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Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão

PJe - Processo Judicial Eletrônico

15/03/2022

Número: 0800701-38.2021.8.10.0033
Classe: CARTA PRECATÓRIA CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara de Colinas
Última distribuição : 23/11/2021
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Citação
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE PASTOS BONS-MA
(DEPRECANTE)
GILMAR PEREIRA DA SILVA (DEPRECADO)
CRUYFF ROMEU FREITAS DOS REIS (DEPRECADO)
SEBASTIÃO ALVES FEITOSA DE MORAES (DEPRECADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
56810 23/11/2021 13:17 0801455-49.2021.8.10.0107 - PETIÇÃO INICIAL Petição
981
Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão
PJe - Processo Judicial Eletrônico

23/11/2021

Número: 0801455-49.2021.8.10.0107
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: Vara Única de Pastos Bons
Última distribuição : 09/09/2021
Valor da causa: R$ 120.000,00
Assuntos: Indenização por Dano Moral, Obrigação de Fazer / Não Fazer
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
CLEIDIOMAR COSTA DOS SANTOS DE SOUSA (AUTOR) RONALDO ALVES FILHO (ADVOGADO)
ALEQUISANDRA COSTA DOS SANTOS (ADVOGADO)
CRUYFF ROMEU FREITAS DOS REIS (REU)
GILMAR PEREIRA DA SILVA (REU)
SEBASTIAO ALVES DE MORAES (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
52306 09/09/2021 18:57 Petição Inicial Petição Inicial
477
52315 09/09/2021 18:57 INICIAL - CLEIDIOMAR Petição
545

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EM ANEXO INICIAL E DOCUMENTOS.

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (ÍZA) DE DIREITO DA
VARA ÚNICA DA COMARCA DE PASTOS BONS-MA.

Cleidiomar Costa dos Santos de Sousa, brasileiro, solteiro, autônomo, portador da


Cédula de Identidade nº 0397618320106 SSP/MA, inscrito no CPF sob o n° 053.164.963-61,
residente e domiciliado à Quadra 02, Casa 58 Bairro Centro, Nova Iorque - MA, Telefone:
(99) 9 9115-4432, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio dos seus
advogados conforme procuração anexa, com base no art. 5º, X, da Constituição Federal, arts.
186, 884 e 927, do Código Civil, propor a presente

AÇÃO CONDENATÓRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de Gilmar Pereira da Silva, brasileiro, casado, autônomo, portador da cédula de


identidade de nº 345774949 SSP-MA, inscrito no CPF sob o nº 834.744.043-34, residente e
domiciliado à Rua Nova, nº 224, Bairro Curumatá, Colinas - MA, Telefone: (99) 9 8450-
9379, Cruyff Romeu Freitas dos Reis, brasileiro, unido estavelmente, empresário, portador
da cédula de identidade de nº 0402981952 GEJUSPC MA, inscrito no CPF sob o nº
748.631.423-15, residente e domiciliado no Conjunto Habitacional Vovo Noeme, próximo ao
DR Régis e da Chácara do Diogo Varão, Colinas – MA, Telefone: (99) 9 8158-5844 e

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Sebastião Alves Feitosa de Moraes, brasileiro, casado, comerciante, portador da cédula de
identidade de nº 000081048397-1 SSP-MA, inscrito no CPF sob o nº 835.117.253-72,
residente e domiciliado no Loteamento, Bairro Chapadinha, Colinas-MA, Telefone: (99) 9
9104-2585, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O autor é pessoa pobre e não possui recursos suficientes para arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, nos
termos do artigo 98 do Código de Processo Civil.

II. DOS FATOS

Em 13 de abril de 2020, o Requerente celebrou contrato verbal de compra e venda


com o Requerido 2 (Cruyff Romeu Freitas dos Reis), cujo objeto consistia na aquisição por
aquele de um veículo automotor: TOYOTA/COROLLA XEI 2.0 FLEX, PLACA PSP-8101
SÃO LUÍS – MA, pelo montante de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), mediante o pagamento
de uma entrada de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) o restante do montante foi dividido em 25
(quinze) prestações mensais de R$ 2.000,00 (dois mil reais), conforme print da conversa entre
esses em anexo.
Ocorre que , o Requerente acordou com o Requerido 2 que as prestações seriam pagas
da seguinte forma: R$ 1.000,00 (um mil reais) em depósito na conta bancária do Requerido 2,
o restante [R$ 1.000,00 (um mil reais)] era pago através de depósito realizado pela Empresa
Equatorial – MA na conta bancária de pessoa jurídica de propriedade do Requerido 2, pois o
Requerente possui um contrato de prestação de serviços com a Empresa Equatorial – MA na
cidade de Nova Iorque – MA, pois o Requerente não possuía CNPJ. Sendo assim, o
Requerido 2 cedeu o seu CNPJ para que fosse formalizado o contrato com a referida empresa,
conforme print da conversa entre esses em anexo.
Pois bem, o valor da entrada, qual seja R$ 30 mil reais foi depositado na conta
bancária de pessoa jurídica da empresa do Requerido 2 e 15(quinze) prestações foram pagas
todo dia 08 dos meses subsequentes. Ocorre que o Requerido 1 (Gilmar Pereira da Silva),

