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PREFEITURA MUNICIPAL DA

ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ILHABELA


ESTADO DE SÃO PAULO

concurso público

010. Prova Objetiva

professor de educação básica iI


língua portuguesa
(OPÇão 010)

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Nome do candidato

RG Inscrição Prédio Sala Carteira


CONHECIMENTOS GERAIS Leia o texto para responder às questões de números 03 a 08.

Língua Portuguesa Conta a pagar


O governo federal anunciou neste mês reajuste de
Leia a tira para responder às questões de números 01 e 02. 12,8% no piso nacional dos professores da educação básica.
O v­alor ainda pode ser considerado baixo, já que os docentes
recebem, em média, pouco mais da metade do que ganham
empregados de outras profissões de nível superior.
O que pode parecer boa notícia esconde, no entanto,
um problema para estados e municípios, responsáveis pelo
pagamento desses salários. Em 2019, quando o piso era
de R$ 2.557,74, oito estados não conseguiram cumprir a
determinação.
Sabe-se que diversas cidades também não pagam o
v­alor mínimo aos tutores da educação básica, ainda que
não exista levantamento sobre o cumprimento do piso pelos
m­unicípios.
A folha de pagamento dos docentes é um dos maiores
custos de estados e prefeituras – e diversas unidades da
f­ederação já enfrentam grave crise fiscal, com dificuldade
para honrar pagamentos. É difícil imaginar como poderão
arcar com o reajuste de 12,8%, muito acima da inflação de
4,31% em 2019.
No caso das cidades, há muitas que, sem arrecadação
própria, dependem do Fundeb (Fundo de Manutenção e
D­esenvolvimento da Educação Básica) para manter as ati-
vidades.
A valorização dos professores só será possível se a
s­ociedade e os entes federativos discutirem a sério o finan-
(Bill Watterson. “O melhor de Calvin”. ciamento da educação e a responsabilidade de cada um,
https://cultura.estadao.com.br/quadrinhos) chegando a um modelo sustentável; seja um Fundeb com
novas regras ou mecanismo que o substitua.
01. A fala “Vamos para a página 83, turma.” indica que (Editorial. Folha de S.Paulo, 27.01.2020. Adaptado)

(A) os comentários do menino são uma forma de quebrar


o ritmo da aula e D. Hermengarda cai nesse engodo. 03. De acordo com o texto, é correto afirmar que o reajuste
(B) o menino é mais questionador do que visionário, do piso nacional dos professores da educação básica
e, sabendo disso, D. Hermengarda lhe dá atenção
(A) cria um problema para estados e municípios, uma vez
r­edobrada.
que muitos deles enfrentam uma crise fiscal, já sendo
(C) o contexto da sala de aula é hostil, havendo desafeto até mesmo difícil a alguns honrar os pagamentos.
e incivilidade entre os alunos e D. Hermengarda.
(B) torna-se uma conquista educacional daquelas cida-
(D) D. Hermengarda prefere ignorar a pergunta do aluno, des que não têm arrecadação própria e independem
que resmunga contrariado, julgando-se um visionário. do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
(E) a resposta de D. Hermengarda ratifica a ideia do alu- Educação Básica.
no de que os visionários merecem respeito.
(C) representa a forma mais adequada de se garantir a
valorização dos professores, pois o valor está aci-
02. No segundo quadrinho, a fala de Calvin permite concluir ma da média dos salários de profissionais com nível
que o menino superior.

(A) considera desnecessário aprender os números (D) traduz a forma justa de equiparar o salário destes
inteiros. com os de empregados de outras profissões de nível
superior, cujos vencimentos são expressivamente
(B) tem vontade de aprender plenamente os números
superiores.
inteiros.
(C) sugere outra forma para se aprender os números (E) expressa uma incoerência em relação à sociedade
i­nteiros. como um todo, uma vez que foi determinado um
r­eajuste muito acima da inflação de 4,31% em 2019.
(D) espera que a professora ensine rápido os números
inteiros.
(E) teme nunca conseguir aprender a usar os números
inteiros.
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04. Em conformidade com a norma-padrão, a frase que inicia 07. Considere as passagens do texto:
o texto pode ser assim ampliada:
•  O valor ainda pode ser considerado baixo, já que os
O governo federal anunciou neste mês reajuste de 12,8% docentes recebem, em média, pouco mais da metade
no piso nacional dos professores da educação básica, do que ganham empregados de outras profissões de
nível superior. (1o parágrafo)
(A) elevando-no à R$ 2.886,24. •  Sabe-se que diversas cidades também não pagam o
valor mínimo aos tutores da educação básica, ainda
(B) elevando ele a R$ 2.886,24.
que não exista levantamento sobre o cumprimento do
(C) elevando-o à R$ 2.886,24. piso pelos municípios. (3o parágrafo)
•  A valorização dos professores só será possível se a
(D) elevando-lhe a R$ 2.886,24. sociedade e os entes federativos discutirem a sério o
financiamento da educação e a responsabilidade de
(E) elevando-o a R$ 2.886,24. cada um… (6o parágrafo)

As expressões destacadas estabelecem entre as orações,


correta e respectivamente, relações de sentido de:
05. O governo federal        no piso nacional dos pro-
fessores, com reajuste de 12,8%, o que        a (A) comparação; comparação; causa; adição.
situação, já que eles recebem, em média, pouco mais
da metade do que ganham empregados de outras profis- (B) causa; comparação; concessão; condição.
sões de nível superior. Resta saber, agora, se estados e
municípios        pelo novo piso. (C) conclusão; conformidade; causa; condição.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do (D) consequência; condição; concessão; causa.
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
(E) explicação; comparação; comparação; finalidade.
(A) interveio … remedia … pagaram

(B) intervêm … remedia … pagaram


08. A concordância verbal está em conformidade com a nor-
(C) interviu … remedia … pagarão
ma-padrão no enunciado:
(D) interveio … remedeia … pagarão
(A) Em muitas cidades, onde falta recursos por não
(E) interviu … remedeia … pagaram haver arrecadação própria, depende-se do Fundeb
para manter as atividades.

