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Prevenção de Doenças, Educação em Saúde é Promoção da Saúde
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Prevenção de Doenças, Educação
em Saúde é Promoção da Saúde
• Prevenção de Doenças;
• Educação em Saúde;
• Promoção da Saúde;
• Determinantes Sociais de Saúde;
• Escolas Promotoras de Saúde.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Identificar as diferenças entre as ações de prevenção de doenças,
educação e promoção da saúde na manutenção da saúde individual
e coletiva;
· Conhecer aspectos fundantes das estratégias de prevenção de doen-
ças e promoção da saúde;
· Reconhecer a importância do contexto escolar na promoção da saú-
de e da atividade física.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Prevenção de Doenças, Educação em Saúde é Promoção da Saúde
Prevenção de Doenças
Ações orientadas que têm como objetivo evitar o aparecimento de doenças
específicas, reduzindo o aumento de casos novos e os casos já existentes nas populações.
Educação em Saúde
É a combinação de múltiplas experiências de aprendizagem e de intervenções
educativas planejadas para possibilitar o desenvolvimento de ações voluntárias (i.e.
sem imposição, com compreensão e aceitação dos objetivos educativos propostos),
que contribuam para a melhora e manutenção da saúde.
Promoção da Saúde
Ações que, como aquelas planejadas para a prevenção de doenças, devem
considerar, também, o meio em que o indivíduo vive e os serviços, assim como a
qualidade deles, aos quais têm acesso. Desse modo, promoção da saúde envolve
ações do âmbito global de um Estado e a singularidade e autonomia do indivíduo.
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Nesse sentido, promoção da saúde é mais do que culpar o indivíduo por não
adotar comportamentos saudáveis, incluindo não só o aspecto pessoal (caracterís-
ticas individuais) como também a compreensão das necessidades e os motivos que
contribuem para que ele não pratique, por exemplo, atividades físicas regularmente.
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Os dias e horários de oferta das atividades são compatíveis com horário de tra-
balho/estudo da maioria dos adultos e poucas mudanças ambientais ou políticas
são realizadas para facilitar o acesso dessa população a esse serviço.
Talvez, seja mais coerente pensar saúde como um continuum com polos positivos
e negativos5. A proximidade a um ou outro polo depende dos comportamentos
adotados. Assim, a prática regular de atividades físicas, uma alimentação balanceada
e o sexo seguro deixariam o indivíduo mais próximo do polo positivo (vida),
enquanto o consumo de drogas e excesso de álcool, o sedentarismo e o estresse,
por exemplo, poderiam levá-lo para perto do polo negativo (morte).
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A redação do Art. 3º da Lei nº 8.080, de 1990, que dispõe sobre as condi-
ções para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o fun-
cionamento dos serviços correspondentes a ela, alterada pela Lei nº 12.864, de
2013, inclui a atividade física, aliada à alimentação, à moradia, ao saneamento
básico, ao meio ambiente, ao trabalho, à renda, a educação, ao transporte, ao lazer
e ao acesso aos bens e serviços essenciais, como um determinante e condicio-
nante à saúde.
Como exemplo, vamos imaginar uma pessoa moradora de uma região de baixo
nível socioeconômico, da cidade de São Paulo, que reside em uma área invadida
e, portanto, não tem acesso a saneamento básico, segurança ou equipamentos
públicos de lazer.
Além disso, a residência dela está localizada na periferia da cidade e seu trabalho
é na região central, sendo necessário, todos os dias, que essa pessoa utilize o trans-
porte público, atualmente, ineficiente e insuficiente, para se deslocar.
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Entre adultos, esses fatores incluem o gênero: os homens são mais ativos do
que as mulheres; a idade: a atividade física reduz com o aumento da idade; o
nível socioeconômico, a escolaridade e a cor da pele: pessoas com menor nível
socioeconômico, menor escolaridade e negras praticam menos atividade física no
tempo de lazer e mais atividade física no trabalho.
