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SUPERIOR TECNOLOGIA EM TERAPIAS INTEGRATIVAS

ROSIMAR DA SILVA

SUPORTE BÁSICO DE VIDA E PRIMEIROS SOCORROS

Cachoeiras de Macacu
2022
ROSIMAR DA SILVA

SUPORTE BÁSICO DE VIDA E PRIMEIROS SOCORROS

Trabalho apresentado à Unopar- Universidade Norte do


Paraná, com requisito parcial à aprovação no 1°
semestre do curso de Tecnologia em Terapias
Integrativas e Complementares.

Orientador: Prof. Danieli Juliani Garbuio Tomedi.

Cachoeiras de Macacu
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................................4
3 CONCLUSÃO..........................................................................................................13
4 REFERÊNCIAS.......................................................................................................14
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1 INTRODUÇÃO

O suporte básico de vida e primeiros socorros é importante para o cotidiano de


qualquer cidadão, pois é notória a necessidade de ter a devida preparação em caso
de situações adversas. Uma vez que qualquer pessoa treinada pode prestar os
primeiros socorros, é indispensável o conhecimento que se deve ter em uma
emergência, para então prestar os cuidados à vítima em caso de acidente até a
chegada de um socorro avançado.

Ademais, as doenças cardiovasculares representam as principais causas de morte


no mundo. Segundo a SOBRAC, a parada cardiorrespiratória pode acometer 1 em 4
pessoas ao longo da vida e é responsável pela morte súbita de cerca de 300 mil
brasileiros todos os anos, sendo 100 mil em ambiente extra-hospitalar e 100 mil em
ambiente hospitalar. Logo, possui alta mortalidade e, sem o procedimento de RCP, a
sobrevida da vítima diminui de 7-10% por minuto.
Outro incidente a se destacar é o trauma por queimaduras. Todo ano, cerca de 130
mil pessoas sofrem algum tipo de acidente por queimadura, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, ocorrem cerca de 100 mil notificações de casos
de queimaduras por ano, com aproximadamente 3.000 mil pessoas que evoluem
para o óbito após o trauma (BARCELLOS LG, et al., 2018). Conforme os dados, fica
clara a necessidade de investimento constante por parte do sistema de saúde em
ações de prevenção e manejo adequado das vítimas de queimaduras.

Em comparação, a hemorragia é caracterizada por ser uma lesão que pode levar a
morte do acidentado de forma rápida, em menos de 10 minutos, mas podendo ser
evitado através de primeiros socorros. Tal qual, as Lesões musculoesqueléticas
também são muito comuns. Pequenos acidentes domésticos, recreativos ou
esportivos levam a esse tipo de lesão, na maioria das vezes, sem maiores
consequências.
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2 DESENVOLVIMENTO

Primeiros socorros pode ser entendido como o conjunto de cuidados imediatos que
devem ser prestados a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, onde o
estado físico põe em perigo a sua vida, com o intuito de manter as funções vitais e
evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a
chegada de socorro.
Primeiramente, ao se deparar frente a um acidentado, a pessoa que está fazendo o
socorro deve ter como propósitos primordiais:
 Ligar para a emergência;
 Avaliar o local do Acidente
 prover um atendimento de primeiros socorros;
 Proteger o acidentado, prevenindo danos maiores até a chegada da equipe
hospitalar.
Para atender a vítima de forma adequada existe o plano de ação baseado no P.A.S.,
que são as três letras iniciais das palavras:

a. Prevenir- afastar o perigo do acidentado ou o acidentado do perigo


b. Alertar - contatar o atendimento emergencial informando o tipo de acidente, o
local, o número de vítimas e o seu estado.
c. Socorrer - após as avaliações

2.1 RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA (RCR)

2.1.1 Parada respiratória, parada cardíaca e parada cardiorrespiratória

A parada respiratória é a parada dos movimentos de inspiração e expiração. Logo,


há falta de oxigênio nos tecidos do corpo, principalmente em órgãos vitais, que
necessitam de um maior teor de oxigênio, como o coração e o cérebro. A falta de
oxigênio no coração pode levar ao comprometimento de sua função,
consequentemente, observa-se um quadro de parada cardíaca. Desse modo,
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observamos a parada cardiorrespiratória, que é a parada respiratória seguida pela


