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VENTILAÇÃO PULMONAR

MÚSCULOS QUE PRODUZEM A


EXPANSÃO E A CONTRAÇÃO
→ Músculos da inspiração:
PULMONARES

• Existem duas maneiras para os pulmões ❖ Intercostais externos


serem expandidos e contraídos:
❖ Músculos
→ Movimento de subida e descida do esternocleidomastóideos
diafragma;
❖ Serráteis anteriores
→ Elevação e depressão das costelas;
❖ Escalenos
** Na respiração normal (tranquila), o
movimento de subida e descida do → Músculos da expiração:
diafragma é o principal responsável pela
movimentação dos pulmões. ❖ Reto abdominal

• Inspiração → contração diafragmática ❖ Intercostais internos


puxa as superfícies inferiores dos
pulmões para baixo;

• Expiração → relaxamento do diafragma,


e compressão dos pulmões pela retração
elástica da parede torácica, estruturas
abdominais e dos próprios pulmões;

** A expiração, na respiração vigorosa,


depende de uma força extra, proveniente
da contração da musculatura abdominal;

• Elevação da caixa torácica, a fim de


expandir os pulmões:

→ Aumento do diâmetro
anteroposterior em torno de 20%,
na inspiração máxima, comparado
com a expiração;
PRESSÕES QUE CAUSAM O
MOVIMENTO DO AR PARA DENTRO E
PARA FORA DOS PULMÕES

• Pressão pleural → é a pressão do líquido


no espaço entre a pleura visceral e
parietal;

→ Início da inspiração → A pressão


pleural está em torno de – 5cm de
H2O;

→ Durante a inspiração → A pressão


pleural chega a alcançar -7,5 cm
de H2O;

→ A mudança da pressão pleural está


relacionada com a mudança do
volume pulmonar;
• Complacência Pulmonar → Refere-se ao
grau de extensão dos pulmões por cada
• Pressão alveolar → Pressão do ar dentro
unidade de aumento da pressão
dos alvéolos;
transpulmonar;
→ Para haver entrada ou saída de ar
→ Ex: A complacência total de ambos
dos pulmões, a pressão alveolar
os pulmões no adulto normal é de
deve ser ligeiramente diferente
200 ml de ar por centímetro de
da pressão atmosférica;
pressão de água transpulmonar;

→ Durante a inspiração normal → A


→ Diagrama de complacência dos
pressão alveolar está em torno de
pulmões:
– 1cm de H2O;

→ Durante a expiração → A pressão


alveolar está em torno de +1cm de
H2O;

• Pressão transpulmonar → É a diferença


entre a pressão alveolar e a pressão
pleural;
❖ Composto por duas curvas:

➔ Curva de complacência
inspiratória

➔ Curva de complacência
expiratória

→ As características do diagrama de
complacência são determinadas
pelas forças elásticas dos
pulmões; • Princípios da Tensão Superficial

→ Está relacionado com a elevada


❖ As forças elásticas dos atração das moléculas de água
pulmões são divididas em duas: encontradas na superfície;

➔ Força elástica do tecido → A superfície da água está sempre


pulmonar propriamente dito tentando se contrair;
-> Determinada pelas
fibras de elastina e
→ Nas superfícies internas dos
colágeno;
alvéolos, a superfície da água
também tenta se contrair ->
➔ Força elástica causada pela provoca uma tentativa de forçar o
tensão superficial do ar para fora dos alvéolos;
líquido que reveste as
paredes internas dos
→ É responsável pela força elástica
alvéolos -> Determinada
da tensão superficial;
pela interface ar-líquido;

• O Surfactante e seus Efeitos na Tensão


❖ As forças elásticas teciduais
Superficial
representam um terço da
elasticidade total pulmonar; → O surfactante é um agente ativo
da superfície da água;
❖ As forças de tensão
superficial líquido-ar nos → Reduz consideravelmente a tensão
alvéolos representam dois superficial da água;
terços da elasticidade total
pulmonar; → É secretado pelas células epiteliais
alveolares do tipo II;

