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RESUMO MANOLE DII

-- RCU e Chron – ambas têm episódios de exacerbação Obesidade – impreciso, alguns estudos sugerem que
e remissão de inflamação intestinal. sim.

-- RCU – acometimento importante do reto e -- Dados genéticos.


principalmente do colon distal, com inflamação
QUADRO CLÍNICO GERAL – diarreia, dor abdominal,
limitada à mucosa do colo.
cólicas, sangramento baixo (enterorragia), não precisa
-- Chron – pode pegar qualquer lugar do TGI, de boca ter sempre. Presença de ulceras orais, sintomas
a anus. Manifestações orais, esofágicas. Tipicamente constitucionais (febre, fadiga, perda de peso,
acomete o íleo distal. sudorese), manifestações extra intestinais.

-- Diferentemente da RCU, que o acometimento -- Muitas vezes 10% dos pacientes com RCU podem
começa distal e vai progredindo sem nenhuma área ter um sangramento maciço inicial. Na maioria das
livre, o Chron vai deixando áreas espaçadas entre as vezes o início é insidioso. Você pode ter a
acometidas e pode chegar até a região anal. A sobreposição do QC com outras doenças que são mais
inflamação é transmural, ou seja, pega todas as comuns.
camadas da parede intestinal. Pode fazer
-- Se quadro muito florido, com manifestações
complicações como abscessos e fístulas, além de
extraintestinais, mais fácil.
estenoses do intestino.
ALTERAÇÕES EXTRAINTESTINAIS:
-- A prevalência vem aumentando, 247/100 mil.
Ocular – Uveíte, irite, episclerite.
-- Ambas têm início aos 15 – 30 anos. Existe um
segundo pico um pouco menor, acima dos 50 anos. Pele – Pioderma gangrenoso – lesão ulcerada com
borda elevada e fundo bastante granuloso. Eritema
-- RCU – predomínio masculino.
nodoso  eritematosos, endurados (pode ser reação
-- No Chron a distribuição entre homens e mulheres é a drogas, outras doenças autoimunes e TB). Sempre
um pouco mais equilibrada, mas existe um leve importante ter uma suspeição para TB nesses casos,
predomínio em mulheres no início na idade adulta. porque há manifestações que podem ser
superpostas. Na TB intestinal o acometimento de íleo
FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO –
é bem típico. Na doença de Chron vc tem também
-- Tabagismo – fator de risco para Chron, fator acometimento de íleo. Doença de Chron pode gerar
protetor para RCU. granulomas não caseosos. Avaliação histopatológica
da lâmina, sempre que possível mandar para cultura.
-- Atividade física – protetor para Chorn, mas não
parece ser para RCU. Enteroartropatia – Espondiloartrites – grupo de
doenças com algumas manifestações comuns entre
-- Consumo de fibras – a mesma coisa. elas  ESSAS DOENÇAS TÊM MANIFESTAÇÕES QUE SE
-- Consumo de gorduras – aumenta o risco de ambas ASSEMELHAM AO ACOMETIMENTO ARTICULAR DAS
DII  Espondilite anquilosante. Artrite reativa.
-- Privação de sono – fator de risco para a RCU Artrite Psoriásica. Espondiloartrites juvenis. Doenças
-- Ambas têm exacerbações durantes picos de oculares com HLA-B27 positivo. Acometimento
estresses. Mulheres que dormem de 4 a 6 horas tem articular com predomínio de MMII e grandes
rico maior para RCU do que as que dormiam acima de articulações, axial, coluna e articulações sacroiliacas.
9 horas. Lesoes cutâneas – hiperqueratóticas ou pioderma
gangrenoso. Acometimento ocular. Algum grau de
-- Infecções gastrointestinais – Trigger ou ter uma acometimento intestinal. Nas outras doenças das
função fisiopatológica. espondiloartrites você pode ter algum grau de
sintomas intestinais.
-- AINE – fazem algum tipo de lesão na mucosa
intestinal, então acaba piorando ambas as doenças.
Embora doses baixas sejam toleradas e algumas vezes
necessárias.
-- Manifestações hepáticas – alterações de enzimas Fazer diagnóstico, excluir as outras causas e estadiar
hepáticas, risco maior de abscesso hepático, doenças acometimento para planejar o tto.
hepáticas autoinflamatorias como colangite
Hemograma – ver hb, leucócitos.
esclerosante e cirrose biliar primaria. DII tem a
relação mais importante com ela. Função renal com eletrólitos
-- Doença de Chron – Transmural. Pode ter granuloma Exames hepáticos
– não caseosos e qualquer segmento do TGI. 80% tem
ileite do delgado. Vitamina D e vitamina B12

-- QC principal – dor abdominal, diarreia com ou sem PPF e colprocultura – diagnostico diferencial
sangramento, fadiga e perda de peso. Calprotectina – mais comumente usada que a
-- Como complicações – estenoses e quadros lactoferrina – sugerem uma ativação inflamatória do
obstrutivos. Cicatrizes que podem levar a estreituras. intestino. Se a calprotectina tiver baixa, pouco
Fístulas, abscessos e 40% pode ter doença perianal. provável que tenha DII, então você usa dessa maneira,
na decisão de fazer um teste terapêutico inicialmente
-- A diarreia pode ser multifatorial no Chron – quadro ou fazer um diagnostico mais invasivo.
inflamatório. Má absorção de ácidos biliares. Pode ser
por sangramento e aceleração do transito. Você ter Colonoscopia – fundamental.
má absorção por alteração de ácidos biliares pode -- Ulcerações lineares – aspecto de paralelepípedo –
levar à deficiência de vitaminas D e B12. Guidelines de parece um pavilhamento do intestino na
seguimento crônico desses pacientes – solicitados colonoscopia. Áreas acometidas e logo do lado áreas
periodicamente. que são sãs.
Manifestações extraintestinais: Por ser transmural, a inflamação leva um
Artropatia – 20% espessamento da parede – sintomas de obstrução.
Voce pode ter perfurações, fistulas, abscessos fora do
Ocular – 5% extraluminal.
Pele – 10% -- Prognostico – bastante variável – crise única
-- Raramente – algum tipo de ulceração na mucosa -- Doença progressiva
vulvar. Fazer diag diferencial com Doença de Besset.
-- Exacerbação – remissão
Colangite esclerosante primaria – 5%.
-- Risco de neoplasia a longo prazo. Tem que fazer
-- Cálculos Renais – presentes ou como resultado da colonoscopia rotineiramente.
diarreia, desidratação – acidose, modifica o
metabolismo de ácido úrico e oxalato. -- RCU

