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AULA 2

AS DICAS DE PREVENÇÃO PARA


OS ACIDENTES MAIS COMUNS
Bem-vindo(a) à segunda aula do nosso curso! Por enquanto, aprendemos o porquê de os acidentes
serem um tema relevante na primeira infância e conhecemos um pouco sobre quais são os tipos de
acidentes mais comuns. Além disso, também vimos quais são as características da criança pequena
que a deixam vulnerável aos acidentes. Com certeza estamos ampliando nossa visão sobre a segurança
infantil e já começamos a colocar em prática nossos novos conhecimentos.
Agora vamos conhecer as medidas mais importantes para a prevenção dos acidentes que são muito
recorrentes na infância: sufocações, afogamentos e quedas.

1) SUFOCAÇÕES

A sufocação é a principal causa de morte acidental na primeira infância. Apesar de ser recorrente
até os quatro anos de idade, 80% dos casos acontecem com bebês de até um ano. Como já vimos,
nessa fase é comum que a criança leve tudo à boca, o que favorece a sufocação por objetos pequenos.
Temos ainda os riscos envolvidos com o momento de dormir e outros que veremos ao longo da aula.

Mais uma vez, é hora dos superpais, supermães, superavôs, superavós e supercuidadores conhecerem
e adotarem algumas medidas para evitar que eventuais acidentes aconteçam. Vamos lá!

A sufocação ocorre quando há obstrução da passagem de ar para os pulmões. Apenas quatro a seis
minutos nessa situação podem resultar em graves lesões cerebrais ou até mesmo em morte.

Confira dicas para prevenir esses trágicos eventos.

BRINQUEDOS PEQUENOS
Teste as pequenas peças dos brinquedos verificando se elas representam perigo à criança. Dica: utilize
um tubo com três centímetros de diâmetro como referência – se a peça couber dentro desse tubinho,
significa que poderá obstruir a garganta da criança.

BALÕES E BEXIGAS
Não permita que as crianças pequenas encham balões de látex (bexigas). Supervisione atentamente
as brincadeiras com bexigas e guarde-as vazias e fora do alcance das crianças. Muito cuidado com
pedaços de bexigas estouradas, que são ainda mais perigosos.

MOEDAS E OBJETOS PEQUENOS


Guarde e esconda todo tipo de objeto pequeno, como moedas, botões, tachinhas, colares de contas,
bolas de gude etc. Também fique atento para que o chão esteja sempre livre de pequenos objetos.

RISCO DE ESTRANGULAMENTO
Algumas atitudes podem prevenir situações de risco de estrangulamento:

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Evite brinquedos com correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm;

Prefira cortinas e persianas sem cordas ou tiras;

Tire cachecóis e lenços do pescoço das crianças na hora das brincadeiras, principalmente
em parquinhos.

ATENÇÃO COM OS ALIMENTOS


Crianças menores de quatro anos possuem pouca experiência em mastigar e engolir e seus dentes
têm proporção menor que os de adultos, o que dificulta a mastigação apropriada dos alimentos. Por
isso, além dos alimentos terem que ser cortados em pedaços pequenos, é importante que não seja
oferecido às crianças dessa faixa etária castanhas, amendoim, pipoca, balas e chicletes. Além disso,
recomenda-se também que os alimentos arredondados e lisos como uva, tomate cereja e ovo de
codorna sejam cortados ao meio antes de serem ofertados às crianças.

CUIDADOS ESPECIAIS COM BEBÊS

Em 2016, a Academia Americana de Pediatria (AAP)


fez uma nova recomendação sobre a importância de o
bebê dormir perto dos pais para evitar a morte súbita,
tão frequente nessa faixa etária. No entanto, apesar
da indicação de estar no mesmo cômodo, em hipótese
alguma o bebê deve estar na mesma cama que os pais.
Veja mais sobre as recomendações atualizadas da AAP
clicando aqui.

Os bebês devem dormir de barriga para cima, pois


isso reduz em mais de 70% o risco de morte súbita.
Nessa posição, a criança tende a tossir caso se
engasgue, chamando a atenção dos pais.

O berço deve estar livre de objetos que possam dificultar a respiração do bebê, como almofadas,
travesseiros, brinquedos, bichos de pelúcias ou aqueles paninhos ou “cheirinhos” que algumas
crianças usam para dormir. Além do mais, não é indicado também o uso do protetor de berço pela
Sociedade Brasileira de Pediatria.

