionamento com o
Criador à parte da misericórdia de Deus. E ensino claro das Escrituras que
o conhecimento que Deus tem de Si
Naquela hora de oração, Daniel mesmo e de todas as coisas possíveis
estava refletindo nas palavras de Deus e reais é caracterizado por absoluta
a Jeremias. Deus buscou trazer Israel perfeição.
para perto de Si. Em determinados m o
mentos, Deus chacoalhou a vida deles, Toda oração é colocada em seu
trabalhou para afofar aquela terra, mas devido contexto quando baseada na Pa
o coração deles continuava duro e não lavra eterna de Deus, que não trabalha
queriam mudar seus caminhos. Daniel impessoal nem mecanicamente, nem
suplicou pelas misericórdias de Deus - coloca a vontade divina como selo em
“Ouve, Senhor!". Ele sabia que Deus não assuntos tolos. A vida de fé não é feita
ouve algumas orações. para nós, mas desenvolvida em nós pela
Palavra que ordena e abençoa, tendo
Mas Deus ouve a oração daqueles como resposta orações que louvam
que Lhe querem ouvir a voz e mudar voluntariamente.
51
1 2
Zacarias agradece
pelo Filho
Pr. Esli P. Faustino
Introdução
53
lugar em consequência das perseguições divina ao contemplar o menino Jesus
religiosas. Confere com isso a predição (Lc 2.30). Fazia parte das predições de
dos “setenta setes” de Daniel (Dn 9. 24) Isaías o anúncio da salvação divina por
e as declarações do Novo Testamento de meio do Messias (Lc 3.2-6; Jo 4.22).
que somente a volta de Jesus a Sião para
apartar de Jacó as impiedades é que porá 4. 0 fortalecimento no Espírito
fim às suas iniquidades (Rm 11.25-27). (Lc1.80)
S'i\
Maria, uma
oração de louvor
Profa.Ann G. Barnett
Introdução
Maria, sem dúvida alguma, foi Estudo de Genebra). Maria não recusou
uma mulher singular. Ela era uma moça essa honra, embora isso lhe fosse causar
bem humilde, mas da linhagem do rei muitos problemas, mas se colocou à
Davi. O fato de ela ter sido escolhida disposição do Senhor dizendo: “Aqui
por Deus para ser a mãe do Salvador está a serva do Senhor".
demonstra que foi uma moça muito
espiritual. As primeiras palavras do A Igreja Católica Apostólica Ro
anjo Gabriel confirmam isso ao chamá- mana dá uma posição de destaque a
-la “muito favorecida” e ao reconhecer Maria, chamando-a de “Mãe de Deus”,
"O Senhor é contigo” (Lc 1.28). O anjo mas sempre a Bíblia a trata como uma
falou a Maria: “achaste graça diante de “serva de Deus” !
j
Deus” (Lc 1.30) - Deus estava contente
;
com ela.
j I. O louvor de Maria
| É interessante notar que Maria
1 não duvidou como Zacarias, mas sim- Maria, após a visita do anjo, partiu
' plesmente desejou saber como isso ia para passar um tempo com a sua prima
j acontecer (Lc 1.34). Ela "percebeu que Isabel. Esta, capacitada pelo Espírito
j o anjo não estavafalando a respeito de um Santo, declarou a Maria: "Bendita és tu
* filho que ela teria em consequência de seu entre as mulheres, e bendito ofruto do teu
I casamento com José. Ela entendeu que o ventre” (Lc 1.42). Não podemos com
I anjo queria significar algo miraculoso - preender os sentimentos de Maria, mas
| uma gravidez sempai humano” (Bíblia de ela respondeu à situação com gratidão
55
e louvor. Necessitamos de maturidade 2. Reconhecendo a
espiritual para louvar a Deus em todas santidade de Deus
as situações, como Maria fazia. Como Ana, Maria reconheceu a
santidade de Deus - "Santo é o seu nome"
aplicação (L c 1.49) - e a Sua m isericórdia.