-- Osteoporose – alteração da absorção de vitamina D. -- Episódios recorrentes que duram de semanas a


meses – envolve o reto e progride proximalmente –
-- DDX – infecções – TB!!! Outras infecções intestinais não tem áreas sãs – você pode ter uma pancolite,
– bacterianas, Salmonelose, CMV pode dar ulceras contíguo.
intestinais e mimetizar. RCU, diverticulite
(predomínio no colon esquerdo). Doença celíaca. -- Manifestação diarreia com sangue comumente, dor
Doença celíaca e Sindrome do Intestino Irritável – abdominal em cólica ou tenesmo, com urgência,
comuns com evolução mais benigna. Muita perda de incontinência fecal, com sintomas sistêmicos. Febre,
peso, enterorragia, uveíta – mais DII. Se quadro leve, emagrecimento, sudorese.
você pode considerar mais essas duas doenças em -- Agudas – sangramento maciço – pode ser
uma pessoa jovem. SII – diagnostico de exclusão. Tem volumoso.
uma alternância de diarreia com obstipação. Para
Doença Celiaca – a pessoa não precisa ter o quadro -- Colite fulminante – mais de 10 evacuação por dia
típico – sempre a se pensar nela. Para doença celíaca com sangramento continuo, dor abd, distensão,
– anticorpos específicos. sintomas sistêmicos.

Quais exames pedir??


-- Quadros agudos muito sintomáticos ou muito -- Frequencia das evacuações (0 a 1 – 2 x mais que o
exuberantes, considerar uma exérese cirúrgica. normal) // -- (3 – 4 vezes) // -- 5 vezes mais

-- Megacolon tóxico – envolve a camada muscular, -- Sangramento – ausente, rajas de sangue, sangue na
ultrapassando a mucosa. Você tem uma distensão do evacuação, enterorragia sem evacuação
colon maior ou igual a 6 cm, ou diâmetro do ceco
-- Aspecto endoscópico – normal, eritema com alt do
maior que 9. Toxicidade sistêmica – febre,
padrão vascular e friabilidade DISCRETOS, Moderados
leucocitose, anemia. Geralmente associado a colite
+ EROSAO, até sangramento espontâneo e ulcerações
fulminante.
profundas.
-- Perfuração – complicação do megacolon.
-- Avaliação do medico – ate 5 – leve, moderada ate
-- Estenoses – 10% -- considerar possibilidade de 10 e grave acima de 11 pontos
neoplasias e indicação cirúrgica.
Leva em consideração também a sintomatologia do
-- Câncer colonrretal, doença de longa data, pancolite, paciente.
gravidade, história familiar, CEP – colangite
Anticorpos – ASCA
esclerosante primaria.
Chron – anticorpo PANCA
-- Manifestações extraintestinais – 10% ao diagnostico
e até 20% no curso da doença

As mesmas de Chron. TRATAMENTO – A MAIOR PARTE INCLUI A


IMUNOSSUPRESSÃO
CEP – paciente assintomático com elevação da FA, ou
paciente com fadiga prurido, febre, calafrio, sudorese - Não existe uma proposta de tratamento única.
e dor em hipocôndrio direito.
Vários critérios – melhora dos sintomas e melhora do
Riscos tromboembólicos arteriais e venosos. aspecto endoscópico.
DDX – infecções, ver se viajou, se tem algum risco, se -- RCU – acometimento distal e contiguo – medicações
usou antibiótico, pode ser uma colite por via retal com sucesso – Sulfa ou mesalazina em
pseudomembranosa, CMV (imunocomprometidos supositório ou enema.
podem ter doença ulcerosa intestinal pelo CMV), ISTS
– doença anal pode estar relacionada a essas -- Podem ser usados corticoides como tto tópico ou
infecções. Isquemia intestinal – causa a ser explorada. sistêmico.

DC -- Se refratário – imunossupressores convencionais ou


imunobiológicos (anti TNF, vedolizumabe, tofacitinibe)
-- Colite por radiação
-- Chron – Corticoides
-- Colite de exclusão – pacientes que tiveram uma
interrupção do transito, por exemplo uma Ileostomia -- Azatioprina – imunossupressores
por trauma. Voce pode ter um quadro inflamatório, as -- Imunobiologicos – anti TNF, vedolizumabe.
vezes transitório. Doença de enxerto x hospedeiro

-- Diverticulite pode mimetizar um quadro agudo


importante. FALAS DO AUGUSTO NO TUTORIAL 

-- Exames que sugerem gravidade – VHS muito -- Resumindo – Porque há DII? -> multifatorial –
aumentado (>30), albumina baixa, Disturbios tendencia genética + desregulação da resposta
hidroeletrolíticos por desidratação. Exames imunológica frente aos antígenos – microbiota normal
relacionados a IST, sífilis herpes, gonorreia e clamídia. na luz intestinal + liberação de substancias
inflamatórias -> gera processo inflamatório na
-- Retossigmoideoscopia – Ulceração da mucosa e mucosa. No caso de Chron é transmural.
você não ve uma área sã onde tem o acometimento.
Considerar se não vale a pena fazer uma -- Litíase – DC – distúrbio na absorção do cálcio no
colonoscopia. intestino delgado.

-- Classificação de gravidade de RCU – Score de Mayo


-- Na RCU – diarreia crônica com sangue – mais de 4 com cólica abd, você fecha o diagnostico de DII sem
semanas de duração – resposta ao uso de antibióticos. medo.
O quadro depende da extensão de cada um – proctite
-- Não se pede RNM do abdome total. Voce pede a
é um quadro // pancolite – outro quadro.
enteroRNM – ingestão de contraste de volume. Chega
-- Doença de Chron – Quando envolve só o colo – em cedo, ingere o contraste, 2 horas depois ele faz o
20% dos casos. Geramente íleo distal e ceco em torno exame. É diferente de um RNM normal.
de 50% -- apresentação mais comum
-- Complicações – lembrar de neoplasias, CEP
-- 30% -- pode acometer só delgado. Tende a passar
-- Tratamento – DC você já entra com imunobiológico
batido. Dor abdominal tipo cólica. Fez endoscopia,
// RCU ainda se começa com mesalazina –
colono, tudo normal. Pensar na possibilidade de
antiinflamatorio de mucosa – não serve para a DC.
doença de Chron do intestino delgado – cólica que
Quando você tem envolvimento do colo pela DC e
vem de vez em quando. Pode não ter ainda um
existe inflamação, há quem defenda o uso da
quadro desabsortivo importante.
mesalazina que pode desinflamar alguma coisa.
-- Semioclusão – cólica às vezes – DC delgado.
-- Na pratica -> RCU só com o reto – proctite –
-- Fístulas ocorrem pq a doença de chron é transmural mesalazina supositório ou enema ou associa com
– acomete também a musculatura. Perianal, vaginal. mesalazina oral.