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Na hora de dormir, fique atento às roupas e cobertas do bebê. Evite excesso de roupas e fraldas
que dificultem os movimentos ou que possam superaquecer o bebê. Cubra-o somente até a
altura do peito, deixando seus braços livres, pois isso evita que ele deslize na cama e fique com a
cabeça embaixo das cobertas.

O bebê não deve parecer quente ao toque. A temperatura do ambiente encontra-se ideal para o
bebê quando estiver agradável para um adulto vestindo roupas leves.

O colchão do bebê deve ser firme, estar bem preso ao berço e sem embalagens plásticas.
É inadequado colocar o bebê para dormir em colchões muito macios ou de água, sofás ou
poltronas.

O espaço entre as grades do berço não pode ser maior do que seis centímetros de largura.

Evite móbiles com cordas ou tiras sobre o berço.

2) AFOGAMENTOS

Os afogamentos, junto com o trânsito, são a segunda maior causa de morte na infância, depois da
sufocação. Sabemos que mares, rios, piscinas, lagos e represas são ambientes de risco de afogamento
para todas as idades. Mas muita gente desconhece o perigo de deixar recipientes com água rasa ao
alcance das crianças. Uma criança pode se afogar em apenas 2,5 cm de profundidade de água, por
exemplo, em baldes, banheiras, piscinas infantis e até mesmo no vaso sanitário de sua casa.

Fique de olho no seu


filho! Afogamentos
não acontecem
apenas no mar!

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DICAS GERAIS PARA PREVENÇÃO DE AFOGAMENTOS

POR QUE AS CRIANÇAS ESTÃO EM RISCO?

Até quatro anos de idade a cabeça da criança corresponde a 25% do peso de seu corpo,
enquanto a de um adulto corresponde a 6% do seu peso total. Essa característica física
favorece que a criança se desequilibre e caia em lugares que tenham água.

Cerca de 10 segundos são suficientes para que a criança fique submersa.

Uma criança submersa pode perder a consciência em apenas dois minutos. Nesta condição,
bastam de quatro a seis minutos para causar danos cerebrais.

PRINCIPAIS DICAS DE PREVENÇÃO:

Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um
segundo. Nessas situações, garanta que um adulto estará supervisionando-as de forma ativa
e constante o tempo todo.

Ensine as crianças que nadar sozinhas, sem ninguém por perto, é perigoso.

O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para


evitar afogamentos. Boias e outros equipamentos infláveis
passam uma falsa segurança, pois podem estourar,
esvaziar-se, sair do braço ou virar a qualquer momento.
Além disso, eles podem atrapalhar a mobilidade da
criança, caso ela coloque a cabeça dentro da água.

Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras


crianças ou simular que estão se afogando quando
estiverem em piscina, lago, rio ou mar.

NATAÇÃO COMO FORMA DE PREVENÇÃO:

Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação


especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também.

A idade ideal para entrar na natação é a partir dos quatro anos, antes disso, as crianças são
mais suscetíveis a desenvolver infecções por engolir muita água. Mas lembre-se: saber nadar

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não é garantia para evitar acidentes na água! Muitos casos de afogamentos acontecem com
pessoas que acham que sabem nadar. Não superestime a habilidade de crianças e adolescentes.

CONDUTA APÓS ACIDENTES:

Aprenda primeiros socorros.

Tenha os telefones de emergência sempre visíveis (SAMU: 192; Corpo de Bombeiros: 193).

DICAS ESPECÍFICAS PARA PREVENÇÃO DE AFOGAMENTOS

EM PISCINAS:

Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m de altura e com portões com
cadeados ou travas de segurança. Atenção!

Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes.
Portanto, devem ser usados em conjunto com as cercas e ter a constante supervisão dos adultos.

Evite o acúmulo de água em cima das capas de piscinas e supervisione as crianças mesmo
quando a piscina estiver coberta.

Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água.

Verifique se há proteção nos ralos da piscina, de modo a evitar que a criança fique presa pela
força de sucção.

EM ÁGUAS NATURAIS:

Tenha certeza de que as crianças estão nadando em áreas seguras de rios, lagos, praias
e represas.

Ensine as crianças a respeitarem as placas de proibição nas praias e os guarda-vidas, bem


como a verificarem as condições das águas abertas.

