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CARTILHA EM

SAÚDE
Plano de
educação
em
saúde

PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA
INFÂNCIA
Natal - 2022
APS DE SAÚDE DA
CRIANÇA E DA MULHER

GRUPO D1
•Adriane Ferreira de Azevedo
•Ana Cecília de Oliveira
•Brenda de Almeida Cabral
•Davi Pereira da Silva

•Filipe Alberto de Medeiros Moura


Caldas
•George Lucas Martins Sucupira
•Glauber Ferreira de Lima
•Maria Eduarda Bezerra de Medeiros
INFORMAÇÕES
BÁSICAS
Introdução

● A curiosidade e imaturidade das crianças as tornam


mais expostas à ocorrência de acidentes, razão pela qual
os adultos, responsáveis pelo seu cuidado, devem ter
uma especial atenção e uma atuação eficaz para que se
possa promover a correta proteção e bem estar dos
pequenos;

● Segundo o Relatório Mundial sobre Prevenção de



e Adolescentes, lançado em
Acidentes com Crianças
dezembro de 2008 pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef), 630 mil crianças morrem anualmente vítimas de
acidentes em todo o mundo;

● No Brasil, de acordo com dados do Sistema de


Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério
da Saúde (MS), em 2015 foram registradas 2.441
mortes de crianças de 0 a 14 anos, devido a
acidentes domésticos.
No entanto, estudos mostram que 90% dos
acidentes podem ser evitados com medidas simples
e eficazes de mudança de comportamento e de
adequação, para a promoção da prevenção;
TIPOS DE
ACIDENTES
● Queimaduras - representa 4ª causa de morte no Brasil e pode ser
ocasionada por: escaldadura, fogo e objetos quentes, substância química,
exposição à eletricidade e exposição excessiva ao sol;
● Quedas - principal causa de atendimentos em serviços de emergência e de
internações pediátricas. A maioria das quedas ocorre dentro de casa, por
isso é importante nunca deixar o bebê sozinho em cima do trocador, cama,
sofá, assim como colocar tela de proteção em janelas;
● Sufocação - ocorre quando há a cobertura total ou parcial do nariz e/ou da
boca, resultando em dificuldade ou impossibilidade de respirar. Em crianças, o
potencial de risco se eleva devido à incapacidade de perceberem por si só e
reagirem à situação e por comportamentos como colocar objetos na boca;
● Afogamento - pode acontecer tanto em ambiente doméstico quanto em

ambientes externos, como piscinas e águas naturais. É um tipo de acidente


que requer muita atenção, pois ocorre de maneira rápida e silenciosa;
● Medicamentos - extremamente recomendado manter todos os
medicamentos fora do alcance das crianças. Geralmente ocorre com a
ingestão de antibióticos, analgésicos e vitaminas tomadas pelos adultos, que
ficam sob móveis ou dentro de bolsas;
● Acidentes no trânsito - ocorrem principalmente por excesso de velocidade,
não usar sistema de retenção para crianças (cadeirinha, bebê conforto ou
assento elevado) e distrações;
● Choque elétrico - a prevenção é a melhor forma de evitar o acidente
doméstico. Orientar que não se deve mexer e colocar proteção em tomadas,
manter os fios organizados, emcapados e o mais escondidos possível são
algumas medidas preventivas;

● Intoxicação - ocorre por ingestão, inalação ou contato da pele


com substâncias potencialmente danosas, dentre as quais se
destacam intoxicação por remédios, produtos de limpeza/beleza
e plantas venenosas;
Prevenções
Gerais
Não deixar a criança sem supervisão quando estiver em
áreas com risco potencial de afogamento ou de contato
com plantas/objetos tóxicos.

Nunca esquentar a mamadeira no


microondas, pela chance de grande
aquecimento.

Guardar inflamáveis e produtos de limpeza em locais


fora do alcance de crianças e que possam ser fechados
com chave.

Deixar medicamentos fora do alcance da


criança.

Não permitir acesso à fios, linhas elétricas e


interruptores; deve-se cobrir tomadas elétricas.

Tirar do alcance de crianças objetos passíveis de


aspiração e brinquedos inseguros.
Prevenções
Gerais
Sempre avaliar a temperatura da água de
banho em recém-nascidos.

Colocar grades e/ou redes de proteção


em janelas, escadas e piscinas.

À mesa, os alimentos devem ser colocados no centro e


não se deve usar toalhas.

Use brinquedos grandes e resistentes, sem


pontas finas e salientes

Não permitir acesso à cozinha, apenas se estiveram


sendo supervisionadas.