Quantas vezes esquecemos que Deus
U
Você consegue orar e louvar ao Senhor
é santo e entramos na Sua presença de
em todas as circunstâncias?
qualquer jeito!
3. Reconhecendo
A oração de louvor de Maria é sua posição humilde
conhecida como Magnificai, porque na M aria reconhece sua posição
tradução em latim, a Vulgata, a primeira perante o Senhor - ela é apenas uma
palavra é Magnificai, que significa “en humilde ’’serva”. Lembre-se das palavras
grandece”. Esse cântico é semelhante do Senhor: "quem quiser tornar-segrande
ao cântico de Ana, mãe de Samuel entre vós, será esse o que vos sirva; e quem
(lS m 2.1-10). quiser ser o primeiro entre vós será servo
de todos" (Mc 10.43- 44).
“Os dois cânticos iniciam-se com
regozijo por causa do livramento do
Senhor, exaltam a incomparabilidade e II. As declarações de Maria
santidade do Senhor, condenam a jactân
cia orgulhosa, indicam mudança da sorte "M aria, usando uma form a de
humana, como resultado de intervenções expressão profética, refere-se às mara
pelo Senhor soberano, e expressam o cui vilhas que a vinda do Messias chegaria
dado fiel que o Senhor dedica aos seus” a produzir" ( cf. Tg 5.1-5) (Bíblia Vida
(Bíblia de Estudo de Genebra). Nova).
56
Maria, na sua oração, viu que Deus diz que Deus "Encheu de bens osfamin
"dispersou os que, no coração, alimenta tos". Salmo 9.18 diz que "o necessitado
vam pensamentos soberbos" (Lc l.S l), não será para sempre esquecido”.
pois o Senhor mesmo disse “a soberba,
a arrogância, o mau caminho e a boca Ana, na sua oração, diz que “os que
perversa, eu os aborreço” (Pv 8.13). O andavamfamintos não sofrem maisfome”
crente não pode ser orgulhoso, pois ( ISm 2.5) mas os que antes eram ricos
é apenas um pecador salvo pela graça “se alugam por pão". Que revolução!
de Deus.
A p alavra “ bens” p o d e ta m
2. Revolução social bém se referir a bênçãos espirituais.
(Lc 1.52) "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor
“Derribou do seu trono os poderosos Jesus Cristo, que nos tem abençoado
e exaltou os humildes’’ (Lc 1.52). Maria com toda sorte de bênção espiritual”
era uma pessoa humilde, de uma famí (Ef 1.3). Hoj e, há muita ênfase em bens
lia simples, mas foi escolhida para ser materiais na sociedade consumista em
a mãe do Salvador. Deus trouxe uma que vivemos, mas Jesus adverte Seus
revolução social com essa escolha - não discípulos a buscar em primeiro lugar
escolheu um palácio ou lar de alguém o reino de Deus (Mt 6.33).
de destaque na comunidade religiosa,
como um membro do Sanhedrin (Cor
te Suprema Judaica) para Seu Filho. Conclusão
Deus escolheu e continua escolhendo
"as coisas fracas do mundo para envergo M aria termina sua oração com
nhar as fortes; e Deus escolheu as coisas gratidão, lembrando da bondade do
humildes do mundo, e as desprezadas, Senhor em amparar Israel e cumprir
e aquelas que não são, para reduzir a Suas promessas como prometera.
nada as que são; a fim de que nin
guém se vanglorie na presença de Deus" Percebemos de sua oração que
(lC o 1.27-29). Maria conhecia as Escrituras do AT e
sabia usá-las na oração. Ela entendeu
aplicação que a oração deve começar com Deus,
louvando-O por tudo que Ele é e faz, e
Deus pode usar você. Basta adotar a
em segundo lugar deve haver reconhe
atitude de servo!
cimento de nosso estado de pecadores,
com confissão de pecados. Ela lembrou
3. Revolução econômica que a misericórdia do Senhor vai de
(Lc 1.53) geração em geração e foi grata. N ós
Maria rejeita a ideia de que os ricos devemos ser gratos pela bondade do
devem ter todos os privilégios quando Senhor sempre.
