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Centro Federal de Educação

Tecnológica de Minas Gerais

Departamento de Ciência
e Tecnologia Ambiental

Disciplina: Drenagem Pluvial


Código: DEAM 016

Aula 3 – Curva IDF, Tempo de Concentração,


Escoamento Superficial

Professor: André Luiz Marques Rocha


Engo Agrícola e Ambiental
MSc. Engenharia Agrícola
Recursos Hídricos e Ambientais
andrerocha@cefetmg.br
Precipitação

 Água proveniente da condensação do vapor d’água do meio atmosférico que


atinge a superfície.

 Tipos: neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho, geada e neve

 O que diferencia é o estado em que se encontra a água e a possibilidade de


gerar volume líquido.

2
 Chuva: é a ocorrência de precipitação na forma
líquida. Diferença:
 Neve: é a precipitação em forma de cristais de gelo estado em que a
que durante a queda coalescem formando blocos de água
dimensões variáveis. se encontra.
 Granizo:quando as pedras, redondas ou de forma
irregular, atingem grande diâmetro (d ≥5,0 mm).
 Orvalho: condensação do vapor de água do ar de Chuva: forma de
objetos que se resfriam durante a noite. precipitação
 Geada: deposição de cristais de gelo. Fenômeno mais importante
semelhante ao da formação do orvalho, mas que
para a
ocorre quando a temperatura é inferior a 0ºC
Hidrologia pela
 Chuvisco: precipitação muito fina e de baixa
intensidade; capacidade de
 Saraiva: é a precipitação sob a forma de pequenas produzir
pedras de gelo arredondadas, com diâmetro de cerca Escoamento.
de 5mm.

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 Variável climática mais importante e representa o elo de ligação entre
os fenômenos hidrológicos e os de escoamento superficial, que
mais interessam ao engenheiro;

 A precipitação é um processo aleatório que não permite uma previsão


determinística com grande antecedência.

 O tratamento dos dados de precipitação para a grande maioria dos


problemas hidrológicos é estatístico.

 Características principais da precipitação: Total; Duração; Intensidade;


Distribuição Espacial e Temporal

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Medidas Pluviométricas
1. Altura Pluviométrica (h): Medida linear do volume precipitado. Medida
realizada em pluviômetros e expressa em “mm”.
2. Duração da Precipitação (d): tempo de duração (min, hora)
3. Intensidade de Precipitação (Ip):Relação entre a altura pluviométrica e
a duração da precipitação. Medida em pluviógrafos e expressa em
“mm/h”.
4. Freqüência (F) → Período de Retorno (Tr): Na análise de alturas
pluviométricas (ou intensidades) máximas, o período de retorno é
interpretado como o número médio de anos durante o qual espera-se que
a precipitação analisada seja igualada ou superada.

Exemplo: Ip= 90 mm/h associada a Tr = 50 anos

Interpretação: em média, a cada 50 anos, ocorre na localidade uma chuva com


intensidade maior ou igual a 90 mm/h.

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 Pontual: precipitação máxima do posto pluviográfico: Curva IDF –
Intensidade, duração e frequência

 Distribuição temporal: distribuição da precipitação extrema ao longo de


uma duração definida: padrões de distribuição críticos. São processos
totalmente aleatórios.

 Distribuição espacial: distribuição máxima espacial durante o evento e


duração crítica: Curva Precipitação x Duração x Área.

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 Vários Estudos de Análise de K .Tr a
Dados Históricos vs Cálculos im(mm / h) 
Estatísticos para criar uma Equação (t  b) c

 Tr = tempo de retorno ou
recorrência (em anos);
 t = duração da chuva (em minutos).

 Observa-se que im diminui com t e


im cresce com Tr

 Qto mais intensa a precipitação,


menor é a duração.

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8
K .Tr a
im(mm / h) 
(t  b) c

im = intensidade de máxima média de precipitação (mm/h);


Tr = tempo de recorrência ou período de retorno (anos);
t = duração da chuva (minutos); e
k, a, b, c = parâmetros a serem determinados para cada região (método dos
mínimos quadrados).

