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1- A reconstrução do pós-guerra
Em Abril de de 1945, na Conferência de São Francisco, nos EUA, foi fundada a ONU,
sucessora da Liga das Nações. A ONU, com sede em Nova Iorque, foi idealizada ainda no
decurso da Segunda Guerra Mundial. Esta tinha como objetivos: alcançar a paz, garantir
a segurança e promover a cooperação entre nações. A Carta das Nações Unidas
estabeleceu a estrutura, os princípios e as competências desta organização.
A ONU tem um papel relevante no apaziguamento das tensões internacionais e na
promoção do bem-estar dos povos.
Órgãos de funcionamento:
- Assembleia Geral, formada pela generalidade dos Estados-membros,
funciona como um parlamento mundial. Reúne ordinariamente entre
setembro e dezembro e pode colocar na sua agenda todo o tipo de
questões abrangidas pelo âmbito da Organização.
- Conselho de Segurança, composto por 15 membros, 5 permanentes
(EUA, URR, Reino Unido, França e República Popular da China) e 10 flutuantes, eleitos
pela Assembleia-Geral, por 2 anos. Este é o órgão
responsável pela manutenção da paz e da segurança.
- Secretariado-Geral, eleito pela Assembleia, por proposta do Conselho
de Segurança. Representa a ONU e todos os povos do Mundo.
-Conselho Económico e Social, encarregado de promover a
cooperação a nível económico, social e cultural entre as nações.
- Tribunal Internacional de Justiça, o órgão máximo da justiça
internacional.
- Conselho de Tutela, órgão criado com o fim principal de administrar
os territórios que outrora se encontravam sob a alçada da SDN,
encaminhando-os progressivamente para a independência.
Um mundo dividido
A rutura
Quando, em 1946, Churchill afirmou que uma “cortina de ferro” dividia a
Europa, o processo de sovietização dos países de Leste era já irreversível.
Sob a tutela militar e diplomática da URSS, os partidos comunistas
ganhavam forças e tomavam o poder. Para tornar a atuação mais eficiente,
criou-se, em 1947, o Kominform, que se tornou um importante organismo
de controlo por parte da URSS.
O dinamismo do comunismo constituía uma ameaça ao modelo capitalista
e liberal e era preciso contê-la.
Depois 1 ano, os EUA assumem a liderança da oposição aos avanços do
socialismo. O presidente Truman expõe a sua visão de um mundo dividido
em dois sistemas antagónicos:
- um baseado na liberdade;
- outro baseado na opressão
Os americanos tinham de liderar o mundo livre e auxiliá-lo na contenção
do comunismo, a doutrina Truman. Esta deixava clara a necessidade de
ajudar a Europa a reerguer-se economicamente.
As perdas humanas e materiais tinham sido pesadíssimas e as ajudas de
emergência só tinham acudido às necessidades mais prementes. O rigoroso
inverno de 1946-47 agravou ainda mais a miséria, criando um clima político instável.
Assim, o secretário de Estado americano George Marshall anuncia, em
junho de 1947, um plano de ajuda económica à Europa, o Plano Marshall,
oferecido a toda a Europa, até aos que já se encontravam sob influência
soviética.
Pouco depois, um alto dirigente soviético, Andrei Jdanov, formaliza a
rutura entre as duas potências: o mundo divide-se em dois sistemas
contrários. Segundo Jdanov, o capitalismo é antidemocrático e imperialista.
Em janeiro de 1949, Mosco “responde” ao Plano Marshall, com o Plano
Molotov, que estabelece as estruturas de cooperação económica da Europa
oriental. Foi no âmbito deste que se criou o COMECON (Conselho de
Assistência Económica Mútua), destinada a promover o desenvolvimento
integrado dos países comunistas, sob a égide da URSS.
O Plano Marshall atingiu uns países e o Molotov outros. Deste modo, a
divisão do mundo em dois blocos antagónicos consolidou-se, tal como a
liderança das duas superpotências.
A Guerra Fria
O afrontamento entre os EUA e a URSS prolongou-se até meados dos
anos 80. Durante este período, intimidavam-se mutuamente, gerando um
clima de hostilidade e insegurança que deixou o Mundo num permanente
sobressalto. É este clima de tensão internacional que se designa por
Guerra Fria.