(B) Foram dados pelo governo federal um reajuste con-


06. Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de siderável no piso nacional dos professores da edu-
pontuação. cação básica.

(A) A folha de pagamento dos docentes que é um dos (C) Sabe-se que existem diversas cidades nas quais não
maiores custos de estados e prefeituras; também o é se tem pagado o valor mínimo aos tutores da educa-
para diversas unidades da federação que enfrentam ção básica.
dificuldade para honrar pagamentos.
(D) Um Fundeb com novas regras são uma possibilidade
(B) O reajuste no piso nacional dos professores, por um que não pode ser descartada ao se pensar o finan-
lado, ainda pode ser considerado baixo; por outro, ciamento da educação.
representa um problema para a folha de pagamento
de estados e municípios. (E) A sociedade e os entes federativos dispõe de condi-
ções para discutir a sério o financiamento da educa-
(C) A sociedade e os entes federativos precisam discutir, ção básica.
qual será o financiamento da educação e a respon-
sabilidade de cada um pois, deve-se chegar a um
modelo sustentável.

(D) A média do salário dos docentes, é pouco mais da


metade do que ganham empregados de outras pro-
fissões de nível superior e com o reajuste, essa dife-
rença ficará menos expressiva.

(E) A renovação do Fundeb este ano esteve em discus-


são no Congresso, e um dos pontos em debate, diz
respeito ao aumento do papel da União no financia-
mento, ao lado de estados e municípios.

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Leia o texto para responder às questões de números 09 e 10. Conhecimentos Pedagógicos e Legislação

O Brasil entrou para a elite mundial da área de mate-


mática. A ascensão da matemática brasileira     um 11. Andreia é professora dos anos finais do Ensino Funda-
p­adrão mundial de excelência chama     atenção para mental. Após 10 anos de atuação no magistério público,
um a­specto relativo     políticas educacionais. Ele revela ela tem se perguntado sobre os fundamentos do trabalho
que, quando uma política educacional é formulada de modo docente, sobre a natureza do trabalho docente e­nquanto
criterioso e com prioridades discutidas com a comunidade prática transformadora. Na obra Democratização da
acadêmica, o resultado é bom. Se por um lado a ascensão da E­scola Pública – a pedagogia crítico-social dos conte-
matemática brasileira     elite mundial merece aplauso, údos, de José Carlos Libâneo (1985), ela leu que, na
por outro é preciso que as autoridades educacionais sejam perspectiva da pedagogia crítico-social dos conteúdos, a
mais consequentes e responsáveis, deixando de perder tem- principal contribuição da escola para a democratização
po com preocupações desnecessárias e se inspirando nas da sociedade está na
experiências que têm dado certo.
(Editorial, “A experiência que deu certo”. (A) didática como um conjunto de regras e preceitos, bem
https://opiniao.estadao.com.br.02.03.2020. Adaptado) como nos aspectos materiais do ensino, os quais
d­evem valorizar a atividade e as relações humanas.

09. Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do (B) eficiência e no rendimento de uma sociedade assen-
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: tada na produtividade, na instrução programada e no
planejamento didático formal previamente elaborado.
(A) a … à … a … à
(C) difusão da escolarização para todos, colocando
(B) à … à … à … à a formação cultural e científica nas mãos do povo
como instrumento de luta para a sua emancipação.
(C) a … a … a … à
(D) exercitação dos processos mentais como forma de se
(D) à … a … à … a chegar à autoestruturação do conhecimento, a partir
de métodos heterônomos de ensino e aprendizagem.
(E) a … a … à … a
(E) preponderância das análises técnicas no tratamento
das questões didático-pedagógicas, já que a escola
deve cumprir sua função ideológica no estado demo-
10. No texto, os termos “ascensão”, “criterioso” e “conse-
crático de direito.
quentes” significam, correta e respectivamente:

(A) acesso; honesto; subjetivas.

(B) subida; inquestionável; sensíveis. 12. No entendimento de Vinha (1999), a moralidade é um


tema transversal porque, quer o professor queira, quer
(C) importância; seguro; dinâmicas. não queira, está trabalhando a moral. Toda escola – de
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio,
(D) destaque; imparcial; céleres. professor de Química, de Física – trabalha a moral. Mas,
na acepção da autora, poucos professores trabalham a
(E) elevação; acertado; coerentes. moral em direção à

(A) heteronomia.

(B) homogeneidade.

(C) autoridade.

(D) autonomia.

(E) aprendizagem.

