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AFOGAMENTO

AFOGAMENTO
 Um afogamento é a morte por asfixia após imersão
num fluído, geralmente a água. Quando uma pessoa
consciente submerge num meio líquido contém a
respiração voluntariamente, tendo em conta que é
preciso regressar imediatamente a superfície para
respirar. Pode acontecer que a vítima, por não saber
nadar ou sentir que não consegue flutuar, entre em
pânico e comece a engolir água. Inicialmente,
desencadeia-se um mecanismo de bloqueio da água
na laringe (laringospasmo), o que impede a
passagem do líquido para os pulmões, acabando o
líquido por ser deglutido e acumulado no estômago.
AFOGAMENTO
 No entanto, este mecanismo provoca a
interrupção da troca gasosa a nível
pulmonar, podendo assim desencadear-se
várias situações:
 Diminuição da oxigenação sanguínea;

 Progressiva alteração do funcionamento


cerebral, com perda de consciência;
 Insuficiência do reflexo laríngeo destinado
a impedir a passagem do ar para os
pulmões; Paragem respiratória e cardíaca.
AFOGAMENTO
A nível mundial, o afogamento ocorre
numa taxa anual de 3,5 mortes/100.000
habitantes. É considerado a 4ª causa de
morte acidental em adulto e uma das
principais causas de morte na infância,
especialmente entre os 1 e 2 anos, por
falta de vigilância, com maior risco de
acidente em piscinas e banheiras (o
afogamento nestas idades pode ocorrer
com quantidades muito pequenas de
água).
AFOGAMENTO
 Também é muito frequente entre os 10 e
os 19 anos, por desconhecimento do local
de mergulho, excesso de confiança e
exaustão de nadadores, predominando em
qualquer faixa etária no sexo masculino.
Aproximadamente 24% das crianças em
quase-afogamento nunca recuperaram a
função neurológica normal.
AFOGAMENTO
 Existem fatores de risco associados à
ocorrência de afogamentos. Apesar de
poder parecer que a incidência seja maior
nos indivíduos que não sabem nadar, este
não é o principal fator. Na grande maioria
dos casos, o afogamento apresenta-se
associado a outras circunstâncias, onde os
indivíduos costumam não apresentar a
"luta pela vida",
AFOGAMENTO
 Característica daqueles que não sabem
nadar. Podem citar-se:
 Doença cardíaca prévia;

 Hipotermia;

 Convulsões e doença epiléptica;

 Abuso de drogas (incluindo o álcool);

 Traumatismos cranianos e/ou


raquimedulares (perda de consciência,
antes de sentir a necessidade de respirar).
AFOGAMENTO
 Existem diferentes tipos de afogamento de
acordo com o mecanismo fisiopatológico
envolvido e com a natureza do meio aquático em
que se produz o acidente, podemos distinguir
dois tipos de afogamento: seco e húmido.
 Afogamento seco representa 10% dos casos.
Nesta situação, o bloqueio das vias respiratórias
é tão intenso que praticamente não permite a
passagem de liquido para os pulmões e a
principal causa de morte é a falta de oxigenação
e consequente paragem respiratória e cardíaca.
AFOGAMENTO
 Caso o salvamento seja imediato, é possível a
recuperação da função respiratória, mas se o
salvamento é tardio, o prognóstico depende do
tempo decorrido e as consequências serão as
resultantes de uma paragem cardiorrespiratória
prolongada, com risco de morte.
 Afogamento húmido é a situação de afogamento
mais frequente (90% das ocorrências). Neste caso,
a paragem respiratória alia-se às consequências
da passagem da água para os pulmões, de
diferente tipo, conforme a natureza do liquido:
AFOGAMENTO
 Água do mar: a concentração de sais é
muito superior à sanguínea e verifica-se
uma passagem da água dos capilares
sanguíneos para o interior dos alvéolos e
os pulmões inundam-se ainda mais.
Contudo, o principal risco é a brusca
redução do volume de sangue circulante
(choque hipovolêmico), que pode provocar
uma paragem cardíaca, com resultados
fatais;
AFOGAMENTO
 Água doce: a concentração de sais é muito
inferior à sanguínea e acontecerá o
contrário da água do mar (o líquido passa
dos alvéolos para o interior dos capilares
sanguíneos). A diluição do sangue leva à
destruição maciça dos glóbulos vermelhos,
o que origina uma série de alterações
físico-químicas do meio sanguíneo.
 Que consequências a longo prazo pode ter
a aspiração de água?
AFOGAMENTO
 Caso a vítima sobreviva, a aspiração de água
pode provocar complicações tardias, como a
atelectasia e o colapso pulmonar, o
desenvolvimento de infecções pulmonares
(pneumonia) e, consequentemente, uma
eventual insuficiência respiratória que deve ser
imediatamente tratada.
 Se vai socorrer uma vítima de afogamento, deve
executar, de imediato, manobras de reanimação,
até que chegue a equipe de emergência (deve ser
imediatamente constatada). Se for possível, siga
os passos recomendados pelo Suporte Básico de
Vida:
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 Garanta condições de segurança e retire a
vítima da água na posição deitada (o
socorrista só deve retirar a vítima da água se
não puser em causa a própria vida);
 Verifique o estado de consciência, abanando os
ombros da vítima com cuidado e perguntando
se está bem. Se a vítima não reagir, procure
ajuda;
 Abra as vias aéreas. Uma vítima inconsciente
tem os músculos relaxados, isto faz com que a
língua obstrua a via aérea.
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O risco pode ser eliminado ao inclinar
cuidadosamente a cabeça para trás e
levantar o queixo;
 Verifique a ventilação (ver, ouvir e sentir
durante dez segundos). Verifique se o
tórax se move para cima e para baixo,
tente ouvir e sentir a ventilação da vítima
na sua face;
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 Se a vítima não responder e não estiver a
ventilar normalmente, contate o 192 e inicie, de
imediato, manobras de reanimação, fazendo
ciclos de 30 compressões torácicas e duas
insuflações;
 Se, entretanto, a vítima retomar a consciência,
colocá-la em Posição Lateral de Segurança
(PLS) e mantê-la confortavelmente aquecida;
 Mantenha as manobras de reanimação na
vítima até à chegada de pessoal qualificado que
tome conta da situação ou até a vítima começar
a ventilar normalmente.
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À chegada da equipe de emergência,
algumas informações devem ser prestadas
aos profissionais de saúde:
 Circunstâncias da ocorrência;

 Tempo de submersão;

 Temperatura e estado de pureza da água;

 Sintomas apresentados pelo doente;

 Doenças anteriores da vítima.


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 Oserros mais frequentes na prestação de
primeiros-socorros a um afogado:
 Confiar demasiado na sua capacidade física e
aventurar-se em águas profundas;
 Não cumprir o tempo adequado para a digestão;

 Tentar remover a água aspirada pela via aérea


por outros meios que não um aspirador de
secreções;
 Tentar imobilizar a cervical do afogado (tal
procedimento só pode ser efetuado em segurança
pela equipe especializada de socorro).

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