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Ilha Bela Português
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concurso público
Você recebeu sua folha de respostas, este caderno, contendo 50 questões objetivas, e o caderno de prova dissertativa.
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problema, informe ao fiscal da sala.
Leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta.
Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta preta, a letra correspondente à alternativa que você escolheu.
A duração das provas objetiva e dissertativa é de 4 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de
respostas e para a transcrição do texto definitivo.
Só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorrida 1 hora do início das provas.
Deverão permanecer em cada uma das salas de prova os 3 últimos candidatos, até que o último deles entregue sua
prova, assinando termo respectivo.
Ao sair, você entregará ao fiscal o caderno de prova dissertativa, a folha de respostas e este caderno, podendo levar
apenas o rascunho de gabarito, localizado em sua carteira, para futura conferência.
Até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas.
Nome do candidato
(A) considera desnecessário aprender os números (D) traduz a forma justa de equiparar o salário destes
inteiros. com os de empregados de outras profissões de nível
superior, cujos vencimentos são expressivamente
(B) tem vontade de aprender plenamente os números
superiores.
inteiros.
(C) sugere outra forma para se aprender os números (E) expressa uma incoerência em relação à sociedade
inteiros. como um todo, uma vez que foi determinado um
reajuste muito acima da inflação de 4,31% em 2019.
(D) espera que a professora ensine rápido os números
inteiros.
(E) teme nunca conseguir aprender a usar os números
inteiros.
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04. Em conformidade com a norma-padrão, a frase que inicia 07. Considere as passagens do texto:
o texto pode ser assim ampliada:
• O valor ainda pode ser considerado baixo, já que os
O governo federal anunciou neste mês reajuste de 12,8% docentes recebem, em média, pouco mais da metade
no piso nacional dos professores da educação básica, do que ganham empregados de outras profissões de
nível superior. (1o parágrafo)
(A) elevando-no à R$ 2.886,24. • Sabe-se que diversas cidades também não pagam o
valor mínimo aos tutores da educação básica, ainda
(B) elevando ele a R$ 2.886,24.
que não exista levantamento sobre o cumprimento do
(C) elevando-o à R$ 2.886,24. piso pelos municípios. (3o parágrafo)
• A valorização dos professores só será possível se a
(D) elevando-lhe a R$ 2.886,24. sociedade e os entes federativos discutirem a sério o
financiamento da educação e a responsabilidade de
(E) elevando-o a R$ 2.886,24. cada um… (6o parágrafo)
(A) A folha de pagamento dos docentes que é um dos (C) Sabe-se que existem diversas cidades nas quais não
maiores custos de estados e prefeituras; também o é se tem pagado o valor mínimo aos tutores da educa-
para diversas unidades da federação que enfrentam ção básica.
dificuldade para honrar pagamentos.
(D) Um Fundeb com novas regras são uma possibilidade
(B) O reajuste no piso nacional dos professores, por um que não pode ser descartada ao se pensar o finan-
lado, ainda pode ser considerado baixo; por outro, ciamento da educação.
representa um problema para a folha de pagamento
de estados e municípios. (E) A sociedade e os entes federativos dispõe de condi-
ções para discutir a sério o financiamento da educa-
(C) A sociedade e os entes federativos precisam discutir, ção básica.
qual será o financiamento da educação e a respon-
sabilidade de cada um pois, deve-se chegar a um
modelo sustentável.
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Leia o texto para responder às questões de números 09 e 10. Conhecimentos Pedagógicos e Legislação
09. Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do (B) eficiência e no rendimento de uma sociedade assen-
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: tada na produtividade, na instrução programada e no
planejamento didático formal previamente elaborado.
(A) a … à … a … à
(C) difusão da escolarização para todos, colocando
(B) à … à … à … à a formação cultural e científica nas mãos do povo
como instrumento de luta para a sua emancipação.
(C) a … a … a … à
(D) exercitação dos processos mentais como forma de se
(D) à … a … à … a chegar à autoestruturação do conhecimento, a partir
de métodos heterônomos de ensino e aprendizagem.
(E) a … a … à … a
(E) preponderância das análises técnicas no tratamento
das questões didático-pedagógicas, já que a escola
deve cumprir sua função ideológica no estado demo-
10. No texto, os termos “ascensão”, “criterioso” e “conse-
crático de direito.
quentes” significam, correta e respectivamente:
(A) heteronomia.
(B) homogeneidade.
(C) autoridade.
(D) autonomia.
(E) aprendizagem.