-- Diagnóstico Diferencial – RCU – colite amebiana – -- Moderados a graves – corticoides para induzir a
tenesmo, cólica + muco e sangue nas fezes. O remissão -> objetivo usar no máximo 40 a 60 dias,
inidividuo em geral tem um estado geral bom. depois você vai tirando essa medicação. Se houver
Diagnóstico diferencial com HIV!!! Jamais esquecer. necessidade, você acrescenta a azatioprina.
Sempre pesquisar HIV na DII, CMV (principalmente
-- Na DC leve – não se usa imunobiológico  se trata
para RCU).
com corticoide local – hitocort? Você pode ou não
-- Quando vai para o Chron – TB – região ileocecal – associar a azatioprina. Há uma tendencia de cada vez
mais diagnóstico diferencial com a doença de Chron. mais usar imunobiológico, pq a resposta tende a ser
Outro ddx para Doença de Chron – adenite melhor.
mesentérica – YersinIa enterocolítica. – Inflamação a
-- É melhor usar imunobiológico do que ficar usando
nível de íleo distal, e o tto é com antibiótico. Fora isso,
corticoide e toda hora vai inflamando. Se ficar toda
apendicite (Com doença de Chron). Outro ddx = SII,
hora inflamando, pensar em usar imunobiológico ->
doença funcional. Colite isquêmica, colite
principalmente em doentes muito acometidos que vc
pseudomembranosa, colite por C difficile.
já tentou coritcoide 2 – 3 vezes que ele voltou a ter
-- Relação a laboratório – Calprotectina fecal – exame doença.
hoje muito bom, se vier normal – afasta a
-- RCU grave, internado, mais de 6 dejecoes,
possibilidade de DII.
hemorragia digestiva, febre alta, se hidrocortisona IV
-- O delgado – só havia no passado o Transito de 6/6 horas n responde -> ciclosporina 5mg/kg de
intestinal – ingere uma quantidade de bário e espera peso com uma resposta muito boa ou usar o anti-TNF
ele ir descendo para ir fotografando. Faz com 30 min, – casos internados mais graves!
1 hora, 2 horas, 4 horas, etc.. O problema é que chega
-- Se começar a distender o abdome, leucocitose, vc
no delgado é um emaranhado, aí há a superposição
suspeita de megacolon toico – RX simples – dilatação
da imagem e a acuracia fica ruim. Você consegue
de pelo menos 6 cm do transverso – se depois de 24
detectar detalhes de inflamação da parede como a
horas não melhorar com ATB de largo espectro,
enteroTC e a enteroRN.
corticoide em altas doses, você tem que chamar o
-- Capsula – se suspeita de semioclusao – risco de ficar cirurgião para tirar o colon, se não vai perfurar e vai
retida. morrer!!!!

-- Enteroscopia com balão – único ou duplo – vc infla e -- Se começou a tratar o doente, com um ano você faz
ele vai desnuvelando o que está enuvelado. Se você colono. Depois de 8 anos, anualmente vc faz
tem enteroRNM bem feita, calprotectina aumentada, colonoscopia, com biopsia seriada para investigar
displasia.
-- Toda região inflamada predispõe a um câncer. Da  Pode haver náuseas e vômitos, embora mais
mesma forma é no colon. Tem que ser vigiado. na DC que na CU.

-- Indicações de cirurgia -> Na RCU – colite fulminante Sintomas gerais associados com a CU e DC em
e megacolon toxico. Se hemorragia for muito grave, se alguns casos
houver perfuração, se displasia de alto grau, se
 Febre  Perda de apetite  Perda de peso 
houver alguma refratariedade ao tto clinico (jessica
falou). A cirurgia é feita a colectomia abdominal + Fadiga  Suores noturnos  Retardo de
proctectomia total. Procurar mais sobre crescimento  Amenorreia primária
cirurgiaaaaa!!! N li nada. Manifestações extra-intestinais

As manifestações extra-intestinais incluem


condições músculo-esqueléticas (artropatia
periférica ou axial), condições cutâneas (eritema
ABORDAGEM AO PACIENTE COM DOENÇA nodoso, pioderma gangrenoso), afecções oculares
INTESTINAL INFLAMATÓRIA -- World (esclerite, episclerite, uveíte), e condições
Gastroenterology Organisation Practice Guidelines – hepatobiliares (CHB).
2015
Complicações:
A patogênese da DII não está completamente
compreendida. Fatores genéticos e ambientais, como Hemorragia: na CU pode aparecer
a modificação das bactérias luminais e o aumento da sangramento profuso de úlceras. O sangramento é
permeabilidade intestinal, desempenham um papel menos comum na DC. O sangramento massivo na DC
importante na má regulação da imunidade intestinal, é visto mais frequentemente devido à ulceração ileal
o que leva à lesão gastrointestinal. do que à colite. — 5–10% dos indivíduos com DC
apresenta úlcera no estômago ou duodeno.
Sintomas
A perfuração intestinal é uma preocupação na
A DII é uma doença crônica intermitente. DC, e tanto na DC (se o cólon está envolvido) como na
Durante as recidivas a severidade dos sintomas varia CU se aparecer megacólon.
de leve a severa, e durante as remissões muitos deles
podem desaparecer ou diminuir. Em geral, os  Abscessos intra-abdominais na DC.
sintomas dependem do segmento do trato intestinal  Estenose e obstrução (o estreitamento do
envolvido. intestino pode ser produzido por inflamação aguda e
Sintomas relacionados ao dano inflamatório edema, ou por fibrose crônica importante):
no trato digestivo: — As estenoses da DC são frequentemente
 Diarreia: — As fezes podem apresentar inflamatórias:
muco ou sangue. — Diarreia noturna. —  As estenoses inflamatórias podem ser
Incontinência. resolvidas com tratamento médico.
 Constipação: — Pode ser um sintoma  As estenoses cicatriciais (fixas ou fibróticas)
primário de CU limitada ao reto (proctite). — Em podem requerer intervenção endoscópica ou cirúrgica
casos de obstrução intestinal, pode ser vista para aliviar a obstrução. — Na CU, as estenoses
obstipação sem expulsão de gases colônicas devem ser consideradas malignas até prova
 Dor ou sangramento retal à defecação em contrário.