parada cardíaca. Portanto, a parada cardiorrespiratória é a parada dos movimentos
cardíacos e respiratórios, comprometendo as funções vitais do cérebro e coração.
A fim de que a ressuscitação cardiorrespiratória é o conjunto de procedimentos
utilizados no atendimento à vítima de parada respiratória e cardíaca. A agilidade na
identificação da parada respiratória e parada cardíaca é imprescindível para que a
vida seja salva, pois a parada respiratória resolvida a tempo impede a parada
cardíaca através do fluxo de ar cerebral e do miocárdio. Em contrapartida, se o
coração para primeiro, as complicações serão maiores, pois a chegada de oxigênio
ao cérebro estará instantaneamente comprometida: os músculos respiratórios
perdem rapidamente a eficiência funcional; ocorre imediata parada respiratória
podendo ocorrer lesão cerebral irreversível e morte. A possibilidade de
sobrevivência a uma parada cardiorrespiratória em relação ao tempo decorrido é a
seguinte:
i. 1 min: 98%
ii. 3,5 min: 25%
iii. 5 min: 5%

2.1.2 Como descobrir a parada cardiorrespiratória (PCR)

Para saber se ocorreu uma parada cardiorrespiratória deverão ser observados para
a determinação de PCR:
·Falta de pulso numa grande artéria (por exemplo: carótida). Esta ausência
representa o sinal mais importante de PCR e determinará o início imediato das
manobras de ressuscitação cardiorrespiratória.
·Respiração arquejante. Na maioria dos casos a apneia ocorre cerca de 30
segundos após a parada cardíaca; é, portanto, um sinal relativamente precoce,
embora, em algumas situações, fracas respirações espontâneas, durante um minuto
ou mais, continuem a ser observada após o início da PC. Nestes casos, é claro, o
sinal não tem valor.
·Espasmo (contração súbita e violenta) da laringe.
·Cianose (coloração arroxeada da pele e lábios).
·Inconsciência. Toda vítima em PCR está inconsciente, mas várias outras
emergências podem se associar à inconsciência. É um achado inespecífico, porém
sensível, pois toda vítima em PCR está inconsciente.
·Dilatação das pupilas, que começam a se dilatar após 45 segundos de interrupção
de fluxo de sangue para o cérebro. A midríase geralmente se completa depois de 1
minuto e 45 segundos de PC, mas se apresentar em outras situações. Deste modo,
não utilizar a midríase para diagnóstico da PCR ou para definir que a vítima está
com lesão cerebral irreversível. A persistência da midríase com a RCR é sinal de
mau prognóstico. É um sinal bastante tardio e não se deve esperar por ele para
início das manobras de RCR.
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2.1.3 O que fazer:

1. Detectar se a pessoa está respirando, colocando o rosto perto do nariz e da

boca para ouvir os sons da respiração e, ao mesmo tempo, olhando para o

peito, para observar se está subindo e descendo:

1. Se houver respiração: colocar a pessoa em posição lateral de

segurança, esperar a chegada da ajuda médica e ir verificando

regularmente a respiração;

2. Caso não houver respiração: virar a pessoa de barriga para cima numa

superfície dura e iniciar a massagem cardíaca.

2. Como fazer a massagem cardíaca:

1. Colocar as duas mãos no centro do peito com os dedos

entrelaçados, no ponto médio entre os mamilos;

2. Fazer compressões mantendo os braços esticados e empurrando o

peito para baixo até que as costelas desçam cerca de 5 cm;

3. Manter as compressões até a chegada da ajuda médica num ritmo de

2 compressões por segundo.

Além disso, vale acrescentar que a respiração boca a boca pode ser feita a cada
30 compressões, fazendo-se 2 inalações para o interior da boca da vítima. No
entanto, esse passo não é necessário, podendo ser ignorado caso a vítima seja
uma pessoa desconhecida ou não se sinta à vontade para fazer a respiração. No
caso de não ser feita a respiração boca a boca, as compressões devem ser feitas
continuamente até a chegada da equipe médica.
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2.2 QUEIMADURAS

Queimaduras podem ser distinguidas segundo o dano causado em:


i. Primeiro grau: afeta apenas a epiderme (camada mais externa da pele).
Apresentam vermelhidão, inchaço e dor local suportável, sem a formação de
bolhas;
ii. Segundo grau: afeta a derme e epiderme. Apresentam bolhas, pele
avermelhada, manchada ou com coloração variável, dor, inchaço,
desprendimento de camadas da pele e possível estado de choque.
iii. Terceiro grau: atinge também o tecido abaixo da pele e podem chegar aos
ossos. Apresentam pouca ou nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada.
Para lidar com uma vítima de queimadura é preciso primeiramente retirar a
pessoa da região próxima à fonte de calor. Em seguida, avaliar a lesão:
iv. Dano leve: lavar o local com água corrente fria com jato suave, por,
aproximadamente, dez minutos, ou colocar compressas de soro fisiológico
para reduzir a temperatura do local. Se houver poeira ou insetos no local,
mantenha a queimadura coberta com pano limpo e úmido.
v. Dano grave: procurar ajuda médica imediatamente. É importante salientar que
não se deve passar no local nenhuma substância caseira nem mesmo
medicamentos sem que sejam recomendados por um médico.