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transferiu o veículo objeto desta lide do nome da Sra Elizane Lima do Nascimento para o seu
nome, sendo que o Requerente foi ludibriado pelo Requerido 1 e o 2 no momento dos
procedimentos de transferência, tais como a vistoria do veículo, sofrendo estelionato dos
Requeridos, conforme prints e Boletim de Ocorrência em anexo.
Diante dessa situação, o Requerido 1 solicitou R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais)
para quitar o veículo junto ao banco alienante, bem como transferir o veículo para o nome do
Requerente. Sendo assim, no dia 28 de agosto de 2021, fora transferido R$ 15.000,00 (quinze
mil reais) para a conta de titularidade do Requerido 1, conforme comprovante de transferência
em anexo. Nesse sentido, a patrona do Requerente acordou também de transferir o restante
(R$ 10.000,00) para o Requerido 1, quando este fosse transferir o veículo para o nome do
Requerente, o que não aconteceu, mesmo depois de várias tentativas extrajudiciais, pois o
Requerido1 se nega a realizar a transferência do veículo, alegando que o Requerido 2 o qual
ele repassou o carro para venda, lhe deve uma nota promissória no valor de R$ 23.000,00
(vinte e três mil reais).
Pois bem diante disso, o Requerido 3 (Sebastião Alves Feitosa de Moraes) com outra
pessoa desconhecida dirigiram-se até a residência do Requerente no dia 02/09/2021 para
“buscar” o veículo objeto desta lide, alegando que o Requerido 2 havia lhe transferido poderes
que lhe foram outorgados por meio de procuração pública lavrada em 01/09/2021 na
Serventia Extrajudicial do 2º ofício de Colinas – MA com o fim de tomar o veículo a qualquer
custo lhe causando constrangimento, tendo em vista que a vizinhança inteira tomou
conhecimento do fato, conforme prova testemunhal.
O Requerente já tentou diversas vezes resolver de forma amigável, mas não obteve
êxito, restando assim, senão, a busca pela via judiciária de seus direitos. Exposta a
fundamentação fática, passa-se, ato contínuo, a fundamentação jurídica pertinente.
.
III - DA VALIDADE DO CONTRATO VERBAL ENTABULADO ENTRE AS
PARTES.

Consoante assentado, as partes firmaram um contrato verbal, segundo o qual o


Requerido 2 vendeu para o Requerente um automóvel pelo montante de R$ 80.000,00 (oitenta
mil reais).

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Extrai-se a validade do acordo entabulado entre as partes dos arts. 104 e 107, do
Código Civil, cujas dicções são claras, senão vejamos:

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I - Agente capaz;
II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - Forma prescrita ou não defesa em lei

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial,


senão quando a lei expressamente a exigir.

Pois bem, tecidas estas considerações acerca da validade da avença estipulada


verbalmente entre as partes, volvam-se os olhares para o cerne da questão: o enriquecimento
sem causa dos Requeridos.

IV - DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. DA VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM


CAUSA. DA EXTINÇÃO DO CONTRATO.

Anteriormente extraído por nossos jurisconsultos das próprias dobras de nosso


sistema, bem assim de princípios gerais de direito, o princípio da boa-fé ganhou positivação e
concretude jurídica com a promulgação do Novo Código Civil, em 2002. De efeito, o art. 422,
do Codex, acha-se redigido da seguinte maneira, litteris:

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato


como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

Diante dos fatos apresentados, percebe-se claramente que os Requeridos agiram de


má-fé, e com isso, o Requerente requer que seja transferido o veículo para seu nome, ou não
sendo possível a extinção do contrato verbal ora entabulado entre as partes, para que seja
ressarcido os valores já pagos, totalizando R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais).

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O Código Civil no capítulo referente à extinção do contrato, prevê a possibilidade de
Resolução Contratual por Inadimplemento, estabelecendo em seu Art. 475 o seguinte:

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização
por perdas e danos.

Na hipótese dos autos, percebe-se que restou ofendida a boa-fé contratual, na medida
em que houve um acréscimo ao patrimônio dos Requeridos, em detrimento do Requerente,
posto que aquele auferiu R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais), muito embora inadimplente
quanto à sua obrigação contratual.
Em casos tais, propugna a legislação que aquele que enriqueceu sem causa é obrigado
a restituir o que auferiu indevidamente. Confira os arts. 884 e 885, do Codex Civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores
monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a
recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará
pelo valor do bem na época em que foi exigido.

Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que
justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir.

Como se vê, a subsunção do caso sub examen à hipótese de incidência dos preceptivos
transcritos é insusceptível de tergiversação: tendo sido demonstrado, à exaustão, que os
Requeridos não cumpriram a sua parte da avença, emerge a sua obrigação de cumprir o que
fora acordado ou restituir a este o que auferiu indevidamente.

V - DO DEVER DE INDENIZAR OS DANOS MATERIAIS E MORAIS INFLIGIDOS

Eis a redação do art. 5º, X, da Lex Mater:

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Art. 5º. Omissis
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação.