57
1 4
Paulo, de joelhos
em favor dos crentes
Pr. Silas Arbolato da Cunha
Introdução
Existe uma tradição mística na que Deus fizera em Cristo e lhe revelara
nossa vida de oração à qual estamos (E f 1.3-14), e orava para ver o plano de
pesadamente inclinados, que é orar Deus revelado se cumprir na vida dos
com os olhos fechados. Desde minha seus leitores. E esse plano proposto por
infância aprendi: “Incline a cabeça, Deus consistia no louvor da Sua glória
feche os olhos, vamos orar”. por meio da vida dos efésios.
58
1. 0 conhecimento do
propósito soberano de Deus
Paulo estava extasiado e com a sua
mente impregnada da verdade divina
revelada por Deus. Ele conhecia o pro
pósito de Deus quanto a Sua interven
ção na história da humanidade através
mesmas bênçãos em Cristo, evidenciando
isso por sua devoção a Ele, pela fé e ser
viço a Seu povo pelo amor.
U
Quanto nossas orações denotam nossa
“conhece-te a ti mesmo” somos enco
gratidão a Deus?
rajados a conhecer a Deus.
60
Sua herança rica e gloriosa. Somos aplicação
o fruto do penoso trabalho de Sua Devemos orar para que os crentes estejam
alma (is 53.11). certos e confiantes que nada pode impedir
o cumprimento do propósito de Deus em
relação a eles. Não há força que possa
Todos precisamos saber que somos precio frustrá-lo.
sos aos olhos de Deus, que somos como
"troféus" da Sua graça. Quando nossos
Nós precisamos levar a sério esse
olhos são abertos para enxergarmos essa
poder, especialmente nestes tempos
verdade, nossa perspectiva de vida muda
em que pessoas têm abusado do poder
e se torna mais fácil estar na presença de
de Deus, tentando manipulá-Lo e fazer
Deus em oração.
com que Deus o use à maneira delas.
ção que Paulo faz dos verbos saber Elá uma segunda razão para as ora
(v.18) e crer (Ef 1.19). Deus usará ções de Paulo: que o plano maravilhoso
o mesmo poder em nós que já usou de Deus seja cumprido na experiência
(segundo a eficácia) em Cristo. dos seus leitores, mesmo em situações
que p ud essem vir a desanim á-los
• Ele usou o Seu poder para ressus (v.13). Paulo foi sensível para enxergar
citar Cristo dentre os mortos, con o desalento dos efésios e sábio ao orar
firmando a Sua obra de salvação pedindo ao Pai que doasse os seguintes
(E fl.2 0 ); recursos inesgotáveis àqueles crentes.
• Ele usou o Seu poder para fazer a. O Seu poder ilimitado, incalculá
Cristo assentar à destra de Deus vel, inefável (v.16-17) - O Deus
nos céus para reinar junto com Ele Jesus Cristo vive em nós por meio
(Ef 1.20-21); do Deus Espírito Santo que habita
em nós para nos animar, consolar
• Ele usou Seu poder para dar a e, acima de tudo, para reinar.
Cristo autoridade para mandar em
todo universo (Ef 1.21-23). Portanto, se podem os alguma
coisa, é graças à união entre Deus
Deus quer continuar a usar a extra e nós. Aquele que nos fortalece
ordinária grandeza do Seu poder entre com o Seu poder nos capacita a
nós para exaltar mais a Cristo na igreja passar necessidade ou viver em
como a cabeça, por isso compartilha abundância, a sermos humilhados
conosco esse poder (Ef 1.22). ou honrados (Fp 4.12). Esse poder
61
nos habilita a perm anecerm os • É suficientemente profundo para
firmes em Cristo a despeito das alcançar o pecador depravado.
provações, e tam bém a viver
m os e trabalharm os para Ele • E suficientemente alto para con
(lC o 16.13). duzi-lo à glória.
