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1) SUFOCAÇÕES
A sufocação é a principal causa de morte acidental na primeira infância. Apesar de ser recorrente
até os quatro anos de idade, 80% dos casos acontecem com bebês de até um ano. Como já vimos,
nessa fase é comum que a criança leve tudo à boca, o que favorece a sufocação por objetos pequenos.
Temos ainda os riscos envolvidos com o momento de dormir e outros que veremos ao longo da aula.
Mais uma vez, é hora dos superpais, supermães, superavôs, superavós e supercuidadores conhecerem
e adotarem algumas medidas para evitar que eventuais acidentes aconteçam. Vamos lá!
A sufocação ocorre quando há obstrução da passagem de ar para os pulmões. Apenas quatro a seis
minutos nessa situação podem resultar em graves lesões cerebrais ou até mesmo em morte.
BRINQUEDOS PEQUENOS
Teste as pequenas peças dos brinquedos verificando se elas representam perigo à criança. Dica: utilize
um tubo com três centímetros de diâmetro como referência – se a peça couber dentro desse tubinho,
significa que poderá obstruir a garganta da criança.
BALÕES E BEXIGAS
Não permita que as crianças pequenas encham balões de látex (bexigas). Supervisione atentamente
as brincadeiras com bexigas e guarde-as vazias e fora do alcance das crianças. Muito cuidado com
pedaços de bexigas estouradas, que são ainda mais perigosos.
RISCO DE ESTRANGULAMENTO
Algumas atitudes podem prevenir situações de risco de estrangulamento:
Tire cachecóis e lenços do pescoço das crianças na hora das brincadeiras, principalmente
em parquinhos.
O berço deve estar livre de objetos que possam dificultar a respiração do bebê, como almofadas,
travesseiros, brinquedos, bichos de pelúcias ou aqueles paninhos ou “cheirinhos” que algumas
crianças usam para dormir. Além do mais, não é indicado também o uso do protetor de berço pela
Sociedade Brasileira de Pediatria.
O bebê não deve parecer quente ao toque. A temperatura do ambiente encontra-se ideal para o
bebê quando estiver agradável para um adulto vestindo roupas leves.
O colchão do bebê deve ser firme, estar bem preso ao berço e sem embalagens plásticas.
É inadequado colocar o bebê para dormir em colchões muito macios ou de água, sofás ou
poltronas.
O espaço entre as grades do berço não pode ser maior do que seis centímetros de largura.
2) AFOGAMENTOS
Os afogamentos, junto com o trânsito, são a segunda maior causa de morte na infância, depois da
sufocação. Sabemos que mares, rios, piscinas, lagos e represas são ambientes de risco de afogamento
para todas as idades. Mas muita gente desconhece o perigo de deixar recipientes com água rasa ao
alcance das crianças. Uma criança pode se afogar em apenas 2,5 cm de profundidade de água, por
exemplo, em baldes, banheiras, piscinas infantis e até mesmo no vaso sanitário de sua casa.
Até quatro anos de idade a cabeça da criança corresponde a 25% do peso de seu corpo,
enquanto a de um adulto corresponde a 6% do seu peso total. Essa característica física
favorece que a criança se desequilibre e caia em lugares que tenham água.
Uma criança submersa pode perder a consciência em apenas dois minutos. Nesta condição,
bastam de quatro a seis minutos para causar danos cerebrais.
Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um
segundo. Nessas situações, garanta que um adulto estará supervisionando-as de forma ativa
e constante o tempo todo.
Ensine as crianças que nadar sozinhas, sem ninguém por perto, é perigoso.
A idade ideal para entrar na natação é a partir dos quatro anos, antes disso, as crianças são
mais suscetíveis a desenvolver infecções por engolir muita água. Mas lembre-se: saber nadar
Tenha os telefones de emergência sempre visíveis (SAMU: 192; Corpo de Bombeiros: 193).
EM PISCINAS:
Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m de altura e com portões com
cadeados ou travas de segurança. Atenção!
Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes.
Portanto, devem ser usados em conjunto com as cercas e ter a constante supervisão dos adultos.