 Urgência para defecar Fístulas e patologia perianal: — Traço


distintivo da DC.
 Tenesmo
 A intervenção cirúrgica está indicada
 Câimbras e dores abdominais: — Na DC, são quando não responde ao tratamento médico, ou
comuns no quadrante inferior direito do abdômen ou quando aparecem abscessos. Às vezes deve ser
ao redor do umbigo; na CU moderada ou severa indicado tratamento cirúrgico concomitantemente
aparecem no quadrante esquerdo inferior. com o tratamento médico, especialmente em casos
de fístulas complexas.
 Alto risco de recidiva. DIAGNÓSTICO

— As fistulas das vias urinárias ou vagina não O diagnóstico da DII nos adultos requer exame
são infrequentes e podem provocar pneumatúria ou físico completo e análise da anamnese do paciente.
fecalúria, ou expulsão de ar pela vagina. Isto pode Existem diferentes exames, como exames de sangue,
produzir infecção urinária ou inflamação ginecológica. de fezes, endoscopia, biopsias e estudos imagiológicos
que ajudam a excluir outras causas e confirmar o
 Megacólon tóxico: — É uma complicação da
diagnóstico.
colite relativamente rara, possivelmente letal
(caracterizada por dilatação do cólon diagnosticada na  Perguntar sobre os sintomas — diarreia
radiografia simples de abdômen) e requer tratamento (sangue, muco), dor abdominal, vômitos, perda de
médico agressivo e intervenção cirúrgica urgente se peso, manifestações extra-intestinais, fístulas, doença
não há resposta dentro das 24 horas (mais comum na perianal (na DC), febre.
CU que na DC).
 Perguntar se algum dos sintomas
 Neoplasia: — Após 8 anos do diagnóstico da apresentados já tinham ocorrido no passado (não é
CU, e com atividade da doença não controlada, existe infrequente ver surtos da doença que não foram
aumento significativo do risco de câncer de cólon; na diagnosticados)
DC, existe risco semelhante quando há envolvimento
 Duração dos sintomas atuais, despertar
de uma área importante do cólon. O risco aumenta
noturno, absenteísmo laboral ou das atividades
paralelamente com a duração da doença, a instalação
sociais habituais.
da doença a uma idade precoce e se houver histórico
familiar de câncer colorretal esporádico. As taxas  Perguntar sobre possíveis manifestações
gerais de câncer colorretal na CU têm diminuído nos extra-intestinais — inclusive, entre outras, artrite,
últimos relatórios, talvez devido ao melhor uso da patologia ocular inflamatória, doenças cutâneas,
medicação que reduz a inflamação com o tempo osteoporose e fraturas, tromboembolismo venoso.
(quimioprevenção), e também devido à otimização da
vigilância.  Identificar se o paciente apresenta
transtornos do humor, ou situações de estresse que é
— A colangite esclerosante primária (CEP) na sabido precipitam uma DII.
CU também se acompanha de aumento do risco de
colangiocarcinoma e câncer colorretal. A CEP também  Problemas médicos recentes e passados —
está aumentada na DC, embora seja mais comum na infecção intestinal.
CU  Antecedentes de tuberculose (TBC) e
— Apesar do adenocarcinoma de intestino contatos conhecidos com TBC.
delgado ser raro, na DC é observado um aumento do  Antecedentes de viagens.
seu risco.
 Medicações—antibióticos, anti-inflamatórios
Complicações extra-intestinais não-esteroides (AINEs), e outros como corticoides
 As complicações extra-intestinais devem ser para acne.
diferenciadas das manifestações extra-intestinais,  Histórico familiar (DII, doença celíaca, câncer
podem estar relacionadas com a doença ou com os colorretal, TBC).  Tabagismo.
medicamentos usados para a DII — por exemplo,
artropatias droga-induzidas (corticoides, biológicos);
complicações oculares (glaucoma ou cataratas
Exame físico
induzidas pelos corticoides); complicações
hepatobiliares (cálculos biliares, fígado gorduroso);  Geral: — Estado geral — Palidez —
complicações renais (nefrite túbulo-intersticial pelos Caquexia — Hipocratismo — Estado nutricional —
medicamentos); anemia (ferropênica ou por Frequência de pulso e pressão arterial — Temperatura
deficiência de vitamina B12, citopenia induzida pela corporal — Peso e altura
tiopurina); complicações ósseas (osteoporose e
fraturas); tromboembolismo venoso; e transtornos do  Região abdominal: — Tumoração —
humor e ansiedade. Distensão — Dor à descompressão, rebote, defesa —
Ruídos intestinais anormais (obstrução) — de transferrina. Se disponível, o melhor teste é o
Hepatomegalias — Cicatrizes cirúrgicas ensaio do receptor solúvel de transferrina (sTfR),
apesar de ser caro (envolve também uma proteína de
 Região perianal: — Pólipos — Fissuras —
fase aguda).
Fístulas — Abscessos — Tato retal (avaliar estenoses
anais, tumorações retais)  Diminuição da cobalamina sérica — pode
indicar má-absorção.
 Inspeção extra-intestinal — boca, olhos, pele
e articulações: — Úlceras tipo afta — Artropatias —  Enzimas hepáticas e estudos da
Uveíte, episclerite — Eritema nodoso — Pioderma funcionalidade hepática—coeficiente internacional
gangrenoso — Síndrome de Sweet (dermatose normalizado (INR), bilirrubina, albumina.
neutrofílica aguda) — Colangite esclerosante primária
 Vírus da imunodeficiência humana (VIH) —
(manifestações de hepatopatia crônica) — Osteopatia
estudos para excluir infecção oportunista adicional,
metabólica.
vírus da hepatite B (VHB), vírus da hepatite C (VHC),
vírus da varicela-zoster (VVZ), imunoglobulina G (IgG).

Laboratório – EXAME DE FEZES – coprológicos  Anticorpo antineutrofílico citoplasmático


