A INFORMAÇÃO GOYANA

a revista de
HENRIQUE SILVA
editada no Rio de Janeiro
e distribuída no Brasil
entre 1917 e 1935
(coleção fac-similar)

Livro em CD-ROM
AGEPEL 2001
 Um dos mais importantes
repertórios de informações sobre o
Estado de Goiás.

MARIA DE ARAÚJO NEPOMUCENO

 O

ATRAVÉS
TRAVÉS DA

AGÊNCIA GOIANA DE CULTURA

PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA

FACILITA O TRABALHO INTELECTUAL

DE PROFESSORES E PESQUISADORES DA
HISTÓRIA DE GOIÁS
 ESTADO DE GOIÁS
MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR
GOVERNADOR DO ESTADO

AGEPEL

NASR NAGIB FAYAD CHAUL

PRESIDENTE
LAILA SILVA TEIXEIRA
CHEFE DE GABINETE
AGUINALDO CAIADO C. A. COELHO
DIRETOR DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO
JOSÉ EDUARDO SIQUEIRA DE MORAIS
DIRETOR DE AÇÃO CULTURAL
JOSÉ WILSON BARROSO BORGES
DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
 CD-ROM PRODUZIDO POR

JS EDITOR
G

EQUIPE TÉCNICA
PROJETO E SUPERVISÃO
JACY SIQUEIRA
DIGITALIZAÇÃO
MARIA NERIDES DE SOUZA
CONFERÊNCIA E PAGINAÇÃO
DANIEL GUSTAVO V. SIQUEIRA
FINALIZAÇÕES
JS
 AS LETRAS DA ALMA

Marconi Perillo *

É com orgulho que o Governo de Goiás, pela Agência Goiana

de Cultura Pedro Ludovico (Agepel), apresenta este trabalho – um
documento verdadeiro que nos proporciona uma visão ampla e
imparcial sobre importante período da nossa história.
Ao “reviver”, neste CD-ROM, pela mão da tecnologia
avançada, a revista A Informação Goyana, estamos assegurando a
esta e às futuras gerações o fácil acesso ao rico acervo, jamais
túmulo dos antepassados e, sim e acima de tudo, berço dos grandes
ideais que permeiam o espírito indômito e desbravador que habita os
nossos corações desde os primeiros tempos da vida no Planalto
Central.
Mais que resgate, a presente obra é lição. De cidadania, de
ufanismo, de goianidade, e, mais que isso e também muito
importante, de como os meios de comunicação devem proceder em
prol dos interesses coletivos e fundamentais de uma sociedade.
Editada no Rio de Janeiro e nascida da necessidade de dizer
que os horizontes do Brasil estavam muito mais além do que haviam
delimitado os paulistas, fluminenses e mineiros, principalmente, A
Informação Goyana começou a circular mensalmente, na cidade do
Rio de Janeiro, a partir de 15 de agosto de 1917.
Idealizada por dois goianos notáveis ali residentes, Henrique
Silva e Americano do Brasil, a revista passou a mostrar que a
fronteira oeste do nosso país estava muito além da margem direita
do antigo Tratado de Tordesilhas, e que Goiás foi o caminho para o
alargamento do território nacional rumo às costas do Oceano
Pacífico.

Reunindo em seu corpo redatorial e de colaboradores homens

proeminentes e de cultura respeitada nos chamados grandes centros
de decisão nacional, Henrique Silva e Americano do Brasil
colocavam aos olhos dos brasileiros o Goiás verdadeiro, da origem
até àquela época presente, mostrando quem éramos e o que
podíamos, e que, respeitosamente, não nos confundissem com
estados vizinhos. A revista apontou descasos e desinteresses dos
poderes constituídos, principalmente da União, em relação à
implantação de meios que nos permitissem acesso à integração do
desenvolvimento econômico, político e social da Nação.
Foi instrumento de vanguarda na luta pela viabilidade de
Goiás, com suas riquezas naturais e potencialidades palpáveis, pela
navegabilidade dos nossos rios, pela necessidade premente da
ferrovia e a urgente das rodovias. Mostrou ao Brasil a nossa cultura,
passando pelas suas colunas homens da estirpe de Victor e Hugo de
Carvalho Ramos, Guimarães Natal, Capistrano de Abreu, Moisés
Santana e, como diz a própria revista, em seu expediente, “outros
conhecedores do hinter-land brasileiro”.
Ao oferecê-la aos goianos e brasileiros, através deste
importante trabalho da Agepel, com todas as suas edições na íntegra
e no formato original, mais do que resgatar o passado, estaremos
solidificando as nossas raízes e mantendo desperto o sonho daqueles
que, com bravura e destemor, romperam as fronteiras do país de
então, mostrando a todos o que temos e o que somos, e que aqui, no
Planalto Central, pulsa Goiás, o coração do Brasil.
Que os ideais de Henrique Silva e Americano do Brasil,
amplos e explícitos nas páginas desta revista, valioso exemplo da
importância do bom jornalismo, permaneçam vivos, não só na
memória, mas no sonho, trabalho e na perseverança de todos os que
querem um Estado moderno, desenvolvido, produtivo e de um povo
feliz.
Mostremo-lo às crianças e aos idosos, aos jovens e aos
adultos, aos homens e às mulheres. Goiás, creia, não basta apenas
amá-lo, é preciso conhecê-lo.