I.3 Hemorragia

Hemorragia é a perda de sangue através de um corte ou ferida traumática,


podendo acontecer também por motivos naturais (sangramento em nariz, ouvido,
boca, ânus), em que ocorrem quando os vasos sanguíneos são rompidos.
A gravidade da hemorragia é medida pela quantidade e rapidez que o sangue é
perdido.

I.3.1 Classificação

 Hemorragia externa (quando o sangue sai do corpo). Neste caso, pode-se


classificar quanto ao tipo de vaso lesionado:
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Até 50% de perda é preciso realizar transfusão de sangue. Acima desse


percentual, dificilmente um paciente sobrevive.
 Nos casos de pequenas hemorragias, basta higienizar e estancar o
ferimento.
 Para cortes mais profundos ou grandes perdas de sangue, com a vítima
na horizontal, realize compressas com gaze ou pano limpo aplicando
pressão direta no local do sangramento com pano limpo enquanto
aguarda o socorro.
 Em último caso, quando a hemorragia é muito grave ou em casos de
amputação de membro do corpo e as outras técnicas falharem, utiliza-se o
torniquete ou garrote, seguindo as seguintes etapas:
- Amarre um pano limpo com nó simples acima do ferimento, enrolando-o
firmemente duas vezes;
- Em seguida, amarre um bastão sobre o nó do tecido;
-Torça o bastão até estancar o sangramento;
- Marque o horário em que foi aplicado o torniquete.

 Hemorragia interna (algum músculo ou órgão é perfurado por dentro):


neste caso o sangue não é visível, ou seja, todo o sangue perdido se
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acumula dentro das cavidades do próprio corpo, tais como: crânio, tórax,
abdômen, entre outras.
Para efetuar a verificação se ocorreu uma hemorragia interna é preciso se atentar
para os seguintes sinais
 Trauma forte em região de cabeça, tórax, abdômen, dentre outras
regiões, alertam para o risco de hemorragias
 Pulso rápido e fraco;
 Pele pálida, fria e úmida;
 Fraqueza, tontura, confusão mental;
 Sede;
 Respiração acelerada
Caso a vítima apresente esses sintomas, é necessário efetuar o seguinte
procedimento:
 Mantenha a calma;
 Contate imediatamente o serviço de emergência (SAMU 192);
 Mantenha à vítima consciente e não ofereça água ou alimentos;
 Quanto mais rápido isso for feito, maior a probabilidade de salvar
uma vida.

I.3.2 Hemorragia- outros incidentes

I. Sangramento nasal: Deve-se fazer uma pressão direta na narina com um


lenço, respirar pela boca e manter a cabeça na posição neutra ou
ligeiramente inclinada para frente. Não assoe o nariz! Se continuar a
sangrar, aplique compressa de gelo na base do nariz. Se não resolver, vá
ao pronto-socorro.
II. Sangramento no ouvido: As causas são: ferimento devido ao uso de
algum objeto pontiagudo como cotonete ou grampo, infecção, pancada
forte na orelha, fratura do crânio, variações muito grandes de pressão
atmosférica, que podem ocorrer em voos e mergulhos e explosões.
Manter repouso e fazer compressão local externa até o atendimento
médico.

II.3.3 O que não fazer:

I. NÃO se retira o objeto que pode estar encravado no local da


hemorragia;
II. NÃO é recomendado lavar a ferida;
III. NÃO forneça água ou comida para a pessoa.