Esta foi uma disputa entre as duas superpotências da época: Estados Unidos (EUA) e
União Soviética (URSS). Este período de intensa hostilidade começou em 1947 e foi até
1989, e não contou com um conflito armado direto entre as duas potências.
O antagonismo entre este dois blocos também abragia o campo militar: a OTAN, sob
liderança dos EUA e o pacto de Varsóvia sob liderança dos EUA.
A Guerra Fria teve várias fases:
- a primeira fase iniciou se em 1947 e acentuou-se entre os anos de 1948 e 1958; foi
marcada pelo expansionismo soviético e pela “questão alemã”; os seus efeitos sentiram-
se na Ásia, onde eclodiram guerras regionais, que contaram com o apoio de duas
superpotências;
- a segunda fase (1953 a 1962) designada de “coexistência pacífica”, foi marcada pela
questão de Cuba;
- a terceira fase (1962 até 1975) designada como período da Détente, foi marcada pela
aproximação entre as duas superpotências, com vista a controlar o armamento; eclodiram
conflitos regionais com a presença direta e indireta das duas superpotências (no
Vietname), ou do apoio militar na América (Nicarágua, Guatemala, S.Salvador).
- a quarta fase, a partir de 1975, a URSS aproveitou os falhanços das EUA para reforçar
posições na África e Ásia,com a invasão do Afeganistão em 1979. Relançou se ai a
corrida ao armamento a partir de 1981 com o pograma de defesa estratégica conhecido
como “ Guerra das Estrelas”.
Características:
-Aceleração do progresso tecnológico;
-O recurso ao petróleo como matéria energética por excelência;
-O aumento da concentração industrial e do nº de multinacionais;
-O aumento da população ativa (baby-boom, reforço da mão de obra
feminina e imigração de trabalhadores oriundos dos países menos
desenvolvidos; mão de obra mais qualificada)
-A modernização da agricultura;
-O crescimento do setor terciário.
A sociedade de consumo
Designa das sociedades capitalistas contemporâneas marcadas pelo consumo de bens
supérfluos não essenciais e diversificados, produzidos em série para uso pessoal.
Características/fatores:
-Abundância para grande parte da população;
-Consumo de bens supérfluos;
-Predisposição para gastar;
-Generalização das compras a crédito;
-Apreço pelo lazer;
-Prazer do consumo;
-Relevância da publicidade.
O mundo capitalista: a afirmação do Estado-Providência
Na Europa
Europa Oriental sob pressão direta da URSS. Os novos países socialistas
receberam a designação de democracias populares (afirmam representar
os interesses dos trabalhadores, partido único, controla as instituições do
Estado, a economia, a sociedade e a cultura). Exercem o poder através do
Partido Comunista.
Assim, a Europa de Leste reconstrói-se de acordo com a ideologia
marxista e a interpretação que dela faz o regime soviético.
Em 1955, os laços entre as democracias populares foram reforçados com
a constituição do Pacto de Varsóvia, organização diametralmente oposta à
OTAN.
A situação de Berlim era preocupante para os dirigentes comunistas.
Solucionaram este com a criação do Muro de Berlim, o símbolo da Guerra
Fria.
Na Ásia
Fora da Europa, o único país em que a implantação do regime comunista
se ficou a dever à intervenção direta da URSS foi a Coreia.
Nos restantes, o triunfo do regime comunista ficou a dever-se a
movimentos revolucionários nacionais que contaram com o incentivo ou
apoio declarado da URSS.
Na China, Mao Tsé-Tung proclamou a instauração de uma República
Popular. A URSS e a China assinam, em Moscovo, um Tratado de Amizade,
Aliança e Assistência Mútua, que coloca a China na esfera soviética. A
China seguiu o modelo político e económico do socialismo russo.
A China assumiu as suas obrigações na difusão do comunismo,
participando ativamente na Guerra da Coreia e na guerra de libertação da
Indochina.
Na América e na África
O ponto fulcral da expansão comunista na América Latina foi Cuba. Fidel
Castro aceita o apoio da URSS, confirmado em 1963, quando aviões
americanos obtêm provas fotográficas da instalação de misseis russos de
médio alcance, capazes de atingir a América. Assim, o Mundo tinha medo
de uma guerra nuclear. Cuba desempenhará um papel ativo na proliferação
do comunismo.
A África, recém-descolonizada, mostrou-se bastante permeável à
influência soviética que, no início da década de 80, possuía bases e
conselheiros militares em 17 países do continente negro.