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Acidentes na infância

Acadêmicos: Anthony Pitanga, Laura Júlia Valentim, Marco


Túlio Lacerda Ribeiro, Melliza Barbosa Pontes.
Orientadora: Dra. Aline Maria Gomes
Introdução
● Os acidentes na infância são causas significativas de
hospitalização em nosso país. A maioria desses acidentes
ocorrem dentro da própria moradia ou nas proximidades,
como exemplo a cozinha, o local com maior registro de
acidentes na infância.

● De acordo com a SBP 90% desses acidentes podem ser


evitados com medidas simples de prevenção e proteção.
Introdução
● No ano de 2017 foram registrados 156.657 óbitos por
acidentes e violência infantil no Brasil. Por ano ocorrem
23.000 mortes em menores de 19 anos.

● Em média 10 a 20 crianças e adolescentes estão envolvidos


em uma morte por acidente ou violência, de forma
intencional e não intencional.
Introdução
● Esses acidentes são a principal causa de morte infantil no
Brasil, tendo como faixa etária entre 1 a 14 anos.

● Em média 3,6 mil mortes de crianças são registradas,


acidentes de atropelamentos e afogamentos são os que se
destacam nessa lista.
Acidentes por faixa etária
0-4 meses 5-12 meses 1-4 anos 5-11 anos 12-19 anos

Queimaduras Quedas Quedas Quedas Maior proporção


dos acidentes
fora do ambiente
doméstico + uso
de álcool e droga

Trauma por Queimaduras Intoxicação Atropelamentos


impacto exógena e acidentes com
veículos motores

Afogamentos Choques Afogamentos


elétricos

Quedas Afogamentos

Aspiração e Traumas
sufocação diversos
Asfixia e sufocação
Média de 0 a 4 meses
Como prevenir:
● Escolha brinquedos de acordo com a idade da criança e com selo do Inmetro.
● Manter fora do alcance das crianças objetos pequenos como botões, moedas e bolas de
gude.
● Amasse ou desfie as fibras dos alimentos para oferecer às crianças, evitar ou ter cautela
com sementes, amendoim, oleaginosas, milho, feijão, queijos, balas, pipocas, goma de
mascar e uvas inteiras.
● Realizar as refeições sentadas à mesa, e não enquanto correm e brincam.
● Não usar correntes ou cordões no pescoço do bebê.
● Não deixar o bêbe mamando sozinho.
Primeiros socorros
< 1 ano > 1 ano
Coloque o bebê de bruços Manobra de Heimlich
em cima do seu braço e
faça cinco compressões Abraçar a criança por
entre as escápulas (no meio
trás e comprimir abaixo
das costas). Vire o bebê de
barriga para cima em seu das costelas, com
braço e efetue mais cinco sentido para cima, até
compressões sobre o deslocar o corpo
esterno (osso que divide o estranho da via aérea
peito ao meio), na altura para a boca.
dos mamilos. Tente
visualizar o corpo estranho
e retirá-lo da boca
delicadamente.
Queimaduras e
choque elétrico
Queimadura é uma lesão tecidual decorrente de trauma térmico,
elétrico, químico ou radioativo
Classificação quanto a profundidade

Primeiro Grau → limitadas à epiderme,


● Eritema e dor moderada,
● NÃO ocorrendo bolhas nem comprometimento de anexos cutâneos.
Segundo Grau → comprometem toda epiderme até porções superficiais da
derme
● Dolorosas,
● com superfície rosada, úmida e COM bolhas.
Classificação quanto ao tipo

● Térmicas
○ Agua quente ● Elétricas
○ Vapor de agua ○ Disparos elétricos o passagem da corrente
○ Fogo ○ Lesão de entrada e saída
● Químicas ○ A sua gravidade depende do tipo de
○ Acidos ou bases corrente, da quantidade de corrente, da
duração do contacto e do seu trajeto.
● Radiação
○ Radiação solar
● Inalatória
Profundas → comprometem toda epiderme e a camada reticular da derme.
● A pele seca, com coloração rosa pálido,
● Pode comprometer a vascularização.
● Dor moderada
Terceiro Grau → compromete epiderme, derme e hipoderme.
● A área pode ser tanto pálida quanto vermelho-amarelada.
● NÃO apresenta dor.
Quarto Grau→ compromete pele, subcutâneo, músculos e até ossos.
● Típico de queimaduras elétricas
Classificação quanto a Superfície Corporal
Queimada
diagrama de Lund-
Browder
-regra dos nove
Complexidade das queimaduras