EM AMBIENTE DOMÉSTICO:

Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças baldes,
bacias, banheiras e piscinas infantis.

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Deixe a porta do banheiro e da lavanderia fechada ou trancada por fora.

Mantenha a tampa do vaso sanitário abaixada (se possível, lacrada com um dispositivo
de segurança).

Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos sempre trancados.

3) QUEDAS

As quedas são a principal causa de hospitalizações na infância e


podem causar sérias lesões, como os traumatismos cranianos.

Algumas atitudes podem prevenir quedas:

As crianças devem brincar em locais seguros. Escadas, sacadas e


lajes não são lugares para brincar.

Mantenha uma mão segurando o bebê durante a troca de fraldas.


Nunca deixe um bebê sozinho em mesas, camas ou outros móveis,
mesmo que seja por pouco tempo.

Use portões de segurança no topo e no pé das escadas. Caso sua


escada seja aberta, instale redes ao longo dela.

Instale grades ou redes de proteção nas janelas, sacadas e


mezaninos.

Mantenha camas, armários e outros móveis longe das janelas. Além disso, verifique se móveis e o
tanque da lavanderia estão estáveis e fixos.

Bebês devem dormir em seus próprios berços sozinhos, e não na cama dos pais. Além do risco de
sufocação, há um alto índice de admissões hospitalares de bebês por queda da cama de adulto.

As crianças com menos de seis anos não devem dormir em beliches. Se não tiver escolha,
coloque grades nas laterais.

Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o capacete é equipamento fundamental. Ele pode reduzir
o risco de lesões na cabeça em até 85%.

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Cuidado com pisos escorregadios e coloque antiderrapante nos tapetes.

Crianças devem ser sempre observadas quando estiverem brincando nos parquinhos.
Verifique se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade da criança.

Não use andadores. Eles podem causar sérias quedas.

Os brinquedos de playground ou parquinhos devem ter


ângulos seguros e estar bem fixados sobre superfícies que
reduzam o impacto de quedas, como areia fina, grama ou
piso emborrachado. Quanto aos materiais, recomenda-se que
sejam de plástico, madeira tratada, aço ou ferro galvanizado Realizar brincadeiras
(evitando-se a ferrugem), com pintura atóxica. em ambientes seguros
é a melhor maneira de
Esses brinquedos devem ser utilizados conforme as prevenir quedas!
especificações de faixa etária, entre outras indicações do
fabricante. Os balanços precisam ser cercados ou posicionados
no canto do parquinho, evitando-se que as crianças passem
por trás deles. Igualmente importantes são as boas condições
do playground, a manutenção periódica dos brinquedos e a
supervisão constante de adultos durante as brincadeiras.

Confira algumas dicas para fazer uma inspeção rotineira no parquinho que você frequenta
clicando aqui.

RUMO AO UNIVERSO INFANTIL

Contar histórias pode ser uma boa maneira de transmitir às crianças o que você aprendeu até aqui.
Por isso, queremos que você entre novamente em ação como contador de histórias. No material de
apoio aos familiares e responsáveis desta apostila, há uma série de histórias infantis sobre sufocações,
afogamentos e quedas. Escolha as que sejam mais adequadas à faixa etária e à realidade de seu(s)
filho(s) e aproveite para conversar sobre esses temas com as crianças. Procure chapéus diferentes,
faça vozes variadas, dê uma interpretação envolvente, enfim, solte a imaginação e divirta-se em uma
sessão de contação de histórias!

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MATERIAIS DE APOIO AOS
FAMILIARES E RESPONSÁVEIS

AULA 2 AS DICAS DE PREVENÇÃO PARA OS


ACIDENTES MAIS COMUNS
HISTÓRIAS INFANTIS – TEMA: PREVENÇÃO DE SUFOCAÇÕES

A BRINCADEIRA DE CABRA-CEGA QUASE TIROU O FÔLEGO

Olha! Não é fácil ser sentinela de duas crianças tão cheias de energia como Tom e Ioiô Dora.
Tenho tanta história pra contar desses dois.

Um dia desses, Ioiô Dora estava brincando de cabra-cega com suas amiguinhas. Ao invés de
elas amarrarem um lenço nos olhos, como deveria ser, elas resolveram enfiar um saco de lixo,
um saco plástico na cabeça.

Eu estava sentindo que aquilo não era boa coisa. Sei por experiência própria. Na minha
curiosidade felina, um dia eu entrei dentro dum saco plástico e passei maus bocados.
Quase sufoquei!

