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QUAIS SÃO OS ACIDENTES

MAIS PREVALENTES NA
INFÂNCIA? COMO
PREVENIR?
ACIDENTES NA
INFÂNCIA E NA
ADOLESCÊNCIA
VINHETA DE ABERTURA
VINHETA DE ABERTURA
Acidente é um evento imprevisto,
inesperado...

Mas pode ser evitado!


Acidentes representam a principal causa de morte
de crianças de 1 a 14 anos no Brasil

Principalmente atropelamentos e afogamentos

Principal causa de hospitalização: quedas e


queimaduras
INCIDÊNCIA

1º ano de vida
੦ asfixias e quedas
੦ queimaduras e aspiração de corpo estranho
1 a 4 anos
੦ queda
੦ asfixias, queimaduras e afogamentos
Maiores
੦ queda
੦ atropelamento, queimaduras e intoxicações
#CAI NA PROVA

MORTALIDADE

IDADE 1º LUGAR 2º LUGAR 3º LUGAR 4º LUGAR 5º LUGAR


<1 ano Sufocação Trânsito Queda Afogamento Queimadura

De 1 a 4 anos Afogamento Trânsito Sufocação Queimadura Queda

De 5 a 9 anos Trânsito Afogamento Queimadura Queda Sufocação

De 10 a 14 Trânsito Afogamento Queimadura Sufocação Queda


anos
#CAI NA PROVA

HOSPITALIZAÇÃO
IDADE 1º LUGAR 2º LUGAR 3º LUGAR 4º LUGAR 5º LUGAR
<1 ano Queda Queimaduras com Choque Atropelamento Queimadura
líquidos/calor elétrico com fogo

De 1 a 4 anos Queda Queimaduras com Choque Atropelamento Queimadura


líquidos/calor elétrico com fogo

De 5 a 9 anos Queda Choque elétrico Atropelamento bicicleta Asfixia

De 10 a 14 Queda Choque elétrico Atropelamento bicicleta Intoxicação


anos
PROTEÇÃO

Ativa: exige uma ação da pessoa para evitar uma


situação de risco (ex.: colocar o cinto de segurança)
Passiva: leis que normatizam as condições de
segurança (ex.: tampas de segurança nos
medicamentos)
Estratégias mistas de proteção: instalação de grades
nas janelas
Prevenção primária
੦ todas as medidas que visam evitar a ocorrência
das injúrias (ex.: equipamentos seguros
nos playgrounds)
Prevenção secundária
੦ minimizar a gravidade das lesões, uma vez que
não foi possível evitar o evento traumático
(ex.: capacetes para ciclistas)
Prevenção terciária
੦ reabilitação, provendo apoio às vítimas para que
voltem ao seu potencial máximo anterior ao
evento traumático
Prevenção quaternária
੦ filtrar e propagar o conhecimento e as práticas
de promoção da segurança na comunidade
UPDATE

Abril de 2020 – Manual de Orientação sobre


acidentes durante a quarentena da SBP
Aumento expressivo dos acidentes domésticos
A maioria dos acidentes acontece em casa
Crítica ao tempo de tela de crianças e adultos
(p. ex. distração com celulares, home office)

Junho de 2020 – Nota de alerta para prevenção de


queimaduras em tempos de COVID-19
AFOGAMENTOS

2ª causa de morte em crianças de 1 a 14 anos


(perde para acidentes de trânsito)
< 4 anos → ocorrem no domicílio
+ de 50% dos lactentes → banheira
Crianças devem aprender a nadar entre 1 e 4 anos
AFOGAMENTOS

Prevenção comprovadamente efetiva para


os afogamentos:
੦ remover (ou cobrir) reservatórios de água
੦ cercas de isolamento ao redor de piscinas
੦ uso de dispositivos individuais para flutuação
੦ assegurar medidas de ressuscitação imediata
PRINCIPAIS LOCAIS DE AFOGAMENTO

<1 ANO ENTRE 1 E 4 ANOS ENTRE 5 E 14 ANOS

Banheiras Piscinas Piscinas

Vaso sanitário Banheira Lagos, rios

Baldes Reservatórios Represa

Tanques Mar Mar


AFOGAMENTO

LESÃO
Submersão → apneia (consciente)
A 1ª aspiração involuntária da água provoca tosse
ou laringoespasmo, causando hipóxia
Hipóxia → relaxamento da laringe → mais água é
aspirada para os pulmões, tornando ineficaz a
obtenção do O₂
Torpor ou perda de consciência → apneia →
assistolia
#PEGADINHA

O distúrbio respiratório é influenciado pela


composição da água?

