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∙ 15 brasileiros morrem
afogados diariamente;
https://www.youtube.com/watch?v=YoFYVcneOgM
O que é o Afogamento?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o Afogamento como a aspiração de
líquido causado por submersão de um individuo ou imersão das vias aéreas em ambiente
aquoso. Este termo foi discutido e definido durante o Congresso Mundial sobre Afogamento
em 2002,Amsterdã, Holanda.
Outros termos eram utilizados como “quase afogamento”, “afogamento a seco”, “ativo e
passivo” entre outros. Porém a nova definição distingue o que é o Afogamento e o classifica
em graus, o que é Resgate e o Já Cadáver por afogamento.
Muitos confundem o afogamento com a situação de quando um indivíduo ingere líquido e
vem a “engasgar”, ou seja, ocorre uma Obstrução das Vias Aéreas pelo Líquido ingerido e
não um afogamento.
Uma situação que pode ocorrer durante o processo de afogamento é o Laringoespasmo
(Espasmo de Glote), onde ocorre o fechamento glótico, como resposta do organismo para
interromper a entrada de água na Via Áerea (VA). Porém com o aparecimento da Hipóxia,
este reflexo é interrompido e a glote é liberada, permeabilizando novamente as VVAA,
possibilitando a respiração. Entretando se o individuo não for removido do meio líquido, o
afogamento continuará.
Outra definição importante é a causa do afogamento, e esta se dividide em Afogamento
Primário e Afogamento Secundário.
Causas do Afogamento
∙Primário: quando não existem indícios
de uma causa de afogamento;
∙Secundário: quando existe uma causa
de a vitima não se manter na superfície;
Afogamento Primário
Este processo ocorre quando o indivíduo não
possui capacidade de se manter na superfície da
água, ou está com as vias aéreas imergidas, porém
nenhum fator externo ou secundário o levou a esta
situação.
Alguns exemplos podem ser citados para melhor
compreensão como: a falta de aptidão para a
natação de um banhista, uma criança que coloca a
cabeça em um balde de água e não consegue tirar,
um veranista que entra na corrente de retorno e em
situação de desespero, vem a submergir.
Afogamento Secundário
Esta condição necessita de um fator externo para
que o indivíduo passe pelo processo do afogamento.
Algum motivo “primário” o levou ao afogamento, seja
ele um trauma, uma crise convulsiva entre outros.
A câimbra não é considerada um afogamento
secundário, pois não é um fator responsável por levar
um indivíduo ao afogamento. Muitos atletas,
nadadores, guarda-vidas, surfistas já passaram por
uma situação de câimbra no ambiente aquático, e
não se afogaram (Szpilman 2017).
Secundário
∙ Traumas; ∙ Doenças cardíacas e
∙ Hidrocussão;
pulmonares;
∙ Acidentes de
∙ Hipotermia;
∙ Drogas/Álcool;
Mergulho;
∙ Convulsão;
1 Tosse sem espuma no boca/nariz 1. Repouso e medidas que visem o conforto e a tranquilidade
do banhista.
2. Não há necessidade de O2 e hospitalização
3 Muita espuma na boca/nariz com pulso radial 1. O2 por máscara facial a 15 litros/min.
palpável. 2. Posição Lateral de segurança;
3. Internação hospitalar no CTI.
4 Muita espuma na boca/nariz sem pulso radial 1. O2 por máscara facial a 15 litros/min.
palpável. 2. Observe respiração, pode haver PR;
3. Posição lateral de segurança.
4. Internação com urgência no CTI.
Fisiopatologia
∙Resgate: É a condição em que a vítima
é removida do ambiente aquático, sem
nenhum sinal/sintoma de afogamento.
5 Parada Respiratória com pulso carotídeo 1. Ventilação, não faz compressão cardíaca.
2. Após retornar com a respiração espontânea, tratar com grau
4.
Já cadaver PCR com tempo de submersão > 1h, ou rigidez 1. Não realize RCP, acione IML;
cadavérica, decomposição corporal e/ou
livores.
Fisiopatologia
∙Grau 5: Com a evolução da Hipóxia no o organismo,
ocorre a hipoxemia (baixo nível de oxigênio no
sangue)desencadeando em segundos o rebaixamento do
nível de consciência e a apnéia, levando o individuo a
uma Parada Respiratória (PR).