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13. Em uma reunião pedagógica da escola, os professores 15. Assinale a alternativa que preenche corretamente as
dos anos finais do Ensino Fundamental discutiam sobre l­acunas no texto do artigo 212 da Constituição Federal
como poderiam contribuir para uma escola de qualidade de 1988.
para todos. Um dos professores defendeu que o trabalho
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos
docente deve se dar a partir de uma perspectiva da quali-
de         , e os Estados, o Distrito Federal e
dade total. A ideia de qualidade total, de acordo com Rios
os Municípios         por cento, no mínimo, da
(2001), consiste na
r­eceita resultante de         , compreendida a
(A) construção de um espaço público de reconheci­ proveniente de transferências, na         .
mento da autoridade dos professores e demais pro-
(A) dezoito … vinte e cinco … impostos … manutenção
fissionais da educação.
e desenvolvimento do ensino
(B) renovação dos conteúdos críticos e da consciência
(B) vinte e cinco … dezoito … tributos … manutenção de
crítica dos professores e alunos.
todos os níveis da educação
(C) concepção burocratizada dos conhecimentos e das
(C) vinte e cinco … trinta … impostos … manutenção e
práticas escolares de modo a garantir direitos iguais
desenvolvimento do ensino
em contextos de desigualdade social.
(D) trinta … vinte e cinco … tributos … manutenção e
(D) alteração das estruturas excludentes e seletivas do
desenvolvimento do ensino
sistema escolar em todos os níveis de ensino.
(E) dezoito … dezoito … taxas … na manutenção e
(E) atribuição de uma lógica empresarial à escola, que
d­esenvolvimento da educação básica
se revela nas palavras eficiência, controle e com­
petitividade.

16. “Imaginemos que somos professoras e professores de


educação física e que alguém nos pergunta que altura
14. De acordo com Ropoli (2010), “os encaminhamentos
deve saltar uma menina ou um menino de 14 anos que
dos alunos às classes e escolas especiais, os currículos
está no segundo ano do ensino médio. Certamente mos-
adaptados, o ensino diferenciado, a terminalidade
traremos certa surpresa frente ao absurdo aparente da
específica dos níveis de ensino e outras soluções preci-
pergunta, já que todos teremos pensado imediatamente
sam ser i­ndagados em suas razões de adoção, interroga-
que a altura a ser saltada dependerá de cada menino ou
dos em seus benefícios, discutidos em seus fins, e elimi-
menina. Portanto, responderemos que está em função de
nados por completo e com urgência. São essas m­edidas
suas capacidades (físicas e afetivas: compleição, força,
e­xcludentes que criam a necessidade de existirem esco-
interesse, etc.) e de seu treinamento, quer dizer, de suas
las para atender aos alunos que se igualam por uma falsa
aprendizagem prévias. Isto fará com que situemos a bar-
normalidade – as escolas comuns – e que instituem as
reira para cada um segundo suas possibilidades reais, de
escolas para os alunos que não cabem nesse grupo – as
forma que para quem salta 90 cm colocaremos a barreira
escolas especiais”. No entendimento da autora, a­mbas
a 95 cm, e para quem salta 120, a 125”.
são escolas
(Zabala,1998)
(A) funcionais.
A partir desse exemplo, Zabala questiona: o que acon-
(B) inclusivas. tece se em vez de pensar numa atividade de educação
física nos situarmos nas áreas de língua, matemática ou
(C) dos privilegiados. física? Com o exemplo anteriormente narrado, Zabala
(1998) defende
(D) dos diferentes.
(A) um enfoque pedagógico que observe a atenção à
(E) dos iguais. d­iversidade dos alunos como eixo estruturador.

(B) que os conteúdos atitudinais sejam priorizados na


escola, em detrimento dos conteúdos cognitivos.

(C) um processo de ensino e aprendizagem que consi-


dere os conteúdos como conhecimentos inerentes a
cada disciplina do currículo escolar.

(D) que áreas como português e matemática são impres-


cindíveis para que todos dominem o mesmo conteúdo
ao mesmo tempo.

(E) uma abordagem dos conteúdos segundo a qual a


potencialização da capacidade física em nada se
r­elaciona com a cognitiva e vice-versa.

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17. André, professor do Ensino Médio, está sendo criticado 19. De acordo com o artigo 32, § 5o, da Lei Federal
por um grupo de pais por permitir que os alunos utilizem no 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
a internet do celular em sala de aula. Em sua defesa, Nacional), sobre o Ensino Fundamental, é correto afir-
o professor explicou aos pais o desenvolvimento de mar que
suas aulas esclarecendo que as planejava na seguinte
sequên­cia: no início da atividade, ele expunha informa- (A) os estabelecimentos que utilizam progressão regu-
ções básicas sobre um tema, organizava os alunos em lar por série devem adotar no Ensino Fundamental
grupos, explicitava os objetivos da pesquisa e tirava as o r­egime de provas, para avaliar o processo de ensi­
dúvidas iniciais; na sequência, os alunos conectavam-se no-aprendizagem.
à internet, enquanto o professor os orientava e acompa-
nhava as pesquisas que iam sendo desenvolvidas; por (B) é obrigatório aos sistemas de ensino desdobrar o
fim, ele solicitava que os alunos registrassem os resulta- E­nsino Fundamental em ciclos, destacando a edu-
dos em um portfólio, físico ou virtual. cação tecnológica básica, a compreensão do signifi­
cado da ciência, das letras e das artes.
Na perspectiva de Moran (2004), esse procedimento
pode ser entendido como (C) o Ensino Fundamental obrigatório, com duração de
nove anos, terá por objetivo a preparação básica
(A) questionável, pois o tempo em sala de aula está para o trabalho e a cidadania do educando, a fim de
s­endo usado para atividades virtuais que devem ser que continue aprendendo ao longo da vida.
feitas extraclasse.
(D) o ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui
(B) adequado, pois a internet favorece a construção disciplina dos horários normais das escolas públicas
c­olaborativa, o trabalho conjunto entre professores e de ensino fundamental, sendo oferecido de acordo
alunos, próximos física ou virtualmente. com as preferências manifestadas pelos alunos.