Pequeno Queimado:
● queimaduras 1º grau (qualquer percentagem),
● 2º grau até 5% SCQ em crianças e 10% SCQ adultos.
Médio Queimado:
● 2º grau 5-15% SCQ em crianças,
● qualquer queimadura de 2º grau em mão, pé, face, pescoço, axila ou
grande articulação.
● Queimadura 3º grau < 5% SCQ em crianças que não envolvam mão, pé,
face ou períneo.
Grande queimado:
● 2º grau > 15% SCQ em crianças
● Queimadura de 3º grau >5% SCQ em crianças e
● 2º ou 3º grau acometendo períneo,
● 3º grau atingindo mão, pé, face, pescoço ou axila.
● Queimadura elétrica, qualquer acometimento de via aérea, politrauma,
paciente com outras comorbidades
Manejo inicial
ABCDE do Trauma
A: Visualizar via aérea, se houver indícios de inalação ou de queimadura de via
aérea
B: Observar padrão respiratório e sempre que alterado proceder a intubação.
C: Qualquer vítima com mais de 20% de SCQ necessita de reposição volêmica
intubar
● Ringer lactato 2-4 ml/kg /%SCQ ( metade nas primeiras 8h)
● Avaliar diurese 0,5-1 mL/Kg/h
D: estado neurológico. Avaliar pela escala de Glasgow
E: exposição de toda superfície corporal. Risco de hipotermia

Depois do ABCDE seguir com os demais cuidados de curativo, debridamento e


analgesia

Importante nas queimaduras por choque elétrico ficar atento para lesões
secundárias!
Quando internar?

• Queimadura de 3º grau >2% SCQ em crianças e > 5% em adultos;


• Queimaduras de 2º grau >10% SCQ em crianças > 15% SCQ em adultos;
• Queimaduras envolvendo face, extremidades, períneo, pescoço e axilas;
• Queimadura circunferencial de extremidades ou do tórax;
• Queimaduras elétricas;
• Inalação de fumaça ou lesões de vias aéreas
Importante!
Deve-se considerar a possibilidade de maus tratos diante de qualquer lesão suspeita,
não compatível com a história clínica ou com o desenvolvimento da criança.
Afogamentos
A OMS define afogamento como dificuldade respiratória
secundária a aspiração de líquido durante o processo de imersão
ou submersão em meio líquido.
Introdução
● É uma das maiores causas de mortes
acidentais na faixa etária de 5 a 11 anos.
● Atividades aquáticas devem sempre acontecer
na presença e olhar atento de um
adulto/cuidador e com os equipamentos de
segurança (como colete salva-vidas).
Como prevenir ?
● Nunca deixar o bebê sozinho na banheira;
● Cuidado quando for virar o bebê para lavar suas costas;
● Limitar o acesso da criança (5 a 12 meses) à lavanderia;
● Nunca deixar a criança sozinha perto ou em piscinas, praias ou outros lugares com
coleções de água, mesmo com o uso de proteção com coletes salva vidas;
● Uso de cerca de bloqueio em volta de piscinas domésticas, acima de 150 cm de altura,
com portão mantido com trava de segurança;
● Grande atenção em parques aquáticos e brinquedos radicais (risco de afogamentos +
quedas + traumas por impacto).
Quedas
Introdução
● As quedas representam a principal causa de atendimentos em serviços de
emergência e de internações em crianças de zero a nove anos de idade.
● Partes do corpo que podem ser atingidas: cabeça, membros, tórax e abdome.
● Em crianças pequenas, as chances de um ferimento mais grave são maiores, devido
maior tamanho e peso da cabeça em relação ao corpo e estrutura óssea ainda em
processo de formação.
● A criança deve estar sempre sob supervisão de um adulto atento e responsável.
Como prevenir ?
De 0 a 12 meses:
● Nunca deixar o bebê sob os cuidados de outra criança;
● Manter o cinto de segurança do bebê conforto/cadeirinha com a alça travada;
● Quando estiver com o bebê no colo, se apoiar no corrimão nas escadas e evitar pisos
lisos, molhados ou escorregadios;
● Nunca deixar o bebê sozinho no trocador ou na cama;
● Para estimular o desenvolvimento, o chão protegido com algum colchonete fino é o
melhor lugar;
Como prevenir ?
De 0 a 12 meses:
● Não deixar o bebe em sofás ou cadeira, como se fosse um apoio para aprender a sentar - o
bebe não vai ficar parado e as quedas podem acontecer;
● O berço deve estar em local ventilado, com altura das grades superior ao tamanho do
bebê em pé até as axilas;
● Proteger escadas com portões/grades nas duas extremidades;
● Nunca usar andador, em nenhuma idade - além do risco de quedas, prejudica o
desenvolvimento e o andar.
Como prevenir ?
Acima de 12 meses:
● Colocar telas nas janelas, sacadas e vãos desprotegidos;
● Escolher brinquedos de locomoção que tenham uma base segura e não tombem com
facilidade;
● Utilizar equipamentos de segurança para brinquedos de locomoção e ao praticar esportes;
● Ao andar a pé com a criança em vias públicas, leve-a no colo ou no carrinho adequado à
idade. Se maiores, bem seguras pela mão;
● Não permitir o uso do celular em vias públicas ou quando a criança está em movimento.
ACIDENTES NA
INFÂNCIA
INTRODUÇÃO
● A OMS juntamente com a UNICEF, afirma que 830 mil crianças morreram vítimas de acidentes,
anualmente.

