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Em Questão – Filosofia 10.

º ano

Correção do Teste de Avaliação – Filosofia 10.º


ano
O discurso argumentativo e os principais tipos de argumentos e falácias informais
A ação humana – análise e compreensão do agir

GRUPO I

1.1. D. 1.6. C.
1.2. A. 1.7. A.
1.3. C. 1.8. A.
1.4. B. 1.9. C.
1.5. C. 1.10. D.

GRUPO II

1.
1.1. Falácia da generalização precipitada.
1.2. O número de casos observados não é significativo e existem contraexemplos.

2.
2.1. Falácia da falsa analogia.
2.2. As semelhanças ou analogias estabelecidas entre as realidades devem ser relevantes com
respeito à conclusão.

3. O problema do livre-arbítrio coloca-se perante um mundo que a ciência considera regido por
uma lógica causalista, em que todos os eventos são encarados como o resultado necessário de
acontecimentos anteriores e das leis da Natureza. Assim, a questão de se saber se há espaço
para a vontade do sujeito se exercer livremente, ou se serão compatíveis as crenças 1) na
liberdade de escolha e 2) no determinismo, constitui o problema do livre-arbítrio.

4. Um defensor do determinismo radical consideraria que “atear fogo com um isqueiro” não
constitui um ato livre e responsável.
O determinista radical defende que não existe livre-arbítrio, encarando a Natureza como um
conjunto de factos em que tudo resulta de causas anteriores, a que se seguem efeitos
inevitáveis. De acordo com o determinista radical, se tudo resulta necessariamente de
acontecimentos anteriores e das leis da Natureza, então não temos a liberdade necessária
para sermos responsáveis, ou seja, não temos livre-arbítrio.

5. Segundo os compatibilistas clássicos, é possível que tudo esteja determinado e que, ao mesmo
tempo, existam alternativas. Sendo uma perspetiva compatibilista, o determinismo moderado
encontra-se sujeito a uma importante objeção. Por um lado, o determinista moderado admite
que somos livres; por outro lado, considera que as nossas ações, decorrendo das nossas
crenças, do nosso carácter e dos nossos desejos não manipulados, dependem de forças que
não controlamos. Nesse sentido, sendo tudo em nós causado por acontecimentos anteriores e
pelas leis da Natureza, há forças e impulsos que não dependem de nós e que servem de
causas para o nosso comportamento, constrangendo-nos a agir de determinado modo, ainda
que a ação se nos afigure perfeitamente voluntária, livre e não-coagida. O que acontece é que
não temos consciência desses constrangimentos causais. Por isso, em rigor, nunca
poderíamos ter agido de outra maneira nem nunca poderíamos ter desejos diferentes daqueles
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José Ferreira Borges · Marta Paiva · Nuno Fadigas · Orlanda Tavares
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que temos. Em última instância, não somos realmente livres nem podemos, assim, ser
responsabilizados.

6. Frankfurt é um defensor contemporâneo de uma visão compatibilista do problema do livre-


arbítrio. A sua tese desenvolve-se no sentido de contrariar o incompatibilismo. Na sua
perspetiva, estamos inclinados a aceitar o princípio das possibilidades alternativas, segundo o
qual um agente é livre e responsável apenas se pudesse ter agido de modo diferente daquele
que agiu. Todavia, a aceitação do determinismo parece implicar que ninguém poderia ter agido
de modo diferente do que agiu e, portanto, que ninguém agiria livremente e, em consequência,
não teria responsabilidade. No entanto, Frankfurt apresenta um contraexemplo ao princípio das
possibilidades alternativas: imagine-se que o pai, sem que o filho saiba, o vai “obrigar” a
estudar para o teste em vez de ir a uma festa de aniversário. No entanto, o filho, sem saber
que vai ser obrigado, escolhe ficar em casa a estudar para o teste, porque sente que ainda não
tem consolidadas as matérias, pelo que não terá de ser obrigado a nada. Por conseguinte,
mesmo não podendo agir de modo diferente do que agiu, o filho pode ser responsabilizado
porque age exatamente de acordo com o que deseja. E agir de acordo com o que deseja é,
segundo Frankfurt, agir livremente. Neste sentido, o sujeito pode ser responsabilizado.

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