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AFOGAMENTO

Fabiano Oliveira de Alexandria


2020
“A cura do incidente AFOGAMENTO é a PREVENÇÃO

Evitável em mais de 85%, o afogamento é chamado erroneamente de


acidente, uma ocorrência por um acaso da natureza e, portanto
inevitável”.
Szpilman 2017
Epidemiologia
▪ A cada ano 500.000 pessoas morrem afogadas em todo o mundo ( SZPILMAN, 2005);
▪ No Brasil – segunda causa de morte de idades entre 1-9 anos e terceira causa de 10-
19 anos e a quarta de 20 – 25;
▪ 17 mortes diárias (ano 2014);
▪ Homem morrem 6 vezes mais;
▪ 44% dos óbitos ocorrem entre novembro e fevereiro;
▪ Em menores de 04 anos o domicílio é o principal cenário;
▪ Cada óbito por afogamento custa R$ 210.000,00 ao Brasil.
▪ Média de 7.210 mortes/ano (5,2/100.000 hab)
Ocorrências e Faixas etárias
▪ Lactentes sem supervisão - piscinas, baldes e banheiras
▪ Crianças e Adolescentes - praias, rios e piscinas Ministério da Saúde – Datasus
Definições
▪ Afogamento
Aspiração de líquidos não corporal por submersão ou imersão
(casos fatais ou não fatais).
▪ Resgate
Pessoa resgatada da água, sem sinais de aspiração de liquido.

PS.: O termo quase afogamento (near-drowning) foi abandonado


Grupos de Risco
▪ Sexo masculino;
▪ Menores de 14 anos;
▪ Falta de supervisão de um adulto;
▪ Baixo nível educacional;
▪ Moradores de áreas rurais;
▪ Outras : neuropatias crônicas (portadores de epilepsia, paralisia
cerebral), autismo, deficientes físicos, etc.
Promovendo a Prevenção
▪ Crianças menores que 4 anos de idade devem ser afastadas de qualquer reservatório
de líquidos (baldes, banheiras, vaso sanitário, tanques e piscinas) que deverão ser
esvaziados após uso.
▪ Nesta mesma faixa etária aulas de natação não são a prova de submersão e nunca
deverão permanecer sozinhas na banheira.
▪ A criança maior deve aprender a nadar e conhecer regras de segurança de piscinas,
assim como, de parques e esportes aquáticos.
▪ Sempre deverão ser educados a evitar brincadeiras agressivas à beira de piscinas,
lagos e rios.
▪ Nunca ingerirem álcool e/ou drogas.
▪ Devem ler e respeitar avisos de segurança em locais públicos como praias.
▪ Nunca desafiar seus próprios limites.
Locais mais frequentes
▪ O Norte do Brasil tem maior mortalidade;
▪ 51% de todos os óbitos ocorrem em até 29 anos;
▪ 75% dos óbitos ocorrem em rios e represas;
▪ 51% das mortes de 1-9anos ocorrem em piscinas e residências;
▪ Maiores de 10 anos e adultos se afogam mais em águas naturais;
▪ Quando águas naturais – 75% são em agua doce (38% rios, 20% represas, 5%
lagoas, 5% inundações, 2% cachoeiras) e 15% praias oceânicas.
▪ Quando águas não naturais – 8,5% no total (2,5% banheiros, caixas de água,
baldes ou similares; 2% galerias fluviais; 2% piscinas; 2% poço)
▪ Durante transporte com embarcações – 1,5%.

Fonte Szpilman 2017


Distribuição por Idade
Menos 1 ano
3%

5 a 9 anos
26% 10 a 14 anos
36%

1 a 4 anos
35%
Água Doce e Salgada

Hipervolemia
Hemodilução Hipovolemia
Hemólise Hemoconcentração
Hipercalemia Hipernatremia
Hiponatremia
Fisiopatologia do Acidente por Submersão

Aspiração

Destruição Surfactante

Alveolite
↑ Hipóxia
Edema Pulmonar

↑ Shunts pulmonares
↓ complacência pulmonar
Fisiopatologia do Acidente por Submersão
Manifestações Cardiovasculares

▪ Extensão e duração da hipóxia


▪ Estado ácido-básico
▪ Magnitude da resposta ao estresse
▪ Hipotermia
▪ Distúrbios de ritmo e parada cardíaca
▪ Hipóxia prolongada
▪ Desequilíbrio Ac-Base
▪ Altos níveis de catecolaminas
▪ Hipotermia
Primeiro Atendimento

▪ A ventilação é muito importante no tratamento inicial das vítimas de submersão, e


a ventilação de resgate deve ser realizada assim que a vítima estiver fora da água.
▪ Se a vítima não responder após duas ventilações de resgate, devem se iniciar as
compressões torácicas de alta qualidade;
▪ Suspeitas de trauma cervical devem se seguir com estabilização da coluna, mas
sem atrasar as manobras de ressuscitação;
▪ A manobra de Heimlich nunca deve ser realizada como meio de eliminar água dos
pulmões (ineficaz).
Primeiro Atendimento

▪ Vias Aéreas e Respiração


▪ Ofertar O2 alto fluxo
▪ Indicações de Via Aérea Definitiva (Ventilação mecânica)
▪ Coma (Glasgow <9)
▪ SaO2 – menor 90%
▪ PaCO2 > 45 mmHg
▪ FR alta – grande esforço respiratório
▪ Adrenalina
▪ Doses – controvérsia
▪ Dose inicial – 0,01 mg/kg
▪ Dose subsequentes – 0,1mg/kg a cada 3 min.
▪ Dose inicial de 1 mg
▪ Classe Indeterminada – aceitável, mas não recomendável
▪ Dose altas – prejudiciais?
Em Ambiente Hospitalar
▪ Episódio de submersão breve
▪ Crianças menores de 10 anos devem ficar em observação por 6 a
12h, mesmo pouco assintomáticas, alguns sintomas são
progressivos e podem agravar após 4-6h após o incidente.

▪ Observação por 12 a 24h – pacientes sintomáticos

▪ Rad de Tórax
▪ Dosagem de eletrólitos, função renal, hemograma
▪ Gasometria Arterial
▪ Eletrocardiograma
▪ Broncoespasmo reverter com β2-agonista
Reverter hipoxemia
▪ Ventilação + Oxigênio
▪ O2 – FiO2 – 100%
▪ Primeira linha terapêutica
▪ IOT + VM
▪ SNG
Indicação de Ventilação Mecânica

▪ Pacientes com sinais de edema agudo de pulmão associados a Hipotenção;


▪ Pacientes com relato de parada respiratória ou cardíaca;
▪ Glasgow < 9
▪ Sinais de fadiga muscular (esforço respiratório importante)
▪ SaO2 < 90% mesmo em O2 suplementar
▪ PaCo2 > 45 mmHg.
Radiografia de tórax antes e depois de 1h de VNI
Criança feliz é criança segura

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