_________
*Marconi Perillo é governador do Estado de Goiás.
 APRESENTANDO A INFORMAÇÃO GOYANA
Dra. Maria de Araújo Nepomuceno*

Em março de 1998 defendi na Pontifícia Universidade Ca-

tólica de São Paulo — PUCSP a tese intitulada “A Informação
Goyana: seus intelectuais, a história e a política em Goiás (1917-
1935)”. A Informação Goyana foi não só meu objeto de estu-
do, mas também minha principal fonte de pesquisa. Daí por-
que fui convidada para fazer a apresentação dessa Revista pelo
Presidente da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico
Teixeira — AGEPEL, historiador Dr. Nasr Fayad Chaul. Sem
dúvida, um honroso convite.
Definida em seu frontispício como “Revista mensal, ilustra-
da e informativa das possibilidades do Brasil Central”, A In-
formação Goyana veio à luz pelas mãos de Henrique Silva e
Americano do Brasil em agosto de 1917. Foi dirigida por seus
criadores até março de 1918, ficando, porém, sob a direção
apenas de Henrique Silva a partir dessa última data até maio de
1935, quando foi publicado o seu último número.
A Revista contou com a participação de quase duas centenas
de colaboradores. Nela escreveram engenheiros, médicos, pro-
fessores, farmacêuticos, políticos, religiosos, historiadores, agrô-

__________
*Professora/pesquisadora do Departamento de Educação da Universidade Católica
de Goiás
nomos, poetas, escritores e, principalmente, militares. Apesar
de editada no Rio de Janeiro, seu diretor era goiano, assim
como a maior parte de seus colaboradores.
Enfeixado em seis volumes, duzentos e treze fascículos, pu-
blicados sem interrupção, integram a coleção completa desse
periódico, composto de modo adequado e impresso em papel
de muito boa qualidade, segundo o testemunho da época, ou
seja, o testemunho de seus leitores e da imprensa nacional.
Embora tenha sido declaradamente criada como veículo de
propaganda das possibilidades econômicas do Brasil Central,
A Informação Goyana dedicou especial atenção ao estado de
Goiás. Em outras palavras, essa Revista priorizou sobejamente
esse Estado, na medida em que centrou a maior parte do seu
esforço no estudo dos aspectos econômicos e geográficos de
Goiás. Vasculhando o relato de viajantes que visitaram Goiás
no decorrer do século XIX, os Relatórios dos Presidentes de
Província, recuperando da poeira dos arquivos vários docu-
mentos e realizando investigações in loco, os arquitetos dessa
revista trataram da pecuária, da agricultura, do comércio, das
finanças, do artesanato, dos transportes, bem como dos limi-
tes, do clima, da vegetação, da topografia, dos recursos natu-
rais, abarcando com seus escritos os três reinos da natureza: o
animal, o vegetal, o mineral. Trataram também da população
de Goiás, bem como da expressão cultural dos habitantes da
terra goiana.
Ao estampar o Brasil Central, mas especialmente o esta-
do de Goiás, em suas mais de mil páginas, os escritores d’A
Informação Goyana pretenderam tornar Goiás conhecido “lá
fora”, atuando no sentido inverso do que atuou o periódico
Matutina Meyapontense, conforme indicou o Presidente da
AGEPEL — professor Nasr Fayad Chaul —, na apresentação do
CD-Rom publicado por esse órgão, que trata desse primeiro
jornal de Goiás. O idealizador d’A Informação Goyana —
Henrique Silva — não mediu esforços no sentido de divulgá-la.
Em outros termos, a Revista circulou na Capital federal, em
Goiás, nos principais estados do País e para além deste, ou seja,
em alguns países estrangeiros de 1917 a 1935.
Além de ter estabelecido como objetivo a tarefa de divulgar
as várias expressões do estado de Goiás, no Brasil e alhures, A
Informação Goyana ainda reservou para si uma outra tarefa
não menos relevante e complexa, isto é, a de refutar com “factos
e algarismos exactos” todas as informações incorretas que fos-
sem veiculadas pela imprensa periódica de seu tempo sobre o
estado de Goiás. Isso não ficou apenas no discurso. Na prática
ela buscou, de fato, enfrentar os desafios que se propôs, trans-
formando-se, por isso mesmo, em um dos mais importantes
repertórios de informação sobre o estado de Goiás de que se
tem notícia. Esse fato responde pela importância desse periódi-
co para os pesquisadores locais e para a historia regional, para
outros pesquisadores que se interessarem em tomar Goiás como
objeto de suas preocupações, bem como justifica a iniciativa
acertada da AGEPEL em publicá-la em CD-Rom.
Por conseguinte, merecem parabéns tanto a AGEPEL, pela
proposta de passar para CD-Rom fontes primárias como o
jornal Matutina Meyapontense, as revistas A Informação Goyana
e Oeste, e outros documentos de pesquisa, relevantes para o
pesquisador e para a história, bem como o Governo de Goiás
pela disposição demonstrada de tornar essa proposta uma rea-
lidade.

Goiânia, abril de 2001.

A INFORMAÇÃO GOYANA
FUNDADOR E DIRETOR:
FUNDADOR HENRIQUE SILV
SILVA

REVISTA MENSAL, ILLUSTRAD

REVISTA ILLUSTRADAA E INFORMATIV
INFORMATIVA
A
DAS POSSIBILIDADES ECONÔMICAS DO
BRASIL CENTRAL

1917 — 1935