e coproculturas para eliminar causas de diarreia – perinuclear (p-ANCA) e anticorpos antiSaccharomyces
virais ou bacterianas: cerevisiae (ASCA) para casos de DII não classificados.
— Testes positivos para antígeno p-ANCA e negativos
- C difficile;
para ASCA sugerem CU.
- Se não aresentar historia de sangue nas
— Testes negativos para o antígeno p-ANCA e
fezes, a pesquisa de Sangue Oculto ou leucócitos
positivos para ASCA sugerem DC. — Estes testes são
fecais pode fortalecer a indicação de endoscopia
desnecessários como testes de triagem, em particular
baixa;
se vai se prosseguir com endoscopia e imagenologia
- Lactoferrina, α1-antitripsina. A principal para um diagnóstico mais definitivo. O antígeno p-
razão para considerar este exame é excluir a ANCA pode ser positivo na colite de Crohn; portanto,
inflamação intestinal, e não ser usado como teste talvez não permita diferenciar DC da CU em uma
diagnóstico positivo colite ainda não classificada. ASCA é mais específico
da DC. Estes ensaios podem ter valor adicional
- Calprotectina —um teste simples, confiável e
quando houver resultados sutilmente anormais, mas
muito disponível para medir a atividade da DII — pode
sem diagnóstico definitivo de doença inflamatória.
ser melhor para CU que para DC; os testes de
Também podem ser úteis se considerar técnicas
calprotectina fecais rápidos podem ser muito úteis
endoscópicas mais avançadas como endoscopia por
nos países em desenvolvimento. Se disponível, pode
cápsula ou endoscopia com duplo-balão, de modo tal
servir fazer um teste em domicílio como uma rotina
que um teste ASCA positivo pode fornecer razões
para o seguimento.
mais fortes para avaliar o intestino delgado. — ASCA
EXAMES DE SANGUE: pode não estar em todos oslugares igualmente
disponível ou com preços acessíveis. Em países onde a
Hemograma completo (HC). tuberculose é um diagnóstico diferencial importante,
 Velocidade de eritrossedimentação, ASCA não é útil para diferenciar DC de intestino
proteína C reativa e orosomucoide; os níveis não têm delgado da TBC de intestino delgado. Porém, se ASCA
boa correlação com a inflamação e atividade da e os ensaios de liberação de interferon gama (IGRAs)
doença. estiverem disponíveis, e o teste ASCA for positivo e o
IGRA for negativo, a especificidade para DC é alta.
 Eletrólitos e albumina, ferritina (pode indicar
problemas de absorção ou perdas), cálcio, magnésio,  Testes de anticorpos da doença celíaca
vitamina B12. devem ser feitos, a menos que as apresentações
incluam traços não celíacos óbvios como fístulas,
 A ferritina sérica pode estar elevada na DII patologia perianal e presença de sangue nas fezes.
ativa, e pode estar na faixa normal mesmo na
presença de ferropenia severa. Para determinar se  É recomendado medir os níveis enzimáticos
existe anemia, também pode ser avaliada a saturação da Tiopurina Metiltransferase (TPMT) antes de iniciar
a terapia com tiopurina
 Os níveis séricos dos metabolitos de  Identificação de mudanças histológicas em
tiopurina e os níveis circulantes de agentes biológicos áreas de endoscopia normal para estratificar
(até o momento somente disponíveis para anticorpos completamente o nível da doença.
contra TNF), bem como os níveis circulantes de
 O citomegalovírus (CMV) pode ser buscado
anticorpos para agentes biológicos, podem ajudar a
na biopsia tissular em pacientes recebendo agentes
guiar a dosagem e seguimento da adesão ao
imunossupressores ou corticoides crônicos — tanto
medicamento.
para ARN como para histologia em tecido colônico. A
Exclusão de TBC intestinal em áreas de alta sorologia pode ser útil como coadjuvante (IgM CMV).
probabilidade pré-teste
 A displasia pode ser buscada se as biopsias
 Teste cutâneo de derivado proteico de rotina são obtidas para vigilância de displasias, ou
purificado da tuberculina (PPD). (Em certos países se as lesões de tumorações são biopsiadas.
como o Brasil, o PPD é considerado positivo quando >
 Identificação de colite linfocítica ou colite
10 mm; nos EUA, é positivo quando > 5 mm)
colagenosa em cólon que parece endoscopicamente
 Teste de anticorpo PPD sérico. normal. Estes diagnósticos podem coexistir com a
doença de Crohn de intestino delgado, e deveriam ser
Ensaios de interferon gama (QuantiFERON-
buscados em pacientes com diarreia.
TB, T-SPOT, teste TBC). O ensaio de liberação de
interferon gama (IGRA) tem alta especificidade para o
diagnóstico TBC. Pode também ser de utilidade para
IMAGEM:
diagnóstico diferencial entre TBC gastrointestinal e DC
nas populações asiáticas - Radiografia simples de abdômen: — Pode
estabelecer se há colite e, em certos casos, qual é sua
 Todos estes ensaios podem ser
extensão. — Usado quando obstrução intestinal ou
negativamente afetados pela coexistência de
perfuração é esperada. — Exclui o megacólon tóxico.
imunossupressão.
 Radiografia baritada de intestino
 Parâmetros clínicos simples (como febre,
delgado/enema baritado com duplo contraste: — Não
hemorragia retal, diarreia e duração dos sintomas)
recomendada em geral em casos severos. — Pode ser
têm a maior precisão para diferenciar a DC da TBC do
útil para identificar fístulas que surgem de ou
aparelho digestivo [24], o que pode ser útil se os
atravessam o cólon — A radiografia baritada do
recursos forem limitados.  A combinação de
intestino delgado é usada amplamente para avaliar o
avaliação endoscópica e parâmetros radiológicos e de
tubo gastrointestinal até o intestino delgado distal. —
laboratório simples (ASCA, IGRA) constitui uma ajuda
Pode oferecer um roteiro anatômico antes da cirurgia.
diagnóstica útil para diferenciar entre DC e TBC
intestinal.  Sigmoidoscopia, colonoscopia: — Examina
úlceras, inflamação, sangramento, estenose. —
HISTOPATOLOGIA –
Múltiplas biopsias do cólon e do íleo terminal. — A
As biopsias são obtidas habitualmente colonoscopia nos casos severos ou fulminantes pode
durante a endoscopia. ser de alcance limitado, por causa do risco aumentado
de perfurações. — Quando houver falta de resposta
 Avaliação da distorção da arquitetura
ao tratamento habitual, estes exames podem ser
críptica, “crypt runting” (diminuição das criptas),
feitos para avaliar infecção por CMV se o paciente
aumento do espaço subcriptal, plasmocitose basal.
está recebendo medicação imunossupressora crônica,
Estas são características da colite crônica e seriam
ou infecção por C. difficile se os exames coprológicos
atípicas da colite infecciosa aguda.
são equívocos. — Uma colonoscopia de triagem para
 Avaliação de granulomas que não formam vigilância de displasias é indicada após 8 anos de CU
caseificação sugerindo DC. A presença de granulomas ou colite de Crohn.
necróticos/caseosos ou grandes deve alertar o médico
 Endoscopia gastrointestinal alta: — Em caso
para diagnóstico de tuberculose, especialmente em
de sintomas gastrointestinais altos (náuseas, vômitos,
regiões onde a doença for endêmica.
dores epigástricos). Como a patologia gastrointestinal
alta é mais comum na DC pediátrica, este é o exame
mais rotineiramente usado em crianças.
 Endoscopia com cápsula: — Pode ser de para avaliar as fístulas da doença de Crohn perineal. A
ajuda em pacientes com suspeita de DC e exames ultrassonografia endoscópica (EUS) pode ser
paraclínicos negativos. — Permite avaliar a totalidade considerada se disponível pessoal capacitado, mas sua
do intestino delgado, melhorando assim o diagnóstico precisão pode estar limitada porque as vistas são
e o diagnóstico diferencial da DII — as lesões achadas limitadas.
devem ser interpretadas no contexto do diagnóstico
 Absorciometria de raios X, energia dual (DEXA): —
diferencial. — Pode ser de importância na DC
Para avaliar a densidade mineral óssea em casos
conhecida — para avaliar a distribuição da doença,
selecionados.  Radiografia de tórax: — Para excluir
sua extensão e resposta ao tratamento (cicatrização
TBC pulmonar e procurar ar livre sob o diafragma em
da mucosa). — Ainda é discutido seu papel atual na
caso de perfuração.
CU. — Para pacientes com DC e estenose, ou se
houver incerteza relativa à estenose, uma cápsula de
detecção de permeabilidade pode ser utilizada para
determinar primeiro se há uma estrutura funcional CASCATA DIAGNÓSTICA –
que não permita a passagem do endoscópio de Recursos limitados:
cápsula real. — Raramente disponível e com preços
inacessíveis nos países de baixa renda. 1. Exame físico.