Não

A lesão é determinada pela quantidade de água aspirada


Aspiração de água doce ou salgada:
੦ destruição de surfactante
੦ alveolite
੦ edema pulmonar não cardiogênico
੦ ↑do shunt pulmonar
੦ ↑hipóxia
OS RESULTADOS DA HIPÓXIA SÃO

Diminuição do débito cardíaco


Hipotensão arterial
Hipertensão pulmonar e aumento da resistência
dos vasos pulmonares
Vasoconstrição periférica
Hipotermia
Acidentes provocados pela
água – imersão em água

Hidrocussão Água fria Afogamento:


(“síndrome de Pânico e luta para
imersão”): diferença manter-se na superfície
de 5ºC entre a água e
o corpo Hipotermia Apneia voluntária
Temperatura retal
<35,5ºC Aspiração inicial de
líquido

Morte súbita Morte por hipotermia Espasmo glótico variável

<2% afogamento com >98% aspiração de


laringoespasmo líquido pulmonar
CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO

Grau 1: ausculta pulmonar normal, com ou sem tosse

Grau 2: ausculta pulmonar com estertores


pulmonares raros

Grau 3: edema agudo pulmonar sem choque


cardiovascular

Grau 4: edema pulmonar com choque cardiovascular

Grau 5: apneia com pulso central

Grau 6: apneia sem pulso central


TRATAMENTO

Retirada da vítima da água e ventilação de resgate


em local seguro
Não realizar Heimlich
Administrar O2 na maior quantidade possível
RCP até o hospital
Prover calor
PROGNÓSTICO

Lesão cerebral hipóxico-isquêmica: após 5 min de


asfixia
Graus 1 a 5 → 95% de evoluir sem sequelas
Necessidade de RCP por + de 25 min
Pupilas dilatadas e fixas
Convulsões Pior
prognóstico
Flacidez
Escala de coma de Glasgow < 5
SUFOCAÇÃO (ASFIXIA)

1ª causa de morte acidental de bebês até 1 ano


Vias aéreas superiores (boca, garganta, esôfago e
traqueia) são pequenas
Tendência a colocar objetos na boca
Pouca experiência em mastigar e engolir
Bebês → falta de habilidade de levantar a cabeça
ou livrar-se de lugares apertados
SUFOCAÇÃO

PREVENÇÃO
Engasgo por alimento
੦ corte os alimentos em pedaços bem pequenos
੦ não oferecer alimentos redondos e duros, como
uvas, pipoca, cenoura crua e nozes, para crianças
੦ ensinar a criança a comer sentada e com a boca
fechada. Isso ajudará a prevenir que a criança
tente falar e comer ao mesmo tempo
SUFOCAÇÃO

PREVENÇÃO
Momento de dormir
੦ use berços certificados pelo Inmetro
੦ as grades de proteção do berço devem ser fixas e
a distância entre elas < 6 cm
੦ colchão firme, de barriga para cima, cobertos até
a altura do peito com lençol ou manta presos
embaixo do colchão e os bracinhos para fora
੦ colchão sem qualquer embalagem plástica
੦ remover do berço: brinquedos, travesseiros,
cobertores, protetor de berço
SUFOCAÇÃO

PREVENÇÃO
Engasgo com brinquedos
੦ brinquedos para crianças maiores devem ser
guardados separadamente
੦ inspecione regularmente os brinquedos à
procura de danos
੦ não permita que crianças encham balões de látex
੦ após o uso de bexigas, descarte-as juntamente
com eventuais pedaços
੦ evitar brinquedos com tiras
TRÂNSITO

Atropelamento (principal)
Ocupantes de veículos
Ciclistas
Motociclistas (adolescentes)
MAIOR RISCO DE ATROPELAMENTOS

Meninos
Idade entre 3 e 12 anos
Número de ruas que a criança atravessa
Atravessar a rua fora da faixa de pedestre
Horários escolares
Moradias sem quintal ou área de recreação
#CAI NA PROVA

Bebê conforto
੦ do nascimento até 13 kg (1 ano)
੦ voltado para trás
Cadeira de segurança
੦ de 1 a 4 anos (9-18 kg)
੦ voltada para a frente
Assento de elevação ou booster
੦ de 4 a 10 anos (7,5 anos na legislação)
੦ no banco traseiro com cinto de 3 pontos
Cinto de 3 pontos
੦ a partir de 145 cm (> 10 anos)
੦ até os 13 anos, no banco traseiro (10 anos na legislação)
QUEDAS