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13. Em uma reunião pedagógica da escola, os professores 15. Assinale a alternativa que preenche corretamente as
dos anos finais do Ensino Fundamental discutiam sobre lacunas no texto do artigo 212 da Constituição Federal
como poderiam contribuir para uma escola de qualidade de 1988.
para todos. Um dos professores defendeu que o trabalho
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos
docente deve se dar a partir de uma perspectiva da quali-
de , e os Estados, o Distrito Federal e
dade total. A ideia de qualidade total, de acordo com Rios
os Municípios por cento, no mínimo, da
(2001), consiste na
receita resultante de , compreendida a
(A) construção de um espaço público de reconheci proveniente de transferências, na .
mento da autoridade dos professores e demais pro-
(A) dezoito … vinte e cinco … impostos … manutenção
fissionais da educação.
e desenvolvimento do ensino
(B) renovação dos conteúdos críticos e da consciência
(B) vinte e cinco … dezoito … tributos … manutenção de
crítica dos professores e alunos.
todos os níveis da educação
(C) concepção burocratizada dos conhecimentos e das
(C) vinte e cinco … trinta … impostos … manutenção e
práticas escolares de modo a garantir direitos iguais
desenvolvimento do ensino
em contextos de desigualdade social.
(D) trinta … vinte e cinco … tributos … manutenção e
(D) alteração das estruturas excludentes e seletivas do
desenvolvimento do ensino
sistema escolar em todos os níveis de ensino.
(E) dezoito … dezoito … taxas … na manutenção e
(E) atribuição de uma lógica empresarial à escola, que
desenvolvimento da educação básica
se revela nas palavras eficiência, controle e com
petitividade.
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17. André, professor do Ensino Médio, está sendo criticado 19. De acordo com o artigo 32, § 5o, da Lei Federal
por um grupo de pais por permitir que os alunos utilizem no 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
a internet do celular em sala de aula. Em sua defesa, Nacional), sobre o Ensino Fundamental, é correto afir-
o professor explicou aos pais o desenvolvimento de mar que
suas aulas esclarecendo que as planejava na seguinte
sequência: no início da atividade, ele expunha informa- (A) os estabelecimentos que utilizam progressão regu-
ções básicas sobre um tema, organizava os alunos em lar por série devem adotar no Ensino Fundamental
grupos, explicitava os objetivos da pesquisa e tirava as o regime de provas, para avaliar o processo de ensi
dúvidas iniciais; na sequência, os alunos conectavam-se no-aprendizagem.
à internet, enquanto o professor os orientava e acompa-
nhava as pesquisas que iam sendo desenvolvidas; por (B) é obrigatório aos sistemas de ensino desdobrar o
fim, ele solicitava que os alunos registrassem os resulta- Ensino Fundamental em ciclos, destacando a edu-
dos em um portfólio, físico ou virtual. cação tecnológica básica, a compreensão do signifi
cado da ciência, das letras e das artes.
Na perspectiva de Moran (2004), esse procedimento
pode ser entendido como (C) o Ensino Fundamental obrigatório, com duração de
nove anos, terá por objetivo a preparação básica
(A) questionável, pois o tempo em sala de aula está para o trabalho e a cidadania do educando, a fim de
sendo usado para atividades virtuais que devem ser que continue aprendendo ao longo da vida.
feitas extraclasse.
(D) o ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui
(B) adequado, pois a internet favorece a construção disciplina dos horários normais das escolas públicas
colaborativa, o trabalho conjunto entre professores e de ensino fundamental, sendo oferecido de acordo
alunos, próximos física ou virtualmente. com as preferências manifestadas pelos alunos.
(C) possível na universidade, mas não na educação (E) o currículo do Ensino Fundamental incluirá, obrigato-
básica, pois não se pode ter certeza do uso que os riamente, conteúdo que trate dos direitos das crian-
alunos fazem da internet em sala de aula. ças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei
que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente.
(D) perigoso, pois reforça o argumento de que o profes-
sor pode ser substituído pelas novas tecnologias da
informação e comunicação.