→ Trata-se de uma mistura de


fosfolipídios, proteínas e íons;
→ Os principais componentes são o elásticas do pulmão e do
fosfolipídio tórax;
dipalmitoilfosfatidilcolina,
apoproteínas surfactantes e íons ❖ Trabalho de resistência
cálcio; tecidual – trabalho necessário
para sobrepujar a viscosidade
→ O fosfolipídio pulmonar e das estruturas da
dipalmitoilfosfatidilcolina é o parede torácica;
principal responsável pela redução
da tensão superficial; ❖ Trabalho de resistência das
vias aéreas – trabalho
EFEITO DA CAIXA TORÁCICA NA necessário para exceder a
EXPANSIBILIDADE PULMONAR resistência das vias por onde o
ar passa para alcançar o
• A caixa torácica tem suas próprias pulmão;
características elásticas e viscosas,
semelhante às dos pulmões; • Energia Necessária para a Respiração
• Complacências Torácica e Pulmonar → Na respiração normal e tranquila;
Combinadas

→ Complacência do sistema pulmonar


= complacência dos pulmões +
complacência da caixa torácica Requerem apenas 3% a 5% da
energia consumida pelo corpo;
→ A complacência do sistema
combinado pulmão-tórax é quase a → Durante exercício pesado;
metade da do pulmão isolado →
110 ml de volume por cm de
pressão de água;
A quantidade normalmente
• Trabalho da respiração requerida aumenta até 50 vezes
mais;
→ Durante uma respiração normal e
tranquila (repouso), os músculos REGISTRO DAS MUDANÇAS NO
respiratórios normalmente VOLUME PULMONAR – ESPIROMETRIA
realizam trabalho para produzir a
inspiração, mas não expiração; • Espirometria: Permite estudar a
ventilação pulmonar por meio do
→ O trabalho da inspiração é dividido registro do movimento do volume de ar
em três fatores: para dentro e para fora dos pulmões;

• Volumes Pulmonares: Dividido em quatro,


❖ Trabalho elástico – trabalho
que quando somados representam o
necessário para expandir os
volume máximo que os pulmões podem
pulmões contra as forças
expandir;
→ Volume corrente = Trata-se do **CV=VRI+Vc+VRE
volume de ar inspirado ou
expirado, na respiração normal. **CV=CI+VRE
Aproximadamente 500 ml no
homem adulto; → Capacidade pulmonar total =
capacidade vital + volume residual;
→ Volume de reserva inspiratório =
Trata-se de um volume extra de ar **CPT=CV+VR
inspirado, além do volume
corrente, numa situação de **CPT=CI+CRF
inspiração com força total.
Aproximadamente 3L; ❖ Os volumes e capacidades
pulmonares são 20% a 25%
→ Volume de reserva expiratório = menores nas mulheres; sendo
máximo volume extra de ar maiores nas pessoas atléticas
expirado, em uma expiração e com massas corporais
forçada, após o final da expiração maiores;
corrente. Aproximadamente 1,1L;

→ Volume residual = Volume de ar


que fica nos pulmões, após a
expiração forçada.
Aproximadamente 1,2L;

• Capacidades Pulmonares: Combinação de


dois ou mais volumes;

→ Capacidade inspiratória = volume


corrente + volumo de reserva
inspiratório. Aproximadamente
3,5L;

→ Capacidade residual funcional =


volume de reserva expiratório +
volume residual. Aproximadamente
2,3L. Quantidade de ar que VENTILAÇÃO MINUTO
permanece nos pulmões, ao final da
• Ventilação-minuto refere-se à
expiração normal;
quantidade total de novo ar levado para
o interior das vias respiratórias a cada
**CRF=VRE+VR minuto;

→ Capacidade vital = volume de • Ventilação-minuto = volume corrente x


reserva inspiratório + volume de frequência respiratória por minuto
reserva expiratório + volume
corrente. Aproximadamente 4,6L; **Volume corrente normal = +- 500ml
**Frequência respiratória normal = 12 INTENSIDADE DA VENTILAÇÃO
respirações por minuto ALVEOLAR

**Ventilação-minuto normal = +- 6L/min • Ventilação alveolar por minuto = Volume


total de novo ar que entra nos alvéolos a
VENTILAÇÃO ALVEOLAR cada minuto;