TCE
Alta prevalência
Maioria de baixa gravidade
Melhor exame → tomografia de crânio
Tipo de lesões traumáticas:
੦ lesão do couro cabeludo: ferimentos e
hematomas subgaleais
੦ fraturas → 4 tipos: linear, cominutiva,
afundamento ou diastática
QUEDAS

TCE
Lesões intracranianas
੦ contusão cerebral: decorrente de ação direta da
curvatura óssea sobre os tecidos neural e vascular
adjacente
੦ hematoma epidural: coleção de sangue no espaço
extradural
੦ hematoma subdural: presença de sangue no espaço
subdural
੦ hematoma intraparenquimatoso: localizado
profundamente no parênquima
੦ lesão axonal difusa: representada pelo cisalhamento
das fibras mielínicas
੦ lesão microvascular difusa: edema cerebral
ESCALA DE COMA GLASGOW

NORMAL MODIFICADA
ABERTURA OCULAR
Espontânea Espontânea 4
Ao comando Ao comando verbal 3
verbal
À dor À dor 2
Nenhuma Nenhuma 1
ESCALA DE COMA GLASGOW

NORMAL MODIFICADA
RESPOSTA VERBAL
Orientado Balbucios 5
Conversação Choro irritado 4
confusa
Palavras Choro à dor 3
inapropriadas
Sons Gemidos de dor 2
incompreensíveis
Nenhuma Nenhuma 1
ESCALA DE COMA GLASGOW

NORMAL MODIFICADA
RESPOSTA MOTORA
Obedece a Movimento espontâneo 6
comandos normal
Localiza a dor Retirada ao toque 5
Flexão normal Retirada à dor 4
Decorticação Flexão anormal 3
Descerebração Extensão anormal 2
Nenhuma Nenhuma 1
TCE

CLASSIFICAÇÃO
TCE leve: ECG de 14 ou 15
TCE moderado: ECG entre 9 e 13
TCE grave: ECG ≤ 8
CRITÉRIOS DE GRAVIDADE POR IDADE

CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DE ACORDO COM


AS FAIXAS ETÁRIAS

ALTO RISCO ALTO RISCO


< 2 ANOS ≥ 2 ANOS
ECG = 14 ECG = 14
Alterações do nível de Alterações do nível de
consciência consciência
Sinais de fratura de base do
Fratura de crânio palpável
crânio
CRITÉRIOS DE GRAVIDADE POR IDADE

CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DE ACORDO COM


AS FAIXAS ETÁRIAS

RISCO MODERADO RISCO MODERADO


< 2 ANOS ≥ 2 ANOS
Hematoma subgaleal parietal,
Perda de consciência
temporal ou occipital
Perda de consciência > 5 s Vômitos
Mecanismo de trauma Mecanismo de trauma
importante importante
Mudança de comportamento
Cefaleia importante
(pais)
TRATAMENTO

LEVE
Maioria dos casos

Se paciente assintomático e decorridas pelo menos


2 horas do trauma, ele poderá ser liberado para
observação domiciliar

Grupo de alto risco deve realizar a TC de crânio

Risco moderado: TC de crânio ou observação clínica


TRATAMENTO

TCE MODERADO E GRAVE


ECG < 9 → intubação orotraqueal e ventilação mecânica, sob
sedação e analgesia
Acesso venoso calibroso e monitoração hemodinâmica
Manter o paciente normovolêmico (manter pressão de
perfusão cerebral)
Suspeita de fratura na base do crânio → contraindica a
passagem de qualquer sonda via nasal (risco de perfuração e
alojamento no SNC)
A hipotermia moderada (32 a 34 °C) tem sido relatada como
possivelmente benéfica
HIC descompensada deve ser tratada com manitol
Anticonvulsivantes são rotineiramente prescritos (hidantoína)
INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO

Frequente em Pediatria
Conduta depende do tamanho, da característica do
objeto e de sua localização no TGI
Riscos: obstrução e perfuração do TGI
75% das ingestões ocorrem em < 5 anos
98% ocorrem no domicílio, com moedas,
brinquedos, joias, ímãs e baterias
#IMPORTANTE

Atenção com dois tipos de objetos: ímãs e baterias


੦ a ingestão de dois ímãs aumenta o risco de
perfuração ou fístula
੦ as baterias (lítio) promovem a alcalinização da
víscera (pH de até 13), com risco de perfuração
SINAIS E SINTOMAS

LOCAIS MAIS COMUNS DE OBSTRUÇÃO


Área cricofaríngea
Terço médio do esôfago
Esfíncter esofágico inferior
Piloro
Válvula ileocecal
SINAIS E SINTOMAS