a p lic a r ã o Conclusão
Nossos pensam entos e ações devem
U
Você sabe o que Deus quer fazer
brotar da consciência do quanto Deus
com o povo da sua igreja? A que horas,
nos ama.
cada dia, você o levará à presença do Se
nhor em oração? Louve-O, exalte-0 por
As dimensões desse amor, embora Seu eterno propósito. Agradeça qual
incompreensíveis na sua essência, são quer evidência, passada ou presente,
compreensíveis na sua extensão. da Sua obra na vida dos seus irmãos em
Cristo. Reconheça a soberania de Deus
• E suficien tem en te largo para e ofereça-Lhe o seu preito de gratidão.
abranger homens de toda língua,
a p lic a ç ã o
tribo e nação.
Aos seus olhos, são coisas impossíveis?
• E suficientemente longo para du Leia Efésios 3.20-21.
rar por toda a eternidade.
62
Jesus ora
pelos discípulos
Pr.Esli P.Faustino
"Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam qua Hb 3.1-6
a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" qui H b4.11-16
alvo da lição sex Hb 5.7-10
O alun o aplicará à vida cristã elem entos da oração sacerdotal que
sáb Hb 7.26-28
estim ulam a oração intercessória e a confiança na obra expiatória
de Cristo. dom Rm 8.18-27
Introdução
64
continuadores da obra divina depois do Jesus, a comunhão universal dos santos
grupo inicial; contempla o mundo que incluía todos que haveriam de crer em
amadurece para o julgamento divino Seu nome e na Sua obra na cruz.
e antevê as pessoas que crerão pelo
testemunho dos Seus seguidores no
mundo (jo 17.20). Conclusão
65
1 6
Jesus e suas
últimas orações
Pr. José Humberto de Oliveira
Introdução
66
1. "Ficai aq u i e vigiai com igo" 2. "M eu Pai, se possível"
(M t 26.38) (M t 26.39)
67
aplicação
B
(Jo 12.24). 0 Messias sabia que "sem Muitas vezes, quando decidimos fazer a
derramamento de sangue, não há remis vontade de Deus, as tempestades e as ten
são" (Hb 9.22). A cruz era inevitável e tações parecem aumentar. Mas elas não vão
inegociável aos olhos do Pai. durar para sempre. Na verdade, elas cessam
no momento em que tomamos a decisão de
dizer não à nossa própria vontade, porque
3. “Vigiai e orai" optamos pela vontade de Deus, que é "boa,
(Mt 26.41)
perfeita e agradável" (Rm 12.2).
Quando ouvimos assuntos que vão
além da nossa capacidade de entender,
nosso coração fica perturbado e nossa
mente confusa. Certamente os discípu 11. "P ai, p e rd o a -lh e s "
los ficaram assim, pois não conseguiram (Lc 23.34)
acompanhar a batalha o sono os venceu
- foram dormir. Precisavam aprender o Agora o cenário é outro. Nosso
que significa “vigiar”. O sentido é o de Senhor já está na cruz. Seus pulsos e
dar estrita atenção a algo, de ser caute tornozelos estão perfurados. Ele foi
loso; tomar cuidado para que, por causa torturado, cuspido e açoitado.
de negligência e indolência, nenhuma
calamidade destrutiva repentinamente John White, que é médico, nos
surpreenda alguém; ou seja, comportar- informa que “a tortura sem igual da cru
-se como um vigia, como alguém que cificação consiste na sua sádica oferta de
permanece atento, alerta e acordado. uma escolha entre dois horrores. Ficar
dependurado com os braços estendidos
"Deixando-os novamente,foi orarpela durante horas produz câimbras nos mús
terceira vez, repetindo as mesmas palavras” culos do peito, do abdômen e do diafrag
(Mt26.44). Atentação e as tempestades ma. A respiração se torna difícil e doloro
dentro de Jesus não cessaram de uma sa e a pessoa fica ameaçada de sufocação.