 Enteroscopia espiral, duplo balão e balão 2. Exames de fezes procurando infecção, leucócitos
único: — Para avaliar doença intestinal quando outras fecais.
modalidades forem negativas, quando se suspeita 3. Hemograma completo, albuminemia.
fortemente de certas patologias, ou se for preciso
fazer biopsias; também para obtenção de tecido para 4. Testes de VIH e TBC em populações de alto risco —
excluir TBC e se os achados estiverem além do alcance e exames para detecção de outras infecções
da endoscopia padrão. — Para tratar estenose do oportunistas, VHB, VHC, raio X de tórax (RxT).
intestino delgado ou para avaliação de sangramento
5. Colonoscopia flexível de comprimento total e
de origem escura na DC. — Rara vez disponível nos
ileoscopia com biopsias, se disponível interpretação
países pouco privilegiados.
histológica.

6. Se a endoscopia não estiver disponível mas é


 Imagenologia transversa: — Tomografia possível fazer estudos baritados, devem ser obtidos
computadorizada (CT), imagenologia de ressonância tanto um estudo baritado do intestino delgado como
magnética (inclusive enterografia CT e enterografia um enema baritado.
MRI). — Ajuda a determinar a extensão e gravidade
Recursos médios
da doença bem como avaliar as complicações de
perfuração da DC. É preferível utilizar ecografia e 1. Exame físico.
IMRN, pois os pacientes frequentemente são jovens e
2. Estudo de fezes procurando infecção.
é provável que, com o passar do tempo, precisem
repetir a imagenologia. — A ecografia possui alto nível 3. Fezes em busca de leucócitos fecais, calprotectina
de precisão diagnóstica para detectar DC, fecal (desnecessário se houver endoscopia disponível,
especialmente na DC de intestino delgado e perianal, mas pode ajudar a selecionar para seguir estudando
com custo relativamente baixo e sem exposição à inclusive com endoscopia).
radiação. Exige pessoal experimentado. — A MRI
4. Hemograma, albuminemia, ferritina sérica, proteína
possui altos níveis de sensibilidade e especificidade
C reativa (PCR).
para o diagnóstico de DC no intestino delgado e pode
ser uma alternativa da endoscopia. Também é útil 5. Testes de VIH e TBC em populações de alto risco —
para avaliar a doença perianal. Cada vez mais usada sorologia contra VHA, VHB nos pacientes com DII
nos pacientes pediátricos e adultos jovens devido à conhecida para vacinar antes do tratamento, se
falta de exposição à radiação e a consequente necessário. Avaliação de infecção oportunista, VHB,
capacidade de repetir os testes de maneira inócua. — VHC, IgG de VVZ, raio X de tórax (RxT).
Tem substituído a enteróclise com ingestão baritada
em centros de referência com a perícia apropriada. — 6. Colonoscopia ou ileoscopia, se disponíveis.
A MRI da pélvis é considerada o método padrão ouro 7. Ecografia abdominal.
8. CT de abdômen. 5. Colonoscopia e ileoscopia. 6. Ecografia
abdominal. 7. RMN abdominal é preferível à TC
abdominal, porque não produz radiação. 8. O
Recursos amplos teste de reação em cadeia da polimerase (PCR)
para TBC e as culturas são essenciais durante a
1. Exame físico. 2. Testes de fezes procurando endoscopia baixa em áreas com alta prevalência
infecção. 3. Hemograma, albuminemia, de TBC. 9. Se não há certeza sobre o envolvimento
ferritina sérica, Proteína C Reativa. 4. Testes do intestino delgado, é possível fazer cortes
de VIH e TBC em populações de alto risco — transversais com RMN, endoscopia de cápsula do
sorologia para VHA, VHB nos pacientes com intestino delgado, ou TC. 10. Se há suspeita de
DII conhecida para vacinar antes do fístula colônica e a imagenologia de cortes
tratamento, de ser necessário. Estudo de transversais não for clara, ou se a colonoscopia for
infecção oportunista, VHB, VHC, VVZ IgG, raio incompleta, fazer um enema baritado. 11. Na
X de tórax (RxT). situação de colonoscopia incompleta, a
colonografia TC se tornou a opção preferida para
examinar o cólon em toda sua extensão. Algumas
unidades de radiologia têm reservas sobre esta
técnica em casos de DC. Os estudos de cápsula
colônica são outra alternativa em caso de
colonoscopia incompleta, a menos que uma
estenose colônica seja identificada ou altamente
provável que o seja. 12. Endoscopia com cápsula
se o diagnóstico suspeitado de DC é ainda incerto.
13. Endoscopia com duplo balão (anterógrado ou
retrógrado, dependendo do lugar suspeitado) se
houver áreas do setor médio do intestino delgado.

AVALIAÇÃO:

 Os pacientes devem ser controlados durante 3–


6 meses após a primeira crise, se faltarem
características radiológicas, endoscópicas, ou
histopatológicas típicas. Uma repetição da
colonoscopia pode ser considerada após 10–12
semanas para assegurar a cicatrização esperada
na TBC intestinal e potencialmente na DC.

 O tratamento para TBC deve ser administrado e


seus efeitos observados nos pacientes com
dificuldades para diferenciar entre DC e TBC
intestinal. O tratamento para DC e TBC não deve
ser simultâneo.

 Os achados colonoscópicos de alterações


inflamatórias difusas e as coproculturas negativas
não são suficientes para diagnosticar CU. Isso
requer alterações crônicas ao longo do tempo
(isto é, 6 meses, em ausência de outros
diagnósticos emergentes) e sinais histológicos de
inflamação crônica.
 A vigilância para câncer colorretal deve ser fenótipo da doença  Severidade  Comorbidades
realizada nos pacientes com CU e colite DC de e complicações  Resposta sintomática individual
longa data;  Tolerância à intervenção de medicamentos 
Acesso do paciente a opções diagnósticas e
DII e tuberculose intestinal
terapêuticas  Evolução e duração da doença no
passado, com a quantidade de recidivas no ano
calendário.