∙Grau 6 – A evolução da Parada Respiratória é a Parada
Cardiorrespiratória (PCR), onde por consequência da
ausência da respiração, a taquicardia rebaixa seu ritmo
tornando uma bradicardia e então uma Atividade Elétrica
Sem Pulso (AESP), levando a uma assistolia, situação
em que não a pulso cardíaco e o individuo encontrasse
em PCR.
Fonte: Manual de Afogamento ao Curso de Emergências Aquáticas – 2019 – Dr. David Szpilman
SBV dentro água
A reanimação dentro do ambiente aquático é aplicada na vítima que não respira.
A recomendação do procedimento só deverá ser realizado com um guarda-vidas
equipado com pranchão ou life-belt, ou dois guarda-vidas, onde um sustentará a
vítima e o outro aplicará até 10 ventilações boca-a-boca. Se a vítima tossir ou
provocar qualquer reação que caracterize a volta da respiração espontânea, o
procedimento deve ser interrompido e a vítima removida do meio líquido. Se após as
10 ventilações não houver resposta, remova a vítima para a área seca.
Ainda se a vítima está na linha de arrebentação, ou o GV está sem o cinto de
salvamento (life-belt), a vítima deve ser removida da água o mais rápido possível.
Mecanismos de barreira como micro-shield ou pocket mask não deverá ser
utilizado dentro do ambiente aquático, pois o filtro do equipamento inundará,
interrompendo a passagem do O2 no momento da ventilação. Outra situação é a
dificuldade de posicionar o equipamento na vítima e realizar a hiperextensão, para
poder liberar a via aérea para a manobra de ventilação.
SBV dentro água
10 ventilações com 2 gv’s ou com 1 gv com Lifebelt
ou pranchão;
START Múltiplas Vítimas
A situação de múltiplas vítimas se caracteriza quando
número de vítimas é maior do que a capacidade de auxílio
pelos guarda-vidas, e a prioridade é salvar o maior número
possível de vidas, e não atender a de maior gravidade no
primeiro momento.
Para determinar quais vítimas merecem o primeiro
atendimento, e quais conseguem suportar até a chegada de
mais recurso, o GV poderá fazer uma rápida triagem,
determinado qual vítima é Vermelha (Maior Prioridade),
Amarela (Segunda Prioridade), Verde (Terceira Prioridade) e
Preta (Ultima Prioridade).
START Múltiplas Vítimas
Suspeita de TRM
Fonte: Internet
Animais Marinhos
Moreias e Arraias: Ouriço do Mar:
•Lavar com água e sabão; •Remover espinhos, quando possível;
•Compressas de água quente; •Veneno pouco resistente a altas
•Encaminhamento P.S. temperaturas, portanto compressas
quentes de 30 – 60 min;
Bagres: •Encaminhamento P.S.
•Não tentar tirar o ferrão;
•Se houver faca/tesoura, separar o
ferrão do peixe;
•Encaminhamento ao P.S.
“Dizem que a morte é certa, pode até ser, mas
não no meu plantão!!!”
Referências
• DE SOUZA, Paulo Henrique (Org). MANUAL TÉCNICO DE SALVAMENTO
AQUÁTICO, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná. 1ª Ed.
Curitiba- Paraná, 2014.
• SZPILMAN, David – Manual de Afogamento ao curso de emergências
aquáticas 2019. Publicado on-line em www.sobrasa.org, Março de 2019.
• SZPILMAN, ENEIDA, PRATES (et. al.) – COVID 19 E SEGURANÇA
AQUÁTICA, Recomendação SOBRASA, 27 de Abril de 2020.
• SZPILMAN, David – Diretriz de Ressuscitação 2017. Publicado on-line em
www.sobrasa.org, 2017.
• SZPILMAN, David – O USO DE MÁSCARA NA VENTILAÇÃO DENTRO DA
ÁGUA É NECESSÁRIO E POSSÍVEl?. Recomendação SOBRASA, Fevereiro
de 2016. Publicado on-line em www.sobrasa.org, Março de 2016.