Utilizar assento infantil e cinto de segurança


em veículos no trânsito.
QUEIMADURAS

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, no Brasil as


queimaduras representam a quarta causa de mortalidade e
importante morbidade infanto-juvenil por acidente entre crianças e
adolescentes até 14 anos de idade.
A maioria das queimaduras ocorre em ambiente doméstico, como
na cozinha, sendo por escaldaduras ou lesões por líquidos aquecidos,
os principais agentes responsáveis por este tipo de trauma.
Em muitos casos o tratamento é doloroso e pode gerar sequelas
graves, ou seja, significativas limitações funcionais, psicológicas e de
ordem social.
Causas comuns de
queimaduras

Escaldadura (queimadura por líquidos quentes)


É a principal causa em menores de 5 anos.

Contato com fogo e objetos quentes


As queimaduras por chamas são mais graves, atingem maior extensão e profundidade da
pele. O álcool é um importante agente causador.

Queimadura provocada por substâncias químicas


A ingestão de soda cáustica continua sendo a maior fonte de queimaduras químicas em
crianças. As pequenas pilhas, as baterias de relógios e de aparelhos eletrônicos
representam perigo por possuir conteúdo corrosivo.

Queimadura por exposição à eletricidade


Os acidentes por fios e aparelhos elétricos acometem mais as crianças menores de 5
anos. Também são vítimas os adolescentes que ao empinar ou retirar pipas da rede
elétrica têm contato com fios de alta tensão.

Exposição excessiva ao sol sem proteção adequada.


Classificação das
queimaduras

As queimaduras são classificadas em primeiro, segundo e terceiro


graus dependendo da profundidade do dano provocado na pele.

Primeiro grau:
Atinge a epiderme. A pele fica vermelha, quente e dolorosa. Não há formação de
bolhas. Ocorre por exemplo na exposição solar por períodos prolongados.
A evolução e alívio dos sintomas ocorre entre 3 a 6 dias, sem deixar cicatrizes.

Segundo grau:
Atinge a epiderme e a derme. A pele fica dolorosa, vermelha e com bolhas, pode
haver a presença de edemas. É comumente observada nas queimaduras por
líquidos quentes.
A evolução e alívio dos sintomas ocorre entre 10 a 21 dias e pode gerar cicatrizes.

Terceiro grau:
Acomete a epiderme, derme e hipoderme, podendo atingir músculos e ossos. A
pele fica com aspecto brancacenta ou marrom. A dor é menos intensa devido aos
danos nervosos (hipoalgesia). Observada nas queimaduras por chama, nas
queimaduras químicas e elétricas.
O tratamento é complexo, exigindo cirurgia plástica reparadora com enxerto de
pele.
FATORES DE
RISCO

Faixa etária de até 5 anos de idade;

Crianças do sexo masculino;

Contato com líquidos superaquecidos;

Manipulação de álcool doméstico;

local da ocorrência de queimaduras:


ambiente domiciliar, especialmente
cozinha.
Cuidados com o
paciente queimado

Cuidados imediatos:

• Parar o processo ou o agente causador da queimadura;

• Expor a área queimada;

• Avaliar traumas associados, doenças prévias ou outras incapacidades e adotar


medidas imediatas;

• No caso de queimaduras térmicas, resfriar a área queimada o mais rápido


possível, de preferência apenas com água corrente, não utilizar gelo, pois poderá
agravar a lesão;

• Limpar a ferida com água e clorexidina desgermante a 2%. Na falta desta, use
água e sabão neutro;

• Cobrir as regiões queimadas com curativo ou tecido limpo;

• Remover roupas acessórios e/ou próteses;

• Remover toda a substância que esteja em contato com a pele;

• Transportar para o hospital, se necessário, a criança deve ser encaminhada para o


hospital quando a queimadura for:
→ No rosto, nas mãos ou nos órgãos genitais;
→ Em uma área extensa (maior que o diâmetro de uma bolinha de pingue-pongue);
→ Resultado de um choque elétrico ou por produto químico.
• Deve-se aumentar a hidratação oral, com o intuito de aumentar a circulação local
da lesão.
Considerações
importantes

• Não passar nenhum tipo de produto no local;

• Nunca estourar as bolhas;

• Se no momento a criança ainda estiver em chamas, deitar no chão, rolar e


abafar, se possível, com um cobertor;

• Avaliar comorbidades e fatores de risco;

• Ter conhecimento sobre alergias e medicações em uso;

• Saber sobre o estado da imunização tetânica.