vez. Não passamos nós pela mesma ex Mas para encher os pulmões com ar é
periência? White declara que “quando preciso levantar o corpo, transferindo
Deus nos pede uma coisa contra a qual o seu peso para o cravo que prende os
a nossa natureza se rebela, podemos tornozelos e lutando para ficar menos
até saber desde o começo que aquilo penso e poder se elevar mais. Quando a
é a coisa certa. Mas as tempestades dor se torna insuportável, a pessoa volta
não cessam simplesmente porque o às câimbras e à sufocação novamente”
timoneiro resolve manter a rota. Nem (Ousadia na Oração, p.189-190).
o capitão deixa de averiguar a exatidão
da rota quando as ondas lavam o convés Um historiador relatou que, às ve
ou o mapa fica molhado e enrugado” zes, o crucificado ficava pendurado na
( Ousadia na Oração, p.187-188). cruz por dois ou três dias. Certamente
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Pilatos se admirou de Jesus ter morrido
em seis horas. Ele foi crucificado às 9 estava numa circunstância infinitam ente
horas da manhã (Mc 15.25 - a terceira mais difícil e conseguiu. Vamos tentar?
hora dos judeus, contada desde o nascer Que tal experimentar?
do sol). Às 12 horas houve trevas sobre
a Terra (Mc 15.33) e às 15 horas Jesus
expirou (Mc 15.34).
III. A dor do abandono
Todo esse cenário é necessário para (M t 27.46)
lembrar-nos em que circunstâncias Jesus
pediu que o Pai perdoasse Seus algozes. O sentimento mais comum dos
Incomparável! Uma oração que pede filhos de Deus no momento da aflição
perdão para os ofensores. E um tipo de é este: “Deus me abandonou”, “Ele Se
oração que raramente fazemos, não é esqueceu de mim”, "não sabe mais onde
verdade? Quando alguém nos ofende, moro”.
o assunto da nossa oração é que Deus
repreenda essa pessoa e a faça calar. Mas White escreve que “nenhum aban
nosso Senhor diz que “eles não sabem dono pode serpior do que o ser abandonado
o que fazem”. Aos Seus discípulos Ele por Deus. E o abandono final” (Ousadia
disse também: "Se o mundo vos odeia, na Oração, p.193). O verbo desamparar
sabei que, primeiro do que a vós outros, quer dizer “deixar em grandes dificul
me odiou a mim. Se vósfôsseis do mundo, dades, deixar abandonado, totalmente
o mundo amaria o que era seu-, como, to abandonado”. Certamente foi tudo isso
davia, não sois do mundo, pelo contrário, que Jesus sentiu naquele momento.
dele vos escolhi,por isso, o mundo vos odeia"
(jo 15.18-19). A ignorância e a ceguei Ao perguntar “por que me aban
ra espiritual dos incrédulos devem ser donaste?”, o Filho do hom em não
lembradas por nós, a fim de usarmos de estava pedindo um esclarecimento
misericórdia para com eles. da parte de Deus, mas simplesmente
expressando a dor da solidão, que ul
aplicação trapassa o entendimento. Na verdade,
Ele sabia por que e para que estava
0 exemplo de Jesus nos conclama a um sofrendo. Afinal, levar sobre Si os pe
nível bem mais elevado. Pedir que Deus
cados do mundo inteiro era um peso
perdoe os que nos ofendem é lembrar
que som ente Je su s podia suportar
que Ele nos perdoa de erros maiores. Não
(Is 53.5-6,11-12; ljo 2.2).
estamos perdoando, estamos pedindo que
Deus os perdoe. Se conseguirmos colocar Entretanto, há um fato interessan
isto em prática, certamente começaremos te: mesmo Se sentindo abandonado, o
a ver mudanças em nós e naqueles que Messias ainda disse “Deus meu, Deus
nos machucam. Não é fácil. Mas Jesus meu", ou seja, não sentia a presença do
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Pai consigo, mas reconhecia que Ele A maneira como Jesus enfrentou
continuava sendo Seu Deus. Seus últimos instantes serviu de “ins
piração” para homens como Estêvão
Meus irmãos, a despeito de tudo (A t 7 .5 5 - 6 0 ) e P au lo (F p 1.2;
quanto possam os sentir nos piores 2Tm 4.6-8). Os historiadores dizem
m om entos de n ossa vida, de uma que as últim as palavras de Lutero
coisa jamais poderem os abrir mão: foram: “Nas tuas mãos, entrego 0 meu
Ele declarou "De maneira alguma te espírito; tu me remiste, Senhor, Deus da
deixarei, nunca jamais te abandonarei” verdade” (SI 31.5).