Cabe refletir e discutir sobre as aulas de Educação Física Escolar como fator de-
terminante para a prática regular de atividades físicas entre crianças e adolescentes:
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1. A recomendação atual de atividade física para crianças e adolescentes é
de que esta população deveria envolver-se, diariamente, em atividades de
intensidade moderada à vigorosa por, no mínimo, 60 minutos;
2. No Brasil, os estudantes têm de 2 a 3 aulas de Educação Física por semana,
com duração variando de 40 a 50 minutos;
3. Parte considerável das aulas é destinada à organização da turma (trajeto
até a quadra, registro da frequência dos alunos e orientações sobre as
atividades que serão desenvolvidas).
Ainda que, durante as aulas, não fosse reservado tempo para a organização
da turma e o tempo total da aula fosse destinado à participação dos alunos em
atividades físicas moderadas e/ou vigorosas, garantiríamos, no máximo, 50 minutos
de atividade física por dia. Porém, talvez, atingir a recomendação de atividade física
para crianças e adolescentes não é e não deveria ser um dos objetivos das aulas de
Educação Física Escolar.
E mais: para que este seja capaz de divulgar, informar e incentivar a prática regular
de atividade física na comunidade em que vive, contribuindo para a manutenção/
melhora da saúde coletiva.
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Neste contexto, é possível levantar, planejar e desenvolver ações a partir das ne-
cessidades dos estudantes e da comunidade local. Conhecer a realidade do aluno,
mais do que auxiliar na escolha e na forma de trabalho dos conteúdos de uma de-
terminada disciplina, contribui para o levantamento das demandas locais de saúde
e a elaboração de intervenções promissoras, que alcançaram tanto os estudantes
quanto outros membros da comunidade na qual estão inseridos, favorecendo a me-
lhora e/ou manutenção da saúde coletiva (estudantes e comunidade).
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Desse modo, uma Escola localizada em uma área de risco para alagamentos,
especialmente, no verão, poderia, por exemplo, realizar um projeto que levasse o
estudante a compreender que a responsabilidade sobre este fato está dividida entre
Governo e comunidade e oferecer ferramentas para que ele proponha mudanças
em sua comunidade e conheça os caminhos que deverá percorrer para cobrar so-
luções da autoridade local.
Seria possível, ainda, realizar aulas integradas, nas quais dois professores de
Áreas de Conhecimento diferentes discutiriam um mesmo tópico, proporiam
debates entre os estudantes/comunidade e a autoridade local sobre o assunto;
visitas a cooperativas de catadores de materiais recicláveis e indústria responsável
pela reciclagem desses materiais; parceria com uma cooperativa próxima e os
moradores da comunidade, para que os materiais recicláveis fossem separados
e colocados nas lixeiras das residências em dias diferentes aos da coleta de lixo
(serviço da Prefeitura), para que os catadores pudessem retirá-los; parceria com a
Unidade Básica de Saúde próxima para que os profissionais desta UBS pudessem
discutir com os estudantes o impacto dos alagamentos na saúde da população e
com um jurista que pudesse esclarecer o quê e de que forma a comunidade poderia
cobrar soluções da autoridade local etc.
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Esse plano tem, entre suas metas nacionais, entre os anos de 2011 e 2022, a
redução da taxa de mortalidade prematura por Doenças Crônicas Não-Transmissí-
veis, a redução da prevalência de obesidade em crianças, adolescentes e adultos, o
aumento da prática de atividade física no lazer e do consumo de frutas e hortaliças,
e a redução do consumo médio de sal.
