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Pessoas

Jurídicas
Solidariedade ativa e passiva
O que é pessoa jurídica?
• PJ – GRUPOS DE INDIVÍDUOS + BENS + FINS DETERMINADOS E
COMUNS.
• (CAPACIDADE E PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIAS)

Natureza Jurídica - ***Teoria da Realidade Técnica*** - Art. 45 CC


(existência e vontade própria)
Quais são as pessoa jurídicas?

1) Direito Público Interno – União, Estados, DF e os Territórios, Municípios, Autarquias (incluindo as


associações públicas) e demais entidades de caráter público criadas por lei – Art. 41 CC.

2) Direito Público Externo - Estados estrangeiros e todas as pessoas regidas pelo Direito Internacional
Público – Art. 42 CC

3) Direito Privado – Associações, sociedades, fundações, organização religiosas, partidos políticos e


empresas individuais de responsabilidade limitada – Art. 44 CC.
Pessoas de direito público interno
• Pessoas jurídicas de direito público são aquelas geralmente criadas por lei, constituindo-se
na representação jurídica de países, estados e municípios, além de outros entes que
formam a chamada Administração Pública.
• Dos três primeiros incisos constam as pessoas que formam o Estado brasileiro, previstas
constitucionalmente, ou seja, que têm poderes políticos e administrativos:
• I – União, que representa o governo federal, tendo soberania e autonomia.
• II – Os Estados, Distrito Federal e os Territórios, que são a primeira divisão interna da
União. Trata-se de entes autônomos, que conjuntamente formam a federação.
• III – Os Municípios são subdivisões dos Estados e Território que também formam pessoas
jurídicas, como o município de São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba.
• As autarquias e demais entidades públicas também são criadas por lei, mas somente têm
poder administrativo, estando sempre vinculadas à União, a um Estado ou Município. São
parte da chamada administração indireta ou descentralizada e têm funções específicas.
• Obs.1) As pessoas jurídicas de direito público externo são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem
danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores
do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. (Art. 43, CC).
Pessoas de direito público externo
• Diz o Código Civil:
• “Art. 42 – São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito
internacional público.”
• Pessoas jurídicas de direito público externo são, portanto, aquelas
regulamentadas por normas de Direito Internacional e reconhecidas
pela legislação interna.
• São os países (como França, Rússia, Argentina), suas divisões
administrativas (Flórida, Paris, Córdoba), além dos organismos
internacionais (ONU – Organização das Nações Unidas, FMI – Fundo
Monetário Internacional).
Pessoas de direito privado
• Requisito: Formalmente registrada (Art. 46, CC) nos órgãos
competentes para passar a existir perante a lei. (Ex. de registro:
sociedade de advogados – OAB / S.A – Junta comercial). Decai em 3
anos o direito de anular a constituição da PJDP, por defeito do ato
respectivo, contado da publicação de sua inscrição no registro. (Art. 45,
CC)
PJDP
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado (rol não taxativo):

Observação: as organizações religiosas e partidos políticos foram tratados em separado para