• Ventilação alveolar = Velocidade com


que o novo ar alcança os alvéolos, sacos
alveolares, ductos alveolares e
VA = Volume de ventilação alveolar por
bronquíolos respiratórios;
minuto;
• “Espaço Morto” e seu Efeito na
Freq = Frequência da respiração por
Ventilação Alveolar:
minuto;
→ Espaço Morto = Parte do ar que
Vc = Volume corrente;
não alcança as áreas de troca
gasosa, pois preenche as vias VM = Volume de espaço morto fisiológico;
respiratórias onde não ocorre
troca gasosa, como a faringe e a **A ventilação alveolar normal é +-
traqueia; 4,2L/min;

**A ventilação alveolar é um dos


❖ Na expiração, o ar do espaço
principais determinantes das
morto é o primeiro a ser
concentrações de oxigênio e dióxido
expirado;
de carbono no alvéolos;

❖ Volume normal do Espaço FUNÇÕES DAS VIAS RESPIRATÓRIAS


Morto = +- 150ml
• Traqueia, Brônquios e Bronquíolos
❖ Espaço morto anatômico:
→ Um dos maiores desafios é manter
Considera as áreas em que não
as vias respiratórias abertas, a
ocorrem troca gasosa,
fim de permitir o livre fluxo de ar
excluindo dessa forma alvéolos
para o alvéolos;
e outras partes relacionadas
com a troca;
→ A traqueia possui múltiplos anéis
cartilaginosos, a fim de evitar o
❖ Espaço morto fisiológico:
seu colapso;
Considera além das áreas que
não realizam troca gasosa, os
alvéolos que não são mais → As paredes brônquicas possuem
funcionantes; placas cartilaginosas, as quais
permitem a rigidez, mas que
também permitem a mobilidade
suficiente para a expansão e
contração dos pulmões;
→ Os bronquíolos não possuem placas responsáveis pela resistência
cartilaginosas, podendo, portanto, ao fluxo aéreo são os
sofrerem colapso; bronquíolos menores, em razão
do seu pequeno diâmetro e
→ Os bronquíolos se mantêm pela facilidade de serem
expandidos pelas mesmas pressões ocluídos por:
transpulmonares que expandem os
alvéolos; - edema que ocorrem em suas
paredes;
→ Parede muscular do brônquios e
bronquíolos e seus controles - acúmulo de muco no lúmen;

❖ A parede muscular da traqueia - contração muscular das


e dos brônquios são compostos paredes;
de músculo liso;
→ Controle neural e local da
❖ A maior parte dos bronquíolos musculatura bronquiolar –
também são compostos de Dilatação “simpática” dos
músculo liso; bronquíolos

❖ No entanto, o bronquíolo mais ❖ O controle dos bronquíolos


terminal é composto, pelas fibras simpáticas é
majoritariamente, por epitélio muito fraco, em razão de
pulmonar e tecido fibroso poucas fibras penetrarem as
subjacente; porções centrais do pulmão;

❖ Muitas doenças pulmonares ❖ A musculatura bronquiolar é


obstrutivas do pulmão são mais exposta à norepinefrina e
causadas pelo estreitamento epinefrina;
dos brônquios menores e dos
bronquíolos maiores, em razão ❖ Ambos os hormônios, em
da contração excessiva da especial a epinefrina,
musculatura lisa; estimulam os receptores
betadrenérgicos, provocando a
→ Resistência ao fluxo aéreo na dilatação brônquica;
árvore brônquica
→ Contrição parassimpática dos
❖ A maior quantidade de bronquíolos
resistência ao fluxo aéreo
ocorre na transição entre os ❖ Poucas fibras parassimpáticas,
brônquios terciários e os provenientes do nervo vago
bronquíolos maiores; penetram os pulmões;

❖ No entanto, em condições
patológicas, os principais
❖ Secretam acetilcolina,
provocando constrição dos
bronquíolos;

❖ Os nervos parassimpáticos
também podem ser ativados
por reflexos constritores
bronquiolares provocados pela
irritação da membrana
epitelial das vias respiratórias,
por meio de:

- Gases nocivos

- Poeira

- Fumaça de cigarro

- Infecção brônquica

❖ A Histamina e a substância de
reação lenta da anafilaxia
são duas substâncias
produzidas nos próprios
pulmões que:

- tem a capacidade de
provocar a constrição
bronquiolar;

- são liberadas pelos


mastócitos dos tecidos
pulmonares, durante reações
alérgicas;

- estão intimamente
relacionadas com a obstrução
das vias aéreas na asma
alérgica;

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