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Software Plúvio 2.1 – UFV/DEA
http://www.ufv.br/dea/gprh/softwares.htm 10
• Evento crítico de chuva

• Artificialmente construída

• Baseada nas características estatísticas de chuva natural da região


e com base em parâmetros de resposta da bacia hidrográfica

Período de retorno (Tr)


Duração crítica (Dcr)

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Precipitação de Projeto

Período de retorno (Tr) Risco X Custo


Duração crítica (Dcr)
Escolha do Influência
risco aceitável sobre o
para a obra custo da obra

Em geral: Dcr  tc Segurança Valor dos


contra investimentos
tc: tempo de concentração na enchentes necessários
bacia = tempo de viagem da
chuva que cai na porção mais
remota da bacia (A) até o
exutório (B) Ideal: estudo econômico e
social dos impactos das
Toda a bacia enchentes
contribui para o Na prática isso é inviável: uso de
escoamento valores tabelados e recomendados por
órgãos e instituições.

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Tempo de concentração (tc)
• Tempo necessário para que a água precipitada no ponto mais distante da
bacia escoe até o ponto de controle, exutório ou local de medição.

Pequena bacia de contribuição, com destaque para


o talvegue principal
• Relação com:
 Comprimento da bacia (área da
bacia)
 Forma da bacia
 Declividade da bacia
 Alterações antrópicas
 Vazão (para simplificar não se
considera)
Fonte: DAEE, 2005

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Tempo de Concentração (tc)
Fórmula de Kirpich
oUtilizado em pequenas bacias rurais (até 0,5km2)

0 , 385
Ver “Instrução Técnica da
L  3
Sudecap para elaboração de
tc  57 *   Projetos de Drenagem Urbana”.
 h 
tc= tempo de concentração na bacia (minutos);
L = extensão do curso d´água (Km);
∆h = Desnível entre a cabeceira do rio até o local do projeto ou diferença de
altitude ao longo do curso d’água (metros).

Obs: Alguns autores mencionam que a equação apresentada anteriormente foi


desenvolvida pela California Culverts Practice, e a Equação de Kirpich seria dada em um outro
arranjo matemático:

 L2 
0 , 385
L0, 77 Na Disciplina de Drenagem
tc  57 *   tc  3,989 * 0 , 385 Pluvial não faremos essa distinção.
S  S
S = declividade do curso d’água (m/m)
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Tempo de Concentração (tc)

Método do Número da Curva ou Método SCS Lag Formula (Soil


Conservation Service dos EUA – Serviço de Conservação de Solos)
**Atualmente NCRS (Natural Resources Conservation Services - Serviço de
Conservação de Recursos Naturais)

oDesenvolvido para Bacias Rurais de até 8km2


0,7
 1000  L0,8
tc  3,42 *   9 * 0,5
 CN  S

• CN é o número da curva (Curve Number) do método desenvolvido pelo Soil


Conservation Service (SCS).

• Deve-se ajustar o valor de CN para bacias urbanas em função da parcela dos canais que
foram modificados e da área impermeabilizada.

L = comprimento do curso d’água (km) e S = declividade do curso d’água (m/m)

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Tempo de Concentração (tc)

Método do Número da Curva ou Método SCS Lag Formula (Soil


Conservation Service dos EUA)
Ajuste de CN
• Para uma ocupação não-homogênea do solo urbano, o SCS
recomenda que seja feita uma média ponderada dos números da curva.

k • Como as velocidades de escoamento


 A * CN
i i também se alteram, o SCS propõe que o
CN  i tempo de concentração também seja
A ajustado.

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Tempo de Concentração (tc)
Método Cinemático do SCS (Soil Conservation Service dos EUA)
• Para bacias compostas de trechos de declividades variáveis, esta fórmula se
baseia no fato de que a somatória dos tempos de trânsito em cada trecho nada
mais é que o tempo de concentração.

L • Do ponto de vista conceitual, este método é o


tc  16,67 *  mais correto, pois permite que se leve em conta as
v características específicas da bacia.

V: velocidade do escoamento (m/s)


L: comprimento do trecho onde ocorre o escoamento (m)
tc: tempo de concentração (s)

• O SCS propõe o uso de uma tabela para o cálculo das velocidades na parte
superior da bacia onde há predominância de escoamento em superfície.

