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Introdução

A Organização Mundial da Saúde estima que 0,7% de todas as mortes no mundo - ou


mais de 500 mil mortes a cada ano - são devido a afogamento não intencional. Como
alguns casos de óbitos não são classificados como afogamento pela Classificação
Internacional de Doenças este número subestima a realidade mesmo para países de alta
renda, e não inclui situações como inundações, acidentes de navegação e tsunamis.

O afogamento é uma das principais causas de morte em crianças e adultos jovens no


mundo, embora estejamos quantificando apenas 6% do problema. Isto ocorre pela forma
como os dados sobre o assunto são coletados, classificados e reportados, assim como
pela dificuldade em interpretar e ajustar estes dados para nossa realidade.

O processo de afogamento é um continuum, que começa quando a via aérea do paciente


está abaixo do nível da superfície líquida, geralmente água, que, se ininterrupta, pode
levar ou não à morte. O paciente pode ser resgatado a qualquer momento durante o
processo e a ele ser fornecida medida apropriada de ressuscitação, quando, então, o
processo de afogamento é interrompido.

A classificação do afogamento inicia-se com a situação de menor gravidade e


gradativamente alcança a de maior gravidade compreendidos entre Resgate e Graus de 1
à 6, baseia-se no comprometimento da função respiratória da vítima e está ligada
diretamente a quantidade de água aspirada, portanto a classificação do afogado deve ser
realizada no local do acidente fornecendo dados para o tratamento emergencial

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Primeiros socorros em caso de pessoa inconsciente

O atendimento precoce e rápido a uma pessoa inconsciente aumenta as chances de


sobrevivência, por isso é importante seguir alguns passos para que seja possível salvar a
vítima e reduzir as sequelas. 
Antes de iniciar as etapas de socorro é necessário verificar a segurança do local em que
a pessoa está, para evitar que ocorram novos acidentes. Por exemplo, o socorrista deve
se assegurar de que não há riscos de choque elétrico, explosões, atropelamentos,
infecções ou exposição a gases tóxicos.
Em seguida, os primeiros socorros a uma pessoa caída no chão, incluem:

1. Verificar o estado de consciência da pessoa, encostando as duas mãos nos


ombros, perguntando em voz alta se a pessoa está ouvindo e se não responder é
o sinal de que está inconsciente;
2. Chamar por ajuda a outras pessoas que estejam perto;

3. Permeabilizar a via área, isto é, inclinar a cabeça da pessoa, elevando o queixo


com os dois dedos da mão para que o ar passe mais fácil pelo nariz e evite que a
língua obstrua a passagem do ar;

4. Observar se a pessoa está respirando, durante 10 segundos, colocando o ouvido


próximo do nariz e da boca da pessoa. É preciso ver os movimentos do tórax,
ouvir o som do ar saindo pelo nariz ou pela boca e sentir o ar expirado no rosto;

5. Se a pessoa estiver respirando, e não sofreu trauma, é importante coloca-la na


posição lateral de segurança para evitar que ela vomite e se engasgue;

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6. Se a pessoa NÃO estiver respirando:
A. Inicie as massagens cardíacas, com apoio de uma mão sobre a outra, sem
dobrar os cotovelos. Faça 100 a 120 compressões por minuto.
B. Se tiver máscara de bolso, faça 2 insuflações a cada 30 massagens cardíacas;
C. Mantenha as manobras de reanimação, até que chegue a ambulância ou a
vítima acordar.
Para a realização das massagens cardíacas, também chamadas de compressões torácicas,
a pessoa precisa se posicionar de joelhos do lado da vítima e mantê-la deitada sobre
uma superfície firme e plana. Além disso, é preciso posicionar uma mão em cima da
outra, entrelaçando os dedos, no meio do tórax da vítima e manter os braços e cotovelos
esticados. Veja com detalhes como a massagem cardíaca deve ser feita:

Por que a pessoa pode ficar inconsciente

1. Acidente vascular cerebral

O acidente vascular cerebral, ou AVC, acontece quando uma veia da região da cabeça
fica obstruída por causa de um coágulo de sangue, o trombo, sendo que em alguns
casos, esta veia se rompe e o sangue se espalha pelo cérebro. 

Os principais sintomas de AVC são dificuldade para falar, boca torta, paralisia de um
lado do corpo, tontura e desmaio. É preciso pedir ajuda rapidamente para aumentar as
chances de sobrevivência e reduzir as sequelas. Saiba mais como identificar e como
tratar um AVC.

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2. Infarto agudo do miocárdio

O infarto agudo do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, ocorre


quando uma veia do coração fica obstruída com gordura ou coágulo de sangue e, por
isso, o coração não consegue bombear o sangue e o cérebro fica sem oxigênio.

Os sintomas do infarto são identificados como dor intensa do lado esquerdo do peito,
que irradia para o braço direito, batimentos cardíacos aumentados, suor frio, tontura e
palidez. Na suspeita de infarto é preciso procurar atendimento de urgência, pois a
pessoa com infarto pode ficar inconsciente. Confira as principais causas do infarto.

