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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA


DISCIPLINA DE METODOLOGIA DA HISTÓRIA (04801)
PROFESSORA: Alcileide Cabral
ALUNO: José Reis Chaves Júnior

1ª ATIVIDADE DA 1ª VA - SÍNTESE ESCRITA DE VÍDEO E TEXTOS

Introdução
A História, como uma ciência que estuda as ações humanas no tempo, tem
no trabalho do historiador um papel fundamental, pois irá “olhar” o passado com a
carga cultural do momento em que vive. Esta síntese buscará apresentar os
principais aspectos tratados no vídeo com Sônia Menezes e nos textos de José
D’Assunção e de Leandro Karnal e Flávia Tatsch.

A pesquisa histórica - Vídeo com Sônia Menezes


Destaca-se a dimensão temporal da pesquisa histórica, os diversos aspectos e
articulações das relações humanas no tempo, devendo-se responder a uma pergunta
articulada a uma temática, devidamente consubstanciada em documentos ou materiais
empíricos. Sobre isso, ressalta que o conceito de fonte histórica se ampliou muito, podendo
ser objeto material ou imaterial e que ser pautada por ética e responsabilidade.

O Campo da História - Texto de José D’Assunção


Na primeira parte o autor apresenta a história como uma deusa
despedaçada, tendo adotado essa característica na modernidade, ao fragmentar-se
em uma grande quantidade de sub-especialidades e muitas tendências, provocando
o surgimento de visões diferenciadas do que seja a própria história enquanto campo
do conhecimento, o que provoca o isolamento da disciplina. Contrapondo-se a essa
situação e alertando para o preocupante desinteresse da comunidade científica por
uma cultura mais abrangente, mais humanística, o autor ressalta a necessidade de
interdisciplinaridade e da “interligação dos saberes”, já que o mundo não pode ser
decalcado do social, do político ou do mental, pois a história é sempre múltipla,
mesmo que haja a possibilidade de examiná-la de perspectivas específicas.
Na segunda parte, quando trata dos lotes da história, alerta para o fato que
uma abordagem ou uma prática historiográfica não pode ser rigorosamente
enquadrada dentro de um único campo, pois todas as dimensões da realidade
social interagem, ou rigorosamente sequer existem como dimensões separadas e
que os historiadores podem unir em uma única perspectiva historiográfica uma
dimensão, uma determinada abordagem e um certo domínio, compondo a realidade.

A memória evanescente - Texto de Leandro Karnal e Flávia Tatsch


No início, ressalta-se que o documento é base para o julgamento histórico,
mas questiona sobre o que se considera documento, expondo as suas
subjetividades e a sua mutabilidade em função do sentido que o presente confere.
Prosseguindo, informa que o conceito de documento está em expansão,
trazendo a visão da Escola dos Annales e de Marc Bloch, apontando ser uma
consequência da ampliação do campo do historiador, o que provocou o
esgarçamento do termo “documento histórico”. Mudou-se mais o olhar sobre a fonte
do que a fonte em si. Passou a existir leituras distintas do mesmo corpo de
documentos. Além disso, a valorização da fonte não tradicional também implicou
uma vasta reflexão sobre a relativização da fonte clássica.
Ao trazer o ditado de que “o papel aguenta qualquer coisa”, os autores
ressaltam a importância da autenticidade dos documentos, bem como a sua coleta e
conservação, alertando para o fato da existência de falsificações.
Deixando a conclusão em aberto, os autores afirmam que documento
histórico é qualquer fonte sobre o passado, conservado por acidente ou
deliberadamente, analisado a partir do presente, estabelecendo diálogos entre a
subjetividade atual e a subjetividade pretérita. O documento atinge valor pela teia
social que o envolve e pelo que revela de uma época ou sociedade. Lembram que
atrás de cada documento conservado, há milhares destruídos e que o limite do
historiador é o documento, pois na sobreposição de centenas de subjetividades e
acasos, ele encerra a chave de acesso ao conhecimento do passado.

Conclusão
O vídeo e os textos demonstram o complexo trabalho que é desenvolvido
para se estabelecer uma visão dos acontecimentos passados, passando pela
definição dos documentos (a sua autenticidade), as questões metodológicas, éticas
e de responsabilidade do historiador, pois, por vezes, uma massa documental pode
ser sufocada por postura ideológica, contaminando os fatos e a história.

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