(C) possível na universidade, mas não na educação (E) o currículo do Ensino Fundamental incluirá, obrigato-
b­ásica, pois não se pode ter certeza do uso que os riamente, conteúdo que trate dos direitos das crian-
alunos fazem da internet em sala de aula. ças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei
que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente.
(D) perigoso, pois reforça o argumento de que o profes-
sor pode ser substituído pelas novas tecnologias da
informação e comunicação.
20. “(…) nos países do capitalismo avançado, ainda que a
(E) fundamental, pois a tendência global é o desapareci- universalização do ensino elementar não tenha significa-
mento das formas tradicionais de ensinar e aprender. do para todos o mesmo patamar de ascensão social, cer-
tamente garantiu a disseminação de princípios e valores
relativos ao exercício da cidadania, bem como a base de
conhecimentos necessária a todos os indivíduos, o que
18. Os professores de Ensino Fundamental II da escola X
i­nfluenciou a estruturação de sociedades menos desiguais”.
estão desenvolvendo um projeto para que os alunos
t­enham um maior sentimento de pertencimento à insti- (Aguiar, 2006)

tuição. O foco do projeto é atuar nas emoções dos alu-


Para a autora, na América Latina, esse movimento ocorreu
nos por meio de músicas e de fotografias das vivências
deles na escola. A principal fundamentação teórica do (A) de modo similar, contribuindo para o desenvolvimento
projeto é a teoria de Wallon, para quem o papel mobili- da cidadania na região.
zador das emoções resulta de sua extrema contagiosi-
dade de um indíviduo para outro. Nessa direção, citando (B) diferentemente, pois a educação escolar foi um
Wallon, Galvão (2003) afirma que a emoção estabelece i­mportante instrumento de legitimação das desigual-
uma relação imediata dos indivíduos entre si, indepen- dades existentes.
dentemente de
(C) com sucesso, pois a educação escolar colaborou
(A) toda simbiose afetiva. fortemente para que se estruturassem sociedades
menos desiguais.
(B) todo diálogo tônico.
(D) de modo similar, instrumentalizando os indivíduos
(C) toda relação intelectual. para assumirem postos qualificados no mercado de
trabalho.
(D) todo suporte emocional.
(E) diferentemente, pois o ideal de igualdade conduziu à
(E) todas as trocas psíquicas.
construção de um conceito de cidadania como parti-
cipação política na vida nacional.

7 PMIL1902/010-PEB-II-LínguaPortuguesa
Conhecimentos Específicos 23. Em uma escola, os professores de língua portuguesa
d­ecidiram montar sequências didáticas para as aulas de
9o ano, explorando gêneros discursivos variados com os
Leia a tira para responder às questões de números 21 e 22. quais pudessem trabalhar a argumentação, tanto na ora-
lidade quanto na escrita. Além de Dolz, Noverraz e Sch-
neuwly, outro autor importante para a formação teórica
dos professores em relação à proposta que elaboraram é

(A) Noam Chomsky.

(B) Antonio Candido.

(C) Mikhail Bakhtin.

(D) Émile Benveniste.

(E) Ferdinand de Saussure.

Leia o texto para responder às questões de números 24 a 28.

28 DE JULHO … Fiquei horrorisada! Haviam queimado


meus cinco sacos de papel. A neta de D. Elvira, a que tem
duas meninas e que não quer mais filhos porque o marido
ganha pouco, disse:
– Nós vimos a fumaça. Tambem a senhora põe os s­acos
ali no caminho. Ponhe lá no mato onde ninguém os vê. Eu ouvi
dizer que vocês lá na favela vivem uns roubando os o­utros.
(Fernando Gonsales, “Níquel Náusea”. Folha de S.Paulo, 19.02.2020) Quando elas falam não sabem dizer outra coisa a não
ser roubo. Percebi que foi ela quem queimou meus sacos.
21. Com base em Marcuschi (2008), a interpretação da tira Resolvi retirar com nojo delas. Aliás já haviam dito-me que
implica o reconhecimento da eles são uns portugueses malvados. Que a D. Elvira nunca
fez um favor a ninguém. Para eu ficar previnida. Não estou
(A) hipertextualidade, com o efeito de humor sendo obti- ressentida. Já estou tão habituada com a maldade humana.
do da mesma forma como no conto original.
Sei que os sacos vão me fazer falta.
(B) paratextualidade, com os elementos do entorno da (Carolina Maria de Jesus.
tira para mostrar o diálogo com o conto original. Quarto de despejo – diário de uma favelada, 1993)

(C) metatextualidade, com um comentário no interior da


tira que retoma o tema do conto infantil original. 24. Analisando-se o texto, é correto classificá-lo quanto
(D) arquitextualidade, com uma referência indireta a uma aos contínuos propostos por Bortoni-Ricardo (2004) da
série de contos que têm lobos como personagens. s­eguinte forma:

(E) intertextualidade, com a retomada de um conto infantil (A) + rural – letramento.


com o objetivo de criar o efeito de humor.
(B) + letramento + monitorado.

22. Koch e Elias (2011) explicam que “as relações entre a (C) – rural – letramento.
informação explícita no texto e a informação inferível (D) + rural + letramento.
estabelecem-se por meio de estratégias de ‘sinalização
textual’. Por intermédio delas, o locutor, ao processar (E) – urbano – monitorado.
o texto, procura levar o interlocutor a recorrer aos seus
conhecimentos (textuais, situacionais, culturais e enciclo-
pédicos) e, desse modo, ativar, por meio de inferências,
25. Com base em Bortoni-Ricardo (2004), um termo usad­o pela
os conhecimentos necessários à construção do senti-
autora que é uma forma estigmatizada nas c­omunidades
do”. Com base nessas informações, um termo utilizado
urbanas, tanto no seu emprego oral quanto e­scrito, é:
na tira que permite uma inferência capital para o seu
entendimento é: (A) horrorisada.
(A) Finalmente. (B) Haviam.
(B) lobo mau.
(C) Tambem.
(C) Putz.
(D) Ponhe.
(D) quente.
(E) maldade.
(E) devia.

