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SUMÁRIO
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO............................................................................................................... 2
DA ASSISTÊNCIA............................................................................................................................................. 3
ASSISTÊNCIA MATERIAL ............................................................................................................................. 4
ASSISTÊNCIA À SAÚDE ............................................................................................................................... 4
ASSISTÊNCIA JURÍDICA............................................................................................................................... 4
ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL ...................................................................................................................... 5

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IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO


Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com
violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos
crimes previstos no art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990,
serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil
genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por
técnica adequada e indolor.
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de
dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder
Executivo.
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de
proteção de dados genéticos, observando as melhores práticas da
genética forense. (acrescentado pela Lei 13.964/2019)
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao
juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco
de dados de identificação de perfil genético.
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos
seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a
todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de
maneira que possa ser contraditado pela defesa. (acrescentado pela
Lei 13.964/2019)
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que
não tiver sido submetido à identificação do perfil genético por
ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser
submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena.
(acrescentado pela Lei 13.964/2019)
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao
procedimento de identificação do perfil genético. (acrescentado pela
Lei 13.964/2019)
O artigo 9-A da LEP foi inserido pela Lei nº 12.654 de 28 de maio de 2012 e trouxe nada
mais do que uma nova modalidade de identificação criminal, feita por meio de extração de
material genético (DNA).
Esse procedimento serve para abastecer um banco de dados, que posteriormente pode
ser usado para confrontar a identidade de um possível criminoso com o material encontrado
no local do crime.
Contudo, a Lei seleciona os crimes mais graves do nosso ordenamento jurídico, os
praticados, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer
dos crimes previstos na Lei de Crimes Hediondos.
E o que seria violência grave contra a pessoa? A maior parte da doutrina entende que deve
ser analisado o caso concreto, ou seja, ainda que o crime seja, por exemplo, de lesão corporal de
natureza leve (Art. 129 do CP), a depender do caso, seria possível a identificação genética, que
deve ser decidido pelo juiz.

ATENÇÃO: Como regra, não é possível ou obrigatória a extração de dados


genéticos dos delitos equiparados aos hediondos (tráfico, terrorismo e tortura), salvo
quando enquadrados na hipótese do caput, quais sejam, crimes praticados com
violência de natureza grave contra pessoa.

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Tais dados serão armazenados em um banco de dados sigiloso, ao qual somente terão
acesso as autoridades policiais (delegados de polícia), mediante representação ao juízo
competente.
Os §§ 1º-A, 3º, 4º e 8º foram acrescentados pelo “pacote anticrime”. Aqui temos que ter
atenção redobrada simplesmente por se tratar de inovação legislativa e as bancas adoram
cobrar a literalidade desse tipo de texto.
O § 1º-A se preocupa precipuamente com a cadeia de custódia dos dados genéticos e sua
proteção, buscando manter sua integridade e confiabilidade.
O §3º, por sua vez, busca garantir o acesso dos dados aos presos e seus advogados,
buscando a possibilidade de realizar o contraditório e questionar a sua integridade.
Já o §4º determina que aqueles que não foram submetidos à identificação no momento de
seu ingresso no sistema carcerário, devem ser submetidos no curso da execução. Assim sendo,
todos os presos qualificáveis pelas regras do caput do artigo deverão ter seu perfil genético
colhido.
Por fim, o §8º deixa explícito que constituiu falta grave a recusa do preso em se submeter
ao procedimento de identificação genético. Nesse ponto sempre houve grande discussão da
doutrina, na medida em que tal colheita busca eminentemente produzir material que será
utilizado futuramente como meio de prova de eventual delito praticado pelo preso. Vale dizer,
a realização compulsória de tal procedimento, para parte da doutrina, violaria o princípio do
nemo tenetur se detegere ou de não ser obrigado a produzir prova contra si (autoincriminação)
entabulado no Art. 5º, inciso LXIII da CF1. Assim sendo, a partir da inclusão, resta claro que o
preso não é obrigado a realizar tal procedimento, contudo isso ensejará punição em âmbito
administrativo, podendo gerar efeitos grandes na progressão de regime, como veremos mais
adiante.
APROFUNDANDO: A colheita de material genético pela polícia, fora do corpo
humano (fio de cabelo, saliva, sangue, suor), não fere o princípio da não
autoincriminação, na medida em que não mais pertence ao investigado e não está
mais em sua posse.

DA ASSISTÊNCIA
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado,
objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em
sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Aqui o legislador quis deixar claro que o preso, que está sob a custódia do Estado, deve
receber a assistência necessária, em especial para reeducá-lo para a vida social e garantir seu
retorno à sociedade. Essa assistência se estende aos ex-detentos (egressos).
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.

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LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da família e de advogado;

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O artigo 11 elenca quais são as assistências, e os seguintes (12-27) explicam melhor como
cada uma delas funciona. Vamos trazer todos os dispositivos legais e frisar os pontos mais
importantes, com breves comentários, já que eles são simples e autoexplicativos.
ASSISTÊNCIA MATERIAL
É aquela que envolve as necessidades básicas, como alimentação, produtos de higiene,
roupas, etc. Veja o teor dos Arts. 12 e 13:
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no
fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que
atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais
destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos
pela Administração.
Observe que é permitida a venda de produtos dentro do estabelecimento penal de
produtos não fornecidos pela administração.
ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Envolve o atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter
preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico,
farmacêutico e odontológico.
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para
prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro
local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher,
principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-
nascido.
Veja que não há menção a tratamento psicológico, isso pode ser uma questão capciosa de
prova. Outro ponto importante é que o tratamento tem caráter preventivo e curativo, ou seja,
visa prevenir e curar as doenças. A regra é que haja local adequado para tratamento no próprio
estabelecimento, mas caso não haja, o diretor do presídio pode autorizar a saída do preso para
tratamento externo.
ATENÇÃO: A Lei 11.942/09 acrescentou o §3º no Art. 14 da LEP, para prever
que será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal
e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.

ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Dá-se por meio da Defensoria Pública, àqueles que não têm condições de custear um
advogado privado.
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados
sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora
dos estabelecimentos penais.
§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural,
pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções,
dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado
destinado ao atendimento pelo Defensor Público.

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§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos


Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência
jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade,
egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir
advogado

ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL
Compreende a formação escolar e profissional. Deve ser incentivada sempre com vistas à
ressocialização e reintegração do recluso à sociedade. Em 2015 tivemos várias alterações nos
dispositivos. Assim, é necessária atenção redobrada nesses pontos.
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar
e a formação profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no
sistema escolar da Unidade Federativa.
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral
ou educação profissional de nível médio, será implantado nos
presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua
universalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema
estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e
financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos
destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou
administração penitenciária. (Incluído pela Lei nº 13.163,
de 2015)
§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos
supletivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela
Lei nº 13.163, de 2015)
§ 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão
em seus programas de educação a distância e de utilização de novas
tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas. (Incluído
pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou
de aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional
adequado à sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com
entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam
cursos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada
estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias
de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído
pela Lei nº 13.163, de 2015)
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído
pela Lei nº 13.163, de 2015)
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número
de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163,
de 2015)
III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou
aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos;
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de
presos e presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

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Com relação à assistência educacional, é importante observar a inovação legislativa de


2015 (Art. 18-A), que determinou a implantação de ensino médio nos presídios. Outro ponto de
destaque é a possibilidade de implantação de ensino a distância nos presídios, o que foi
regulamentando pelo Decreto Federal n. 7627.

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