Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Monografia
O TRANSPORTE FERROVIÁRIO
BRASILEIRO COM DESTAQUE PARA O
ESTADO DE SANTA CATARIANA
ITAJAÍ
2008
MARLON CUNHA MERLO
Monografia
O TRANSPORTE FERROVIÁRIO
BRASILEIRO COM DESTAQUE PARA O
ESTADO DE SANTA CATARIANA
ITAJAÍ
2008
2
a) Nome do estagiário
Marlon Cunha Merlo
b) Área de estágio
Monografia
c) Orientador de conteúdo
Prof. MSc. Luiz Carlos Coelho
A partir do início da década de 90 o Brasil intensificou seu processo de abertura comercial, tentando
melhorar suas relações comerciais com outros países e tendo como maior objetivo o aumento nas
suas importações e exportações. Mesmo assim, a participação do país no comércio exterior mundial
atualmente não ultrapassa a 1%. É necessário, portanto melhorar a competitividade brasileira para
que o país possa incrementar sua balança comercial. Neste sentido, a infra-estrutura de transportes
no Brasil é fator decisivo neste processo. O modal ferroviário brasileiro não recebeu investimentos
durante algumas décadas em função do governo priorizar as rodovias, com isso, no ano de 1997
inicia-se no país o processo de concessões das ferrovias. Pretendeu-se com este trabalho atingir os
objetivos específicos definidos como a história do transporte ferroviário brasileiro, a importância deste
modal de transporte para a economia de Santa Catarina, destacando o processo das concessões
ferroviárias catarinenses e apresentando as vantagens e desvantagens desta concessão para o
estado. A metodologia utilizada neste trabalho monográfico em relação ao tipo de pesquisa foi à
pesquisa qualitativa. Já quanto ao meio de investigação dos dados coletados foi através da pesquisa
bibliográfica. O trabalho foi fundamentado com os principais autores do setor de transportes e
logística, buscando destacar os principais conceitos para uma melhor explicação do conteúdo.
Observou-se que a defasagem que o setor ferroviário sofre em relação ao modal rodoviário é devido
principalmente à falta de investimentos durantes algumas décadas por parte do governo. Pode-se
ainda constatar que as ferrovias brasileiras atualmente estão em uma situação mais confortável, se
comparadas antes das concessões. Em Santa Catarina as perspectivas para o setor são
interessantes, pois existem novos projetos para o setor e isto resultará em maior competitividade com
uma redução de custo no preço final das mercadorias. As empresas que ganharam as concessões no
estado catarinense são: a Ferrovia Teresa Cristina (FTC) e a América Latina Logística (ALL).
Acredita-se que os novos projetos de ferrovias para Santa Catarina, a Ferrovia Litorânea e a Ferrovia
Leste-Oeste, são de grande importância para os setores produtivos, pois visam o baixo custo do
transporte e a redução do preço final.
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE TERMOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................12
1.1 Objetivo geral .................................................................................................13
1.2 Objetivos específicos......................................................................................13
1.3 Justificativa .....................................................................................................13
1.4 Abordagem geral do problema .......................................................................14
1.5 Questões específicas .....................................................................................15
1.6 Pressupostos..................................................................................................15
2 METODOLOGIA ................................................................................................17
2.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................17
2.2 Área de abrangência ......................................................................................18
2.3 Coleta e tratamento dos dados.......................................................................18
2.4 Apresentação e análise dos dados.................................................................18
3 revisão da literatura............................................................................................19
3.1 O Comércio Exterior .......................................................................................19
3.2 O Transporte ..................................................................................................20
3.3 Os modais de transportes...............................................................................21
3.3.1 Transporte Aquaviário.................................................................................22
3.3.1.1 Transporte marítimo ................................................................................22
3.3.1.2 Transporte fluvial .....................................................................................23
3.3.1.3 Transporte lacustre..................................................................................24
3.3.2 Transporte aéreo.........................................................................................25
3.3.3 Transporte terrestre ....................................................................................26
3.3.3.1 Transporte rodoviário ..............................................................................26
3.3.3.2 Transporte dutoviário...............................................................................27
3.3.3.3 Transporte ferroviário ..............................................................................28
4 transporte ferroviário ..........................................................................................29
4.1 Transporte Ferroviário Mundial.......................................................................29
4.2 Transporte Ferroviário Brasileiro ....................................................................32
5 transporte ferroviário catarinense.......................................................................43
5.1 História do Transporte Ferroviário no Estado .................................................43
5.2 As Concessões das ferrovias em Santa Catarina ..........................................48
5.2.1 Ferrovia Teresa Cristina (FTC) ...................................................................49
5.2.2 América Latina Logística (ALL) ...................................................................52
5.3 Novos Investimentos e Perspectivas para o Setor Ferroviário Catarinense ...56
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................60
REFERÊNCIAS.........................................................................................................62
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS......................................................................65
12
1 INTRODUÇÃO
1.3 Justificativa
A razão da escolha deste tema, é que Santa Catarina pode e tende a crescer
mais, investindo na reforma do modal ferroviário do estado, apesar de já ter
desativado várias ferrovias que ligavam os pólos industriais catarinenses no passado
e foram substituídos pelo modal rodoviário.