(Elb 13.5). Somos obrigados a acredi
tar nessa promessa até o fim da vida. Jesus encarou Seus últimos m o
Falemos como o salmista: “Eu cria, m entos com uma oração que ficou
ainda que disse: estive sobremodo aflito” registrada a fim de oferecer consolo
(SI 116.10). Em qualquer circunstância, e segurança para Seus discípulos em
jamais duvide da bondade de Deus nem todos os séculos. Muitos livros ensinam
da Sua soberania. Deus nunca perde o como viver, mas pouquíssimos ensi
controle de nada. O Pai não desamparou nam como morrer. Para os que estão
Jesus, Ele simplesmente estava deixan em Cristo, a morte não é um caminho
do o Filho cumprir Sua missão, e esta escuro e incerto. Por isso, a morte não
envolvia muita dor, angústia e solidão. é um problema de quem parte, mas
de quem fica. Em Sua última oração,
nosso Senhor ensina-nos que a morte
IV. A última oração é simplesmente o momento em que
(Lc 23.46) o espírito volta para Deus, que o deu
(Ec 12.7), e a carne para nada será
As últimas palavras de uma pessoa aproveitada (jo 6.63), pois logo entra
talvez sejam a parte mais importante em processo de decomposição.
de toda a sua carreira terrestre. Na vida
de Jesus não poderia ser diferente. Ao
dizer, “Pai, nas tuas mãos entrego 0 meu A certeza de que o nosso espírito
espírito!”, o Senhor mostra-nos que O será recebido por nosso Pai celeste deve
desespero deu lugar à confiança. estar na última oração que faremos na
face desta terra. Amém.
O Cristo de Deus estava nos deixan
do mais este exemplo: como enfrentar a
morte. Normalmente a morte é descrita Conclusão
como alguém que chega com uma foice
que vem nos buscar na hora marcada. 1. Que podemos aprender com Jesus
Isto dá medo! A Bíblia diz que um dos sobre a maneira como Ele orou
benefícios da obra de Cristo é que Ele nos ao enfrentar Sua “última tentação”
libertou do pavor da morte (Hb 2.15). em Mateus 26.36-46? Sendo Jesus
70
nosso modelo, você já experimen 3. Ao perguntar “Por que me aban
tou fazer como Ele fez? donaste?” (M t 27.46), Jesus está
nos ensinando que nos momentos
2. Reflita sobre esta frase de John de profundo desespero os ouvidos
W hite: "Somos chamados p ara e o coração do único Deus Todo-
olhar para Jesus a fim de imitar -Poderoso estão atentos e sensí
aquele que pensou nos outros en veis à nossa necessidade. Você já
quanto sofria (Lc 23.34). Sempre havia pensado nisso? Tal verdade
haverá graça disponível se quisermos deve transformar nossa vida de
agir assim” (p .!9 l). oração!
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E você, é uma
pessoa de oração?
Pr.Jessé Ferreira Bispo
Introdução
72
rito. Isso é resultado dos que valorizam formação da sua historia manchada com
o silêncio do quarto para a oração em muitos pecados, nós também podemos
segredo com o Pai. enfrentar luta semelhante com vozes
dizendo “existem coisas mais importantes
Para finalizar estes estudos, vamos para jazer”, ou "você está muito cansado”,
meditar sobre alguns atributos que uma ou “não tenho jé para esta experiência" e
pessoa de oração deve ter. assim por diante.