20. “(…) nos países do capitalismo avançado, ainda que a
(E) fundamental, pois a tendência global é o desapareci- universalização do ensino elementar não tenha significa-
mento das formas tradicionais de ensinar e aprender. do para todos o mesmo patamar de ascensão social, cer-
tamente garantiu a disseminação de princípios e valores
relativos ao exercício da cidadania, bem como a base de
conhecimentos necessária a todos os indivíduos, o que
18. Os professores de Ensino Fundamental II da escola X
influenciou a estruturação de sociedades menos desiguais”.
estão desenvolvendo um projeto para que os alunos
tenham um maior sentimento de pertencimento à insti- (Aguiar, 2006)
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Conhecimentos Específicos 23. Em uma escola, os professores de língua portuguesa
decidiram montar sequências didáticas para as aulas de
9o ano, explorando gêneros discursivos variados com os
Leia a tira para responder às questões de números 21 e 22. quais pudessem trabalhar a argumentação, tanto na ora-
lidade quanto na escrita. Além de Dolz, Noverraz e Sch-
neuwly, outro autor importante para a formação teórica
dos professores em relação à proposta que elaboraram é
22. Koch e Elias (2011) explicam que “as relações entre a (C) – rural – letramento.
informação explícita no texto e a informação inferível (D) + rural + letramento.
estabelecem-se por meio de estratégias de ‘sinalização
textual’. Por intermédio delas, o locutor, ao processar (E) – urbano – monitorado.
o texto, procura levar o interlocutor a recorrer aos seus
conhecimentos (textuais, situacionais, culturais e enciclo-
pédicos) e, desse modo, ativar, por meio de inferências,
25. Com base em Bortoni-Ricardo (2004), um termo usado pela
os conhecimentos necessários à construção do senti-
autora que é uma forma estigmatizada nas comunidades
do”. Com base nessas informações, um termo utilizado
urbanas, tanto no seu emprego oral quanto escrito, é:
na tira que permite uma inferência capital para o seu
entendimento é: (A) horrorisada.
(A) Finalmente. (B) Haviam.
(B) lobo mau.
(C) Tambem.
(C) Putz.
(D) Ponhe.
(D) quente.
(E) maldade.
(E) devia.
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26. No texto, coexistem uso linguístico formal e uso linguístico 29. Tomando como referência as considerações de Geraldi
não formal, devidamente exemplificados com a passagem: (1997) sobre a produção escrita, é correto afirmar que o
texto de Carolina Maria de Jesus
(A) Haviam queimado meus cinco sacos de papel.
(B) Nós vimos a fumaça. (A) tenta criar uma relação plausível com o leitor, mas a
voz do sujeito está anulada.
(C) Percebi que foi ela quem queimou meus sacos.
(B) assemelha-se a uma redação escolar, na qual há
(D) Aliás já haviam dito-me que eles são uns portugue-
uma série de erros para a correção.
ses malvados.
(E) Já estou tão habituada com a maldade humana. (C) usa a modalidade escrita para contar uma história,
emergindo nele a voz de um sujeito.
27. Com base em Berlinck, Augusto e Scher (em Mussalim (D) segue um padrão de escrita que foi imposto pela
e Bentes: 2005), a construção “Nós vimos a fumaça.” escola, sendo, pois, pouco autoral.
(2o parágrafo) segue o padrão S – V – OD, o qual tam-
(E) descaracteriza a escrita e o discurso, ao tentar narrar
bém está presente em:
um fato pouco verossímil.
(A) Fiquei horrorisada!
(B) a senhora põe os sacos.
Leia a tira para responder às questões de números 30 a 33.
(C) o marido ganha pouco.
(D) Ponhe lá no mato.
(E) eles são uns portugueses malvados.
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31. Ao trabalhar em sala de aula a aprendizagem de língua Leia o texto para responder às questões de números 34 a 38.
materna, especificamente os sentidos assumidos pelos
tempos verbais, o docente espera que os alunos asso-
Tempestade de descaso
ciem o emprego do futuro do pretérito do indicativo, no
primeiro quadrinho, à ideia de Uma das mais sórdidas rotinas brasileiras, pelo que evi-
dencia de atraso socioeconômico e descaso do poder públi-
(A) ordem. co, a catástrofe que se repete a cada temporada de chuvas
em diversas regiões do país causa mais uma vez mortes e
(B) incerteza. desabrigo entre aqueles empurrados pela desigualdade para
moradias precárias em locais de alto risco.
(C) refutação.
Seja na várzea dos rios imundos de São Paulo, seja em
(D) polidez. Minas Gerais ou nos morros da Baixada Santista e do Rio, o
espetáculo trágico e revoltante se encena pontualmente.
(E) condição. Há sem dúvida situações climáticas que impõem adver-
sidades de grande vulto a quem precise conter seus efeitos
danosos – e existem sinais de que casos extremos vão se
tornando mais frequentes com as mudanças causadas na
32. Nas orações “Eu gostaria de recomendar o Snoopy…” atmosfera pela ação humana.
e “Ele é verdadeiramente um cão entre os cães.”, anali Antes de culpar as chuvas impiedosas pelos desastres,
sam-se os termos destacados, correta e respectiva contudo, é imperioso reiterar uma causa que, infelizmente,
mente, como: há muito se conhece, sem que providências efetivas sejam
tomadas para saná-la.