Considerações sobre dieta e estilo de vida:  O


impacto da dieta sobre a atividade inflamatória
em CU/DC é mal compreendido, mas certas
mudanças na dieta podem ajudar a reduzir os
sintomas: — Durante o aumento da atividade da
doença, é apropriado diminuir a quantidade de
fibra. Os produtos lácteos podem ser mantidos, a
menos que sejam mal tolerados. — Uma dieta
pobre em resíduos pode diminuir a frequência das
evacuações. — Uma dieta rica em resíduos poder
ser indicada nos casos de proctite ulcerativa
(doença limitada ao reto, onde a constipação
pode ser um problema mais importante que a
diarreia).

 As mudanças dietéticas ou de estilo de vida


 A TBC intestinal deve ser excluída antes de fazer podem reduzir a inflamação na DC: — Os
diagnóstico de DII. sintomas obstrutivos podem ser reduzidos com
 A associação causal entre Mycobacterium dieta líquida, fórmulas prédigeridas ou suspensão
paratuberculose e DII não está totalmente da via oral. A nutrição enteral exclusiva pode
demonstrada. deter a doença inflamatória, especialmente em
crianças; porém, como isso afeta a inflamação
 Em populações ou jurisdições de alto risco, se a ainda é desconhecido, pois é frequente ver
TBC não pode ser excluída, uma tentativa de recidivas ao interromper a nutrição enteral, a
terapia anti-TBC é justificada e o uso de menos que seja empreendida alguma outra
corticoides deve ser suspenso. intervenção. Pode afetar o microbioma intestinal,
que volta para a linha de base uma vez
 As sequências de sintomas são, na TBC: febre,
interrompida a nutrição enteral e reiniciada a
dor abdominal, diarreia; na DC: dor abdominal,
dieta habitual. — A nutrição enteral deve ser
diarreia e febre (frequentemente ausente).
considerada como alternativa aos corticoides
 No diagnóstico diferencial entre TBC e DC, a TBC convencionais para induzir a remissão da DC em
tem uma evolução contínua, enquanto que na DC crianças entre as quais existe preocupação com o
existe história de remissões e recidivas. crescimento [37] ou quando a imunossupressão
não for apropriada —por exemplo, em sepse
 Na TBC pode haver ascite e difícil de controlar. — A cessação do tabagismo
hepatoesplenomegalia, mas elas são incomuns na beneficia os pacientes em relação à evolução de
DC. sua doença e beneficia os pacientes com CU do
ponto de vista da saúde geral (a cessação do
tabagismo está associada aos surtos de CU).
TRATAMENTO DA DII:
Aminossalicilatos — agentes anti-
inflamatórios
O tratamento de DII deve ser baseado em:   Este grupo inclui: — Ácido 5-aminossalicílico
CU vs. DC (apesar de pouco importante para os (5-ASA), mesalazina (Nome adotado nos EUA:
aspectos precoces do tratamento)  Localização e mesalamina). — Preparações disponíveis nos EUA
e na Europa Ocidental para uso oral:  É recomendado o uso concomitante de
sulfassalazina, mesalamina, olsalazina, cálcio com vitamina D, bem como o
mesalazina, balsalazida (em comprimidos, monitoramento da glicemia e da pressão arterial.
grânulos, ou preparações em múltiplas matrizes);
 Nos pacientes com DC do íleo distal,
e para uso retal: enemas de mesalamina (líquido
ileocecal ou do lado direito que recusam receber
ou espuma) e supositórios.
corticoides, não os toleram ou nos quais são
 Úteis tanto para tratar surtos de colite como contraindicados, a budesonida deve ser
para manutenção da remissão. considerada para uma primeira apresentação ou
única exacerbação inflamatória no prazo de 12
 5-ASA para tratamento da CU durante as
meses.
remissões: — 5-ASA oral ou retal.
 A budesonida pode ter menos efeitos
— Terapia combinada de 5-ASA oral e tópica.
colaterais que os corticoides convencionais
Uso combinado oral e tópico de 5- ASAs
(mesalamina e sulfassalazina) é mais benéfico que  Não oferecer budesonida para DC severa ou
só 5-ASAs para remissão da CU ativa leve ou exacerbações
moderada
 A via de administração depende da
— 5-ASA retal é superior a corticoides retais. localização e severidade da doença: —
— 5-ASAs tópicos intermitentes são melhores que Intravenosa (metilprednisolona, hidrocortisona).
5-ASA por via oral para evitar recidiva de uma CU — Oral (prednisona, prednisolona, budesonida,
quiescente nos pacientes com proctosigmoidite. dexametasona). — Retal (enema, preparações de
espuma, supositórios).
— Não oferecer 5-ASA na DC moderada ou
severa ou para suas exacerbações ou para doença Imunomodificadores — tiopurinas
extensa de intestino delgado ou doença com
complicações penetrantes ou fibroestenose.  As tiopurinas não são mais eficazes que
placebo para induzir remissão da DC ou CU; são
 Na DC, sulfasssalazina e eficazes para manter a remissão induzida por
mesalazina/mesalamina são consideradas muito corticoides.
eficazes na doença que afeta o cólon. Porém, isso
não foi especificamente estudado.  Não oferecer azatioprina ou
mercaptopurina para DC ou CU se o paciente
 Pacientes recebendo sulfassalazina dever apresentar déficit da atividade da tiopurina
tomar ácido fólico. metiltransferase (TPMT). Usar dose menor se a
atividade de TPMT for inferior à normal.
 É importante utilizar doses adequadas: 2.0–
4.8 g/dia para doença ativa, ≥ 2 g/dia para  Se a medida de TPMT não estiver disponível,
manutenção. No entanto, a evidência de um a dose de tiopurina deve ser aumentada de 50 mg
efeito dose-resposta para 5-ASA além dos 2 g/dia para a dose completa enquanto o hemograma é
é fraca. monitorado. Os pacientes asiáticos parecem
precisar doses menores de tiopurina para alcançar
Corticoides
eficácia, e a dosagem completa está em geral
 Habitualmente produzem uma importante limitada pela aparição de citopenia.
supressão da inflamação e um rápido alívio dos
 A adição de azatioprina ou mercaptopurina
sintomas.
aos corticoides convencionais ou budesonida deve
 Os corticoides induzem remissão nos ser considerada, para induzir remissão da DC se
pacientes com primeira apresentação ou única houver duas ou mais exacerbações inflamatórias
exacerbação inflamatória da DC no prazo de 12 no prazo de 1 ano, ou se a dose de corticoides não
meses. pode ser diminuída e eliminada gradativamente.
Também pode ser considerada se houver
 Não intervêm na manutenção da remissão. preditores de maus resultados inclusive no
 Os efeitos colaterais limitam seu uso (a momento do diagnóstico (idade < 40, corticoides
longo prazo).
para o primeiro surto, doença perianal,  A adição de metotrexato aos corticoides
tabagismo, fenótipos perfurantes). convencionais ou budesonida deve ser
considerada para induzir a remissão da DC se os
 As tiopurinas estão associadas com taxas
pacientes não podem tolerar azatioprina ou
baixas de infecção grave, mas devem ser
mercaptopurina, ou nos pacientes nos quais a
controladas de perto no paciente idoso [43].  As
atividade de TPMT é deficiente se houver duas ou
tiopurinas aumentam o risco de linfoma, embora
mais exacerbações inflamatórias no prazo de 1
o nível do aumento seja mais discutido [41]. Seu
ano, ou se a dose de corticoides não pode ser
uso também está associado ao aumento do risco
diminuída gradativamente.
de câncer cutâneo não-melanoma.
 Metotrexato só dever ser considerado para
 As tiopurinas em particular estão associadas
manter remissão da DC nos pacientes que
a uma síndrome de ativação dos macrófagos
precisaram metotrexato para induzir a remissão,
(MAS), provavelmente por promover a reativação
ou que não podem tolerar a azatioprina ou
viral por meio da inibição das células citotóxicas e
mercaptopurina, ou com contraindicação para seu
natural killer.
uso— MTX também deve ser evitado em
Imunomodificadores — inibidores da mulheres jovens por causa da gravidez.
calcineurina
 A administração conjunta de ácido fólico é
 Ciclosporina A (CSA) ou tacrolimus na CU e recomendada.  A hepatotoxicidade, quando
tacrolimus na DC. usado metotrexato para a DII, costuma ser
moderada e reversível ao interromper a
 O nível de tacrolimus deve ser medido e medicação. Os pacientes devem ser monitorados
procurar um mínimo de 10–15 ng/L na busca de hepatotoxicidade no início e durante
 Uso de CSA limitado à colite severa aguda o tratamento com metotrexato.
(refratária aos corticoides). Os inibidores da Imunomodificadores: utilização
calcineurina são reservados para circunstâncias
especiais.  Podem ser utilizados para reduzir ou
eliminar a dependência de corticoides em
 Uso de CSA limitado quase exclusivamente a pacientes com DII.
pacientes com colite severa aguda.
 Podem ser utilizados em pacientes
 Uso de tacrolimus em pacientes com CU ou selecionados com DII quando os 5-ASAs e
DC onde outras terapias provadas falharam. corticoides forem ineficazes ou parcialmente
 Os inibidores de calcineurina devem ser eficazes.
interrompidos em 6 meses para limitar a  Podem ser utilizados para manter a remissão
nefrotoxicidade, e serão necessários na DC e na CU se 5-ASA falhar.
imunossupressores alternativos como azatioprina
(AZA), 6-mercaptopurina (6-MP), ou metotrexato  Podem ser utilizados para tratamento
(MTX) se for considerada CSA. primário das fístulas.

