Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
11 Semana
11 Semana
AULA I
Leia o texto abaixo e depois faça o que se pede:
O tupi nosso de cada dia
Por que você está na pindaíba? Pode ser porque está desempregado ou porque o salário
é baixo. Mas os índios de língua tupi há séculos já podiam ficar na pindaíba, sem esses
motivos. É que pindá, em tupi, significa anzol. Iba significa ruim. Então, pindaíba quer
dizer “anzol ruim”. E, para os povos que viviam em grande parte da pesca, anzol ruim é o
mesmo que não ter o que comer. […] Jabá, em tupi, é “fuga, fugir, fugitivo”. Quando os
índios escravizados pelos portugueses fugiam eles precisavam comer mas, como não
podiam parar para caçar, levavam carne seca, que passou a ser chamada de jabá. E o
que, então, Jabaquara, nome de um bairro de São Paulo e um outro de Santos, tem a ver
com isso? É que quara é um sufixo tupi que significa refúgio, entre outras coisas.
Jabaquara significa “refúgio dos fugitivos”. É o mesmo que quilombo no idioma
quimbundo. O Quilombo do Jabaquara, de Santos, era famoso e abrigou escravos
fugitivos até a abolição da escravatura, em 1888. […] Em todos os estados brasileiros
existem cidades com nomes de origem tupi, mesmo naqueles em que não se falava a
língua. É que os bandeirantes falavam tupi e os jesuítas usavam esse idioma para se
comunicar com os índios, daí o motivo de “criarem” uma língua a partir dos vários
dialetos. Por isso, tanto bandeirantes como os religiosos usavam esta língua para nomear
rios, povoados etc. […]
1
( ) Palavras como “Jabaquara” e “Quilombo” possuem significados semelhantes, apesar
de originarem-se em línguas diferentes, uma vez que ambos, descendentes africanos e
indígenas estavam sujeitos a dominação do europeu e organizaram-se para resistir a esta
dominação.
Aula II
O guaraná na história
[…] Sabe-se que, com o declínio de suas conquistas no Oriente, Portugal determinou a
abertura da Amazônia como o seu celeiro provedor de espécies de valor comercial […].
Confiou aos jesuítas a instalação, ao longo do Amazonas, de “reduções” ou aldeamentos
de indígenas atraídos ou “resgatados” dos altos rios, com o objetivo de sua cristianização
e exploração como mão de obra paga na extração das famosas “drogas do sertão”. […]
Nos breves, mas precisos registros feitos nas suas memórias sobre as visitas
missionárias que fez à região do Tapajós, em 1762-1763, o Bispo do Grão Pará, João de
São José […], beneditino, demonstra a importância do guaraná entre os Magués (mais
um dos diversos nomes dados aos Sateré-Mawé ao longo dos séculos). Ele chamou a
atenção, em particular, sobre o papel do seu consumo como fator de coesão social, de
defesa guerreira e de inserção econômica precoce no mercado regional. Segundo o
bispo, o guaraná era para os Magués o seu “bem mais precioso”, consumindo-o nas
diferentes ações que precediam uma guerra: quando de suas “juntas” ou “conselhos”,
quando se reuniam para decidir as ações estratégicas ou outros “assuntos
importantes”,acrescentando que já nessa época era empregado “como moeda para
pagamentos”
Aula III