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Tempo de Concentração (tc)
Método Cinemático do SCS (Soil Conservation Service dos EUA)
•Valores de velocidades médias de escoamento recomendadas pela SCS de
acordo com a declividade (S)
Tipo de Escoamento 0≤S≤3% 4%≤S≤7% 8%≤S≤11% S≥12%

Em Superfície
-Florestas 0 a 0,5 (m/s) 0,5 a 0,8 (m/s) 0,8 a 1,0 (m/s) ≥1,0 (m/s)

- Pastagens 0 a 0,8 (m/s) 0,8 a 1,1 (m/s) 1,1 a 1,3 (m/s) ≥1,3 (m/s)

- Áreas cultivadas 0 a 0,9 (m/s) 0 ,9 a 1,4 (m/s) 1,4 a 1,7 (m/s) ≥1,7 (m/s)

- Pavimentos 0 a 2,6 (m/s) 2,6 a 4,0 (m/s) 4,0 a 5,2 (m/s) ≥5,2 (m/s)
Em Canais
- Mal definidos 0 a 0,6 (m/s) 0,6 a 1,2 (m/s) 1,2 a 2,1 (m/s) ------
- Bem definidos Calcular pela fórmula de Manning

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Tempo de Concentração (tc)

Em áreas urbanas o tempo de concentração pode ser dividido em duas


parcelas ou seja um tempo inicial ti, decorrido até atingir a rede de drenagem
(usualmente a primeira boca de lobo), e o tempo tt de translação na rede de
drenagem (bueiros, galerias, canais, etc.).

O tempo ti pode ser subdividido em dois outros tipos

tc  ti  tt
de escoamento, (1) o tempo ti1 correspondente a um
escoamento que ocorre em forma de lâmina sobre
superfícies e que não se prolonga geralmente por mais
do que 50 m e (2) o tempo ti2, que se forma em calhas
rasas ou sarjetas à medida que as águas vão se tornando
mais caudalosas.

Equação de “tc” usada em aeroportos tc  0,65 * 1,1  C L0,5 * S 0,333

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Escoamento Superficial
Método Racional

Método Racional

• amplamente utilizado para determinar vazão máxima de projeto para bacias


pequenas (< 2 km²)

• considera duração da precipitação máxima de projeto igual ao tempo de


concentração da bacia, logo a precipitação com duração=tc ocorre
uniformemente ao longo da bacia

• adota um coeficiente único de perdas (C) estimado com base nas


características físicas da bacia
Escoamento Superficial
Método Racional

Método Racional

• Dentro de um curto período de tempo, a variação na taxa de infiltração não


deverá ser grande.Considera-se que durante a evento extremo, o solo encontra-
se saturado, e com taxa de infiltração estável (Tie), correspondendo a condição
mais favorável ao escoamento.

• não avalia o volume de cheia nem a distribuição temporal das vazões

• Ignora a complexidade do processo, desprezando o armazenamento de água


na bacia.
Escoamento Superficial
Método Racional
Método Racional

Q max  C * im * A

UNIDADES SI
Q – vazão máxima de projeto (m³/s)
im – intensidade máxima média da chuva (m/s)
A – área de drenagem (m²)
C – coeficiente de escoamento superficial (adimensional)
Escoamento Superficial
Método Racional
Método Racional Cuidado com as unidades!!!

C * im * A
Q max   0,278 * C * im * A
3,6
Cuidado com os coeficientes!!!
Q – vazão máxima de projeto (m³/s)
im – intensidade máxima média da chuva (mm/h) (Curva IDF)
A – área de drenagem (km²)
C – coeficiente de escoamento superficial (adimensional)

Q max C * A

im 3,6
Kuichling (1989) – valor racional
Escoamento Superficial
Método Racional

Método Racional

Q max
qn   0,278 * C * im
A
qn = vazão específica natural (m³/s/km2)
Q – vazão máxima de projeto (m³/s)
im – intensidade máxima média da chuva (mm/h) (Curva IDF)
A – área de drenagem (km²)
C – coeficiente de escoamento superficial (adimensional)
Escoamento Superficial
Método Racional

Método Racional
Significado físico de “C” Q Q max ES
C  
P P P

Representa a relação do volume que escoa sobre a


superfície do terreno e o volume total precipitado

Valor “C” depende de:


• solo
• cobertura do solo
• tipo de ocupação
• característica da chuva (tempo de retorno, intensidade da
precipitação, distribuição temporal)
Escoamento Superficial
Método Racional

Método Racional
Valores “C”
Escoamento Superficial
Método Racional

Método Racional Valores “C”

Fonte:Manual Hidrologia Básica DNIT (2005)


Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)
Exemplo de Cálculo Area = 1,0 km2
Determinar a intensidade de precipitação máxima (im), o tempo P
de concentração (tc), e a vazão máxima de Escoamento
Superficial (Q) para o município de Patos de Minas-MG,
empregando as equações apresentadas para :
A) o Método de Kirpich; Floresta