 Alta taxa de colectomias 12 meses após a  São tratamento alternativo para recidivas da
introdução de CSA. DC após corticoterapia.

 Após CSA intravenoso, mudar para terapia  Podem ser utilizados na corticodependência
oral uma vez alcançada a resposta clínica, ou para manter a remissão e permitir retirar os
acrescentar 6-MP, AZA ou MTX. corticoides.

Imunomodificadores — metotrexato (MTX)  Tiopurinas ou metotrexato podem ser


na DC usados concomitantemente com terapia biológica
para aumentar sua eficácia e reduzir a
 O metotrexato é mais eficaz que placebo probabilidade de formação de anticorpos.
para indução de remissão da DC e para
manutenção da remissão induzida por corticoides. Imunomodificadores — notas importantes
 Não oferecer azatioprina, mercaptopurina  Recentemente foi aprovado o uso de
ou metotrexato como monoterapia para induzir a Vedolizumab (um anticorpo contra alfa 4-beta 7)
remissão da DC ou CU para o tratamento da CU e DC, eficaz tanto para
induzir como para manter a remissão. Tem
 O início de ação é relativamente lento para
poucos efeitos colaterais e não tem risco
tiopurinas e MTX. Demora aproximadamente 3
conhecido de neoplasia.
semanas alcançar uma homeostase em sangue
das tiopurinas, portanto, a dosagem pode ser Antibióticos
acelerada como o devido monitoramento. O início
 Metronidazol e ciprofloxacina são os
de ação é rápido (< 1 semana) para CSA.
antibióticos mais comumente utilizados na DC.
 As tiopurinas não são adequadas para as
 Os antibióticos são utilizados para tratar
exacerbações agudas. CSA pode ser eficaz na CU
complicações da DC (doença perianal, fístulas,
severa aguda.
tumorações inflamatórias, crescimento excessivo
 Antes de começar com AZA ou 6-MP, a bacteriano em casos de estenose).
medição do nível de enzimas de tiopurina
 Nunca houve um ensaio controlado
metiltransferase (TPMT) (fenótipo) ajudará a guiar
aleatorizado de tamanho adequado que prove a
a dosagem, e se os níveis de enzima forem muito
eficácia de metronidazol e/ou ciprofloxacina nas
baixos, o risco talvez seja demasiado alto para
fístulas perineais, mas estas são habitualmente
utilizar estes fármacos. Nos lugares onde não
terapias de primeira linha.
estiver disponível o teste, devem ser obtidos
hemogramas nas 2 e 4 semanas, e posteriormente  Existe um aumento do risco de doença
cada 3 meses. Mesmo onde estiver disponível o associada a C. difficile, e os pacientes
teste está indicado fazer hemogramas apresentando exacerbação de doença diarreica
trimestralmente. devem ser estudados para detectar C. difficile e
outros patógenos fecais.
Agentes anti-fator de necrose tumoral (anti-
TNF)  Não existe dado que mostre a eficácia de
nenhum antibiótico na CU, mas eles são utilizados
 Esta pode ser a primeira linha de terapia
em casos de colite fulminante.
para pacientes com doença agressiva e para
aqueles com DC perianal. Probióticos
 Infliximab, adalimumab e certolizumab  A DII pode ser provocada ou agravada por
foram aprovados pela FDA (Administração de alterações da flora intestinal.
Alimentos e Medicamentos dos EUA) para
tratamento da DC moderada a severa quando  Apesar de muitos pacientes utilizarem
houver resposta inapropriada às medicações probióticos, não existe evidência de serem
tradicionais. Infliximab e adalimumab foram eficazes nem na CU nem na DC. VSL#3, uma
aprovados no Canadá e na Europa. combinação de oito probióticos, induz e mantem
em remissão a CU e pode ser tão eficaz quanto 5-
 Infliximab e adalimumab mostram melhor ASA. No entanto, não foi demonstrado esse
resposta clínica, melhor remissão e cicatrização da benefício para DC.
mucosa do que placebo, sem aumento dos efeitos
adversos

 Infliximab, adalimumab e certolizumab são


eficazes para manter a remissão de DC induzida
por agentes anti-TNF.

 Infliximab (IFX) é utilizado para terapia de


resgate na CU severa refratária aos corticoides.

Antagonistas das moléculas de adesão

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