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26. No texto, coexistem uso linguístico formal e uso linguístico 29. Tomando como referência as considerações de Geraldi
não formal, devidamente exemplificados com a passagem: (1997) sobre a produção escrita, é correto afirmar que o
texto de Carolina Maria de Jesus
(A) Haviam queimado meus cinco sacos de papel.
(B) Nós vimos a fumaça. (A) tenta criar uma relação plausível com o leitor, mas a
voz do sujeito está anulada.
(C) Percebi que foi ela quem queimou meus sacos.
(B) assemelha-se a uma redação escolar, na qual há
(D) Aliás já haviam dito-me que eles são uns portugue-
uma série de erros para a correção.
ses malvados.
(E) Já estou tão habituada com a maldade humana. (C) usa a modalidade escrita para contar uma história,
emergindo nele a voz de um sujeito.

27. Com base em Berlinck, Augusto e Scher (em Mussalim (D) segue um padrão de escrita que foi imposto pela
e Bentes: 2005), a construção “Nós vimos a fumaça.” e­scola, sendo, pois, pouco autoral.
(2o parágrafo) segue o padrão S – V – OD, o qual tam-
(E) descaracteriza a escrita e o discurso, ao tentar narrar
bém está presente em:
um fato pouco verossímil.
(A) Fiquei horrorisada!
(B) a senhora põe os sacos.
Leia a tira para responder às questões de números 30 a 33.
(C) o marido ganha pouco.
(D) Ponhe lá no mato.
(E) eles são uns portugueses malvados.

28. Assim, em conformidade com a BNCC, o Currículo Pau-


lista destaca o trabalho com textos da literatura voltado
à formação do leitor literário. Entende-se aqui leitor lite-
rário como aquele capaz de fruir um texto, reconhecer
suas camadas valorativas, colocar-se em relação a ele,
considerar sua recepção no contexto histórico original de
produção e atualizar sentidos, observando as permanên-
cias e impermanências; é o leitor que constrói um reper-
tório que lhe permite também observar que as produções
l­iterárias integram uma cadeia discursiva, pertencendo a
uma dada tradição que constrói seus próprios modos de
fabulação e expressão.
(Currículo Paulista, 2019)

Com base no exposto no Currículo Paulista, é correto


afirmar que a obra de Carolina Maria de Jesus
(A) pode compor o rol de leituras dos alunos, conside-
rando-se que todos os desvios linguísticos identi-
ficados no texto sejam corrigidos em sala de aula,
capacitando-se, assim, a escrita discente.
(B) deve ser proibida no rol de leitura dos alunos, consi- (M. Schulz, “Minduim Charles”.
https://cultura.estadao.com.br/quadrinhos. 03.02.2020)
derando-se a existência de uma série de problemas
no texto, de variada ordem (ortográfica, sintática,
s­emântica etc.), o que invalidaria o trabalho em sala
de aula. 30. Com base em Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), para
obter de volta seu cobertor, o personagem vale-se de um
(C) pode compor o rol de leituras dos alunos, conside-
gênero discursivo cuja capacidade de linguagem domi-
rando-se as condições de sua produção e o olhar crí-
nante está relacionada
tico a ser despertado pelo tratamento dado a ques-
tões relevantes da sociedade brasileira. (A) à mimeses da ação através da criação de intriga.
(D) deve ser proibida no rol de leitura dos alunos, consi­
(B) à representação pelo discurso das experiências
derando-se a ausência de um tema expressivo para
vividas.
r­eflexão, o que resultaria em um trabalho pouco e­xpres­
sivo para o desenvolvimento cognitivo discente. (C) à apresentação textual de diferentes formas dos
(E) pode compor o rol de leituras dos alunos, consideran- saberes.
do-se que o professor trabalhe concomitantemente (D) à sustentação e negociação de tomada de posição.
um livro de grande reconhecimento literário, estabele-
cendo entre ambos uma comparação constante. (E) à regulação mútua de comportamentos.

9 PMIL1902/010-PEB-II-LínguaPortuguesa
31. Ao trabalhar em sala de aula a aprendizagem de língua Leia o texto para responder às questões de números 34 a 38.
materna, especificamente os sentidos assumidos pelos
tempos verbais, o docente espera que os alunos asso-
Tempestade de descaso
ciem o emprego do futuro do pretérito do indicativo, no
primeiro quadrinho, à ideia de Uma das mais sórdidas rotinas brasileiras, pelo que evi-
dencia de atraso socioeconômico e descaso do poder públi-
(A) ordem. co, a catástrofe que se repete a cada temporada de chuvas
em diversas regiões do país causa mais uma vez mortes e
(B) incerteza. desabrigo entre aqueles empurrados pela desigualdade para
moradias precárias em locais de alto risco.
(C) refutação.
Seja na várzea dos rios imundos de São Paulo, seja em
(D) polidez. Minas Gerais ou nos morros da Baixada Santista e do Rio, o
espetáculo trágico e revoltante se encena pontualmente.
(E) condição. Há sem dúvida situações climáticas que impõem adver-
sidades de grande vulto a quem precise conter seus efeitos
danosos – e existem sinais de que casos extremos vão se
tornando mais frequentes com as mudanças causadas na
32. Nas orações “Eu gostaria de recomendar o Snoopy…” a­tmosfera pela ação humana.
e “Ele é verdadeiramente um cão entre os cães.”, anali­ Antes de culpar as chuvas impiedosas pelos desastres,
sam-se os termos destacados, correta e respectiva­ contudo, é imperioso reiterar uma causa que, infelizmente,
mente, como: há muito se conhece, sem que providências efetivas sejam
tomadas para saná-la.
(A) pronome catafórico; pronome dêitico.
O cenário que se observa é devastador e exige pronta e
(B) pronome catafórico; pronome anafórico. eficaz atuação dos diversos níveis de governo para ao menos
minimizar o desamparo e conter novos óbitos. 
(C) pronome dêitico; pronome catafórico. Deveria ser desnecessário apontar que ainda mais rele-
vante é estar preparado para as tempestades dos próximos
(D) pronome anafórico; pronome dêitico. anos, mas o descaso parece imune à experiência.
(Editorial, “Tempestade de descaso”. Folha de S.Paulo, 04.03.2020)
(E) pronome dêitico; pronome anafórico.