Em alguns países, a concorrência foi o estímulo para o desenvolvimento das
ferrovias pela iniciativa privada. Na maioria dos países da Europa, porém, o estado
não só construiu as vias férreas como as manteve como sua propriedade e
promoveu sua exploração. A construção de linhas transnacionais e transcontinentais
também exigiu a intervenção do Estado. Na Europa, a necessidade de utilizar as
estradas de ferro para o transporte de tropas deu lugar ao estabelecimento de um
firme domínio do Estado sobre as companhias ferroviárias.
14
1.6 Pressupostos
escoamento das mercadorias, Santa Catarina cresceu num ritmo bastante elevado a
média nacional.
3 – A importância principal seria que Santa Catarina é um estado que possui
uma economia muito atrativa, para empresas que pretendem explorar o comércio
internacional. A FTC tem como objetivo desenvolver a economia dos municípios do
sul do estado, onde está localizada. Esses municípios ganharam muito com a
implantação desta ferrovia como, melhor qualidade de vida e novos investimentos na
região sul. A ALL mantém a maior parte da malha ferroviária catarinense, tendo uma
visão econômica, para gerar novos investimentos por onde passa, gerando
empregos, melhoria dos municípios e uma melhor qualidade de vida para a
população.
17
2 METODOLOGIA
O tipo de pesquisa que foi utilizado neste trabalho monográfico foi de caráter
qualitativo, pois tratou de uma explicação detalhada dos significados do tema
proposto. Segundo Denzin (2006, p. 37):
A análise dos dados foi efetuada através da correlação dos dados obtidos
com o referencial teórico apresentado e a apresentação será realizada através de
textos explicativos com o auxílio de tabelas, gráficos e figuras para uma melhor
compreensão do assunto exposto.
3 REVISÃO DA LITERATURA
O comércio exterior foi tímido ao longo dos anos, em especial em face dos
meios de transportes rudimentares utilizados pelo homem na pré-história, que não
permitiam o seu desenvolvimento. Portanto, sem meios de transportes eficientes e
com grande capacidade de transportar cargas para longas distâncias, torna-se
dificultoso fazer comércio com outros estados ou países.
Na visão do autor MALUF (2003, p. 23), comércio exterior é:
O comércio internacional está cada vez mais assumindo um papel vital para a
maioria dos países, assim, constituindo uma variável fundamental para o
desenvolvimento das nações.
Os processos utilizados no comércio exterior são de exportação que é à saída
de mercadoria do território aduaneiro brasileiro e a importação que é à entrada de
mercadorias no país provenientes do exterior.
Com o seu aperfeiçoamento, surgimento de novas tecnologias e
aprimoramento dos meios de transportes que ofereçam mais agilidade e segurança
para a carga, o comércio exterior tende a crescer cada vez mais.
O comércio exterior é movido por relacionamentos que os países
desenvolvem com o tempo, os quais precisam trocar mercadorias pelas mais
diversas razões e elas poderão estar relacionadas à abundância ou falta de
recursos, clima, capital, trabalho, dentre outros fatores.
20
3.2 O Transporte
Desta forma, observa-se que foi através da revolução industrial que os modos
de transportes evoluíram, o que contribuiu cada vez mais para o comércio interno e
externo dos países.
A princípio todos os lagos são navegáveis, porém a sua utilização como via
de escoamento de mercadorias vai depender de suas características como tamanho,
profundidade, locomoção e viabilidade econômica.
Alguns lagos navegáveis, em nível de transporte de carga, são:
O transporte aéreo é realizado com aeronaves, é o único modal que une com
facilidade e rapidez vários países, devido à velocidade que o mesmo possui. Pode
ser dividido em transporte internacional, entre aeroportos de diferentes países e
nacional, entre aeroportos internos.
4 TRANSPORTE FERROVIÁRIO
composto de bitolas diferenciadas larga (1,60 m), métrica e mista (via férrea com
três ou mais trilhos, para permitir a passagem de veículos com bitolas diferentes)
fato este que prejudica a interligação com outras ferrovias dentro do próprio território
e também com outras ferrovias dos países vizinhos. Já através da figura 01
apresenta-se a localização das ferrovias no território brasileiro.
Gráfico 02: Quantidade de contêineres transportados (TEU’s), a partir das privatizações das ferrovias.
Fonte: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS TRANSPORTADORES FERROVIÁRIOS, 2008.
Figura 02: Mapa de Santa Catarina com as ferrovias construídas até 1982.
Fonte: THOMÉ, 1983, p. 37.
Santa Catarina possuía cinco linhas férreas até 1982, como consta na figura
02, os quais são elas: 1 – Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande (EFSPRG), 2 –
Ramal de São Francisco, 3 – Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC), 4 – Estrada
de Ferro Teresa Cristina (FTC) e a 5 – Tronco Sul, sendo que, dessas cinco, três
45
EFSC. No ano seguinte a ferrovia passou a ser administrada pela Inspetoria Geral
das Estradas.