Pois foi isso que aconteceu com a menina. O saco entalou na sua cabeça, e ela não conseguia
mais respirar. Deve ter ficado nervosa, né? Começou a espernear. Eu tive de agir rápido. Enfiei
minhas garras afiadas naquele saco e o transformei em fiapos.

E foi assim que, mais uma vez, Joca, o supergato, se saiu bem na sua supermissão.

Bom... por hoje fico por aqui. Qualquer hora eu volto, porque o que não falta são histórias
pra contar.

O MENINO QUE ENGOLIU A BEXIGA

Era aniversário da menina pequenina que usava óculos. Ela estava radiante. Havia convidado
todos os amigos da escola. Todos? Todos eram tão poucos. A menina, além de pequenina, era
quietinha. Poucos se aproximavam dela. Achavam ela sem graça. Mal sabiam eles das histórias
que ela contava... e como contava bem. Quando soltava sua voz de passarinho, o ar se enchia de
graça.

Chegou Pernas-de-saracura, saltando pelo portão, enroscando-se nos cordões do tênis.

— Ei, menino, amarra os cadarços. Vai levar um tombo daqueles, guri.

De onde vinha a voz?

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O menino procurou e não encontrou. A menina, na janela, riu gostoso e apontou para o
galho mais alto árvore. Lá estava ela. A vovó de chapéu roxo com bolinhas amarelas e luvas
encarnadas. Sentadinha e fazendo tricô. Um cachecol colorido.

O menino também sorriu, entrou na casa e começou a encher bexigas. Brancas, amarelas,
vermelhas, azuis, lilases... lindas... enchia uma e... pow, outra... pow... pow... outra... enchia outra,
e pow pow pow mais uma... era assim!

Entre um estouro e outro, Pulga na Cueca resolveu brincar de fazer bolinhas com as bexigas
arrebentadas.

Epa! Não é assim. Pára já com isso!

Ele fazia uma bolinha pequena de som agudo e irritante aos ouvidos da menina.

Epa! Não é assim. Pára já com isso!

O menino ficou mudo, branco e mudo. Engasgou com um pedaço de borracha entalado
na garganta.

A menina pequenina que usava óculos tinha medo. Começou a chorar baixinho.

— Não chore, não chore — disse a vovó.

A menina arregalou os olhos enquanto a vovó pulava sobre o peito do menino. A bexiga saltou
da sua goela feito bolinha de pingue-pongue. O menino parou de sufocar.

E o menino, de pernas-de-saracura e pulga na cueca, saiu pulando feliz.

HISTÓRIAS INFANTIS – TEMA: PREVENÇÃO DE AFOGAMENTOS

UM CACO DE GARRAFA NO RIO

Lá estava ela. Deslizando pelo rio de águas mansas, a bordo de uma canoa. Ela, a vovó de
chapéu roxo com bolinhas amarelas e luvas encarnadas.

Era domingo. As mães afrouxaram a guarda, e as crianças, soltas, foram brincar no rio: o
menino, de pernas-de-saracura e pulga na cueca, e a menina pequenina que usava óculos. O

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menino arrancou o seu calção e deu um mergulho sem medo. A menina tirou os óculos, a saia,
a blusa. Estava com seu maiô azul de listrinhas brancas e, sem óculos, ela via tudo atrapalhado,
esfumaçado. Ela tinha medo de água, de lobisomem, de boitatá, de escuro, de tirar nota ruim.

Era domingo, e as crianças brincavam no rio.

O menino parecia peixe, nadava para longe, boiava, imergia e emergia nas águas escuras. A
menina apenas andava dentro do rio. A água batia na canela, no joelho, nas coxas, quando de
repente...

— Aaaaaaaaiaiaiaiaiaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.

O vento levou o eco para longe, e todos os moradores do rio ouviram seu grito de dor. Todos,
menos o menino. A menina cortou o pé num caco de garrafa que repousava no leito do rio.
Tonta de dor, desequilibrou-se, caiu, desesperou-se, bebeu água barrenta e afundou. Ela só via
sombras a sua volta. Um filete vermelho coloriu a água marrom.

O menino parecia peixe, nadava para longe, boiava, imergia e emergia nas águas escuras,
agora pintadas de vermelho.