3. Afogamento

O afogamento faz com que a pessoa não consiga respirar, pois entra água nos pulmões e
prejudica o envio de oxigênio o cérebro, por isso a pessoa desmaia e fica inconsciente.
É importante tomar medidas para evitar que aconteça o afogamento, principalmente
com crianças. Veja o que fazer para evitar o afogamento

4. Choque elétrico

O choque elétrico acontece quando uma pessoa desprotegida entra em contato com uma
carga elétrica, sendo que pode causar queimaduras, problemas neurológicos, ataques
cardíacos levando a pessoa a ficar inconsciente.

Por isso, a pessoa que sofreu um choque elétrico deve ser atendida rapidamente para
que as sequelas sejam menores possíveis. 

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Afogamento

O afogamento ocorre quando há aspiração de líquido em razão de submersão. Essa


fatalidade pode causar a morte, sendo necessário atenção em ambientes como rios e
mares.

O afogamento é uma fatalidade muito comum e geralmente ocorre em momentos de


lazer da vítima. Essa fatalidade é responsável por uma grande quantidade de mortes,
principalmente entre jovens e adolescentes. Todos os anos são registradas mais de
7.000 mortes em decorrência desse tipo de acidente, sem contar as vezes que o corpo
não é encontrado e a morte não é registrada.

Podemos dizer que houve afogamento quando um líquido de qualquer natureza foi
aspirado em virtude de submersão. O afogamento provoca a entrada de água nas vias
respiratórias, impedindo a obtenção de oxigênio atmosférico, o que pode causar a morte
caso a vítima não seja socorrida a tempo.

Principais causas de afogamentos

Os afogamentos são comuns durante o verão, época em que as pessoas mais frequentam
áreas de rios e mares. Desconhecimento das condições do local e falta de habilidade do
nadador estão entre as principais causas de afogamento.

Além disso, podemos citar como causas de afogamento o mergulho em áreas rasas, que
pode levar a traumatismo seguido da aspiração de água, ingestão de bebidas alcoólicas,
crises convulsivas, doenças cardiorrespiratórias e câimbras. Em afogamentos em
residências, destacam-se os de crianças que se afogam em banheiras e outros recipientes
com água por ficarem sem a supervisão de um adulto.

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Denominamos de afogamento primário aquele em que não se observa nenhum fator que
levou ao afogamento. Este ocorre naturalmente em virtude da falta de habilidade da
vítima, por exemplo. Já o secundário está relacionado com alguma patologia que
dificulte que a vítima mantenha-se na superfície.

Como ocorre o afogamento?

Quando uma pessoa entra em contato com a água e percebe que sofrerá o afogamento,
ela geralmente se desespera e inicia uma luta para manter-se na superfície. Quando
ocorre a submersão, instantaneamente a pessoa prende a respiração. Essa parada da
respiração depende da capacidade física de cada indivíduo.

Quando a pessoa não consegue mais segurar a respiração, uma aspiração de


líquido pode ocorrer. Em algumas pessoas, isso é um estímulo para que haja um reflexo
natural que contrai as vias respiratórias e impede que mais água entre no organismo.
Essa contração pode levar à morte por asfixia, um caso que chamamos de afogamento
do tipo seco.

Na maioria das pessoas, no entanto, não ocorre esse reflexo e o que acontece é uma
grande aspiração de água por causa de movimentos respiratórios involuntários. Isso faz
com que a água chegue aos pulmões, levando à perda da substância que promove a
abertura dos alvéolos (surfactante), mudanças na permeabilidade dos capilares e
surgimento de edema pulmonar. Com o tempo, o pulmão enche-se completamente de
água, o indivíduo perde a consciência, sofre parada respiratória e morre.

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A melhor solução é a prevenção do afogamento

1. Para evitar afogamentos, algumas importantes medidas devem ser tomadas:


2. Evite nadar em locais desconhecidos;
3. Não desafie a força das correntezas;
4. Não faça uso de medicamentos ou bebida alcoólica antes de nadar;
5. Não deixe crianças desacompanhadas.

O tratamento de uma vítima de afogamento envolve quatro fases distintas

O resgate na água: pode ser realizado por um leigo ou por equipes treinadas de salva-
vidas;

 Suporte básico de vida: oferecido pelos primeiros socorristas;


 Suporte avançado de vida: Serviço médico de urgência;
 Cuidados pós ressuscitação: segue até o ambiente hospitalar.

Os primeiros socorros em caso de afogamento

Em caso de afogamento, a primeira coisa a fazer é tirar a vítima da água.