Evite o acúmulo de água em cima das capas de piscinas e supervisione as crianças mesmo
quando a piscina estiver coberta.
Verifique se há proteção nos ralos da piscina, de modo a evitar que a criança fique presa pela
força de sucção.
EM ÁGUAS NATURAIS:
Tenha certeza de que as crianças estão nadando em áreas seguras de rios, lagos, praias
e represas.
EM AMBIENTE DOMÉSTICO:
Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças baldes,
bacias, banheiras e piscinas infantis.
Mantenha a tampa do vaso sanitário abaixada (se possível, lacrada com um dispositivo
de segurança).
3) QUEDAS
Mantenha camas, armários e outros móveis longe das janelas. Além disso, verifique se móveis e o
tanque da lavanderia estão estáveis e fixos.
Bebês devem dormir em seus próprios berços sozinhos, e não na cama dos pais. Além do risco de
sufocação, há um alto índice de admissões hospitalares de bebês por queda da cama de adulto.
As crianças com menos de seis anos não devem dormir em beliches. Se não tiver escolha,
coloque grades nas laterais.
Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o capacete é equipamento fundamental. Ele pode reduzir
o risco de lesões na cabeça em até 85%.
Crianças devem ser sempre observadas quando estiverem brincando nos parquinhos.
Verifique se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade da criança.
Confira algumas dicas para fazer uma inspeção rotineira no parquinho que você frequenta
clicando aqui.
Contar histórias pode ser uma boa maneira de transmitir às crianças o que você aprendeu até aqui.
Por isso, queremos que você entre novamente em ação como contador de histórias. No material de
apoio aos familiares e responsáveis desta apostila, há uma série de histórias infantis sobre sufocações,
afogamentos e quedas. Escolha as que sejam mais adequadas à faixa etária e à realidade de seu(s)
filho(s) e aproveite para conversar sobre esses temas com as crianças. Procure chapéus diferentes,
faça vozes variadas, dê uma interpretação envolvente, enfim, solte a imaginação e divirta-se em uma
sessão de contação de histórias!
Olha! Não é fácil ser sentinela de duas crianças tão cheias de energia como Tom e Ioiô Dora.
Tenho tanta história pra contar desses dois.
Um dia desses, Ioiô Dora estava brincando de cabra-cega com suas amiguinhas. Ao invés de
elas amarrarem um lenço nos olhos, como deveria ser, elas resolveram enfiar um saco de lixo,
um saco plástico na cabeça.
Eu estava sentindo que aquilo não era boa coisa. Sei por experiência própria. Na minha
curiosidade felina, um dia eu entrei dentro dum saco plástico e passei maus bocados.
Quase sufoquei!
Pois foi isso que aconteceu com a menina. O saco entalou na sua cabeça, e ela não conseguia
mais respirar. Deve ter ficado nervosa, né? Começou a espernear. Eu tive de agir rápido. Enfiei
minhas garras afiadas naquele saco e o transformei em fiapos.
E foi assim que, mais uma vez, Joca, o supergato, se saiu bem na sua supermissão.
Bom... por hoje fico por aqui. Qualquer hora eu volto, porque o que não falta são histórias
pra contar.
Era aniversário da menina pequenina que usava óculos. Ela estava radiante. Havia convidado
todos os amigos da escola. Todos? Todos eram tão poucos. A menina, além de pequenina, era
quietinha. Poucos se aproximavam dela. Achavam ela sem graça. Mal sabiam eles das histórias
que ela contava... e como contava bem. Quando soltava sua voz de passarinho, o ar se enchia de
graça.
O menino também sorriu, entrou na casa e começou a encher bexigas. Brancas, amarelas,
vermelhas, azuis, lilases... lindas... enchia uma e... pow, outra... pow... pow... outra... enchia outra,
e pow pow pow mais uma... era assim!
Entre um estouro e outro, Pulga na Cueca resolveu brincar de fazer bolinhas com as bexigas
arrebentadas.
Ele fazia uma bolinha pequena de som agudo e irritante aos ouvidos da menina.
O menino ficou mudo, branco e mudo. Engasgou com um pedaço de borracha entalado
na garganta.
A menina pequenina que usava óculos tinha medo. Começou a chorar baixinho.