Avaliação da profundidade da queimadura


A. Primeiro grau (espessura superficial) – eritema solar;


B. Segundo grau (espessura parcial - superficial e profunda);
C. Terceiro grau (espessura total).

Tratamento da dor para crianças


• Dipirona (ambiente doméstico e hospitalar)
• Morfina (em ambiente hospitalar, se necessário)

Trauma elétrico

• Identificar o tipo de fonte que causou o trauma (alta tensão,


corrente alternada ou contínua) e se houve passagem de
corrente elétrica com ponto de entrada e saída pelo corpo.

• Avaliar traumas associados (queda de altura e outros traumas),


se ocorreu perda de consciência ou parada cardiorrespiratória
(PCR) no momento do acidente e a extensão da lesão e a
passagem da corrente.
Considerações
importantes

Extensão da queimadura (superfície corpórea queimada – SCQ)


• Regra dos nove (urgência)

• Observar o acometimento de áreas nobres/queimaduras especiais, como: Olhos,


orelhas, face, pescoço, mão, pé, região inguinal, grandes articulações (ombro, axila,
cotovelo, punho, articulação coxofemoral, joelho e tornozelo) e órgãos genitais,
bem como queimaduras profundas que atinjam estruturas profundas como ossos,
músculos, nervos e/ou vasos.
Considerações
importantes

Gravidade da queimadura
condições que classificam queimadura grave:

• Extensão/profundidade maior do que 10% de SCQ em crianças;


• Idade menor do que 3 anos ou maior do que 65 anos;
• Presença de lesão inalatória;
• Politrauma e doenças prévias associadas;
• Queimadura química;
• Trauma elétrico;
• Áreas nobres/especiais;
• Violência, maus-tratos, tentativa de autoextermínio (suicídio), entre outras.

Queimadura química

• Identificar o agente causador da queimadura: ácido, base ou composto orgânico, bem


como sua concentração, o volume e a duração de contato;
• Lembre que a lesão é progressiva, remova as roupas e retire o excesso do agente
causador, mas muito cuidado ao manusear o agente;
• Remover previamente o excesso com escova ou panos em caso de queimadura por
substância em pó;
• Dilua a substância em água corrente por no mínimo 30 minutos e irrigue
exaustivamente os olhos no caso de queimaduras oculares;

Ficar atento a uma possível infecção da área queimada


São considerados sinais de infecção em queimadura:

• Mudança da coloração da lesão;


• Edema de bordas das feridas ou da parte do corpo afetada;
• Aprofundamento das lesões;
• Mudança do odor (cheiro fétido);
• Celulite ao redor da lesão;
• Vasculite (pontos avermelhados) no interior da lesão;
• Aumento ou mudança da dor.
Medidas Preventivas

Use as bocas de trás do fogão e certifique-


se de que os cabos das panelas estejam
virados para dentro, para não serem
alcançados pelas crianças.

COZINHA NÃO
É LUGAR DE
CRIANÇA! Guarde velas, isqueiros, fósforos e
materiais inflamáveis longe do
alcance das crianças.

Lembrar de proteger tomadas e


fios desencapados. Além de
manter aparelhos elétricos fora
de alcance.

Checar a temperatura do alimento ao


oferecer bebidas ou comidas à criança.
Assim como na hora do banho, teste se a
temperatura está adequada.
Referências
Bibliográficas

• Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras, Ministério da


Saúde, 2012. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_tratamento_emerge
ncia_queimaduras.pdf

• Fernandes, Fernanda Maria Félix de Alencar et al. Queimaduras em


crianças e adolescentes: caracterização clínica e epidemiológica.
Revista Gaúcha de Enfermagem [online]. 2012, v. 33, n. 4 , pp. 133-141.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1983-14472012000400017>. Epub
27 Mar 2013. ISSN 1983-1447. https://doi.org/10.1590/S1983-
14472012000400017.
• Meschial W C, Sales C C F, Oliveira M L F. Fatores de risco e medidas de
prevenção das queimaduras infantis: revisão integrativa da literatura.
Rev Bras Queimaduras2016;15(4):267-273.

• Prevençãos aos acidentes domésticos e guia rápido de primeiros


socorros; Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, 2020.
Disponível em: SNDCA_PREVENCAO_ACIDENTES_A402.pdf (www.gov.br)

• Quedas em crianças, Sociedade de Pediatria de São Paulo, 2011;


disponível em: https://www.spsp.org.br/2011/06/07/quedas_em_criancas/

• Queimadura; Sociedade de Pediatria de São Paulo, 2014. disponível em:


https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/queimaduras/

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