(A) pronome catafórico; pronome dêitico.
O cenário que se observa é devastador e exige pronta e
(B) pronome catafórico; pronome anafórico. eficaz atuação dos diversos níveis de governo para ao menos
minimizar o desamparo e conter novos óbitos.
(C) pronome dêitico; pronome catafórico. Deveria ser desnecessário apontar que ainda mais rele-
vante é estar preparado para as tempestades dos próximos
(D) pronome anafórico; pronome dêitico. anos, mas o descaso parece imune à experiência.
(Editorial, “Tempestade de descaso”. Folha de S.Paulo, 04.03.2020)
(E) pronome dêitico; pronome anafórico.
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36. De acordo com Koch e Elias (2011), “a orientação 38. No 4o parágrafo do texto – Antes de culpar as chuvas
argumentativa pode realizar-se pelo uso de termos ou impiedosas pelos desastres, contudo, é imperioso rei-
expressões metafóricas ou não. Trata-se de uma mano- terar uma causa que, infelizmente, há muito se conhe-
bra bastante comum, particularmente (mas não apenas) ce, sem que providências efetivas sejam tomadas para
em gêneros opinativos.” Comprova-se o exposto com saná-la. –, os termos destacados estabelecem, correta e
o trecho: respectivamente, relações de:
(A) Uma das mais sórdidas rotinas brasileiras, pelo que (A) temporalidade; disjunção; comprovação; conexão.
evidencia de atraso socioeconômico e descaso do (B) condicionalidade; disjunção; contrajunção; comparação.
poder público… (1o parágrafo)
(C) temporalidade; contrajunção; disjunção; conformidade.
(B) … a catástrofe que se repete a cada temporada
de chuvas em diversas regiões do país causa mais (D) causalidade; disjunção; disjunção; condicionalidade.
uma vez mortes e desabrigo… (1o parágrafo) (E) temporalidade; contrajunção; contrajunção; mediação.
(C) Seja na várzea dos rios imundos de São Paulo, seja
em Minas Gerais ou nos morros da Baixada San 39. Leia a charge.
tista e do Rio… (2o parágrafo)
42. De acordo com a BNCC, uma prática que permite traba- Um projeto de ensino de língua portuguesa que vise
lhar a reconstrução da textualidade é “contemplar de forma crítica essas novas práticas de lin-
(A) identificar e refletir sobre as diferentes perspectivas guagem e produções” poderia dar conta de discutir
ou vozes presentes nos textos e sobre os efeitos de
(A) a importância de se buscar nos muitos discursos que
sentido do uso do discurso direto, indireto, indireto
circulam nas redes sociais a verdade nos argumen-
livre, citações etc.
tos e disseminá-la.
(B) estabelecer relações entre as partes do texto, iden-
(B) o estímulo ao uso das redes sociais com o intuito de
tificando repetições, substituições e os elementos
disseminar fake news para combater as verdadeiras
coesivos que contribuem para a continuidade do
fake news circulantes.
texto e sua progressão temática.
(C) refletir criticamente sobre a fidedignidade das infor- (C) a irrelevância das redes sociais na vida do jovem
mações, as temáticas, os fatos, os acontecimentos, moderno, que deveria dedicar-se mais aos estudos,
as questões controversas presentes nos textos lidos, à família e aos amigos.
posicionando-se.
(D) a existência dos discursos de ódio como formas legíti-
(D) mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de mas de expressão, uma vez que o direito à liberdade
livros de literatura, textos de divulgação científica e/ou de expressão existe.
textos jornalísticos que circulam em várias mídias.
(E) as questões relacionadas aos preconceitos e à apo-
(E) fazer apreciações e valorações estéticas, éticas, logia à violência, bem como a disseminação de fake
políticas e ideológicas, dentre outras, envolvidas na news nas redes sociais.
leitura crítica de textos verbais e de outras produ-
ções culturais.