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III. Cultivar o ministério de suprimento e sabedoria aos m issio
intercessão em favor de nários que estão em um determinado
muitos campo; salvação do nosso povo; cura
de um enfermo; provisão de emprego
Uma das belas lições que a vida a um amigo; restauração do casamento
de Jesus nos deixa é que Ele valorizou de um parente; e assim por diante.
a intercessão pelas pessoas. Isso acon
tecia tanto em Suas orações individuais Apessoa de oração tem uma agen
como quando estava na companhia da para anotar as necessidades, e no seu
de outros. Muitas pessoas de oração tempo diário com Deus reserva um pe
da Bíblia também intercederam por ríodo para interceder por esses motivos.
seus semelhantes, povos ou situações.
aolicacão
Essas orações, em muitas ocasiões,
puderam revolucionar a sociedade em No período final do sofrimento de Jó, ele
que viveram. foi desafiado pelo Senhor a interceder
por seus amigos. Quando passo por lutas,
Conheço a história de um homem priorizo orar por mim ou pelos outros?
de oração que teve alguns objetos de
sua casa roubados. Alguns dias depois
desse incidente, ele descobriu quem era
o ladrão. Sua filhinha perguntou se iria Conclusão
dar queixa na polícia e denunciá-lo. Ele
respondeu que iria apenas orar pelo la Deus espera que você assuma um
drão. E, durante muitos anos, ele inves compromisso com Ele, principalmente
tiu tempo intercedendo pela conversão depois destas lições. Você quer se tornar
daquele homem. Um dia, quando sua uma pessoa de oração? Que passos você
filha já era uma adolescente, teve opor pretende tomar para isso?
tunidade de ir a um culto evangelístico
em uma casa de detenção. Para sua Pensar em um tempo diário e uma
surpresa, lá estava aquele antigo ladrão agenda de oração pode ser um bom
entre os convertidos. Posteriormente, começo. Que você possa encontrar
ele se tornou pastor. na comunhão com Deus a alegria para
essa disciplina espiritual tão im por
Existem inúmeras necessidades tante para sua vida, assim como da sua
de intercessão. Podemos apresentar família, sua igreja e do mundo em que
algumas para ilustrar, como: proteção, vivemos.
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O Comportamento do Crente
Uma introdução à ética cristã, o estudo de princípios bíblicos de ética e
relevância dos dez mandamentos compõem as 17 lições desta revista, que ensiní
-nos a andar neste mundo de acordo com a vocação a que fomos chamados.
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A verdadeira vida cristã é um compromisso sem reservas com o Senhor Jesus
Cristo. Ele não está procurando pessoas que Lhe deem o tempo e os bens que lhes
sobra. Estudando estas lições aprenderemos que Tudo Entregarei quer dizer tudo
mesmo - minha vida, meu tempo, minhas mãos, meus pés, meus talentos, etc.
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cada dia? Esta revista trata dos conflitos que mais se manifestam nas pessoas hoje,
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alcoolismo, inveja, finanças, etc.
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Jeremias não se contentava em apenas anunciar sua mensagem, mas deixava
que a própria vida ilustrasse a sua pregação. É o profeta do Antigo Testamento que
mais revela seu coração. Seu ministério de 40 anos e sua mensagem de juízo lhe
custaram muito caro! Jesus citou Jeremias mais do que qualquer outro profeta. Te
mos muito a aprender com a mensagem e a vida desse importante homem de Deus.
À s v e z e s , p e rg u n ta m o s a nós m e sm os: “ P or q u e eu p ro s p e ro tã o p o u c o na v id a
c ris tã ? ". E D eus re s p o n d e : "P o rq u e v o c ê n e g lig e n c ia o lu g a r d a o r a ç ã o " .
^ S e n h o r, e n s in a -n o s a o ra r
• A b r a ã o s u p lic a p e lo s ím p io s
• E lias e a o ra ç ã o d a fé
• D a n ie l o ra c o n fo rm e a P a la v ra d e D eus
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• Jesus e S uas ú ltim a s o ra ç õ e s
• E v o c ê , é u m a p e s s o a d e o ra ç ã o ?
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