que deixassem de se enquadrar como associações. Agora são corporações especiais, com
autonomia em relação ao Código Civil de 2002 e tratamento próprio (CC, art. 2.031, parágrafo
único).
A formação da PJDP exige:
- uma pluralidade de pessoas ou de bens e uma finalidade específica
(elementos de ordem material),
- bem como um ato constitutivo e respectivo registro no órgão competente
(elemento formal).
- Pode-se dizer que são quatro os requisitos para a constituição da pessoa
jurídica:
- a) vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta da de
seus membros;
- b) elaboração do ato constitutivo (estatuto ou contrato social);
- c) registro do ato constitutivo no órgão competente;
- d) liceidade de seu objetivo.
• A vontade humana materializa-se no ato de constituição, que deve ser
escrito. São necessárias duas ou mais pessoas com vontades
convergentes, ligadas por uma intenção comum (affectio societatis).
• O ato constitutivo é requisito formal exigido pela lei e se denomina:
➢ estatuto, em se tratando de associações, que não têm fins lucrativos;
➢ contrato social, no caso de sociedades, simples ou empresárias,
antigamente denominadas civis e comerciais;
➢ e escritura pública ou testamento, em se tratando de fundações (CC,
art. 62).
• Art. 45 – existência legal
• O registro do contrato social de uma sociedade empresária faz-se na Junta
Comercial, que mantém o Registro Público de Empresas Mercantis.
• Os estatutos e os atos constitutivos das demais pessoas jurídicas de direito
privado são registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas,
como dispõem os arts. 1.150 do Código Civil e 114 e s. da Lei dos Registros
Públicos (Lei n. 6.015/73).
• Mas os das sociedades simples de advogados só podem ser registrados na
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB, arts. 15 e 16, § 3º).
• Com o registro a PJ adquire capacidade jurídica
• “a proteção aos direitos da personalidade”
O art. 46, I a VI, do Código Civil indica os dados
ou elementos que deve conter o registro:
• I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
• II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
• III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
• IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
• V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
• VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse
caso”.
• O procedimento registral, porém, é disciplinado no art. 121 da Lei dos Registros
Públicos
Quem representa a PJDPrivado?
• Artigo 47, CC – Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores,
exercidos nos limites de seus poderes definidos nos atos
constitutivos.
• Tem-se que as PJDPrivado possuem administradores e não
representantes legais, pois possuem personalidade jurídica.
• TEORIA ULTRA VIRES - a sociedade não se vincula se os atos foram
evidentemente estranhos ao objeto social. Dessa forma, de acordo
com a interpretação literal do artigo 1.015, III do Código Civil, qualquer
ato praticado em nome da pessoa jurídica, por seus sócios ou
administradores, que ultrapassasse seus poderes, é nulo.
• Ao terceiro, caberia apenas mover ação contra aquele que
extrapolou os limites sociais (O contrário, na teoria da aparência, o
ato é válido e obriga a pessoa jurídica).
• Artigo 48, CC – Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo
dispuser de modo diverso.

• ATENÇÃO: Em caso de decisões eivadas de erro, dolo, simulação ou


fraude, ou quando violarem o estatuto, decai em 3 anos o direito de
anulação destas, diferente do previsto no artigo 178 do CC (regra geral)
que determina que o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do
negócio jurídico é de 4 anos.

• Artigo 49, CC – Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a


requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador
provisório.
E se eu formar uma sociedade e não registrar
o ato constitutivo?
• O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece, então, a
existência legal da pessoa jurídica de direito privado (CC, art. 45).
• Caso o ato constitutivo não seja levado a registro tem-se:
mera “sociedade de fato” ou “sociedade não personificada”,
Sociedade irregular ou de fato
• O Código Civil disciplina a sociedade irregular ou de fato no art. 986 do
referido diploma: “Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-
se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste
Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem
compatíveis, as normas da sociedade simples”.
• Tal regra aplica-se também às associações que já exercem atividades não
lucrativas, mas ainda não têm existência legal.
E se a pessoa jurídica passar a se dedicar a
objetivos ilícitos ou nocivos?
• A liceidade de seu objetivo é indispensável para a formação da pessoa
jurídica.
• Deve ele ser, também, determinado e possível.
• Nas sociedades em geral, civis ou comerciais, o objetivo é o lucro pelo
exercício da atividade.
• Nas fundações os fins só podem ser:CC, art. 62, parágrafo único, com a
redação dada pela Lei n. 13.151/2015).
• E nas associações, de fins não econômicos (art. 53), os objetivos
colimados são de natureza cultural, educa cional, esportiva, religiosa,
filantrópica, recreativa, moral etc.
Qual a diferença entre:

SEM FINS ECONÔMICOS

SEM FINS LUCRATIVOS


Como se dá o cancelamento ou dissolução da
PJDPrivado?
• O cancelamento do registro da pessoa jurídica, nos casos de dissolução
ou cassação da autorização para seu funcionamento, não se promove,
mediante averbação, no instante em que é dissolvida, mas depois de
encerrada sua liquidação (CC, art. 51).
• O direito de anular a / sua constituição por defeito do ato respectivo
pode ser exercido dentro do prazo decadencial de três anos, contado da
publicação e sua inscrição no registro (art. 45, parágrafo único).
Como é regulada a dissolução?
• A dissolução da pessoa jurídica é regulada pela Lei nº 6.404, de
1976 (Lei das S.A.), e também pela Lei nº 10.406, de 2002 (Código
Civil). Ocorre:
1) de pleno direito;
• 2) por decisão judicial; ou
• 3) por decisão da autoridade administrativa competente, nos casos e
forma previstos em lei especial.
Quem representa a PJDPrivado extinta?
• A pessoa jurídica extinta perde a capacidade processual, e
necessariamente terá que ser substituída pelos sucessores.
• Trata-se de imputação direta da responsabilidade aos sócios, em
virtude do ilícito praticado por eles na ocasião em que respondiam
pela empresa, nos termos do artigo 1.080 do Código Civil.
• Exemplo: Pedido de indenização em face de PJ extinta por danos
causados na sua vigência.
O que são grupos despersonalizados?
• As universalidades de direito e de massas de bens identificáveis como
unidade que, mesmo não tendo personalidade jurídica, podem gozar de
capacidade processual e ter legitimidade ativa e passiva para acionar e
serem acionadas em juízo.
Dentre os diversos grupos despersonalizados
destacam-se:
Dentre os diversos grupos despersonalizados destacam-se:
a) A família, indubitavelmente a mais importante
entidade não personificada.
O agrupamento familiar, caracterizado pelo conjunto de
pessoas e pela massa comum de bens, não constitui uma
pessoa jurídica, “não só por sua reduzida composição
numérica, mas, também, porque sua atividade jurídica,
mesmo na esfera patrimonial, pode ser exercida
razoavelmente sem essa personificação”

Não há responsabilidade patrimonial da família por eventuais


débitos, mas apenas a de seus integrantes.
b) A massa falida. Assim passa a ser denominado
o acervo de bens pertencentes ao falido (massa falida
objetiva), após a sentença declaratória de falência
decretando a perda do direito à administração e à
disposição do referido patrimônio, bem como o ente
despersonalizado voltado à defesa dos interesses
gerais dos credores (massa falida subjetiva).

É representado por um administrador judicial (art, 75)


• c) As, disciplinadas nos arts. 1.819 a 1.823 do Código Civil, constituem o
conjunto de bens deixados pelo de cujus, enquanto não entregue a sucessor
devidamente habilitado. heranças jacente e vacante
• Quando se abre a sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamento, e não
há conhecimento da existência de algum herdeiro, diz-se que a herança é
jacente (art. 1.819). Não tem esta personalidade jurídica, consistindo num
acervo de bens administrado por um curador até a habilitação dos herdeiros.
• Entretanto, reconhece-se-lhes legitimação ativa e passiva para comparecer em
juízo (CPC, art. 75, VI).

• Serão declarados vacantes os bens da herança jacente se, promovida a


arrecadação e praticadas todas as exigências legais, não aparecerem herdeiros,
ou se todos os chamados a suceder a ela renunciarem (CC, arts. 1.820 e 1.823).
• d) O espólio é o complexo de direitos e obrigações do falecido,
abrangendo bens de toda natureza.
• Essa massa patrimonial não personificada surge com a abertura da
sucessão, sendo representada no inventário inicialmente, ativa e
passivamente, pelo administrador provisório, até a nomeação do
inventariante (CPC, arts. 614 e 75, VII), sendo identificada como uma
unidade até a partilha, com a atribuição dos quinhões hereditários aos
sucessores (CPC, arts. 618 e 655).

• Com o julgamento da partilha cessa a comunhão hereditária,


desaparecendo a figura do espólio
Condomínio edilício é pessoa jurídica?
f) O condomínio, que pode ser geral (tradicional ou comum) e
edilício OU HORIZONTAL (CC, arts. 1.314 a 1.358).
O primeiro, sem dúvida, não tem não tem personalidade jurídica.
Não passa de propriedade comum ou copropriedade de
determinada coisa, cabendo a cada condômino uma parte ideal.