L =2,0 km
25% Pastagem
B) o Método SCS Lag (Método do Número da Curva). 25%

Dados: Soja
Milho
*Área da Bacia (A) = 100ha = 1km2 30%
20%

*Período de Retorno (Tr) = 10 anos


*Comprimento do Talvegue (L) = 2000m = 2km
*Diferença de elevação (∆h) = 35m Exutório

*Cobertura do solo: 30% cultura do milho (cultivo em fileiras QES = Qmax


retas); 20% cultura da soja (cultivo em fileiras retas); 25%
pastagem (cultivo em curvas de nível); 25% floresta.
*Condição hidrológia boa; *Solo muito argiloso
*Declividade média da área da bacia: 5-10%
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)
Solução
A) Método de Kirpich

1o Equação IDF – Patos de Minas-MG 2o Cálculo do Tempo de Concentração (tc)


0 , 385
K .T a  L3 
im ( mm / h)  tc  57 *  
(tc  b) c  h 
0 , 385
4316 * T 0, 250  23 
im  tc  57 *  
(tc  41,9)1, 014  35 
tc  32,3 min

3o Cálculo de im pela equação IDF


Como Tr = 10 anos e tc = 32,3min , substituindo os valores na equação IDF, tem-se:

4316 *100, 250 im  97,4mmh 1


im 
(32,3  41,9)1, 014
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)
Solução
Valor obtido da Calculado
A) Método de Kirpich média ponderada anteriormente

4o Cálculo do Escoamento Superficial


Q max(m 3 / s )  0,278 * 0,6125 * 97,4 *1,0
C * im * A
Q max   0,278 * C * im * A Q max  16,6m 3 / s
3,6
Area bacia
(km2)

Para calcular a Qmax, precisa-se definir o Coeficiente de Escoamento ( C ) para a bacia analisada. O
valor de C deve ser calculado pela média ponderada em relação a ocupação de cada tipo de cobertura
vegetal (milho, soja, floresta, pastagem), conforme dados obtidos em tabelas específicas.
Logo:
C  Cpast * Apast  Csoja * Asoja  Cmilho * Amilho  Cfloresta * Afloresta
C  0,55 * 0,25  0,7 * 0,2  0,7 * 0,3  0,5 * 0,25
C  0,6125

30
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)

Solução
B) Método de SCS Lag – Número da Curva
1o Equação IDF – Patos de Minas-MG 2o Cálculo do Tempo de Concentração (tc)
0, 7 0 , 5
0 ,8  1000  h
K .T a tc  3,42 * L *   9 * 
im ( mm / h)   CN  L
(tc  b) c
4316 * T 0, 250 ou
im  0,7
(tc  41,9)1, 014  1000 
* So 
0,5
tc  3,42 * L0,8 *   9
 CN 
Pelo Método do Soil Conservation Service (SCS) So = declividade (m/m)
•Necessária a determinação do “CN” (Número da Curva)
•Valores tabelados em função do tipo de solo, uso e ocupação.
Quadro 1
•Distinção de quatro grupos hidrológicos de solo.
Quadro 2
Fonte: Tucci (1995); Canholi (2005)
Quadro 3

31
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)
Solução
B) Método de SCS Lag – Número da Curva
Quadro1 - Caracterização dos Grupos Hidrológicos para determinar CN

Canholi (2005)
32
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)

Solução Quadro 1 - Caracterização dos Grupos


Hidrológicos para determinar CN
B) Método de SCS Lag –
Número da Curva

Porto (1995) 33
Quadro 2 – Valores de CN para condição AMCII

Solução

B) Método de SCS Lag –


Número da Curva

Determinação de CN

Condição AMCII – Quadro 2


CNmilho= 89;
CNsoja= 89;
CNpastagem=79;
CNfloresta= 77.

34
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)
Solução
Quadro 2 – Valores de CN para condição AMCII
B) Método de SCS Lag –
Número da Curva
Determinação de CN

Condição AMCII – Quadro 2

CNmilho= 89;
CNsoja= 89;
CNpastagem=79;
CNfloresta= 77.

35
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)

Solução
B) Método de SCS Lag –
Número da Curva

Condição AMCI

Condição
Determinação de CN AMCII

AMC - Antecedent Moisture Condition


(Condição de Umidade Antecedente)
Condição
AMCIII

36
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)

Solução
B) Método de SCS Lag – Número da Curva

Determinação de CN
Considerando que o solo da bacia em questão é do tipo “D” (Quadro 1), ou seja,
com moderada taxa de infiltração quando o solo está completamente úmido e
com profundidade moderada, o valor de CNmilho= 89; CNsoja= 89;
CNpastagem= 79 e CNfloresta= 77 (Condição AMCII – Quadro 2).