IMPACTAÇÃO NO ESÔFAGO
Saliva com sangue
Tosse
Sialorreia
Disfagia
Dor
SINAIS E SINTOMAS

OBSTRUÇÃO, EROSÃO OU PERFURAÇÃO EM


ESTÔMAGO OU INTESTINO

੦ dor abdominal
੦ náuseas
੦ vômitos
੦ febre
੦ hematoquezia
੦ melena
IDENTIFICAÇÃO DO CE

Radiografia AP e perfil do pescoço, tórax e abdome


Radiografia

Objeto no
esôfago

Remoção endoscópica
Considerar 12 a 24
horas de observação
Radiografia

Sintomático

Remoção
Objeto distal
Assintomático
ao esôfago

Objeto
pequeno e
rombo

Remoção, se
Radiografia não passar
semanal piloro entre 3
a 4 semanas
Objeto distal
Assintomático
ao esôfago

Objetos grandes
Se > 5 cm; remoção
imediata
Se > 2,5 cm

Após Antes do
duodeno duodeno

Radiografia Remoção
semanal endoscópica

Considerar remoção na
ausência de progressão
Objeto distal
Assintomático
ao esôfago

Objetos
pontiagudos
ou 2 ou mais
Antes do ímãs Após
duodeno duodeno

Remoção Radiografia seriada


endoscopia Diário: pontiagudos/baterias
6 a 12 horas: ímãs

Considerar remoção
3 dias: pontiagudos
cirúrgica na ausência de
1 dia: ímãs
progressão
Corpo estranho radiolucente

Suspeita de localização Sem suspeita de localização


esofágica (sintomas) + ingestão esofágica
referida ou testemunhada de
corpo estranho pontiagudo ou
grande há pouco tempo Corpo estranho Corpo estranho
rombo e pequeno grande ou
pontiagudo

Endoscopia
Observar sintomas Observar sintomas
e checar fezes
Considerar
radiografia
contrastada, RM, TG
ou USG se não
observar objeto nas
fezes em 2 semanas
ANIMAIS

RAIVA
Inoculação do vírus presente na saliva e secreções
do animal infectado
Mordedura e lambedura
Cães, gatos, morcegos, primatas (sagui)
ANIMAIS

Transmissão a partir de 2 dias do início dos


sintomas
Morte ocorre de 5 a 7 dias após os sintomas
HOMEM

੦ mal-estar geral, febre, anorexia, cefaleia, náuseas,


dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade,
inquietude e sensação de angústia
੦ delírios, espasmos musculares involuntários,
generalizados, e/ou convulsões
੦ sialorreia intensa, alucinações
੦ óbito de 2 a 7 dias após início dos sintomas
EPIDEMIOLOGIA

Todos os continentes, exceto Oceania e Antártida


Praticamente todos os casos morrem
#IMPORTANTE

ANIMAL
ANIMAL SEM
TIPO DE ANIMAL RAIVOSO, ANIMAIS
SUSPEITA DE
EXPOSIÇÃO SUSPEITO DESAPARECIDO SILVESTRES
RAIVA
OU MORTO

Contato Indireto Lavar com água e sabão e não tratar

Lavar
Iniciar vacina em 2
Lavar, observar doses
animal por 10 dias Observar o animal
Animal sadio → por 10 dias Lavar
Lavar
encerrar o caso Animal sadio → Esquema com 4
Iniciar esquema
Acidentes leves Morte, encerrar o caso doses da vacina
com 4 doses da
desaparecimento Morte, Soro antirrábico
vacina
ou raiva → 4 desaparecimento
doses de vacina ou raiva →
completar
esquema de 4
doses
#IMPORTANTE

ANIMAL
ANIMAL SEM
TIPO DE ANIMAL RAIVOSO, ANIMAIS
SUSPEITA DE
EXPOSIÇÃO SUSPEITO DESAPARECIDO SILVESTRES
RAIVA
OU MORTO
Lavar
Observar animal
por 10 dias
Iniciar vacina em 2 Lavar
doses Iniciar esquema
Animal sadio → com soro e 4 Lavar Lavar
encerrar doses da vacina Iniciar esquema Esquema com 4
Acidentes graves Morte Observar animal com soro e 4 doses da vacina
desaparecimento por 10 dias doses da vacina Soro antirrábico
ou raiva → Animal sadio →
completar suspender
esquema com 4 esquema
doses e soro
antirrábico
QUAIS SÃO OS ACIDENTES
MAIS PREVALENTES NA
INFÂNCIA? COMO
PREVENIR?

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