O ideal é socorrer a pessoa que está se afogando sem entrar na água, utilizando uma
boia, tábua, colete salva-vidas, corda, galho ou qualquer outro objeto que a faça
flutuar ou lhe permita agarrar para não afundar.
A seguir, providencie um cabo para rebocar a vítima no objeto flutuante. O cabo deve
ter um laço para que a pessoa possa prendê-lo Após retirá-la da água, mantenha-a

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aquecida e peça ajuda ligando para o número 193. Se a vítima estiver consciente, deixe-
a sentada enquanto aguarda pela chegada da ambulância. Se estiver inconsciente, siga os
seguintes primeiros socorros:

1. Deite a vítima de lado e mantenha-a aquecida;


2. Observe se ela está respirando;
3. Ligue e siga as instruções dadas pelo atendente do 193 (leve a vítima ao hospital
ou espere pela chegada do socorro).
4. Se a pessoa não estiver respirando, é necessário fazer a reanimação
cardiopulmonar:
5. Posicione a vítima deitada de barriga para cima sobre uma superfície plana e
firme (a cabeça não deve estar mais alta que os pés para não prejudicar o fluxo
sanguíneo cerebral);
6. Ajoelhe-se ao lado da vítima, de maneira que os seus ombros fiquem
diretamente sobre o meio do tórax dela;
7. Ao corpo, já que a correnteza pode impedi-la de segurar no cabo.
8. Com os braços esticados, coloque as mãos bem no meio do tórax da pessoa
(entre os dois mamilos), apoiando uma mão sobre a outra;
9. Inicie as compressões torácicas, que devem ser fortes, ritmadas e não podem ser
interrompidas;
10. Evite a respiração boca a boca se estiver sozinho, não interrompa as
compressões cardíacas;
11. O melhor é revezar nas compressões com outra pessoa, mas a troca não deve
demorar mais de 1 segundo;
12. A reanimação cardiorrespiratória só deve ser interrompida com a chegada do
socorro especializado ou com a reanimação da vítima.

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Salvamento de afogados

Mesmo com a prevenção adequada, as pessoas, por negligência, imprudência, imperícia,


ou por más condições físicas e mal súbito que podem causar paradas cardíacas e
respiratórias, desmaios e câimbras, ou, ainda, em razão de acidentes com barcos, podem
encontrar-se em situações de perigo, de tal maneira que se não forem prontamente
socorridas poderão afogar-se. Quando menos se espera, a vítima entra em pânico,
debatendo-se na superfície de forma quase incontrolável e, por causa do instinto de
conservação, segura-se com todas as suas forças a qualquer pessoa ou objeto que
apareça ao seu alcance. Portanto, quem não estiver treinado para esse tipo de
salvamento ao se aproximar da vítima em desespero será agarrado por ela e,
provavelmente morrerá. Nesses casos, antes de entrar na água, o socorrista deve
diligenciar para que outras pessoas possam auxilia-lo. Procurar fazer uso de meios de
fortuna: formar uma corrente dando-se as mãos uns aos outros, estender à vítima uma
vara ou corda, bem como lhe lançar objetos flutuantes, umas boias, madeira e estepe de
automóvel. Caso alguém seja um bom nadador ou mesmo que já tenha sido instruído
anteriormente de como proceder o salvamento aquático, daquela cuja vida dependerá
exclusivamente de sua intervenção. O socorrista deve correr pela margem procurando
chegar próximo da vítima retirando rapidamente sapatos, roupas e nadar até perto dela.
Caso o socorrista note que a vítima está calma, deve avisar que vai ajudá-la devendo
seguir as orientações; em seguida transportar a vítima até a margem, tendo o cuidado de
manter seu rosto fora d’água nesse percurso e, após, aplicar as técnicas de primeiros
socorros, se necessário.

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Conclusão

Neste trabalho apresentamos a negligenciada importância epidemiológica do


afogamento e seu importante papel na mortalidade mundial. Mostramos o Moçambique
como um dos detentores de maior número absoluto de óbitos por afogamento, com
7.000 a cada ano, e ainda o afogamento como segunda causa mortis na faixa de 5 a 9
anos e a terceira entre 1 e 19 anos.

Reforçamos o papel dos profissionais de saúde no atendimento pré-hospitalar já que o


resgate é um componente vital para salvar o paciente e a avaliação e os primeiros
cuidados são muitas vezes fornecidos em um ambiente altamente hostil, a água sendo
essencial que estes profissionais tenham conhecimento da cadeia completa de
sobrevivência no afogamento. Isto inclui desde o atendimento pré-hospitalar até a
internação hospitalar. Esta assistência inicia-se pela ajuda prestada ao afogado para
retirá-lo de dentro da água sem, contudo tornar-se uma segunda vítima, iniciando
imediatamente o suporte básico de vida ainda dentro da água e acionando então o
suporte avançado de vida. Descrevemos com detalhes práticos como lidar, baseado em
sua gravidade, com os casos de afogamento utilizando um algoritmo de afogamento.

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Referências

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Secretaria de Estado de Segurança. Pública Serviço Integrado de Atendimento ao
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