Já o condomínio edilício vem gerando dúvidas quanto sua natureza


jurídica.
Todavia. A inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica) é fundamental para o condomínio existir de fato e poder
manter relações com terceiros. Podemos dizer que
o condomínio que não tem CNPJ não tem uma personalidade
perante terceiros.
No que consiste a personalidade jurídica da
PJDPrivado?
• Artigo 52, CC – Aplicam-se as pessoas jurídicas, no que couber, a
proteção dos direitos da personalidade.
• ALGUNS direitos da personalidade:
- DIREITO AO NOME – Art. 17 do Código Civil – Registro, razão social.
- DIREITO À IDENTIDADE – Individualização, nome comercial, nome
fantasia.
- DIREITO À IMAGEM – Art. 20 do Código Civil - Inclui marca, logo, etc.
- DIREITO À INTIMIDADE – Sigilo bancário, livros e técnicas de produção.
- DIREITO À HONRA – Reputação, integridade, moral.
• SUMULA 227 DO STJ : A PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER DANO MORAL
• A reparação só é devida se o dano moral ocorrer sobre a honra objetiva da
empresa, por exemplo, ataques à reputação ou à credibilidade. Aqueles danos
que podem ser causados exclusivamente à honra subjetiva “não” podem ser
experimentados pela pessoa jurídica, tais como, angústia, dor, sofrimento,
abalos psíquicos, dignidade, humilhação, autoestima, desestabilidade
emocional, desconforto etc.
• REsp 1637629: DANOS MORAIS À PESSOA JURÍDICA EXIGEM PROVA DE
PREJUÍZO À IMAGEM
• A empresa precisa preencher a condição necessária para conseguir a
indenização por dano moral, caracterizando devidamente o dano por abalo a
honra objetiva.
• QUESTÕES

• 2014 - NC-UFPR - DPE-PR - Defensor Público

• Assinale a alternativa correta sobre as Pessoas Jurídicas:



a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado inicia-se com a formalização de seu ato constitutivo,
independentemente de sua inscrição no respectivo registro.

b) São pessoas jurídicas de direito privado as associações, as sociedades, as fundações, as organizações religiosas e
os partidos políticos. As empresas individuais de responsabilidade limitada, de acordo com o Código Civil em
vigor, não são consideradas pessoas jurídicas, pois sua personalidade se confunde com a do empresário individual.

c) A desconsideração da personalidade jurídica, por decisão judicial, quando ocorre fraude e abuso de direito contra
credores, importa na dissolução ou anulação da sociedade, para todos os efeitos.

d) Ocorre a desconsideração inversa quando é afastado o princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica para
responsabilizar a sociedade por obrigações do sócio, quando ele, por exemplo, registra bens pessoais em nome da
pessoa jurídica em prejuízo de terceiros.