Um vulto aproximou-se da menina. Tomou-a nos braços, levou-a para a margem do rio, fez o
sangue parar.

E o vulto desapareceu. Depois que o susto passou, a mãe da menina lavou, tratou e cobriu
o machucado.

Quando o menino de pernas-de-saracura e pulga na cueca voltou, viu a menina que usava
óculos com o pé enfaixado. Montou a menina nas suas costas, e, na garupa do Pernas-de-
Saracura, ela viu de longe uma canoa deslizando nas águas mansas do rio.

Era um domingo ensolarado.

A PEQUENA IOIÔ DORA CAIU NA PISCINA

Ioiô Dora quase se afogou na piscina. Eu fiquei sabendo disso porque não se falava em outra
coisa naquela casa, ontem à noite.

Ainda bem que não fui nesse passeio. Ainda bem! Vocês sabem que gato escaldado tem medo
de água fria, não é?

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Eu ia ver aquela menina tão pequenina, dentro daquela imensidão de água, e não ia saber
como ajudar. Eu não sei nadar!

O Tom me contou, assim:

— Uma festança, Joca. Você ia se divertir. Tinha sardinha (hummm... lambi meus lábios ao ouvir
isso), churrasco, guaraná, música pra dançar. Tava todo mundo, né? Daí... depois, eles foram
conversar. Eu fui jogar bola com os meninos, ali pertinho. Dora foi dar banho de piscina na
boneca. Escorregou e ó... tchibummm. Ouvi uns gritos e vi a Dorinha batendo os braços, assim
ó... Agora é até engraçado... mas, naquela hora, minhas pernas tremiam, tremiam, tremiam.
Precisa ver, Joca. Eu tremia todo... tremia, tremia. Daí, deu uma coisa na minha cabeça e corri
pra chamar o pai.

Foi o Tom que ajudou a irmã. Menino corajoso. Ele disse que gritou bem forte:

— Pai, a Dora caiu na piscina.

Ele contou que foi um alvoroço. As pessoas corriam pra todo lado; a mãe chorava... aí o pai
pulou na piscina, tirou a Dora de lá, fez respiração boca a boca, e a Ioiô Dora viveu outra vez.

HISTÓRIAS INFANTIS – TEMA: PREVENÇÃO DE QUEDAS

TOM E O GATO-SENTINELA

— Menino, o que você está fazendo em cima do muro? Desce daí, já! — disse a mãe.

— Estou vendo um passarinho fazer ninho na árvore — respondeu o Tom.

— Você vai espantar o passarinho, e acaba caindo daí, desce já! - insistiu a mãe.

— Já vou, já vou!

— Ai ai ai ai ai... vai aonde agora, menino?

— Tem um outro ninho com ovinhos... lá em cima...

— Sai já daí. Vou telefonar pro seu pai.

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— Já vou, mãe, já vou...

Aquilo estava virando uma lengalenga. O Tom parecia personagem de filme de ação, pulando
da árvore pro muro, do muro pro telhado, do telhado pro muro, do muro pra árvore.

Resolvi fazer um teatro pra ver se o menino descia de lá.

Comecei a rolar no chão e a miar desesperado... e a me jogar de um lado para outro... e soltar
miados estridentes... dar pulos no ar... eriçar meu dorso... enfim, fiz uma cena apavorante.

A mãe do Tom gritou:

— Tom, meu filho, acuda, acho que o gato está tendo um troço.

O Tom olhou lá de cima. Percebi que era a hora de colocar mais vida naquela representação.

Lancei uns: “miaaaaaaaauuuuuuuuuuuuu... miaaaaaaaaauuuuu”. Fiz de conta que tava


engasgando, comecei a tossir, vomitar, dei pirueta no ar e me fingi de morto, esticadinho no
chão. O garoto desceu de lá em dois tempos.

Ufa! Tarefa de gato-sentinela não é fácil, viu?

Além das sugestões de histórias, jogos e atividades lúdicas que a Criança Segura oferece dentro deste
curso para aplicar com crianças, temos também uma parceria com o Clubinho Salva Vidas, que é
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ambiente, segurança em ambientes urbanos e cuidados em ambientes aquáticos, entre outras. Essas
informações podem contribuir para melhorar a qualidade de vida e reduzir os índices de acidentes
no mundo, aliando educação e tecnologia. Para conhecer um pouco mais desse trabalho e utilizá-
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Até a próxima aula!

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