34. Considerando o gênero discursivo a que pertence, o


33. Com base em Koch e Elias (2011), o efeito de humor no o­bjetivo do texto é
último quadrinho ocorre com o recurso de
(A) a explicação de problemas também presentes na
(A) sequência hipônimo/hiperônimo. c­ultura literária nacional.

(B) expressões nominais definidas. (B) a discussão de problemas sociais controversos.

(C) sequência hiperônimo/hipônimo. (C) a transmissão e a construção de saberes coletivos.

(D) sinônimos e antônimos. (D) o fornecimento de instruções e prescrições aos


leitores.
(E) paralelismo sintático.
(E) a documentação e a memorização das ações
humanas.

35. De acordo com Kleiman (1993), “a pouca familiaridade


com um determinado assunto pode causar incompreen-
são”. Dessa forma, antes de se trabalhar o editorial em
sala de aula, é adequado que os alunos tenham contato
com informações que tratem

(A) das temporadas de chuva no Brasil.

(B) de como é formada a atmosfera.

(C) da distribuição da chuva no planeta.

(D) dos desastres da história da Humanidade.

(E) do papel da mídia na cobertura de catástrofes.

PMIL1902/010-PEB-II-LínguaPortuguesa 10
36. De acordo com Koch e Elias (2011), “a orientação 38. No 4o parágrafo do texto – Antes de culpar as chuvas
a­rgumentativa pode realizar-se pelo uso de termos ou i­mpiedosas pelos desastres, contudo, é imperioso rei-
e­xpressões metafóricas ou não. Trata-se de uma mano- terar uma causa que, infelizmente, há muito se conhe-
bra bastante comum, particularmente (mas não apenas) ce, sem que providências efetivas sejam tomadas para
em gêneros opinativos.” Comprova-se o exposto com saná-la. –, os termos destacados estabelecem, correta e
o trecho: respectivamente, relações de:

(A) Uma das mais sórdidas rotinas brasileiras, pelo que (A) temporalidade; disjunção; comprovação; conexão.
evidencia de atraso socioeconômico e descaso do (B) condicionalidade; disjunção; contrajunção; comparação.
poder público… (1o parágrafo)
(C) temporalidade; contrajunção; disjunção; conformidade.
(B) … a catástrofe que se repete a cada temporada
de chuvas em diversas regiões do país causa mais (D) causalidade; disjunção; disjunção; condicionalidade.
uma vez mortes e desabrigo… (1o parágrafo) (E) temporalidade; contrajunção; contrajunção; mediação.
(C) Seja na várzea dos rios imundos de São Paulo, seja
em Minas Gerais ou nos morros da Baixada San­ 39. Leia a charge.
tista e do Rio… (2o parágrafo)

(D) Há sem dúvida situações climáticas que impõem


adversidades de grande vulto a quem precise con-
ter seus efeitos danosos… (3o parágrafo)

(E) Antes de culpar as chuvas impiedosas pelos desas­


tres, contudo, é imperioso reiterar uma causa…
(4o parágrafo)

