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AO JUÍZO DE DIREITO DA 45ª VARA CIVEL DA COMARCA DE SÃO

PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO.

AUTOS: XXXXXXXX

ASTROGILDO ANCO, já devidamente qualificado nos autos


em epígrafe, por intermédio de seus advogados abaixo constituídos, vem à
douta presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 1.009 e ss. do CPC
interpor:

APELAÇÃO

Pois não se conforma, data vênia, com a r. Sentença proferida,


que se destoou das provas constantes nos autos e do entendimento dos
Tribunais Superiores.

O Apelante apresenta as razões de sua irresignação, a qual


deseja que sejam recebidas, processadas e integralmente acolhidas pelo
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia.

Nestes termos,

Pede deferimento.

São Paulo - SP, 03 de dezembro de 2020.

LUIZ FERNANDO SANTOS ARAUJO

OAB/SP XXXX
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RAZÕES DE APELAÇÃO

Origem: 45° VARA CÍVEL DE SÃO PAULO

Autos: XXXXXX

Classe: PROCEDIMENTO COMUM

Assunto: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

RECORRENTE: ASTROGILDO ANCO

RECORRIDO: SANITAS SERVIÇOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA

DOUTOS E CULTOS JULGADORES,

ERUDITO DESEMBARGADOR RELATOR,

A presente apelação, data vênia, deve ser integralmente


aprovisionada para que se promova a reforma da r. sentença de primeiro grau
que contrariou as provas constantes dos autos, conforme razões doravante
declinadas.
A respeitável sentença julgou improcedente o pedido inicial,
rejeitando o pedido de indenização por danos morais e materiais, alegando que
a falta de comprovação da culpa dos profissionais, no entanto, não é o que se
vislumbra ao verificar a instrução processual.

I- SÍNTESE DOS FATOS

Em síntese, o Recorrente sofreu acidente automobilístico e foi


encaminhado ao Hospital Monte Mor, mantido pela sociedade Sanitas Serviços
Médicos e Hospitalares Ltda, para tratamento. Destaca-se que o hospital é
notoriamente conhecido pela sua agilidade e eficiência na prestação de
serviços médicos, constantemente objeto de propaganda nos meios de
comunicação, mantendo, para tanto, equipe de profissionais médicos
empregados.
Ocorre, Nobres Julgadores, que que pese a cirurgia a que se
submeteu ter sido bem-sucedida, o Apelante contraiu infecção hospitalar, tendo
restado internado por dois meses.
O Apelante apresentou documentos probatórios hábeis a
comprovar seu direito, entretanto, o d. Juízo a quo não reconheceu os danos
material e moral sofridos, tendo julgado improcedente o pedido apresentado
em exordial, fundamentado para tanto que sua decisão se deu ante a falta de
comprovação da culpa dos profissionais que o atenderam.
Dessa forma, não se conforma, data vênia, com a r. sentença
proferida, que se não considerou as provas constantes nos autos no tocante a
este pedido. Assim, o Apelante apresenta as razões de sua irresignação, na
forma dos fatos supramencionados e dos direitos abaixo declinados.

II - DO DIREITO

O equívoco quanto ao dano moral e material no julgamento é


translúcido, pois tal abalo vem expresso na Constituição Federal como um dos
direitos individuais, nos termos do artigo 5º, inciso V e X, in verbis:
V – É assegurado direito de resposta proporcional ao agravo, além de
indenização por dano material, moral ou à imagem.
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direto à indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação.

De igual forma, nos termos do art. 186 do Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Por sua vez o art. 927 do Código Civil diz que:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Não obstante, deve-se aplicar o Código de Defesa do


Consumidor ao presente caso, pois a responsabilidade do hospital é objetiva,
de modo que não se deve perquirir acerca de sua culpa, senão vejamos:

Importa, isso, admitir que também na responsabilidade objetiva


teremos uma conduta ilícita, o dano e o nexo causal. Só não será
necessário o elemento culpa, razão pela qual fala-se em
responsabilidade independentemente de culpa. Esta pode ou não
existir, mas será sempre irrelevante para a configuração do dever de
indenizar. (FILHO, Sergio Cavalieri, Programa de Responsabilidade
Civil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 126).