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Leia o texto para responder às questões de números 45 a 47. 47. Observa-se que a frase final da fala de Jaqueline – Então
essas leituras prazerosas, aquelas que eu também me
Juliana: Assim, por exemplo, eu tô lendo aqui o texto, eu interesso, que a função era o meu lazer mesmo, eu dei-
vou ler, quer dizer, vou ler tanto a nível do próprio texto, a xei. – reproduz uma variedade linguística com usos não
nível da organização dele, eu vou ler com pontuação, respei- padrão da língua. Reescrevendo-a em conformidade com
tando a parte ortográfica e tudo o mais, como também depois a norma-padrão e garantindo-lhe os aspectos de coesão
dessa leitura eu vou saber, eu consigo muito bem fazer isso, e coerência, obtém-se:
é, o trabalhar que eu digo, isso que eu chamo de trabalhar, a
questão de tirar as ideias, é, ver as ideias mais importantes. (A) Então essas leituras prazerosas, em que também
[…] me interesso, cuja a função era o meu lazer mesmo,
Jaqueline: Se tiver um livro, digamos assim, tem um eu as deixei.
livro, é, Em nome do pai, que eu tô querendo ler, mas eu
(B) Então essas leituras prazerosas, aquelas que tam-
vou dizer a você que eu não tenho tempo mais pra ler aqui-
bém me interesso, onde a função era o meu lazer
lo que eu gosto. Então essas leituras prazerosas, aquelas
mesmo, eu lhes deixei.
que eu também me interesso, que a função era o meu lazer
mesmo, eu deixei. (C) Então essas leituras prazerosas, pelas quais tam-
(Albuquerque: 2006) bém me interesso, cuja função era o meu lazer mes-
mo, eu as deixei.
45. A partir dos depoimentos apresentados das professoras, (D) Então essas leituras prazerosas, aquelas por que
conclui-se que também me interesso, que a função delas era o meu
lazer mesmo, eu deixei elas.
(A) Juliana reforça o seu papel de leitora em razão da
funcionalidade, da assiduidade e do modo como lê, o (E) Então essas leituras prazerosas, às quais e também
que também se vê na fala de Jaqueline, embora ela me interesso, aonde a função era o meu lazer mes-
negue a importância da leitura por prazer. mo, eu lhes deixei.
(B) Juliana revela insegurança com as questões ligadas
à funcionalidade, à assiduidade e ao modo como lê;
Jaqueline reforça a ideia de que a leitura por prazer 48. Em Saussure, o jogo é evocado antes de mais nada para
não lhe interessa por não ser prática. contrapor os inúmeros desenvolvimentos que se podem
prever a partir da “regra do jogo” ao conjunto sempre
(C) Juliana se considera uma leitora competente devido
limitado de jogadas que efetivamente se realizam quan-
à funcionalidade, à assiduidade e ao modo como lê
do o jogo acontece. A ideia de que no jogo de xadrez são
e, assim como Jaqueline, persegue o ideal de leitura
possíveis certas jogadas mas não outras (por exemplo,
por prazer, por gostar de ler.
a torre pode atacar qualquer peça adversária, mas tem
(D) Juliana se vê como leitora em razão da funcionali- que fazê-lo deslocando-se em sentido perpendicular aos
dade, da assiduidade e do modo como lê; Jaqueline lados do tabuleiro) leva, em suma, a valorizar o que não
deixa explícita a leitora que não é, ou seja, aquela se observa, ou seja, a “regra do jogo”, encarada como
que lê por prazer, por gostar de ler. condição de possibilidade do jogo, ou seja, no caso da
língua, como condição de comunicação.
(E) Juliana demonstra pouco interesse pela funcionali-
(Rodolfo Ilari, “O Estruturalismo Linguístico: alguns caminhos”.
dade, pela assiduidade e pelo modo como lê, embo-
Em: Mussalim e Bentes, 2005)
ra se veja boa leitora, ao contrário de Jaqueline, que
sente dificuldade de ler, até por fruição. A análise do autor trata da mais fundamental das opo-
sições saussurianas estabelecida entre o sistema e os
possíveis usos do sistema, ou seja, entre
46. Embora se trate de um texto escrito, ele reproduz tre-
chos de entrevistas orais e, na sua reprodução, carrega (A) língua e fala.
marcas da oralidade. Com base em Koch e Elias (2011),
identifica-se um marcador conversacional linguístico no (B) texto e discurso.
enunciado:
(C) fala e enunciação.
(A) Assim, por exemplo, eu tô lendo aqui o texto, eu vou
ler, quer dizer… (D) língua e discurso.
(B) … eu vou ler com pontuação, respeitando a parte (E) língua e linguagem.
ortográfica…
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49. No Currículo Paulista, a habilidade “Reconstrução do
contexto de produção, circulação e recepção de textos”
tem como objeto do conhecimento “Analisar o fenômeno
da disseminação de notícias falsas nas redes sociais.” e
está associada à prática de linguagem de
(A) oralidade.
(B) escrita.
(C) leitura.
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