37. Considere as passagens:


•  Há sem dúvida situações climáticas que impõem
a­dversidades de grande vulto a quem precise conter
seus efeitos danosos… (3o parágrafo)
(Chargista Duke. https://www.otempo.com.br/charges, 02.03.2020)
•  Deveria ser desnecessário apontar que ainda mais
relevante é estar preparado para as tempestades dos Afirma-se que a charge é um gênero multimodal porque
próximos anos, mas o descaso parece imune à expe­ (A) requer conhecimento do sistema de signos imagé-
riência. (6o parágrafo) ticos, nos quais estão os elementos necessários à
Com a análise do texto em sala de aula, espera-se que decodificação da mensagem.
os alunos compreendam a partir da leitura dos trechos, (B) está relacionada à capacidade cognitiva do leitor de
correta e respectivamente, que fazer a interpretação dos elementos da linguagem
(A) não há como afirmar categoricamente que adversi- verbal.
dades de grandes vultos atuais sejam decorrência (C) implica multiletramento do leitor para a apreensão
única de situações climáticas; não há como negar dos sentidos, já que a interpretação depende de
que a experiência atual mudará significativamente o mais de um sistema semiótico.
cenário futuro.
(D) faz com que o leitor se valha do letramento linguísti-
(B) não há como escapar de adversidades de grande co e literário para poder entender os subentendidos
vulto, embora seus efeitos danosos sejam duvido- na fala do personagem.
sos; não se acredita que a experiência presente será
vista com descaso para a resolução de problemas (E) estabelece uma conexão entre a linguagem verbal
futuros. escrita e a imagética, de tal forma que os elementos
de significação externos são dispensáveis.
(C) não há como conter os efeitos danosos impostos por
adversidades de grande vulto decorrentes de situa­
ções climáticas; não se deixará que as tempestades 40. Irandé Antunes (2003) coloca como atividades de gra-
dos próximos anos sejam tratadas com descaso mática que limitam a compreensão do domínio da língua
como as atuais. aquelas
(A) centradas na relação dos sujeitos com a língua social.
(D) não há como negar que adversidades de grande vul-
to advêm de situações climáticas; não se acredita (B) desvinculadas dos usos reais da língua escrita ou
que problemas do presente servirão como experiên- falada.
cia para amenizar ou até evitar catástrofes futuras.
(C) propostas de forma contextualizada a partir de textos.
(E) não faltam dúvidas quando se pretende relacionar (D) preocupadas na interação comunicativa entre os
efeitos danosos de adversidades de grande vulto a sujeitos.
situações climáticas; não há como refutar a ideia de
que a experiência atual poderá suplantar o descaso (E) livre de nomenclatura clássica e classificação em
com as tempestades. vários níveis.
11 PMIL1902/010-PEB-II-LínguaPortuguesa
41. […] são modalidades que se prestam a diferentes fina- 43. De acordo com Geraldi (1997), a prática de análise lin-
lidades: à apropriação de um gênero por meio da leitu- guística deve
ra de um conjunto de seus exemplares (contos, cartas,
r­esumos, notícias), à construção de conhecimentos (A) começar com textos modelares.
s­obre um tema ou um autor, entre outros. Podem também
apoiar a construção de conhecimentos próprios ao eixo (B) partir do próprio texto do aluno.
de análise linguística e semiótica — elementos grama-
(C) ser proposta em listas de exercícios.
ticais e multimodais — de modo a favorecer as práticas
de leitura e escrita de diferentes gêneros, articulando-se (D) fortalecer conceitos e nomenclaturas.
ou não a diferentes projetos. […] organiza-se a partir de
um conjunto de atividades interdependentes, articuladas (E) resolver muitos problemas simultaneamente.
entre si, de modo a que cada uma apresente um grau
diferente e crescente de complexidade.
(Currículo Paulista, 2019)
44. Eis, então, a demanda que se coloca para a escola:
As informações apresentadas dizem respeito ao traba- contemplar de forma crítica essas novas práticas de lin­
lho com guagem e produções, não só na perspectiva de atender
às muitas demandas sociais que convergem para um
(A) sequências didáticas. uso qualificado e ético das TDIC [tecnologias digitais de
informação e comúnicação] – necessário para o mundo
(B) projetos interdisciplinares.
do trabalho, para estudar, para a vida cotidiana etc. –,
(C) gramática tradicional. mas de também fomentar o debate e outras demandas
sociais que cercam essas práticas e usos. É preciso
(D) leitura de fruição. s­aber reconhecer os discursos de ódio, refletir sobre os
l­imites entre liberdade de expressão e ataque a direi-
(E) exercícios estruturais. tos, aprender a debater ideias, considerando posições e
a­rgumentos contrários.
(BNCC)

42. De acordo com a BNCC, uma prática que permite traba- Um projeto de ensino de língua portuguesa que vise
lhar a reconstrução da textualidade é “contemplar de forma crítica essas novas práticas de lin-
(A) identificar e refletir sobre as diferentes perspectivas guagem e produções” poderia dar conta de discutir
ou vozes presentes nos textos e sobre os efeitos de
(A) a importância de se buscar nos muitos discursos que
sentido do uso do discurso direto, indireto, indireto
circulam nas redes sociais a verdade nos argumen-
livre, citações etc.
tos e disseminá-la.
(B) estabelecer relações entre as partes do texto, iden-
(B) o estímulo ao uso das redes sociais com o intuito de
tificando repetições, substituições e os elementos
disseminar fake news para combater as verdadeiras
coesivos que contribuem para a continuidade do
fake news circulantes.
texto e sua progressão temática.

(C) refletir criticamente sobre a fidedignidade das infor- (C) a irrelevância das redes sociais na vida do jovem
mações, as temáticas, os fatos, os acontecimentos, moderno, que deveria dedicar-se mais aos estudos,
as questões controversas presentes nos textos lidos, à família e aos amigos.
posicionando-se.
(D) a existência dos discursos de ódio como formas legíti-
(D) mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de mas de expressão, uma vez que o direito à liberdade
l­ivros de literatura, textos de divulgação científica e/ou de expressão existe.
textos jornalísticos que circulam em várias mídias.
(E) as questões relacionadas aos preconceitos e à apo-
(E) fazer apreciações e valorações estéticas, éticas, logia à violência, bem como a disseminação de fake
políticas e ideológicas, dentre outras, envolvidas na news nas redes sociais.
leitura crítica de textos verbais e de outras produ-
ções culturais.