Importa destacar que o Apelante sofrera acidente


automobilístico, de modo que fora encaminhado ao hospital Apelado, tendo
contraído infecção hospitalar no interior do hospital.
De plano, Nobres Julgadores, há de explanar que o Apelante
demonstrara de maneira clara e evidente a culpa dos profissionais que o
atenderam, de maneira a contrariar a fundamentação apresentado pelo d.
Juízo a quo.
De plano, destaca-se que em fase de instrução fora
devidamente demonstrado, tanto por meio dos documentos juntados em que
apresentam-se a data de entrada do Apelante no ambiente hospitalar, bem
como a respectiva data de procedimentos médicos.
Ainda, destaca-se que em prova pericial apresentada sob id
XXXXX, fora devidamente comprovado pelo ilustre expert que a infecção
causada no Apelante se iniciou na data de XX/XX/XXXX, ou seja, data em que
o Apelante ainda estava internado no ambiente hospitalar, qual seja, ambiente
de responsabilidade do Apelado.
Não bastassem as provas documentais e periciais
apresentadas, é medida salutar a verificação das provas testemunhais
produzidas pela oitiva realizada na data XX/XX/XXXX em audiência de
instrução, tendo restado demonstrado de maneira clarividente a situação em
que o Apelante fora submetido, bem como demonstrado a responsabilidade
dos profissionais que laboram para a parte Apelada.
Desse modo, verifica-se no presente caso que a decisão
proferida pelo Juízo a quo fora errônea, visto que em fase de instrução
processual, bem como em análise a todas as provas documentais
apresentadas nos autos, fora devidamente comprovada a responsabilidade do
Apelado, devendo, portanto, ser reformada a Sentença, de modo a condenar a
empresa Apelada ao pagamento de danos morais e materiais, conforme
ilustremente demonstrado e evidenciado em peça exordial.
Acerca do assunto, é entendimento jurisprudencial:

RECURSOS OFICIAL E DE APELAÇÃO – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO -


DANOS MORAIS - ERRO MÉDICO – OCORRÊNCIA – ESTERILIDADE DA
PACIENTE – DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. 1. Nexo causal e
culpa no ato cirúrgico, devidamente caracterizados. 2. O dano moral é
evidente. 3. O valor da indenização foi fixado com moderação, observados
os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 4. Os ônus decorrentes
da sucumbência, arbitrados nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC, não
comportam elevação. 5. Correção monetária calculada de acordo com o
IPCA, conforme a Súmula nº 362 do C. STJ. 6. Juros de mora de 1% ao
mês, até a publicação da Medida Provisória nº 2.180-35, que acrescentou o
artigo 1º-F à Lei Federal nº 9.494/97 e, após, 0,5% ao mês, a partir de 28 de
abril de 2.001, na forma da Súmula nº 54 do E. STJ. 7. Sentença de
procedência da ação, mantida. 8. Recursos oficial e de apelação,
desprovidos, com observação.

(TJ-SP - APL: 00121753220098260286 SP 0012175-32.2009.8.26.0286,


Relator: Francisco Bianco, Data de Julgamento: 17/07/2015, 5ª Câmara de
Direito Público, Data de Publicação: 17/07/2015)

A situação, Nobres Julgadores, causou prejuízo material e


moral ao Recorrente, dano este indenizável. Isso porque, da análise da
situação fática, verifica-se que a culpa adveio única e exclusivamente da
conduta do Recorrido, posto que por negligência médica, ocasionou os danos
ora reclamados.
Nesta esteira, merece a respeitável sentença ser reformada
para conceder à Recorrente o direito ao recebimento à indenização por danos
morais, conforme elucidou-se nos fundamentos do presente recurso.

PEDIDOS

Ante o sucintamente exposto, requer se digne Vossas


Excelências em:

I – receber o presente recurso para ao final dar-lhe o devido


provimento;

II – manter o deferimento da justiça gratuita, em razão do


Apelante não dispor de meios financeiros de arcar com a presente demanda;

III – reformar a sentença prolatada em todos os termos dos


pedidos da inicial, condenando o Recorrido ao pagamento de indenização por
danos morais, no montante de R$20.000,00 (vinte mil reais), bem como danos
material no valor de R$10.000,00 (dez mil reais), pelos prejuízos causados ao
Recorrente.

Pugna, ainda que todas as intimações, obrigatoriamente,


constem o nome do advogado LUIZ FERNANDO SANTOS ARAUJO, OAB/SP
XXXX, para evitar futuras nulidades

Nestes termos, no aguardo de justiça, pede deferimento.

São Paulo - SP, 03 de dezembro de 2020.

LUIZ FERNANDO SANTOS ARAUJO

OAB/SP XXXX

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