A menina arregalou os olhos enquanto a vovó pulava sobre o peito do menino. A bexiga saltou
da sua goela feito bolinha de pingue-pongue. O menino parou de sufocar.
Lá estava ela. Deslizando pelo rio de águas mansas, a bordo de uma canoa. Ela, a vovó de
chapéu roxo com bolinhas amarelas e luvas encarnadas.
Era domingo. As mães afrouxaram a guarda, e as crianças, soltas, foram brincar no rio: o
menino, de pernas-de-saracura e pulga na cueca, e a menina pequenina que usava óculos. O
O menino parecia peixe, nadava para longe, boiava, imergia e emergia nas águas escuras. A
menina apenas andava dentro do rio. A água batia na canela, no joelho, nas coxas, quando de
repente...
— Aaaaaaaaiaiaiaiaiaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
O vento levou o eco para longe, e todos os moradores do rio ouviram seu grito de dor. Todos,
menos o menino. A menina cortou o pé num caco de garrafa que repousava no leito do rio.
Tonta de dor, desequilibrou-se, caiu, desesperou-se, bebeu água barrenta e afundou. Ela só via
sombras a sua volta. Um filete vermelho coloriu a água marrom.
O menino parecia peixe, nadava para longe, boiava, imergia e emergia nas águas escuras,
agora pintadas de vermelho.
Um vulto aproximou-se da menina. Tomou-a nos braços, levou-a para a margem do rio, fez o
sangue parar.
E o vulto desapareceu. Depois que o susto passou, a mãe da menina lavou, tratou e cobriu
o machucado.
Quando o menino de pernas-de-saracura e pulga na cueca voltou, viu a menina que usava
óculos com o pé enfaixado. Montou a menina nas suas costas, e, na garupa do Pernas-de-
Saracura, ela viu de longe uma canoa deslizando nas águas mansas do rio.
Ioiô Dora quase se afogou na piscina. Eu fiquei sabendo disso porque não se falava em outra
coisa naquela casa, ontem à noite.
Ainda bem que não fui nesse passeio. Ainda bem! Vocês sabem que gato escaldado tem medo
de água fria, não é?
— Uma festança, Joca. Você ia se divertir. Tinha sardinha (hummm... lambi meus lábios ao ouvir
isso), churrasco, guaraná, música pra dançar. Tava todo mundo, né? Daí... depois, eles foram
conversar. Eu fui jogar bola com os meninos, ali pertinho. Dora foi dar banho de piscina na
boneca. Escorregou e ó... tchibummm. Ouvi uns gritos e vi a Dorinha batendo os braços, assim
ó... Agora é até engraçado... mas, naquela hora, minhas pernas tremiam, tremiam, tremiam.
Precisa ver, Joca. Eu tremia todo... tremia, tremia. Daí, deu uma coisa na minha cabeça e corri
pra chamar o pai.
Foi o Tom que ajudou a irmã. Menino corajoso. Ele disse que gritou bem forte:
Ele contou que foi um alvoroço. As pessoas corriam pra todo lado; a mãe chorava... aí o pai
pulou na piscina, tirou a Dora de lá, fez respiração boca a boca, e a Ioiô Dora viveu outra vez.
TOM E O GATO-SENTINELA
— Menino, o que você está fazendo em cima do muro? Desce daí, já! — disse a mãe.
— Você vai espantar o passarinho, e acaba caindo daí, desce já! - insistiu a mãe.
— Já vou, já vou!
Aquilo estava virando uma lengalenga. O Tom parecia personagem de filme de ação, pulando
da árvore pro muro, do muro pro telhado, do telhado pro muro, do muro pra árvore.
Comecei a rolar no chão e a miar desesperado... e a me jogar de um lado para outro... e soltar
miados estridentes... dar pulos no ar... eriçar meu dorso... enfim, fiz uma cena apavorante.
— Tom, meu filho, acuda, acho que o gato está tendo um troço.
O Tom olhou lá de cima. Percebi que era a hora de colocar mais vida naquela representação.
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no mundo, aliando educação e tecnologia. Para conhecer um pouco mais desse trabalho e utilizá-
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