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físicas e os equipamentos de lazer existentes dentro da comunidade e compreen-
der as fases de um treinamento físico e a importância de se respeitar cada uma
(aquecimento, parte principal e relaxamento). Outra proposta de alteração do
currículo é a ampliação da carga horária da Disciplina de Educação Física;
• Reestruturação dos intervalos: disponibilidade de materiais (bolas, cordas,
bambolês e outros de interesse dos estudantes) para que, durante o intervalo,
os alunos possam se organizar e praticar atividades físicas. Nesse caso, as ati-
vidades são livres e, portanto, não necessitam da supervisão de um professor
de Educação Física;
• Aulas extras de Educação Física: ministradas antes ou após o período de
aula, pelo professor responsável pelas aulas de Educação Física no período
regular ou por um professor contratado especificamente para esta função. As
aulas são práticas e as atividades propostas escolhidas de acordo com as pre-
ferências do público participante;
• Substituição do mobiliário escolar: propõe a troca das carteiras tradicionais
da sala de aula por carteiras ajustáveis, que permitam aos alunos assistir às
aulas em pé ou sentados. O desfecho primário desse tipo de intervenção é
reduzir o tempo sentado em sala de aula, ou seja, reduzir o comportamento
sedentário na escola;
• Quebras do comportamento sedentário: consiste no desenvolvimento de
atividades, no período de aula, de quebra do tempo sentado. Essas atividades
podem ser estruturadas ou não, como ir à Biblioteca para o empréstimo de
livros ou deixar os alunos, em algum espaço livre, à vontade, com bolas ou
cordas disponíveis, para realizarem atividades que os agradem;
• Reestruturação do espaço físico e dos recursos: refere-se à construção de
novos espaços ou instalações de equipamentos que incentivem o aumento da
prática de atividade física, como a instalação de bicicletários no estacionamen-
to da Escola, contribuindo para o deslocamento ativo dos estudantes. Outra
possibilidade é a compra de materiais, considerando as preferências dos estu-
dantes, que deixem as aulas de Educação Física mais atrativas. Os materiais
também podem ser emprestados durante o intervalo ou no contraturno, desde
que a Escola tenha espaços livres que não serão utilizados pelos professores
naquele período;
• Publicidade: pôsteres e folders educativos contendo informações sobre, por
exemplo, os benefícios da prática regular de atividades físicas na infância e na
adolescência, a recomendação atual de atividade física para esta população são
eventos de atividade física previstos na comunidade e em locais adequados, no
entorno da Escola, nos quais os estudantes podem praticar atividade física no
tempo livre;
• Eventos: realização de eventos de atividade física nos fins de semana, en-
volvendo, além dos estudantes, os familiares e outros membros da comu-
nidade: campeonatos, fim de semana esportivo (atividades que atendam a
diferentes preferências e idades), passeios ciclísticos, caminhadas, corridas
ginástica na praça etc.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção
CZERESNIA, D. O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção. In:
______; FREITAS, CM (org.) Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio
de Janeiro, RJ: Fiocruz, 2003.
Atividade física e saúde em crianças e adolescentes
FLORINDO, A.A.; RIBEIRO, EHC. Atividade física e saúde em crianças e adolescentes.
In: De Rose JR D, RÉ AHN. Esporte e atividade física na infância e na adolescência:
uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2009.
Efetividade em indicadores de atividade física de uma intervenção com estudantes do ensino médio
DEL DUCA, G. P.; BARROS, M.V.G.; et al. Efetividade em indicadores de atividade
física de uma intervenção com estudantes do ensino médio. Revista Brasileira de
Cineantropometria e Desempenho Humano; Florianópolis 2014;16 (S1): S13-5.
Physical activity and nutrition education at the school environment aimed at preventing childhood obesity:
evidence from systematic reviews
GUERRA, P.H.; SILVEIRA, J.A.C.; SALVADOR, E.P. Physical activity and nutrition
education at the school environment aimed at preventing childhood obesity: evidence
from systematic reviews. Jornal de Pediatra; Rio de Janeiro 2016, 92(1):15-23.
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UNIDADE Prevenção de Doenças, Educação em Saúde é Promoção da Saúde
Referências
AMORIM, T. C.; KNUTH, A. G.; et al. Descrição dos programas municipais
de promoção da atividade física financiados pelo Ministério da Saúde. Revista
Brasileira de Atividade Física e Saúde 2013; Pelotas; 18(1): 63-74.
BOUCHARD, C.; SHEPHARD, R.; et al. (1990). Exercise, fitness, and health: the
consensus statement. In: Exercise, Fitness and Health: a consensus of current
knowledge: proceedings of the international conference on exercise, fitness and
health. Toronto: Human Kinetics Publishers, 1990.
FLORINDO, A. A., SALVADOR, E. P., et al. Physical activity and its relationship
with perceived environment among adults living in a region of low socioeconomic
level. Journal of Physical Activity and Health 2013; Birmingham; 10(4): 563-71.
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Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Secretaria Executiva e Departamento
de Apoio à Descentralização. O SUS no seu município: garantindo saúde para
todos. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2009.
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