Atualmente, a FTC possui uma linha férrica que interliga a região carbonífera
de Santa Catarina ao porto de Imbituba, passando pelo pólo industrial cerâmico.
Suas linhas cortam 12 municípios do sul do estado de Santa Catarina, que são eles:
Capivari de Baixo, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Imbituba, Jaguaruna, Laguna,
Morro da Fumaça, Sangão, Siderópolis, Tubarão e Urussanga.
Os principais clientes que utilizam a FTC para transportar suas mercadorias
são, segundo FERROVIA TERESA CRISTINA (2008):
Apesar de sua linha ser isolada, não sendo interligada ao restante da malha
nacional, a FTC possui pontos de interligação com outros modais de transportes,
facilitando assim a distribuição de mercadorias aos seus fornecedores e produtores.
Além de interligar o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda – Tractebel Energia em
Capivari de Baixo com o porto de Imbituba, também está interligada com a BR 101.
Segundo FERROVIA TERESA CRISTINA (2008), sua atual é de 10
locomotivas, 449 vagões para servir seus 164 quilômetros. A ferrovia possui
capacitação técnica e recursos para reforma e adaptação de locomotivas e vagões,
podendo em pouco tempo dispor de outros modelos para transportar cargas
diversas, contribuindo ainda mais com a logística catarinense.
O principal produto transportado pela FTC é o carvão mineral que abastece
as usinas do complexo termelétrico Jorge Lacerda. “Em 2004, a companhia iniciou o
processo de diversificação com o transporte de produtos cerâmicos, que evoluiu até
o transporte de contêineres, iniciado em 2007. Atualmente passam cerca de 2,58
milhões de toneladas de cargas pelos trilhos da FTC” (BITTENCOURT, 2007a, p.
48).
Além do carvão, a mesma passou a operar contêineres com destino à
exportação via porto de Imbituba, produtos cerâmicos que saem do maior pólo
cerâmico do Brasil, que está localizado na região de Criciúma. Além destes, outros
produtos são transportados como: produtos agroindustriais, têxteis, plásticos,
madeiras e metal-mecânico.
• Texaco,
• Trevo,
• Unilever Brasil S/A,
• Votorantim Cimentos,
• Seara,
• White Martins.
Esse assunto levanta muita discussão, pois implantar novos projetos, gerar
maior renda para a população, melhorar a infra-estrutura, gerar empregos, melhorias
na qualidade de vida, são metas que os governos pretendem cumprir.
Por esta razão, o governo de Santa Catarina está desenvolvendo estudos de
viabilidade para a interligação dos setores produtivos por meios da ampliação da
malha ferroviária catarinense. Esses dois projetos para os próximos anos visam
conectar os terminais marítimos catarinense com a malha ferroviária Argentina e,
conseqüentemente, a outros países do MERCOSUL. Esse projeto consiste na
construção da Ferrovia Litorânea e a Ferrovia Leste-Oeste, também conhecida como
a ferrovia do Frango, que juntas somarão 832 quilômetros de extensão na malha
ferroviária catarinense. Essa nova estrutura da malha catarinense é vista pelo setor
produtivo como excelente canal de escoamento da produção do estado, haja vista
que se propõe a interligar todos os portos do Estado, aproveitando a FTC que já
existe até o porto de Imbituba, passando pelo porto de Itajaí e o Terminal de
Navegantes sentido até o porto de São Francisco do Sul e o porto de Itapoá que
está em construção deverá iniciar suas operações em 2009.
Os trechos que serão construídos através do projeto são: 330 quilômetros em
traçado que liga Herval do Oeste , passando por Santa Cecília até Itajaí; 460
quilômetros na ligação de Porto União, Mafra e São Francisco do Sul; mais 148
quilômetros de Imbituba, Tubarão, Criciúma e Forquilhinhas até Treviso e outros 270
quilômetros destinados ao trecho que liga São Francisco do Sul, passando por Itajaí
e chegando a Imbituba, como se pode observar na figura 01:
57
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INFORMATIVO DOS PORTOS. Itajaí: Perfil Editora, ano XI, Edição nº 104, 2008.
KLUG, João; DIRKSEN, Valberto. Rio do Sul: Uma História. Rio do Sul: Fundação
Cultural de Rio do Sul, 2000.
LIMA, Jeferson; FRANÇA, Gilvan de; MACIEL, Marília. Ferrovias entregues à própria
sorte: Peças-chave na formação econômica e social do Estado, elas não contam
com uma política de preservação em Santa Catarina. A Notícia, Joinville, 25 mar.
2003. p. 10-11.
REVISTA TRANSPORTE MODERNO. São Paulo: OTM, ano 42, n. 412, abril/maio
2005.
Nome do estagiário
Marlon Cunha Merlo
Orientador de conteúdo
Prof. Luiz Carlo Coelho