II.4 Lesões Musculoesqueléticas

As lesões musculoesqueléticas (LME) são lesões que afetam os músculos, ossos,


ligamentos, meniscos, cápsulas articulares e outras, esqueleto axial, coluna
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vertebral e os membros superiores e inferiores. São identificadas pela dor e pela


perda de função física do corpo que limitam as atividades dos indivíduos afetados.
Os tipos de lesões musculoesqueléticas são:

2.4.1 Fraturas abertas e fechadas

Ocorre interrupção na continuidade do osso. Nesse sentido, nas fraturas fechadas


à pele está intacta, e nas fraturas abertas ocorre sobre a lesão de continuidade da
pele, que pode ser produzida pelos próprios fragmentos ósseos ou por objetos
penetrantes.
O que fazer: Caso a fratura seja aberta nunca tente realinhar o osso, pois isso pode
agravar a situação, e coloque um pano limpo ou gaze sobre a lesão.
Imobilize a área lesada com uma tala, podendo usar como substituta uma tábua,
papelão ou madeira, envolvendo uma faixa na lesão. Caso a fratura seja
acompanhada de sangramento é necessário fazer uma compressão com pano
limpo para cessar a hemorragia.
Nesses casos mais graves, a vítima deve ser encaminhada urgentemente para um
hospital equipado com raio-x para realizar os exames necessários para
diagnosticar a extensão das lesões.

2.4.2 Luxações

São patologias em que à extremidade de um dos ossos que compõem uma


articulação é deslocada de seu lugar. Com isso, o dano a tecido mole pode ser
muito grave, afetando vasos sanguíneos, nervos, e a cápsula articular.
O que fazer:
 Não force o membro afetado, nem tente movimentá-lo;
 Faça uma tipoia para impedir a articulação de mexer, utilizando tecido, uma
faixa ou um cinto, por exemplo;
 Aplique uma compressa gelada na articulação afetada.
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2.4.3 Entorses

São lesões aos ligamentos. Podem ser de grau mínimo ou grave, causando ruptura
completa do ligamento. As formas graves produzem perda da estabilidade da
articulação, à vezes, acompanhada por luxação.
O que fazer: aplicar gelo, imobilizar e estabilizar a região lesada.

2.4.4 Distensões

São lesões aos músculos ou seus tendões, geralmente são causados por
hiperextensão ou por contrações violentas. Em casos graves pode haver ruptura do
tendão. Apresenta dor intensa à movimentação e contratura da musculatura
atingida.
O que fazer: Evite movimentar a região lesada, aplique compressas geladas ou
saco de gelo no local.
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3 CONCLUSÃO

Em geral, foi abordado conhecimentos práticos sobre os procedimentos de primeiros


socorros de acidentes do cotidiano, e o diferencial desses protocolos é que não
apenas diminui a gravidade do acidente, como também pode salvar uma vida.
Especificamente, em incidentes domésticos, segundo os Corpos de Bombeiros, há
objetos e situações que podem tornar todas as divisões de uma casa em um perigo
iminente, como por exemplo chãos molhados ou encerados, falta de corrimões nas
escadas, fogões com as chamas acesas, sem a presença de um adulto por perto,
entre outros.
Dessa forma, em 2015 foram registradas 2.441 mortes de crianças de 0 a 14 anos,
no Brasil, devido a acidentes domésticos, de acordo com dados do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS). No mesmo ano,
1.440 crianças e adolescentes até 14 anos morreram devido a acidentes de trânsito.
Em 2015, segundo o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS),
foram 100.559 crianças internadas, na faixa etária de 0 a 14 anos, devido a causas
acidentais. Estudos mostram, no entanto, que 90% dos acidentes podem ser
evitados com medidas simples e eficazes de mudança de comportamento e de
adequação, para a promoção da prevenção.
Por fim, o Suporte Básico de Vida e Primeiros Socorros é fundamental para que a
cada dia vidas sejam salvas e acidentes evitados.
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REFERÊNCIAS

Ministério da Saúde.Protocolo Suporte Básico de Vida. Bvsms,2016. Disponíel em:


<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf>.
Acesso em 03 de maio de 2022.

NASCIMENTO, Sílvia Augusta.Aprendendo sobre parada cardíaca e parada


respiratória,2008. Disponível em:
<http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/588/Aula_02P-COLOR.pdf?
sequence=2&isAllowed=y>. Acesso em 03 de maio de 2022.

Cartilha de Primeiros Socorros: Hemorragia. CCTA, 2020 . Disponível em:


<http://www.ccta.ufpb.br/editoraccta/contents/titulos/saude/cartilha-de-primeiros-
socorros-hemorragias/cartilha-hemorragia.pdf
>. Acesso em 03 de maio de 2022.

Dados sobre morte súbita. SOBRAC, 2021 . Disponível em:


<https://www.sobrac.org/campanha/arritmias-cardiacas-mortes-subita/>. Acesso em
03 de maio de 2022.

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