Sabendo-se que a condição mais crítica para que haja o ES é aquela em o solo
está mais úmido, é necessário converter os valores de CN da condição
AMCII para AMCIII(Quadro 3).

Logo, os valores de encontrados para AMCIII foram:


CNmilho= 95,6; CNsoja= 95,6; CNpastagem= 90,4 e CNfloresta= 89,2

37
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)
Quadro 3 – Correlação de Valores de CN
Solução
B) Método de SCS Lag – Número da Curva Correlação CN
AMCI AMCII AMCIII
Determinação de CN
100 100 100
Quadro 3 – Valores para a conversão de CN
87 95 98
na condição AMCII para as condições
78 90 96
AMCI e AMCIII
70 85 94
63 80 91 Por interpolação
Verificar que deve-se fazer CNII floresta= 77 CNIII floresta= 89,2
uma interpolação linear 57 75 88
51 70 85
Para a condição AMCIII, tem-se:
45 65 82
CNmilho= 95,6; CNsoja= 95,6; 40 60 78
CNpastagem= 90,4 e CNfloresta= 89,2. 35 55 74
31 50 70
26 45 65
22 40 60
38
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)

Solução
B) Método de SCS Lag – Número da Curva
Determinação de CN
Após determinas os valores de CN para a condição AMCIII,

CNmilho= 95,6; CNsoja= 95,6; CNpastagem= 90,4 e CNfloresta= 89,2

Calcula-se a média ponderada para CN. Logo:


CN  CNpast * Apast  CNsoja * Asoja  CNmilho * Amilho  CNfloresta * Afloresta
CN  90,4 * 0,25  95,6 * 0,2  95,6 * 0,3  89,2 * 0,25
CN  92,7

Após o cálculo de CN, calcula-se o Tempo de Concentração (tc), intensidade


máxima de precipitação (im) e Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax).

39
Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)

Solução
B) Método de SCS Lag – Número da Curva

Cálculo do Tempo de Concentração (tc) Cálculo da im - Equação IDF – Patos de


Minas-MG
0, 7 0 , 5
 1000  h K .T a
tc  3,42 * L0,8 *   9 *  im ( mm / h) 
 CN  L (tc  b) c
4316 * T 0, 250
Substituindo os valores: im 
(tc  41,9)1, 014
0, 7 0 , 5
0 ,8  1000   35 
tc  3,42 * 2 *   9 * 
 92,7   2000 
CN média ponderada
4316 *100, 250
tc  67,6 min im   65,6mm / h
(67,6  41,9) 1, 014

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Intensidade Máxima Média de Precipitação (im),
Tempo de Concentração (tc) e
Vazão Máxima de Escoamento Superficial (Qmax)

Solução Calculado
Valor obtido da
média ponderada anteriormente
B) Método de SCS Lag – Número da Curva
Cálculo do Escoamento Superficial
Q max(m 3 / s )  0,278 * 0,6125 * 65,6 *1,0
C * im * A
Q max   0,278 * C * im * A Q max  11,2m 3 / s
3,6
Area bacia
(km2)
Para calcular a Qmax, precisa-se definir o Coeficiente de Escoamento ( C ) para a bacia analisada. O
valor de C deve ser calculado pela média ponderada em relação a ocupação de cada tipo de cobertura
vegetal (milho, soja, floresta, pastagem), conforme dados obtidos em tabelas específicas.
Logo:
C  Cpast * Apast  Csoja * Asoja  Cmilho * Amilho  Cfloresta * Afloresta
C  0,55 * 0,25  0,7 * 0,2  0,7 * 0,3  0,5 * 0,25
C  0,6125

41
Escoamento Superficial
Método Racional Modificado

Método Racional Modificado

Euclydes (1987) apresentou um estudo objetivando a estimativa da vazão


máxima de escoamento superficial em bacias do Sul de Minas Gerais
introduzindo um coeficiente de retardamento (k) na Equação do
Método Racional.

O coeficiente “k” serve para corrigir o fato de que o escoamento


superficial sofre um retardamento em relação ao início da precipitação.

 K varia de 0 a 1 Q max (m3 / s) 


C * im * A
*k
360
A: área da bacia de drenagem (km²)
k  0,278  0,00034 * A

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