e) Desde que comprovada a culpa desta, a pessoa jurídica é responsável pela reparação civil de danos que seus
empregados ou prepostos causarem a terceiros no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
ASSOCIAÇÕES
• I - Associações são conjuntos de pessoas que se organizam para fins não
econômicos (sem fins lucrativos – Enunciado 534, VI JDC). Exemplo:
clubes recreativos.
• II - Diante da ausência de fins lucrativos, não há entre os associados
direitos e deveres recíprocos. Cuidado: entre associados e associações
há direitos e deveres. Exemplos: dever de cumprir o estatuto (negócio
jurídico coletivo) e dever de pagar contribuições
• III- De acordo com o art. 55, em regra, há igualdade entre associados.
Porém, o estatuto pode instituir categorias com vantagens especiais.
Exemplo: clube recreativo. • Associado contribuinte. • Associado
proprietário.
• IV – Conforme o art. 56, CC15, a qualidade de associado, em regra, é
personalíssima (“intuitu personae”) e intransmissível. Porém, o estatuto
pode dispor o contrário.
• Exemplo: clube recreativo: “venda da joia” ou “venda da cota”.
• Conforme o art. 56, parágrafo único, CC, em regra, a transmissão da cota
de associado não é com as mesmas características. Entretanto, o
estatuto pode prever o contrário, o que, geralmente, ocorre na prática.
• O patrimônio é formado por taxa paga pelos associados, doações,
fundos e reservas.
• “O Estatuto de uma associação além destes requisitos exigidos pelo
Código Civil, devem obedecer também os requisitos exigidos pela
titulação federal, estadual, municipal almejada pela entidade”.
• V – O estatuto da associação é um negócio jurídico (ou contrato) coletivo que
traz as regras gerais sobre as associações.
• Tem força vinculativa, aplicando-se a máxima “pacta sunt servanda”.
• Porém, o estatuto da associação não pode violar normas de ordem pública ou
princípios constitucionais, sob pena de nulidade (CC, art. 166, II e VI).
• Exemplos:
• • Caso “UBC” (RE n. 201.819/RJ - 20051): o estatuto previa a expulsão sumária
do associado que desrespeitasse determinada regra.
• • Caso “Club Paulistano” (TJ/SP - 2012): o estatuto da associação previa a
possibilidade de inclusão de companheiro (a) e seus filhos como dependentes
de associado, vetava união homoafetiva.
Um sócio pode ser expulso?
• VI – CC, art. 57: “A exclusão do associado só é admissível havendo justa
causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de
defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto”.
• Para a exclusão do associado deve haver:
• • Justa causa.
• • Direito de defesa.
• ATENÇÃO: o estatuto não pode afastar o direito à ampla defesa.
ETAPAS DO PROCESSO PARA FORMAR UMA
ASSOCIAÇÃO :
• 1 - Reunir pessoas com objetivos comuns;
• 2 - Reunir o grupo para um processo de sensibilização e análise do processo de criação da
associação;
• 3 - Elaborar e discutir o projeto de Estatuto Social;
• 4 - Fazer a convocação, por edital, da assembleia geral para a sua criação;
• 5 - Realizar a assembleia geral para a criação da Associação;
• 6 - Antes de iniciar os trabalhos, eleger a mesa diretora da assembleia geral; ela será
constituída por membros presentes, tendo um presidente e um secretário;
• 7 - Após a abertura da assembleia, ler o projeto de Estatuto Social e colocá-lo em discussão
entre os presentes para possíveis modificações e aprovação;
• 8 - Concluída a assembleia geral, é preciso lavrar a ata, que relata todos os fatos ocorridos,
em livro próprio. O documento deve ser assinado por todos os presentes.
• Registrar o Estatuto Social e Ata da Assembleia de Constituição
em Cartório de Pessoas Jurídicas, em nome da empresa; -
• Inscrição na Receita Federal - CNPJ;
• Inscrição na Receita Estadual - Inscrição Estadual (se for caso)
4.Inscrição no INSS (idem)
• Registrar na prefeitura municipal o Alvará de Licença e
Funcionamento.
• Atenção: A Inscrição Estadual e a Inscrição no INSS são
necessárias somente às associações que pretendem praticar atos
comerciais.
Qual o destino dos bens em caso de dissolução da
associação?
• Dissolução das associações (art. 61)
• - Destino do que sobrar do seu patrimônio:
• • 1o: para entidade de fins não econômicos prevista no estatuto.
• • 2o: deliberação dos associados: para uma instituição municipal,
estadual ou federal de fins idênticos ou semelhantes.
• • 3o: Fazenda do Estado, DF ou da União.
FUNDAÇÕES
• I – As fundações são conjuntos de bens arrecadados e afetados para uma
finalidade específica.
• Segundo Maria Helena Diniz, a fundação sempre deve ter “fins nobres”
porque há interesse social e coletivo. Por isso, a fundação não pode ter
fins lucrativos
• A instituição das fundações se fará por escritura pública ou testamento,
sob pena de nulidade absoluta por desrespeito à forma (CC, art. 166, IV e
V). O parágrafo único do art. 62 elenca os fins nobres (rol
exemplificativo) - o dispositivo foi ampliado pela Lei n. 13.151/2015:
Quais são esses fins nobres?
• I – assistência social;
• II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
• III – educação;
• IV – saúde;
• V – segurança alimentar e nutricional;
• VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
• VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
• VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
• IX – atividades religiosas; e X – (VETADO)”
• Diante do interesse social que existe em relação às fundações, há uma
curadoria das fundações que é exercida pelo Ministério Público Estadual
do local onde situadas.
• O Ministério Público deve aprovar a instituição e o estatuto, fiscalizar a
atuação e pode pleitear a dissolução da fundação.
O estatuto da fundação pode ser alterado?
• Sim. Mediante os seguintes requisitos (art. 66)
• Deliberação por 2/3 dos administradores (ou representantes).
• Não pode contrariar ou desvirtuar a sua principal finalidade.
• Aprovação pelo MP - 45 dias para manifestação (alterado pela Lei n.
13.151/15) - e cabe suprimento judicial.
Dissolução da fundação
• Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério
Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato
constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que
se proponha a fim igual ou semelhante”.
• Ocorrendo a dissolução das fundações, o patrimônio que sobrar será
destinado:
• • 1º: outra entidade prevista no ato constitutivo ou no estatuto.
• • 2º: outra fundação, designada pelo juiz, que tenha fim igual ou
semelhante.

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