● Ainda segundo a OMS e de acordo com o MS, os acidentes são lesões não intencionais
identificados como eventos de trânsito(atropelamento, passageiro de veículos e ciclismo),
afogamento, obstrução de vias aéreas (sufocação, estrangulamento e engasgamento),
envenenamento e intoxicação, queimaduras e choques elétricos, com armas de fogo e outros.

● No Brasil, os acidentes são hoje a principal causa de morte de crianças de zero a 14 anos de
idade. Tais eventos foram responsáveis por 3.733 mortes e 117.577 hospitalizações de meninos e
meninas em 2016 mantendo elevada a taxa de morbimortalidade infantil.
● A cada morte constatada, outras quatro crianças ficam com sequelas permanentes.
● Vale ressaltar que as mortes são qualificadas em até 30 dias após o acidente e as
hospitalizações de no mínimo 24 horas.
ACIDENTES COM VEÍCULOS
AUTOMOTORES E TRAUMAS
POR IMPACTO
● Traumatismos relacionados aos meios de transporte são a primeira causa de morte entre
5 e 29 anos

● Nos acidentes automobilísticos as lesões mais comuns sofridas pelos ocupantes são os
traumas cranioencefálicos e da coluna cervical.

● Vítimas de atropelamento comumente apresentam a tríade de Waddell: fratura de


fêmur, trauma cranioencefálico e lesões do tronco.

● Os acidentes com bicicletas resultam em trauma cranioencefálico após queda do veículo


em movimento sem o uso de capacete ou lesões viscerais do abdome superior associadas
ao impacto contra o guidão.
Prevenção
dos Tipos de
Acidentes
●Ruas -> levar a criança no colo ou carrinho adequado à idade, ou se maiores, bem seguras pela
mão.

●Atravessar sempre pela faixa de pedestre, de preferência em semáforos, ou, se existentes, em


autopistas, estradas e por passarelas.

●Antes dos 12 anos, a criança não deve andar desacompanhada de um adulto cuidador.

●Uso de bicicletas, patinetes, skates deve acontecer em áreas protegidas, com equipamento de
segurança e supervisão do adulto.

●Os móbiles devem estar bem fixados no berço ou carrinho, feitos de material leve
e não soltarem peças, para que não caiam sobre a criança.

●Cuidado com o acesso de outras crianças pequenas ao bebê. Nunca deixe uma criança cuidando
de outra criança.
● Fator preponderante de proteção é a alta eficácia dos dispositivos de retenção para crianças (bebê-
conforto, cadeirinha ou assento elevador).

● Os assentos de segurança reduzem o risco de agravos fatais em cerca de 70% para menores de 1 ano e em
54% para crianças de 1 a 4 anos em automóveis.

● Recomendações de segurança: usar um dispositivo de retenção em toda viagem, manter as crianças com
menos de 13 anos sempre no banco traseiro do veículo, usar o dispositivo de retenção apropriado à idade e
tamanho da criança e da maneira correta.

●Se o bebê chorar, deve-se estacionar o carro e somente depois retirá-lo da cadeirinha.

●O condutor do veículo deve respeitar as leis de trânsito.


Referências
● LEILA COSTA VOLPON. Emergências Pediátricas - Tratamento da Criança Queimada.
Sistema de protocolos USP , 12 nov. 2021.
● BRUXEL, C. L. et al. Manejo clínico do paciente queimado. Acta méd. (Porto Alegre), p. [5]-
[5], 2012.
● SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Os acidentes são evitáveis e na maioria das
vezes, o perigo está dentro de casa. Departamento Científico de Segurança (2019-2021), nº4,
2020.
● Waksman RD, Blank D. Prevenção de acidentes: um componente essencial da consulta
pediátrica. Resid Pediatr. 4(3 Supl.1):S36-S44, 2014.

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