PMIL1902/010-PEB-II-LínguaPortuguesa 12
Leia o texto para responder às questões de números 45 a 47. 47. Observa-se que a frase final da fala de Jaqueline – E­ntão
essas leituras prazerosas, aquelas que eu também me
Juliana: Assim, por exemplo, eu tô lendo aqui o texto, eu interesso, que a função era o meu lazer mesmo, eu dei-
vou ler, quer dizer, vou ler tanto a nível do próprio texto, a xei. – reproduz uma variedade linguística com usos não
nível da organização dele, eu vou ler com pontuação, respei- padrão da língua. Reescrevendo-a em conformidade com
tando a parte ortográfica e tudo o mais, como também depois a norma-padrão e garantindo-lhe os aspectos de coesão
dessa leitura eu vou saber, eu consigo muito bem fazer isso, e coerência, obtém-se:
é, o trabalhar que eu digo, isso que eu chamo de trabalhar, a
questão de tirar as ideias, é, ver as ideias mais importantes. (A) Então essas leituras prazerosas, em que também
[…] me interesso, cuja a função era o meu lazer mesmo,
Jaqueline: Se tiver um livro, digamos assim, tem um eu as deixei.
l­ivro, é, Em nome do pai, que eu tô querendo ler, mas eu
(B) Então essas leituras prazerosas, aquelas que tam-
vou d­izer a você que eu não tenho tempo mais pra ler aqui-
bém me interesso, onde a função era o meu lazer
lo que eu gosto. Então essas leituras prazerosas, aquelas
mesmo, eu lhes deixei.
que eu também me interesso, que a função era o meu lazer
mesmo, eu deixei. (C) Então essas leituras prazerosas, pelas quais tam-
(Albuquerque: 2006) bém me interesso, cuja função era o meu lazer mes-
mo, eu as deixei.

45. A partir dos depoimentos apresentados das professoras, (D) Então essas leituras prazerosas, aquelas por que
conclui-se que também me interesso, que a função delas era o meu
lazer mesmo, eu deixei elas.
(A) Juliana reforça o seu papel de leitora em razão da
funcionalidade, da assiduidade e do modo como lê, o (E) Então essas leituras prazerosas, às quais e também
que também se vê na fala de Jaqueline, embora ela me interesso, aonde a função era o meu lazer mes-
negue a importância da leitura por prazer. mo, eu lhes deixei.
(B) Juliana revela insegurança com as questões ligadas
à funcionalidade, à assiduidade e ao modo como lê;
Jaqueline reforça a ideia de que a leitura por prazer 48. Em Saussure, o jogo é evocado antes de mais nada para
não lhe interessa por não ser prática. contrapor os inúmeros desenvolvimentos que se podem
prever a partir da “regra do jogo” ao conjunto sempre
(C) Juliana se considera uma leitora competente devido
l­imitado de jogadas que efetivamente se realizam quan-
à funcionalidade, à assiduidade e ao modo como lê
do o jogo acontece. A ideia de que no jogo de xadrez são
e, assim como Jaqueline, persegue o ideal de leitura
possíveis certas jogadas mas não outras (por exemplo,
por prazer, por gostar de ler.
a torre pode atacar qualquer peça adversária, mas tem
(D) Juliana se vê como leitora em razão da funcionali- que fazê-lo deslocando-se em sentido perpendicular aos
dade, da assiduidade e do modo como lê; Jaqueline lados do tabuleiro) leva, em suma, a valorizar o que não
deixa explícita a leitora que não é, ou seja, aquela se observa, ou seja, a “regra do jogo”, encarada como
que lê por prazer, por gostar de ler. condição de possibilidade do jogo, ou seja, no caso da
língua, como condição de comunicação.
(E) Juliana demonstra pouco interesse pela funcionali-
(Rodolfo Ilari, “O Estruturalismo Linguístico: alguns caminhos”.
dade, pela assiduidade e pelo modo como lê, embo-
Em: Mussalim e Bentes, 2005)
ra se veja boa leitora, ao contrário de Jaqueline, que
sente dificuldade de ler, até por fruição. A análise do autor trata da mais fundamental das opo-
sições saussurianas estabelecida entre o sistema e os
possíveis usos do sistema, ou seja, entre
46. Embora se trate de um texto escrito, ele reproduz tre-
chos de entrevistas orais e, na sua reprodução, carrega (A) língua e fala.
marcas da oralidade. Com base em Koch e Elias (2011),
identifica-se um marcador conversacional linguístico no (B) texto e discurso.
enunciado:
(C) fala e enunciação.
(A) Assim, por exemplo, eu tô lendo aqui o texto, eu vou
ler, quer dizer… (D) língua e discurso.
(B) … eu vou ler com pontuação, respeitando a parte (E) língua e linguagem.
ortográfica…

(C) … isso que eu chamo de trabalhar, a questão de tirar


as ideias…

(D) … mas eu vou dizer a você que eu não tenho tempo


mais pra ler…

(E) Então essas leituras prazerosas, aquelas que eu


também me interesso…

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49. No Currículo Paulista, a habilidade “Reconstrução do
contexto de produção, circulação e recepção de textos”
tem como objeto do conhecimento “Analisar o fenômeno
da disseminação de notícias falsas nas redes sociais.” e
está associada à prática de linguagem de

(A) oralidade.

(B) escrita.

(C) leitura.

(D) análise semiótica.

(E) análise linguística.

50. Lígia Chiappini de Moraes Leite (em Geraldi: 1997) pon-


dera que a escola

(A) promove a literatura como um patrimônio cultural da


sociedade, todavia não dá esse mesmo status ao
e­studo da língua.

(B) investe em uma abordagem de texto consagrado


pela crítica como sendo literário, o que lhe dá legiti-
midade para o ensino de literatura.

(C) tem estimulado uma concepção de aluno como leitor


que lê por prazer, razão pela qual a literatura deve
ser ensinada desde cedo.

(D) entende a literatura como sistema de obras, auto-


res e público, o que é adequado para as demandas
s­ociais de leitura e escrita.

(E) erra ao investir em um ensino de literatura que se


confunde com a história literária e que dissocia os
aspectos da língua dos de literatura.

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