Sob outra vertente, os danos à órbita moral da personalidade do Requerente verificam-


se tanto pela frustração da legítima expectativa gerada acerca da ultimação de compra de um
produto de considerável valor econômico, quanto pelo descaso manifestado, tácita e
expressamente, pelos demandados.
Ademais, inúmeros foram os transtornos ocasionados ao Requerente, mormente em
que o mesmo por diversas vezes tentou solucionar de forma amigável a lide, e o mesmo já
abalado psicologicamente, inclusive sua família, em especial sua mãe, que já é uma pessoa de
idade avançada, que vem recebendo ligações e mensagens dos Requeridos com ameaças.
Neste soar, o caráter ilícito dos atos dos Requeridos é demonstrado, à saciedade,
diante da límpida letra do art. 186, do Código Civil, verbo ad verbum:

Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Ademais, o legislador civil erigiu como corolário inexorável do cometimento de um


ato ilícito o dever de indenizar. É dizer, em sendo configurada a lesão a direito (= ato ilícito),
há de ser reconhecido o dever de indenizar. Neste sentido o art. 927, do Codex Civil, verbis:

Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.

Sendo assim, a lesão à honra objetiva do Requerente é clarividente, o que, por óbvio,
caracteriza dano moral, atrativo da incidência da regra determinativa do dever de indenizar.
Impende asseverar que o dano moral de que se cogita é aquele puro, constituído in re ipsa, o
que significa dizer que sua configuração independe de qualquer demonstração ou
comprovação.

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À nitidez, vê-se que o dano moral provoca agravo à honra e à esfera mais íntima da
pessoa, circunstância sobremaneira difícil de ser estimada. Daí porque não se exige a sua
comprovação, mas, tão somente, a demonstração dos atos que ensejaram tal abalo. É o que se
infere dos julgados abaixo transcritos, da lavra do Colendo STJ, verbis expressis:

A jurisprudência desta Corte está consolidada no sentido de que, na concepção


moderna do ressarcimento por dano moral, prevalece a responsabilização do
agente por força do simples fato da violação, de modo a tornar-se desnecessária
a prova do prejuízo em concreto, ao contrário do que se dá quanto ao dano
material.
O valor arbitrado a título de danos morais não se revela exagerado ou
desproporcional, mas encontra amparo na jurisprudência desta Corte. Recurso
especial conhecido, mas não provido.
(STJ, 4ª Turma, REsp 602.401/RS, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, in DJ de
28.06.2004, p. 335).

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO


CONSUMIDOR. VEÍCULO COM DEFEITO. RESPONSABILIDADE DO
FORNECEDOR. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. VALOR
INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO DO QUANTUM. PRECEDENTES DESTA
CORTE. [...]
4. Esta Corte tem entendimento firmado no sentido de que "quanto ao dano
moral, não há que se falar em prova, deve-se, sim, comprovar o fato que gerou
a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam. Provado o fato, impõe-
se a condenação" (Cf..AGA. 356.447-RJ, DJ 11.06.01).
Recurso conhecido parcialmente e, nesta parte, provido.
(STJ, 4ª Turma, RESP 575469/RJ, Rel. Min. Jorge Scartezzini, j. 18/11/2004, DJU
06.12.2004, p. 325).

Neste soar, emerge a obrigação dos Requeridos de indenizar os danos materiais e


morais infligidos em decorrência de seu inadimplemento contratual.

VII. DO PEDIDO

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Número do documento: 21112313172435400000053212025
Ex positis, com esteio nos judiciosos argumentos alhures decantados e, mormente,
com arrimo nos notórios suplementos jurídicos de V. Exa., requer-se seja a presente ação
julgada PROCEDENTE, obrigando os Requeridos a transferirem o veículo objeto da lide
para o nome do Requerente, ou não sendo possível extinguindo o contrato verbal entabulado
pelas partes e condenando-se os Requeridos a restituir ao Requerente o montante de R$
75.000,00 (setenta e cinco mil reais), acrescido de atualização monetária, bem como a pagar
uma indenização pelos danos morais infligidos, no importe de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco
mil reais). Requer-se, ademais:

a) os benefícios da gratuidade da justiça;

b) a citação dos Requeridos para, querendo, comparecer às audiências a serem


designadas por este juízo e apresentar defesa, sob pena de decretação de revelia e aplicação da
presunção de veracidade dos fatos alegados;

c) Pagar honorários advocatícios no patamar de 20% sobre a condenação, de acordo


com o §2º art. 85 do Novo CPC;

Protesta-se provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, notadamente


depoimento pessoal, documentos colacionados, oitiva das testemunhas s, sem prejuízo das
demais que se fizerem necessárias no curso da instrução processual.

Atribui-se à causa o valor de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais)

Termos em que espera deferimento.

Teresina, 09 de setembro de 2021.

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Ronaldo Alves Filho
OAB-PI 15615

Alequisandra Costa dos Santos


OAB-PI 14.071

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Assinado eletronicamente por: LILIANA COELHO DE SA CAMAPUM - 23/11/2021 13:17:24 Num. 56810981 - Pág. 11
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